ÀS MARGENS DA FRONTEIRA: Reaproximação com o Ribeirão dos Meninos
Mariana Mosca Zerbinatti
Centro Universitário Senac Campus Santo Amaro
ÀS MARGENS DA FRONTEIRA Reaproximação com o Ribeirão dos Meninos
Por Mariana Mosca Zerbinatti Orientador: Prof. Dr. Fabio Robba
SÃO PAULO 2019
Zerbinatti, Mariana Mosca Às margens da fronteira: Reaproximação com o Ribeirão dos Meninos / Mariana Mosca Zerbinatti - São Paulo (SP), 2019 Orientador(a): Prof. Dr. Fabio Robba Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo) - Centro Universitário Senac - Santo Amaro, São Paulo, 2019. 1. Heliópolis 2. Ribeirão dos Meninos 3. Águas Urbanas 4. Parque Urbano 5. Enchetes 6. Região Metropolitana 7. Robba, Fabio (Orient.)
AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente aos meus pais Vania e Paulo e minha avó Dora pelo apoio, incentivo e dedicação durante todas as fases da minha vida, por estarem sempre presentes nestas decisões e buscarem sempre o melhor para mim. Ao meu namorado, Gabriel pela compreensão durante toda a faculdade, estar comigo durante algumas noites mal dormidas, fins de semana no computador e pelas ajudas práticas em alguns momentos deste processo do TCC. Ao meu orientador, Fabio Robba, pelo conhecimento repassado, paciência e sensibilidade com o tema abordado, assim como pelas conversas durante as orientações. E, por fim, aos meus colegas e amigos(as), em especial Catharine e Carolina pelas mensagens sempre positivas, companheirismo, troca de saberes desde o começo da faculdade.
RESUMO Este trabalho de conclusão de curso (TCC) tem como foco expor o histórico da relação entre o homem e a margens d’água e com isso propor a intervenção em um trecho do Ribeirão dos Meninos entre as cidades de São Paulo e São Caetano do Sul, a partir da metodologia de Espaços Livres de Edificações e estudos de zoneamento, uso e ocupação do solo e das análises da bacia hidrográfica e índices pluviométricos do entorno do curso d’água. Além disso, tem-se o auxílio dos estudos de caso, com os temas voltados às novas tipologias de habitações sociais e projetos de parques ecológicos ou de controle das águas por meios sustentáveis. O projeto tem como intenção melhorar as enchentes locais, os fluxos, a conexão da população com as águas do Ribeirão e trará uma nova área de lazer para a população local. Palavras-chave: Ribeirão dos Meninos - cursos d’água enchentes - parque urbano
ABSTRACT This final paper focuses on present an history of the relationship between men and water margins and with that propose an intervention in a stretch of Ribeirão dos Meninos between the cities of São Paulo and São Caetano do Sul, from the methodology of Free Space of Buildings and studies of zoning, use and occupation of land and the watershed statistics and rainfall of the watercourse. Besides that, there is the support for case studies, with topics focused on new typology of social housing and projects of ecological parks or water control by sustainable means. The project has an intent to improve local flooding, water flux, the connection of the population with the waters of Ribeirão and the new recreation area for the local population. Palavras-chave: Ribeirão dos Meninos - watercourse watershed - landscape urban
SUMÁRIO
1 3 5
Introdução
08
1.1 Justificativa
12
1.2 Obejtivos Gerais 1.2.1 Objetivos Específicos
13 13
1.3 Método
13
Estudos de Caso
36
3.1 Melhoria dos Espaços Livres de Edificações 3.1.1 Zhangjiagang Town River 3.1.2 Promenada 3.1.3 Atlantic Park
38 39 40 41
3.2 Novas Habitações sociais 3.2.1 Housing Apartments 3.2.2 Spangen Quarter Housing 3.2.3 CODHAB - Sol Nascente
42 43 44 45
Proposta de projeto
66
5.1 Intenções de projeto
68
5.2 Implantações e setores 5.2.1 Tipos de piso 5.2.2 Tipos de árvores
70 71 73
5.3 Cortes
82
5.4 Perspectivas
91
2 4 6
Fundamentos Teóricos
14
2.1 Rios Urbanos 2.1.1 Primeiros Contatos 2.1.2 Ruptura 2.1.3 Tentativas 2.1.4 Reaproximação
16 17 18 19 21
2.2 Espaços Livres de Edificações
25
2.3 Espaços Livres e Áreas Verdes
27
2.4 Habitações Sociais em Heliópolis
29
Diagnósticos
48
4.1 Localização
51
4.2 Uso e Ocupação do Solo
55
4.3 Legislação e Zoneamento
56
4.4 Espaços livres de Edificações e Espaços Livres Vegetados
57
4.5 Bacia Hidrografica
62
4.6 Enchentes
65
Finalização
96
Considerações Finais
98
Referencias Bibliograficas
99
Lista de Figuras
101
Introdução O primeiro capítulo tem o objetivo de introduzir os temas abordados que darão base ao estudo, apresentando a justificativa da escolha do tema, os objetivos gerais e específico do projeto e o método a ser feito.
1
1
10
1
A reintegração de áreas marginais aos cursos d’água - presentes no tecido urbano e comumente degradadas - ao cotidiano da população tem sido assunto alvo de muitos projetos atualmente e um dos motivos é a crescente impermeabilização do solo das cidades e recorrente solução de canalização dos leitos, dando consequência a muitos casos de enchentes, prejudicando tanto os habitantes locais quanto os transeuntes e veículos. Neste tema, será mencionada essa mudança de vínculos do homem com a natureza e principalmente diante as águas e suas tentativas de reconciliação até os dias de hoje. Assim, discutiremos as classificações e características desses Espaços Livres de Edificações com base no estudo de Miranda Magnoli e Silvio Macedo, para dar base à implantação de áreas e espaços livres vegetados e sua importância tanto para a população local quanto para o meio ambiente da região. Combinado ao tema, falaremos sobre a habitação que cresce em áreas degradadas e como ela se desenvolveu na região escolhida, a Favela de Heliópolis. A partir desses fundamentos, em conjunto com diagnósticos do local e estudos de caso a respeito de novas intenções e propostas para este tipo de área, assim como, ideias para moradias mais econômicas e de fácil execução para população de baixa renda, partiremos para uma proposta de intervenção em um trecho do Ribeirão dos Meninos localizado na Região Metropolitana de São Paulo e assim fazer com que ele se reintegre na paisagem local e haja a reconciliação do seu leito com a região e a população.
Figura 1 (p.10) : HIS ‘redondinhos’ e seu terreno não finalizados e ocupados ilegalmente. Fonte: Rivaldo Gomes/ Folhapress 11
1
1.1 Justificativa Sempre houve uma inquietação a respeito dos espaços vazios da cidade, por que estão lá se há tantos usos melhores para o local? Na faculdade de arquitetura e urbanismo aprende-se que a cidade de São Paulo possui uma grande quantidade de rios invisíveis, os quais não temos conhecimento pois estão muitas vezes enclausurados no subsolo. Assim, surge outra inquietação: como e por que isto acontece, se os rios são parte integrante da natureza e deveriam ser sempre preservados, mas fazem parte destas áreas vazias e/ou degradadas. Houve então, episódios de enchentes reportados na fronteira entre as cidades de São Caetano do Sul e São Paulo, na Avenida Almirante Delamare por conta das cheias do Ribeirão dos Meninos nos dias de chuva, assim este foi o candidato escolhido para receber o projeto.
12
Ao observar mais atentamente seu entorno, percebe-se a ocupação do terreno em que há as habitações de interesse social, feitas pelo arquiteto Ruy Ohtake, em Heliópolis o que também entra na pauta deste trabalho.
1
1.2 Objetivos Gerais O objetivo deste trabalho é, a partir do histórico e processo de ocupação da vila Heliópolis e das cidades margeadas pelo Ribeirão dos Meninos, entender o terreno, sua função e características para formulação de uma proposta de melhoria dos espaços livres de edificação e reintegração do espaço à paisagem urbana.
1.2.1 Objetivos Específicos A proposta tem como objetivo melhorar a qualidade do espaço livre presente no trecho escolhido; requalificar e melhorar a urbanização de seu entorno em preocupação com as habitações sociais e infraestruturas instaladas perto das margens do rio de ambos os lados; fazer com que a população interaja com estas águas como forma de lazer e recreação, assim, dar novos usos aos espaços livres não utilizados com a criação de um parque urbano regional para esta atração, criando uma nova centralidade verde.
1.3 Método O presente trabalho será feito a partir de pesquisa bibliográfica e iconográfica do histórico e levantamento de dados com ajuda de meios cartográficos. Como método de análise, desenvolveu--se mosaicos de espaços livres de edificações com base nos preceitos e características dadas nas referências de Miranda Magnoli e Silvio Macedo*, e também dos mapas de dados que afetam a pesquisa. Somado a uma pesquisa de estudos de casos projetuais relacionados tanto à corpos d’água e sua reintegração no espaço urbano quanto habitações sociais econômicas e sustentáveis de acordo com o contexto local de modo que sejam implantadas rapidamente ou até por meio de mutirões sociais.
*Ver bibliografia 13
Fundamentos Teóricos Este capítulo apresenta breves históricos sobre a relação entre homens e corpos d’água e o local de situação do terreno Expõe a fundamentação baseada nas ideias de Espaços Livres de Edificações.
2
2
16
2
2.1 Rios Urbanos 2.1.1 Primeiros Contatos As primeiras civilizações reconhecidas pelo homem deixaram de ser nômades a partir do momento em que tomaram conhecimento da agricultura. Esta prática de produção de alimento não permitia aos povos a locomoção em períodos extensos, pois esperavam no local até os grãos tornarem-se frutos. A prática da agricultura só era possível em solos férteis e com boa drenagem e irrigação, vem daí a importância das águas dos rios desde as primeiras civilizações, que também utilizavam-no para o transporte. A civilização mais antiga instalou-se na região entre os rios Tigre e Eufrates, chamada de Mesopotâmia (do latim meso = no meio; potamos = rio) e era formada por vários povos, dentre eles os Sumérios que viviam nas regiões pantanosas entre os rios e sofriam com as cheias frequentes. Foram, assim, os primeiros a criar formas de conter as águas e redirecioná-las fora do percurso natural. A partir disto, outras civilizações tanto do Oriente Médio quanto do próprio Oriente começaram a se desenvolver próximas aos canais fluviais como do rio Amarelo (civilização chinesa), rio Indo (civilização indiana), rio Nilo (civilização egípcia). Chegando então na Idade Média, com as cidades se desenvolvendo a partir dos rios Tamisa (Londres) e Sena (Paris) (MELO, V. 2005) As cidades brasileiras não foram diferentes, muitos anos depois. Os rios eram importantes meios de navegação e localização. Possuíam características meandradas, o que dificultava a permanência próxima às águas pois todos os espaços alagavam com as cheias.
A relação dos assentamentos humanos com a água tem matrizes diversas: relacionase ao atendimento de necessidades básicas do homem, o abastecimento, a higiene pessoal, a irrigação, a funções de transporte, pesca, recreação, bem como à valorização dos aspectos estéticos, de beleza cênica. Relaciona-se também a fatores simbólicos, ritualísticos; a água é um elemento universal de conexão do homem com a natureza. (MELLO, S. 2005, p. 57) 17
2
2.1.2 Ruptura Segundo Vera Melo, a mudança dos olhares para as águas começou a partir do momento em que o homem se impõe à natureza e tenta dominá-la seguindo o homocentrismo, filosofia da época renascentista em que o homem é o centro da Terra. Apesar do homem admirar as paisagens naturais, ele coloca-se em uma hierarquia acima do meio natural o que, dentro deste conceito, dá-lhe o direito de explorá-lo (MANN apud. MELO, V. 2005). Começa-se assim a dominação do homem diante a natureza. A trajetória das relações entre cidades e rios reflete os ciclos históricos das relações cidade/natureza. Inicialmente vista com temor, a natureza precisava ser domada pelo homem, suas manifestações, pouco conhecidas e imprevisíveis podiam causar transtorno e destruição. (MELLO, S. 2005, p. 58) 18
A revolução industrial trouxe às cidades um novo jeito de exploração das águas. Com a implantação das industrias próximas aos leitos para a utilização e geração de energia, foi-se também despejando os materiais de dejetos nos rios, pois era a forma mais rápida de eliminação destes. Houve então, o êxodo rural, o qual as pessoas que moravam em regiões mais afastada foram morar nas proximidades do novo emprego. Ao construir suas casas nas redondezas, os esgotos domésticos também eram descartados nas correntes d’água. Houve o crescimento populacional nas cidades, que, em geral, ficavam entre os rios, assim começa a expansão além destes. Cada vez mais poluídos, os rios tornaram-se algo desagradável pelo cheiro e contaminação. Por isso, voltaram-se as costas das edificações para os cursos d’água. O solo cada vez mais impermeável leva às periódicas enchentes nas proximidades das margens, chamadas de planície de inundação ou várzea, as quais, em sua maioria, dentro das áreas urbanas, eram e ainda são ocupadas, causando problemas de saúde e transmissão de doenças.
2
2.1.3 Tentativas Na metade do século XX, inicia-se tentativas de reconciliação entre as cidades e seus rios para qualificar a saúde pública e melhorar as condições das águas. Porém estas intervenções tinham viés estritamente sanitarista e urbanístico com conceitos modernos de funcionalidade e racionalidade, os quais não encaixam na ordem da natureza. As obras incluíram canalização e retificação dos rios, propondo avenidas nas margens dos maiores leitos, que se tornaram artificiais e cinzas com o contínuo despejo de dejetos, e sua canalização em concreto, substituindo as matas ciliares e assim impossibilitando as águas de penetrarem no solo. As matas ciliares têm importante função nas margens dos rios. Elas preservam o ecossistema da bacia local, fazem a manutenção, a reprodução e o movimento da fauna, abastece o rio com material orgânico e tem função de equilibrar termicamente as águas. Em casos de margens íngremes, são importantes para evitar o assoreamento e deslizamento do solo. (MELLO, S. 2005). O Brasil possui a maior rede hidrográfica do mundo. A cidade de São Paulo cresceu a partir dos rios Anhangabaú e Tamanduateí, possuindo além destes mais de 200 leitos d’água, como os famosos Tietê e Pinheiros. Com a industrialização e crescimento da cidade, os rios se tornaram empecilhos para a locomoção e causava a maior parte da insalubridade da cidade por ser gerar doenças. Foi então que ocorreu a retificação de suas margens (antes curvilíneas) e o tamponamento de muitos córregos e pequenos riachos. Aos que sobraram, restou fazer parte da malha viária, recebendo avenidas em suas margens – de maiores leitos - ou edificações comumente precárias que despejam seus esgotos nas águas – de menores leitos. Ainda hoje, há projetos de uma rede de piscinões, um conjunto de reservatórios de retenção e regulação das águas pluviais, ainda na tentativa de minimizar os efeitos da impermeabilização das várzeas dos rios. “Espacialmente, os piscinões são escavações distribuídas de forma difusa, preenchidas temporariamente durante o período das chuvas. No restante são espaços ociosos. Estes vazios oferecem diversas possibilidades de usos, caso sua construção seja articulada com os demais planos para a cidade” (FRANCO, F. MOREIRA, M. BRAGA, M. 2007)
19
2
20
2
2.1.4 Reaproximação Atualmente, vemos um movimento de renovação das paisagens naturais no mundo. Muitas cidades estão tentando se transformar e incluir suas águas nos locais de atração da população inserindo novos usos. As leis de preservação também são importantes para manter estas áreas em bom estado. No Brasil, existe o Código Florestal e o Código de Águas desde o Governo Provisório de Vargas, em 1934, porém nestes ainda não haviam leis de Áreas de Preservação Permanente (APP), apenas no segundo item, citava as áreas de rios e margens como non aedificanti, mas sem intenções protetivas tendo a opção de retirada as matas ciliares. As leis de APP foram criadas em 1965 (REINI, 2016) considerando 5 metros de preservação de margens, e assim modificadas em 1985 ampliando as faixas marginais para 30 metros. Porém já haviam sido feitas obras de avenidas nas marginais priorizando o uso de automóveis e o parcelamento de lotes próximo a estas áreas. (BUENO, 2006) Com isso, as leis ambientais estavam atrasadas diante o crescimento populacional nas cidades, isso requer uma “adoção de abordagem interdisciplinar nos projetos de intervenção, ou seja, soluções que visem a qualificação ambiental e, ao mesmo tempo, garantam o direito à moradia.” (DENALDI, 2018) Alguns itens devem levados em conta: a população ribeirinha alojada nas margens dos córregos urbanos, as quais sofrem de insalubridade, falta de saneamento e riscos de assoreamento, deslizamento, erosão e enchentes constantes; os leitos esquecidos pelo poder público, que poderiam propiciar melhor qualidade, valorização e ter um real uso pela população local.
Figura 2 (p.20): Bacias hidrográficas brasileiras Fonte: Archdaily | As veias do Brasil: arco-íris das bacias hidrográficas do território nacional 21
2
22
Figura 3: Cursos d’águas da Região Metropolitana de São Paulo Fonte: Autoral
N
2
N
Figura 4: Bacias HidrogrĂĄficas da RMSP com foco na bacia do RibeirĂŁo dos Meninos Fonte: Autoral 23
2 Figura 5 (p.24): Croquis de representação de Espaços Livres de Edificações Fonte: Silvio Macedo / Revista Paisagem e Ambiente
2.2 Espaços Livres de Edificações Os espaços livres de edificação, segundo Miranda Magnoli, são comumente confundidos com espaços vazios pois “ainda há uma recusa em vê-lo” no meio urbano, sendo “o mais democrático dos espaços urbanos, atuando como elemento integrador”. O homem que o ocupa é livre para estar, passar, recrear. Em seu histórico, o homem deixa de ser nômade e tem necessidade do pertencimento da comunidade ao espaço. A natureza do entorno estabelecido é modificada para a permanência, para as trocas e para as negociações. Não existe o vazio, este espaço “é pleno de vida” local onde o coletivo “coopera, convive, conflita, tolera-se (...) é posto perante a relação interpessoal na diferença de cada um e dos grupos.” (MAGNOLI, 2006) Estes espaços também são confundidos com espaços verdes levando ao imaginário de que todo espaço livre de edificação se volte para o lazer. Porém podemos definir e distinguir quatro outros conceitos, explicados por Silvio Macedo (1995) que estão dentro de espaços livres de edificação: a. Espaços Verdes: área urbana ou porção do território ocupada por qualquer tipo de vegetação e que tenha valor social – como hortas, preservação, conservação, estético, cultural; b. Áreas Verdes: Toda e qualquer área que exista vegetação sem necessariamente ter valor social; c. Áreas de Lazer: área com caráter de apropriação e estadia, podendo ser (1) ativas – jogos/brincadeiras ou (2) contemplativas – possuir valor cênico e/ou paisagístico. Nesta categoria se encaixam, parques, praças, praias, etc. d. Áreas de circulação: sistema viário público (incluindo circulação de pedestres e veículos) e privado (circulação interna de condomínios, industrias, etc)
Podemos, de um modo preciso, definir espaços livres como todos aqueles não contidos entre as paredes e tetos dos edifícios construídos pela sociedade para sua moradia e trabalho. No contexto urbano tem-se como espaços livres todas as ruas, praças, largos, pátios, quintais, parques, jardins, terrenos baldios, corredores externos, vilas, vielas e outros mais por onde as pessoas fluem no seu dia a dia em direção ao trabalho, ao lazer ou a moradia ou ainda exercem atividades específicas tanto de trabalho, como lavar roupas (no quintal ou no pátio), consertar carros, etc., como de lazer (na praça, no playground, etc.) (MACEDO, 1995)
25
2
Em “Espaços livres – Objeto de Trabalho” Magnoli apresenta a classificação dos espaços livres segundo as normas californianas, como um dos melhores métodos de classificação em lei destes espaços, sendo formado por: (1) Espaços livres em função da produção de recursos; (2) Espaços livres para proteção de recursos naturais e culturais; (3) Espaços livres, sanitários e sociais; (4) Espaços livres para segurança pública; (5) Espaços livres corredores; e (6) Espaços livres para extensão urbana, zonas para comercio, indústria, habitação, equipamentos públicos, etc.
É inútil tentar esquiva-se da questão da insegurança urbana tentando tornar mais seguro outros elementos da localidade como pátios internos ou áreas de recreação cercadas (...) Além do mais, nenhuma pessoa normal pode passar a vida numa redoma, e aí se incluem as crianças. Todos precisam usar as ruas. 26
(JACOBS, 1961)
O espaço livre na unidade habitacional está muito relacionado tanto a época de construção quanto ao modo de vida dos habitantes. A habitação chamada de primitiva por Magnoli é aquela em que o lote possui grande área de espaço livre ao redor de uma unidade habitacional isolada. Com o crescimento populacional e expansão das cidades os lotes foram diminuindo e o espaço livre é interpretado como a sobra do terreno, onde não há edificação. A expansão, fez com que a classe alta fosse morar nas periferias – locais reservados de condomínios alto padrão normalmente perto das represas ou locais com beleza natural – e retoma a forma de habitação primitiva possuindo a habitação isolada no lote. Esta reflexão das tipologias habitacionais relacionadas aos espaços livres nos leva a outro tópico: a segurança nos espaços livres públicos. Os condomínios habitacionais (de alto padrão) têm em sua formação a construção de muros ao seu redor, sejam eles em meio aos centros da cidade ou nas áreas periféricas. Este ato faz com que tanto as vias públicas – fora dos muros – quanto as internas – parte do condomínio - sejam inseguras. Jane Jacobs (1961) explica que para se ter ruas seguras (1) o público e o privado precisam estar bem definidos; (2) devem existir olhos para a rua – chamados por ela de ‘donos da rua’ – são por exemplo comerciários, janelas dos apartamentos, etc. que tenham vista para o espaço livre; (3) transitamento de usuários principalmente como pedestres.
2
2.3 Espaços Livres e Áreas Verdes A cultura de criação de espaços livres de edificação verdes está muito ligada ao das áreas degradadas e/ou em desuso. O panorama brasileiro das origens dessas áreas degradadas, explicado por Patricia Sanches, está em sua maioria – e mais especificamente na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) - relacionada com o processo de retirada das industrias das margens dos rios e das linhas férreas a partir da implantação de leis mais severas quanto a poluição, emissão de gases e despejos de materiais dentro do perímetro urbano. Estas se mudam para o interior do estado e deixam os galpões vazios, sem utilização e em ruínas. Além desta tipologia, existem também áreas residuais da malha viária (SANCHES, 2014) e até a má utilização das margens e leitos dos rios urbanos. As primeiras iniciativas de reutilização desses espaços eram para novos usos como residenciais, comerciais e de serviços, (SANCHES, P. 2014) porém a requalificação em espaços livres e áreas verdes desenhados com critério também é necessidade da população urbana – o Central Park, NY, foi implantado deste modo. (MAGNOLI, 2006) As áreas e espaços vegetados trazem uma coleção de benefícios para a população e entorno local, Sanches cita (1) a importância do contato da população urbana com a natureza, que proporciona bem-estar, conforto ambiental, melhor qualidade da água e do ar – microclima local, e maior socialização diante da comunidade; (2) valorização do entorno e estímulo a novos usos principalmente voltados ao lazer.
Por causa da supressão da vegetação e da impermeabilização do solo, essas áreas [degradadas] contribuem para o desequilíbrio ambiental na cidade, o que resulta no agravamento das enchentes, da poluição das águas e dos deslizamentos de encostas. (GÜNTHER, 2006; SANCHEZ, 2001 apud SANCHES, P. 2014) 27
2
28
N
2
2.4 Habitações Sociais em Heliópolis Junto aos benefícios citados de se ter um espaço de vegetação perto ao local de habitação, o uso residencial também beneficia mutuamente aos espaços livres de edificações públicos, dando os ‘olhos’ descritos por Jane Jacobs que estes precisam para serem seguros. Neste caso específico, tendo em vista que a área escolhida para intervenção está inserida no bairro Cidade Nova Heliópolis, devo contar com a experiências do local para exemplificar as tipologias habitacionais já que Heliópolis foi uma área de grande experimento de políticas públicas destinadas a habitação social. Um breve histórico do local: a gleba localizada no bairro do Ipiranga, pertencia a família Penteado e chamada de Vila Heliópolis (do grego “helios” = sol; “polis” = cidade, cidade do sol). Constituía 36 casas para locação em grandes lotes e outra parte da gleba era uma grande fazenda (MOREIRA, 2017). Em 1947, o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI) adquire a gleba, porém em 1966 unifica-se aos diversos institutos de Previdência Social o que faz com que a gleba passe a ser responsabilidade do IAPAS, Instituto de Administração da Previdência e Assistência Social, que em 1969, constrói o Hospital Heliópolis e o Posto de Assistência Médica, ambos ainda em funcionamento.
Figura 6 (p.28): Vista aérea da Favela Heliópolis Fonte: Google Maps
29
2
O IAPAS não ocupou toda a gleba que possuía e com a construção dos equipamentos de saúde, muitos dos operários, que trabalhavam na obra destes se instalaram perto de onde trabalhavam (MOREIRA, 2017). Mesmo assim, a área possuía mais de 1km² sem utilização, onde a população local começa a transformar em área de lazer, composta por campo de futebol e até rampas de motocross. (SOUZA, V. 2012)
Figura 7: Mapa de 1930 identificando a Vila Heliópolis e entorno Fonte: SARA Brasil 1930 30
Com o crescimento e expansão da cidade de São Paulo, foram surgindo favelas próximas aos bairros operários. A política da época, década de 70, era eliminá-las e realocar a população em Habitações Provisórias, muitas vezes longe dos locais de trabalho, com a justificativa de estarem colocando infraestrutura no local em que foram retirados.
N
2
Foi assim que começou a ocupação das áreas remanescente de Heliópolis: tornaram-se Vilas de Habitação Provisória para em média 150 famílias realocadas. (MOREIRA,2017) O IAPAS vende parte da gleba para a Petrobras, SABESP (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e também para a COHAB (Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo).
N
Houve então, o crescimento desordenado de ocupações de baixa renda próxima a esses assentamentos provisórios, com isso houve intensa reivindicação popular para a instalação de infraestrutura. O terreno então passou a ser de posse do BNH (Banco Nacional da Habitação) e da COHAB, o que atraiu mais as pessoas para o local. (MOREIRA, 2017)
Figura 8: Foto aérea 1954 Fonte: VASP Cruzeiro 31
2
32
2
N Heliópolis tornou-se a 2ª maior favela do país, porém é marcada pelas intervenções habitacionais e a direta ligação com o Estado. Temos em cada governo, desde o início da década de 80, programas de moradia e habitação para a população local, assim como programas de melhorias dos espaços livres e infraestrutura. Um deles, começa a ser executado em 2011, projeto de autoria do arquiteto Ruy Ohtake, o qual parte do terreno da SABESP é cedido à Prefeitura Municipal de São Paulo para investimento de habitação. Além desta gleba, a qual contém 24 edifícios em formato redondo, e outros dois edifícios laminares - mais próximos ao Ribeirão dos Meninos. Existe o projeto de mais quarenta edifícios na gleba ao lado pertencente a SABESP, os quais atualmente só foram construídos 19 e efetivamente habitados 16 – os outros três tinham previsão de entrega para julho de 2019, porém ainda estão desocupados. Dentre os 24 redondinhos do projeto original, foram apenas terminados e habitados 19, assim como o edifício laminar de maior proporção. Os restantes não tiveram a obra concluída e com o passar do tempo foram ocupados ilegalmente, tanto os edifícios, como o entorno deles. Com isso, em 9 de abril de 2019 foi feita a reintegração de posse pela PMSP. Indo ao local e após conversar com alguns guardas que protegem a gleba da SABESP, tem-se a informação de que os dois redondinhos próximos do Ribeirão dos Meninos terão que ser demolidos por não estarem em boas condições estruturais.
Figura 9 (p.32): Foto aérea redondinhos de Ruy Ohtake em Heliópolis Fonte: Archdaily | Arquitetura Social: o mal-entendido que levou Ruy Ohtake a Heliópolis em São Paulo Da esquerda para direita: Figura 10: Plano de proposta para Heliópolis Fonte: SEHAB Figura 11: Planta e 3D do projeto para os redondinhos ainda em execução Fonte: Autoral com base no plano de proposta para Heliópolis 33
2
34
2
Figura 12: Situação atual após reintegração de posse Fonte: Autoral
35
Estudos de Caso Os estudos de caso selecionados têm como função auxiliar na concepção das proposições que serão parte integrante do trabalho, tendo apresentado características semelhantes ao local escolhido. Foram selecionados dois importantes temas para a escolha dos projetos: (1) a melhoria dos espaços livres de edificação e (2) novas habitações sociais.
3
3
3.1 Melhoria dos Espaços Livres de Edificação Este tema foi escolhido primeiramente pela vontade de melhorar a qualidade das margens e águas dos rios urbanos na tentativa aproximá-las e reintegrá-las a paisagem e não as tratar como obstáculos.
38
Outra justificativa são as melhorias das áreas de circulação, as quais, em sua maioria, priorizam os meios de transporte motorizados, assim tentar inverter esta situação priorizando os modais não motorizados.
3
3.1.1 ZHANGJIAGANG TOWN RIVER | Botao Landscapes Local: Suzhou, China | 2010 O rio da cidade de Zhangjiang, na década de 90, foi ocupado por casas que despejavam os esgotos no seu leito, por isso tinha suas águas seriamente poluídas. Ele é localizado em uma área comercial urbana, possui mais de 2200 metros de extensão e tem em média 12 metros de largura. A cidade, em 2010, tinha como objetivo a renovação dessa área comercial – antes degradada - em que o rio é inserido, além disso, fornece a população um ambiente mais agradável, recupera a ecologia local e melhora as funções de infraestrutura de toda a região. As pontes de travessia são para a melhor fruição dos pedestres ligando o norte e o sul do rio, ao mesmo tempo que abrem a paisagem sobre o rio. O projeto tem o conceito dos oito elementos culturais originais da história dos antigos Yangshe. Há também um palco para apresentações, uma fonte e um café aumentando a frequência do público. Além das atrações, os pontos de transporte coletivos dispostos no parque para que ele se torne cotidiano. (ARCHDAILY, 2014)
Figuras 13, 14, 15, 16, 17: Projeto Zhangjiagang Town River Fonte: Archdaily | Zhangjiagang Town River Reconstruction / Botao Landscape
Prós:
Contras:
• Ligação da população com o rio é restabelecida com o maior contato e proximidade com as águas;
• Pouca área permeável próximo às margens;
• Pontes de travessias exclusivas para pedestres; • Maior área de estar no local.
• Muita proximidade com a água do rio (não aplicável no Ribeirão dos Meninos); • Alguns locais perigosos para crianças por não conter guarda corpo. 39
3
3.1.2 PROMENADA | Enota Arquitetos Local: Velenje, Eslovênia | 2014 Velenje é uma cidade projetada nos padrões modernistas dos anos 50 com conceito cidade-jardim, e neste estilo, a prioridade está no trafego de carros. Assim, o projeto tenta renovar esse conceito, tirando do carro parte da rua e adicionando-a para o passeio do pedestre. O local também é um importante eixo de ligação entre a região educacional e de equipamentos de saúde e o centro comercial. No percurso, a pessoa tem a experiência de passar por vários ambientes como locais mais estreitos, mais largos, praças e palcos direcionado a cultura e trechos de mata ciliar das margens restauradas. Além do contato próximo com o rio Paka, de característica torrencial. Assim, os níveis criados em concreto dificulta a subida da água em períodos de cheia. Os edifícios da região também foram alvo do projeto. Suas praças frontais foram reformuladas para futuros usos e integração com o novo parque.
Figuras 18, 19, 20, 21, 22: Projeto Promenada Fonte: Archdaily | PROMENADA / Enota
Prós:
Contras:
• União entre existente e novo projeto: as novas praças criadas e os edifícios existentes para novos programas de usos destes ao longo do tempo;
• Pouca área permeável próximo às margens;
• Trecho com mata ciliar restaurada; • Patamares de contenção quando o nível da água sobe. 40
• Muita proximidade com a água do rio (não aplicável no Ribeirão dos Meninos)
3
3.1.3 ATLANTIC PARK | Battle I Roig Local: Santander, Espanha | 2006-2008 O Atlantic Park, situado em Santander, norte da Espanha, era em seu princípio um talvegue (fundo entre dois vales) que levava água do solo até a praia de Sardinero. Com o tempo e a ocupação entre o mar e o vale, o local pantanoso tornou-se um lixão e recebeu em sua costa norte uma via expressa. A partir disso, houve a também ocupação desta costa, com caráter residencial. A intervenção se deu a partir da posse do talvegue pela prefeitura e a intenção da recuperação ambiental do local. Hoje o parque tem como princípio a transposição horizontal entre bairros, sendo um caracterizado pelo uso residencial e outro pelo educacional; a recuperação ambiental de jeito sustentável e a intenção de criar um pulmão para a cidade. Os caminhos muitas vezes são suspensos pois o solo é pantanoso e úmido, assim estas passagens trazem ao pedestre a aproximação com a natureza local. Foi criado um lago artificial, além do rio já existente, para ajudar na drenagem das águas no solo.
Figuras 23, 24, 25, 26, 27: Projeto Atlantic Park Fonte: Land8: Landscape Architects Network
Prós:
Contras:
• Criação de espaços completamente verdes;
• Poucos caminhos transversais;
• Captação e tratamento das águas da chuva;
• Muitas áreas de água parada podendo gerar doenças.
• Parque ecológico com replantio de vegetação nativa; • Passagens palafitadas que permitem a maior permeabilidade do solo.
41
3
3.2 Novas Habitações Sociais Este se torna um assunto polêmico por já haver um plano de urbanização e novas habitações para a região, sendo assim para que propor? Acredita-se sempre que o plano urbanístico proposto nunca sairá do papel. É uma quantidade muito grande de edificações para serem analisadas e finalmente serem construídas, o intuito de não tomar este plano já existente como verdade, trará propostas de tipologias habitacionais que não são rotineiras no território nacional, são de mais fácil e rápida construção e leva o tema da sustentabilidade como premissa de projeto. 42
3
3.2.1 HOUSING APARTMENTS | Tectoniques Local: Rive-de-Gier, França | 2016 O conjunto localizado em Rive-de-Gier na França, possui 60 unidades habitacionais tendo áreas de 30 a 100 m² sendo algumas empilhadas formando pequenos prédios e outras de caráter unifamiliar. Todos os materiais utilizados na obra são sustentáveis – uma das premissas do escritório: parede e janelas foram pré-moldadas utilizando árvores locais para sua confecção. Chegando in loco já prontas para serem montadas apenas com encaixes. Houve a preocupação dos arquitetos de integrar o conjunto ao bairro, ao paisagismo existente e a escola próxima e conectá-lo ao entorno de modo que não seja uma volumetria destoante do resto. A primeira parte da obra – 10 unidades unifamiliares – levou 6 meses para o término. É um modo de construção rápido, econômico e sustentável.
Figuras 28, 29, 30, 31, 32: Projeto Conjunto Habitacional Fonte: Archdaily | 60 apartamentos de habitação social em Rive-De-Gier
Prós:
Contras:
• Rápida construção;
• Método construtivo não comum no Brasil, por isso há falta de mão de obra especializada e barata caso seja utilizada em construções de HIS
• Preocupação com entorno próximo quanto a altura; • Casas e apartamentos com garagem.
43
3
3.2.2 SPANGEN QUARTER HOUSING | Michiel Brinkman Local: Roterdam, Holanda | 1919 Um dos mais antigos conjuntos habitacionais, construído em 1920, idealizado como ‘casas empilhadas’. Cada uma com sua entrada, sendo até as vezes de dois andares. Conhece-se também o conceito de ‘ruas no céu’, definidas por corredores parecidos com calçadas que dão acesso direto as portas de entrada de cada residência, funcionando como uma rua elevada. Este conjunto não distingue o padrão de usuário, sendo habitado tanto por população de baixa renda como de alta. Assim há vários tamanhos de unidades. Os pátios internos às quadras são de caráter semipúblico sendo transitável por veículos dos moradores, porém qualquer pedestre pode adentrar. Mas nos acessos aos apartamentos o caráter é totalmente privado tendo uma boa definição garantindo a segurança dos moradores.
Figuras 33, 34, 35, 36, 37: Projeto Habitacional bairro Spangen Fonte: Hiden Architecture | Habitação do Bairro Spangen
Prós:
Contras:
• Segurança dos moradores pelas janelas serem voltadas para o meio do quarteirão;
• Requer quadras muito extensas.
• Alta densidade de apartamentos com baixa altura da construção; • Mistura de padrões sociais. 44
3.2.3 Concurso para CODHAB - Sol Nascente | Vigliecca & Associados Local: Distrito Federal, Brasil | 2017 - não construido
3
“Propomos uma arquitetura cúmplice na realização das atividades humanas, com espaços disponíveis para seu desenvolvimento. Espaços abertos às interpretações e que permitam modos de vida que integrem a cidade em uma rede permanente de interações; uma rede de vínculos inerentes a pluralidade da vida comum.” (Vigliecca & Associados)
Este modelo de habitação foi inserido no projeto proposto neste trabalho, por conter preceitos semelhantes aos utilizados para a integridade do parque.
Figuras 38, 39, 40, 41, 42: Projeto CODHAB/DF Fonte: Archdaily | Menção honrosa no concurso CODHAB Sol Nascente – trecho 2, por Vigliecca & Associados
Prós: • Alta densidade de habitações, com baixa altura da edificação;
Contras: • P rojeto de alto custo
• Áreas de convívio e recreação própria do conjunto
45
3
3.2.3 Concurso para CODHAB - Sol Nascente | Vigliecca & Associados Local: Distrito Federal, Brasil | 2017 - não construido
Figura 43: Diagramas Esquemáticos CODHAB/DF Fonte: Archdaily | Menção honrosa no concurso CODHAB Sol Nascente – trecho 2, por Vigliecca & Associados 46
Houve a premissa da criação de uma praça entre os blocos de edificações e espaços de convivência em reentrâncias presentes na volumetria que dão incentivo ao convívio mutuo entre os moradores. Estes também são pensados para que haja boa ventilação e iluminação em todos as habitações, garantindo conforto no ambiente interno.
3
3.2.3 Concurso para CODHAB - Sol Nascente | Vigliecca & Associados Local: Distrito Federal, Brasil | 2017 - não construido
São 4 pavimentos, havendo a duplicação do pavimento-tipo intermediário. Há 24 habitações no pavimento térreo, 30 no intermediário (sendo ele repetido) e 16 no ultimo pavimento, garantindo a baixa altura da edificação mas mesmo assim uma alta densidade de famílias moradoras. Há 4 tipologias de apartamento, sendo três delas com dois quartos e a outra com três, tendo também a preocupação de todos serem acessíveis a Pessoas com Necessidades Especiais.
Figura 44: Pavimentos-tipo projeto CODHAB/DF Fonte: Archdaily | Menção honrosa no concurso CODHAB Sol Nascente – trecho 2, por Vigliecca & Associados 47
Diagnósticos Este capítulo tem como intuito apresentar a área, aprofundando em suas características, problemas e potencialidades.
4
4
50
4
N
4.1 Localização A área estudada está localizada na Região Metropolitana da Cidade de São Paulo, o perímetro está inserido entre as cidades de São Paulo mais especificamente nos subdistritos Ipiranga e Sacomã e a cidade de São Caetano do Sul, a qual o terreno está localizado no bairro Santo Antônio. Os eixos e vias principais de transporte tanto público como privado também estão localizados bem próximos à região, tendo as estações de metrô Sacomã e Tamanduateí – a primeira contendo um terminal de ônibus intermunicipais e a segunda, a interligação com a linha Turquesa da CPTM dando ligação à Região Metropolitana, contando com as estações Ipiranga e São Caetano também nas proximidades. O terreno está cercado por vias importantes de ligação da cidade de São Paulo e Região Metropolitana, sendo as principais em um raio de 3,5km: Avenida do Estado (margeando o Rio Tamanduateí); Rodovia Anchieta; Rua das Juntas Provisórias; Av. Professor Luis Ignácio de Anhaia Melo e Av. Salim Farah Maluf. As outras, são importantes ruas coletoras da região: Av. Almirante Delamare; Estrada das Lágrimas; Av. Presidente Wilson; Av. Goias e Av. Guido Alibert a qual faz a divisa entre as duas cidades margeando o Ribeirão dos Meninos.
Figura 45 (p.50): Situação atual Ribeirão dos Meninos Fonte: Autoral Figura 46: Mapa de localização: Região Metropolitana de São Paulo e zoom nos distritos e bairros do perímetro escolhido Fonte: Autoral 51
Metro-Termin Sacomã
4
ma ela eD
AMA
mir ant
R
a Estr
a hiet
Anc
as
rim
Lág
Av. Al
via odo
as da d
re
Hospital Heliopolis
CEU Heliópolis
SABESP
CEU dos Meninos São Paulo
HIS “Redondinhos” Ribeirão dos Meninos
Assistencia Social
COHAB
Av. Guido Aliberti São Caetano do Sul
Hospital São Caetano
Lág as
Espaço Verde Chico Mendes
ad Est rad
52
Projeto Pq. Tamoios
rim as
Rib eir ão d
os
Me
nin os
Shopping São Caetano
Av. Goias
Bosque do Povo
Centro Comercial São Caetano
Centro Comercial Ipiranga
nal
Av .d
Shopping Central Plaza
Tri lh
nh Av. A
os
CP
TM
Av .P
res ide
nte
Wi lso
n
Rio
Ta ma n
Estação CPTM Tamanduatei
du ate oE i sta do
t as Jun
Rua d
4
Estação CPTM Ipiranga
s visória as Pro
elo
aia M
Rio
Tam and uate Av. i do E stad o
Av. Salim Farah Maluf
São Caetano do Sul
São Paulo
Estação CPTM São Caetano
Equipamentos e vias do entorno (Figura 47) Fonte: Autoral com base em fotoaérea Google Maps Pq. Vila Prudente
N
53
4
N Mapa de uso e ocupação do solo (Figura 48) 54Fonte: Autoral
Residencial Horizontal médio/alto padrão Horizontal baixo padrão Vertical médio/alto padrão Vertical baixo padrão
Equipamentos Públicos - Institucional Comércios/Serviços Industrial Serviços Infraestrutura Não indentificado
4
4.2 Uso e ocupação do solo e equipamentos do entorno O local é amparado de comércios, serviços e transportes. Em um perímetro de 3,5km, temos a presença de dois Shoppings Centers – Central Plaza e Park Shopping São Caetano – assim como centros comerciais de rua, um na região da Rua Bom Pastor até a Silva Bueno (comércio local do bairro Ipiranga) e outro sendo o centro comercial da cidade de São Caetano. A percepção que temos é a predominância do uso industrial sendo as empresas com os maiores lotes na cidade de São Paulo, entre as Avenidas Almirante Delamare e Presidente Wilson, porém observa-se também um eixo industrial ao seguir a Av. Guido Aliberti dentro de São Caetano. Assim como a quantidade de equipamentos institucionais sendo a maioria de saúde – Hospital Heliópolis, Casa do Adolescente, AME Heliópolis, Centro de Acolhimento aos moradores de rua, escolas públicas e dois CEU’s sendo um o Heliópolis (projeto de Ruy Ohtake) e outro o CEU dos Meninos. Nota-se também a diversidade das tipologias residenciais que em curta distância temos a favela do Heliópolis em conjunto com as habitações sociais de baixa renda em um trecho e, em outro, um condomínio de prédios e residências de médio padrão, em São Paulo. Já em São Caetano, é nítida a transformação entre a verticalidade mais próxima à Av. Goias e o centro comercial, e a horizontalidade após este trecho.
55
4
Mapa do perímetro a OUC - Bairros do Tamanduatei (Figura 49) Fonte: Autoral
4.3 Legislação e zoneamento Muito do que vimos no capítulo anterior - uso e ocupação do solo, tem como base a legislação e o zoneamento proposto por ambas as cidades. A começar por São Caetano, o município não possui dados concretos de uso e ocupação do solo real, este parâmetro é situado pelo mapa de zoneamento. A Macrozona de Comércio e Serviços, praticamente, nesta área próxima ao terreno, não se faz verdade: não é uma área de estímulo ao comércio, tendo apenas um hipermercado e o shopping mais a frente, sendo o restante apenas área industrial. O macrozoneamento e o zoneamento entram em contraponto diante esta análise. Ao contrário de São Paulo, que possui o uso do solo real e faz com que as macroáreas e o zoneamento sejam uma proposta de incentivo. A maior parte da área escolhida se localiza na gleba da SABESP, o qual está demarcado como Zona Mista, possibilitando a intervenção com planos residenciais, de comércio e serviços, além dos locais de lazer. Também é importante a observação das Zonas Especiais de Interesse Social no entorno que permitem a implantação de habitações de baixa renda, assim como equipamentos.
56
Figura: 50: Proposta da OUC - Bairros do Tamanduateí Fonte: Gestão Urbana | PMSP
A Operação Urbana Consorciada – Bairros do Tamanduateí é um importante instrumento para intervenções na região, porém seu perímetro termina na Av. Almirante Delamare, pegando só o trecho das COHAB’s. Deste modo há intervenções de melhorias como implantação de parques e áreas verdes inundáveis (conversando com a proposta), novas vias (garantindo mais acessos ao projeto) e maior adensamento populacional e de equipamentos na região.
4
4.4 Espaços livres de edificação e espaços livres vegetados A partir do fundamento de Miranda Magnoli e Silvio Macedo citado nos capítulos anteriores, foi desenvolvido mapas com estes conceitos aplicados na área de intervenção escolhida. O mapa de espaços livres de edificações categorizados de forma que se perceba o entorno próximo e a relação entre espaços livres públicos (proporção entre circulação de veículos e de pedestres) e privados (proporção entre lotes industriais de produção e residenciais). Vemos a grande quantidade de espaço vegetado nos domínios da SABESP, da Petrobras e em terrenos sem uso identificado, além das margens do Ribeirão dos Meninos. Sendo pouco (ou não) utilizado pela população, tampouco pelas industrias tangentes. Esta cobertura vegetal tem a característica rasteira, como grama alta com aparência de mal cuidada ou de terrenos baldios.
57
4
N Mapa de Macrozona e Macroáreas (Figura 51) 58Fonte: Autoral com base GeoSampa e Prefeitura de São Caetano do Sul
São Caetano do Sul São Paulo Macrozona de comércio e serviços Macroárea de estruturação metropolitana Macroárea de qualificação da urbanização
4
N Mapa de zoneamento (Figura 52) Fonte: Autoral com base GeoSampa e Prefeitura de São Caetano do Sul
São Paulo ZEUP ZM ZEIS 1 ZEIS 3 ZPI 1
São Caetano do Sul Z9 - Institucional Z8 - Zona de predominância Industrial e Comercial ZUPI - Industrial Z13 - Zona Mista para Desenvolvimento Socio 59 Econômico de Interesse Público
5
N Mapa de Espaços Livres de Edificações (Figura 53) 60Fonte: Autoral
Espaços Livres de Edificações (E.L.E) E.L.E Públicos Destinados a Circulação de Veiculos E.L.E Públicos Destinado a Circulação de Pedestres E.L.E Destinado à Serviços Públicos
E.L.E Públicos Sem Uso E.L.E Privado Coletivo E.L.E Privado Individual
4
N Mapa de Espaços Livres de Edificações Vegetados (Figura 54) Fonte: Autoral
Vegetação Rasteira Vegetação de Grande Porte
61 Vegetação de Médio Porte
4
4.5 Bacia hidrográfica Ribeirão dos Meninos É importante também a introdução da bacia hidrográfica do Ribeirão dos Meninos em uma escala macro para sabermos quais os reais problemas destas águas. O leito do ribeirão tem sua nascente próximo ao bairro Riacho Grande, na cidade de São Bernardo do Campo e é afluente da margem esquerda do curso médio inferior do rio Tamanduateí (DAEE, 1999). Possui duas microbacias definidas em: sua porção superior – próxima à nascente até o ponto médio de extensão do leito – e porção inferior – deste último ponto até o desague no rio Tamanduateí. Em 1999, o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) fez uma análise geral da bacia superior do Ribeirão dos Meninos para que fosse possível algum tipo de intervenção futura. Porém, o perímetro deste trabalho insere-se na microbacia inferior, contudo, a análise feita foi de grande ajuda para o entendimento das condições atuais do leito. A divisão entre os municípios é o primeiro ponto de partida para que a região não tenha os cuidados necessários. Cada município tem sua forma de tratá-la e muitas vezes não entram em concordância nestas formas, passando a não ser uma região de importância para alguns. Este ‘empurra-empurra’ de responsabilidade faz com que o local seja esquecido pelos setores públicos. O uso do solo estabelecido no perímetro da bacia é predominantemente industrial em regiões já totalmente urbanizadas, com exceção de sua nascente em área de vegetação preservada (análise a partir dos dados do DAEE, 1999).
62
Outro importante ponto, mas só mostrado na análise os dados da microbacia superior, são os serviços urbanos como abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos sanitários e coleta e disposição de lixo, ditos como “indicadores selecionados por serem mais diretamente relacionados com os efeitos das inundações” (DAEE,1999)
4
Além desta análise feita pelo DAEE, feita há quase 20 anos, as organizações SOS Mata Atlântica e Observando Rios fazem a medição do Índice de Qualidade da Água (IQA) nas bacias presentes na Mata Atlântica. Com isso, levanta-se e classifica-se a qualidade em uma escala entre: ótima, boa, regular, ruim e péssima. Sabendo os métodos utilizados, as tabelas com as IQA’s dos rios foram divulgadas desde 2016:
Observa-se a piora na qualidade do IQA em 2019 mesmo mantendo a média nos anos anteriores, contudo no resultado parcial por estado houve um comprometimento da média dos indices da maioria das águas em todo o estado de São Paulo.
Figura 55: Tabelas do IQA do Ribeirão dos Meninos Fonte: SOS Mata Atlantica/ Observando Rios “[O método] agrega aos indicadores físicos, químicos e biológicos, parâmetros de percepção que permitem que a sociedade realize o levantamento, de acordo com a legislação vigente, utilizando 16 parâmetros do IQA: temperatura da água, temperatura do ambiente, turbidez, espumas, lixo flutuante, odor, material sedimentável, peixes, larvas e vermes vermelhos, larvas e vermes brancos, coliformes totais, oxigênio dissolvido (OD), demanda bioquímica de oxigênio (DBO), potencial hidrogeniônico (pH), fosfato (PO4) e nitrato (NO3).” (SOS MATA ATLANTICA, 2019) 63
4
N Córregos da região desaguando no Ribeirão dos Meninos e locais afetados pelas enchentes (Figura 56) Fonte: Autoral
Além do Ribeirão dos Meninos, faz parte também da área de intervenção dois pequenos córregos: O primeiro está localizado dentro do terreno da SABESP (ao norte) tendo sua nascente em um terreno de declive que divide a SABESP com as casas da favela de Heliópolis em si, percorre a Av. Almirante Delamare e deságua no Ribeirão dos meninos. Está com sua mata ciliar preservada e não foi canalizado artificialmente.
64
O outro beira o terreno dos redondinhos (ao sul) desde a favela – bem próximo ao CEU Heliópolis – até o desague no Ribeirão dos Meninos. Este já esta canalizado com estrutura de concreto.
4
4.6 Enchentes Segundo os dados pluviométricos passados pela Defesa Civil de São Caetano do Sul, os meses que mais chovem e atingem níveis altos do índice são o do primeiro quadrimestre. Comparando os índices deste período dos anos 2018 e 2019, os índices do último ano aumentaram significativamente em relação ao anterior. Com isso, as enchentes também aumentaram afetando as áreas mais próximas aos leitos d’água além das vias as quais já eram afetadas.
Figura 57: Tabela comparativa entre os anos de 2018 e 2019 com índices totais maiores de 40mm Fonte: Autoral com base nas tabelas da Defesa Civil de São Caetano do Sul Figura 58: Mapa ilustrativo com a marca d’água pluvial em 10/03/2019 Fonte: Defesa Civil de São Caetano do Sul
65
Propostas de projeto Este capítulo tem intuito de apresentar propostas de projetos para a localidade beaseada nas fundamentações teóricas, estudos de caso e diagnósticos citados nos capítulos anteriores.
5
5
5.1 Intenções de Projeto A partir de todo o entendimento do local, as bases em estudos de caso e a fundamentação teórica, cria-se uma proposta de projeto para o perímetro com a ideia de uma nova centralidade verde para a região. Para isso, a princípio, foi produzido um plano de massas com as intenções iniciais de projeto, além de dois cortes para que seja possível entender mais da topografia local, Ao executar o plano de massas, foram concebidas as ‘espinha dorsais’: dois eixos-guias paralelos que dão acesso ao parque (1) margeando o Ribeirão dos Meninos e (2) cortando o quarteirão extenso pertencente a SABESP ao meio, com intuito de ligar a Av. Almirante Delamare diretamente ao CEU dos Meninos. As espinhas dorsais integram todo o programa a ser inserido no miolo do terreno da SABESP e a (2) que corta o quarteirão tem a função também de dividir as áreas consideradas mais públicas da parte privada. A área entre as espinhas dorsais apresentam um caráter público de parque regional, sendo este, entre os dois conjuntos de HIS redondinhos já existentes. Nesta área estão presentes os setores de (1) Estar e Permanência, (2) Esportivo e Recreativo e (3) de Infraestrutura Verde. Externos aos eixos, apresenta-se mais 2 setores: (4) das Habitações Sociais e (5) da Preservação da Vegetação Nativa. Há também os eixos secundários de passagem, como a calçada requalificada da Av. Almirante Delamare e da Av. Guido Aliberti, o qual direciona as pessoas aos acessos do novo parque e às novas transposições do viário caracterizadas pelas lombo faixas e trechos de piso intertravado dispostos próximos aos pontos de ônibus existentes, apresentando a preocupação com a criação e melhoria de rotas sendo mais seguras para os pedestres e complementando com elementos de redução de velocidade nas vias mais movimentadas.
68
Houve a utilização da vegetação alta como barreira sonora e de fruição aos prédios existentes fazendo com que o espaço livre público não se misture com o espaço livre privado e nas margens dos cursos d’água, foram restabelecidas as espécies de matas ciliares nativas.
5
HORTA
ÁREA DE PRESERVAÇÃO
ÁREA DA SABESP
HABITAÇÕES
ÁREA ALAGAVEL
ESPORTES
ÁREA CENTRAL
PRAÇA
Plano de massas (Figura 59) Fonte: Autoral
Área non aedificandi
Área permeável
Área de APP
Área não permeável
Área de remoção
Dentre os elementos do projeto, foram inserido 3 itens de infraestruturas verdes:
a. as biovaletas que guiam as águas da chuva e acumulam-nas na Av. Almirante Delamare, para o Ribeirão dos Meninos, de modo mais lento; b. os jardins de chuva ajudam na área de estacionamento do redondinhos sendo a área pouco permeável e o outro está presenta na área mais baixa do terreno fazendo as águas escoarem e penetrarem no solo, auxiliando também na limpeza dessa água, que chega no Ribeirão limpa; c. os desníveis ao lado da área central sendo o setor (5) do projeto (explicado mais a frente). d. na ‘margem São Caetano’ do Ribeirão dos Meninos tem a presença da faixa de servidão da linha de transmissão de energia a qual não possibilita a implantação de edificações nem vegetação de grande porte sendo 3 metros a altura máxima das especies permitidas. Foi então, implantado muros de gabião criando desníveis entre o nível da via (Av. Guido Aliberti) e nível do leito, para auxiliar na retenção da água em tempos de cheia do rio. Nestes desníveis, a vegetação rasteira plantada tem função de acumular o lixo presente no rio para que seja recolhido posteriormente, facilitando seu processo de limpeza.
Figura 60: Desenho esquemático de representação de biovaleta Fonte: Apresentação Infraverde, Robba Figura 61: Desenho esquemático de representação de jardim de chuva Fonte: Apresentação Infraverde, Robba Figura 62: Plantio em curva de nível Fonte: Pinterest 69
N Implantação geral sem plantio (Figura 63) Fonte: Autoral
0
50
125
250
500
5
5.2 Implantaçþes e setores 5.2.1 Tipos de piso
piso de intertravado 2 cores
gramas
flores rasteiras
deck madeira plĂĄstica
pedras jardim de chuva
piso cerâmico
pisos de concreto 5 cores
piso drenante
71
N Implantação geral com plantio (Figura 64) Fonte: Autoral
0
50
125
250
500
5 ÁRVORES
5.2.2 Tipos de árvores
embauba
pequi
aroeira
folha de serra
ÁRVORES FLORÍFERAS
palmeira
ipê roxo
mulugu
ipê amarelo
jabuticabeira
pitangueira
canafistula
dedaleiro
ÁRVORES FRUTÍFERAS
paineira
goiabeira
mamoeiro
73
5
Ampliação do setor (1) de Estar e Permanência (Figura 65) Fonte: Autoral
74
O setor (1) de Estar e Permanência desenvolve-se como um caminho que une ambas as espinhas dorsais e se transforma em arquibancadas centrais, com uma marquise que acessível pelo nível 746, transformando-se em um palco. Nesta área também encontra-se outra escadaria com gramado pisável dando acesso a taludes também de estar. Esta área se fecha em um círculo, que leva do ponto central do parque ao outro lado da margem do Ribeirão dos Meninos.
5
Ampliação do setor (2) Esportivo e Recreativo (Figura 66) Fonte: Autoral
O setor (2) Esportivo e Recreativo dispõe-se paralelo a espinha dorsal (2), desde o acesso pelo meio dos terrenos da SABESP até seu fim, na Rua João Lanhoso. É idealizado para que haja a interação entre as crianças na área de playground, além de possuir locais também de permanência, destinados aos que observam-nas, podendo contar com a visita exporadica de food trucks. Mais a frente há a disposição de 6 quadras poliesportivas com uma escadaria/arquibancada para a contemplação dos jogos.
75
5
Ampliação do setor (3) de Infraestrutura Verde (Figura 67) Fonte: Autoral
76
O setor (3) de Infraestrutura Verde está também localizado no ponto central do parque. Os taludes criados, tem desnível de 1 metro entre si, sendo no total 5 taludes (ou seja, 5 metros de desnível) e mais dois muros de arrimo de gabião com 2 metro de desnível cada, pois estão em níveis mais próximos ao nível da água do Ribeirão dos Meninos. Assim, essa infraestrutura permite o retensão de uma quantidade de água ajudando nos momentos de vazão das águas fluviais. Em conjunto, há a presença de um jardim de chuva, que tem função de guiar as águas que se acumularão no local de menor nível (áreas das quadras) caso o córrego lateral também apresente cheias.
5
Ampliação do setor (4) das Habitações Sociais (Figura 68) Fonte: Autoral
O setor (4) das Habitações Sociais, localizado após o (2) segundo eixo de espinha dorsal, possui um caráter privado por ser a implantação das novas habitações sociais para abrigar as família retiradas das áreas do entorno. Neste projeto, há a retirada de 80 famílias que estão instaladas em área de APP, mais 170 famílias instaladas ao lado das COHAB’s em áreas de servidão non aedificant. Além destas, pretende-se abrigar também as famílias retiradas na reintegração de posse ocorrida nos redondinhos, somando mais 150 famílias. Dando ao total 400 famílias realocadas. Foi utilizado o estudo de caso da CODHAB Sol Nascente, de Hector Vigliecca, para a implantação destes HIS, contendo 4 blocos de 100 habitações cada.
77
5
O setor (5) de Preservação da Vegetação Nativa está em um terreno de declive acentuado, tendo 24 metros de desnível entre as casas e a área da SABESP, sendo um área verde de gramado sem uso. Percebe-se atualmente, que este caminho já é utilizado pela população local para cortar caminho. Em seu acesso pela Av. Almirante Delamare junta-se muito lixo e entulhos mesmo possuindo um córrego ao lado. A intenção então, é criar neste local uma horta comunitária neste acesso, uma área de proteção a nascente do córrego e um bosque com vegetação nativa da mata atlântica e cerrado (dois biomas naturais da cidade de são paulo). Assim para vencer o desnível, uma rampa acessível é planejada para chegar ao caminho central que leva da Av. Almirante Delamare à rua Natali
Ampliação do setor (6) área de servidão da Linha de Transmissão de Energia Elétrica (Figura 70) Fonte: Autoral 78
5
Ampliação do setor (5) de Preservação da Vegetação Nativa (Figura 69) Fonte: Autoral
O setor (6) é toda área de servidão que contem a Linha de Transmissão de Energia Elétrica, instalado principalemtne em toda a margem “são Caetano”, nesta margem então foram criados muros de arrimos já citados na descrição da infraestrutura verde. Outro ponto deste setor são as transversalidades criadas para os pedestres, sendo os dois decks de madeira e o circulo maior transpondo o Ribeirão dos Meninos, e além destes, lombo faixas e pisos intertravados na área mais perigosa de travessia. 79
5
Ampliação do setor (7) da praça em São Caetano do Sul (Figura 71) 80 Autoral Fonte:
5
O setor (7) da praça em São Caetano do Sul, é um local que hoje não é utilizado pela população, sendo fechado por grades, mesmo estando no zoneamento como área de desenvolvimento de interesse público. São Feitos alguns eventos de circo, parques de diversões móveis e shows no local, mas na maioria dos dias é apenas uma área verde sem uso. Para isso, foi planejado uma praça de uso e caminhos cotidianos, mantendo também um gramado aberto para que possa ser usado nos eventos citados.
81
5
5.3 Cortes
AA | corte transversal - atual
Ribeirão dos Meninos
HIS redondinhos
Playground HIS novo
Zoom 2 | Setor (4) Habitação Social
Zoom 1 | Setor (1) Estar e Permanência
AA | corte transversal - projeto Área alagável
82
Setor (1) de Estar e Permanência
Setor (2) Esporte e Recreação
Setor (4) de Habi
itação
5
A A
0
10
20
50
Estacionamento HIS NOVO
100
Acesso via rampa
0
Área da SABESP
10
20
50
100
Setor (5) Preservação da Vegetação Nativa
Figura 72: Cortes Fonte: Autoral Ver anexos 83
5
84
5
AA | corte transversal - projeto Zoom 1 | Setor (1) Estar e Permanência Figura 74: Ampliação dos Cortes Fonte: Autoral Ver anexos 0
1
5
10
15
85
5
86
5
AA | corte transversal - projeto Zoom2 | Setor (4) da Habitação Social Figura 75: Ampliação dos Cortes Fonte: Autoral Ver anexos 0
1
5
10
15
87
5
0
10
20
50
100
BB | corte longitudinal - atual
Novo acesso ao nível 738
0
10
20
HIS redondinhos
50
Novo acesso entre HIS e parque Jardim de chuva e via escadaria taludes de retenção de água
Rampa acessivel
100
BB | corte longitudinal - projeto HIS redondinhos
88
Setores (2) de Esporte e Recreação e (3) de Infraestrutura Verde
Set
5 B
Arquibancada e gramado central
tor (1) de Estar e Permanência
Estacionamento redondinhos
HIS redondinhos
HIS redondinhos
B
Novo acesso aos redondinhos
Área da SABESP
Córrego lateral
Figura 76: Cortes Fonte: Autoral Ver anexos 89
5
Arquibancada
0
5
10
25
Quadras poliesportivas
Muro de gabião
HIS redondinhos
Sessão palafitada do caminho
Ribeirão dos Meninos
50
CC | corte transversal taludes - projeto Figura 77: Corte Fonte: Autoral Ver anexo
90
C C
5
91
5
92
5
93
5
94
5
95
Finalização
6
6
CONSIDERAÇÕES FINAIS Com este trabalho pode-se desenvolver ainda mais o entendimento das mudanças das práticas humanas diante do ambiente em que se instalaram e das adversidades que vemos para enfrentar o modo com que o ambiente foi habitado e construído, de forma a não gerar uma rede de convivência com os elementos já presentes no meio o que acarretou em cidades frágeis às adversidades da natureza. O exemplo dos transbordos dos níveis d’água é apenas uma entre muitas dessas adversidades. Hoje, o planejamento urbano precisa ser elaborado de forma a concordar o meio ambiente - restaurando-o e reintegrando-o - com o meio urbano já existente e estabelecido onde estão presentes os espaços livres de edificações. O que se pretende com este trabalho é a inserção do modo projetual que une o nível urbanístico de grandes escalas sendo formado por uma rede de pequenas centralidades de espaços livres de edificações gerando convívio, lazer e aproximação com o meio ambiente natural para que esta relação se torne cotidiana para população. Assim como, o projeto aqui apresentado não pode ser entendido como exclusivo e único, é importante que faça parte também desta rede elaborada. 98
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Acadêmicos
6
ALVES, Maristela P. Recuperação de rios degradados e sua reinserção na paisagem urbana. 2003. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003. CASTILHO, Juliana V. A favelização do espaço urbano em São Paulo. Estudo de caso: Heliópolis e Paraisópolis. 2013. Dissertação (Mestrado) Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013. MOREIRA, Felipe de F. Heliópolis e a produção municipal de moradias populares em favelas. In: XVII ENANPUR, 2017, São Paulo. Anais. São Paulo: [s. n.], 2017. Disponível em: http://anpur.org.br/xviienanpur/principal/publicacoes/XVII.ENANPUR_Anais/ST_Sessoes_Tematicas/ST%205/ ST%205.8/ST%205.8-04.pdf. Acesso em: 23 abr. 2019. SOUZA, Vanessa P. Heliópolis: As intervenções públicas e as transformações na forma urbana da favela (1970-2011). 2012. Dissertação (Mestrado) - Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2012. Livros, Artigos e Revistas ABBUD, Benedito. Criando Paisagens: Guia de trabalho em arquitetura paisagística. 4ª edição. Editora Senac São Paulo, São Paulo, 2010. BONAMETTI, João Henrique; CRESTANI, Andrei Mikhail Zaiatz. Os espaços abertos públicos e as correntes paisagísticas contemporâneas. OCULUM - Revista de Arquitetura e Urbanismo, PUC-Campinas, 2 sem. 2014. BUENO, Laura Machado de Mello. Faixas marginais aos rios urbanos: o que fazer? OCULUM - Revista de Arquitetura e Urbanismo, PUC-Campinas, 2 sem. 2006. DENALDI, Rosana (org.). Planejamento Habitacional: notas sobre a precariedade e terra nos planos locais de habitação. Editora Annablume, São Paulo, 2013. DENALDI, Rosana; FERRARA, Luciana N. A dimensão ambiental da urbanização em favelas. Ambiente & Sociedade, São Paulo, p. 1-20, 23 abr. 2018. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-753X2018000100315&lng=en&tlng=en. Acesso em: 24 abr. 2019. JACOBS, Jane. Morte e vida das grandes cidades. 3ª edição. Editora WMF Martins Fontes. São Paulo, 2011. MACEDO, Silvio S. Espaços Livres. Revista paisagem e ambiente: ensaios. Nº 07 Universidade de São Paulo, 1995 MAGALHÃES, Fernanda; VILLAROSA, Francesco di. Urbanização de favelas: Lições aprendidas no Brasil. [S. l.]: Letra e Imagem, 2012. MAGNOLI, Miranda. Espaço livre – objeto de trabalho. Revista paisagem e ambiente: ensaios. Nº 21. (p. 175 – 186) Universidade de São Paulo, 2006 MAGNOLI, Miranda. Em busca de “outros” espaços livres de edificação. Revista paisagem e ambiente: ensaios. Nº 21. (p. 141 - 174) Universidade de São Paulo, 2006 MAGNOLI, Miranda. O parque no desenho urbano. Revista paisagem e ambiente: ensaios. Nº 21. (p. 199 - 214) Universidade de São Paulo, 2006 MELLO, Sandra S. As funções ambientais e as funções de urbanidade das margens de cursos d’água. OCULUM - Revista de Arquitetura e Urbanismo, PUC-Campinas, 1 sem. 2005. P. 48-61 MELO, Vera. Dinâmica das paisagens de rios urbanos. XI encontro nacional da associação nacional de pós-graduação e pesquisa em planejamento urbano e regional - ANPUR, 2005, Salvador.. 4 jun. 2019.
MENDELEZ, Adilson. Em Heliópolis, caminho leva aos redondinhos. Projeto Design, São Paulo, Jan 2012 MORAIS, Maria da P.; KRAUSE, Cleandro; NETO, Vicente C. L. Caracterização e tipologia de assentamentos precários: Estudos de casos brasileiros. IPEA, Brasília, 2014. SANCHES, Patrícia M. De áreas degradadas a espaços vegetados. Editora Senac São Paulo, São Paulo, 2014.
99
6
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Leis ÁREAS DE PROTEÇÃO DA VEGETAÇÃO NATIVA (APP). Lei nº 12651, de 25 de maio de 2012. Brasília, 2012. OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA - BAIRROS DO TAMANDUATEI. Projeto de Lei nº 725/2015, de 22 de junho de 2015. Disponível em: https:// gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/estruturacao-territorial/operacoes-urbanas/oucbt/. Acesso em: 23 abr. 2019. PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO. Lei nº 16402, de 22 de março de 2016. São Paulo, 22 mar. 2016. PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. Lei nº 16050, de 31 de julho de 2014. São Paulo, 31 jul. 2014. ZONEAMENTO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE SÃO CAETANO DO SUL. Lei nº 4944, de 27 de outubro de 2010. São Caetano do Sul, 27 out. 2010. Sítios Virtuais 3RD INTERNATIONAL ARCHITECTURE BIENNALE ROTTERDAM, 2007, Rotterdam. Vazios de água. MMBB (FRANCO, Fernando M., MOREIRA, Marta, BRAGA, Milton). São Paulo: 2007. Tema: POWER - Producing the Contemporary City. Disponível em: <http://www.mmbb.com.br/public/uploads/ files/files/1296571790.pdf?utm_medium=website&utm_source=archdaily.com.br. Acesso em: 14 nov. 2019.> ARCHDAILY. PROMENADA / Enota. 31 mai. 2015. Disponível em: https://www.archdaily.com/636611/promenada-enota. Acesso em: 2 jun. 2019. ARCHDAILY, Zhangjiagang Town River Reconstruction / Botao Landscape. 04 Nov 2014. Disponível em: <https://www.archdaily.com/563128/ zhangjiagang-town-river-reconstruction-botao-landscape/> ISSN 0719-8884> Acesso em: 02 mai. 2019 BATLLE I ROIG ARQUITECTES, ENRIC BATLLE. Parque Atlántico en la Vaguada de las Llamas. [S. l.], 2008. Disponível em: http://publicspace. cccb.org/en/works/e153-parque-atlantico-en-la-vaguada-de-las-llamas-fase-1. Acesso em: 2 jun. 2019 DAEE – Departamento de águas e energia elétrica. Plano Diretor de Macrodrenagem da Bacia Hidrográfica do Alto Tiete. Bacia Superior do Ribeirão dos Meninos (Diagnostico e ações recomendadas). Dez. 1999. Disponível em: http://143.107.108.83/sigrh/basecon/macrodrenagem/ meninos/Relatorio_Meninos.html. Acesso em: 28/03/2019 FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA. Fundação divulga qualidade da água em 184 rios, córregos e lagos. [S. l.], 22 mar. 2017. Disponível em: https:// www.sosma.org.br/105986/fundacao-divulga-qualidade-da-agua-em-184-rios-corregos-e-lagos/. Acesso em: 24 abr. 2019. FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA. Dia Mundial da Água: Rios brasileiros estão por um triz. [S. l.], 22 mar. 2019. Disponível em: https://www. sosma.org.br/107922/dia-mundial-da-agua-rejeitos-contaminados-da-vale-chegam-ao-rio-sao-francisco/. Acesso em: 24 abr. 2019. HIDDEN ARCHITECTURE. Spangen Quarter Housing. [S. l.], 25 fev. 2015. Disponível em: http://hiddenarchitecture.net/spangen-quarterhousing/. Acesso em: 2 jun. 2019. MAGARETHA, Emilia. Collective Relationships: Housing Development in Rive-de-Gier. DETAIL. 2018. Disponível em: https://www.detail-online. com/artikel/collective-relationships-housing-development-in-rive-de-gier-31921/. Acesso em: 2 jun. 2019. Mesopotâmia: o berço da civilização. Só História. Virtuous Tecnologia da Informação, 2009-2019. Disponível em: http://www.sohistoria.com. br/ef2/mesopotamia/. Acesso em: 29 mai. 2019. REINIS, Oliver A. Histórico Legal das Áreas de Proteção Permanente – APP. Dubbio, [S. l.], p. 9, 18 jun. 2016. Disponível em: https://www.dubbio. com.br/artigo/93-historico-legal-das-areas-de-protecao-permanente-app. Acesso em: 30 maio 2019. RODRIGUES, Letícia Stevanato; ZANIRATO, Silvia Helena. Contaminação, comunicação e remediação dos riscos ambientais no conjunto Heliópolis - gleba l: um estudo das representações dos moradores do local. In: IX Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental São Bernardo Do Campo/SP - 2018, São Bernardo do Campo/SP. Artigo [...]. São Bernardo do Campo: [s. n.], 2018. Disponível em: https://www.ibeas.org.br/ congresso/Trabalhos2018/IV-004.pdf. Acesso em: 24 abr. 2019.
100
LISTA DE FIGURAS
Figura 45: Situação atual Ribeirão dos Meninos, 50 Fonte: Autoral
Figura 1: HIS ‘redondinhos’ e seu terreno não finalizados e ocupados ilegalmente, 10 Fonte: Rivaldo Gomes/ Folhapress
Figura 46: Mapa de localização: Região Metropolitana de São Paulo e zoom nos distritos e bairros do perímetro escolhido, 51 Fonte: Autoral
Figura 2: Bacias hidrográficas brasileiras, 20 Fonte: Archdaily | As veias do Brasil: arco-íris das bacias hidrográficas do território nacional Figura 3: Cursos d’águas da Região Metropolitana de São Paulo, 22 Fonte: Autoral Figura 4: Bacias Hidrográficas da RMSP com foco na bacia do Ribeirão dos Meninos, 23 Fonte: Autoral Figura 5: Croquis de representação de Espaços Livres de Edificações, 24 Fonte: Silvio Macedo / Revista Paisagem e Ambiente Figura 6: Vista aérea da Favela Heliópolis, 28 Fonte: Google Maps Figura 7: Mapa de 1930 identificando a Vila Heliópolis e entorno, 30 Fonte: SARA Brasil 1930 Figura 8: Foto aérea 1954, 31 Fonte: VASP Cruzeiro Figura 9: Foto aérea redondinhos de Ruy Ohtake em Heliópolis, 32 Fonte: Archdaily | Arquitetura Social: o mal-entendido que levou Ruy Ohtake a Heliópolis em São Paulo Figura 10: Plano de proposta para Heliópolis, 33 Fonte: SEHAB Figura 11: Planta e 3D do projeto para os redondinhos ainda em execução, 33 Fonte: Autoral com base no plano de proposta para Heliópolis Figura 12: Situação atual após reintegração de posse, 35 Fonte: Autoral Figuras 13, 14, 15, 16, 17: Projeto Zhangjiagang Town River, 39 Fonte: Archdaily | Zhangjiagang Town River Reconstruction / Botao Landscape Figuras 18, 19, 20, 21, 22: Projeto Promenada, 40 Fonte: Archdaily | PROMENADA / Enota Figuras 23, 24, 25, 26, 27: Projeto Atlantic Park, 41 Fonte: Land8: Landscape Architects Network Figuras 28, 29, 30, 31, 32: Projeto Conjunto Habitacional, 43 Fonte: Archdaily | 60 apartamentos de habitação social em Rive-De-Gier Figuras 33, 34, 35, 36, 37: Projeto Habitacional bairro Spangen, 44 Fonte: Hiden Architecture | Habitação do Bairro Spangen Figuras 38, 39, 40, 41, 42: Projeto CODHAB/DF, 45 Fonte: Archdaily | Menção honrosa no concurso CODHAB Sol Nascente – trecho 2, por Vigliecca & Associados Figura 43: Diagramas Esquemáticos CODHAB/DF,46 Fonte: Archdaily | Menção honrosa no concurso CODHAB Sol Nascente – trecho 2, por Vigliecca & Associados Figura 44: Pavimentos-tipo projeto CODHAB/DF,47 Fonte: Archdaily | Menção honrosa no concurso CODHAB Sol Nascente – trecho 2, por Vigliecca & Associados
6
Figura 47: Equipamentos e vias do entorno, 53 Fonte: Autoral com base em fotoaérea Google Maps Figura 48: Mapa de uso e ocupação do solo, 54 Fonte: Autoral Figura 49: Mapa do perímetro a OUC - Bairros do Tamanduatei , 56 Fonte: Autoral Figura 50: Proposta da OUC - Bairros do Tamanduateí, 56 Fonte: Gestão Urbana | PMSP Figura 51: Mapa de Macrozona e Macroáreas, 58 Fonte: Autoral com base GeoSampa e Prefeitura de São Caetano do Sul Figura 52: Mapa de zoneamento, 59 Fonte: Autoral com base GeoSampa e Prefeitura de São Caetano do Sul Figura 53: Mapa de Espaços Livres de Edificações ,60 Fonte: Autoral Figura 54: Mapa de Espaços Livres de Edificações Vegetados, 61 Fonte: Autoral Figura 55: Tabelas do IQA do Ribeirão dos Meninos, 63 Fonte: SOS Mata Atlantica/Observando Rios Figura 56: Córregos da região desaguando no Ribeirão dos Meninos e locais afetados pelas enchentes, 64 Fonte: Autoral Figura 57: Tabela comparativa entre os anos de 2018 e 2019 com índices totais maiores de 40mm, 65 Fonte: Autoral com base nas tabelas da Defesa Civil de São Caetano do Sul Figura 58: Mapa ilustrativo com a marca d’água pluvial em 10/03/2019, 65 Fonte: Defesa Civil de São Caetano do Sul Figura 59: Plano de massas, 69 Fonte: Autoral Figura 60: Desenho esquemático de representação de biovaleta, 69 Fonte: Apresentação Infra-verde Fabio Robba Figura 61: Desenho esquemático de representação de jardim de chuva, 69 Fonte: Apresentação Infra-verde, Robba Figura 62: Plantio em curva de nível, 69 Fonte: Pinterest Figuras 63 a 71: Implantações e ampliações, 70 a 80 Fonte: Autoral Figura 72 a 77: Cortes e ampliações, 82 a 90 Fonte: Autoral
101