A MANSÃO MÓVEIS

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A MANSÃO MÓVEIS REVITALIZAÇÃO DA ARQUITETURA DE INTERIORES



A MANSÃO MÓVEIS

REVITALIZAÇÃO DA ARQUITETURA DE INTERIORES



A MANSÃO MÓVEIS

REVITALIZAÇÃO DA ARQUITETURA DE INTERIORES Centro Universitário SENAC Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo Trabalho de Conclusão de Curso Anny Caroline Bez Orientador: Profº Gabriel Pedrosa São Paulo Dezembro de 2019



“Quando você quiser desistir e seu coraçao estiver prestes a partir lembre-se que voçe é perfeito, Deus não comete erros” Jon Bon Jovi


AGRADECIMENTOS Primeiramente gostaria de agradecer a Deus, pois sem a força e fé que ele me deu eu não estaria concluindo essa faculdade, que era um sonho de anos atrás e que, com muita felicidade, estou realizando hoje. Agradecer a minha mãe e minha irmã, que são a maior força e amor que eu posso ter e sentir nessa vida, as pessoas a quem dedico essa conquista, que não é somente minha, mas delas também! Agradecer ao meu pai, que foi a minha inspiração para eu me apaixonar pelo mundo de arquitetura e interiores, a minha tia Ju que é uma segunda mãe pra mim, sempre me mostrando que a felicidade e o amor são os melhores caminhos para superar qualquer problema da vida. Um agradecimento mais que especial pra minha amiga, da faculdade pra vida, Emelly Brito, que me acolheu desde que eu fiz minha transferência para o Senac, que, durante esses últimos anos, puxou minha orelha, riu, chorou e sorriu junto comigo, e principalmente conquistou meu coração de uma maneira linda. A minha melhor amiga Nathalia, que mesmo estando distante de mim, por morarmos em cidades diferentes, foi quem me ouviu nos momentos que eu precisava desabafar, quem esteve lá e torceu sempre por mim, me fazendo sentir que toda a mudança vale a pena. E, por fim, ao meu orientador Gabriel, que dedicou todo o seu tempo, e mais um pouco, para me ajudar, com muita paciência, a encontrar o caminho correto do meu projeto, com um conhecimento enorme que me ajudou a enxergar o projeto além do comum, e contribuiu muito para a conclusão deste trabalho e meu aprendizado.


RESUMO Este projeto de arquitetura refere-se a revitalização da arquitetura de interiores de uma loja de móveis que está localizada na cidade de Itatiba, interior de São Paulo, há 40 anos. O objetivo é buscar uma personalidade de destaque para a marca, onde ela possa ser identificada tanto na área interna, no projeto dos ambientes que serão propostos, como na área externa, na estrutura que será projetada para chamar atenção dos clientes. O trabalho busca, além de entender o espaço em que a loja está inserida, analisar quais são os concorrentes diretos da A Mansão, qual o perfil dos atuais clientes e quais estratégias devem ser tomadas em relação ao projeto que deem destaque a loja. veis;

Palavras-chave: loja; interiores; personalidade; ambientes; clientes;

arquitetura; móestratégias; projeto.


ABSTRACT This architectural project refers to the revitalization of the interior architecture of a furniture store that has been located in the city of Itatiba, interior of SĂŁo Paulo, for 40 years. The goal is to seek a prominent personality for the brand, where it can be identified both inside, in the design of the environments that will be proposed, and outside, in the structure that will be designed to draw the attention of customers. The paper seeks, in addition to understanding the space in which the store is located, to analyze which are the direct competitors of A MansĂŁo, what the profile of current customers and which strategies should be taken in relation to the project that highlight the store. re;

Keywords: personality;

store; interiors; architecture; environments; customers; strategies;

furnituproject.



SUMÁRIO APRESENTAÇÃO

Introdução 15 Tema 16 Objetivo 17 Justificativa 19 Metodologia 20

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A MANSÃO MÓVEIS

História 23 Localização 26 Histórico da cidade 27 Levantamento 28

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O ESPAÇO FÍSICO NAS LOJAS ATUAIS

O espaço físico nas lojas atuais 31 Novas zonas de experiência 32 Integração ambiental 33

REFERÊNCIAS

Museu da madeira - Turquia 35 Shun Shoku Lounge - Japão 36 Loja Mosia - Taiwan 37

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DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

Proposta inicial Disposição dos usos Estudo 01 Estudo 02 Estudo 03

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PROJETO

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APRESENTAÇÃO


INTRODUÇÃO A A Mansão Móveis é uma loja de móveis que está localizada na cidade de Itatiba, interior de São Paulo, que tem em seu showroom a exposição de peças fabricadas em sua marcenaria. Seu projeto de arquitetura nunca teve mudanças significativas e atraentes que fizesse com que a loja tivesse destaque na cidade. Então, será proposto um novo projeto para o local, bus cando resgatar sua forte característica em relação ao uso da

madeira maciça como principal matéria prima para seus móveis e criando uma personalidade para que a marca ganhe destaque. O novo projeto buscará mesclar a história de tradição da empresa, que está há 40 anos na cidade de Itatiba, com novas propostas inovadoras, que além de criar uma nova cara para a loja, atrairá as pessoas ao local para novas experiências além da compra.

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TEMA Este trabalho engloba o tema da revitalização da arquitetura de interiores de uma loja de móveis chamada A Mansão Móveis, que está localizada há 40 anos na cidade de Itatiba, interior de São Paulo. Esta loja tem em sua exposição móveis de fabricação própria, feitos em sua marcenaria, também localizada na cidade, e trabalha com

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projetos exclusivos para cada cliente. Durante todos esses anos, ela não passou por mudanças significativas em seu showroom, que tem perdido sua atratividade. Analisando essa questão, proponho a reforma da loja, buscando inovações que deem maior destaque à marca.


OBJETIVO O primeiro ponto é buscar a desconstrução do espaço tradicional de uma loja de móveis, eliminando os ambientes delimitados por divisórias ou que não conversam entre si, criando um espaço integrado. Desta maneira, o cliente que visitar a loja não olhará cada ambiente separadamente, mas verá um conjunto. Este conjunto, que deverá ser valorizado, será entendido pela utilização da madeira maciça como um elemento comum de destaque do projeto, que é uma das principais matérias primas na fabricação dos seus móveis. Assim, quem entrar na loja não verá um local com um aspecto de exposição de móveis planejados ou até mesmo móveis avulsos, que é o que acontece hoje, mas sim uma exposição com uma forte identidade. Com esta proposta, os espaços criados serão agregados, de tal maneira que até mesmo um local mais privativo, como a área de apresentação dos projetos, terá características que conversem com o todo. A madeira maciça, que será tratada em todo o projeto como elemento principal, estará presente em todos os ambientes, desde pequenos detalhes até partes estruturais. Além de enfatizar a identidade d’A Mansão, o elemento da madeira maciça mostrará que é versátil para todos os tipos de ambientes e usos, e isso será de grande valor para que a marca possa mostrar como ela pode ser multifuncional na utilização da madeira em todos os seus projetos, independente se eles têm características particulares para cada cliente. Outro objetivo que deve ser considerado é a utilização dos mobiliários de atendimento como mostruário. Hoje as mesas dos projetistas e vendedores são de fabricação própria da marcenaria A Mansão, porém elas estão descaracterizadas no seu contexto, parecendo estar sobrando no ambiente ou que apenas estão ali para servir de apoio ao atendimento, e isto deve ser eliminado. Essas mesas devem se enquadrar no conjunto para que quem as

veja consiga enxergar um objeto que possa ser utilizado como modelo nos seus projetos, ou até mesmo que possa ser modificado para determinados desenhos ou acabamentos, sendo uma referência do tipo e qualidade de móvel que a loja faz, e não um elemento isolado. Está característica será aplicada não só nas mesas de atendimento, mas em todos os móveis que se façam hoje como elementos de apoio, como as cadeiras, a copa que serve os cafés para os clientes, os banheiros e todo o conjunto que será modificado. O local será composto por cores neutras e minimalistas, com a intenção de dar destaque aos produtos e à madeira, que serão o foco principal da exposição. Amplos espaços para circulação também serão projetados, ao contrário do que acontece hoje, onde um determinado ambiente está muito próximo ao outro, fazendo a loja parecer bagunçada. O novo projeto consistirá em uma loja que, ao mesmo tempo, seja simples e sofisticada, consiga atender a alta expectativa do público em relação ao nível de serviço, personalização e conveniência da empresa. Outro foco de extrema importância é a criação de espaços para experiências, como a criação de um ateliê de restauração de móveis, que hoje é um serviço fornecido e que acontece na marcenaria. O foco, porém, é fazer com que os clientes façam eles mesmos, pois sempre que procuram o serviço questionam como é feito e mostram interesse em aprender. Desta maneira, a criação deste espaço na loja de móveis atrai esta demanda de público que criará uma conexão com o local, e esta circulação de pessoas, por mais que não estejam indo lá pela compra, é muito importante. Além deste ateliê, espaços como um café também serão implantados para a atração do público para diferentes experiências além da compra. A sustentabilidade também terá um papel na revitalização da loja, tanto na forma de implantar um espaço verde, que se integre com a loja e 17


seja um novo ambiente de convívio para os usuários, como, e principalmente, no aspecto da restauração dos móveis. Além de agregar valor, esses espaços criam um diferencial em relação à concorrência e refletem a nova mentalidade dos consumidores, reforçando assim a relação deles com a marca.

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JUSTIFICATIVA A proposta de projetar a revitalização da loja A Mansão Móveis existe porque é uma empresa que tenho contato por ser da minha família, sendo um ambiente que eu cresci e trabalhei, antes de vir pra São Paulo. Então, quero estudar como este local pode ser valorizado com um projeto de arquitetura de interiores adequado.

Realizar este projeto também tem a intenção de buscar uma nova identidade para a marca, que em anos acabou se perdendo, pelos motivos de que a cidade parou de crescer no setor moveleiro e que os donos da empresa não se interessaram em investir na loja como um local atrativo em relação ao design de interiores e a arquitetura.

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METODOLOGIA Para a realização do projeto da loja A Mansão Móveis irei buscar entender onde ela está inserida, quais as influências positivas e negativas do entorno e o que é essencial propor de mudança para que ela se destaque. Entender quais ambientes podem ser expostos e seus diferentes usos, buscando no mercado o que as lojas estão fazendo para atrair seus clientes e quais estratégias buscam para que consigam se destacar dos seus concorrentes.

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Estudo da área, com levantamento das medidas, da estrutura, do que é viável ou não para se manter e qual será a relação do lado interior com o lado exterior da loja. E por fim, quais os perfis dos clientes que frequentam ela e se terá intenção de mudar este perfil e quais estratégias de projeto podem ajudar.


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A MANSÃO MÓVEIS


HISTÓRIA A Mansão Móveis é uma marcenaria tradicional com 40 anos de presença no mercado, fundada em 1979 em Itatiba, interior de São Paulo, cidade que possui um polo moveleiro com longa tradição em produzir móveis de alta qualidade. Sua história teve início com o Sr. Roberto, que hoje administra as vendas da loja, e é passada por gerações através de seu filho, que é o responsável pela marcenaria, e sua neta, que é responsável pela área de projetos.

No início, a empresa produzia móveis coloniais e entalhados, e com o passar dos anos foi adaptando sua produção conforme as novas exigências do mercado, passando a produzir móveis planejados e utilizando novos acabamentos em diferentes pinturas, como a laca, que com a qualidade do serviço fornecida também se tornou um dos carros fortes da empresa. Fonte: autoral

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Fonte: arquivo pessoa A Mansão Móveis

A A Mansão desenvolve móveis funcionais através de maquinários próprios, manuseados por marceneiros altamente qualificados que trabalham com eles desde o início da marcenaria. Têm uma vasta experiência na concepção, fabricação, acabamento e montagem de projetos em madeira maciça, com técnicas de acabamento natural que revelam diferentes texturas e tonalidades, e outros materiais complementares, como o MDF, com qualidade e funcionalidade.

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Fonte: arquivo pessoa A Mansão Móveis

No início a loja tinha uma grande área de showroom e o apoio de vários vendedores desenhistas, que faziam os atendimentos e os desenhos das perspectivas dos projetos a mão. Hoje, além do espaço estar reduzido, o número de vendedores diminuiu, tendo apenas um projetista na loja, que faz os projetos em 3D, e um projetista home office, que faz os projetos conforme a demanda, além de parcerias com alguns arquitetos da cidade de Itatiba e a grande maioria da cidade de São Paulo.



LOCALIZAÇÃO A A mansão Móveis está localizada na Rua Luiz Scavone, 811 – Jardim de Lucca – Itatiba/SP, região sudoeste do estado de São Paulo, cidade com área total de 325 km². Este local é um dos principais pontos da cidade, e é onde se encontram várias outras lojas de móveis tradicionalmente conhecidas. Esta região, antigamente, era muito movimentada, com pessoas de diferentes lugares do Brasil em busca de móveis coloniais, hoje existe uma mescla das lojas de móveis que se mantiveram, durante os anos, e de novos comércios, como bancos, farmácia, revendedoras de carros e outros. Fonte: autoral

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Fonte: autoral

Fonte: autoral


HISTÓRICO DA CIDADE A cidade de Itatiba sempre foi conhecida pelos seus móveis, desde a instalação das primeiras indústrias moveleiras, na década de 1960, em que se destacava a produção em estilo colonial. Até o final da década de 1980, a indústria do móvel colonial tinha papel de destaque na economia itatibense, onde os lucros obtidos pelo setor eram atraentes e o número de empregos que este segmento gerava era significativo para a cidade. Porém, com a abertura do mercado brasileiro às exportações, no início da década de 1990, as vendas de móveis caíram significativamente e o setor moveleiro itatibense entrou em decadência. Assim, de polo moveleiro nacionalmente conhecido e de alta produtividade, Itatiba passou a desempenhar um papel secundário neste ramo industrial. Evidentemente a economia da cidade foi afetada pela decadência da indústria do móvel colonial, que possui relação direta com a transição de um modelo de desenvolvimento com fortes características econômicas, pelo fato deste polo possuir alta produtividade, para um modelo chamado de acumulação flexível. Mas, uma vez que a produção do móvel colonial é feita por encomenda e de maneira quase que totalmente artesanal, algumas empresas conseguiram se manter no mercado, principalmente pelo fato de serem empresas familiares, em que geralmente os donos se encarregam do projeto e fabricação das peças.

Atualmente, essa característica de vender móveis coloniais não é mais o carro chefe da indústria itatibense. Até meados da década de 1980 esse setor gerava em torno de cinco mil empregados diretos e indiretos, hoje gera um total de apenas 747 postos de trabalho num grupo de 68 empresas atuantes no ramo. A grande maioria das empresas que se mantiveram no setor moveleiro teve que se adequar às exigências do mercado e produzir móvel no estilo linha reta, que é a nova tendência entre os consumidores de classe média, os famosos móveis modulares, que também são produzidos em módulos adaptáveis a um determinado projeto. Hoje são poucas as lojas de móveis que mantêm espaços de showroom para expor seus trabalhos, comparados com anos atrás em que praticamente cada marcenaria tinha sua exposição nas famosas ruas comerciais da cidade. As que se mantêm têm características de exposição de modelos de ambientes, com decorações e propostas tradicionais.

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LEVANTAMENTO A

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PLANTA LEVANTAMENTO ATUAL Escala 1:125

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PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

Fonte: autoral

Fonte: autoral

Fonte: autoral

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O ESPAÇO FÍSICO NAS LOJAS ATUAIS


O ESPAÇO FÍSICO NAS LOJAS ATUAIS

REFERÊNCIA

O papel das lojas físicas está mudando, devido aos novos comportamentos de consumo, a medidas em que o público cada vez mais procura os canais de venda on-line. A experiência, mais do que os produtos expostos, passou a ser prioridade para o varejo, tanto de móveis quanto de diversos outros segmentos. Pensando no futuro, o varejo de móveis precisa reavaliar o espaço da loja física e seu sentido, para não perder de vista essa nova atitude e o novo comportamento do consumidor. As novas lojas físicas bem-sucedidas e que estão pensando no futuro trarão, ao mesmo tempo, simplicidade e sofisticação aos clientes, algo que desperte o interesse por novas experiências, mas que também consiga atender a alta expectativa do público com relação ao nível de serviço, personalização e conveniência. Esses aspectos que estão afetando as grandes lojas dos grandes centros urbanos também começam a afetar lojas pequenas que

se encontram mais distantes das maiores capitais. Isso acontece, pois, o consumo on-line está criando um novo perfil de cliente, independentemente de onde ele esteja. A renovação que deve ser feita na A Mansão, portanto, deve buscar atrair o olhar deste novo consumidor. Este aspecto de não precisar mais expor uma grande quantidade de produtos no showroom já foi analisado pelos proprietários da loja há 2 anos, quando tiveram a ideia de reduzir o espaço, que antes era o dobro do que é hoje, indo de aproximadamente 700 m² para 300 m². Na época foi levantado que a maioria de suas vendas era feita pelos projetos realizados pelos projetistas ou arquitetos parceiros, então, resolveu-se reduzir o espaço da loja para poder ter um custo menor e obter um maior lucro nas vendas. Hoje está redução condiz com a análise feita no mercado atual, porém ela precisa ser reprojetada para que o espaço atual atraia esse novo tipo de consumidor que está ligado à tecnologia, o que não está acontecendo pela falta de planejamento do design dos produtos expostos.

As lojas em formatos menores estão em pauta para o futuro, já que o espaço físico disponível está diminuindo. Elas permitem mais experimentação, merchandising flexível e seleções de produtos bem-elaboradas. A Reformation é mais uma a abrir mão do espaço, a ideia é fazer menores investimentos para atender melhor ao consumidor. Com menos espaço físico, cada metro quadrado se torna importante, e assim, o projeto do interior de uma loja deve ser minuciosamente elaborado, e pensando nos detalhes corretos chamará atenção das pessoas. 31


NOVAS ZONAS DE CONFORTO O varejo de móveis, como o de outros ramos, começou a dar destaque para os espaços de experiência. Desta maneira, é necessário a remodelação das lojas para receberem áreas para novas experiências como oficinas e ateliês, além das áreas gourmet, como cafés, bares ou até mesmo restaurantes. Na nova proposta da loja A Mansão Móveis será criado um ateliê de restauração, com o intuito de trazer essas novas zonas de experiência para o novo conceito de loja de móveis que a A Mansão pretende implantar na cidade. Assim, essas áreas, além de proporcionarem um espaço de aprendizado, poderão ser usadas para outras atividades e eventos que estimulem novos conceitos de auto aprimoramento e atenção plena para a experiência, que estão sendo muito estudados e analisados como pontos estratégicos importantes que devem ser trabalhados nos locais que antes só eram vistos como áreas de venda.

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Realizando essa nova alternativa da maneira correta, essas experiências aumentarão a lealdade do público. De modo autêntico, esse novo espaço se tornará um diferencial da loja em toda a cidade, que hoje possuí uma vasta concorrência de lojas de móveis, mas nenhuma que tenha implantado essa mudança em montar um local que chame a atenção do cliente por outros motivos e não só pela compra.


INTEGRAÇÃO AMBIENTAL O espaço verde é um assunto que está se tornando cada vez mais importante na discussão dos projetos das cidades, dos parques, das casas e na sua implantação dentro dos comércios. Assim, à medida que a comunidade e o bem-estar se tornam fundamentais, o varejo deve incorporar áreas verdes e jardins em seu espaço físico. Além do aspecto ambiental, a implantação dessa nova área verde dentro da loja conquistará os clientes, que, no período que lá permanecerem, sentirão conforto por estar em um ambiente tranquilo, diferente dos de seu cotidiano.

Além da dimensão estética e de qualidade ambiental, os jardins e as áreas verdes – dentro e fora da loja -, podem servir como ponto de encontro, um espaço para oferecer outro tipo de experiência ao consumidor além da compra.

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REFERÊNCIAS


Feitas pesquisas em busca de referências que pudessem auxiliar na proposta do projeto, destacaram-se as do arquiteto Kengo Kuma, mas diferentes arquitetos que se relacionam com as ideias de conceitos também foram considerados em menor proporção, pois o uso da madeira e as propostas dos desenhos de Kuma traduzem bem o conceito deste projeto. A primeira obra escolhida para inspiração é uma proposta para o Mu-

deira, na Turquia, que hoje está sendo construído. Este projeto foi inspirado na escala e materialidade das tradicionais casas de madeira otomanas. A partir da percepção dessa obra, foi compreendido que o espaço que será projetado dentro da loja deve se relacionar com o exterior. Dessa forma, o destaque não deve ser somente para quem entrar naquele local, mas deve chamar a atenção de quem passar pela rua, principalmente.

A visão de dentro do museu foi utilizada como referência, pois as paredes, o chão e o teto são brancos, e a madeira é o único elemento que realmente se destaca. Esta concepção foi pensada para este projeto de forma que a estrutura do galpão da loja não seja percebida e faça fundo para que os elementos de madeira se destaquem.

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Continuando os estudos com referência as obras do Kengo Kuma, outra referência foi a maneira como ele trata a estrutura e os móveis no projeto do Shun Shoku Lounge, no Japão, realizado em 2013. Nesta obra, ele amontoa peças de painéis de madeira para construir o interior do local criando uma topografia nas paredes. Em seu projeto, o elemento da madeira não é somente a divisão dos ambientes, mas os móveis saem dele, criando vários níveis e uma continuidade, sendo um ponto interessante para ser desenvolvido.

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O projeto de Kuma funciona por ser utilizado um único tom de madeira. No caso do projeto da loja, é necessário expor vários tipos de acabamentos e tons, então a principal referência de Kuma é o conceito que as estruturas podem dar continuidade ao móvel exposto, mas não de maneira excessiva como Kuma apresenta.


Ainda analisando possíveis referências para a criação de estruturas em madeira, foi analisado o projeto da loja Mosia, também feito pelo Kengo Kuma, no Japão, em 2013. Outra inspiração com base no arquiteto é o encaixe das peças, pois elas não estão posicionadas somente na vertical, ou somente na horizontal, elas se encaixam criando um aspecto de movimento.

Na obra, o movimento é realizado de forma peculiar, em que os vãos criados pelas peças destacam o que existe ao fundo, podendo criar áreas com mais ou menos transparência, dependendo de como são posicionadas.

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DESENVOLVIMENTO DO PROJETO


PROPOSTA INICIAL Objetivos: • • • • • • • •

Desconstruir o espaço tradicional de loja de móveis; Agregar os espaços; Elemento que se destaque e faça conexão dos diferentes usos; Mobiliários confortáveis no atendimento, também servindo como mostruário; Espaço com cores neutras, clean, para dar destaque aos produtos; Loja que traga, ao mesmo tempo, simplicidade e sofisticação aos clientes; Abrir espaços para experiências; Sustentabilidade.

Nos primeiros modelos desenvolvidos, houve poucas modificações na disposição dos usos em planta. Para o projeto final, estes usos também sofrerão poucas alterações, mantendo a disposição de recepção na entrada, exposição na vitrine voltada pra rua e área verde ao fundo. 41


DISPOSIÇÃO DOS USOS Como primeiro passo foi pré-definido quais usos a nova proposta do projeto de interiores da loja poderá ter, eles são: • Atendimento: Uma área de recepção, onde o cliente fará seu primeiro contato com o funcionário da loja. Neste local serão estudadas as possibilidades de futuros mobiliários, como a quantidade de mesas necessária, se são necessárias, a disposição em que elas ficarão no ambiente e quais os outros móveis que serão utilizados como apoio; • Criação de projetos: Local com mesas e computadores, onde os projetistas criarão os projetos para os clientes, muitas vezes realizados na hora, ou onde eles possam pegar as informações necessárias para um futuro atendimento. Nesta área também será estudado quais tipos de mobiliário serão utilizados; • Exposição: Área com diferentes ambientes expostos, como cozinha, sala, quarto e outros. Estes ambientes serão desenvolvidos de maneira que se integrem, com a intenção de expor diversos tipos de acabamentos feitos em madeira maciça, principal matéria prima da loja, com a qual se busca criar uma nova identidade para a marcenaria, além dos móveis laqueados, que também fazem parte de sua produção, sendo uma forte referência de sua qualidade. • Gourmet (café/ restaurante): Local onde possa ser servido esse tipo de serviço, o que constituirá um diferencial em meio aos concorrentes na cidade, e, ao mesmo tempo, um novo lugar de convívio;

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• Ateliê de restauração: Proposta de um lugar onde as pessoas possam aprender a fazer restaurações dos próprios móveis. Está área precisará de espaço para bancadas, local para armazenamento de ferramentas e até mesmo de uma estufa de pintura. No projeto, este ateliê será tratado como um local que irá chamar a atenção das pessoas para terem uma experiência diferente em uma loja de móveis, além da compra; • Exposição de restauração: Local para a exposição de móveis restaurados no ateliê. Estou estudando essa área, que poderá ser um local fixo e concentrado ou uma variedade de pequenos espaços espalhados pela loja. O objetivo de criar uma área expositiva é incentivar o olhar para o que está acontecendo de diferente, e assim chamar a atenção para que o público tenha vontade de participar; • Funcionários: Demolir a área de banheiro e copa dos funcionários no fundo da loja e unificar com a dos clientes; • Área verde: O espaço do fundo da loja será usado para a criação de uma área verde, um novo local de estar que se conecte com a natureza, trazendo esta característica e diferencial para dentro de uma loja de móveis, que não existe na cidade. Será estuda o uso de mobiliários para que as pessoas possam usufruir da área.


A partir da análise feita em relação ao espaço atual da loja tive a ideia de utilizar a área que hoje é usada como depósito para ser agregada ao showroom. Então, a primeira mudança será a demolição da divisória que existe no meio da loja, recuperando assim uma área que hoje está perdida, pois os objetos que estão armazenados neste local podem ser transferidos para a marcenaria.

algumas da própria cidade de Itatiba, é um modelo que quero desconstruir no novo projeto da A Mansão, pois não se pretende criar uma loja padrão, igual às demais. Busca-se um lugar que talvez tenha essa “divisão” comum das lojas, mas sem uma marcação forte no ambiente. Por isso a intenção de propor um elemento que faça essa conexão, e que ao mesmo tempo tenha um desenho que mostre leveza. Os ambientes estão sendo definidos e a primeira proposta foi feita conforme o diagrama de cores acima. Na entrada da loja, é preciso criar um local de atendimento e recepção, que hoje não existe. A mesa de atendimento ao público fica no fundo da loja, desencorajando parte dos possíveis clientes. Acho necessário existir uma recepção logo à entrada para dar auxílio no que a pessoa está buscando. Logo junto a este atendimento pensei em criar um local de projetos.

Em cima da copa e dos banheiros existentes, dentro da loja, existe um mezanino utilizado para o armazenamento de móveis antigos. Vou aproveitar essa área, criando uma escada fixa para acesso das pessoas, que hoje é acessado por uma escada m ó vel, e agregar este espaço ao projeto para o futuro ateliê ou até mesmo o café, esta decisão está sendo analisada e acredito que será concluída conforme a definição das outras áreas do projeto. A princípio, pensei em criar um elemento que fizesse uma conexão entre todos os ambientes, representado na imagem acima pela linha vermelha que passa por todos os setores. Porém, queria que essa conexão acontecesse de forma que não criasse uma divisão de locais como as lojas atuais costumam fazer, com divisórias para separar os diferentes tipos de ambientes expostos, como na Tok&Stok, por exemplo, em que o showroom de móveis é montado com divisórias em drywall. Este conceito de divisão, que muitas lojas usam, inclusive

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Referência: Projeto Forest Arquiteto: Kengo Kuma Transparência Madeira Passagem de luz Relação interior x exterior

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Estudo 01 • Elementos que dão visão ao interior da loja; • Recuo intencional na calçada, com a intensão de se tornar convidativa; • Constraste entre a transparencia interna e pontos escuros; • Passagem de luz, criando desenhos interessantes sobre os móveis expostos internamente; • Uso da madeira neutra, tanto na estrutura como nos móveis, resultando num conjunto; • Painéis internos que percorrem a loja, dando continuidade ao externo.


Referência: Projeto Centro Cultural de Liyama Arquiteto: Kengo Kuma Ano: 2015 Placas em perfil retangular Movimento nos painéis Continuidade no ambiente interno Transparência e aberturas em pontos específicos

Estudo 02 • Elementos de placas cortadas em perfis retangulares; • Conforme forem se encontrando crião ângulos que farão um desenho com a intenção de criar movimento aos painéis; • Placas externas que ao mesmo tempo que criam o movimento para a fachada, entram no ambiente com a intensão de criar as divisões necessárias.

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Estudo 03 • Elementos ripados; • Percepção da fachada em relação ao vizinho; • Disposição completa do layout interno

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PROJETO


PLANTA DEMOLIR/ CONSTRUIR Escala 1:125

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CORTE AA Escala 1:125

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CORTE CC Escala 1:125

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ESCALA 1:125

PRODUCED BY AN AUTODESK STUDENT VERSION

VISTA 01 Escala 1:125

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VISTA 02 Escala 1:125

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Concluo este trabalho ressaltando a importância de buscar um olhar fora do tradicional para uma loja de móveis, como a A Mansão. Criando novas possibilidades de projeto, tanto na exposição dos seus móveis como em relação a sua inserção na cidade, chego ao resultado final de destaque para a conexão do interior e exterior da loja, encontrando uma linguagem que caracterizou a marca e criou sua nova identidade. A partir do desenvolvimento da parte interna e da fachada da loja, cheguei ao resultado final onde o maior elemento de destaque são as ripas de madeira maciça, que, além de desenharem os painéis expostos junto com os móveis dos ambientes ela criou uma melhor disposição em relação as divisões do espaço, com a intensão de criar um local único, conectado por elementos que conversam entre si. Como resultado, projetei uma nova loja, com espaços para a integração dos clientes, ambientes de trabalho conectados ao todo e locais de lazer, que saem do comum e tradicional que a A Mansão tinha.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANNY CAROLINE BEZ

A MANSÃO MÓVEIS

REVITALIZAÇÃO DA ARQUITETURA DE INTERIORES


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