Complexo Estudantil LAVAPÉS

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C o mp l e x o E s t u d a n t i l L A V A P É S





Carol Ramos Silva

COMPLEXO ESTUDANTIL LAVAPÉS Sustentabilidade aplicada à edificações

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro Universitário Senac – Santo Amaro, como exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo

Orientador: Prof. Me. Ricardo Wagner Alves Martins

São Paulo 2017



CAROL RAMOS SILVA

COMPLEXO ESTUDANTIL LAVAPÉS SUSTENTABILIDADE APLICADA À EDIFICAÇÕES

Trabalho de conclusão de curso, apresentado ao Centro Universitário Senac – Santo Amaro, como exigência parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.

São Paulo, ____ de _____________ de _____.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________ Prof. Me. Ricardo Wagner Alves Martins Centro Universitário Senac

________________________________________ Profa. Dra. Valeria Cassia dos Santos Fialho Centro Universitário Senac

________________________________________ Convidado Externo



Ă€ minha famĂ­lia, por estar sempre ao meu lado.



Agradeço primeiramente aos meus familiares, que nunca deixaram de me apoiar quaisquer fosse a situação, quaisquer fossem as minhas escolhas e sem os quais eu jamais teria chegado ao final dessa graduação. Aos colegas e professores que passaram por meu caminho, seja no Senac ou fora dele: muito obrigada. Agora ao final dessa etapa vejo o quanto contribuíram para meu crescimento pessoal, acadêmico e profissional. Barbara, Marina, Maysa e Lucas – agradeço a paciência que sempre tiveram comigo, e o ombro amigo que sempre me ofereceram durante esses longos 5 anos. Desejo à todos muito sucesso em todas as áreas das suas vidas! Aos amigos de outras empreitadas agradeço a presença constante em minha vida, mesmo que nossas rotinas tenham se tornado corridas e não nos encontremos sempre, agradeço por me ouvirem e me aconselharem quando eu precisei. Evelyn, Jessica, Karen, Julia, Brendda e Bruno – meus amigos de escola, FATEC-SP e intercâmbio: suas contribuições não podem ser mensuradas, então só posso agradecer por tudo o que passamos juntos. E à todos os colegas que me auxiliaram no desenvolvimento desse trabalho, que me motivaram a dar mais que o meu melhor, ficam meus cumprimentos finais: que comece essa nova etapa de nossas vidas e que sejamos os melhores arquitetos e pessoas que possamos ser!



O trabalho tem como proposta o desenvolvimento do projeto de um complexo estudantil inserido em um parque urbano, localizado entre os bairros da Liberdade e do Cambuci, na região central de São Paulo. Após pesquisas bibliográficas sobre os temas da habitação estudantil, sustentabilidade e parques urbanos, o projeto utilizou de sistemas préfabricados, estrutura metálica, geração de energia in loco, captação e manejo de águas para analisar os benefícios e a viabilidade da aplicação de tais métodos na construção de habitações de grande porte. Considerando o passado industrial do terreno, o parque foi projetado de forma a criar um espaço de lazer com grandes áreas verdes para atender tanto a demanda popular como ambiental que a região pede. Por fim, foram pré-dimensionados os reservatórios de captação e o sistema de energia solar para avaliar sua contribuição para o funcionamento da edificação.

Palavras-chave: 1. Moradia estudantil 2. Sistemas construtivos sustentáveis 3. Parque urbano 4. Eficiência energética em habitações de grande porte 5. Espaços públicos de lazer


This work proposes the development of the project of a student complex, placed at the division between the neighborhoods of Liberdade and Cambuci, in the central region of Sao Paulo. After researching about the themes related to student housing, sustainability and urban parks, the project used pre-fabricated systems, steel structure, onsite energy generation, water management and reuse to analyze the benefits and the viability in the application of such methods in large-scale housing projects. Considering the site’s industrial past, its park conception was to create a space of recreation with vast green areas to fulfill the demand of both neighbors and environment. Lastly, the water reservoir and the solar system to evaluate their contribution to the building.

Keywords: 1. Student housing 2. Sustainable constructive methods 3. Urban park 4. Energy efficiency in large-scale housing 5. Public recreation areas


Figura 01: Linha do tempo das habitações estudantis no Brasil e no Mundo ..................................................................... 23 Figura 02: Evolução do Número de Matrículas de Graduação, por Categoria Administrativa ........................................... 25 Figura 03: Obra do conjunto. Blocos A a F concluídos e Bloco G na etapa estrutural em 1963-1964. ............................... 26 Figura 04: Vista Geral em 1968............................................................................................................................................. 26 Figura 05: Plantas e elevações de uma unidade .................................................................................................................. 27 Figura 06: O Pavilhão Suíço de Le Corbusier ....................................................................................................................... 29 Figura 07: Plantas do Pavilhão Suíço ................................................................................................................................... 30 Figura 08: Vista aérea da Baker House ................................................................................................................................. 31 Figura 09: Planta Tipo da Baker House ................................................................................................................................. 31 Figura 10: Banner da Conferência em Estocolmo. ............................................................................................................... 39 Figura 11: Principais selos utilizados no Brasil e no mundo. ................................................................................................ 40 Figura 12: Geração de energia solar fotovoltaica no mundo entre 2004 e 2014 ................................................................ 41 Figura 13: Matriz energética brasileira em 2015.................................................................................................................. 42 Figuras 14 e 15: Mapas de radiação solar do Brasil e Alemanha ......................................................................................... 43 Figura 16: Esquema de funcionamento do sistema com reservatório interno ................................................................... 44 Figura 17: Mapas demonstrando a energia elétrica necessária para aquecimento e retorno no Brasil ............................ 45 Figura 19: Esquema representativo do funcionamento básico do sistema. ........................................................................ 46 Figura 20: Esquema explicativo do funcionamento da Resolução ....................................................................................... 47 Figura 21: Perfil do consumidor brasileiro no mercado ....................................................................................................... 49 Figura 22: Funcionamento esquemático de um sistema de captação e reuso de água da chuva em um edifício ............. 50 Figura 23: Funcionamento esquemático do sistema com cisterna enterrada em uma residência .................................... 50 Figura 24: Formas de Infraestrutura Verde .......................................................................................................................... 51 Figuras 25, 26 e 27: Esquemas ilustrativos de Teto verde, Canteiro Pluvial e Jardim de Chuva. ........................................ 52 Figura 28: Mapa de localização do terreno .......................................................................................................................... 55 Figura 29: Mapa de localização das Instituições de Ensino próximas ao terreno ............................................................... 56 Figura 30: Mapa de transportes disponíveis na região do terreno ...................................................................................... 57 Figura 31: Mapa de equipamentos presentes na região do terreno ................................................................................... 57 Figura 32: Entorno imediato. ................................................................................................................................................ 58 Figura 33: Mapa de Uso e Ocupação do Solo do entorno imediato do terreno. ................................................................. 59 Foto 34: Situação dos imóveis na região .............................................................................................................................. 60 Figura 35: Vista da rua sem saída que dá para uma das extremidades do terreno............................................................. 60 Figura 36: Vista da calçada do terreno ................................................................................................................................. 60


Figuras 37, 38, 39 e 40: Entorno do terreno ........................................................................................................................ 61 Figura 41: Mapa contemplando o zoneamento da área escolhida ..................................................................................... 62 Figura 42: Esquema da evolução da volumetria. ................................................................................................................. 64 Figura 43: Diagrama de bolhas inicial................................................................................................................................... 66 Figura 44: Rua do Lavapés .................................................................................................................................................... 68 Figura 45: Proposta para a gleba da Eletropaulo (A11) ....................................................................................................... 68 Figura 46: Proposta para a agora denominada “antiga gleba Lavapés” .............................................................................. 68 Figura 47: Cadastro CETESB de áreas contaminadas. .......................................................................................................... 69 Figura 48: Espécies selecionadas ......................................................................................................................................... 70 Figura 49: Mapa de localização das espécies selecionadas ................................................................................................. 70 Figura 50: Funcionamento esquemático e simplificado do sistema de águas .................................................................... 71 Figura 51: Esquema da trajetória solar e o posicionamento da edificação ......................................................................... 73 Figura 52: Carta Solar da cidade de São Paulo e a variação da temperatura entre 1961 e 1990 ....................................... 74 Figura 53: Rosa dos ventos de São Paulo ............................................................................................................................. 74 Figura 54: Técnicas sustentáveis na edificação.................................................................................................................... 75 Figura 55: Unidades ............................................................................................................................................................. 76 Figuras 56 a 63: Perspectivas 3D da moradia estudantil e seus terraços verdes ................................................................ 84 Figuras 64 e 65: Área dos espelhos d’água e dos quiosques ............................................................................................... 85 Figuras 66 e 67: Gramados e área esportiva........................................................................................................................ 86 Figuras 68 e 69: Terraço e rua central ................................................................................................................................. 87 Figuras 70 e 71: Vista interna da cozinha e externa da área do estacionamento............................................................... 88 Figuras 72 e 73: Acesso pela Rua Cesário Ramalho ............................................................................................................. 89 Figura 76 e 77: Vista lateral com os brises e praça central – maior referência de projeto............................................... 147 Figura 79: A cozinha como local de encontro social e confraternização dos moradores. ............................................... 149 Figura 80: Biciletário .......................................................................................................................................................... 149 Figura 81: Implantação da praça com sua setorização ...................................................................................................... 152 Figura 82: Vista aérea do deque, do anfiteatro e da horta................................................................................................ 153 Figura 83: Áreas para prática de esportes ao ar livre e arborização ................................................................................. 153 Figura 84: Implantação do parque. .................................................................................................................................... 154 Figura 85: Caminho que leva à área predominantemente esportiva do parque .............................................................. 155 Figura 86: Grandes áreas gramadas para atividades variadas ........................................................................................... 155


Tabela 01: Tipos de sistemas de geração de energia elétrica por painéis fotovoltaicos e seus componentes ...................46 Tabela 02: Parâmetros legais a serem observados .............................................................................................................. 62 Tabela 03: Quadro de áreas do alojamento estudantil ........................................................................................................ 67 Tabela 04: Quadro de áreas do parque ................................................................................................................................ 67 Tabela 05: Quadro resumo de áreas totais .......................................................................................................................... 67 Tabela 06: Divisão e quantidades das unidades previstas. .................................................................................................. 76



1.1. Objetivo....................................................................................................................................................... 19 1.2. Metodologia................................................................................................................................................ 19 1.3. Justificativa.................................................................................................................................................. 19

2.1. Introdução.................................................................................................................................................. 23 2.2. Cenário Nacional........................................................................................................................................ 24 2.3. Cenário Internacional................................................................................................................................. 28

3.1. Conceitos.................................................................................................................................................... 35

4.1. Histórico....................................................................................................................................................... 39 4.2. Energia Solar................................................................................................................................................ 41 4.3. Uso da Água................................................................................................................................................. 49

5.1. Localização.................................................................................................................................................. 55 5.2. Levantamento de Dados............................................................................................................................. 56 5.3. A Proposta................................................................................................................................................... 63


6.1. Maquete eletrônica..................................................................................................................................... 81 6.2. Desenhos técnicos....................................................................................................................................... 91

7.1. Dados para cálculo...................................................................................................................................... 133 7.2. Energia Solar ............................................................................................................................................... 134 7.3. Reservatórios de água ................................................................................................................................ 137


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Este trabalho tem como objetivo a utilização de um

Após as experiências vividas durante um intercâmbio

terreno no centro da cidade de São Paulo que é

para a Coreia do Sul (onde me hospedei no alojamento

considerado subutilizado pelo cadastro da prefeitura e

da universidade), surgiu o interesse em discutir os tipos

até o momento não possui edificações para

de moradia disponíveis para estudantes no Brasil e a

desenvolvimento de um Complexo Estudantil inserido

forma como as condições de tais habitações

em um Parque Urbano. A criação de habitações e de

influenciam e têm papel importante na vida acadêmica

um amplo espaço de lazer com áreas verdes teve como

e pessoal de seus moradores. Partindo desse novo

intenção criar uma tipologia que atendesse as

interesse, da antiga preocupação ambiental e da

demandas dos estudantes e beneficiasse seu entorno

relação entre áreas verdes, lazer e espaço público, a

com uma ampla oferta de comércio, serviços e

decisão foi trabalhar a proposta de um Complexo

equipamentos públicos como o próprio parque,

Estudantil que aliasse a criação de um alojamento

biblioteca e academia

privado (não vinculado à uma Instituição específica) inserido em um parque urbano que funcionasse como exemplo de readequação ambiental e suprisse a demanda popular local por áreas verdes para práticas

Os principais norteadores do projeto foram as que

de esporte e lazer. Considerando tais premissas, foram

englobam técnicas de infraestrutura verde, energias

estudadas algumas alternativas sustentáveis para

renováveis, captação e tratamento de água pluvial in

transformar o alojamento em um local que propicie um

loco. Concomitantemente, foram analisados exemplos

ambiente que favoreça a interação entre estudantes e

de projetos com a temática da habitação estudantil e de

permita

parques urbanos que se adequasse ao contexto e

consequente) experiência da cidade onde ele estuda.

pesquisas

relacionadas

à

sustentabilidade

propostas do Complexo.

19

maior

facilidade

de

deslocamento

(e


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A necessidade de moradia para viabilizar o estudo vem desde a época de Platão e sua Akademia, onde seus discípulos residiam por conta da distância de sua região de origem (NAVES, 2016). Os edifícios cuja função essencial era a de abrigar estudantes são vistos com mais clareza a partir do século XIII e a posterior disseminação dos campus universitários. O diagrama a seguir mostra de forma sintética a evolução histórica da tipologia em território nacional e internacional:

Figura 01: Linha do tempo das habitações estudantis no Brasil e no Mundo. (Fonte: acervo da autora, 2016, com dados da SENCE)

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Existem no Brasil cerca de 115 moradias estudantis (JÚNIOR, 2003) distribuídas entre pequenas residências que formam as chamadas Repúblicas e os alojamentos maiores, comumente localizados dentro do campus, compostos por vezes por diversos edifícios. Os primeiros alojamentos brasileiros se estabeleceram na cidade de Ouro Preto (MG), por conta da Escola de Minas em 1876, uma das instituições locais que atraia estudantes do interior do estado. Segundo a SENCE (Secretaria Nacional de Casas de Estudantes), podemos subdividir as moradias estudantis brasileiras em três categorias:

1 – Residência Estudantil: é a moradia de propriedade das Instituições de Ensino Superior e/ou das Instituições de Ensino Secundaristas Públicas; 2 – Casas Autônomas de Estudantes: é a moradia estudantil administrada de forma autônoma, segundo estatutos de associação civil com personalidade jurídica própria, sem vínculo com a administração de Instituição de Ensino Superior ou Secundarista; 3 – República Estudantil: é o imóvel locado coletivamente para fins de moradia estudantil. (SENCE, 2008, Acessado em out 2016, grifo nosso)

Segundo o Ministério da Educação, todas as 55 instituições federais oferecem habitação estudantil e ajuda de custo para alunos de baixa renda, mas nem todas possuem moradias estudantis próprias. Já nas estaduais, subsídios são oferecidas por todas, mesmo por aquelas que não oferecem moradia. As que oferecem a fazem de forma gratuita. Nas instituições particulares os casos que possuem subsídios ou oferta pela habitação são extremamente raros mesmo que as mesmas costumem oferecer amplas variedades de bolsas de estudos para estudantes de baixa renda.

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Figura 02: Evolução do Número de Matrículas de Graduação, por Categoria Administrativa – Brasil – 2010-2013 (Fonte: Censo da Educação Superior INEP/DEED)

Conforme dados do Censo da Educação Superior de 2013, tanto instituições privadas como públicas tiveram aumentos na casa dos 10% no número de matrículas, sendo que a esfera privada absorve a grande maioria das matrículas efetuadas (mais de 5mil frente às quase 2mil das públicas), demonstrando o aumento da população estudantil e consequentemente da sua demanda por moradia. Em termos de referência de projeto, um dos exemplos mais icônicos da tipologia em São Paulo é sem dúvida o CRUSP, moradia estudantil da Universidade de São Paulo.

O projeto, de Eduardo Kneese de Mello, Joel Ramalho Júnior e Sidney de Oliveira é composto por doze blocos com térreo sobre pilotis e seis andares conectados por um eixo coberto para pedestres. A escolha pelo térreo se deu para “propiciar permeabilidade física e visual ao pedestre, criar uma área coberta para convivência, assegurar privacidade aos moradores e permitir um maior controle do acesso ao prédio” (COESF, 2009). A previsão original, por pavimento, era de: 10 alojamentos (de 40m2 cada), uma sala de estar, uma enfermaria, uma rouparia e uma copa. Dentro de cada um dos alojamentos estavam previstas uma sala de estudos, um banheiro e um quarto com capacidade para três estudantes. Sua capacidade total seria de 2160 alunos morando nas 720 unidades. O conjunto serviria para alojar atletas nos Jogos Panamericanos de 1963 antes de passar a ser destinado aos alunos. Houveram situações onde os alunos foram expulsos do conjunto, que diversas vezes foi palco de invasões e de usos diversos ao que foi concebido para. Atualmente restam 9 dos 12 blocos originais, sendo que os blocos A, B, C, D, E, F e G ainda são utilizados como moradia estudantil e os blocos K e L são ocupados pela Reitoria e outros órgãos centrais. 25


Figura 03: Obra do conjunto. Blocos A a F concluídos e Bloco G na etapa estrutural em 1963-1964. (Fonte: Acrópole, disponível em: http://www.sef.usp.br/wp-content/uploads/sites/52/2015/05/SP-PD-CRUSP_-2009.pdf. Acessado em outubro de 2016).

Figura

04:

Vista

Geral

em

1968.

(Fonte:

CRUSP

1968,

https://crusp68.wordpress.com/tag/crusp/>. Acessado em outubro de 2016).

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sem

data,

disponível

em:

<


Figura 05: Plantas e elevações de uma unidade. (Fonte: CABRAL, 1997. Encontrado em: http://www.sef.usp.br/wpcontent/uploads/sites/52/2015/05/SP-PD-CRUSP_-2009.pdf. Acessado em outubro de 2016).

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Diferentemente da situação local, no exterior a existência de alojamentos em universidades é uma prática bastante comum, havendo investimento para a execução de tais empreendimentos. Além da questão do financiamento, esses equipamentos são comumente pensados do ponto de vista arquitetônico: muitos deles são expoentes da produção de seu tempo, como o Pavilhão Suíço na Cidade Universitária de Paris de Le Corbusier:

O projeto para o Pavilhão Suíço de 1930 demostra um notável avanço nas técnicas de construção daquele período. Não obstante seu sistema construtivo misto, em concreto e aço, os pisos e paredes foram revestidos com diferentes materiais, sendo que as últimas receberam um tratamento acústico especial. (Santiago Calatrava, 1989, p.192)

Outro projeto notável sobre o tema é a Baker House do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) concebido por Alvar Aalto. O projeto foi altamente influenciado pelo Pavilhão Suíço de Le Corbusier e pela observância dos materiais utilizada por Frank Lloyd Wright. Sua concepção permitiu a criação de unidades de dimensões e composições variadas, o que segundo Scoaris (2002) é um dos fatores que permite que vários perfis de estudantes sejam comtemplados e tenham a possibilidade de se identificar e se apropriar do espaço fornecido pela habitação estudantil.

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Figura 06: O Pavilhão Suíço de Le Corbusier (Foto por Samuel Ludwig, encontrado em: http://www.archdaily.com.br/br/785156/classicos-da-arquiteturapavilhao-suico-le-corbusier)

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Figura 07: Plantas do Pavilhão Suíço (Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/785156/classicos-da-arquiteturapavilhao-suico-le-corbusier)

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Figura 08: Vista aĂŠrea da Baker House (Fonte: Foto por Above Summit com Christopher Harting encontrada em http://mit2016.mit.edu/campus-cambridge/evolving-frontier/architectural-evolution )

Figura 09: Planta Tipo da Baker House (fonte: http://academics.triton.edu/faculty/fheitzman/architecturalmethodology-C.html)

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Apesar de ser um conceito altamente abrangente e possuir as mais diversas formas de interpretação, para os termos aplicados à este trabalho podemos definir parques urbanos como “[...] espaços públicos com dimensões significativas e predominância de elementos naturais, principalmente cobertura vegetal, destinados a recreação.” (KLIASS, 1993). É portanto um elemento que compõe território e o qualifica em termos ambientais e sociais, criando espaços para convívio e lazer para a população. As áreas verdes oferecem diversos benefícios às cidades, sendo alguns deles o:

[...] controle da poluição do ar e acústica, aumento do conforto ambiental, estabilização de superfícies por meio da fixação do solo pelas raízes das plantas, interceptação das águas da chuva no subsolo reduzindo o escoamento superficial, abrigo à fauna, equilíbrio do índice de umidade no ar, proteção das nascentes e dos mananciais, organização e composição de espaços no desenvolvimento das atividades humanas, valorização visual e ornamental do ambiente, recreação, diversificação da paisagem construída. (BARGOS; MATIAS, 2011)

Outro benefício associado aos parques urbanos está relacionado à melhoria da saúde humana. Pesquisas hospitalares observaram que a recuperação de pacientes em quartos com vista para áreas arborizadas foi mais rápida que a de pacientes em quartos sem vista para o verde. Indo ainda mais longe, após essa pesquisa de 1984 por Roger S. Ulrich, foi observado que a mera presença de vegetação traz melhoras psicológicas, fisiológicas, cognitivas e comportamentais aos indivíduos a ela expostos. (MAGALHÃES; CRISPIM, 2003 apud FERREIRA, 2007).

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Dessa forma, em busca pela requalificação ambiental da área de projeto optou-se pela criação de um parque ecológico, segundo a definição de Macedo e Sakata, por ser uma tipologia que:

[...] objetiva prioritariamente a conservação desse ou daquele recurso ambiental, como um banhado ou um bosque. E, paralelamente, possui áreas muito concentradas, voltadas para a atividades de lazer ativo – como jogos e recreação infantil -, ao lado de áreas voltadas para o lazer passivo – como caminhadas por trilhas bucólicas e esparsas. (MACEDO, SAKATA, 2010, p.13).

A relação entre as esferas que compõem nosso ambiente construído nunca foi harmônica: para dar lugar ao espaço construído pelo homem cada vez mais áreas permeáveis foram consumidas e a proporção entre verde e concreto se desequilibrou dramaticamente. O trabalho teve como objetivo implantar o parque na área de projeto devido à demanda popular por um equipamento de lazer e pela situação das áreas verdes na região, que são quase inexistentes segundo o Ministério do Verde e Meio-Ambiente.

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Durante décadas a questão da sustentabilidade vem sendo discutida nas mais diversas esferas da produção humana. Seja no setor primário, secundário ou terciário, os métodos e características atuais de consumo e produção de tudo o que precisamos vem sendo revistos e cada vez mais iniciativas que prezam o viés sustentável vem tomando o merecido espaço nas discussões. A primeira materialização dessa discussão sobre o tema se deu na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo no ano de 1972. No evento foram apresentadas medidas a serem adotadas no âmbito socioambiental de desenvolvimento e define-se que “por desenvolvimento sustentável entende-se o desenvolvimento que satisfaz as necessidades atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras para satisfazerem as suas próprias necessidades” (CMMD, 1991). Em meio às discussões sobre o tema, o economista polonês

Figura 10: Banner da Conferência em Estocolmo. (Fonte: desconhecido, disponível em: <

naturalizado francês Ignacy Sachs estabeleceu 8 dimensões para o

http://sustentareviver.blogspot.com.br/2013/0

desenvolvimento sustentável: (a) social; (b) cultural; (c) ecológica; (d)

9/conferencia-de-estocolmo-1972.html>).

ambiental; (e) territorial; (f) econômica; (g) política nacional e (h) política externa. Segundo Sachs, todas essas dimensões devem ser levadas em conta para que o desenvolvimento sustentável seja possível (SACHS, 2002 apud LAMIN-GUEDES, 2012, p.230)

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O setor da construção civil é um dos grandes responsáveis por danos ao meio-ambiente em todo o planeta. O consumo é de em média um terço dos recursos naturais do mundo e 40% da energia produzida (CSILLAG, 2011). Tamanha é sua responsabilidade e seu papel diante da questão da sustentabilidade que o setor vem se aprimorando na busca por formas menos agressivas de continuar se expandindo e participando ativamente da economia dos países. Começamos então a utilizar o termo “construção sustentável”, que poderia ser definido como:

[...] um sistema construtivo que promove intervenções no meio ambiente utilizando ecomateriais, soluções tecnológicas

inteligentes,

adaptando-os

às

necessidades de uso, produção e consumo humano, promovendo o bom uso e a economia dos recursos finitos (materiais, água e energia não-renovável), a redução da poluição e melhoria da qualidade do ar no interior da habitação, possibilitando conforto para o usuário, sem esgotar os recursos naturais e preservando-os para as gerações futuras. (ARAÚJO, 2006 apud SALA, 2006, grifo nosso).

Em busca desse novo padrão de desenvolvimento e construção, criaram-se iniciativas de disseminação e viabilização do tema em discussão. Uma dessas iniciativas se deu na forma das certificações ambientais e selos verdes desenvolvidos para avaliar o desempenho das construções em busca da sustentabilidade no âmbito das edificações.

Figura 11: Principais selos utilizados no Brasil e no mundo: destaques para a aplicação mais popular, o LEED norte-americano, e para os seus precursores, o BREEAM britânico e o Passive House alemão.

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O setor da construção civil é o maior consumidor de

Internacionalmente, temos como líderes no uso de

recursos naturais no mundo, utilizando cerca de um

Energia Solar países como Alemanha e China, que

terço da matéria-prima mundial (CSILLAG, 2011) e de

investiram significativamente no uso extensivo da

energia elétrica (CBCS, 2014). As edificações são o maior

tecnologia e proporcionaram subsídios para que sua

consumidor de energia final no planeta e representam

população adotasse a matriz energética na esfera

o consumo de 48,5% de toda a energia elétrica

residencial. Houve um crescimento significativo da

disponível no Brasil. Ainda segundo o relatório do

geração de energia solar em 10 anos, mostrando que

Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS),

seu uso pode ser uma boa alternativa para

“como a maioria das emissões antropogênicas são

complementação da geração local de energia em

oriundas da geração de energia, a eficiência de

setores específicos.

edificações é de alta relevância e deve ser considerada como prioridade.” (CBCS, 2014). Com o constante aumento da demanda por energia devido ao crescimento populacional e o futuro esgotamento dos combustíveis fósseis, há uma necessidade urgente de um uso mais consciente de energia além da mudança da matriz energética mundial para fontes renováveis. Algumas formas a serem analisadas são a utilização de energia solar fotovoltaica Figura 12: Geração de energia solar fotovoltaica no mundo entre 2004

para fornecimento de energia elétrica e aquecimento de

e 2014. (Fonte: REN21, Global Status Report, 2015, p.37)

água.

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A participação brasileira mais expressiva no mercado de energias renováveis vem da exploração da energia hidroelétrica, cuja produção representa 8% de toda a produção mundial do gênero – ficando atrás apenas da China que produz 27% e é seguido pelos Estados Unidos (7.5%), Canadá (7.3%), Rússia (4.5%), Índia (4.3%) e os demais países que somados representam 41% (REN21, 2015). Além disso houve um crescimento de 3,3% na nossa capacidade de produção, que atualmente excede os 100GW. Infelizmente, em nenhuma outra categoria nosso país aparece como grande produtor – apenas no quesito aquecimento de água por Energia Solar somos citados segundo o relatório do grupo REN21 (REN21, 2015). A divisão da matriz energética brasileira atual se dá conforme o diagrama abaixo, de autoria do Ministério de Minas e Energia, publicado em sua Resenha Energética publicada em maio de 2016:

Figura 13: Matriz energética brasileira em 2015 (Fonte: MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA, 2016, p.4).

O uso de energia solar no Brasil se resume à aplicação para aquecimento de água devido aos altos custos dos painéis fotovoltaicos no mercado nacional e falta de incentivo que torne seu uso como fonte energética para indústrias e residências viável – o que resulta numa fatia que nem chega a 0,1% da nossa matriz. O mapa a seguir mostra o potencial de geração de energia elétrica brasileira em comparação com o alemão. As regiões sudeste e litorânea possuem os menores potenciais brasileiros, entretanto tais valores ainda são superiores à radiação máxima presente no país europeu:

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Figuras 14 e 15: Mapas de radiação solar do Brasil e Alemanha (Fonte: solargis.com)

O Brasil mostrou um crescimento significativo no uso de energia solar nesta modalidade, perdendo apenas para Turquia e China em potencial instalado no ano de 2013, conforme gráfico da REN21:

Figura 21: Países com maior crescimento no uso de energia solar térmica. (Fonte: REN21, Global Status Report, 2015, p.67)

43


Levando em consideração o consumo energético domiciliar na região sudeste, conforme resultados apresentados em pesquisa1 orientada pelo Prof. Enedir Ghisi, durante o verão o chuveiro elétrico representa uma fatia média de 14,55% (20,13kWh/mês) e no inverno assustadores 44,94% (90,48kWh/mês), o que mostra a potencialidade do sistema auxiliar na economia de energia doméstica. (Notas: 1 Alunos participantes: Natália Sens Fedrigo, Guilherme Gonçalves e Paulo Figueiredo Lucas. Usos Finais de Energia Elétrica no Setor Residencial Brasileiro, 2009). Segundo a Soletrol (sem data), o sistema, formado por coletores solares (placas) e o reservatório térmico (boiler) funciona da seguinte forma:

As placas coletoras são responsáveis pela absorção da radiação solar. O calor do sol, captado pelas placas do aquecedor solar, é transferido para a água que circula no interior de suas tubulações de cobre. O reservatório térmico, também conhecido por Boiler, é um recipiente para armazenamento da água aquecida. São cilindros

de

cobre,

inox

ou

polipropileno,

isolados

termicamente com poliuretano expandido sem CFC, que não agride a camada de ozônio. Desta forma, a água é conservada aquecida para consumo posterior. A caixa de água fria alimenta o reservatório térmico do aquecedor solar, mantendo-o sempre cheio. Em sistemas convencionais, a água circula entre os coletores e o reservatório térmico através de um sistema natural Figura 16: Esquema de funcionamento do sistema com reservatório

chamado termossifão. Nesse sistema, a água dos coletores fica

interno (Fonte: SOLETROL, s/data, disponível em:

mais quente e, portanto, menos densa que a água no

http://www.soletrol.com.br/extras/como-funciona-o-aquecedor-solar-

reservatório. Assim a água fria “empurra” a água quente

sol etrol/. Acesso em: outubro de 2016)

gerando a circulação. Esses sistemas são chamados da circulação natural ou termossifão. A circulação da água também pode ser feita através de motobombas em um processo chamado de circulação forçada ou bombeado, e são normalmente utilizados em piscinas e sistemas de grandes volumes. (SOLETROL, sem data).

44


Figura 17: Mapas demonstrando a energia elétrica necessária para aquecimento no Brasil (a) e o tempo de retorno do investimento no sistema de aquecimento de água (b). (Fonte: INPE, 2006)

A quantidade de coletores necessária depende diretamente do

tamanho

do

reservatório

térmico, que pode variar de 100 a 20 mil litros de capacidade. Os reservatórios funcionam como uma caixa d’água especial que mantém

quente

a

água

armazenada no aquecedor solar. O

principal

entrave

para

disseminação maior do uso desse sistema é o investimento inicial, ainda alto: R$450,00 para um sistema compacto dimensionado para uma família de baixa renda Figura 18: Esquema de funcionamento do sistema com reservatório externo. (Fonte: SOLETROL, s/data, disponível em: http://www.soletrol.com.br/extras/como-funciona-o-aquecedor-solarsoletrol/. Acesso em: outubro de 2016

45

o que representa 30 vezes o custo de um chuveiro elétrico (INPE, 2006).


Atualmente

sendo

utilizada

com

mais

corrente contínua das baterias em alternada para

frequência em locais isolados (onde não há conexão

funcionar em aparelhos que precisam desse tipo de

com a rede urbana (INPE, 2006) a energia solar

corrente (como a maioria dos eletrodomésticos)

fotovoltaica é utilizada para suprir as necessidades das

(PANORAMA

populações destas regiões, além de ser utilizada na

SOLARTERRA, sem data).

ENERGÉTICO,

sem

data

apud

agricultura devido à demanda de grandes áreas para geração de um potencial mais significativo. Apresenta ainda grande potencial de ser utilizada em áreas urbanas como fonte complementar para aliviar a demanda de energia da rede em horários de pico. O sistema de geração por células fotovoltaicas é composto pelos seguintes elementos:

TIPO DE CORRENTE

ELEMENTOS

Figura 19: Esquema representativo do funcionamento básico do sistema. (Fonte: Desconhecido, sem data. Disponível em: http://www.digiletric.com.br/divisao-energia-solar/energia-solar--fotovoltaica. Acesso em: novembro de 2016).

- Painéis ou módulos de células fotovoltaicas; Corrente Contínua 12V

- Suportes para os painéis; - Controlador de carga de baterias;

O sistema pode ou não estar conectado à rede

- Banco de baterias. - Painéis ou módulos de células

elétrica. No caso do exemplo acima, temos o chamado

fotovoltaicas;

sistema “Off Grid”, que, por não estar conectado à rede

Corrente Alternada

- Suportes para os painéis;

110/220V

- Controlador de carga de baterias;

demanda a presença de baterias para armazenar a

- Banco de baterias;

produção excedente. No caso do sistema “On Grid”, a

- Inversor de corrente.

ligação direta com a rede de energia permite que o

Tabela 01: Tipos de sistemas de geração de energia elétrica por painéis fotovoltaicos e seus componentes. (FONTE: acervo da autora com dados da SOLARTERRA, sem data)

consumidor que produza excedentes de energia gere créditos para consumo posterior. Tal procedimento é regulamentado pela ANEEL por meio da Resolução

A diferença entre os dois tipos de composição está na

Normativa nº 482/2012, que estabelece um sistema

presença de um inversor de corrente para a segunda

que:

situação, justamente por tratar-se de um sistema com corrente alternada, há a necessidade de transformar a 46


[...] permite que a energia excedente gerada pela unidade consumidora com miro ou minigeração seja injetada na rede distribuidora, a qual funcionará como uma bateria, armazenando esse excedente até o momento em que a unidade consumidora necessite de energia proveniente da distribuidora. Dessa forma, a energia elétrica gerada por essas unidades consumidoras é cedida à distribuidora local, sendo posteriormente compensada com o consumo de energia elétrica nessa mesma unidade consumidora (ou de outra unidade consumidora de mesma titularidade). (ANEEL, 2014, p.16)

Figura 20: Esquema explicativo do funcionamento da Resolução. (Fonte: ANEEL, 2014, p.17)

Por meio de uma pesquisa feita com base nos últimos 9 mil pedidos de orçamento para a instalação desse tipo de energia, a empresa SOLAR traçou um interessante perfil do mercado atual no Brasil, que, segundo a própria empresa, deve ter um crescimento de 300% neste ano e uma movimentação financeira de 100 bilhões de reais até 2030 (SOLAR, 2016). A pesquisa mostra alguns dados interessantes como o fato de 80% dos que procuram os serviços serem os consumidores finais de energia e que apenas 20% dos imóveis estão ainda em construção (ou seja, donos antigos buscam a adequação dos seus imóveis para utilizar o sistema). Isso representa valiosos critérios para possíveis investimentos futuros no setor, que hoje não possui desconto de alguns impostos como o ICI e ICMS que a indústria de energia eólica recebe. Caso tal desconto fosse aplicado para a energia fotovoltaica, teríamos uma redução de 30% do custo de produção do sistema (RECHARGE NEWS apud ABSOLAR, 2015).

47


48


Figura 21: Perfil do consumidor brasileiro no mercado. (Fonte: SOLAR, 2016, disponível em: http://www.portalsolar.com.br/mercado-de-energia-solarno-brasil.html. Acesso em: novembro de 2016).

Dentre as dez maiores economias do mundo, o Brasil possui a maior reserva de água doce do planeta, nossa média de disponibilidade hídrica de água doce renovável per capita chega aos 43.528 m3/hab.ano (UN-WATER, sem data apud CONSELHO BRASILEIRO DE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL, 2014), o que representa 4,5 vezes o volume dos Estados Unidos e mais de 21,5 vezes a disponibilidade da China. No entanto este dado precisa ser avaliado com cautela: desse enorme volume, mais 80% está localizado na bacia Amazônica, onde a demanda é significativamente menor que em regiões mais adensadas como nordeste, sul e sudeste – que não possuem tantas fontes nem superficiais nem subterrâneas disponíveis para consumo – resultando em 3.607m3/hab.ano em reservatórios artificiais (CONSELHO BRASILEIRO DE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL, 2014). Diante da situação complexa já identificada, segundo a CBCS, o próprio Plano Diretor:, [...] considera que são necessárias ações de gestão de demanda que possibilitem a redução de 32m3/s da demanda projetada para 2035. As ações previstas são: (a) a redução do índice de perdas nas redes públicas; (b) a gestão da demanda em edifícios – programas de uso racional da água e mudanças comportamentais; (c) mudanças tecnológicas e gestão do uso da água na irrigação; e (d) tecnologia na produção mais limpa e regulamentação da cobrança pelo uso da água nas indústrias. (CONSELHO BRASILEIRO DE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL, 2014, p.31, grifo nosso).

A água é vital para o homem, então há a necessidade de se trabalharem medidas que possam auxiliar seu uso mais consciente nas edificações. No caso de edificações o reuso de água das chuvas para descargas e torneiras além de políticas de benefícios aos que consumirem menos são medidas que devem ser consideradas em projeto para a otimização do volume de água disponível.

49


Uma das principais premissas do projeto proposto é a utilização de sistemas de captação e reuso de água. O sistema básico é composto de pontos de captação, sistema de filtragem, cisterna, bomba de recalque, reservatórios e tubulação para transporte da água no interior do prédio. Alguns cuidados devem ser tomados antes de utilizar a água da chuva, um deles sendo a garantia do “escoamento inicial”, definido como “água proveniente

Figura 22: Funcionamento esquemático de um sistema de captação e

da área de captação suficiente para carregar a poeira,

reuso de água da chuva em um edifício. (Fonte: Autor desconhecido,

fuligem, folhas, galhos e detritos” (ASSOCIAÇÃO

encontrado em PORTAL RHEMANET, 2015).

BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2007, p.2). A regulamentação para a qualidade da água de reuso é dada pela NBR 15527, intitulada “Água de chuva – Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis – Requisitos”. Outro cuidado é a identificação, na torneira ou tubulação de saída, de que aquela água é de reuso e – portanto – não potável para quem for manipular tal fonte não se confunda e use-a indevidamente. O sistema pode ser instalado tanto em edificações como em residências e consegue contribuir numa economia de 50% (ECYCLE, sem data).

Figura 23: Funcionamento esquemático do sistema com cisterna enterrada em uma residência. (Fonte: RAMOS, sem data, Revista Casa & Construção ed.55).

50


Uma alternativa para a grande área impermeabilizada nas grandes cidades foi o desenvolvimento das chamadas infraestruturas verdes. Responsáveis não apenas por uma qualificação visual do espaço construído elas vêm como elemento participante da rede de infraestrutura urbana, auxiliando no funcionamento da logística das águas e solos presentes no território. Podemos definir infraestrutura verde como sendo:

“[...] rede de espaços interconectados, na escala do planejamento urbano e regional, pode ser vista como uma “infra-estrutura verde”, composta de áreas naturais e outros tipos de espaços abertos que conservam os valores dos ecossistemas naturais e suas funções como mananciais, controle ambiental, regulação climática, recreação e lazer, provendo uma ampla gama de benefícios para a sociedade”. (BENEDICT; McMAHON, 2006 apud CORMIER, 2008).

Segundo Cormier e Pelegrino, 2008, a utilização de tal sistema se apresenta em diversas tipologias conforme mostra o esquema abaixo:

Jardim de Chuva Grade Verde

Canteiro Pluvial

INFRA VERDE

Lagoa Pluvial

Cisterna

Teto Verde

Biovaleta

Figura 24: Formas de Infraestrutura Verde. (Fonte: acervo da autora, 2017, com dados de CORMIER e PELEGRINO, 2008)

51


É composto por camadas de solo tratado com compostos orgânicos e areia, uma base responsável por servir de barreira contra raízes, um reservatório de drenagem e uma membrana impermeável. Eles absorvem a água da chuva, reduzem o efeito da ilha de calor urbano e contribuem para a eficiência energética da edificação, sendo uma opção para edifícios que possam lidar com a sobrecarga que o sistema transfere à estrutura. Podem ser classificados como extensivos, quando possuem uma sessão estreita (5-15cm), ou como intensivos, quando sua profundidade é maior (2060cm).

São basicamente uma variação menor do jardim de chuva. Com a vantagem de poderem ser implantados até mesmo em ambientes urbanos densos onde há pouca/quase nenhuma área disponível. Pode contar com um extravasor ou ainda contar apenas com a processos naturais de evaporação ou transbordamento quando for implantado sem que haja infiltração no solo.

São áreas de depressão topográfica, naturais ou moldadas, que recebem o escoamento da água vinda das coberturas ou áreas impermeáveis próximas à ela. O solo nela contido é tratado com compostos e insumos para aumentar sua porosidade e microrganismos presentes removem

poluentes

trazidos

com o

escoamento superficial. Estudos geotécnicos mais

Figuras 25, 26 e 27: Esquemas ilustrativos de Teto verde, Canteiro Pluvial e Jardim de Chuva. (Fonte: CORMIER, 2008).

aprofundados definem se esse volume de água pode ser única e inteiramente infiltrado no solo ou se deve ser redirecionado por meio de extravasores em momentos de picos de chuva que possam sobrecarregar o sistema. 52


53


54


Figura 28: Mapa de localização do terreno. (Fonte: Google Maps. Acesso em setembro de 2016)

A área escolhida foi um terreno que pertenceu à Eletropaulo por décadas e abrigou uma das primeiras indústrias da Light no Cambuci. Em 2012 a chamada popularmente como “gleba da Eletropaulo” foi vendida à GTIS Cambuci Empreendimentos e Participações Ltda., no valor de 160 milhões de reais (TOURINHO, 2016). O projeto que está na Prefeitura prevê a criação de 55mil unidades habitacionais que deveriam ser direcionadas ao mercado popular mas as obras ainda não foram iniciadas até o momento do presente trabalho. A sua inserção no perímetro da Operação Urbana Arco Tamanduateí, além de sua situação ambiental e social – ambas essenciais para o desenvolvimento de um projeto com políticas integradas num contexto urbano - foram analisadas numa tentativa de criar um projeto com uma resposta satisfatória à todas essas variáveis.

55


A região abriga diversas instituições de ensino dos mais variados níveis de instrução, o que fortaleceria o mercado para estudantes de tais estabelecimentos. Os mais próximos são o Senac Aclimação, a Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL), as Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), a Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), a Universidade Anhembi Morumbi (UAM Campus Paulista), o SENAI (Unidade Carlos Pasquale), o Centro Universitário da FEI (Campus São Paulo). Possui também em seu entorno duas estações de metrô (Liberdade e São Joaquim), uma de trem (Móoca) além de diversos corredores de ônibus e ciclo faixas que viabilizam o acesso de estudantes e moradores, mesmo que suas faculdades não sejam necessariamente as vizinhas.

Figura 29: Mapa de localização das Instituições de Ensino próximas ao terreno (Fonte: Google Maps, com manipulação da imagem pela autora)

56


Figura 30: Mapa de transportes disponíveis na região do terreno (Fonte: GeoSampa, com manipulação da imagem pela autora)

Figura 31: Mapa de equipamentos presentes na região do terreno (Fonte: Google Maps, com manipulação da imagem pela autora)

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Figura 32: Entorno imediato – poucas edificações altas dispersas, predominância de gabaritos baixos, de até 5 andares. (Fonte: Google Earth. Acesso em Novembro de 2016).

Com base nas visitas em campo efetuadas, foi elaborado o mapa de Uso e Ocupação do Solo, onde foi possível observar o caráter misto da região onde a tipologia mais comum são edifícios de 2 a 4 pavimentos com comércio e serviços no térreo e residências em seus pavimentos superiores. A região possui uma quantidade generosa de estabelecimentos institucionais como escolas primárias e de ensino médio, uma base da Polícia Militar, o INSS e igrejas. Foi possível também observar a grande concentração de serviços automotivos presentes, sendo que grande parte dos locais demarcados como “serviços” no mapa são pequenas oficinas ou estacionamentos. Os poucos comércios são diretamente relacionados à esse tipo de ocupação: lojas de peças, produtos de limpeza e pequenos bares são os outros componentes mais comuns dentro dos ambientes de comércio e serviço locais.

58


Figura 33: Mapa de Uso e Ocupação do Solo do entorno imediato do terreno. (Fonte: da autora, 2016).

59


Foto 34: Situação comum – imóveis em desuso com placas de aluga-se ou vende-se e em precária situação de conservação. (Fonte: da autora, 2016)

Figura 35: Vista da rua sem saída que dá para uma das extremidades do terreno. (Fonte: da autora, 2016)

Figura 36: Vista da calçada do terreno – arborização presente mas com calçadas esburacadas e estreitas (Fonte: da autora, 2016)

60


Figuras 37, 38, 39 e 40: Entorno do terreno. (Fonte: da autora, 2016).

61


A área escolhida encontra-se numa região delimitada como ZEIS-3 pela Lei de Zoneamento e se encontra na Macroárea de Estruturação Metropolitana, Setor I (Orla Ferroviária e Fluvial) e subsetor Arco Tamanduateí – inserindo-se em um contexto de proteção ambiental e patrimonial além de ter um papel importante Figura 41: Mapa contemplando o zoneamento da área escolhida – uma

no equilíbrio entre moradias sociais e postos de trabalho,

ZEIS 3 inserida na Macroárea de Estruturação Metropolitana. (Fonte:

segundo o Plano Diretor de São Paulo. (PDE, 2014).

GeoSampa. Acesso em setembro de 2016).

Justamente por estar inserida na Operação Urbana Consorciada Tamanduateí, a área é motivo de

Classificação no Plano Diretor

disputa por conta da proposta inicial da criação de um parque (que seria chamado Parque do Cambuci) mas com

Macroárea de Estruturação Metropolitana

a venda do terreno para a GTIS – cuja proposta seria apenas de um condomínio residencial com uma área

Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana

verde irrisória. Este plano não se concretizou, resultando

Classificação na Lei de Zoneamento ZEIS-3 (Zona Especial de Interesse Social)

em um impasse com relação à contribuição social que o Parâmetros de Ocupação

novo empreendimento traria para a região. O local

Mín. 0,5

também havia sido entendido como importante para a C.A

memória do bairro por ter sido casa das usinas da Light,

Básico 1

T.O

0,70

Máx. 4

havendo uma demanda patrimonial que não foi levada à diante: todos os galpões e estruturas da antiga indústria

Gabarito máximo

foram derrubados e o terreno entregue limpo ao novo dono.

N/A

Recuos Mínimos

5m (frente) 3m (fundos e laterais)

Perímetro de Qualificação Ambiental

PA1

Taxa de permeabilidade

0,25

Pontuação QA mínima

1,00

Cobertura Vegetal (alfa)

0,5

Drenagem (beta)

0,5

Tabela 02: Parâmetros legais a serem observados. (Fonte: da autora, com dados do PDE de 2014 e da Lei de Zoneamento de 2016).

62


63


A implantação em forma de duas lâminas paralelas teve como objetivo a criação de uma rua principal de comércio e serviços para atender o público interno e externo ao projeto. Isso criou espaço para equipamentos públicos, como a biblioteca e a academia, e estabelecimentos,

como

restaurantes,

farmácias,

padarias, papelarias e lojas que tenham o poder de suprir as demandas dos estudantes e oferecer aos moradores do entorno um novo local de compras e serviços para frequentar. Dessa forma temos potencial de atração de públicos diferentes em horários diferentes para manter a região em movimento constante – o que proporciona maior segurança e vitalidade ao local além de criar uma fonte de renda para o Complexo. Para permitir a permeabilidade visual do usuário criaram-se terraços em ambas as lâminas para que seu posicionamento paralelo não criasse um ambiente sufocante onde se perdesse a noção entre o que acontece fora e dentro dele. As unidades habitacionais foram pensadas de forma a atender a maior gama de perfis estudantis possível: desde aqueles que não se importam em dividir quartos e sanitários ou não têm condições financeiras de bancar um apartamento para si até aqueles que preferem uma unidade totalmente privativa. São então 8 tipologias de unidades com ocupação individual, dupla ou tripla sendo duas dessas unidades completamente acessíveis. Figura 42: Esquema da evolução da volumetria: a abertura da rua central, elevação do volume e o térreo livre, terraceamento dos volumes e a cobertura treliçada.

64


Em busca de alternativas de menor impacto ambiental, optou-se pelo desenvolvimento de uma estrutura pré-moldada por conta da vantagem do método de ser “seco” e modular. Tais fatores diminuem a geração de resíduo e a utilização de água durante a obra. Foram escolhidos perfis metálicos para a estrutura principal e light steel frame para a vedação. Tanto o parque como o edifício residencial utilizam energia solar e possuem sistema de captação de água da chuva de forma extensiva: são 3536 painéis fotovoltaicos para geração de energia e aquecimento de água, suficiente para atender a demanda de todas as unidades em água quente e reduzir em 65% a demanda de energia elétrica total da construção. Na questão hídrica são 2 reservatórios no subsolo com capacidade 180m3 de água de reuso disponíveis que podem ser usadas em descargas, serviços de manutenção, rega e similares.

65


Figura 43: Diagrama de bolhas inicial. (Fonte: acervo da autora)

O início da organização do programa se deu de acordo com o diagrama acima: foram estipulados tipos usos e seus potenciais de atração do público externo à área. A área dos moradores pedia algum tipo de barreira (sendo ela física ou não) para criação de um espaço minimamente privado. Partindo desse conceito as formas começaram a ser traçadas.

66


Tabela 04: Quadro de รกreas do parque

Tabela 05: Quadro resumo de รกreas totais

Tabela 03: Quadro de รกreas da moradia estudantil

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preocupação com a destinação da área. O texto da OUCMCV originalmente propunha a: Um dos bairros mais antigos de São Paulo, o Cambuci – de

[...] Implantação de Parque de lazer e cultura na gleba da Eletropaulo em área hoje contaminada, aproveitando as edificações indicadas como de prospecção de interesse de preservação, designando equipamentos de lazer, cultura e esporte no Parque – setor Cambuci. (EIA-Rima OUCMVC, 2013 apud TOURINHO, 2016).

nome homônimo ao da árvore antes abundante na região - , desde o século XVI era caminho da rota que tropeiros e viajantes comumente faziam indo e vindo de Santos – o antigo Caminho do Mar. Na atual Rua do Lavapés (local do projeto) e na época um córrego de mesmo nome, servia de repouso da árdua viagem representava também o limite entre o rural e o urbano e onde os viajantes literalmente lavavam os pés: ato respeitoso pois iriam adentrar a igreja (atual Igreja Nossa Senhora da Glória) e não podiam fazê-lo com os pés sujos e suados da viagem.

Figura 45: Proposta para a gleba da Eletropaulo (A11). OUCMVC, Mapa das Ações Integradas (Fonte: EIA-Rima OUCMVC, 2013 apud TOURINHO, 2016)

Figura 44: Rua do Lavapés. (Fonte: Jadiel Barbosa da Silva, sem data. Disponível em: http://hojesaopaulo.com.br/noticia/boa-vista-lavapesliberdade-as-curiosas-historias-das-ruas-famosas/6777

Desde o começo das discussões provocadas pela

Figura 46: Proposta para a agora denominada “antiga gleba Lavapés” (A11). (Fonte: Minuta do Projeto de Lei da OUCBT apud TOURINHO 2016)

Operação Urbana onde o local se insere houve a 68


Localizado em terreno contaminado já mapeado pela CETESB (figura XX), e em região definida pela Secretaria Municipal do Verde e Meio-Ambiente como com pouca concentração de área verde, ilha de calor urbana e local de baixa dispersão de poluentes, houve a preocupação em não apenas atender a demanda por lazer da população mas também requalificar ambientalmente a área. Seguindo as medidas de tratamento propostas pelo próprio órgão, a área recebeu bombeamento e tratamento de seu lençol freático e uma camada nova de solo para permitir o cobrimento da superfície contaminada.

Figura 47: Cadastro CETESB de áreas contaminadas. (3) Representa o terreno do projeto e a situação da contaminação. (Fonte: Estudo de Impacto Ambiental – Operação Urbana Mooca-Vila Carioca, 2013).

Outra preocupação foi manter a maior quantidade de árvores existentes no local, buscando não desestabilizar o solo que, além de alagadiço por conta de lençol freático próximo à superfície pode estar menos resistente por conta da contaminação e falta de cobertura vegetal (atualmente a terra está totalmente exposta após a demolição das edificações da indústria).

69


Figura 48: Espécies selecionadas. (Fontes: autores desconhecidos, Google Images, 2017)

Figura 49: Mapa de localização das espécies selecionadas. (Fonte: acervo da autora, 2017)

70


Na área do parque foram utilizados sistemas de captação, tratamento e reuso de água utilizando como referência o caso do estádio Mané Garrincha em Brasília. No subsolo da área do restaurante foram instalados reservatórios e junto à eles um sistema de filtragem de água, para que após tratada pudesse se reutilizada nos espelhos d’água ali existentes. Em época de chuva, os espelhos funcionam também com o verdadeiras bacias de retenção, evitando que água demais seja lançada na rede por meio de reservatórios de infiltração enterrados imediatamente abaixo deles. Quando não houver necessidade do manejo da água dessa forma os espelhos funcionam como elemento de controle climático reduzindo a temperatura do seu entorno.

Espelhos d'água Tratamento (Filtro de areia)

Sanitários Restaurante

Captação de água

Tanque de Limpeza

Cisterna Infiltração lenta Sem tratamento

Rega Lavagem

Figura 50: Funcionamento esquemático e simplificado do sistema de águas. (Fonte: acervo da autora, 2017 com base no projeto do Estádio Mané Garrincha – cujo organograma encontra-se nos anexos deste trabalho)

71


72


Figura 51: Esquema da trajetória solar e o posicionamento da edificação. (Fonte: AutoDesk Revit, acervo da autora, 2017)

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Figura 52: Carta Solar da cidade de São Paulo e a variação da temperatura entre 1961 e 1990. (Fonte: INMETRO/PBE, 2014. Disponível em: < http://www.pbeedifica.com.br/sites/default/files/projetos/etiquetagem/residencial/downloads/Anexo1RTQ-R.pdf>

Figura 53: Rosa dos ventos de São Paulo. (Fonte: ProjetEEE - Projetando Edificações Energeticamente Eficientes. Disponível em: http://projeteee.ufsc.br/. Acesso em janeiro de 2017).

Devido à impossibilidade de posicionamento dos quartos em uma única direção, priorizou-se a distribuição Leste/Oeste para que houvesse contato com o sol da manhã ou da tarde nas unidades. A proteção por brises móveis e as sacadas previnem a insolação de atingir diretamente o cômodo, evitando aquecimento excessivo. Segundo estudo da Secretaria do Verde e MeioAmbiente a região possui boa ventilação com ventos SE e NO

74


Figura 54: Técnicas sustentáveis na edificação. (Fonte: acervo da autora, 2017)

75


A divisão das unidades foi feita da seguinte forma: na lâmina em “I” alocaramse apenas apartamentos, distribuídos de forma a manter os acessíveis o mais próximo possível dos núcleos de circulação vertical. Na lâmina “U” organizouse as tipologias de apartamentos com vista para a rua interna, as unidades compartilhadas para o parque e os studios nos braços dos U. Tal organização se baseou na necessidades que os moradores terão da gama de ambientes coletivos: os moradores das unidades com 3 pessoas sem banheiro utilizarão com frequência a cozinha e o banheiro – então devem ter fácil acesso à eles bem como os moradores do studio não precisam necessariamente estar próximos já que possuem tudo em suas unidades privativas. A tabela e as plantas a seguir apresentadas mostram a disposição das unidades em todos os pavimentos.

Tabela 06: Divisão e quantidades das unidades previstas. (Fonte: acervo da autora, 2017)

76

Figura 55: Unidades. Ampliações junto aos desenhos técnicos. (Fonte: acervo da autora, 2017)


77


78


79






Figuras 56 a 63: Perspectivas 3D da moradia estudantil e seus terraรงos verdes (Fonte: acervo da autora, 2017)


Figuras 64 e 65: Área dos espelhos d’água e dos quiosques (Fonte: acervo da autora, 2017)


Figuras 66 e 67: Gramados e รกrea esportiva (Fonte: acervo da autora, 2017)


Figuras 68 e 69: Terraรงo e rua central. (Fonte: acervo da autora, 2017)


Figuras 70 e 71: Vista interna da cozinha e externa da รกrea do estacionamento. (Fonte: acervo da autora, 2017)


Figuras 72 e 73: Acesso pela Rua Cesรกrio Ramalho. (Fonte: acervo da autora, 2017)

































ESTRUTURA DA COBERTURA

2.00

.10

1.02

DETALHE 1

ESTRUTURA DA COBERTURA

DETALHE 2

COBERTURA 01

10

25

50m



39

40

01

39

40

10

38

38

37

37

25

36

36

35

35

34

34

33

33

50m

32

32

31

31

30

30

29

29

28

28

27

27

26

26

25

25

24

24

23

23

22

22

21

21

20

20

19

19

18

18

17

17

16

16

15

15

14

14

13

13

12

12

10

10

11

11

ELEV.5

9

9

8

8

7

7

5

5

ELEV.3

6

6

ELEV.2

ELEV.1

4

4

ELEV.4

3

3

2

2

1

1



39

40

01

39

40

10

38

38

37

37

25

36

36

35

35

34

34

33

33

50m

32

32

31

31

30

30

29

29

28

28

27

27

26

26

25

25

24

24

23

23

22

22

21

21

20

20

19

19

18

18

17

17

16

16

15

15

14

14

13

13

12

12

10

10

11

11

ELEV.5

9

9

8

8

7

7

5

5

ELEV.3

6

6

ELEV.2

ELEV.1

4

4

ELEV.4

3

3

2

2

1

1



A

B

C

D

E

F

G

H

I

J

K

L

M

A

B

C

D

E

F

G

H

I

J

K

L

M

CORTE CC

0 1

10

25

50m



40

39

38

37

36

35

34

33

32

31

30

29

28

27

26

25

24

23

22

21

20

19

18

17

16

15

14

13

12

11

10

9

8

7

6

5

3

4

2

1

+757.20 +752.20 +749.00 +745.80 +742.60 +739.40 +736.20 +733.00 +729.50 +726.00 +721.90 +717.80

CORTE AA 40

39

38

37

36

35

34

33

32

31

30

29

28

27

26

25

24

23

22

21

20

19

18

17

16

15

14

13

12

11

10

9

8

7

6

5

4

3

2

1

+757.20 +752.20 +749.00 +745.80 +742.60 +739.40 +736.20 +733.00 +729.50 +726.00 +721.90 +717.80

10

25

50m

A

A

B

B

C

0 1

C

CORTE BB



131


132


Para facilitar o entendimento do processo de pré-dimensionamento foi feita a tabela a seguir, compilando os dados utilizados e suas respectivas fontes. Dados

Fonte do Dado Consumo de água quente

Número de habitantes

1092

Área de cobertura total

11.311m

Unidades com torneiras

400

Projeto 2

Projeto Projeto Consumo de água quente

Volume per capita (apartamentos)

60 litros por dia

NB 128

Restaurantes e Similares

12 litros por refeição

NB 128

Lavanderia

15 litros por Kg de roupa seca

NB 128

Chuveiro

50 litros por banho

IBAM/PROCEL

Torneira

50 litros por dia

Manual de prédios eficientes em energia

Máquina de lavar roupa (residência)

150 litros por dia

elétrica, Rio, 2003

Consumo de água fria Volume per capita (apartamentos)

200 litros por dia

Lavanderia

30 litros por Kg de roupa seca 2

Rega de jardins

1,5 litros por m de jardim por dia

Restaurantes

25 litros por refeição

CREDER, Hélio. Instalações Hidráulicas e Sanitárias, 2006.

Área de Placas Solares Relação volume de água quente armazenada x área de instalação de painéis Produção de energia elétrica

1m3 ≈ 10m2 de placas solares

Chaguri Engenharia de Projetos

1kWp ≈ 7m2

Portal Solar

Consumo de energia elétrica Consumo anual per capita

Empresa de Pesquisa Energética (EPE), 2015,

2335kWh

Anuário estatístico da energia elétrica

133


Para prÊ-dimensionamento do sistema a ser instalado em projeto foi considerada a aplicação da energia solar para dois fins: aquecimento de ågua e produção de energia elÊtrica. No caso do sistema para aquecimento, alÊm da quantidade de painÊis instalados para tal fim existe o dimensionamento do reservatório de ågua quente a ele adjacente.

Reservatório de ågua quente Para garantir o fornecimento de ågua quente mesmo quando houver algum tipo de excesso ou imprevisto optouse pelo sistema com aquecimento auxiliar. Nessa situação quando a energia solar não for suficiente para chegar na temperatura de aquecimento os aquecedores ou a gås ou a energia elÊtrica são acionados. Mesmo ao utilizar essa forma o gasto de energia Ê menor, jå que a ågua utilizada jå estarå prÊ-aquecida. Para dimensionamento do reservatório tÊrmico (boiler) considera-se o valor de consumo diårio da edificação. Com as seguintes quantidades totais:

EdifĂ­cio Residencial: Banhos por dia: 2 por pessoa Torneiras de ĂĄgua quente: 1 por U.H. + 5 por cozinha coletiva = (1*400) + (5*6) = 430 torneiras MĂĄquinas de lavar: 15 unidades

Temos que: đ?‘‰đ?‘‘đ?‘–ĂĄđ?‘&#x;đ?‘–đ?‘œ = đ?‘‰đ?‘?â„Žđ?‘˘đ?‘Łđ?‘’đ?‘–đ?‘&#x;đ?‘œ + đ?‘‰đ?‘Ąđ?‘œđ?‘&#x;đ?‘›đ?‘’đ?‘–đ?‘&#x;đ?‘Ž + đ?‘‰đ?‘šĂĄđ?‘žđ?‘˘đ?‘–đ?‘›đ?‘Žđ?‘ đ?‘‰đ?‘‘đ?‘–ĂĄđ?‘&#x;đ?‘–đ?‘œ = (2 đ?‘Ľ 50 đ?‘Ľ 1092) + (430 đ?‘Ľ 50) + (15 đ?‘Ľ 150) = 109200 + 21500 + 2250 đ?‘‰đ?‘‘đ?‘–ĂĄđ?‘&#x;đ?‘–đ?‘œ = 132.950 đ?‘™đ?‘–đ?‘Ąđ?‘&#x;đ?‘œđ?‘ đ?‘‘đ?‘’ ĂĄđ?‘”đ?‘˘đ?‘Ž đ?‘žđ?‘˘đ?‘’đ?‘›đ?‘Ąđ?‘’

134


Lembrando que a probabilidade de todos os aparelhos estarem em uso simultaneamente ĂŠ baixa, consideramos um fator de simultaneidade de 0,7 para edificaçþes com mais de 25 apartamentos – o que resultaria na demanda mĂ­nima de 93.065 litros de ĂĄgua quente diĂĄrios. O padrĂŁo do mercado ĂŠ de reservatĂłrios com capacidade mĂĄxima de 1000 litros, sendo entĂŁo necessĂĄrios reservatĂłrios feitos sob medida, chegando Ă volumes entre 2500 e 5000 litros. Por conta disso e levando em consideração as dimensĂľes da fabricante Soletrol, os reservatĂłrios escolhidos foram:

Modelo

DimensĂľes Capacidade: 5.000 litros Quantidade: 14

Capacidade: 2.000 litros Quantidade: 12

(D) 1480mm (C) 3980mm (P) 900mm (D) 1480mm (C) 3980mm (P) 900mm

à rea de placas coletoras Segundo estudo da Professora da UFRJ, Claudia Barroso-Krause, considerando latitudes próximas às do Rio (como São Paulo) podemos considerar para prÊ-dimensionamento a proporção de 1m2 de placas para acionamento do sistema + 1m2 para cada 100 litros de ågua quente ou fração.

Temos entĂŁo:

đ??´đ?‘?đ?‘™đ?‘Žđ?‘?đ?‘Žđ?‘ = 1 + (

93065 ) = 1 + 930 100

đ??´đ?‘?đ?‘™đ?‘Žđ?‘?đ?‘Žđ?‘ = 931 đ?‘š2

135


Vale ressaltar que nĂŁo foram comtempladas as ĂĄreas

Ă rea de cobertura disponĂ­vel:

comerciais e pĂşblicas do projeto, sendo estas dependentes

đ??´đ?‘’ = đ??´đ?‘Ą − đ??´đ?‘ đ?‘Žđ?‘

convencional.

đ??´đ?‘’ = 11311 − 931 đ??´đ?‘’ = 10380đ?‘š2

Demanda energĂŠtica:

đ??ˇđ?‘’ = đ??śđ?‘?đ?‘? đ?‘Ľ đ?‘›đ?‘œ. đ?‘‘đ?‘’ â„Žđ?‘Žđ?‘?đ?‘–đ?‘Ąđ?‘Žđ?‘›đ?‘Ąđ?‘’đ?‘ đ??ˇđ?‘’ = (

2335 ) đ?‘Ľ 1089 = 211.901đ?‘˜đ?‘Šâ„Ž (đ?‘šđ?‘’đ?‘›đ?‘ đ?‘Žđ?‘–đ?‘ ) 12

Segundo consulta com duas empresas que realizam a instalação, para suprir 100% da demanda seria necessårio os seguintes sistemas:

Empresas

Consumo

PotĂŞncia

Qnt. de

Ă rea

mensal

Instalada

Placas

mĂ­nima

Solar

211.901kWh

2104kWp

8095

16836m2

NeoSolar

211.550kWh

1976kWp

7190

13834m2

Considerando a årea mÊdia das estimativas e a de cobertura disponível, desconsiderando completamente qualquer tipo de perda, seria possível apenas a instalação de aproximadamente 65% da demanda total.

136

da

rede

pĂşblica

e

do

sistema


AlÊm dos citados anteriormente para ågua ��í� = 200 � 1092

aquecida pelos painĂŠis solares foram instalados 2

đ?‘‰đ?‘šĂ­đ?‘› = 218.400 đ?‘™đ?‘–đ?‘Ąđ?‘&#x;đ?‘œđ?‘ đ?‘?đ?‘œđ?‘&#x; đ?‘‘đ?‘–đ?‘Ž ≅ 219đ?‘š3

reservatĂłrios para ĂĄgua de reuso e 2 para ĂĄgua fria, conforme os seguintes dimensionamentos:

O volume de combate Ă incĂŞndio foi calculado segundo a NBR 13.714, considerando o edifĂ­cio como residencial

ReservatĂłrios de ĂĄgua fria

e consequentemente com sistema classificado como

Segundo a NBR 5626, “[...] o volume de ĂĄgua reservado

tipo 1 – o que resulta em:

para uso domĂŠstico deve ser, no mĂ­nimo, o necessĂĄrio para 24h de consumo normal do edifĂ­cio, sem

�= ���

considerar o volume de ĂĄgua para combate a incĂŞndioâ€? Seguindo orientaçþes da mesma norma, o volume total

Sendo:

foi dividido em dois reservatĂłrios para que nĂŁo haja

V = Volume da reserva tÊcnica de incêndio em litros; Q = É a vazão em litros por minuto de dois jatos de ågua do hidrante

interrupção no fornecimento por conta de sua

mais desfavorĂĄvel hidraulicamente, conforme item 5.3.3 e Tabela 1 da

manutenção.

NBR 13.714; t = É o tempo de 60 minutos para sistemas tipo 1 e 2, e de 30 minutos para sistema tipo 3.

Considerou-se entĂŁo:

� = (100 + 100) � 60

đ?‘‰đ?‘šĂ­đ?‘› = đ??śđ?‘‘đ?‘?đ?‘? đ?‘Ľ â„Žđ?‘Žđ?‘?đ?‘–đ?‘Ąđ?‘Žđ?‘›đ?‘Ąđ?‘’đ?‘

đ?‘‰ = 200 đ?‘Ľ 60 đ?‘‰ = 12.000 đ?‘™đ?‘–đ?‘Ąđ?‘&#x;đ?‘œđ?‘ đ?‘?đ?‘Žđ?‘&#x;đ?‘Ž đ?‘?đ?‘œđ?‘šđ?‘?đ?‘Žđ?‘Ąđ?‘’ Ă đ?‘–đ?‘›đ?‘?ĂŞđ?‘›đ?‘‘đ?‘–đ?‘œ

Sendo: VmĂ­n = Volume mĂ­nimo do reservatĂłrio (m3); Cdpc = Consumo diĂĄrio per capita, segundo tabela de dados anteriormente apresentada.

Com isso temos: 137


Reservatórios de ågua de reuso Para ågua captada nas coberturas, terraços verdes e canteiros pluviais, considerou-se sua utilização para a lavanderia e rega de jardins:

đ?‘‰đ?‘™đ?‘Žđ?‘Ł = đ?‘‰đ?‘‘đ?‘–ĂĄđ?‘&#x;đ?‘–đ?‘œ đ?‘Ľ đ?‘›đ?‘œ. â„Žđ?‘Žđ?‘?đ?‘–đ?‘Ąđ?‘Žđ?‘›đ?‘Ąđ?‘’đ?‘ đ?‘‰đ?‘™đ?‘Žđ?‘Ł = 30 đ?‘Ľ 1092 đ?‘‰đ?‘™đ?‘Žđ?‘Ł = 32760 đ?‘™đ?‘–đ?‘Ąđ?‘&#x;đ?‘œđ?‘ đ?‘?đ?‘œđ?‘&#x; đ?‘‘đ?‘–đ?‘Ž OBS: Considerou-se, neste caso, a situação extrema e muito improvĂĄvel de todos os habitantes lavarem 1Kg de roupa no mesmo dia.

đ?‘‰đ?‘—đ?‘Žđ?‘&#x;đ?‘‘đ?‘–đ?‘›đ?‘ = Ă đ?‘&#x;đ?‘’đ?‘Ž đ?‘‘đ?‘’ đ?‘—đ?‘Žđ?‘&#x;đ?‘‘đ?‘–đ?‘›đ?‘ đ?‘Ľ đ?‘‰đ?‘‘đ?‘–ĂĄđ?‘&#x;đ?‘–đ?‘œ đ?‘‰đ?‘—đ?‘Žđ?‘&#x;đ?‘‘đ?‘–đ?‘›đ?‘ = 35000 đ?‘Ľ 1,5 đ?‘‰đ?‘—đ?‘Žđ?‘&#x;đ?‘‘đ?‘–đ?‘›đ?‘ = 52500 đ?‘™đ?‘–đ?‘Ąđ?‘&#x;đ?‘œđ?‘ đ?‘?đ?‘œđ?‘&#x; đ?‘‘đ?‘–đ?‘Ž

Por fim, os reservatórios escolhidos foram os modulares (no caso a referência seria o fabricante Fortlev). Capazes de comportar grandes volumes e serem prÊ-fabricados com módulos de 1mx1m e complementos de 0,5mx0,5m foram considerados uma boa opção para instalação no subsolo do Complexo.

Modelo

DimensĂľes (m) Vol.: 120m3 Quantidade: 2

(L) 6 (C) 10 (H) 2

Vol.: 90m3

(L) 6

Quantidade: 2

(C) 7

*ĂĄgua de reĂşso

(H) 2

138


139


140


O projeto tinha como premissa inicial a utilização de sistemas sustentáveis em uma habitação estudantil para verificar os benefícios de tais práticas na construção. A produção de energia in loco permitiria um grande benefício ambiental: a diminuição na utilização de fontes não renováveis seria de 3.663.593kg de CO2 emitidos na atmosfera – o equivalente a mais de 33.407.698km rodados de carro segundo a estimativa da empresa NeoSolar. O parque cobre uma área conhecida atualmente por enchentes, contribuindo para a diminuição da ocorrência das mesmas e promove uma opção de lazer para a população. A rotina estressante das cidades modernas cada vez mais criam a necessidade e desejo por lugares para “desestressar” e o contato com a natureza tem um efeito psicológico importante para o ser humano. Tal demanda justifica a implantação desse tipo de equipamento que é tão escasso na região central de São Paulo por conta do grande adensamento da área. O estudo mostrou como implantar sistemas de infraestrutura verde e métodos renováveis de geração de energia, além de destacar a importância dos espaços públicos de lazer para a população e para o meio-ambiente.

141


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Fiigura 74 e 75: Vista da implantação e corte longitudinal. (Fonte: Dal Pian Arquitetos Associados, 2015, disponível em: < http://www.dalpian.arq.br/en/projetos/moradia-estudantil-unifesp-8>)

146


Figura 76 e 77: Vista lateral com os brises e praça central – maior referência de projeto. A criação de uma rua de compras e serviços com potencialidades de atração interna e externa como a vista no projeto do escritório Dal Pian serviu de ponto inicial para o desenvolvimento do Complexo Estudantil Lavapés. (Fonte: Dal Pian Arquitetos Associados, 2015, disponível em: < http://www.dalpian.arq.br/en/projetos/moradia-estudantil-unifesp-8>)

147


Figura 78: Planta do 6Âş pavimento. (Fonte: ArchDaily, disponĂ­vel em: http://www.archdaily.com.br/br/798903/moradiaestudantil-cf-moller)

148


Figura 79: A cozinha como local de encontro social e confraternização dos moradores. A principal referência desse projeto foi a conformação do ambiente da cozinha por ser o local onde estudantes podem se conhecer e trocar experiências – o que é essencial para o crescimento pessoal, acadêmido e profissional. Cores vivas e disposição dos núcleos em meio ao ambiente fluído possibilitam o contato visual constante e dinamizam o ambiente. (Fonte: Torben Eskerod, sem data, disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/798903/moradia-estudantil-cf-moller>).

Figura 80: Biciletário. O edifício não incentiva o uso do automóvel individual ao disponibilizar apenas vagas para bicicletas. (Fonte: Torben Eskerod, sem data, disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/798903/moradia-estudantil-cf-moller>).

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151


Figura 81: Implantação da praça com sua setorização. (Fonte: ArchDaily. Disponível em: http://www.archdaily.com.br/br/0110294/praca-victor-civita-levisky-arquitetos-e-anna-julia-dietzsch)

152


Figura 82: Vista aérea que permite a visualização do deque, do anfiteatro e da horta. As tecnologias de tratamento, armazenamento e irrigação de água foram utilizadas como referência para enfrentar o desafio do solo contaminado em projeto. (Fonte: ArchDaily. Disponível em: http://www.archdaily.com.br/br/01-10294/praca-victor-civita-levisky-arquitetos-e-anna-juliadietzsch)

Figura 83: Áreas para prática de esportes ao ar livre e arborização distante do contato direto do público por conta da contaminação do solo. (Fonte: ArchDaily. Disponível em: http://www.archdaily.com.br/br/01-10294/praca-victor-civita-levisky-arquitetos-eanna-julia-dietzsch)

153


Figura 84: Implantação do parque. Sua disposição do programa com variados níveis de cobertura arbórea bem como os caminhos que levam a cada “seção” dos seus múltiplos usos serviram de norte para concepção do Parque do Cambuci. (Fonte: Aflalo & Gasperini Arquitetos. Disponível em: http://aflalogasperini.com.br/blog/project/parque-da-juventude/)

154


Figura 85: Caminho que leva à área predominantemente esportiva do parque. Quadras são dispostas de forma a criar espaços verdes e de observação em seu entorno, convidando quem não está jogando para assistir. (Fonte: Aflalo & Gasperini Arquitetos. Disponível em: http://aflalogasperini.com.br/blog/project/parque-da-juventude/)

Figura 86: Grandes áreas gramadas para atividades sem programa definido e ao fundo a massa arbórea comum do parque bem como as pertencentes à área de proteção ambiental estabelecida no local. (Fonte: Aflalo & Gasperini Arquitetos. Disponível em: http://aflalogasperini.com.br/blog/project/parque-da-juventude/)

155


156


157


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C A R O LR A MO SS I L V A

T R A B A L H OD EC O N C L U S Ã OD EC U R S O 2 0 1 7


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