PAOLA FERRARESI
CENTRO DE REFERÊNCIA PARA DEFICIENTES VISUAIS DORINA NOWILL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Senac, como requisito parcial para obtenção do título de Arquiteta e Urbanista. Orientadora: Prof.ª Dra. Valéria Fialho
São Paulo 2017
Elaborada pelo sistema de geração automática de ficha catalográfica do Centro Universitário Senac São Paulo com dados fornecidos pelo autor(a). Ferraresi, Paola Centro de referência para deficientes visuais Dorina Nowill / Paola Ferraresi - São Paulo (SP), 2017. 79 f.: il. color. Orientador(a): Valéria Fialho Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo) - Centro Universitário Senac, São Paulo, 2017. Deficientes visuais. Inclusão. Arquitetura sensorial. Acessibilidade. Percepção espacial. I. Fialho, Valéria (Orient.) II. Título
AGRADECIMENTOS Dedico este projeto à minha família e amigos que estiveram ao meu lado nesse um ano de ansiedade. Gratidão por essa conquista e conclusão em minha vida. Grata ao meus pais por sempre me apoiarem e estarem ao meu lado, à minha irmã por aguentar meus momentos de nervosismo e principalmente as minhas melhores amigas: Gabriela Pacheco, Gabriela Seglio e Thaís Mara, companheiras de desabafos, onde encontro meu equilíbrio; amor eterno por todos vocês. Gratidão eterna pela paciência e dedicação do Professor Maurício Petrosino e minha orientadora Professora Valéria Fialho. Muito obrigada !
RESUMO
O seguinte trabalho propõe uma instituição para deficientes visuais, localizado na zona oeste de São Paulo, no bairro de pinheiros, utilizando como referência a Fundação Dorina Nowill. A análise desta referência projetual teve como enfoque analisar interações sociais, culturais e didáticas servindo de embasamento para o desenvolvimento da proposição do Trabalho de Conclusão de curso. Dessa forma, esses conceitos foram aplicados projetualmente para estabalecer ambientes que proporcionam uma experiência cognitiva da edificação e uma melhor vivência espacial e social. Portanto, esse trabalho possui uma preocupação com a mobilidade, a educação do deficiente e sua inclusão social. Sendo assim, é proposto o desenvolvimento de espaços onde os deficientes visuais possam realizar atividades de convivência, culturais e didáticas de maneira adequada, aguçando os quatro sentidos de diferentes formas e aprimorando o desenvolvimento pessoal, possibilitando uma integração social. Desse modo, essa proposta visa constituir auxílio na inclusão social das pessoas com deficiência visual, aprimoramento na condição espacial e contribuir no seu desenvolvimento pessoal. As pesquisas desenvolvidas no decorrer do trabalho buscam o conhecimento do mundo sensitivo dos deficientes visuais, de que maneira percebem o espaço, estimula seus sentidos cognitivos, se movimentam em edifícios e na cidade em geral. Com isso, esse trabalho apresenta como base de sua proposição, a preocupação com a mobilidade, a educação do deficiente e sua inclusão social, refletida na qualidade dos espaços projetados para tanto. Palavras chave: Deficientes visuais. Inclusão. Arquitetura sensorial. Acessibilidade. Percepção espacial.
ABSTRACT
The following work proposes an institution for people that are visually impaired, located in the western zone of SĂŁo Paulo, in the neighborhood of Pinheiros, using as reference the Dorina Nowill Foundation. The analysis of this design reference has as its focus to analyze social, cultural and didactic interactions, serving as a basis for the development of the course Conclusion Work proposal. In this way, these concepts were applied to the environment to provide a cognitive experience of the building and a better spatial and social experience. Therefore, this work has a concern with mobility, education of the disabled and their social inclusion. Thus, it is proposed the development of spaces where the visually impaired can carry out activities of coexistence, cultural and didactic in an appropriate way, sharpen the four senses in different ways and improve personal development, enabling social integration. In this way, this proposal aims to constitute aid in the social inclusion of people with visual impairment, improvement in the spatial condition and contribute to their personal development. The research developed in the course of the work seek the knowledge of the sensitive world of the visually impaired, how they perceive space, stimulate their cognitive senses, move in buildings and in the city in general. In conclusion, this work presents the concern with the mobility, the education of the handicapped and their social inclusion, reflected in the quality of the spaces designed for it. Keywords: Visually impaired. Inclusion. Sensory architecture. Accessibility. Spatial perception.
RESUMO
O seguinte trabalho prope uma instituiço para deficientes visuais, localizado na zona oeste de So Paulo, no bairro de pinheiros, utilizando como referência a Fundaço Dorina Nowill. A anlise desta referência projetual teve como enfoque analisar interaçes sociais, culturais e didticas servindo de embasamento para o desenvolvimento da proposiço do Trabalho de Concluso de curso. Dessa forma, esses conceitos foram aplicados projetualmente para estabalecer ambientes que proporcionam uma experiência cognitiva da edificaço e uma melhor vivência espacial e social. Portanto, esse trabalho possui uma preocupaço com a mobilidade, a educaço do deficiente e sua incluso social. Sendo assim, é proposto o desenvolvimento de espaços onde os deficientes visuais possam realizar atividades de convivência, culturais e didticas de maneira adequada, aguçando os quatro sentidos de diferentes formas e aprimorando o desenvolvimento pessoal, possibilitando uma integraço social. Desse modo, essa proposta visa constituir auxlio na incluso social das pessoas com deficiência visual, aprimoramento na condiço espacial e contribuir no seu desenvolvimento pessoal. As pesquisas desenvolvidas no decorrer do trabalho buscam o conhecimento do mundo sensitivo dos deficientes visuais, de que maneira percebem o espaço, estimula seus sentidos cognitivos, se movimentam em edifcios e na cidade em geral. Com isso, esse trabalho apresenta como base de sua proposiço, a preocupaço com a mobilidade, a educaço do deficiente e sua incluso social, refletida na qualidade dos espaços projetados para tanto. Palavras chave: Deficientes visuais. Incluso. Arquitetura sensorial. Acessibilidade. Percepço espacial.
SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 10 2. FUNDAMENTAÇÃO 12 2.1 Conhecendo a deficiência visual 13 2.2 Deficiência visual versus inclusão social 13 2.3 O não vidente e a percepção do espaço 15 2.4 Relação dos sentidos com a arquitetura 18
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REFERÊNCIAS
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3.1 Referências de programa 3.1.1 Estudo de caso Fundação Dorina Nowill 3.1.2 Instituto para Cegos Padre Chico 3.1.3 Laramara
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3.2 Referências de projeto 3.2.1 Estudo de caso Colégio Pies Descalzos
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3.2.2 Centro de Bem-Estar para Crianças e Adolescentes
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4.
LEVANTAMENTO DE DADOS TÉCNICOS
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4.1 Terreno 32 4.2 Programas 35 4.3 Diretrizes básicas de acessibilidade ABNT 9050/2015 36 4.4 Plano de massas 41
5.
PROJETO
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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7.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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LISTA DE FIGURAS
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LISTA DE TABELAS
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1. INTRODUÇÃO
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Segundo o IBGE (2010) o Brasil possui cerca de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual, sendo 582 mil com cegueira e 6 milhões com baixa visão. No mundo são 285 milhões de pessoas vivendo sob mesma situação. Analisando os dados apresentados é pertinente nos questionarmos qual a preocupação da sociedade em incluir pessoas com este tipo de necessidade especial nas cidades e a importância de sua inclusão social e espacial. A preocupação com a acessibilidade na arquitetura vem se tornando crescente, o que torna necessário proporcionar a interação entre o deficiente e o espaço construído. O deficiente visual tem dificuldade de reconhecimento dos espaços, o que reduz a utilização e vivência espacial de forma eficaz. Neste sentido, se uma pessoa não vidente puder se locomover sem que haja empecilho ou incapacidade, poderá ter uma melhor inclusão e acabar influenciando no desenvolvimento das suas capacidades. De maneira geral, a percepção humana tende a valorizar e utilizar mais o sentido da visão, como Pallasmaa deixa evidente em sua obra Os Olhos da Pele, cuja teoria projetual está embasada. Entretanto, é importante que os demais sentidos sejam também explorados; e o deficiente visual, por ter o sentido da visão prejudicado, desenvolve mais os outros sentidos, aguçando-os, o que permite vivenciar experiências únicas de formas distintas. Neste sentido, a arquitetura deve buscar não apenas ser vista, mas sim experimentada pelo tato, olfato, paladar, audição e sensações térmicas. O objetivo deste trabalho é propor uma instituição para deficientes visuais, seja qual for a faixa etária. O projeto usufruiu como referência a Fundação Dorina Nowill, identificando os fluxos como algo primordial a se desenvolver no partido projetual, de forma que a mobilidade ocorra sem impedimentos e o deficiente visual possa vivenciar o espaço em sua totalidade. Além da Fundação Dorina Nowill, a pesquisa foi fundamendada sobre outras instituições similares como o Instituto Padre Chico e Laramara que serão alisados no capitulo 3 sobre os estudos de caso. Através do conhecimento sobre o mundo sensitivo dos deficientes visuais, foi possível compreender a forma como os seus sentidos atuam para se situarem em uma rua, ambiente ou cidade no geral. Assim, a fundamentação deste trabalho de conclusão de curso versa sobre a questão da percepção dos indivíduos cegos e com baixa visão. O programa da Instituição Dorina Nowill foi estudado, analisando-se o potencial do lugar e seus componentes. Com isso, foram estabelecidas diretrizes para apresentar um projeto arquitetônico da nova instituição aprimorado, utilizando novas tecnologias, texturas e sistemas de integração social. 13
2. FUNDAMENTAÇÃO
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2.1 Conhecendo a deficiência visual
A deficiência visual é a redução ou perda total da capacidade de ver com o melhor olho após a melhor correção ótica. Está dividida em cegueira congênita ou adquirida e baixa visão. A cegueira em geral, é a ausência ou perda da visão em ambos os olhos, podendo considerar cegueira congênita se a perda da visão ocorrer até três anos e cegueira adquirida após essa idade. E a baixa visão é acuidade visual de no máximo 30% do melhor olho, com incapacidade de enxergar com clareza suficiente. A pessoa com baixa visão apenas distingue vultos, a claridade, ou objetos a pouca distância. A visão se apresenta embaçada, diminuída, restrita em seu campo. O impacto da deficiência visual sobre o desenvolvimento individual e psicológico varia muito entre os indivíduos. Depende da idade em que ocorre, do grau da deficiência, da dinâmica geral da família, das intervenções que forem desenvolvidas, da personalidade da pessoa e entre outros fatores.
2.2 Deficiência visual versus inclusão social Segundo o IBGE (2010) o Brasil possui cerca de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual, sendo 582 mil com cegueira e 6 milhões com baixa visão. Com isso, observa-se um número considerável de deficientes visuais e a importância no âmbito da inclusão social e espacial. A inclusão social é possibilitar a todos o direito de ser cidadão, podendo assim exercer seus direitos e deveres. No entanto, essa igualdade mesmo sendo um direito ainda é bastante desrespeitada. É um direito constituído a possibilidade dos indivíduos portadores de deficiência visual terem plenas condições de inclusão social, usufruindo de todos os bens e serviços postos à sociedade de forma geral. 15
Os deficientes visuais precisam de adaptações e se as informações não chegam ao não vidente pela visão, é justamente pelos outros sentidos que eles tem infinitas possibilidades de conhecer o mundo em que vive. Esse processo não se dá de forma automática, pois se trata de um processo de aprendizagem como outro qualquer, mas é frequente encontrarmos níveis bastante baixos de expectativas com relação ao rendimento do deficiente visual. A sociedade acredita que a deficiência visual se vincula sempre em dificuldades de aprendizagem e até mesmo de déficit intelectual. A potencialidade mental do indivíduo não é alterada pela deficiência visual, o que pode estar comprometido é o seu nível funcional, pelas restrições de experiências, a ausência de estimulação, que pode ameaçar o desenvolvimento normal do processo educativo e mental, principalmente daqueles aspectos relacionados a habilidade, orientação e mobilidade. Quando consideramos as adaptações para os deficientes visuais em ambientes urbanos, os espaços de uso público no Brasil não atendem, no geral, as necessidades dessa parcela da população; e embora em números esta deficiência seja a mais recorrente no pais, os deficientes visuais são discriminados como incapazes de exercer suas funções sociais. Neste sentido, espaços de educação especial que tenham função inclusiva e não segregativa são de fundamental importância para o desenvolvimento pessoal do deficiente visual e para sua prática social. Escolas que propiciam ao deficiente visual não só ensino adequado como auxílio no seu desenvolvimento enquanto ser humano e cidadão, atuando na inclusão social, mostram-se extremamente importante, visto que a sociedade tem sérias limitações na compreensão do seu potencial e da sua capacidade de desenvolvimento e ganho de independência, assim como a própria família, que muitas vezes atua como agente limitador desse processo. Portanto, o acesso dos deficientes visuais a uma instituição e sua aderência às possibilidades ali oferecidas devem ser uma preocupação constante daqueles envolvidos nos cuidados a essas pessoas, criando mecanismos que inspirem confiança aos deficientes, por meio de propostas que possam integrá-los à sociedade, proporcionando facilidades como transporte, alimentação, materiais didáticos apropriados e outros que minimizem suas grandes dificuldades naturais. Logo, a edificação deve ser apropriada para as funções que precisam exercer e também hoje se configura num espaço, não só de ensino mas também de alimentação e de assistência social.
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2.3 O não vidente e a percepção do espaço
A percepção espacial dos deficientes visuais se realiza a partir do tato e de outros sentidos como a audição, o olfato, paladar e os sentidos térmicos. Ao contrário da visão, esses sentidos não representam o imediato do espaço, de modo que a construção do espaço, a partir de sensações não visuais, ocorre de forma lenta. Os problemas encontrados na percepção espacial dos portadores de deficiência visual podem ser classificados em duas categorias: a primeira quando existe no espaço uma precariedade de sinais e referências em relação ao deficiente visual no que refere-se a percepção sensorial e identificação; e segunda pela ausência de experiência prévia do indivíduo em relação a objetos, imagens e lugares, diminuindo as suas possibilidades de ação e participação no ambiente. A movimentação do não vidente no espaço está diretamente ligada a quantidade e a qualidade de informações perceptivas. Estas informações possibilitam que a pessoa, ao usar o espaço, possa encontrar pontos referenciais ligados às suas experiências passadas. É através desta representação que se pode identificar o espaço, ou seja, os nossos sentidos trabalham como sistemas perceptivos integrados, existe a necessidade de compreender antes de tudo.
Salienta Fróis¹, (2002):
“As pessoas com deficiência visual percebem o espaço através da elaboração dos conceitos perceptivos tendo por base a experiência dos objetos, encontrando, contudo dificuldades de assimilação quando estes mesmos objetos se encontram distantes ou até mesmo etéreos, ou seja, ficando apreensíveis unicamente pelo sentido visual, nesse sentido, muito dificilmente uma pessoa cega teria a apreensão do que é o mar ou a uma nuvem, mas a partir de seus conceitos, ela pode formar uma ideia do que sejam. Relacionando estes conceitos a espaços projetados, encontramos problemas em relação a percepção espacial do homem-espaço, referindo a suas dimensões e formas, cor e luz, sendo esta última percebida pelo calor emanado.”
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Espaços com sensações frias são associados a ambientes sem luz, pois segundo Fróis para as pessoas cegas de nascença conforto térmico é dado pela luz, uma vez que a luz não significa para eles claridade. Um espaço iluminado é, para as pessoas cegas, um ambiente rico em informações perceptivas. Os sentidos são os mecanismos que possuímos para interagir com a realidade. A ausência da visão faz com quem os outros cinco sentidos sejam aguçados e analisados intensamente. Tato O tato é de extrema importância no desenvolvimento humano, através dele podemos sentir texturas, sensações térmicas, dor, afeto e afins. É essencial para os cegos, que desenvolvam o tato afim de que possam interpretar o ambiente de forma mais complexa e não mais simplista. Permite uma coleta de informações bastante precisa sobre os objetos próximos, mas é muito mais lento que a visão e, por isso, a exploração dos objetos grandes, por exemplo, é fragmentada e sequencial. É fundamental também utilizar diferentes texturas em um ambiente. O uso de diferentes texturas utilizadas em um projeto, auxiliam a localizar elementos ou estruturas de um edifício, dando segurança para o deficiente visual. Audição A sensação acústica que temos em determinados lugares nos leva a uma análise sobre o local, provoca simpatia ou antipatia pelo lugar. Os deficientes visuais utilizam a audição a todo instante, é através dela que eles podem perceber a direção de que os sons estão vindo, ajudando a se localizarem. Outro uso bastante interessante da audição está na detecção de possíveis obstáculos, tamanho de ambientes, localização de paredes e aberturas. Através da intensidade acústica de uma fonte sonora, do eco e reverberação que é gerado no ambiente, essa detecção se torna possível. Paladar
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A percepção que o cego obtém através do paladar lhe dá habilidade para reconhecer os mais variados alimentos, assim como distinguir e inteirar-se da existência dos sabores doce, salgado, amargo, até mesmo em condições de danificados.
Audição A sensação acústica que temos em determinados lugares nos leva a uma análise sobre o local, provoca simpatia ou antipatia pelo lugar. Os deficientes visuais utilizam a audição a todo instante, é através dela que eles podem perceber a direção de que os sons estão vindo, ajudando a se localizarem. Outro uso bastante interessante da audição está na detecção de possíveis obstáculos, tamanho de ambientes, localização de paredes e aberturas. Através da intensidade acústica de uma fonte sonora, do eco e reverberação que é gerado no ambiente, essa detecção se torna possível. Olfato O olfato auxilia na relação que desenvolve com o ambiente ao seu redor. Alimentos, flores, produtos de limpeza, por exemplo, costumam ter cheiros característicos, que podem ser traduzidos para a memória do não vidente, auxiliando no processo de conhecimento e identificação. É fácil perceber que os cheiros e aromas são referências no deslocamento de um indivíduo cego. Pelo olfato eles podem distinguir em que tipo de local estão, agregado a outros sentidos que podem indicar qual o ambiente. Outra importante função do desenvolvimento olfativo dos deficientes visuais é a forma com que esse conhecimento pode ser aplicado à prevenção de acidentes ou demais situações de riscos, como: cheiro de gasolina, vazamento de gás, fumaça, queimado, entre outros podem ser identificados pelos cegos, de modo que esses não estejam em situação de desvantagem em relação aos demais quando na iminência de um acidente ou tragédia. Sentidos térmicos Tanto para as pessoas videntes como a não videntes, na arquitetura a temperatura ambiental é de extrema importância para se obter o maior conforto possível na edificação. Até mesmo o cérebro é mais ativo e consegue trabalhar de maneira mais eficiente no frio do que no calor. Com isso, é de extrema importância o conforto térmico na arquitetura. ____________________ 1 Fróis, (2002), arquitetura além do olho ou o que temos a aprender com a cegueira. Projeto Do Lugar, Colaboração entre Psicologia, Arquitetura e Urbanismo, Del Rio et al (2002), PROARQ, Rio de Janeiro.
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2.4 Relação dos sentidos com a arquitetura Os ambientes destinados ao atendimento de pessoas com deficiência visual precisam estar bem relacionados com as questões sensoriais, estimulando seus outros sentidos para reconhecer espaços, conhecer o mundo, realizar suas atividades diárias e viver em sociedade. A experiência sensorial, sobretudo a tátil, é de extrema importância para o seu desenvolvimento e seu processo de percepção do espaço, assim como para a formação dos conceitos.
Pallasmaa² destaca: “...inúmeros arquitetos em todo o mundo tem buscado tornar sensorial a arquitetura por intermédio da materialidade, das texturas, densidades dos ambientes e iluminação materializada, entretanto o objeto arquitetônico não deve resultar em apenas um instrumento funcional, de conforto, porém avivar a imaginação e sentimentos daqueles que com ele se relacionam.”
Neste sentido, à necessidade de que a arquitetura vá para além do estético e visual, do funcional e acessível, e se projeta num sentido de inclusão sensorial que deve ser desenvolvida, sobretudo, quando se tem espaços utilizados por indivíduos que não possuam a capacidade sensorial mais empregada pela arquitetura para compreende-la, a visão. O objetivo é projetar um espaço que forneça as instalações necessárias para o desenvolvimento e aprimoramento das habilidades dos portadores de deficiência visual para sua inclusão social e espacial. Conduzindo para a valorização da edificação, de modo que a intervenção arquitetônica contemple os diversos usuários, sejam pessoas não videntes ou videntes, assim como possibilita a valorização da instituição dentro do entorno da qual se integra e conduza a experiências sensoriais que correspondem a vivência positiva destes espaços. _______________________________ 2 Pallasma, Juhani. Os olhos da pele: A arquitetura e os sentidos. 2. ed. Santana: S.a., 2011. 69 p.
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3. REFERÊNCIAS
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3.1 Referências de programa 3.1.1 Estudo de caso: Fundação Dorina Nowill
Ficha Técnica: Local: São Paulo – vila clementino Projeto: 11 de março de 1946 Terreno: 2.590 m²
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Figura 01: Edifício Dorina Nowill – Fonte: http://www.fundacaodorina.org.br/
Fundação Dorina Nowill, situada em São Paulo, na Rua Diogo de Faria, 558 - Vila Clementino, foi instituída em 11 de março de 1946 pela professora Dorina de Gouvêa Nowill. A necessidade de criar a Fundação surgiu após a dificuldade enfrentada pela professora, deficiente visual desde os 17 anos, em encontrar livros em Braille. Nascida em São Paulo no dia 28 de maio de 1919, Dorina de Gouvêa Nowill ficou cega aos 17 anos, vítima de uma enfermidade não diagnosticada. Percebendo, naquela época, a carência de livros em Braille no Brasil, criou a Fundação para o Livro do Cego no Brasil. Dorina faleceu em 29 de agosto de 2010, aos 91 anos de idade. Deixou ao Brasil e ao mundo uma instituição reconhecida pela qualidade de seus livros acessíveis e serviços de reabilitação.
História da Fundação 1946: Criação da Fundação para o Livro do Cego no Brasil. Tem início a transcrição de livros para o Braille para beneficiar estudantes cegos. 1962: O primeiro Centro de Reabilitação de Cegos do País é criado, propiciando o ensino de técnicas de locomoção, higiene, organização pessoal e outras atividades do cotidiano. 1991: Em homenagem a sua idealizadora, a Fundação passou a chamar-se Fundação Dorina Nowill para Cegos. 1996: A Fundação Dorina passou por uma grande reforma, que possibilitou estruturar os serviços especializados. 2000: Tem início o processo de profissionalização, com empresários ajudando na direção da Fundação Dorina. 2006 e 2007: A Fundação Dorina passa a investir no desenvolvimento de livros digitais acessíveis e lança o Livro Digital Acessível – LIDA. 2008 à 2014: Atende anualmente mais de 2.500 pessoas com deficiência visual nos programas de clínica de visão subnormal, educação especial e reabilitação e empregabilidade.
Figura 02: Logo Dorina Nowill – Fonte: http://www.fundacaodorina.org.br/
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A Fundação Dorina Nowill para Cegos tem se dedicado à inclusão social das pessoas com deficiência visual, por meio da educação e cultura, atuando na produção de livros em Braille, revistas faladas, obras acadêmicas no formato digital acessível, programas de atendimento especializado ao deficiente visual e sua família, nas áreas de avaliação e diagnóstico, educação especial, reabilitação e colocação profissional. O atendimento é gratuito às pessoas com deficiência visual e as suas famílias, por meio de tratamento individualizado ou em grupo, que visa proporcionar a pessoa com deficiência visual condições para uma vida independente na família, na escola, no trabalho e na sociedade. O trabalho é desenvolvido por uma equipe interdisciplinar, composta por profissionais das áreas de: serviço social, psicologia, pedagogia, fisioterapia, professores de orientação e mobilidade, terapia ocupacional e oftalmologia.
Serviços especializados:
I. Clínica de Visão Subnormal: Procedimentos técnicos, específicos para as pessoas com baixa visão, para a utilização de recursos ópticos especiais com o objetivo de aproveitar ao máximo sua visão residual. II. Educação Especial • Intervenção precoce - crianças de 0 a 3 anos: Desenvolvimento do vínculo da mãe e o bebê, da compreensão do próprio corpo e das relações com o mundo externo. • Desenvolvimento de funções e habilidades - crianças de 4 a 6 anos: Preparação para atividades escolares e orientação à família. • Complementação educacional - crianças e adolescentes de 7 a 17 anos: Orientação à família e à escola, desenvolvimento de atividades da vida autônoma e social, orientação e mobilidade e apoio pedagógico. 24
Figura 03: Área de serviços especializados. Fonte: Da autora (Agosto 2016).
III. Reabilitação – a partir de 18 anos: Comunicação, orientação e mobilidade, atividades da vida diária, fisioterapia, psicologia e serviço social. Fornece à pessoa com deficiência visual informações necessárias para favorecer seu desenvolvimento pessoal e funcional, proporcionando condições de autonomia, independência e proporcionando a inclusão social. Possibilita às pessoas com deficiência visual um nível funcional adequado do ponto de vista físico, psíquico e social. IV. Empregabilidade: Promove o desenvolvimento profissional das pessoas cegas e com baixa visão visando à orientação e colocação profissional, condição fundamental para sua inclusão. A equipe especializada da instituição implanta e desenvolve projetos de educação corporativa para a inclusão de pessoas com deficiência, estabelecendo uma política de responsabilidade social. Curso anterior: Avaliação olfativa Natura perfumes. Os programas de atendimento aspecializado da Fundação Dorina Nowill têm como finalidade oferecer ao deficiente visual de todas as faixas etárias tratamento adequado às suas necessidades, proporcionando condições para um desenvolvimento pleno, de acordo com seu potencial individual e condições sociais, educacionais e econômicas, visando sua inclusão social. Realiza também um trabalho com a comunidade por meio de palestras e consultoria técnica especializada e desenvolve estudos e pesquisas relacionadas a cegueira e visão subnormal. Um dos objetivos desta intervenção é esclarecer a comunidade quanto à importância de medidas que podem minimizar os problemas visuais e o encaminhamento precoce dos casos, dando ênfase a prevenção da cegueira. A Fundação também trabalha com treinamentos e palestras para que as empresas aprendam a lidar melhor como colaborarem com deficiência visual. Estes treinamentos também são passados aos colaboradores da fundação e assim que um colaborador deficiente visual é contratado, ele passa por um período de adaptação do ambiente de trabalho e das ferramentas de comunicação disponíveis. Os outros funcionários também passam por treinamentos com o propósito de se inteirar com os deficientes visuais. É importante ressaltar que na fundação os funcionários deficientes visuais exercem diversas funções, por exemplo, como assistentes sociais e psicólogos. Com estes profissionais deficientes visuais, o paciente que procura a fundação sente-se mais a vontade para conversar por estar na mesma situação de deficiência. 25
3.1.2 Instituto para Cegos Padre Chico
Ficha Técnica: Local: São Paulo – Ipiranga Projeto: 1930 Terreno: 18.200 m² O instituto surgiu através de um apelo feito pelo médico Doutor José Pereira Gomes em 7 de setembro de 1927, em uma comemoração a semana Oftalmo neurológica da sociedade de medicina e cirurgia de São Paulo. O médico percebeu que os deficientes visuais viviam sem assistência e que o número desses pacientes, era cada vez maior. Com este chamado foi possível as autoridades estaduais, municipais acolherem com maior rigor o interesse em criar um instituto para cegos proporcionando todo o apoio possível. A instituição atualmente além de ser uma escola regular com ensino fundamental e médio, oferece cursos de mobilidade, como treinamento no uso de bengala, além de atendimento clínico, orientação, educação física, curso de informática, musicalidade, arte, biblioteca e entre outros. O instituto tem por finalidade preparar, encaminhar e integrar a criança cega ou de baixa visão a sociedade, para que isso aconteça, além dos cursos extras, é necessário manter o ensino fundamental e médio na escola regular.
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Figura 04: Jardim do colégio padre chico. Fonte: Da autora (agosto 2016).
3.1.3 LARAMARA – Associação Brasileira de Assitência ao Deficiente Visual
Ficha Técnica: Local: Barra Funda – São Paulo Projeto: 1991 Terreno: 10.000 m² Fundada em 1991, por um grupo de profissionais com experiência na área da deficiência visual. Desenvolve um trabalho em parceria com a família, escola e comunidade em geral para o incentivo do processo de desenvolvimento da pessoa com deficiência visual, em uma perspectiva cultural, assistencial, educativa e psicossocial.
Figura 05: Fachada Associação Laramara. Fonte: http://laramara.org.br/.
A associação Laramara tem três edifícios, sendo dois dedicados às atividades diretas do serviço. A concepção arquitetônica foi baseada nas necessidades específicas das pessoas com cegueira e baixa visão. Contam com áreas de uso comum como o centro de integração e convivência da família, centro de recursos específicos, a casa de atividades de vida autônoma, ateliê de artes plásticas, auditório, brinquedoteca, piscina e cerca de 35 salas de atendimento direto.
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3.2 Referências de projeto 3.2.1 Estudo de caso: Colégio Pies Descalzos
Ficha Técnica: Arquiteto: Giancarlo Mazzanti Localização: Cartagena - Colômbia Área: 11.200 m² Ano Do Projeto: 2014 O arquiteto Giancarlo Mazzanti explica, à frente do projeto Pies Descalzos: “Este projeto deve otimizar as condições de vida das pessoas, gerando alternativas de desenvolvimento pessoal e comunitário, e deve iniciar a transformação de seu entorno e ao mesmo tempo se converter em um marco urbano, símbolo da cidade que gere apropriação e orgulho em seus habitantes”
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Figura 06: Foto satélite Colégio Pies Descalzos. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/734163/colegio-piesdescalzos-giancarlo-mazzanti
O Colégio Pies Descalzos visa ser um projeto arquitetônico e urbano com grande impacto social, podendo ser consolidada como o motor de mudança para residentes locais e da cidade. Este projeto deverá otimizar as condições de vida das pessoas, gerando alternativas para o desenvolvimento pessoal e comunitário, deve começar a transformação de seu ambiente e tornar-se um marco da cidade, símbolo da cidade. Os conceitos que conduziram o projeto foram a integração espacial, a inclusão social, a geração de uma forte imagem urbana e a implementação de uma arquitetura bioclimática e ambientalmente sustentável. O projeto deixa zonas abertas ao público criando áreas de conexão com o bairro e desenvolvendo um projeto urbano que promova novas centralidades setoriais, utilizando as salas multiuso, bibliotecas e as quadras como apoio às atividades do bairro.
Com 11 mil m² construídos, o colégio contem 49 salas de aula para educação infantil, ensino fundamental, médio e formações técnicas, além de biblioteca, auditório, refeitório, salas especializadas e áreas esportivas. É implantado em dois níveis diferentes para adaptar melhor o projeto à topografia inclinada do Morro do Peye, assim, dialogando com a topografia do morro, os três hexágonos e as duas quadras esportivas organizam-se em dois níveis distintos, conectados por rampas nos limites dos pátios internos e por escadas localizadas em pontos estratégicos. Os hexágonos possuem um pátio na parte central e ocorre a circulação horizontal tanto nos corredores entorno do pátio como entre os hexágonos intersectados dando acesso as dependências. A circulação vertical é feita por meio de rampas e escadas. Figura 07: Implantação do colégio Fonte: http://www.archdaily.com.br/ br/734163/colegio-pies-descalzos-giancarlo-mazzanti
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O colégio se subdivide em três níveis e em cada nível com suas respectivas salas. O primeiro nível tem acesso imediato ao estacionamento e as quadras poliesportivas, vão cobertos que podem ser usados como sala de aulas múltiplas, áreas de serviço, áreas esportivas. O segundo nível em um hexágono menor está localizada a escola primária, que trabalha de forma autônoma do restante do edifício e no nível abaixo situam-se outros hexágonos, um maior e outro menor que contém o programa do ensino fundamental. Ambos níveis estão conectados verticalmente por uma rampa central e escadas em alguns pontos dos hexágonos. O terceiro nível contém biblioteca comunitária, sala de informática, auditório e área contábil.
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Figura 08: Planta primeiro nível. Fonte: http://www.archdaily.com.br/ br/734163/colegio-pies-descalzos-giancarlo-mazzanti
Figura 09: Planta segundo nível. Fonte: http://www.archdaily.com.br/ br/734163/colegio-pies-descalzos-giancarlo-mazzanti
Figura 10: Planta terceiro nível. Fonte: http://www.archdaily.com.br/ br/734163/colegio-pies-descalzos-giancarlo-mazzanti
No projeto foi planejado a interconexão dos hexágonos, cada um deles é definido por um perímetro e um pátio central de atividades. No projeto é fundamental o perímetro construído, a relação com os demais níveis e o espaço vazio no interior do hexágono que constroem uma circulação perimetral, acolhendo o programa específico das salas de aula e compondo a pérgula tridimensional em um dos pátios centrais. A pérgula tem estrutura metálica pré-fabricada em perfis tubulares cilíndricos, é coberta por ripas de madeira laminada e sua materialidade volta aparecer na vedação lateral de todo o conjunto. A pérgula e os brises integram uma estratégia de controle passivo da térmica do projeto, as peças de madeira criam sombra sem interromper o fluxo da ventilação natural.
Figura 11: Praça central e pérgula. Fonte: http://www.archdaily.com.br/ br/734163/colegio-pies-descalzosgiancarlo-mazzanti
Figura 12: Praça central e circulações. Fonte: http://www.archdaily.com.br/ br/734163/colegio-pies-descalzosgiancarlo-mazzanti
Figura 13: Pérgula de ripas. Fonte: http://www.archdaily.com.br/ br/734163/colegio-pies-descalzosgiancarlo-mazzanti
O objetivo principal do centro de referência para deficientes visuais é sua inclusão social, espacial. O projeto Colégio Pies Descalzos possui essa questão principal também, possibilitando um apoio a comunidade em seu entorno. Criando sua forte imagem urbana e uma identidade para o bairro de Cartagena. 31
3.2.2 Centro de Bem Estar para Crianças e Adolescentes
Ficha Técnica: Arquitetos: Marjan Hessamfar & Joe Vérons. Localização: Porte des Lilas, 75019 – Paris, França. Área: 6.225 m² Ano do projeto: 2013 Maison d’accueil de l’enfance Eleanor Roosevelt é um centro de acolhimento para crianças e adolescentes em paris, proporcionando um abrigo de emergência a menores de idade sob tutela legal.
Figura 14: Fachada do edífcio Maison D’accueil. Fonte: http://www.archdaily.com.br
O objetivo principal do centro é um lugar de acolhimento, proteção, apoio e transição as crianças e adolescentes, sem a sensação de emergencial e sim um lugar de tranquilidade, criando vínculos familiares com calma e supervisão. O edifício é aberto ao público e em cada andar, tem uma função, uma unidade, desenhando uma estrutura em forma de L, que permitem grandes terraços recreativos em cada piso e com esse sistema de camadas, facilita a entrada de luz natural. A estrutura é feita de concreto, as vigas e pilares em toda a construção permitem um certo grau de flexibilidade. Os elementos exteriores pré-fabricados de concreto foram feitos com cimento e os brises são de metal de cor dourada e tem como função proteger os espaços do sol e garantir a privacidade dos usuários.
32
Figura 15: Grandes terraços em cada piso/níveis. Fonte: http://www.archdaily.com.br
4. LEVANTAMENTO DE DADOS TÉCNICOS
33
4.1 Terreno
Área do terreno: 6.816 m² Bairro: Pinheiros – São Paulo Zona: Mista e média densidade
O terreno está localizado na zona oeste de São Paulo, especificamente entre as Rua Sumidouro, Rua Gilberto Sabino, Rua Conselheiro Pereira Pinto e Rua Eugênio de Medeiros no bairro de pinheiros, próximo a vias expressas e de grande fluxos como Marginal Pinheiros. O terreno possui uma leve declividade atingindo até 2 metros em sua totalidade.
A área está definida como ZM – 2/12, se caracteriza como uma zona mista de média densidade, cuja ocupação horizontal e vertical varia de 2 a 3 pavimentos na maioria dos lotes, configurando-se, portanto, áreas comerciais e residenciais. Conforme a zona nesta área, a Lei de Zoneamento Urbano estabelece os parâmetros e índices urbanísticos que deve ser considerados no projeto, os quais deverão ser respeitados na elaboração da proposta arquitetônica deste trabalho. No caso da ZM-2/12, os dados são apresentados:
Figura 16: Foto satétite da área do terreno e seu entorno. Fonte: www.google.com.br/maps
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Uso e ocupação do solo
O uso predominante é residencial, com alguns lotes mistos. Há uma grande parcela de serviço como na Rua Sumidouro que se localiza-se o corpo de bombeiros; comércios ficam mais focados na Rua Eugênio de Medeiros e Rua Gilberto Sabino, e nesta rua também possui terminal de pinheiros proporcionando um grande fluxos de pedestres.
Figura 17: Dados técnicos do terreno. Fonte:http://ww2.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/desenvolvimento urbano/plano_diretor_estrategico/proposta_revisao/pre/subprefei turas/pinheiros/textos/pre_subpinheirosrev_b_27_04.pdf
• Zona de uso: ZM – 2/12 • Coeficiente de aproveitamento máximo: 2,00 • Taxa de ocupação: 0,5 • Taxa de permeabilidade: 0,15 • Lote mínimo: 125 m² • Frente mínima: 5 m • Gabarito de altura máxima: sem limite • Altura da edificação máxima: não exigido
Figura 18: Planta uso e ocupação do solo. Fonte: Criado pela autora
Figura 19: Visão de dentro do terreno para rua conselheiro. Fonte: Tirado pela autora
35
Gabarito
Fluxos e Transportes
No levantamento dos gabaritos constatou que a área tem predominância de edificações de 2 à 3 pavimentos, portanto, é baixo. Na Rua Gilberto Sabino seria a única edificação do entorno sendo um prédio comercial mais de 20 andares e ao lado o terminal pinheiros. Nas demais ruas o gabarito se mantém baixo.
No sistema viário e nos acessos as vias estruturais dessa área seriam as Ruas Sumidouro e Gilberto Sabino, estruturando o tráfego de veículos e obtendo um fluxo maior; e as demais vias se caracterizam como vias locais, obtendo um fluxo médio. A rua principal que integra o tráfego de linhas de ônibus seria a Gilberto Sabino, que seria uma via estrutural para o transporte público dando acesso ao terminal pinheiros tanto para ônibus quanto para metrô, portanto reduzindo o fluxo de automóveis e aumentando o fluxo de pedestres nessa área.
Figura 20: Planta de gabarito. Fonte: Criada pela autora. Figura 22: Planta de fluxos e transportes. Fonte: Criada pela autora.
36
Figura 21: Visão de dentro do terreno para rua gilberto. Fonte: Tirada pela autora.
Figura 23: Visão da Rua Gilberto. Fonte: Tirada pela autora.
4.2 Programa
PROGRAMA DE NECESSIDADES
Através da pesquisa sobre a percepção espacial do deficiente visual, das Avaliações de instituições para deficientes visuais, especificamente a Fundação Dorina Nowill e das conversas informais com orientadores da entidade, foi possível realizar um levantamento das principais necessidades que o projeto deveria atender na área de ensino, cultura e lazer.
SETOR ADMINISTRATIVO
SETOR DE VIVÊNCIA
DIRETORIA
BIBLIOTECA
110 m²
• Escola: Ensino fundamental • Quantidade: 450 alunos • Centro de ajuda: Cegueiras adquiridas • Quantidade: Atendimento até 200 pessoas por mês • Pessoas: Videntes e não videntes
SECRETARIA
45 m²
QUADRA
550 m²
COORDENAÇÃO
30 m²
ÁREA PISCINA
400 m²
SALA DOS PROFS/ COPA
70 m²
AUDITÓRIO
210 m²
ALMOXARIFADO
12 m²
BRINQUEDOTECA
40 m²
FINANCEIRO
35 m²
CAFÉ
80 m²
SALA DE ESPERA
45 m²
SALA DE REUNIÃO
25 m²
SERVIÇOS
SETOR PEDAGÓGICO
PROGRAMA ESPECÍFICO 17 m²
SALA DE TRIAGEM
12 m²
AVALIAÇÃO FUNCIONAL
ORIENTAÇÃO PSICO
25 m²
AVALIAÇÃO ORIENTACIONAL
14 m²
ASSIS SOCIAL
25 m²
COZINHA EXPERIMENTAL
30 m²
ASSISTÊNCIA FAMÍLIAR
30 m²
ARTESANATO
50 m²
CLINICA BAIXA VISÃO
25 m²
ATÊLIE DE ARTES
45 m²
EDUCAÇÃO ESPACIAL
30 m²
MUSIOGRAFIA BRAILLE
50 m²
REABILITAÇÃO
20 m²
JARDIM SENSORIAL
60 m²
ESPAÇO DIA-A-DIA
35 m²
TRILHA PODOTÁTIL
60 m²
ENTREVISTA PSICOSOCIAL
14 m²
HORTA/POMAR
60 m²
AVALIAÇÃO OFTALMOLÓGICA
17 m²
ÁREA ANIMAIS VIVOS
30 m²
Tabela 01: Programa específico Fonte: Criado pela autora
35 m²
SALA DE AULAS
30 m²
BANHEIROS
LABORATÓRIO
52 m²
VESTIÁRIO
60 m²
SALA MULTIUSO
70 m²
COZINHA/ CANTINA
50 m²
SALA DE TEATRO
70 m²
REFEITÓRIO
150 m²
SALA DE INFORMÁTICA
52 m²
DOCA
52 m²
42 m²
Tabela 02: Programa de necessidades Fonte: Criado pela autora
37
4.3 Diretrizes básicas de acessibilidade ABNT 9050/2015 A Lei Federal 7.853, estabelece os direitos básicos das pessoas portadoras de deficiência, assim como a Lei 10.098/00 estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade do deficiente quanto à sua locomoção em meio urbano. O objetivo do projeto é atender as necessidades e acessibilidade aos deficientes visuais, mas a questão da acessibilidade não dever ser exclusivamente para o deficiente visual e sim acessível a todos, de maneira universal. Com isso, apresentarei diretrizes básicas de acessibilidade conforme na norma da ABNT 9050/2015. 1. Proteção contra queda ao longo de rotas acessíveis. Devem ser previstas proteções laterais ao longo de rotas acessíveis, para impedir que pessoas sofram ferimentos em decorrência de quedas.
Legenda:
38
-
Desnível igual ou inferior a 0,60 m e inclinação igual ou superior a 1:2 Lateral em nível com pelo menos 0,60 m de largura Proteção lateral; com guarda corpo; Desnível superior a 0,60 m e inclinação igual ou superior a 1:2
Figura 24: Exemplos de proteção contra queda Fonte: Norma ABNT 9050/2015
2. Sinalização tátil
4. Disposição
É composta por informações em relevo, como textos, símbolos e Braille.
Entende-se por disposição os seguintes itens: localização, altura, diagramação e contraste.
3. Informações essenciais
Contraste: É a percepção das diferenças ambientais por meio dos sentidos. Os sentidos mais usuais são visão, tato e audição que permitem perceber os ambientes através das diferenças contrastantes de suas características, como sons, texturas e luminância.
As informações essenciais aos espaços nas edificações e nos equipamentos urbanos devem ser utilizadas de forma visual, tátil e sonora, conforme a tabela abaixo:
5. Linguagem tátil - Contraste tátil - Letras e números táteis - Símbolos táteis - Braille 6. Linguagem sonora
- Contraste sonoro - Sinais Sonoros
Tabela 03: Aplicação e formas de informação e sinalização Fonte: Norma ABNT 9050/2015
39
7. Símbolos O símbolo internacional de pessoas com deficiência visual deve indicar a existência de equipamentos, mobiliário e serviços para pessoas com deficiência visual.
Figura 25: Símbolo internacional de pessoas com deficiência visual. Fonte: Norma ABNT 9050/2015.
8. Sinalização de portas e passagens
Portas e passagens devem possuir informação visual, associada a sinalização tátil ou sonora.
40
Figura 26: Sinalização de portas e passagens (faixa de alcance acessível). Fonte: Norma ABNT 9050/2015
9. Sinalização tátil e visual do piso A sinalização tátil pode ser do tipo de alerta ou direcional e ambas devem ter cor contrastante com a do piso adjacente. Podem ser sobrepostas ao piso existente ou integradas ao mesmo. Sinalização tátil e visual de alerta: possui textura que consiste em um conjunto de relevos tronco-cônicos e sua modulação deve garantir a continuidade da textura. Devem ser utilizadas para: - Indicar o início e o término de degraus, escadas e rampas; - Informar as mudanças de direção ou opções de percursos; - Informar à pessoa com deficiência visual sobre a existência de desníveis ou situações de risco, como objetos suspensos não detectáveis pela bengala longa; - Indicar a existência de patamares nas escadas e rampas; - Orientar o posicionamento adequado da pessoa com deficiência visual para o uso de equipamentos, como elevadores.
Figura 27: Sinalização tátil de alerta e relevos táteis de alerta instalados no piso. Fonte: Norma ABNT 9050/2015
41
Sinalização tátil e visual direcional: consiste em relevos lineares e deve ser instalada no sentido do deslocamento das pessoas, em ambientes internos ou externos, para indicar caminhos preferenciais de circulação.
Figura 28: Sinalização tátil direcional e relevos táteis direcionais instalados no piso. Fonte: Norma ABNT 9050/2015
42
4.4 Plano de massas Inicialmente como estudo para o partido projetual foi elaborado um plano de massas pensando a disposição dos blocos em setores, com o objetivo de tornar a percepção espacial do deficiente visual mais confortável. Estes estudos tornaram perceptível, que a aproximação entre as funções administrativas e serviços e a centralização das atividades de ensino e cultura eram soluções arquitetônicas que beneficiam a experiência espacial dos não videntes. O programa de necessidades foi setorizado de acordo com a especificação de cada área, atingindo as dimensões dos volumes. O estudo sobre plano de massas possibilitou que o projeto evoluísse até o seu ponto final, o qual é apresentado neste trabalho. Entretanto, essas ideias iniciais foram modificadas após novos conhecimentos e percepções sobre o espaço proposto, mantendo apenas a concepção da edificação através da setorização das áreas.
Figura 29: Plano de massas isométrico I e os setores. Fonte: Criado pela autora.
Figura 30: Plano de massas isométrico II e os setores. Fonte: Criado pela autora.
Figura 31: Plano de massas isométrico III e os setores. Fonte: Criado pela autora.
43
5. PROJETO
44
MEMORIAL O terreno, o qual foi escolhido como objeto de estudo está situado em pinheiros na zona oeste de São Paulo, especificamente entre as Rua Sumidouro, Rua Gilberto Sabino, Rua Conselheiro Pereira Pinto e Rua Eugênio de Medeiros, próximo a vias expressas e de grande fluxos como Marginal Pinheiros. O terreno possui uma leve declividade atingindo até 2 metros em sua totalidade. A área se caracteriza como uma zona mista de média densidade, cuja ocupação horizontal e vertical varia de 2 a 3 pavimentos na maioria dos lotes. Analisando o entorno da área escolhida conclui-se que existe um grande fluxo de pedestres no local, o qual o mesmo carece de espaços de permanências e praças ativas. Tendo isso em vista, o projeto possui como intuito a valorização do entorno, desenvolvendo o espaço atendendo dessa forma a população local, passantes e principalmente os portadores de deficiência visual. Uma das medidas para que este desenvolvimento da área aconteça é a inserção de uma área inclusiva na praça existente entre a Rua Gilberto Sabino e a Rua Gilberto Sabino e Rua Conselheiro Pereira Pinto. Neste local se concentra a maior circulação de pedestres, devido ao grande fluxo de transportes públicos e o terminal de pinheiros. Isto posto, serão desenvolvidos espaços públicos, embasados questões sensoriais e paisagísticas, que se correlacionam com o projeto. A topografia original do terreno foi modificada, segmentando-o em dois níveis com o objetivo de gerar uma melhor organização espacial da edificação, usufruindo dos diferentes níveis para a distribuição dos usos. O projeto dispõe de três edifícios: Edifício multiuso no nível zero do terreno; edifício escola e o centro esportivo na cota de nível dois metros. Com o propósito de unir os blocos, criou-se circulações verticais e horizontais entre eles. Com isso, para unificar o edifício multiuso ao edifício escola criou-se uma circulação vertical, para a unificação dos níveis demarcando a transição de uma edificação para outra. A circulação horizontal estabelecida por passarelas, unem o edifício escola ao centro esportivo.
45
O programa do projeto é uma escola regular de ensino fundamental, comportando 450 alunos. O centro de ajuda com capacidade para atender 200 pessoas e uma área esportiva que pode ser utilizada tanto pela escola quanto pelo centro. Além disso, os programas são setorizados por funções e fluxos para que se tenha um melhor aproveitamento dos espaços e das relações espaciais entre eles. Neste sentido, conduzindo para a valorização da edificação. Com isso, o projeto arquitetônico deve contemplar a diversidade dos usuários incluindo pessoas videntes ou não-videntes. O partido do projeto possui como objetivo foco criar espaços tanto internos como externos que forneçam as instalações necessárias para o desenvolvimento e aprimoramento das habilidades dos portadores de deficiência visual, preparando os usuários para as situações comuns do cotidiano, tornando-os independentes e aguçando os sentidos. Tendo isso em vista, o projeto possui partidos arquitetônicos como: praças centrais que se relacionam com a importância da luz natural, que é uma relação de conforto térmico para os deficientes visuais; um terraço no edifício multiuso com cobertura translúcida e tanto as pessoas do centro de ajuda quanto da escola podem utilizar e se apropriar do espaço; a praça privada que seria de uso educacional e de lazer para os deficientes visuais que utilizam as áreas do projeto, que teria trilha podotátil, jardim sensorial, horta e animais vivos para aguçamento de sentidos cognitivos, e por fim, a importância da relação do projeto com o entorno, que tem como diretriz, a retirada dos muros que fazem divisa com as calçadas, os quais deverão ser substituídos por outras formas de fechamento, sem que haja bloqueio visual, estipulando relações, que possam se estabelecer entre as edificações e o entorno. Na questão estrutural, foi utilizado estrutura metálica com laje steel deck e para revestimento do projeto, de forma a gerar uma conversação entre interior e exterior através de grandes superfícies de vidro, equipadas com chapas metálicas perfuradas deslizantes e lâminas verticais de madeira. Com isso, os materiais das fachadas, no interior do projeto, serão utilizados também, metal e madeira proporcionando contrastes de cores, materiais e texturas.
46
No edifício multiuso possui uma praça central com cobertura translúcida, enfatizando a importância da luz natural. O edifício subdivide em três pavimentos e cada seus respectivos setores. No térreo encontra-se o primeiro atendimento para o edifício multiuso e para o edifícil escola, que seriam as triagens para avaliação do deficiente visual, secretaria, banheiros e a circulação vertical, localizada no canto do edifício para melhor aproveitamento do espaço. No primeiro pavimento encontra-se o centro de ajuda, que seriam salas especializadas para deficientes visuais de diversas faixas etárias para o melhor desenvolvimento e aprimoramento. No segundo pavimento encontra-se o setor administrativo do edifícil multiuso e da escola. Neste edifícil encontra-se um terraço, que seria uma praça seca para as pessoas tanto videntes quanto não videntes se apropriarem do espaço. No edifícil escola possui uma praça central descoberta, entrando maior incidência de luz e criando um pátio central ao ar livre. O edifício subdivide em quatro pavimentos e cada seus respectivos usos como: no térreo encontra-se um grande acolhimento e espaço de apropriação, biblioteca, café, banheiros e salas especializadas que podem ser utilizadas pelas crianças do colégio e pelos deficientes visuais do centro de ajuda. Nos demais pavimentos encontra-se o setor pedagógico, que seriam as salas de aula, laboratório, refeitório, informática e brinquedoteca, espaço onde o deficiente visual poderá estimular ainda mais seus sentidos; por exemplo, o tato, onde as paredes teriam texturas e peças que poderiam ser movimentadas, obtendo uma parede interativa. Especificamente no terceiro pavimento encontra-se o auditório, sala multiuso e sala de teatro, que seria de uso multíplo da instituição. O edifício esportivo possui a entrada pelo térreo do edífico escola e tem como função uma área de recreação, contendo piscina, vestiários e quadra poliesportiva.
47
MEMORIAL O terreno, o qual foi escolhido como objeto de estudo est situado em pinheiros na zona oeste de So Paulo, especificamente entre as Rua Sumidouro, Rua Gilberto Sabino, Rua Conselheiro Pereira Pinto e Rua Eugênio de Medeiros, prximo a vias expressas e de grande fluxos como Marginal Pinheiros. O terreno possui uma leve declividade atingindo até 2 metros em sua totalidade. A rea se caracteriza como uma zona mista de média densidade, cuja ocupaço horizontal e vertical varia de 2 a 3 pavimentos na maioria dos lotes. Analisando o entorno da rea escolhida conclui-se que existe um grande fluxo de pedestres no local, o qual o mesmo carece de espaços de permanências e praças ativas. Tendo isso em vista, o projeto possui como intuito a valorizaço do entorno, desenvolvendo o espaço atendendo dessa forma a populaço local, passantes e principalmente os portadores de deficiência visual. Uma das medidas para que este desenvolvimento da rea aconteça é a inserço de uma rea inclusiva na praça existente entre a Rua Gilberto Sabino e a Rua Gilberto Sabino e Rua Conselheiro Pereira Pinto. Neste local se concentra a maior circulaço de pedestres, devido ao grande fluxo de transportes pblicos e o terminal de pinheiros. Isto posto, sero desenvolvidos espaços pblicos, embasados questes sensoriais e paisagsticas, que se correlacionam com o projeto.
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A topografia original do terreno foi modificada, segmentando-o em dois nveis com o objetivo de gerar uma melhor organizaço espacial da edificaço, usufruindo dos diferentes nveis para a distribuiço dos usos. O projeto dispe de três edifcios: Edifcio multiuso no nvel zero do terreno; edifcio escola e o centro esportivo na cota de nvel dois metros. Com o propsito de unir os blocos, criou-se circulaçes verticais e horizontais entre eles. Com isso, para unificar o edifcio multiuso ao edifcio escola criou-se uma circulaço vertical, para a unificaço dos nveis demarcando a transiço de uma edificaço para outra. A circulaço horizontal estabelecida por passarelas, unem o edifcio escola ao centro esportivo. O programa do projeto é uma escola regular de ensino fundamental, comportando 450 alunos. O centro de ajuda com capacidade para atender 200 pessoas e uma rea esportiva que pode ser utilizada tanto pela escola quanto pelo centro. Além disso, os programas so setorizados por funçes e fluxos para que se tenha um melhor aproveitamento dos espaços e das relaçes espaciais entre eles. Neste sentido, conduzindo para a valorizaço da edificaço. Com isso, o projeto arquitetônico deve contemplar a diversidade dos usurios incluindo pessoas videntes ou no-videntes.
49
O partido do projeto possui como objetivo foco criar espaços tanto internos como externos que forneçam as instalaçes necessrias para o desenvolvimento e aprimoramento das habilidades dos portadores de deficiência visual, preparando os usurios para as situaçes comuns do cotidiano, tornando-os independentes e aguçando os sentidos. Tendo isso em vista, o projeto possui partidos arquitetônicos como: praças centrais que se relacionam com a importância da luz natural, que é uma relaço de conforto térmico para os deficientes visuais; um terraço no edifcio multiuso com cobertura translcida e tanto as pessoas do centro de ajuda quanto da escola podem utilizar e se apropriar do espaço; a praça privada que seria de uso educacional e de lazer para os deficientes visuais que utilizam as reas do projeto, que teria trilha podottil, jardim sensorial, horta e animais vivos para aguçamento de sentidos cognitivos, e por fim, a importância da relaço do projeto com o entorno, que tem como diretriz, a retirada dos muros que fazem divisa com as calçadas, os quais devero ser substitudos por outras formas de fechamento, sem que haja bloqueio visual, estipulando relaçes, que possam se estabelecer entre as edificaçes e o entorno. Na questo estrutural, foi utilizado estrutura metlica com laje steel deck e para revestimento do projeto, de forma a gerar uma conversaço entre interior e exterior através de grandes superfcies de vidro, equipadas com chapas metlicas perfuradas deslizantes e lâminas verticais de madeira. Com isso, os materiais das fachadas, no interior do projeto, sero utilizados também, metal e madeira proporcionando contrastes de cores, materiais e texturas.
50
No edifcio multiuso possui uma praça central com cobertura translcida, enfatizando a importância da luz natural. O edifcio subdivide em três pavimentos e cada seus respectivos setores. No térreo encontra-se o primeiro atendimento para o edifcio multiuso e para o edifcil escola, que seriam as triagens para avaliaço do deficiente visual, secretaria, banheiros e a circulaço vertical, localizada no canto do edifcio para melhor aproveitamento do espaço. No primeiro pavimento encontra-se o centro de ajuda, que seriam salas especializadas para deficientes visuais de diversas faixas etrias para o melhor desenvolvimento e aprimoramento. No segundo pavimento encontra-se o setor administrativo do edifcil multiuso e da escola. Neste edifcil encontra-se um terraço, que seria uma praça seca para as pessoas tanto videntes quanto no videntes se apropriarem do espaço. No edifcil escola possui uma praça central descoberta, entrando maior incidência de luz e criando um ptio central ao ar livre. O edifcio subdivide em quatro pavimentos e cada seus respectivos usos como: no térreo encontra-se um grande acolhimento e espaço de apropriaço, biblioteca, café, banheiros e salas especializadas que podem ser utilizadas pelas crianças do colégio e pelos deficientes visuais do centro de ajuda. Nos demais pavimentos encontra-se o setor pedaggico, que seriam as salas de aula, laboratrio, refeitrio, informtica e brinquedoteca, espaço onde o deficiente visual poder estimular ainda mais seus sentidos; por exemplo, o tato, onde as paredes teriam texturas e peças que poderiam ser movimentadas, obtendo uma parede interativa. Especificamente no terceiro pavimento encontra-se o auditrio, sala multiuso e sala de teatro, que seria de uso multplo da instituiço. O edifcio esportivo possui a entrada pelo térreo do edfico escola e tem como funço uma rea de recreaço, contendo piscina, vestirios e quadra poliesportiva. 51
RUA SUMIDO
URO
RUA GILBERTO SABINO
RUA EUGÊNIO DE MEDEIROS
722.00
722.00 724.00
52
IMPLANTAÇÃO/ PLANTA DE COBERTURA ESC 1:500 0
5
10
20
RUA CONSELHE
IRO PEREIRA
PINTO
B
C
RUA SUMIDO
URO
722.00
D
RUA EUGÊNIO DE MEDEIROS
RUA GILBERTO SABINO
D
5
4 3
2 1 A
7 8 9 722.00
A
B
A 1 6
C
2
2
3
5
4
D
722.00
1
SALA DE ESPERA
2
SALA DE TRIAGEM
3
ORIENTAÇÃO PSICO
4
ASSIS SOCIAL
5
COORDENAÇÃO
6
ASSIS FAMÍLIA
7
IMPLANTAÇÃO/ PLANTA TÉRREO/FLUXOS ESC 1:500 0
5
10
20
RUA CONSELHE B
IRO PEREIRA
PINTO
C
BANHEIRO
8
ALMOXARIFADO
9
SECRETARIA
53
B
C
2
1
3 A
B
C
D
D
D
E 724.00
F
26
27
G
722.00 724.00
5
4
A
3
2
25
1
19
24
A
A
10 CLINICA BAIXA VISÃO
10
11
B
23
B
11 EDUCAÇÃO ESPACIAL
724.00
+725,50
A C 22
18 12 13
C
14
15
16
17
20
12
REABILITAÇÃO
13
ESPAÇO DIA-A-DIA
14
ENTREVISTA PSICOSOCIAL
15
AVALIAÇÃO OFTALMOLÓGICA
16
AVALIAÇÃO FUNCIONAL
17 AVALIAÇÃO ORIENTACIONAL
21
D
18 19
D
COZINHA EXPERIMENTAL W.C
5 4 3 722.00
1
2
20
BIBLIOTECA
21
ARTESANATO
22
ATÊLIE DE ARTES
23
MUSIOGRAFIA BRAILLE
24
54
PLANTA 1 PAVIMENTO ESC 1:500 0
5
10
20
B
C
DOCA
25
W.C
26
PISCINA
27
QUADRA
B
C
2
1
3 A
B
C
D
D
D
E
724.00
F
G 722.00 724.00
5
4
A
3
2 1
38
34
A
36
33
+727,50
31 32
A
B
+729,00
B
A C
29
37
C 34
COORDENAÇÃO
30
34
34
DIRETORIA SALA DE REUNIÃO
32
FINANCEIRO
33
W.C
34
SALA DE AULAS
D
34 34
D
5 4 3 722.00
1
2
10
20
B
35
REFEITÓRIO
38
BRINQUEDOTECA
39
SALA DE INFORM
40
LABORATÓRIO
41
SALA MULTIUSO
42
SALA DE TEATRO
43 C
W.C
36 COZINHA/ CANTINA 37
PLANTA 2 PAVIMENTO ESC 1:500 5
SALA DOS PROFS/ COPA
29
31
30
28
0
28
AUDITÓRIO
55
B
C
2
1
3 A
B
C 43
D
42
D
D
E +731,00
F 41
G 722.00
+731,00
724.00
A
34
40 38
+731,00
B +732,50
A
A C
39 39
34
34
34
D
34 34
5 4 3 722.00
56
1
2
PLANTA 3 PAVIMENTO ESC 1:500 0
5
10
20
B
C
B
C
2
1
3 A
B
C 43
D
42
D
D
E
+731,00
F 41
G 722.00 +731,00
A
38
34
40
+734,50
B
+732,50
ECA
40
A
EDOT BRINQU TA ABER
A
C
39 39
34
34
34
D
34 34
5 4 3 722.00
1
2
PLANTA 4 PAVIMENTO ESC 1:500 B
0
5
10
20
C
57
FACHADA NORTE ESC 1:500 0
5
10
20
FACHADA SUL ESC 1:500 0
58
5
10
20
FACHADA LESTE ESC 1:500 5
0
10
20
FACHADA OESTE ESC 1:500 0
5
10
20
59
+738.00
+734.50 +732.50 +731.00 +729.00 +727.50 +725.50 724.00 722.00
CORTE AA ESC 1:500 0
5
10
20
CORTE BB ESC 1:500 0
60
5
10
20
FACHADA LESTE ESC 1:500 5
0
10
20
FACHADA OESTE ESC 1:500 0
5
10
20
61
ÁREA (m²) ÁREA DO TERRENO
6.633
LEGALIZADO
PROJETO
CA - COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO
2,00
13.266
6.780
TAXA DE OCUPAÇÃO
0,50
3.317
2.901
TAXA DE PERMEABILIDADE
0,15
995
2.066
Tabela 04: Tabela de área to. Fonte: Criado pela autora.
Caixilho preto com vidro incolor
5
TOTAL M² EDIFÍCIO ESCOLA
EDIFÍCIO MULTIUSO TOTAL ÁREA CONSTRUÍDA
1 410.6 m²
TOTAL ÁREA CONSTRUÍDA
SALA DE ESPERA
45 m²
BIBLIOTECA
110 m²
SALA DE TRIAGEM
12 m²
ARTESANATO
50 m²
ORIENTAÇÃO PSICO
25 m²
ATÊLIE DE ARTES
45 m²
ASSIS SOCIAL
25 m²
MUSIOGRAFIA BRAILLE
50 m²
COORDENAÇÃO
25 m²
DOCA
52 m²
ASSISTÊNCIA FAMÍLIAR
30 m²
BANHEIROS
42 m²
BANHEIROS
42 m²
SALA DE AULAS
30 m²
ALMOXARIFADO
12 m²
COZINHA/ CANTINA
50 m²
SECRETARIA CLINICA BAIXA VISÃO
45 m²
REFEITÓRIO
150 m²
25 m²
BRINQUEDOTECA
40 m²
3 548.4 m²
EDUCAÇÃO ESPACIAL
30 m²
SALA DE INFORMÁTICA
52 m²
REABILITAÇÃO
20 m²
LABORATÓRIO
52 m²
Laje Steel Deck
ESPAÇO DIA-A-DIA
35 m²
Viga
ENTREVISTA PSICOSOCIAL
14 m²
AVALIAÇÃO OFTALMOLÓGICA
17 m²
AVALIAÇÃO FUNCIONAL
17 m²
AVALIAÇÃO ORIENTACIONAL
14 m²
COZINHA EXPERIMENTAL
30 m²
SALA DOS PROFS/ COPA
70 m²
COORDENAÇÃO
30 m²
SALA MULTIUSO
70 m²
DIRETORIA
35 m²
SALA DE TEATRO
70 m²
SALA DE REUNIÃO
25 m²
AUDITÓRIO
210 m²
FINANCEIRO
35 m²
VESTIÁRIO
60 m²
CORTE DETALHADO FACHADA ESC 1:50 0
TOTAL M²
Brises verticais em madeira fixos nas lajes
Chapa metálica perfurada deslizante
62
TABELA DE ÁREAS
10
20
Tabela 05: Tabela detalhada de áreas. Fonte: Criado pela autora.
EDIFÍCIO ESPORTIVO TOTAL ÁREA CONSTRUÍDA
1 822.8 m²
ÁREA PISCINA
400 m²
QUADRA
550 m²
MAQUETE ELETRÔNICA
Figura 32: Maquete eletrônica fachada sul. Fonte: Criado pela autora.
63
Figura 33: Maquete eletrĂ´nica. Fonte: Criado pela autora.
64
Figura 34: Fachada com brises fixos e chapas perfuradas deslizantes. Fonte: Criado pela autora.
65
Figura 35: Fachada centro esportivo - fechamento comovent. Fonte: Criado pela autora.
66
Figura 36: Fachada oeste. Fonte: Criado pela autora.
67
Figura 37: Praรงa privada para uso educacional. Fonte: Criado pela autora.
68
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
69
A preocupação com a acessibilidade na arquitetura vem se tornando crescente, o que torna necessário proporcionar a interação entre o deficiente e o espaço construído. Tendo em vista a necessidade da acessibilidade, a arquitetura deve desenvolver métodos para solucionar a questão. Muito se fala sobre a eliminação de barreiras arquitetônicas, porém através da pesquisa desenvolvida neste trabalho pude descobrir que a acessibilidade vai muito além da questão física. A inclusão escolar assume diferentes formas, no entanto, afetar uma implantação de um espaço acessível, uma vez que o ambiente inadequado constitui um forte aliado da segregação, dificulta o acesso do aluno ao ambiente de ensino e limita a sua inclusão social. O deficiente visual possui o direito do acesso aos bens sociais, devendo iniciar-se este processo pela escola, base de construção, espaço preferencial para que a integração ocorra. Qualquer individuo, independente de suas restrições, tem a capacidade de se desenvolver e aprender, desde que haja incentivos da participação, contribuindo para que essas relações no meio social façam com que os deficientes visuais se desenvolvam experimentando espaços para dialogar, expressar e adquirir a sua própria autonomia. Neste sentido, eles podem participar do meio, desde que sejam oferecidos estímulos e orientações necessárias, passando a usufruir os mesmos direitos e deveres das demais pessoas videntes. É necessário levar em conta que cada pessoa é diferente, cada um tem uma percepção e seu próprio modo de vivenciar o espaço, seja ele público ou privado. O arquiteto deve explorar essas diferenças na hora de conceber um projeto, não se voltando apenas para o olhar, mas sim incorporando também os mais diversos sentidos. Por meio da pesquisa, dos resultados das instituições e especialmente a Fundação Dorina Nowill, foi possível conhecer como o deficiente visual percebe o ambiente construído e quais indicativos utilizar para se deslocar. Sendo assim, o objetivo do projeto foi criar espaços que explore seus sentidos remanescentes, permitindo-os descobrir um novo mundo perceptivo, sem receio de percorrer um espaço desconhecido. Neste sentido, promover a independência contribuindo para a integração social dos deficientes visuais.
70
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
71
HERTZBERGER, Herman (Autor); MACHADO, Carlos Eduardo Lima (Tradutor). Lições de arquitetura. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2015. 272 p. : il., plantas. Inclui bibliografia. PALLASMA, Juhani. Os olhos da pele: A arquitetura e os sentidos. 2. ed. Santana: S.a., 2011. 69 p. BERTOLIN. D. E., SANKARI. A. M. Sensibilidade além dos olhos. Editora Annablume. São Paulo.2006. KOWALTOWSKI, Doris C.c.k. Arquitetura escolar: O projeto do ambiente de ensino. São Paulo: Oficina de Textos, 2013. 272 p. BUSTOS, Carolina; FEDRIZZI, Beatriz. Percepção dos deficientes visuais: Cores x texturas. 2004. 10 f. Dissertação (Mestrado) Curso de Psicologia, Encontro Nacional de Tecnologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, 2004. Disponível em: http://www.producao.ufrgs.br/arquivos/publicacoes/111_deficientesvisuais.pdf>. Acesso em: 15 ago. 2016. LEÃO, José Flávio Machado César; Identificação, seleção e caracterização de espécies vegetais destinadas à instalação de jardins sensoriais táteis para deficientes visuais, em Piracicaba (SP), Brasil. Piracicaba. Tese (doutorado). Universidade de São Paulo (USP), 2007. PAULA, Kátia Cristina L. de; A arquitetura além da visão: uma reflexão sobre a experiência no ambiente construído a partir da percepção das pessoas cegas congênitas. Rio de Janeiro. Tese (mestrado). Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 2003. BRANDÃO, Milena de Mesquita; GUIMARÃES, Elom Alano; RIGO, Walmir. Acessibilidade e inclusão na fundação catarinense de Educação especial. Artigo PROJETAR 2005 – II Seminário sobre Ensino e Pesquisa em Projeto de Arquitetura, 2005. BLANCO, Mônica Andréa. O conforto luminoso como fator de inclusão escolar do portador de baixa visão nas escolas públicas regulares do Distrito Federal. Brasília: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UNB, 2007. 254p. (Dissertação, Mestrado Arquitetura e Urbanismo). 72
GRAÇA, Valéria A. C. da. Otimização de projetos arquitetônicos considerando parâmetros de conforto ambiental: o caso das escolas da rede estadual de São Paulo. Campinas: Faculdade de Engenharia Civil da UNICAMP, 2002. 139p. (Dissertação, Doutorado em Engenharia Civil – Área de concentração: Edificações). ÉFESO EDUARDO GONÇALVES (Rio de Janeiro). Grupo de Marte (Org.). Bengala Legal. 2000. Disponível em: <http://www.bengalalegal.com/>. Acesso em: 24 set. 2016. Sub Prefeitura de Pinheiros. Disponível em: http://ww2.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/ desenvolvimentourbano/plano_diretor_estrategico/proposta_revisao/pre/subprefeituras/pinheiros/textos/pre_subpinheirosrev_b_27_04.pdf. Fundação Dorina. Disponível em: http://www.fundacaodorina.org.br/ Acesso em: 05 Agosto 2016. Instituto de Cegos Padre Chico. Disponível em: http://www.padrechico.org.br/ Acesso em: 20 de agosto de 2016. LARAMARA - Associação Brasileira de Assistência à Pessoa com Deficiência Visual. Disponível em: http://laramara.org.br/ Acesso em: 20 setembro 2016. Acessibilidade Brasil. Disponível em: http://www.acessibilidadebrasil.org.br/versao_anterior/ Acesso em: 24 setembro 2016. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. 2 ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.
73
LISTA DE FIGURAS Figura 01: Edifício Dorina Nowill. 20 Figura 02: Logo Dorina Nowill. 21 Figura 03: Área de serviços especializados. 22 Figura 04: Jardim do colégio padre chico. 24 Figura 05: Fachada Associação Laramara. 25 Figura 06: Foto satélite Colégio Pies Descalzos. 26 Figura 07: Implantação do colégio. 27 Figura 08: Planta primeiro nível. 28 Figura 09: Planta segundo nível. 28 Figura 10: Planta terceiro nível. 28 Figura 11: Praça central e pérgula. 29 Figura 12: Praça central e circulações. 29 Figura 13: Pérgula de ripas. 29 Figura 14: Fachada do edifício Maison D’accueil. 30 Figura 15: Grandes terraços em cada piso/níveis. 30 Figura 16: Foto satélite da área do terreno e seu entorno. 32 Figura 17: Dados técnicos do terreno. 33 Figura 18: Planta uso e ocupação do solo. 33 Figura 19: Visão dentro do terreno para rua conselheiro. 33 Figura 20: Planta de gabarito. 34 Figura 21: Visão dentro do terreno para rua Gilberto. 34 Figura 22: Planta de fluxos e transportes. 34 Figura 23: Visão da rua gilberto. 34
74
Figura 24: Exemplos de proteção contra queda. Figura 25: Símbolo internacional de pessoas com deficiência visual. Figura 26: Sinalização de portas e passagens (faixa de alcance acessível). Figura 27: Sinalização tátil de alerta e relevos táteis de alerta instalados no piso. Figura 28: Sinalização tátil direcional e relevos táteis direcionais instalados no piso. Figura 29: Plano de massas isométrico I e os setores. Figura 30: Plano de massas isométrico II e os setores. Figura 31: Plano de massas isométrico III e os setores. Figura 32: Maquete eletrônica fachada sul. Figura 33: Maquete eletrônica. Figura 34: Fachada com brises fixos e chapas perfuradas deslizantes. Figura 35: Fachada centro esportivo – fechamento comovent. Figura 36: Fachada oeste. Figura 37: Praça privada para uso educacional.
36 38 38 39 40 41 41 41 57 58 59 60 61 62
LISTA DE TABELAS Tabela 01: Programa específico. Tabela 02: Programa de necessidades. Tabela 03: Aplicação e formas de informação e sinalização. Tabela 04: Tabela de área total. Tabela 05: Tabela detalhada de áreas.
35 35 37 56 56
75
76