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CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC CAMPUS SANTO AMARO BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO JOÃO MARCOS ADORNO GUIRAU

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro Universitário Senac, como exigência parcial para obtenção do grau de bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Professor orientador: Artur Katchborian SÃO PAULO 2017


Elaborada pelo sistema de geração automática de ficha catalográfica do Centro Universitário Senac São Paulo com dados fornecidos pelo autor(a). Guirau, João Marcos Adorno COworking CO-living - Compartilhando Espaços do Trabalho a Moradia / João Marcos Adorno Guirau - São Paulo (SP), 2017. 63 f.: il. color. Orientador(a): Artur Katchborian Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Arquitetura &Urbanismo) - Centro Universitário Senac, São Paulo, 2017. Economia compartilhada, moradia compartilhada, trabalho compartilhado, edifício multifuncional, convívio coletivo I. Katchborian, Artur (Orient.) II. Título


AGRADECIMENTO

É

difícil fazer um agradecimento e não cair no clichê, mas se não fossem por essas pessoas, certeza que não estaria onde cheguei!

Em primeiro lugar agradeço aos meus pais, por serem minha inspiração diária e por todo o apoio sempre que precisei. Está chegando a hora de andar pelas minhas próprias pernas. Obrigado por cada oportunidade, seja ela acadêmica, pessoal ou profissional; afinal de contas, se a Blocktime Coworking não existisse, dificilmente esse seria o tema escolhido para o TCC. Agradeço também aos meus avós, que desde de pequeno me incentivaram com os estudos da música, um dos motivos que me fizeram escolher arquitetura como faculdade. Agradeço também pela viagem a Nova Iorque, uma das melhores que já fiz, e que contribuiu muito para esse trabalho. Aos meus professores e orientadores Valeria Fialho e Artur Katchborian, muito obrigado por esse último ano, foi com certeza um ano de muito aprendizado e paciência. Cada puxada de orelha será lembrada com muito carinho, afinal de contas sem elas esse trabalho não existiria.

Aos meus amigos e companheiros desde o primeiro

semestre, Thila Bartolomeu, Lucas Lohengrin, Matheus de Lucca, Paolla Ferraresi, Renata Moutinho e Caroline Queiroz nós sobrevivemos ao HOSPIFAU, com várias noites sem dormir, trabalhamos de mentira para pegar peça na amiga, mas com muitas risadas e histórias para contar. Aos companheiros de TCC, Caio Espindola, Daniela Ciarvi e Marina Burjato, a aventura está chegando ao fim, a troca do orientador na metade do processo trouxe novos desafios, mas que conseguimos superar. Aos companheiros da vida, Renan Cazorla, Joana Benevides, Gustavo Ochiai, Gabriel Moreno, Fernanda Bittencourt, Paloma Pitre, Thais Tada, Luiza Tofik e Danilo Guimarães, obrigado por todas as aventuras e por sempre me apoiarem, que a festa seja em grande estilo. Aos heróis da Blocktime em especial a Maria de Souza, Kailana Macedo, Emmanuele Calisto, Nilda Souza e todos que já passaram pelo QG, obrigado por acreditar nos meus mais loucos sonhos e por fazerem parte dele. Por último e não menos importante, a todos que pediram carona e dividiram comigo as aventuras de cruzar km a km de marginal para chegar ou sair do Senacre, a todos que cruzaram o meu caminho e dividiram os sorrisos e lágrimas de cada conquista. Que venham muitas outras com vocês.


Sumário 1.As transformações nos ambientes Comerciais e Residenciais 1.1 Ambiente comercial 1.2 Ambiente residencial 2. Estudos de Caso 2.1 Inovações Arquitetônicas 2.2 Coworking 2.3 Co-living

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3. Projeto 3.1 Localização 3.2 Estudo Preliminar 3.3 O Projeto

25 25 27 38

4. Considerações Finais

62

5. Referências Bibliográficas 5.1 Bibliografia 5.2 Lista de Figuras

63 63 63


RESUMO

A

partir das demandas que surgiram nos últimos dez anos, sobretudo como consequência do desenvolvimento da economia compartilhada ou criativa - coworking e co-living -, este trabalho

Palavras Chaves Economia compartilhada, moradia compartilhada, trabalho compartilhado, open office, cohousing, comunidade, edifício multifuncional, convívio coletivo, espaços abertos, interação espaço pessoa.

de conclusão de curso propõe um projeto arquitetônico multidisciplinar que possa discutir as novas relações en-

tre espaços para moradia, trabalho e convivência. O terreno escolhido para esse projeto teve o entorno como fator decisivo, numa zona já consolidada, localizado no largo da Batata em Pinheiros, São Paulo, Capital. Além disso o terreno permite uma integração direta com a cidade uma vez que tem acesso pelos quatro lados, o que fortalece o partido do projeto, que visa diversas áreas compartilhadas, além de áreas públicas que incentivem o uso e o convívio tanto com moradores como com o comércio de rua presente na região. O processo que resultou neste projeto começou com um estudo da evolução do ambiente de trabalho no início do Século XX. Depois, foram apresentadas algumas transformações que edifícios residenciais passaram nas últimas quatro décadas. O segundo capítulo apresenta estudos de caso de projetos visitados em Nova Iorque e São Paulo, Capital, 2 grandes metrópoles com crescimento exponencial de espaços de coworking e ambiente favorável ao surgimento dos primeiros co-living. O autor relata experiências e breves relatos de fundadores de espaços compartilhados. Um dos casos apresentados – Blocktime Coworking - tem destaque porque é um projeto pessoal quepossibilitou incorporar na sua criação enquanto negócio os estudos de arquitetura e gestão, bem como a experiência vivenciada com outros espaços compartilhados. O terceiro capítulo apresenta o projeto em detalhes com planejamento, escolha do terreno e ensaios para definir o projeto final.

ABSTRACT Based on the demands that have emerged over the last ten years, especially as a consequence of the development of the shared or creative economy - coworking and co-living - this final project proposes a multidisciplinary architectural project that can discuss the new relationships between spaces for housing , Work and coexistence. The land chosen for this project had the environment as a decisive factor, in an area already consolidated, located in the Largo da Batata in Pinheiros, São Paulo. In addition, the terrain allows a direct integration with the city since it has access from all four sides, which strengthens the project party, which aims at several shared areas, as well as public areas that encourage the use and conviviality with both residents and The street trade in the region. The process that resulted in this project began with a study of the evolution of the work environment in the early 20th century. Then, some transformations were presented that residential buildings have passed in the last four decades. The second chapter presents case studies of projects visited in New York and São Paulo, Capital, 2 large metropolis with exponential growth of coworking spaces and environment favorable to the emergence of the first co-living. The author reports experiences and brief accounts of founders of shared spaces. One of the cases presented - Blocktime Coworking - stands out because it is a personal project that made it possible to incorporate in its creation as a business the studies of architecture and management, as well as the experience lived with other shared spaces. The third chapter presents the project in detail with planning, land selection and trials to define the final project.




INTRODUÇÃO

O

trabalho trata de um projeto arquitetônico, que visa discutir as relações entre espaços e pessoas nos ambientes residenciais, comerciais e culturais.

A definição que conhecemos hoje de escritórios corporativos e residências familiares sofreram muitas transformações aos longos dos anos. Essas transformações estão diretamente ligadas as evoluções tecnológicas, sejam elas nas técnicas construtivas que permitiram a construção de edifícios maiores com maior aproveitamento da área interna, seja na tecnologia que a cada dia evolui mais e proporciona um novo modo de comunicação entre as pessoas, o trabalho e a moradia. A economia também é um fator que determina como será a comunicação entre as pessoas. O capitalismo visa o lucro por meio do acúmulo de capital, bens privados e provoca grandes diferenças sociais. Uma economia baseada no consumismo põe em jogo diversos fatores e interfere no futuro das relações humanas. Esse cenário está mudando, uma nova economia baseada na troca está ganhando cada vez mais espaço. É a economia compartilhada ou criativa, que permite vários tipos de troca, seja serviços, conhecimento, experiência ou tempo entre as pessoas.

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Surgem dois novos conceitos diretamente relacionados a essa nova economia: um relacionado ao ambiente de trabalho e outro a moradia. O primeiro denominado de coworking e o segundo de co-living tem por princípios, compartilhar os mais diversos tipos de espaços com diferentes pessoas, hábitos e formações, com o intuito de criar uma comunidade, baseada nas trocas e principalmente na confiança entre as pessoas.

dividindo em duas partes, com referências nacionais e internacionais. O terceiro capitulo também subdividido em três partes traz o projeto arquitetônico propriamente dito. Por fim, seguem as considerações finais deste projeto.

Sendo assim, o foco deste trabalho de conclusão de curso é propor um projeto de um edifício multifuncional que a partir da arquitetura incentive o convívio coletivo, seja no trabalho, na moradia ou no lazer. Para discutir e melhor exemplificar esse universo de novos conceitos, apresento no primeiro capitulo as transformações que o ambiente de trabalho e moradia passaram nas últimas décadas até chegar nos dias atuais e como isso tem relação com o modo de vida e trabalho. No segundo capítulo, apresento os estudos de casos que influenciaram o projeto,

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1. As transformações nos ambientes Comerciais e Residenciais Oportunidades podem aparecer em qualquer situação e cabe a nós decidir como melhor aproveitá-las. Durante esses cinco anos de faculdade muitas oportunidades surgiram, mas a única que me levou a aprofundar os estudos sobre algum conceito foi a oportunidade de criar a Blocktime Coworking. 1.1 Ambiente comercial Um projeto que instigou a curiosidade sobre os novos espaços de trabalhos e também moradias e que baseados nos estudos de Cláudia Andrade (2007), mais precisamente do livro “A História do Ambiente de Trabalho em Edifício de Escritórios: Um século de Transformações” pude melhor compreender esses novos conceitos. A seguir apresento um resumo desses conceitos que relacionam-se diretamente aoprojeto arquitetônico, tema central deste estudo. Podemos considerar que o modelo de escritórios que utilizamos hoje surgiu no início do Século XX, após a primeira grande revolução industrial. Paralelamente ao Fordismo, surgiu o movimento do Taylorismo. Enquanto o primeiro serviu como modelo para a revolução do processo industrial implementando as linhas de montagem, o segundo

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serviu para o modelo dos primeiros escritórios, baseado na hierarquia formal e nos estudos de tempo e movimento aplicados nas tarefas diárias e permitiu extrair o máximo da capacidade produtiva humana. Os primeiros escritórios Taylorista, modelo de organização de trabalho concebido pelo engenheiro norte-americano Frederick Winslow Taylor, previa que diversos itens desde o mobiliário até a caneta utilizada pelos empregados foram minuciosamente estudados acreditando que quanto mais padronizado mais eficiente seria o trabalho. O modelo Taylorista está diretamente ligado a estratégia de gestão das grandes corporações. Um dos primeiros edifícios a ser construído nos moldes Taylorista foi o Edifício Larkin, projetado por Frank Lloyd Wright e que fica localizado em Nova Iorque, Estados Unidos. O segundo modelo que transformou a disposição dos escritórios ficou conhecido como Landscape Office ou Escritórios Panorâmicos/paisagens. Esse modelo começou a ganhar força no pós Segunda Guerra Mundial onde uma descentralização nas empresas provocou uma mudança na economia de mercado e na reestruturação das atividades de negócios. Os irmãos Alemães Eberhard

e Wolfgang Schenelle foram os pioneiros deste novo conceito e acreditavam que salas fechadas eram barreiras e que os escritórios precisavam de maior comunicação e inter-relacionamento entre as áreas para valorizar o funcionário e dar maior flexibilidade aos espaços. Pela primeira vez um lado mais humano estava sendo implementado no ambiente de trabalho, o que incentivou o fim da hierarquia de salas entre chefias e demais trabalhadores além do surgimento de áreas para conversas denominadas de lounge areas ou salas de estar. Outro importante estudioso para este conceito foi Peter Drucker, renomado administrador do século XX, que apostou na descentralização e que os funcionários eram recursos importantes e não apenas um custo para as empresas. A partir dos anos 70 um novo modelo de escritório começa a ser introduzido, denominado de Planta Livre onde os ambientes deveriam ser mais dinâmicos, práticos e flexíveis. Pioneiro desta técnica, o escritório de Herman Miller, apostou numa nova linha de mobiliários em que o biombo deixou de ser apenas um elemento divisório para ser um elemento estruturador do ambiente, além de trazer novos desenhos aos postos de trabalhos deixando eles mais compactos e funcionais sem perder o conforto.

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O foco principal deixa de ser o fluxo de comunicação e de processos e passa a estar relacionado ao indivíduo e sua posição hierárquica dentro da empresa. Percebe-se que os escritórios paisagens também fazem parte do modelo de planta livre, e que o processo está sendo uma evolução do conceito criado pelos irmãos Schnelle. Vale ressaltar o que foi dito por Klein, a implementação de um ambiente de Planta Livre deve ser feita de maneira cuidadosa, para não ter que sofrer mudanças novamente no layout e descaracterizar o projeto inicial por motivos de privacidade ou ruído. Além do mais, essa técnica não serve para todas as empresas e muito menos para qualquer edifício, é apenas uma das opções disponíveis para solucionar os espaços de um escritório. Analisando as duas últimas décadas, aconteceram diversas transformações sendo elas físicas ou conceituais e estão cada vez mais rápidas. Os escritórios do século XXI são totalmente diferentes dos escritórios do início do século XX, muito se deve a evolução tecnológica que estamos passando e que só tende a aumentar. Dentro desta evolução, dois novos conceitos para espaços de trabalho que caminham lado a lado surgiram. O primeiro idealizado e defendido pelo escritório Herman Miller como uma evolução natural do seu conceito de planta livre é chamado de “Living Office”. Já o segundo surgiu a partir da insatisfação de um programador com seu home office que resolveu

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convidar alguns amigos para trabalharem juntos e dividir os custos, além do espaço. Esse programador é Brad Neuberg, que resolveu chamar essa nova proposta de trabalho de coworking. A partir de um elemento comum, que são as pessoas, as propostas de “Living Office” e Coworking, além de caminharem juntas, uma pode ser complemento da outra. Analisando os espaços criados por ambos os conceitos, o princípio da organização está relacionado ao agrupamento de atividades que são executadas durante o dia a dia. Há momentos em que é necessário ter concentração ou até mesmo ficar sozinho, outros onde o compartilhamento de ideias é indispensável e outros onde apenas uma conversa informal acontece para renovar o folego e retornar ao trabalho. Quem define qual área é melhor para cada dia de trabalho são as pessoas, nesses dois conceitos não existe mais um posto de trabalho fixo, as pessoas são livres para escolher o que for melhor para cada atividade que precisam realizar. Essa divisão de áreas pode ser proposta de diversas formas, seja a partir de salas de reunião, ambientes compartilhados, salas individuais, refeitórios entre outros espaços. O conceito idealizado a partir do mobiliário desenvolvido por Herman Miller conseguiu agrupar as áreas de trabalho dentro de 10 tipos de usos, sendo os espaços nomeados da seguinte forma:

fig. 01 – Modelo 3D Living Office de Herman Miller

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Os espaços de trabalho estão sempre em constantes mudanças e o que esses dois últimos conceitos apresentados, atrelados a evoluções tecnológicas estão proporcionando, pela primeira vez, é o planejamento dos espaços a partir das pessoas e o que elas fazem. Essa é uma evolução que nunca terá fim, já que as pessoas estão sempre em constantes mudanças. O que no passado pensou-se que fosse bom, hoje não é visto mais dessa forma, e o mesmo pode acontecer daqui alguns anos. No passado, os escritórios tinham uma organização baseada na hierarquia, que evoluiu para organização em equipes, e agora já pode ser considerada como uma rede de conexões. Para o amanhã, baseado nas mudanças dos últimos 100 anos, é possível pensar na intensificação dessa rede, sendo ela alimentanda por diversas formas e em diversos níveis.

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fig. 02 – Organograma organizacional dos escritórios

Esses três organogramas cuja referência foi retirada do livro “A história do Ambiente de Trabalho em Edifícios de Escritórios” ilustra de forma clara a estrutura organizacional dos escritórios a medida que o tempo foi passando. É claro que ainda podemos encontrar os três tipos de escritórios até hoje, visto que são mudanças não apenas físicas, mas comportamentais também. Os conceitos de Living Office e Coworking estão inseridos no último organograma, onde a rede de conexões entre as pessoas é essencial para o desenvolvimento dos trabalhos.

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Linha do Tempo - Evolução dos Escritórios

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1.2 Ambiente residencial Seguindo essa linha de mudanças comportamentais, chegamos ao ambiente residencial, que em suas ultimas décadas sofreu grandes transformações, influenciados tanto pela evolução arquitetônica quanto pela forma como as famílias se relacionam e interagem entre si. A primeira grande mudança foi na quantidade de filhos. Segundo dados do IBGE, a média de filhos por mulher na década de 60 era de 6 filhos; já no censo de 2010 essa mesma média caiu para 1,90 filhos por mulher. Mudança clara que levou a redução principalmente do número de cômodos e consequentemente na metragem quadrada. O segundo fator que influenciou essas transformações foi o avanço tecnológico, com surgimento da TV. Até a década de 80 na maioria das residências existia apenas um único aparelho de TV e assistir TV era considerado um momento para reunir toda a família. Hoje é comum encontrar mais aparelhos de TV nas residências, geralmente 1 por comodo. Esse avanço tecnológico permitiu também o surgimento do computador pessoal, seguido pela internet e depois do telefone celular, que hoje é muito mais utilizado como um computador de bolso do que para fazer ligações e modificou substancialmente as relações entre as pessoas. O contato presencial passou para segundo plano e o contato on-line ganhou evidência. Mesmo ainda considerado frio mas com a possibilidades infinitas de conhecer pessoas pelo mundo inteiro sem nem mesmo sair de casa. Focando na cidade de São Paulo, mais precisamente nas construções de edificações residenciais,

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um levantamento apresentado pelo Jornal Estadão no dia 16/04/17 constatou que ¼ dos imóveis construídos são da década de 70. O que comparando com seus 463 anos é considerada uma cidade jovem. Outro fator interessante é a colocação de que quanto mais perto do centro mais velha é a média dos imóveis: 52 anos e quanto mais afastado, mais nova é a média, 15 anos. Isso pode ser explicado através do surgimento das chamadas “cidades dormitórios”localizadas nas periferias de grandes metrópoles como São Paulo, que como o próprio nome já diz, servem apenas como local para dormir, uma vez que a oferta de emprego não está disponível na região e aqueles que moram nessas áreas não tem condições financeiras para morar mais próximos dos empregos.

O modo como São Paulo foi verticalizada é fator de diversas críticas, muitas delas relacionadas ao plano diretor em vigor na época em que os projetos foram aprovados. As criticas são pertinentes, pois ao se verticalizar uma cidade o intuito é o adensamento populacional. Porém com lotes pequenos e tendo sempre que obedecer a recuos e gabaritos baixos, é quase impossível projetar grande edifícios. O arquiteto Valter Caldana, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, onde coordena o Laboratório de Políticas Públicas, chama a verticalização dos anos 70 de “pirulito no meio do lote”, devido aos recuos que tinham que ser respeitados.

O surgimento de novas opções de moradias compartilhadas tem como objetivo diminuir essas cidades dormitórios. Com valores mais acessíveis, cria opções de moradias próximos aos centros urbanos, onde a infraestrutura já está estabelecida e aproxima esses moradores de seus empregos para uma melhor qualidade de vida.

Além disso, durante essa época houve muita dificuldade em propor lotes com usos mistos, se opondo completamente a definição dos Edifícios modernos do início do século XX, que tinham por principio a defesa da vida coletiva, com a propostas de áreas compartilhadas como lavanderias, creches e até mesmo pequenos comércios, como o projeto habitacional de Marselha do Le Corbusier, localizado em Marselha na França.

Figura 04: Edifício Marselha – Le Corbusier - 1952

Figura 05: Edifício Marselha – Le Corbusier – 1952

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Hoje em dia ainda é predominante o pensamento de que tudo é individualizado, privativo e exclusivo. Porém, graças aos avanços da tecnologia e as últimas crises que estão fazendo o capitalismo ser questionado, esse modelo de vida coletiva está voltando à tona e mais do que isso, já começaram a aparecer algumas edificações projetadas com esse fim principalmente em grandes metrópoles como Nova Iorque e Londres. Como vimos, o surgimento da economia criativa ou colaborativa está trazendo um novo significado para as relações entre as pessoas. A relação com os espaços também está mudando, e no caso dos projetos residenciais, espaços compartilhados fazem cada vez mais sentido. Surgem como alternativa para completar as áreas privativas, em que devido a redução da metragem quadrada interna dos apartamentos, algumas áreas foram retiradas e inseridas nesses espaços, para melhor aproveitamento. Talvez por isso mesmo que dentro da última década os projetos residenciais que mais ganharam destaques na mídia paulista foram aqueles com o menor tamanho de planta, onde as áreas coletivas, como lavanderia, academia entre outros espaços cresceram e foram agregados a serviços Pay per use. A metragem desses apartamentos está chegando aos incríveis 14m2, projeto de autoria da incorporadora Vitacon, localizado na cidade de São Paulo. Denominados de miniapartamentos, o espaço interno é o mínimo necessário e conta apenas com uma parede de armário com apoio de copa, um banheiro e uma cama, como pode ser visto na planta abaixo.

Figura 06: Fachada Edifício Vita – 2016

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Figura 07: Planta apartamento 14m2 - Edifício Vita – 2016

Aprofundando ainda mais o conceito de compartilhamento e transformando o ato de morar na compra de um serviço e não mais um bem, começam a surgir os primeiros espaços de moradia compartilhadas chamados de Coliving. Esses espaços estão surgindo para suprir o déficit de moradias dentro dos grandes centros urbanos, aproximando as pessoas de seus trabalhos. Com valores acessíveis, com a proposta de promover a interação entre seus residentes e com a possibilidade de escolher entre apartamentos individuais ou coletivos, sem a perda da privacidade quando necessária, faz da solução um atrativo que começa a ser explorado. Com a redução dos apartamentos, não só as áreas compartilhadas se tornam essenciais para o dia a dia, mas a cidade com seus espaços públicos também passa a ser objeto de discussão. Um exemplo pode ser visto na fala do arquiteto Rodrigo Marcondes Ferraz do escritório FGMF: “Se há um lado ruim nesse fenômeno, há talvez um lado bom, que é a conscientização das pessoas com relação aos espaços públicos da cidade” e ele completa com “Se antes cada um só se preocupava com o interior de sua própria casa, agora morando em miniapartamentos as pessoas precisam usar mais espaços na cidade, o que demanda uma qualidade nos espaços públicos”.

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Linha do Tempo Transformações Ambientes Residências

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Planta Studio com 44m2

Planta com 72,8m2

Megavarandas Preocupação Estilo Neoclássico com as áreas comuns

1990

2000

Área comum superequipada Mega Mobiliário sob condomínios medida Plantas com chanfros

2010 Mudança na estrutura Apartamentos familiar Studios Lofts Flexibilização das plantas

Planta com 73,8m2 JOÃO MARCOS GUIRAU

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2. Estudos de Caso 2.1 Inovações Arquitetônicas Ao longo deste último ano de pesquisa, muitos foram os projetos analisados e visitados para compor as referências essenciais e definir o que de fato faria parte de um novo projeto e o que poderia ser descartado. Muitas visitas ficaram restritas a internet, uma vez que esse assunto está em crescente expansão pelo mundo, porém tive a oportunidade de visitar alguns espaços em duas grandes metrópoles. Devido a difusão do conceito de coworking ser muito maior do que a de co-living, talvez pelo motivo que o coworking é o pioneiro, mais da metade das visitas foram em espaços comerciais, seja aqui em São Paulo ou em Nova Iorque. São Paulo foi a cidade com mais locais visitados e onde mais tive contato direto tanto com usuários como com fundadores destes espaços. A segunda cidade que tive oportunidade de conhecer alguns espaços foi Nova Iorque, onde durante 15 dias fiquei hospedado numa residência pelo Airbnb e vivi a experiência de compartilhar espaços com pessoas que nunca tinha conhecido. Experiência que contribuiu muito para o início do projeto, uma vez que os espaços que conheci são totalmente diferentes do que temos aqui, principalmente pelo tamanho.

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De todos os espaços que visitei, os que mais influenciaram o projeto seguem apresentados a seguir, destacando seus pontos positivos e negativos. Novos escritórios de arquitetura como FGMF, Gui Matos, SPBR, Grupo SP, TripTyque entre outros estão emergindo e mudando os padrões de lançamentos, antenados nas transformações e com propostas arrojadas em que a arquitetura se comunica diretamente com a cidade. Sejam prédios comerciais, como residenciais, a proposta é a mesma: procurar uma melhor relação entre seus usuários e a cidade. Começo por apresentar um projeto inovador deste cenário de transformações.

Edifício Corujas – Edifício Comercial Projeto - FGMF Arquitetos Construtora – Idea Zarvos Construção - 2014 Área do terreno: 3.470 m² Área construída: 5.880 m² Vila Madalena - São Paulo

Neste projeto de autoria do escritório FGMF, localizado na Vila Madalena, seu grande destaque fica pela arquitetura mais humanizada, propondo diversas áreas compartilhadas, além de varadas externas e jardins privados para cada conjunto o que foge completamente dos prédios das grandes avenidas todos encaixotados em vidros. A partir de um limite de gabarito de nove metros, e com um terreno peculiar a ser explorado, o projeto foi dividido em duas edificações, frontal e posterior, o que possibilitou a implantação de uma praça interna aberta e de uso compartilhado. O edifício utiliza três materialidades para definir cada andar. No térreo a madeira é o principal elemento; no pavimento intermediário e superior, a materialidade fica por conta do concreto pré-moldado e estruturas metálicas, ambos colocados de forma aparente e que traz uma leveza ao projeto assim como a inclusão dos grandes caixilhos piso teto e brises metálicos, que permitem uma permeabilidade e incorpora a dinâmica do que ocorre dentro do prédio ao bairro.

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1.

Deste projeto vale ressaltar três pontos:

As grandes varandas presentes em todos os conjuntos, seja no térreo onde elas acontecem para baixo aproveitando o desnível do terreno ou nos andares superiores onde se criam vazios entre os conjuntos e há uma brincadeira com o pé direito, que hora é simples hora é duplo.

2.

As passarelas de estrutura metálica presentes nos dois andares superiores que perfazem os caminhos até a porta de cada conjunto e que foram inseridos de uma forma leve e com transparência sobre a praça.

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Essa é a única referência que não está relacionada a espaços de coworking, porém devido a sua implantação diferenciada com a proposta de valorizar as áreas compartilhadas, ele se tornou um ponto partida para o projeto.

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Fig. 09 - Planta Subsolo

Fig. 12 - Planta Segundo Pavimento

Fig. 15 – Fachada Edifício Corujas

Fig. 10 - Planta Térreo

Fig. 13 – Planta Cobertura

Fig. 16 – Pasarelas Edifício Corujas Fig. 11 – Planta Primeiro Pavimento

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Fig. 14– Corte Edifício Corujas

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2.2 Coworking Coworking em sua tradução literal significa trabalho compartilhado ou escritório coletivo. Porém, é muito mais do que isso, uma vez que está sempre em construção pois depende das pessoas presentes no espaço. Coworking é um termo novo, surgiu em 2005, porém utiliza conceitos antigos como os espaços colaborativos e dinâmicas colaborativas para incentivar novas práticas. Dessa forma, coworking não tem apenas uma definição, mas várias. As melhores definições que encontrei foram feitas por fundadores ou entusiastas do conceito. Coworking é um estilo de trabalho onde o foco está no relacionamento entre as pessoas, de forma que acabam dividindo experiências, aprendizados, trabalhos e criando, muitas vezes, laços de amizade mais fortes do que as relações profissionais.” Jorge Wanderley – Tot Coworking “Coworking é reunir a maior quantidade possível de pessoas diferentes, que tenham skills diferentes, mas que em algum momento podem encontrar interesses semelhantes.” Walker Massa – Nós Coworking

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Coworking é por definição, produzir junto. É estar próximo de uma ou mais pessoas, compartilhando estrutura, recursos e conhecimento. Desta forma, o trabalho vira prioridade e as preocupações extras são divididas, seja entre os coworkers ou assumidas por um espaço de Coworking. Coworking não são mesas e cadeiras, são pessoas e parcerias.” Fellipe dos Santos – Mútua Coworking “Coworking é muito mais que um trabalho, é um estilo de vida.” Anderson Costa – Movebla A partir do site www.coworkingbrasil.org, é possível conhecer alguns dos principais espaços de coworking no país. Além disso, esse portal tem sido responsável pelo levantamento senso dos espaços brasileiros que entre o ano de 2015 para 2016 apresentou um crescimento de 52%, atingindo a marca de 378 espaços ativos no início do ano de 2016 e com previsões de continuar crescendo em ritmo acelerado. A cidade com mais espaços de coworking no Brasil é São Paulo, que hoje já ultrapassou a marca de 100 espaços e continua aumentado. No mapa abaixo retirado do site www.coworkingmap.org é possível ver quais são as áreas com mais coworking na cidade.

Fig. 17 – Mapa de Coworkings em São Paulo - 2017

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Blocktime Coworking Projeto - João Marcos Guirau Reforma - 2013 Área Construída - 170m2 Pinheiros - São Paulo

A Blocktime Coworking é um projeto que nasceu das minhas próprias mãos e que continuo por traz da gestão diária deste espaço. Foi inclusive a partir deste projeto que meus estudos por coworking começaram e não parei mais. Em meados de 2013, quando já estava cursando a faculdade de arquitetura, surgiu a oportunidade de reformar um imóvel da família que estava parado há 10 anos e transformar em algum negócio. Ao ser apresentando ao conceito de coworking, que criou um novo conceito de trabalho com liberdade e interação, sabia que tinha achado o que queria fazer. O projeto de reforma dessa casa residencial dos anos 30/40 em um coworking não foi fácil. O conforto no espaço de trabalho foi o ponto de partida, sempre levei em consideração conforto térmico, acústico e ergonômico. Sem que fosse necessário alterar a parte estrutural da casa, aproveitei a distribuição original com quartos amplos, e divide os ambientes em três tipos: salas privativas, salas de reunião e espaços compartilhados, espalhados em três pavimentos. O acesso principal acontece pelo pavimento intermediário, onde estão as áreas de coworking, copa, duas salas privativa e banheiro. No pavimento superior, composto apenas por salas sendo

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duas privativas e uma de reunião, tem por principal característica ser um espaço mais tranquilo e devido a construção da casa ser feita em tijolo maciço, o andar apresenta uma eficiência acústica natural. Por fim, no pavimento inferior, temos mais três espaços: uma área técnica, outra sala privativa e onde um dia foi a garagem, se transformou em um lounge / sala de reunião, que tem um acesso exclusivo pela rua. Aprendi e continuo aprendendo muito com este projeto, tanto conceitos de gestão como conceitos arquitetônicos e gerenciamento de obra/ reforma. Mesmo com um planejamento bem feito, imprevistos acontecem e eles podem interferir no projeto por completo. Ver o antes e o depois da reforma e principalmente a casa ganhando vida e como o projeto arquitetônico influência no convívio das pessoas, foi e ainda é inspirador. Espaços pequenos como a copa, são os espaços que permitem maior interação entre as pessoas, onde o uso proposto influência diretamente na permanência, por mais que não seja um espaço para se passar horas, a todo instante tem pelo menos duas pessoas conversando.

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Blocktime Coworking 1.Acesso 2.Coworking 3.Salas Privativa 4.Copa 5.Lockers 6.Banheiro 7.Corredor 8.Sala de Reunião 9.Armários 10.Área Técnica 11.Lounge / Sala de Eventos 12.Entrada Subsolo

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Fig. 20 - Espaço Compartilhado (Coworking)

Fig. 23 – Planta Primeiro Pavimento

Fig. 18 – Fachada / Antes

Fig. 21 – Planta Abertura

Fig. 21 – Sala de Reunião

Fig. 24 - Lounge / Sala de Reunião

Fig. 19 – Fachada / Depois

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Fig. 22 - Sala Privativa

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As próximas referências fazem parte da viagem que fiz para Nova Iorque entre os dias 25/02/2017 à 11/03/2017. Não há local melhor para se inspirar e pesquisar sobre esses espaços do que essa cidade, uma das pioneras do assunto e que abriga as maiores redes de coworking do mundo, com uma contagem cada vez maior de espaços e mesas de trabalho. Numa rápida olhada no mapa presente no site coworker.com é possível imaginar a importância do tema coworking para a cidade, uma vez que só nesse site estão listados mais de centenas de espaços restritos apenas a ilha de Manhattan e seus bairros vizinhos mais próximos como Brooklyn.

Durante os 15 dias que passei na cidade pude visitar oito espaços, sendo sete de coworking, onde em quase todos passei um período trabalhando para entender como a estrutura funcionava e um coliving no qual conseguir passar uma noite e conhecer suas principais áreas. De uma forma geral o tamanho dos espaços assusta, uma vez que são muito maiores do que os espaço que temos aqui em São Paulo. Com uma média de pelo menos 5.000 mesas por unidade, não é difícil encontrar espaço divididos em múltiplos andares, deixando as áreas compartilhadas e salas de reunião sempre próximos as entradas ou térreos. Dos espaços de coworking que visitei, três merecem um destaque maior. Infelizmente nenhum dos espaços disponibilizou plantas ou esquemas de distribuição dos ambientes. Entre esses três espaços, dois são bem parecidos, ficando em grandes prédios com entradas exclusivas, tendo escritórios espalhados por diversos andares. Mas dois fatores incomodaram durante a experiência: a distribuição de diversas salas privativas de vidro ao longo de corredores que mais pareciam labirintos e as pequenas áreas dedicadas a coworking.

O terceiro espaço foi o único que visitei que se assemelha aos espaços brasileiros. Instalado em um único andar, sem divisão interna, com grande destaque para a área de coworking e apenas com uma sala de reunião ao fundo. Além disso, foi o único espaço que fui recebido pelo fundador Daniel Gutierrez, o que rendeu uma ótima conversa sobre espaços de coworking. Na definição dele: “coworking é tudo que deve acontecer dentro de um espaço aberto, compartilhado, onde todos se conheçam e possam se misturar sem nenhuma barreira, a partir do momento que salas privativas são criadas você quebra esse conceito e está criando apenas mais um escritório compartilhado”. Os espaços que comentei seguindo a ordem foram Wework Soho, Alley e Input Lofts, abaixo seguem algumas fotos com os detalhes observados.

Fig. 25 – Mapa de Coworkings em Nova Iorque - 2017

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Wework Soho Projeto – Miguel Mckelvey Reforma - 2010 Área Construída – 2.500m2 Manhattan - Nova Iorque

Fig. 27 - Wework Soho – Mini Mercado para membros

Fig. 29 – Wework Soho – Corredor de acesso as Salas Privativas

Fig. 26 – Wework Soho – Hall dos Banheiros

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Fig. 28 – Wework Soho – Cabines Telefônicas / Skype

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Alley Coworking Projeto – Echo Design + Architecture Reforma - 2015Área Construída – 3.700m2 Manhattan - Nova Iorque

Fig. 31 – Alley Coworking – Lounge e Copa

Fig. 30 – Alley Coworking – Corredor de acesso as Salas Privativas

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Fig. 32 – Alley Coworking – Hall de entrada

Fig. 33 – Alley Coworking – Banheiro Masculino com Barbearia

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Input Lofts Projeto –Daniel Gutierrez Reforma - 2010 Área Construída – 300m2 Manhattan - Nova Iorque

Fig. 35 – Input Lofts – Layout 3D Input Lofts – Layout 3D

Fig. 34 - Input Lofts – Copa

Fig. 36 – Input Lofts – Sala de Reunião

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Fig. 37 – Input Lofts – Lounge

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2.3 Co-living Por último, mas não menos importante, a visita do único espaço de co-living que consegui conhecer em Nova Iorque. O Welive que faz parte do mesmo grupo responsável pelo Wework e hoje representam a maior rede coworking no mundo e que estão espalhados por 16 países e ainda esse ano chegam ao Brasil com pelo menos três unidades, sendo a primeira instalada na Av. Paulista.

Welive Wall Street Projeto – Miguel Mckelvey Reforma - 2016 Área Construída –10.000m2 Manhattan - Nova Iorque

O Welive está instalado em um prédio em Wall Street, onde os oito primeiros andares foram destinados ao Wework e os demais dez andares destinados as moradias compartilhadas. É possível encontrar apartamentos de uma até oito pessoas, nos quais todos apresentam uma estrutura mínima de copa, sala e banheiros. Cada andar tem um espaço compartilhado, alguns menores destinado apenas a alguns andares como sala de TV ou copa e outros maiores destinados a todos os apartamentos como lavanderia e espaços Gourmet. Infelizmente como fiquei apenas uma noite, não conheci ninguém, então não pude conversar e saber como as coisas acontecem. De uma forma geral a distribuição dos ambientes lembra muito um hotel com vários quartos por andar ligados por um único corredor. Fig. 38 – Welive – Home Theater Compartilhado

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Fig. 39 – Welive – Lavanderia Compartilhada

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Fig. 40: Welive – Cozinha Compartilhada

Fig. 41: Welive – Quarto com disposição Cozinha

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Fig. 42: Welive – Quarto com disposição Sala

Fig. 43: Welive – Quarto com disposição Dormitório

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3. Projeto A proposta de um projeto multifuncional que envolve trabalho, moradia e lazer tem como objetivo a interação entre as pessoas dentro dos espaços. Tendo como ponto de partida dois novos conceitos: o coworking e o coliving, que preveem áreas compartilhadas com diferentes propostas de usos, foi possível projetar um edifício que utilizou esses espaços para propor novas formas de convício. O partido do projeto está na unificação de três edifícios, comercial, residencial e cultural através de áreas compartilhadas presentes principalmente no térreo e na cobertura. Duas grandes praças aterradas permitem uma visão limpa do edifício ao mesmo tempo que promovem espaços de interação com usos diversos.

Esses dois materiais juntos, proporcionarão uma leitura em conjunto do edifício, que a todo instante reforça um contraste da permeabilidade, presente no projeto.

3.1 Localização A escolha pelo terreno no largo da Batata em Pinheiros, São Paulo, Capital, foi feita dada a importância histórica da região e ao alto potencial comercial e residencial que a região oferece por ser uma região com zoneamento misto. E também por pertencer a Zona da Operação Urbana Faria Lima, o que resulta numa região com projetos para melhorias urbanas e sociais, além de um forte interesse da iniciativa privada.

O terreno escolhido para esse projeto fica no largo da Batata em Pinheiros, São Paulo, Capital e faz parte da Zona da Operação Urbana Faria Lima. Na questão estrutural e materialidade, o concreto é o elemento principal. Utilizado na forma de concreto armado para erguer o edifício com destaque para o revestimento externo ao natural. Por fim, os elementos anexos ao prédio como escadas e brises serão de estrutura metálica.

Fig. 45: Disposições Gerais Operação Urbana Consorciada Faria Lima

O projeto de revitalização resultante da Operação Urbana por qual o largo da batata passou e que foi concluído em 2016, teve como partido um concurso público nacional lançando em 2002, cujo projeto vencedor foi do arquiteto Tito Lívio Franscino. O projeto tinha que prever uma praça que englobasse o largo de Pinheiros e estimulasse na região o desenvolvimento de um novo perfil de atividades econômicas, baseado em serviço, comércio e cultura.

Fig. 44: Perímetro Operação Urbana Consorciada Faria Lima

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Dado esse panorama, o terreno escolhido fica entre a Av. Brigadeiro Faria Lima, as ruas Teodoro Sampaio, Cardeal Arcoverde e Dr. Manoel de Carlos Ferraz. Mesma área pertencente ao projeto do concurso de revitalização do Largo e que já previa a instalação de um edifício multifuncional no local.

Terreno Área: 7.800m2 Zona de Operação Urbana Faria Lima Coeficiente de Aproveitamento: Mínimo 0,3 | Básico 1,0 | Máximo 4,0 Taxa de Ocupação: 0,70 Taxa de Permeabilidade: 0,25 Largo da Batata – Pinheiros - São Paulo

Fig. 46: Localização do Terreno vista por satélite

Fig. 47: Foto do Terreno – 2013

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Fig. 48: Foto do Terreno – 2013

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3.2Estudo preliminar Nos estudos iniciais de implantação do projeto, o intuito era ter uma grande praça central que fosse o elo de ligação entre os demais edifícios. No caso o residencial, comercial e cultural. Os prédios ficariam recuados próximos a Rua Dr Manoel de Carlos Ferraz, sendo que o prédio mais afastado das ruas Teodoro Sampaio e Av. Faria lima seria destinado a moradia, devido ao menor fluxo de veículos como pedestres. O prédio central seria dedicado ao edifício cultural, previsto para comportar um teatro e um restaurante e por fim, o último prédio seria dedicado a parte comercial, como pode ser observado no plano de massas a seguir:

Fig. 49: Implantação com Plano de Massas do projeto

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Durante esse mesmo levantamento inicial, baseado nos estudos de casos e nas visitas, foi elaborado um programa mínimo no qual cada prédio deveriaapresentar. Nesse programa mínimo, muitas áreas que aparecem são comuns aos três prédios, mesmo tendo usos distintos, uma vez que são usos imprescindíveis ao dia a dia.

Uso Comercial - Postos de Trabalho compartilhados - Salas privativas - Salas de reunião e evento - Cozinha / Refeitório - Área de descompressão - Banheiros

Uso Residencial

Uso Cultural

- Studios individuais e coletivos - Cozinha - Sala de jantar/eventos - Lavanderia - Área de descompressão - Banheiros

- Teatro - Restaurante - Praça pública - Academia - Banheiros

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Ao começar com os estudos de volumetria e implantação final, diversos ajustes tiveram que ser feitos para que o prédio mantivesse sua proposta de integração a partir das áreas compartilhadas. A mudança mais significativa foi a alteração de uma praça central para duas praças aterradas, além de criar um térreo totalmente permeável transformando-o num grande pilotis, em que apenas as áreas de circulação fossem os elementos visíveis. Ao mesmo tempo em que a implantação ia sendo alterada, a volumetria do edifício foi ganhando forma. Começou como um grande retângulo fechado em vidro nas áreas destinadas ao edifício cultura, com uma implantação ao centro do terreno e terminou como um polígono com diferentes aberturas com uma implantação na diagonal se aproveitando mais do terreno e com dois grandes brises nas laterais como forma de proteção, devida a grande intensidade solar resultantes das fachadas Leste e Oeste, ao mesmo tempo um elemento que permite uma leitura permeável de todo o edifício sem que a circulação de ar fosse comprometida.

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Fig. 50: Estudo de Implantação

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Fig. 51: Implantação Geral

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ÁREAS (m²) Area do Terreno CA - Coeficiente de Aproveitamento FA - Fachada Ativa Taxa de Ocupação Taxa de Permebilidade Nº de Unidades

14 20 3 10 3 2 20 5 20 5 5 Nº de Unidades

3 1 2 1 2 1 1 1º pavimento 1 1 1 2º pavimento 3 2 1 1 1 3º pavimento 1 1 1 4º pavimento 1 1 1 1 1 5º pavimento

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Tipologias (m²) ÁREAS (m²)

Edifício Residêncial 18 252 27 540 40 120 36 360 37 111 37 74 45 900 70 350 95 1900 88 440 250 1250 TOTAL 6297

Tipologias (m²) ÁREAS (m²)

Edifício Comercial 36 108 44 44 46 92 48 48 95 190 135 135 250 250 Sub total 867 730 730 90 90 160 160 Sub total 980 36 108 95 190 730 260 120 120 240 240 Sub total 918 730 730 90 90 160 160 Sub total 980 75 75 67 67 730 440 90 90 160 160 Sub total 832 TOTAL 4577

Nº de Unidades

7.790 4,00 0,50 TOTAL 0,70 0,25

Legal 31.160 1.300 32.460 5.453 1.948

Observações

Unidade Habitacional Unidade Habitacional Unidade Habitacional Unidade Habitacional Unidade Habitacional Unidade Habitacional Unidade Habitacional Unidade Habitacional Unidade Habitacional Área compartilhada circulação Observações

Sala Comercial Sala Comercial Sala Comercial Sala Comercial Sala Comercial Área compartilhada circulação Planta Livre Área compartilhada circulação Sala Comercial Sala Comercial Planta Livre Área compartilhada circulação

Tipologias (m²) ÁREAS (m²)

1 1 1 Teatro 1 Praça 1 1 Academia 1 1 Restaurante

Edifício Cultural 380 380 175 175 40 40 Sub total 595 380 380 Sub total 380 380 380 40 40 Sub total 420 180 180 240 240 Sub total 420 TOTAL 1815

Nº de Unidades

Tipologias (m²) ÁREAS (m²)

1 Cobertura 1 1 Terreo

Área Comum 655 655 Sub total 655 2200 1100 400 400 Sub total 1500 TOTAL 1500

Nº de Unidades

Tipologias (m²) ÁREAS (m²)

13 88 1 1 1 1 1º Subsolo 112 1 1 2º Subsolo 112 1 1 3º Subsolo Vagas Comercial Vagas Residencial Nº de Unidades

Planta Livre Área compartilhada circulação

1 1

Sala Comercial Sala Comercial Planta Livre Área compartilhada circulação

Prédios Subsolos Área Construída

Subsolos - Garagem 12 156 10 880 80 80 245 245 1600 1600 630 630 Sub total 3511 10 1120 120 120 1800 1800 Sub total 3040 10 1120 120 120 1800 1800 Sub total 3040 60 1680 97 2716 TOTAL 5195

Tipologias (m²) ÁREAS (m²)

Área Permeável 576 576 1558 1558 TOTAL 2134

Observações

Teatro Depósito circulação Praça Academia circulação Restaurante circulação

Observações

Área Coberta Uso Público circulação

Observações

Vagas Deficientes Vagas Normais Carga e Descarga Circulação Pedestre Circulação Carro Rampas Vagas Normais Circulação Pedestre Circulação Carro Vagas Normais Circulação Pedestre Circulação Carro 28 Não Computável Não Computável Área total Observações

Área Permeável 100% Área Permeável 50%

Área Total em m² TOTAL 14189 TOTAL 5195 TOTAL 19384

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3.3 O Projeto Com a volumetria e a implantação definidas, o projeto interno de cada área começou a tomar forma. O que externamente parece um edifício único, na verdade são três prédios conjugados que tanto podem funcionar de maneira conjunta, como separados, uma vez que, os três edifícios apresentam infraestrutura mínima e circulações independentes. Para uma melhor compreensão nessa primeira planta fui colocando cor para identificar cada uso, sendo azul para o edifício residencial, cinza para o edifício cultural e por fim laranja para o edifício comercial. Nas próximas páginas será possível acompanhar em detalhes cada pavimento e a partir das legendas separadas pelas mesmas cores identificar o que há em cada área. Térreo – Nível 733 1.Acesso Pedestre 2.Acesso Carro 3.Praça Aterrada 4.Pilotis 5.Banheiro 6.Circulação Vertical 7.Arquibancada 8.Escada

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Fig. 52: Implantação Detalhada

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1º Subsolo – Nível 730 1.Acesso Carro 2.Circulação 3.Rampa 4.Hall 5.Carga e Descarga 6.Circulação Vertical

Fig. 53: Planta 1º Subsolo

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2º Subsolo – Nível 727 1.Circulação 2.Rampa 3.Hall 4.Circulação Vertical

Fig. 54: Planta 2º Subsolo

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3º Subsolo – Nível 724 1.Circulação 2.Rampa 3.Hall 4.Circulação Vertical

Fig. 55: Planta 3º Subsolo

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Primeiro Pavimento – Nível 738 Co-living 1.Circulação Vertical 2.Hall 3.Arquibancada 4.Lavanderia / Sala de Jogos 5.Apartamentos

Cultural 1.Circulação Vertical 2.Depósito 3.Escada 4.Teatro

Coworking 1.Circulação Vertical 2.Hall 3.Arquibancada 4.Banheiro 5.Conjuntos 6.Copa / Área compartilhada

Fig. 56: Planta Primeiro Pavimento

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Segundo Pavimento – Nível 743 Co-living 1.Circulação Vertical 2.Hall 3.Escada 4.Espaço Gourmet 5.Apartamento

Cultural 1.Circulação Vertical 2.Hall 3.Banheiros 4.Área Técnica 5.Teatro 6.Palco

Coworking 1.Circulação Vertical 2.Hall 3.Escada 4.Banheiro 5.Coworking / Open Office 6.Sala de Reunião 6.Copa / Área compartilhada Fig. 57: Planta Segundo Pavimento

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Terceiro Pavimento – Nível 748 Co-living 1.Circulação Vertical 2.Hall 3.Escada 4.Sala de Cinema 5.Apartamentos

Cultural 1.Circulação Vertical 2.Escada 3.Varanda

Coworking 1.Circulação Vertical 2.Hall 3.Escada 4.Banheiro 5.Conjuntos 6.Coworking / Open Office 7.Sala Privativa 8.Sala Individual / Telefone 9.Copa / Área compartilhada

Fig. 58: Planta Terceiro Pavimento

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Quarto Pavimento – Nível 753 Co-living 1.Circulação Vertical 2.Hall 3.Escada 4.Biblioteca 5.Apartamentos

Cultural 1.Circulação Vertical 2.Hall 3.Academia 4.Vestiário 5.Estúdio

Coworking 1.Circulação Vertical 2.Hall 3.Escada 4.Banheiro 5.Coworking / Open Office 6.Sala de Reunião 7.Copa / Área compartilhada Fig. 59: Planta Quarto Pavimento

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Quinto Pavimento – Nível 758 Co-living 1.Circulação Vertical 2.Hall 3.Escada 4.Lounge 5.Apartamentos

Cultural 1.Circulação Vertical 2.Hall 3.Restaurante 4.Banheiro 5.Cozinha 6.Dispensa / Freezer

Coworking 1.Circulação Vertical 2.Hall 3.Escada 4.Banheiro 5.Coworking / Open Office 6.Sala de Reunião / Evento 7.Copa / Área compartilhada 8.Sala Individual / Telefone Fig. 60: Planta Quinto Pavimento

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LAYOUT 01 - 18m2

LAYOUT 02 DUPLEX - 27m2

LAYOUT 03 - 40m2

Fig. 61: Ampliações dos Layouts residenciais

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LAYOUT 04 - 36m2

LAYOUT 05 - 37M2

LAYOUT 06 - 37M2

Fig. 62: Ampliações dos Layouts residenciais

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LAYOUT 07 DUPLEX - 45m2

LAYOUT 08 DUPLEX - 95M2

LAYOUT 09 - 70M2

Fig. 63: Ampliações dos Layouts residenciais

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Cobertura – Nível 76 1.Circulação Vertical 2.Cobertura 3.Escada 4.Terraço 5.Banheiro 6.Churrasqueira

Fig. 64: Planta Cobertura

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Fig. 65: Vista em 3D - Frente

Fig. 66: Vista em 3D - Lateral

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Fig. 67: Vista em 3D - Fundos

Fig. 68: Vista em 3D - Lateral

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Fig. 69: Corte AA

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Fig. 70: Corte BB

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Fig. 71: Corte CC

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Fig. 72: Detalhe Escada Metálica do prédio Cultural

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Fig. 73: Detalhe do Brise Metรกlico externo

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4. Considerações Finais

A

proposta que concretizou o tema deste TCC só surgiu pois, desde de 2014 me tornei co-fundador e gestor da Blocktime Coworking.

Como já citado anteriormente, o projeto é um escritório compartilhado em que participei desde a fase inicial da reforma do imóvel e onde continuo até hoje como gestor do espaço. Durante esses três anos afrente deste negócio, a curiosidade sobre o tema compartilhamento e colaboração só foi aumentado, e vi uma oportunidade ainda maior em ampliar meus estudos com a chegada do TCC. Ao escolher o tema de Coworking, percebi que trabalhar só com a questão do espaço de trabalho não seria um diferencial, por mais que, o tema seja recente e esteja em expansão exponencial pelo mundo, todas as pessoas que trabalham também precisam de um local para morar. Dessa forma foi que surgiu a segunda parte do tema o Co-living. Grande parte de toda a pesquisa foi feita de forma on-line por motivos de localização, uma vez que a maior parte dos espaços ficam fora do país principalmente os espaços de co-living, um conceito que surgiu em 2016, ou seja, está muito recente e os projetos ainda estão em fase inicial de testes. Fazer parte do dia a dia de um coworking contribuiu muito, principalmente na hora de projetar os novos espaços. Ver o que funciona e o que não funciona na prática é bem JOÃO MARCOS GUIRAU

diferente do que apenas ler sobre isso. Do projeto inicial, a casa onde a Blocktime coworking está instalada sofreu diversas transformações afim de se adaptar aos clientes e isso me fez perceber que um espaço de coworking é algo que está sempre em constante transformações. Durante a pesquisa, o ponto comum entre o surgimento dos coworkings e dos co-livings, foi a evolução tecnológica. Seja ela física ou virtual, o que permitiu que as relações entre as pessoas e o espaço se transformasse ao longo dos anos. Na questão dos espaços de trabalhos, houve uma evolução de conceitos, mas os estudos revelaram que desde o início do século XX já haviam áreas de trabalhando sendo compartilhadas. Na questão dos espaços residenciais, o que mais tem influenciado as transformações são as mudanças na estrutura familiar, cultural e a inflação imobiliária que elevou os preços dos imóveis dentro das metrópoles, ocasionando uma redução drástica no tamanho dos apartamentos. Todas essas transformações aconteceram com o intuito de melhorar a qualidade de vida das pessoas. A conclusão que tiro deste trabalho é que os espaços estarão sempre em constante transformações. Cabe ao projeto de arquitetura conseguir se adaptar as mudanças que devido aos avanços tecnológicos estão cada vez mais rápidas e propor áreas que facilitem o dia a dia.

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5.Referências Bibliográficas 5.1 Bibliografia

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10 de outubro de 2016 às 20:00h

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com.br/evolucao-dos-edificios-residenciais-em-sao-paulo/

própria

Figura 03: Linha do Tempo Evolução dos Escritórios – Produção

Figura 47 e 48: Fotos do Terreno. Disponível em:<http://fo-

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JOÃO MARCOS GUIRAU

COWORKING COLIVING

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