ECOVILA PARELHEIROS: APLICANDO PRINCÍPIOS DE PERMACULTURA E BIOCONSTRUÇÃO.

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ECOVILA PARELHEIROS APLICANDO PRINCIPIOS DE PERMACULTURA E BIOCONSTRUÇÃO .

LORENA CRISTINA SOUZA



ECOVILA PARELHEIROS APLICANDO PRINCIPIOS DE PERMACULTURA E BIOCONSTRUÇÃO .

LORENA CRISTINA SOUZA



LORENA CRISTINA SOUZA

VILA ECOLÓGICA PARELHEIROS

Trabalho

de

obtenção

do

Arquitetura

e

conclusão título

de

de

Urbanismo

em

apresentado

ao

Orientador: Prof. Fabio Robba

2019

para

graduação

Centro Universitário Senac.

SÃO PAULO – SP

curso



VILA ECOLÓGICA PARELHEIROS

Trabalho

de

conclusão

obtenção

do

Arquitetura

e

título

de

de

Urbanismo

curso

graduação

em

apresentado

ao

Centro Universitário Senac.

Orientador: Prof. Fabio Robba

Aprovado em: BANCA EXAMINADORA ________________________________________ Prof. Orientador ________________________________________ Prof. Orientador ________________________________________ Prof. Orientador SÃO PAULO – SP 2019

para


" Na antiguidade, os primeiros arquitetos amassavam a terra com os pÊs, para preparar os tijolos. Arquitetos descalços pisando a terra, uma imagem distante de nossa realidade que se afasta cada vez mais da natureza." Johan Van Lengen.



RESUMO Essa pesquisa investiga a elaboração de uma Ecovila em Parelheiros sensível a este meio e que busque referências na natureza para exercer sua função sem atingir de modo agressivo o espaço. Seguindo as diretrizes da permacultura, que mostre uma alternativa diferente de ocupar essa área a população local, de forma que não a prejudique. Para isso a localização do terreno é imprescindível, um terreno periurbano é o ideal, porque está em uma área que não é tão afastada da malha urbana, mas que ainda assim exista uma distância, podendo dessa forma exercer a

função social do distrito de Parelheiros, que seria voltada a atividades de agricultura, manejo do solo direcionadas ao meio ambiente, mas também ter essa proximidade a área mais urbanizada do distrito, contribui para que essa vila ecológica possa oferecer serviços de educação ambiental para os moradores da região, disponibilizando um espaço para palestras, oficinas, workshops e cursos voltados desde a bioconstrução até a permacultura.

Levando em consideração que Parelheiros está inserido na Macrozona de Proteção Ambiental, sendo 100% na Área de Proteção aos Mananciais, há duas legislações que se aplicam, o Plano Diretor Estratégico de São Paulo (16.050/2014), e a Lei Específica que define a Área de Proteção e Recuperação dos Mananciais (12.333/2006), afim de disciplinar o uso e ocupação do solo nessas áreas, tornandoas distintas do restante do município de São Paulo em relação à densidade demográfica, mas também o acesso à infraestrutura, e como consequência às condições sociais da população. PALAVRAS

CHAVE:

sustentabilidade;

Ecovila;

permacultura;

bioconstrução;

Parelheiros


ABSTRACT

This research investigates the elaboration of an Ecovila in Parelheiros sensitive to this environment and that seeks references in nature to exercise its function without aggressively reaching the space. Following the guidelines of permaculture, show a different alternative to occupy this area the local population, so that it does not harm it. For this the location of the land is essential, a periurban terrain is ideal, because it is in an area that is not so far from the urban network, but still exists a

distance, and in this way can exercise the social function of the district of Parelheiros, which would be focused on agriculture, soil management directed to the environment, but also having this proximity to the most urbanized area of the district, contributes to this ecological village can offer environmental education services to the residents of the region, providing a space for lectures, workshops, workshops and courses ranging from bio-construction to permaculture. Taking into account that Parelheiros is part of Macrozona Environmental Protection, being 100% in the Area of Protection of Springs, there are two laws that apply, the Strategic Master Plan of SĂŁo Paulo (16.050 / 2014), and the Specific Law that defines the (12,333 / 2006), in order to discipline the use and occupation of land in these areas, making them distinct from the rest of the city of SĂŁo Paulo in relation to population density, but also access to infrastructure, and as a consequence of the social conditions of the population. KEYWORDS: Ecovila; permaculture; bioconstruction; Sustainability Parelheiros;


SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.......................................................................................... .......................................................................................... 1 1.1. OBJETIVO GERAL .......................................................................................... .................................................................................1 1.OBJETIVO ESPECIFICO.......................................................................................... ...................................................................2 2. MÉTODO .......................................................................................... ....................................................................................................5

3. FUNDAMENTOS .......................................................................................... .........................................................................................7 3.1 CONTEXTO URBANO X RURAL – MERCADO IMOBILIÁRIO .......................................................................................... ...............7 3.1.1 CONTEXTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL EM SÃO PAULO. .......................................................................................... ................. 8 3.2 SUSTENTABILIDADE E URBANIZAÇÃO .......................................................................................... ..................................................9 3.3 PERMACULTURA .......................................................................................... ............... ...................................................................11.. 3.3.1ORIGEM .......................................................................................... ............... .............................................................................. 11

3.3.2FUNDAMENTOS .......................................................................................... ............... ...................................................................14 3.3.3 PRINCIPIOS DO DESIGN............................................................................. ..................................................................................15 3.3.4 O PLANEJAMENTO NA PERMACULTURA .......................................................................................... ............... ........................16 3.5 A BIOCONSTRUÇÃO .......................................................................................... ............... ............................................................18 3.6 TÉCNICAS DE BIOCONSTRUÇÃO .......................................................................................... ............... ........................................20 3.7 TRATAMENTO DE ESGOTO .......................................................................................... .................................................................. 27

3.8 CAPTAÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS .......................................................................................... ............... .......................................29 3.9 SAF SISTEMA AGROFLORESTAL .......................................................................................... ............... ............................................30 3.10 INFRAESTRUTURA VERDE .......................................................................................... ............... .................................................... 33 3.11 ESTUDOS DE CASOS .......................................................................................... ............... .......................................................... 35 3.11.1 RESIDÊNCIA CORCOVADO .......................................................................................... ............... ............................................ 37 3.11.2 VILA TAGUAÍ .......................................................................................... ............... .......................................................................38 3.11.3 ECOVILA CLAREANDO .......................................................................................... ............... ..................................................... 41


4. DISTRITO DE PARELHEIROS .......................................................................................... ............... ...............................................43 4.1 PROTEÇÃO AMBIENTAL .......................................................................................... ............... ..............................................46 4.2 O TERRENO .......................................................................................... ............... ............................................... ...................50 4.3 PAISAGEM E MEIO .......................................................................................... ............... ............................................... .......51 4.3.1 VISITA DE CAMPO .......................................................................................... ............... ............................................... ....55

5. LEGISLAÇÃO .......................................................................................... ............... ............................................... .....................56 6. PERCEPÇÃO DO ESPAÇO .......................................................................................... ............... ...............................................60 6.1 PROGRAMA .......................................................................................... ............... ................................................................. 61 6.2. PLANO DE MASSAS .......................................................................................... ............... ............................................... .....63 7. PROJETO .......................................................................................... ............... ............................................... .............................65 7.1 IMPLANTAÇÃO .......................................................................................... ............... ............................................... ..............67

7.2 SETOR EDUCACIONAL .......................................................................................... ............... ............................................... ..71 7.3 RECEPÇÃO .......................................................................................... ............... ............................................... ...................81 7.4 SETOR AGROECOLOGICO .......................................................................................... ............... .........................................85 7.5 SETOR RESIDENCIAL .......................................................................................... ............... ............................................... .....88 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... ............... ............................................... ..93 9. REFERENCIAIS BIBLIOGRAFICAS .......................................................................................... ............... .......................................95


1. INTRODUÇÃO


Em 1800 menos de 2% da população humana era urbana, hoje essa porcentagem está próxima de 70%. Até a metade do século XX, a água, os solos, minérios e florestas eram explorados até que houvesse o esgotamento da região, não havia preocupação ainda com os prejuízos ambientais. Já após a Segunda Guerra Mundial, na década de 1950, passa a ficar evidente os efeitos das atividades humanas, como aquecimento global, desmatamento, poluição, contaminação dos solos, da água e do ar. No Brasil são mais de oitenta por cento de pessoas morando em áreas urbanas. Os ecossistemas urbanos são sistemas abertos, dinâmicos, complexos e interrelacionados, que requerem grandes quantidades de energia e matéria, com equivalente geração de resíduos e poluição. Os seus impactos vão muito além de 94 seus limites geográficos e podem ser medidos através de sua pegada ecológica Atualmente percebemos que não se pode gerir um sistema linear em um planeta finito, e a produção de um sistema em ciclo fechado se faz necessária cada vez mais. Sustentabilidade é um termo cada vez mais usado no ramo da construção civil, com o passar do tempo o número de construções com viés sustentável aumentou, isso ocorre em virtude da tentativa do homem de agredir o mínimo possível o meio ambiente, trazendo assim uma harmonia entre o homem e a natureza. Ser sustentável é procurar satisfazer as necessidades do mundo atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras e além de não comprometer o ideal seria deixar um futuro melhor, ou seja, manter o equilíbrio de todos os

processos. O termo sustentabilidade, surgiu logo após a revolução industrial, onde começou a se pensar como deveriam agir para evitar problemas futuros ao meio ambiente. Existem três pilares da permacultura, eles são: cuidado com a terra, cuidado com as pessoas e a partilha justa dos excedentes e recursos. E é baseado nessa ética da permacultura que será desenvolvida a ecovila. Onde o intuito é habitar dentro de um território e encontrar métodos do melhoramento das condições dele, com a finalidade d

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de que com o tempo esse território tenha mais agua limpa, solo fértil, alimento, habitações sustentáveis com utilização de capitação de energia renovável. Para uma maior integração com a natureza, entender o ambiente e saber interagir com ele, havendo uma relação de troca.

1.1 OBJETIVO GERAL Este trabalho tem como objetivo criar uma ecovila adaptada as necessidades ambientais e culturais de Parelheiros, localizado no extremo Sul de São Paulo e está inserido dentro da área de Proteção Ambiental. Para isso o intuito é de utilizar técnicas bioconstrutivas e matéria prima local o que diminui o custo da edificação, com o intuito de ser uma solução acessível aos moradores da região e altamente sustentável. 1.2 OBJETIVO ESPECIFICO Através do diagnóstico detalhado do terreno, tenho como objetivo ocupar o terreno do modo mais adequado, para isso é preciso envolver as nascentes recuperando e protegendo-as através de mata ciliar, respeitando os raios indicado por APPs. A Ecovila idealizada possui funções em diferentes escalas, iniciando com a ideia de se viver em comunidade, onde o desenho do projeto deve definir os meios de haver interação e espaços de convivência entre os moradores, criando desse modo parâmetros de identidade e pertencimento ao imaginário coletivo. Outro compromisso estipulado ao planejamento da ecovila, é garantir a valorização e o cuidado da natureza, através de um adensamento de vegetações que envolvam as nascentes, recuperando e protegendo, e com isso estabelecendo um equilíbrio para que

a fauna e a flora possa tenha como se desenvolver. Um dos meios para se gerar economia nessa comunidade além da educação, seria também através de atividades com agloflorestas, viveiros e estufas devidamente planejados para a otimização do espaço como todo.

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O papel da ecovila no contexto de Parelheiros é fundamental para os problemas enfrentados hoje no distrito, por isso tem como objetivo educar ambientalmente as pessoas, mostrando outras possibilidades de se habitar uma região tão importante por sua grande parcela de cobertura vegetal e também possuindo espaços desenvolvidos para receber visitantes de curto a longo prazo, para que possam ter a vivência de comunidade, agrofloresta, convivência e interação com a natureza sem danifica-la.

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2. METÓDO


Através de fichamentos e pesquisas relacionadas a sustentabilidade, como por exemplo técnicas de bioconstrução, conceitos da permacultura e estudos de casos relacionados a ideologia ambiental defendida, será desenvolvida a fundamentação do projeto, auxiliando no embasamento da proposta final. Os métodos utilizados para a elaboração do projeto da Vila, serão realizados através de levantamentos de dados da região, para a identificação da maneira que é organizado tanto o meio urbano como o meio rural nas proximidades do terreno, e para isso será realizado mapas de uso e ocupação do solo, zoneamento, vegetação existente. Por meio de visitas de campos e um mapa de diagnóstico do terreno será levantada todas informações para identificação das necessidades dessa determinada área.

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3. FUNDAMENTAÇÃO


3.1 CONTEXTO URBANO X RURAL – MERCADO IMOBILIÁRIO O distrito de Parelheiros faz parte da cidade de São Paulo, localizado no extremo da zona sul, mas possuem características diferentes, é uma área rural e está na macrozona de proteção ambiental por estar 100% inserido na área de proteção aos mananciais, além de possuir 62,4% remanescentes importantes da mata atlântica. O valor da terra em São Paulo é alto, e por consequência do mercado imobiliário muitos cidadãos que não tem condições para tal aquisição acabam por se alojar nas periferias da cidade. O que acontece também em Parelheiros, ocasionando no crescimento populacional e por consequência acaba interferindo diretamente no adensamento e na habitação utilizada nessa área e apesar de sua proximidade com a área urbana de São Paulo, é na sua grande maioria uma área de atividade rural, todavia a forma e técnica construtiva das habitações não possui uma conversa com o ambiente, havendo problemas de desmatamento e um certo conflito com a flora e a fauna local. Embora seguindo um padrão fragmentado, descontínuo no tempo e no espaço, a forma

predominante de produção do espaço urbano em São Paulo poderia ser apresentada como uma sequência de três camadas, as duas primeiras consistindo em trabalho, cobrindo e preparando a terra para a terceira, o capital. (MOUTNER, Ivone, 1999) Primeira camada: terra transformada em propriedade; subdivisão dos lotes e aberturas da rua; autoconstrução ou contratação de trabalho remunerado. Com isso, inicia-se o processo de demanda por infraestrutura, geralmente

através de movimentos sociais Segunda camada: Legalização da área com adequação à legislação urbana; implantação da infraestrutura. Com isso, abre-se o caminho para o capital. Terceira camada: Encarecimento das propriedades; substituição de usos; mimetização do espaço urbano.

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Enquanto isso, por meio desse mesmo processo, vários moradores originais acabam sendo expelidos para iniciar a primeira camada de trabalho em periferias mais distantes. (MOUTNER, Ivone, 1999) Com o intuito de impedir que as áreas ambientalmente sensíveis continuem sendo degradadas, é preciso encontrar alternativas de tornar o mercado imobiliário legal mais acessível nas grandes metrópoles e desenvolver métodos de recuperar as áreas periféricas e ambientais já ocupadas, para garantir um cuidado sustentável e a inclusão social dos seus ocupantes. A falta de alternativas para garantir o acesso da população de menor renda ao mercado imobiliário legal leva grande parcela da população a ocupar as áreas ambientalmente sensíveis, como as Áreas de Proteção aos Mananciais (APM) nas Regiões Metropolitanas. Essa Ocupação desordenada acaba agredindo o meio ambiente e comprometendo a qualidade de vida de toda a população. (MACHADO, Laura; BOUCINHAS, Caio; ESCORZA, Rosângela)

Acredito que a região necessita de uma organização e uma arquitetura diferente do que se vê na grande São Paulo, que mostre, ensine e eduque a população em como habitar essa região. 3.2

CONTEXTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Segundo o conselho Internacional da Construção (CIB), a construção civil é responsável pela maior parte do consumo dos recursos naturais, seguido de dados alarmantes, como 50% de todos os recursos naturais explorados em todo mundo se deve apenas a construção civil.

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Nota-se hoje que na maioria das construções a opção pelo uso de alvenaria e concreto é grande, isso porque ao longo do tempo essas técnicas se tornaram quase um padrão. E sabemos que a utilização dessas materialidades produz um grande desperdiço de cimento e água. Uma consequência que também se torna crucial na falta de eficiência na construção civil é a não utilização de materialidades e mão de obra local, o que acarreta em deslocamentos desnecessários desde a extração ao consumo final, que por sua vez é responsável por um grande gasto de combustíveis fósseis no transporte. Podemos analisar a partir dessas informações que existe um descompasso entre a construção civil e o consumo de recursos naturais, e que para que haja a elaboração de um projeto que seja de fato sustentável e eficiente, é preciso se atentar a melhor utilização de cada material, para isso saber os materiais mais adequados para cada função na

construção é primordial, além de buscar materiais e técnicas construtivas locais, por ser eficiente e não precisar percorrer certas distancias, traz a identidade de determinada região ao projeto. 3.3 SUSTENTABILIDADE E URBANIZAÇÃO Na década de 1960 havia muitas dúvidas sobre dois tipos de tecnologia evidente na época, elas são: tecnologia alternativa, intermédia ou apropriada.

Isso porque enquanto técnicas construtivas de controle da energia na

edificação se desenvolviam, também cresciam posições de resistência anti-industrial, que defendiam a ideia de volta a pequena escala, com tecnologia elementar e utilizando princípios da autossuficiência energética e produtiva. Enquanto o conceito de tecnologia apropriada surge de uma exigência há um certo modelo de desenvolvimento, a tecnologia intermédia se preocupa historicamente, das questões do desenvolvimento dos países de terceiro mundo. Já o conceito de tecnologia alternativa manifesta-se através de questões sociais, culturais e ecológicas, resultado da sociedade avançada industrialmente.

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A pesquisa a estes dois tipos de tecnologia levou a redescoberta da modalidade construtiva alternativa, com interesse a técnicas de reciclagem dos materiais, de modo que desperte interesse por qualificar de forma inovadora a contribuição tecnológica a disciplina arquitetônica. A retomada a estas tecnologias nos permite abrir alguns eixos de pesquisa sobre projetos alternativos, como propostas de pontos de partida para construção em relação a contexto atuais de crise e sustentabilidade, que envolva esferas do global, mas também do local em teor de viabilidade e eficácia do projeto. Em nossa maior obra, a cidade, é onde usamos tecnologias de grande consumo de energia, onde mais contaminamos o ambiente ao ponto de chegar ao limite da sustentabilidade. A ecologia urbana e a arquitetura sustentável terão de ser o ponto de partida do planejamento do século XXI. (MASCARÓ, JOÃO LUIS, 2010) Analisando os ecossistemas urbanos, podemos perceber que existe um sistema em desiquilíbrio, onde se consome muito mais energia do que produzem. Em sua maior parte, está coberto por concreto, alvenaria e asfalto, possuindo

pouca cobertura de vegetação. As principais fontes de energias das cidades são carvão, gás e energia nuclear, esgotáveis e contaminantes. Para o funcionamento de um sistema ecológico estável é preciso que ele seja fechado, isso quer dizer que, o mesmo é capaz de regenerar os recursos que consomem, ao contrário do que acontece hoje nas cidades, as quais possuem um sistema ecológico aberto, transferindo sua contaminação para um espaço físico muito maior do que ela ocupa.

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3.4 PERMACULTURA 3.4.1 ORIGEM A Permacultura foi desenvolvida em 1978 na Austrália pelo naturalista Bill Mollison e David Holmgren, onde foi criada paralelamente a um curso pioneiro de Design Ecológico na Tasmânia, Austrália. O termo Permacultura veio de “Permanent Agriculture”, que significa agricultura permanente. Eles conseguiram

enxergar que sem uma base agrícola permanente, não seria possível haver uma sociedade permanente. Pensando na base agrícola permanente que foi desenvolvida a ideia de produzir alimentos, fibras, materiais de construção, combustível e etc, que não destruísse ou impactasse no ecossistema, mas que tivesse uma harmonia a ele. Sendo assim, foi criada um modo de suprir as necessidades humanas locais por meio de um planejamento integrador

dos humanos a natureza, no intuito de ser um planejamento de sistemas eficientes, elaborar fatores ecológicos, habitacionais, sanitários, sociais e econômicos. Uma filosofia junto à prática. A Permacultura é trabalhar com a natureza, e não contra ela. É olhar os sistemas em todas as suas funções ao invés de tirar apenas um fruto deles, e de permitir que os sistemas demonstrem sua própria evolução. (Bill Mollison, 1999) Desde a Revolução Industrial, temos exercido uma cadeia linear, onde os resíduos não são devidamente descartados, isso porque há uma extração de matéria prima sem qualquer tipo de reposição o que influência no impacto ao meio ambiente e pode levar ao esgotamento dos recursos naturais, e geração de resíduos que são descartados como lixo, sem haver uma reciclagem efetiva. Podemos concluir que esse método de utilização linear dos recursos, é inviável e extremamente ineficiente.

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Em alternativa a Permacultura é fundamentada na economia circular, onde todos os recursos são reaproveitados e reciclados, em um processo eficiente, nada se perde já que, o que era visto como resíduo é transformado em recurso. A Flor da Permacultura

A iniciação a prática da Permacultura é introduzida a partir das éticas e dos princípios de design, apresentando os domínios fundamentais para a elaboração de uma vida sustentável. Nota-se que a espiral é apresentada como o caminho da evolução, onde percorre todos os campos de domínio, desde o nível pessoal e local até o nível coletivo e global. Figura 1 - A Flor da Permacultura

Manejo da terra e da natureza:

Jardinagem; Bio-intensiva; Jardinagem Florestal; Banco de Sementes; Agricultura Orgânica; Biodinâmica; Plantio Natural; Linha chave para coleta de água; Manejo Holístico de Campos; Plantio em Seqüencia Natural; Agrofloresta; Floresta baseada na natureza. 

Espaço Construído:

Planejamento solar passivo; Construção com material natural; Coleta e Reuso da Água; Bioarquitetura; Construções de abrigos na terra; Construções resistentes a desastres naturais; Construção pelo proprietário; Linguagem dos Padrões.  Fonte: 1 - https://permacultureprinciples.com

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Ferramentas e Tecnologias:

Reuso e Reciclagem criativa; Ferramentas Manuais; Bicicletas e


bicicletas elétricas; Fogão de lenha eficiente e de baixa poluição; Combustíveis de restos orgânicos; Gaseificação de madeira; Bio-char de reflorestamento. 

Cultura e Educação:

Educação em Casa; Educação Waldorf; Arte e Música participativa; Ecologia social; Pesquisa Ação; Cultura de transição. 

Saúde e Bem-Estar espiritual:

Parto em casa e Aleitamento materno; Medicina Complementar e Holística Yoga, Tai Chi, Capoeira e outras disciplinas de corpo/mente/espírito; Espírito do lugar, renascimento; cultural indígena; Morte Digna.

• Economia e Finanças: Moeda local e regional; Rodovias específicas para carros cheios; Carona e compartilhar o carro; Investimento Ético e Comércio Justo;

WWOOFing e Redes similares Mercados de Produtores e Agricultura Apoiada na Comunidade

(AAC); Cotas de Energia Cambiável; Análise dos Ciclos da Vida e Contabilidade Emergética. • Posse da Terra e Comunidade: Cooperativas e Associações comunitárias; Ecovilas e Co-habitações; Tecnologia para espaço aberto e tomada de decisão por consenso título nativo e direito tradicional de uso.

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3.4.2 FUNDAMENTOS DA PERMACULTURA A Permacultura, baseada numa ética da terra, traz estímulos e soluções sociais gerados dentro das próprias comunidades. A sua filosofia e práticas eficientes, favorecem a reintegração do ser humano no seu meio ambiente de formas sustentáveis.

Existem três princípios éticos da permacultura, eles são:

Cuidar das Terra: Solos, florestas e água. Cuidar das pessoas e dos animais: cuidar de mesmo, de parentes e da comunidade.

Partilhar excedentes: Estabelecer limites para o consumo e reprodução, e redistribuir o excedente.

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3.4.3 PRINCÍPIOS DE DESIGN 1. Observe e interaja 2. Capte e armazene energia 3. Obtenha rendimento 4. Pratique a auto-regulação e aceite feed back 5. Use e valorize os serviços e recursos renováveis 6. Não produza desperdícios 7. Design partindo de padrões para chegar aos detalhes 8. Integrar ao invés de segregar 9. Use soluções pequenas e lentas 10. Use e valorize a diversidade 11. Use as bordas e valorize os elementos marginais 12. Use criativamente e responda às mudanças

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3.4.4. O PLANEJAMENTO NA PERMACULTURA Na permacultura, fala-se muito em “design” e a tradução da palavra é mais do que desenho, significa fazer um planejamento consciente, considerando todas as influências e os inter-relacionamentos que ocorrem entre os elementos de um sistema vivo, que ocorrem na propriedade e região.

Como princípio básico, antes de tudo observar a natureza ao redor e combinar vários aspectos da natureza, utilizar maior quantidade de funções possíveis de cada elemento presente na composição natural do espaço, como aproveitar excedentes e dejetos produzidos por cultivos, Criações, moradias, empresas, etc. Organizar os cultivos de modo que sejam aproveitados da melhor maneira possível toda a água, luz, mão de obra e demais recursos disponíveis. • Planejamento por Setores Somente após a observação cuidadosa dos elementos e seus efeitos, que é feito na Permacultura o planejamento, por setores, onde a propriedade é o centro do sistema e tudo gira em redor. Este círculo representa os 360 graus de possível influência externa. São marcados os setores de acordo com as informações coletadas, sendo constituídas por: setor de luz solar no inverno e no verão, setor dos ventos, setor de perigo de incêndio, e assim por diante. • Planejamento por Zonas No planejamento por setores, busca-se colocar as áreas e atividades da propriedade, diferenciando o trabalho humano, ou seja, a mão de obra, em relação à movimentação de água e nutrientes. As cinco zonas básicas propostas pelo sistema Permacultura são:

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Zona 0 – Onde estão as moradias, ou seja, a nossa casa, considerado o centro do sistema, a partir da qual iniciamos o

nosso trabalho na propriedade. Zona 1 – Consiste na área mais próxima da casa, que visitamos frequentemente e onde estão as atividades que necessitam de cuidado diário, ou seja, a horta, os canteiros de ervas culinárias e medicinais, criação de animais de pequeno porte (aves) para consumo local, etc

Zona 2 – Situada um pouco mais distante das moradias, a Zona 2 deve compreender aqueles elementos com menor atividade ou de manejo menos frequentes, inferiores a intensidade da Zona 1. Zona 3 – Estas áreas devem estar mais distantes da casa. Nela poderemos incluir as culturas com fins comerciais, que ocupam mais espaço e não necessitam de manejo diário. Zona 4 – São áreas que podem estar mais distantes, que não necessitam de cuidados frequentes, que podem ser visitadas ocasionalmente. Zona 5 – Nesta zona, compreendem áreas que só entramos para aprender ou para fazer uma coleta ocasional de sementes. É um local onde não fazemos nenhuma interferência cultural, permitindo, assim, que exista o desenvolvimento natural da floresta. Planejamento no Campo Zoneamento e Setores: Para fins de planejamento, o produtor deverá avaliar todos os recursos naturais e benfeitorias existentes e em seguida dividir a propriedade, em áreas e setores que expressem do maior para o menor nível de demanda de mão de obra e frequência de atividades.

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Zona 0 – Onde estão as moradias, ou seja, a nossa casa, considerado o centro do sistema, a partir da qual iniciamos o

nosso trabalho na propriedade. Zona 1 – Consiste na área mais próxima da casa, que visitamos frequentemente e onde estão as atividades que necessitam de cuidado diário, ou seja, a horta, os canteiros de ervas culinárias e medicinais, criação de animais de pequeno porte (aves) para consumo local, etc

Zona 2 – Situada um pouco mais distante das moradias, a Zona 2 deve compreender aqueles elementos com menor atividade ou de manejo menos frequentes, inferiores a intensidade da Zona 1. Zona 3 – Estas áreas devem estar mais distantes da casa. Nela poderemos incluir as culturas com fins comerciais, que ocupam mais espaço e não necessitam de manejo diário. Zona 4 – São áreas que podem estar mais distantes, que não necessitam de cuidados frequentes, que podem ser visitadas ocasionalmente. Zona 5 – Nesta zona, compreendem áreas que só entramos para aprender ou para fazer uma coleta ocasional de sementes. É um local onde não fazemos nenhuma interferência cultural, permitindo, assim, que exista o desenvolvimento natural da floresta. Planejamento no Campo Zoneamento e Setores: Para fins de planejamento, o produtor deverá avaliar todos os recursos naturais e benfeitorias existentes e em seguida dividir a propriedade, em áreas e setores que expressem do maior para o menor nível de demanda de mão de obra e frequência de atividades.

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Este procedimento é adotado pela Permacultura. Por exemplo, partindo da casa ou da comunidade (Setor ou Zona 0), temos em seguida o Setor ou Zona 1, com estábulo, granja ou horta doméstica, que demanda maior cuidado. A seguir vem a Zona ou Setor 2, com cultivos comerciais, pomares de fruta. Na Zona 3 ou criação de gado de leite. Na Zona ou Setor 4, pastagem ou reflorestamento e Zona 5, as matas. Plantas Companheiras e Indesejáveis: Além de conhecer a adaptação da planta (espécie ou cultivar) nos locais de solo e clima, é fundamental que antes da implantação de uma cultura, o produtor conheça as características das plantas e suas possíveis influências, positivas ou negativas, sobre as demais plantas consorciadas ou empregadas em rotação. 3.5 A BIOCONSTRUÇÃO O conceito de bioconstrução é a junção de diferentes técnicas de arquitetura vernacular mundial, em sua grande maioria com centenas de anos de experiências, história e aprimoramentos. Possui como característica a utilização de materiais locais, como a terra, reduzindo os gastos e recursos naturais com a fabricação e com o deslocamento, construindo dessa forma habitações de baixo custo e que oferece excelente conforto térmico. Geralmente são técnicas fáceis, onde qualquer pessoa pode fazer, na presença de profissionais ou não, são técnicas possíveis de autoconstrução.

Após a revolução industrial com a descoberta de novos materiais, muitas dessas técnicas de bioconstrução foram dando espaço as mais novas, e por terem custos muito baixos comparado ao concreto e alvenaria por exemplo, passaram a ser interpretadas com uma visão preconceituosa de construções para baixa renda. Na permacultura a bioconstrução é um elemento importantíssimo, e os projetos são pensados para ter a melhor eficiência energética de forma passiva, ou seja, ter o mais satisfatório aproveitamento de elementos de ventilação e iluminação natural, fazer a captação de água de chuvas e aquecimento de água com energia solar. E, tudo isso

depende da forma que foi pensada a implantação da casa em relação as direções do vento e a incidência solar

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existente no território. O bom planejamento na bioconstrução é capaz de criar um ambiente de grande eficiência, que permita o baixo consumo de energia elétrica para ar condicionado já que a edificação possui um controle natural da temperatura e diminui evidentemente o consumo de lâmpadas durante o dia.

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3.6 TÉCNICAS DE BIOCONSTRUÇÃO. • Pau a Pique • A técnica consiste em fazer uma malha de bambu para estruturar a massa que vai ser modelada ali, e essa massa é composta por uma mistura de barro, água e fibras naturais. No processo de dar liga na mistura, observa-se a importância da energia estática que nosso corpo transmite para a massa e que é essencial para o não aparecimento de rachaduras quando a terra seca na parede. Quando a parede seca, recebe um revestimento de barro, tapioca, cal, polvilho ou cola, que faz um último acabamento, para evitar o aparecimento de infiltrações ou outros problemas. Figura 3-Parede Pau-a-Pique

Fonte 3: Elaborado pelo autor.

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• Adobe O adobe é uma massa formada da mistura dos mesmos elementos do Pau a pique, a diferença é a finalização, já que o adobe é moldado e deixado em uma superfície até que possa estar completamente seco em um processo natural. Em nenhuma parte do processo é preciso cimento, até parar unir os tijolos depois de seco é necessário apenas uma argamassa, constituída por água e barro.

Figura 4-Casa de Adobe

Fonte 4: Elaborado pelo autor.

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• Tijolo Mattoni Tijolo Mattoni é um tijolo de barro comprimido e por não necessitar de cozimento, pode ser reintegrado na natureza. Ele é feito de argila crua, ou seja, ele após o uso pode virar solo novamente. O assentamento dele exige apenas 5% de cimento que não cria um dano no processo de reintegração. Sua composição é de areia, silte e argila. Esse tijolo possui uma fabricação simples e pode ser feito por qualquer pessoa, inclusive durante a obra.

Figura 5 – Alojamento feito de Tijolo Mattoni

Fonte 5 e 6: Elaborado pelo autor.

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Figura 6 – Alojamento visto de fora


• Tijolo de Solocimento O método solocimento é composto por areia, argila, cimento e para formar um tijolo essa mistura é colocada em um molde e prensado. A utilização do cimento é apenas para garantir uma impermeabilização e uma maior resistência a ventos fortes. Assim como o Tijolo Mattoni e o Adobe não precisa ser queimado e isso garante o não consumo de recursos naturais. Pode ser utilizado tanto na construção de edificações, como também em pisos.

Figura 7- Piso de Solocimento

Fonte 7: Elaborado pelo autor.

Figura 8- Edificação em solocimento

Fonte 8: Elaborado pelo autor.

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• Cob O Cob é preparado pela mistura de argila, areia e palha, é a prova de fogo e altamente resistente a abalos sísmicos. O Cob produz um sistema térmico que faz com que a edificação fique quente no inverno e fresca no verão assim como a variações de temperaturas em períodos de tempo menores, isso porque as paredes do Cob são grossas e funcionam como uma massa térmica. A técnica para se construir com o Cob, consiste em fazer a base bem grossa com a mistura dos componentes, produzindo uma massa homogênea que pode ser moldada, depois é feito bolas com a massa e colocadas uma em cima da outra, a massa por ser muito plástica é possível se fazer escultura ou até mobiliários “unidos” a parede.

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Figura 9 – Casa de Cob

Figura 10 – Casa de Cob

Fonte 9: Ecoarquitetura

Fonte 10: Ecoarquitetura


• Bambu O Bambu é um ótimo tipo de vegetação, porque é muito versátil no seu uso, é leve, possui forças operantes à tração, compressão e flexão. Tem a vantagem de ser uma fonte inesgotável, no sentido de não precisar ser replantado e nem regado, porque são auto renováveis, cresce muito rápido e possui a vantagem de utilizar menos espaço no terreno e tem uma altura maior que a maior parte das vegetações. O uso do bambu é variado, poder ser usado para estrutura de domos geodésicas, mobiliário, até a construção de prédios e pontes, o bambu é muito utilizado por culturas orientais na construção de templos e casas a milhares anos, mas hoje ele é mais resistente devido aos tratamentos atuais que os deixam mais duráveis. “ O Bambu é uma planta da família das Gramineae. Segundo indicam estudos as espécies de bambu mais adequadas ao uso estrutural de construções são os do gênero Guadua (denominado popularmente de Bambu Taquaruçu), Dendrocalamus (denominado Bambu Gigante ou Bambu Balde) e Phyliostachys pubescentes (Bambu Mosso), por apresentarem maior resistência.” (MARCATTO, Murilo, 2018) Figura 11 – Casa de Bambu

Fonte 11: Ecoarquitetura.

Figura 12 – bambu

Fonte 12: Ecoarquitetura.

Figura 13 – Cúpula Geodésica

Fonte 13: Ecoarquitetura.

Fonte 8: Elaborado pelo autor.

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• Telhado de Sapê. Caracteristico da arquitetura indigina, inclusive na região de Parelheiros, pela abundancia dos materiais na região tropical da mata atlântica.

Possui longa durabilidade, e

permitem uma economia considerável em termos de

ventilação, aquecimento e refrigeração. Os feixes de sapé são amarrados com arame galvanizados por compressão entre o ripamento já pregado nos caibros na parte inferior e uma barra de ferro na parte superior.

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Figura 14 - Oca

Figura 15 – Sapê Detalhe

Fonte 14: DepositiImagens.

Fonte 15: DepositiImagens.


3.7 TRATAMENTO DE ESGOTO Dentro da permacultura muito se diz sobre fechar ciclos, e isso inclui o tratamento do esgoto. Existe diferentes técnicas para o tratamento direcionado tanto para águas cinzas como para águas negras, alguns deles são: banheiro secos, bacia de evapotranspiração (BET), círculo de bananeiras, biodigestor, entre outros métodos. Irei apresentar dois deles. • Banheiro secos: O banheiro seco cumpre todas as funções de um banheiro tradicional só que sem a utilização da água, e ao contrário do que a maioria pensa, seu sistema não produz odores ruins, é de fácil manutenção. O funcionamento de seu sistema é simples, as fezes caem em um tanque de compostagem, o qual passa por um processo através de enzimas e bactérias que aceleram sua decomposição e fazem com que tudo no tanque vire um liquido, o chorume, um ótimo biofertilizante, que é direcionado para uma próxima camada. Em um período de 6 meses até 1 ano os dejetos, junto com os compostos se transformam em adubo, que pode ser retirado da câmara e possuem a função de adubar as plantações. Figura 16 – Sistema de Banheiro Seco

Fonte 16 – https://www.archdaily.com.br/br/904009/como-funciona-um-banheiros-seco-sistema-alternativo-de-saneamento

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• BET - Bacia de Evapotranspiração A bacia de evapotranspiração é um sistema fechado que não gera nenhum tipo de resíduo, evitando a poluição do solo, das águas e do lençol freático como no sistema de descarga de sanitários convencionais. Neste sistema os dejetos também fecham um ciclo, se transformando em nutrientes para as bananeiras e a água que foi utilizada no sistema só saem quando estão completamente limpas, por evaporação.

Figura 17 - BET

Fonte 17- https://www.setelombas.com.br/2010/10/bacia-de-evapotranspiracao-bet/.

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3.8 CAPTAÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS Uma casa para ser considerada ecológica precisa compensar a área de solo que impermeabilizou em sua construção, para isso o sistema de captação de águas pluviais serve para recolher essas águas de chuvas e A água acumulada nos reservatórios próprios é usada para a descarga, irrigação de hortas, lavagem de varandas, carros, roupas, pisos, ou pode ser usada também para quando não houver chuva. Em alguns casos, pode até ser usada para o banho. Figura 18 – Sistema de Captação de água de Chuva

Fonte 18 – 9http://www.clareando.com.br/

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3.9 SAF – SISTEMA AGROFLORESTAL Praticamos no Brasil uma agricultura descontextualizada em clima e cultura, isso porque nosso modelo convencional de agricultura, o modelo importado, que é foi desenvolvido para climas temperados, o qual consiste em desmatar coberturas vegetais e implantar um sistema de monocultura. Estima-se que cerca de 24 bilhões de toneladas de solo fértil sejam perdidos a cada ano. Esse sistema de agricultura importada não é o ideal no território brasileiro, porque estamos dentro de um clima tropical, e por assim dizer que precisamos necessariamente de uma cobertura vegetal protegendo e controlando a incidência solar, onde no sistema agroflorestal é feito um estudo preliminar da incidência solar que cada tipo de vegetação precisa, para que dentro de um conjunto seja pensado na disposição e variação de espécies, onde uma ajuda no desenvolvimento da outra Outro fator imprescindível no sistema Agroflorestal é de que, depois de pensar na combinação das espécies para que tenha uma linha de crescimento sucessional, o cuidado sempre vai ser com o solo, para isso é preciso estudar o solo e entender sua composição, para nutri-lo e aduba-lo com os nutrientes faltantes. O sistema Agroflorestal é o único que não destrói a fauna e a flora, muito pelo contrário, precisa dela, então vemos muito nesse campo, alternativas para se atrair bactérias e animais que moram no solo, porque eles garantem o equilíbrio e quando um solo está em equilíbrio, a

vegetação resultante vai ser saudável, livre de agrotóxicos e pragas.

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Figura 19 –SAF

Fonte 19 – Elaborado pelo autor

Os Sistemas agroflorestais (SAFs) tem como principais características:

• Produção em harmonia com a natureza: preserva-se e recupera-se os recursos naturais promovendo ambientes ricos, férteis, úmidos e vivos. • Preservação da biodiversidade, formação de teias de relações e equilíbrio, criando uma alta diversidade biológica.

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• O resgate de práticas e conhecimentos de comunidades tracionais que sempre conviveram com a natureza para plantar e viver. • Segurança alimentar trazendo diversidade e alimentos orgânicos e ricos em nutrientes para saúde das pessoas. • Segurança econômica dos agricultores familiares, que podem cultivar uma diversidade de produtos. • Estratégia para restauração de áreas degradadas e áreas prioritárias para a preservação da biodiversidade como Áreas de Preservação Permanente, Reserva Legal e entorno de unidades de conservação.

Figura 20 – Inicio de um SAF

Fonte 20 – Elaborado pelo autor

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Figura 21 – Inicio de um SAF

Fonte 21 – Elaborado pelo autor


3.10 INFRAESTRUTURA VERDE A Infraestrutura verde consiste em várias técnicas de manejo das águas pluviais que sejam sustentáveis, que cause pouco impacto ambiental e um custo baixo, são utilizados sistemas para captar, limpar e reduzir e diminuir a quantidade de água no solo, eles precisam ser permeáveis e vegetados, preferencialmente que possua arborização, as árvores são essenciais na infraestrutura verde, elas contribuem para a prevenção de erosões no solo e assoreamento de corpos d’água, ajuda a absorver em maior quantidade a água das chuvas, diminuindo o impacto das gotas que enrijece o solo, é provedor de diversas espécies que promovem a diversidade. • Biovaletas As biovaletas são parecidas aos jardins de chuva, mas estão mais voltadas a declives lineares, e durante o percurso a água vai sendo absorvida pela vegetação que limpa, e leva a água até os sistemas de drenagens. Podem ser utilizadas para escoar vias, mas também em áreas residenciais, apenas não muito utilizada no contexto urbano, por ser necessário um espaço grande para seu eficiente funcionamento. Figura 23 – Biovaleta declive Figura 22 – Corte Biovaleta

Fonte 22 e 23 –

http://www.fau.usp.br/arquivos/disciplinas/au/aut0221/Trabalhos%20Finais%202007/Infraestrutura%20verde.pdf

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• Cobertura Verde Tetos verdes são técnicas de permeabilizar as coberturas da edificação a partir de uma vegetação plantada em um solo que não permite raízes, é um verdadeiro reservatório de drenagem com uma membrana à prova de água para permeabilizar a área da casa. Pode ser implantado em diferentes escalas, como edifício de grande porte, até pequenas edificações, como residencial unifamiliar. O teto verde tem a função de absorver e armazenar toda a água da chuva, para depois soltar a água em partículas no ar, umidificando o ambiente. Figura 24 – Teto verde

Fonte 24 – Elaborado pelo autor

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Figura 25 – Instalação Camadas

Fonte 25 – http://archdaily.com/


3.11 ESTUDOS DE CASO 3.11.1 Residência Corcovado Projeto do escritório Terra Crua realizado em 2013, localizado na Ecovila Corcovado na Praia Dura em Ubatuba. Figura 26 – Residência Corcovado

Fonte 26 – Residência Corcovado Imep

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• Área de Mata Atlântica • Utilizou princípios da bioconstrução e Permacultura, para um baixo impacto. • Mão- de- obra local • Produção de energia limpa • Tratamento dos resíduos e afluentes • Produção de alimentos • Aproveitamento de iluminação e ventilação natural • Teto verde • Captação de Água da chuva • Materiais utilizados da própria região • Estrutura foi feita com madeira de reuso • Utilização de Tijolos ecológicos de solocimento • Energia elétrica é gerada por uma mini hidrelétrica com a água dos rios da propriedade. • Para o tratamento de águas cinzas há o círculo de bananaeiras. • Para o tratamento de águas negras é utilizado o vermifitro • Todas as aberturas da casa foram pensadas para ter um maior aproveitamento da luz natural.

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Figura 27 – Planta

Fonte 27 – https://issuu.com/arqlab2018/docs/tcc_-_murilo_marcatto_-_issuu

A disposição dos espaços foi elaborada por meio de um princípio muito utilizado na permacultura, denominado de planejamento por zonas. Figura 28 – Planejamento por Zonas

Figura 29 – Planejamento por zonas

Fonte 29 – https://issuu.com/arqlab2018/docs/tcc_-_murilo_marcatto_-_issuu

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3.11.2 VILA TAGUAI • Projeto de oito casas • Ocupação de áreas verdes na periferia • Os espaços de uso privativo são integrados ao espaço de uso coletivo - um grande jardim - por meio de terraços e caminhos de pedestres. • Uso de pedras para pavimentação, mantendo a permeabilidade do solo. Figura 30 – Implantação

Fonte 30 – https://www.archdaily.com.br/br/627775/vila-taguai-cristina-xavier-arquitetura

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Casas elevadas do solo

• O terreno natural é mantido. • Arvores são preservadas e novas serão plantadas, reforçando a vegetação nativa. • Possuem aquecimento de água com energia solar. • Os esgotos são tratados dentro do condomínio.

Figura 31 - Corte

Fonte 31 – https://www.archdaily.com.br/br/627775/vila-taguai-cristina-xavier-arquitetura

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• Painéis de madeira utilizados nas paredes, lajes de piso e lajes de cobertura. • Ventilação natural cruzada. • Optou-se no projeto em fazer todas as residências elevadas do chão, criando no terreno sempre um jardim sombreado.

Figura 32 – Residência

Fonte 32 – https://www.archdaily.com.br/br/627775/vila-taguai-cristina-xavier-arquitetura

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3.11.3 Ecovila Clareando A Ecovila Clareando localiza-se na cidade de Piracaia em Área de Preservação Ambiental (APA) e trata-se de zona rural de expansão urbana, distante 14 km. do centro da cidade. • Existe 5 nascentes de água dentro do loteamento, que foram devidamente cuidadas e evolvidas por matas ciliares. • As casas são construídas com tijolos de adobe ou solocimento, pau-a-pique, estrutura de toras de eucalipto, acabamento em terraesterco, pintura de terracal, forros térmicos de lona e bambu, vidros reaproveitados, entre outros. • Todas as casas contam com sistemas de captação de água de chuva e tratamento de esgoto. Elas também possuem o sistema de aquecimento solar de água. Figura 33 – Ecovila Clareando

Fonte 33 – Elaborada pelo autor.

41


4. DISTRITO DE PARELHEIROS 41


Com uma população em torno de 120 mil pessoas, o distrito de Parelheiros possui cerca de cem bairros e faz

divisa com Itanhaém, litoral sul, e São Bernardo do Campo, cidade do ABC. O distrito tem uma característica própria. Parte da população mora em locais onde há extensas áreas verdes protegidas por lei ambiental, por isso a agricultura familiar é valorizada e conta com assistência aos produtores, existindo o incentivo as práticas livres de agroquímicos. Figura 34 – Localização Distrito de Parelheiros

Fonte 34 – https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/parelheiros/historico/index.php?p=411.

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Uma pequena grande do distrito reside em construções irregulares, os locais possuem transporte coletivo precário e não possui investimento em infraestrutura. A carência de um planejamento metropolitano e a urbanização perversa da cidade gera vetores de desestabilização na região de mananciais. O crescimento demográfico tem sido de forma anormal desde o início de 1980. O Censo registrou em 1991, 61.586 habitantes, saltando para 111.240 em 2011, um crescimento que ultrapassa 80%, enquanto índices da cidade tem crescimento negativo. Segundo informações extraoficiais do Censo 2010, Parelheiros apresenta uma população estimada de 136.000 habitantes de acordo com dados não divulgados oficialmente do Censo IBGE 2010. Existe complicações no âmbito habitacional, empurrando a população para ocupação das áreas de mananciais que acabam tendo seus preços depreciados por conta das restrições de zoneamento e necessidade de preservação. Levando-nos a um impasse não se permite ocupar e não existe oferta habitacionais para a população de baixa renda, que passam a ocupar desordenadamente o território gerando grande demanda para a prestação de serviços de toda ordem, gerando um custo ampliado por conta da dificuldade de acesso. A ocorrência de tal fluxo migratório e a ocupação inadequada do solo nessa área, torna explícita a necessidade de construções de unidades habitacionais, para acomodar as remoções de famílias quando das ampliações viárias urbanas, das desocupações de áreas de risco, aumento do custo habitacional, desemprego e baixa geração de renda, etc. A função social está voltada a agricultura, através de programas de capacitação e auxílios técnicos

especializados, como a CAE Casas De Agricultura Ecológica a região conta com a manutenção do jovem no campo. Isso porque a intenção é produzir cada vez mais de modo livre de agroquímicos, com o intuito de proteger o solo da área e ajudar com a recuperação da mata ciliar.

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• Distrito com altos valores de cobertura vegetal e

Figura 35 – Mapa Hidrográfico do Distrito

conservação da biodiversidade, mas sob forte pressão de ocupação urbana, altamente precária. • Macrozona de Proteção Ambiental, sendo a área mais preservada do município; • O território de Parelheiros está 100% inserido na Área de Proteção aos Mananciais; (Responsável por 30% do consumo de água dos paulistanos) • Responsável por parte do abastecimento das Represas Billings e Guarapiranga; • Reservas Ambientais: Remanescentes importantes da Mata Atlântica (62,4%), mantendo sua mata nativa; • Duas aldeias indígenas Pyau (Krucutu) e Tenondé Porá (Morro da Saudade), de um subgrupo guarani, com cerca de 1.000 pessoas, localizadas na Estrada da Barragem e que mantém vivas sua língua, cultura, religião; • A biodiversidade preservada e área de grande produção agrícola, sendo estratégico para a vida da cidade de São Paulo: equilibra as correntes térmicas com as menores temperaturas e a maior precipitação pluviométrica da cidade.

Fonte 35 –

https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secre tarias/subprefeituras/parelheiros/historico/index .php?p=411

45


O terreno está inserido na APA Capivari-Monos, a

4.1 PROTEÇÃO AMBIENTAL: APA’S CAPIVARI MONOS Figura 36 – Mapa da APA’S Capivari Monos

qual foi criada através da Lei Municipal 13.136, de 09 de julho de 2001, e foi a primeira área de conservação e uso sustentável criada pelo Município de São Paulo. A área de proteção é delimitada ao norte é o divisor de águas do ribeirão Vermelho e a Cratera de Colônia; ao sul, os municípios de São Vicente e Itanhaém; a leste; o município de São Bernardo do Campo e a oeste os municípios de Juquitiba e Embu-Guaçu. Com o objetivo principal de proteger a natureza e possibilitar o desenvolvimento de atividades econômicas, para que as pessoas que nela moram possam viver melhor, sem prejudicar o meio ambiente. Há também um Conselho Gestor, formado por representantes do governo e da sociedade. O Conselho propõe e decide sobre as melhores soluções para a região, respeitando o uso sustentável

dos

recursos

naturais.

Capivari Monos 2009)

Fonte 36 –

https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secre tarias/subprefeituras/parelheiros/historico/index .php?p=411

46

(Biodiversidade,


• O Centro de Parelheiros Figura 37 – Mapa de uso e Ocupação do solo

47


O mapa de uso e ocupação do solo ilustra o levantamento feito para identificação do funcionamento do bairro mais próximo e as características da região, percebe-se que a rua de acesso ao terreno Rua Estrada do Jusa tem acesso direto a Av. Sadamu Inoue, via principal do centro de Parelheiros, que faz ligação direta com a Estrada Engenheiro Marsilac e a Estrada do Colônia, duas vias importantes que dão acesso de bairros distantes e outros municípios a São Paulo. Pelo diagnostico realizado no mapa de Uso e Ocupação do solo, podemos notar que a junção dessas três vias na mancha urbana do centro de Parelheiros estabelece um trecho de centralidade linear, que por sua vez abastece grande parte residência que estão envolvidas por essas vias. Figura 38 – Mapa Satélite

Fonte 38- Google Earth

48


A distância entre o terreno localizado na região rural e a via que dá acesso ao centro de Parelheiros é de 2,6km, e é abastecido por uma linha de ônibus que tem como destino final o Terminal de Parelheiros. A escolha do terreno foi estipulada pela premissa de que deveria ser dentro do distrito de Parelheiros, por estar

localizado dentro de uma área de preservação ambiental, e já estar enfrentando diversos problemas com ocupações irregulares, que desencadeia problemas para fauna e flora existente. Sabe-se que a importância da ecovila nessa região vai além de apenas uma vila residencial, mas sim ser um lugar onde tenha espaço para educação ambiental aos moradores da região. Portanto é do interesse do desenvolvimento desse trabalho um terreno que estivesse em uma área periurbana, com uma aproximação da população de Parelheiros. O terreno escolhido então tem por característica ter a proximidade a esse centro urbano, de modo a usufruir da

infraestrutura para os moradores da vila e como troca, estabelecer uma função social como um centro de práticas e conscientização ecológica.

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4.2 O TERRENO O terreno está localizado em uma área rural, as propriedades em seu entorno são residenciais e em sua maioria possuem uma economia de agricultura familiar. Na sua face norte encontra-se a escola E.E. Antônio Pereira Lima, que desperta o interesse de haver uma integração com as crianças e adolescentes frequentadores. Figura 39 – Mapa de uso e Ocupação do solo entorno do terreno

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4.3 PAISAGEM E MEIO FISICO O terreno está localizado na bacia hidrográfica Ribeirão de Parelheiros, percebe-se no mapa de relevo, que a maior parte do perímetro está inserido em uma área de vale entre três montanhas, e inserido nele encontra-se 9 nascentes, que abastece precisamente o caminho das águas.

Figura 40 – Mapa de Relevo

Fonte 40 - GeoSampa

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Figura 41 – Mapa de Vegetação

Ao visitar o terreno pode ser feito a identificação de três tipos de vegetação: • A mata Ombrófila densa que aparentemente é o que restou de um processo de erosão identificado em voltas das nascentes.

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• O Bosque Heterogêneo que são árvores de grande porte e de pouca copa, são todas da mesma espécie e no total esse bosque vai além dos limites do terreno, grande parte do terreno ao lado na face leste. • O Campo é uma região descampada com uma área de capim, porque atualmente ficam algumas vacas no terreno aberto.

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Analisando os cortes esquemáticos é notável o grande desnível na face sul do terreno, o que caracteriza o perfil do terreno como uma área de planície no centro, e declive em sua extremidade sul e norte.

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4.3.1 VISITA DE CAMPO Figura 42 – Visita de Campo

Figura 45 – área Plana

Figura 43 – Declive face sul

Figura 46 – Nascente

Figura 44 – Visita de Campo

Figura 47 – Nascente

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5. LEGISLAÇÃO


Inserido na área de Proteção aos Mananciais do Guarapiranga e na bacia hidrográfica Ribeirão Parelheiros. Macrozona de Proteção e Recuperação ambiental: Art. 16. A Macrozona de Proteção e Recuperação Ambiental,bé um território ambientalmente frágil devido às suas características geológicas e geotécnicas, à presença de mananciais de abastecimento hídrico e à significativa biodiversidade, demandando cuidados especiais para sua conservação.

Figura 48 – Mapa levantamento do Zoneamento

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Está inserida na Macroárea de Redução da Vulnerabilidade e Recuperação Ambiental, localiza-se no extremo da área urbanizada do território municipal, e se caracteriza pela predominância de elevados índices de vulnerabilidade socioambiental, baixos índices de desenvolvimento humano e assentamentos precários e irregulares, como favelas, loteamentos irregulares, conjuntos habitacionais populares, que apresentam diversos tipos de precariedades territoriais e sanitárias, irregularidades fundiárias e déficits na oferta de serviços, equipamentos e infraestruturas urbanas, ocupada predominantemente por moradias da população de baixa renda que, em alguns casos, vive em áreas de riscos geológicos e de inundação. •

Perímetro de Zona:

ZPDS – Zona de Preservação e Desenvolvimento Sustentável, são porções do território destinadas à conservação da paisagem e à implantação de atividades econômicas compatíveis com a manutenção e recuperação dos serviços ambientais por elas prestados, em especial os relacionados às cadeias produtivas da agricultura e do turismo, de densidades demográfica e construtiva baixas. • Parâmetros de Ocupação dos lotes: Quadro 3 Coeficiente de Aproveitamento: Básico e Máximo: 1

Taxa de Ocupação Máxima: 0,5 Gabarito de altura máxima: 20 metros Recuos Mínimos: (Frente 5m), (Fundos e laterais: 3m)

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• Perímetro de Qualificação Ambiental PA11: Quadro 3A Taxa de Permeabilidade: ZPDS se aplica 0.50 independentemente do tamanho do lote. Pontuação Quota Ambiental mínima: Lote maior que 10.000m²: 0,49 Fatores: Cobertura vegetal (alfa) : 0,6 Drenagem (Beta) : 0,4 • Área Total: 10.703 m² Perímetro: 459.53 m Área construída Permitida: 50% de área construída: 5.351,5 m² 50% permeável.

59


6. PERCEPÇÃO DO ESPAÇO


6.1 DIAGNOSTICO Figura 49 – Mapa de diagnostico do terreno

Através do diagnóstico do terreno, foram identificadas áreas em processo de erosão envolta da nascente, que Figura 48 – Mapa levantamento do Zoneamento

provavelmente teve seu início por algum tipo de desmatamento nesse território,

na

visita

possível

observar

de a

campo

foi

presença

de

descarte de lixo por toda essa área, o que pode ter intensificado e acelerado esse processo.

Nota-se também que na face sul do terreno tem um platô na cota 800°, que também na visita de campo percebeuse que é um lugar apropriado para um mirante, pois nesse platô dá para visualizar o terreno inteiro de cima e tem um grande campo de visão para o entorno. No mapa pode-se analisar que o terreno possui um declive de montante e outro de jusante.

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6.2. PROGRAMA Figura 50 – Infográfico

Este Infográfico, explicita os níveis de aproximação entre as diferentes funções do programa, por decisão de projeto, optou-se pelo distanciamento físico entre a área residencial e o espaço destinado a atividades ambientais e ritualísticas.

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62


6.3 PLANO DE MASSAS Figura 51 – Plano de Massas

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A premissa do programa é de criar uma ecovila que além da área residencial, tenha também atividades educacional ambiental, e atividades voltadas a agricultura.

Desse modo, a partir do mapa de diagnóstico foi

desenvolvido o plano de massas. Para áreas com processo de erosão e dentro da área de APP, será reconstituída e protegida por uma mata Ciliar envolvendo as nascentes. A área residencial está localizada na parte de maior declive do terreno, está voltada para a face oeste do terreno, próximo do lado residencial do entorno e podendo desse modo, ter uma maior privacidade, com acesso direto e vista privilegiada da Ecovila. Geralmente nas Ecovilas possuem programas de voluntariado para que as pessoas possam ter a experiência de viver por alguns dias em uma Ecovila, e com esse intuito o alojamento foi pensado, que servirá também para cursos de longo prazo. As áreas destinadas ao alojamento e edifício educacional se encontra na face leste do terreno, próximo à escola e a ao ponto de ônibus, onde fica o acesso da Ecovila para visitantes, com o intuito de induzir uma interação maior com os frequentadores da escola. E os espaços destinos a agroecologia, agrofloresta, estufa e viveiro, ficam na região do lago, na área mais afastada do resto do programa.

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7. PROJETO



7.0 IMPLANTAÇÃO Figura 52 – Implantação

C

B E.E. Antônio Pereira Lima A

C

B

A


LEGENDA PISO

A implantação da Ecovila foi estruturada na requalificação dos processos de erosão observados em torno das 9 nascentes existentes unidas

Solo cimento

por um corpo d’agua que corta da face leste a oeste todo o perímetro do

Grama

terreno. A requalificação do ambiente dá-se pelo o entendimento da

Área destinada a pesquisa de espécies nativas. Solo cimento tingido Deck de Plástica.

Madeira

importância de preservar as nascentes e o reconhecimento do perímetro como uma Área de Preservação Permanente, desse modo buscou-se seguir todos os parâmetros estipulados como áreas a serem recompostas por mata ciliar para que se assegure a preservação dos recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.

Buscou-se manter e preservar os aspectos naturais do terreno

VEGETAÇÃO

O projeto possui como intuito utilizar matérias primas do próprio terreno

Ipê Rosa

como materialidade. A Ecovila foi dividida em três grandes setores: Área Residencial, Áreas

Jacarandá

de atividades educacionais e Atividades Agroecológicas, onde os três Bosque existente

Heterogêneo

Mata Ombrófila Densa existente

setores são separados pela massa de vegetação de modo a criar ambientes diferentes e de características especificas a seu uso, estabelecendo padrões que são característicos de cada local inserido.

Mata Ciliar

Pata-de-vaca

Maçaranduba

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Para que houvesse uma divisão entre o espaço livre aos visitantes e o espaço destinado aos moradores, cada

uma num extremo do terreno, solução adotada de maneira que se aproveitasse melhor as áreas privilegiadas do terreno, adequando-se ás topografias, e valorizando os visuais. A área residencial tem um acesso independente e possui conexão com o restante dos setores através de pequenas 3 trilhas Ecológicas com extensão máxima de 300 metros. Essa solução contribuiu para garantir a permeabilidade no terreno e a , uma vez que a intenção do projeto é de uma ocupação sútil e sensível imersa a natureza.

Além de evitar uma grande massa arquitetônica que causasse impacto visual no entorno. Criou-se também um caminho para pedestres principal que conecta a área de atividades educacionais a área de atividades agroecológicas, sua materialidade é de solo cimento e embora não seja projetada para o uso viário é possível sua circulação.

Figura 53 – CORTE CC

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Figura 54 – CORTE BB

Figura 55 – CORTE AA

70


7.1 Área de atividades Figura 51 – Ampliação setor educacional


A área de atividades educacionais é um espaço formado por três edificações~: sala de atividades

educacionais, cozinha comunitária e espaço zen. A conexão é estabelecida através de um mesmo centro onde todas as edificações circundam a fogueira que é o espaço para conversas, troca de conhecimento e experiência, e conexão entre pessoas, que possui como referência aldeias indígenas Guarani local. Uma das trilhas que conectam a área residencial faz conexão direta com o centro educacional, e nessa área também está localizado o parquinho para as crianças, com o intuito de criar uma ligação forte com a escola existente e os moradores locais. Com o objetivo de ter o menor impacto possível, as construções adotam alguns princípios de sustentabilidade e conforto, como a o direcionamento das fachadas, voltadas sempre ao sul e norte, evitando exposição ao sol. Soluções de iluminação e ventilação natural também foram aplicadas as edificações, para otimizar a eficiência energética na construção.

72


Área de atividades Figura 51 – área de atividades

Caracterizado por uma sala para conversas e palestras ao ar livre que está rebaixada 1,25 do chão com o intuiro de tornar o ambiente mais acolhedor, com proposta

diferente

para

a

forma

de

uma

aprender,

simplificando situações de aprendizagem. Ao lado está uma sala fechada. ,

Figura 51 – Estrutura

A estrutura das edificações são paredes estruturais usando a técnica de Hiperadobe. Já a estrutura do telhado é

produzida por madeira de eucalipto do

próprio terreno . ,

73


Figura 51 – perspectiva frontal

Figura 51 – perspectiva lateral

Figura 51 – perspectiva

74


Espaço Zen Figura 51 – Planta Espaço Zen

O espaço Zen foi pensado para que pudesse haver vários tipos de atividades dentro de um mesmo ambiente. E a cúpula geodésica permite diferentes usos em um mesmo espaço,, além de ser uma cúpula autoportante e de simples fabricação,

A geodésica está estruturada em cima de um rodapé de superadobe o que permite haver aberturas no triagulos inferiores, permitindo a circulação de ar cruzada, deixando o ambiente sempre ventilado e com ótima sensação térmica.

Figura 51 – ventilação natural

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Figura 51 – perspectiva

Figura 51 – perspectiva frontal

Figura 51 – Materialidade

Madeira de Eucalipto Madeira de Eucalipto Aberturas para ventilação

Super Adoobe Piso de Bambu

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COZINHA COMUNITÁRIA Figura 51 – Planta Cozinha Comunitária

A Cozinha Comunitária tem como principio a preparação de alimentos feito na hora, utilizada tanto pelos visitantes, como também para workshops de culinária. A cozinha conta com três grandes fogões a lenha, bancadas com pia e uma horta, possui também espaço destinado ao refeitório.

Na parte de trás fica o espaço

destino a compostagem e trabalho de resíduos. Foi utilizado técnica de super adobe para a parede estrutural, pilares de eucalipto, teto verde e piso de bambu. Figura 51 – Perspectival

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Figura 51 – Perspectiva

Figura 51 – Perspectiva Teto Verde

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BANHEIRO DE EVAPOTRANSPIRAÇÃO

Figura 51 – PLANTA BANHEIRO BET

Os banheiros utilizam o sistema BET, onde a o esgoto passa por um processo de evapotranspiração, possui

telhado reciproco que é ideal para uma

ventilação natural eficaz. As paredes são estruturais de tijolos de adobe, a estrutura do telhado é de Eucalipto revestido por um teto

de sapé que é um solução utilizada pelos povos originários da região.

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Figura 51 – Perspectiva Frontal

Figura 51 – Perspectiva

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7.2 Recepção Figura 51 –Ampliação Recepção


A recepção tem a importante função de conectar a Ecovila ao seu entorno, por ser seu único acesso públicoprivado. E para este projeto o local de acesso principal é estrategicamente inserido em frente a portaria da Escola E. E.E. Antônio Pereira Lima, foi escolhido a partir da ideia de integração dos moradores e frequentadores da região a estes tipos de educação e vivências ambientais.

E como solução de projeto para problemas observados nas

chegadas e saídas de aluno, como ausência de áreas de espera dos pais e estacionamento das vans de transporte, foi cedida uma parte da calçada, a qual foi destina a espaços de permanência para espera, e

um espaço

destinada a espera das vans onde as crianças consigam embarcar em segurança. O acesso a Ecovila dá-se por meio de uma rampa para acessibilidade e escadaria, que leva os usuários a edificação mais próxima: o alojamento, que fica exatamente entre o setor educacional e o de atividades agroecológicas, para que as o visitantes e voluntários estejam sempre próximos a todos os setores. A segunda trilhas Ecológica liga a área residencial a recepção e área de direcionamento central.

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Recepção Figura 51 – Planta Recepção Figura 51 – Perspectiva

Na recepção é possível comprar produtos naturais produzidos na própria Ecovila, e foi projetada que desse a sensação de continuidade do fluxo da rua de maneira controlada. Sua parede é estrutural de super adobe e sustenta o telhado reciproco de madeira de Eucalipto e cobertura de ´sapé.

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Figura 51 – Planta Alojamento

O Alojamento foi projetado seguindo a ideologia de união entre

aas pessoas, de troca de experiência e vivências, e que primordialmente induzisse a convivência.

Figura 51 – Perspectiva

Fundação: corrida, composta de pneu Parede: Hiperadobe Telhado Reciproco: madeira Cobertura: Sapê

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7.3 Setor Agroecologia

Figura 51 – Ampliação Setor Agroecologia


O setor de atividades agroecológicas conta com uma estufa e viveiro, banheiro um lago que é utilizado para

irrigação e áreas destinadas a agrofloresta e pesquisa de espécies nativas. Possue uma conexão direta a área residencial também através da terceira e última Trilha Ecológica. A agrofloresta possui plantação de diversas árvores frutiferas á disposição dos usuários. A proposta desse cultivo orgânico é que seja um local de uso coletivo dos moradores e visitantes, e que em determinado dia da semana serão vendidos os excedentes gerando uma economia ambiental.

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ESTUFA E VIVEIRO A Estufa e o viveiro são divididos dentro de uma mesma cúpula geodésica, o que facilita o manuseio de mudas e plantas. Eficiência Energética: Por ser uma forma esférica os fluxos de ar são circulares, o que torna mais fácil a climatização, e por ter uma cobertura curva, a superfície que enfrenta o sol é menor, por isso não há grandes variações de temperatura no verão e inverno. Além disso, quando comparado com uma estrutura em forma retangular semelhante, a cúpula tem 30 por cento menos de área de superfície, o que significa uma economia de cerca de 30 por cento para aquecimento ou resfriamento. Resistência as intempéries: A estrutura é leve e resistente, capaz de resistir a ventos fortes, terremotos e tormentas de neve. Vãos livres: Como a estrutura não possui pilares, há mais espaço livre no interior. Ventilação natural: com aberturas bem orientadas, na base, meio e topo, fornece uma excelente mistura do ar e temperatura, e pode funcionar como efeito chaminé. A boa circulação do ar, devido a forma esférica, não permite o estancamento do ar que pode criar proliferação de fungos, bactérias ou umidade.

Redução dos custos iniciais: Por necessitar uma menor quantidade de material empregado, há uma redução dos custos de materiais, e também por ser uma estrutura relativamente fácil de montar, há uma redução também nos custos de mão de obra.

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Figura 51 – Planta Estufa e Viveiro

Figura 51 – Perspectiva

Figura 51 – Perspectiva

Fundação: corrida, composta de pneu Cúpula Geodesica revestida com tela de sombreamento.

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7.4 Área Residencial Figura 51 – Ampliação Resiidencial


A premissa do programa é de criar uma ecovila que além da área residencial, tenha também atividades educacional ambiental, e atividades voltadas a agricultura.

Desse modo, a partir do mapa de diagnóstico foi

desenvolvido o plano de massas. Para áreas com processo de erosão e dentro da área de APP, será reconstituída e protegida por uma mata Ciliar envolvendo as nascentes. As áreas residenciais serão divididas em duas etapas, uma no platô 775° e a outra na parte com maior declive do terreno, as duas estão voltadas para a face oeste do terreno, próximo do lado residencial do entorno e podendo desse modo, ter uma maior privacidade, com acesso direto. Geralmente nas Ecovilas possuem programas de voluntariado para que as pessoas possam ter a experiência de viver por alguns dias em uma Ecovila, e com esse intuito o alojamento foi pensado, que servirá também para cursos de longo prazo. As áreas destinadas ao alojamento e edifício educacional se encontra na face leste do terreno, próximo à

escola e a ao ponto de ônibus, onde fica o acesso da Ecovila para visitantes, com o intuito de induzir uma interação maior com os frequentadores da escola. E os espaços destinos a agrofloresta, estufa e viveiro, são próximos ao alojamento e edifício educacional para que seja possível atividades na prática.

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Área Residencial Figura 51 – Plano Residencial

A edificação residencial foi projetada de modo a ser eficiente ao terreno de grande declive, e para isso ela foi elaborada em três níveis, acompanhando o desnível, isso para que houvesse a preservação do terreno natural. A casa unifamiliar possui dois dormitórios, os banheiros tem solução de esgoto seco. As paredes são estruturais feitas de tijolo adobe, piso de bambu e telhado reciproco com cobertura de sapé.

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Figura 51 – Perspectiva

Figura 51 – Ampliação Corte

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Área Residencial Figura 51 – Plano de Massas

Figura 51 – Ventilação natural

É especialmente eficiente a técnica do telhado reciproco com alto pé direito, ganha-se controle térmico e circulação do ar recorrendo ao efeito chaminé. Este efeito consiste na tendência do ar quente subir devido à densidade menor, e do ar frio descer. Essa circulação natural devido à diferença de temperatura é explorada pela ventilação cruzada para maximizar a circulação de ar.

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Figura 51 – Perspectiva

Figura 51 – Perspectiva

Figura 51 – Perspectiva

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8. CONSIDERAÇÕES FINAIS


A Humanidade vive em sua fase mais evoluída, porém a consequência desse estilo de vida moderno e tecnológico é o esquecimento da sua origem, a natureza. Esquecemos que necessitamos da terra e não cuidamos dos recursos que obtemos dela. Desta maneira, como resposta aos maus tratos, sofremos com o aquecimento global, devastação de florestas, poluição de rios e mares, o que prejudica a fauna e a flora também. Os problemas ambientais ocasionaram uma sucessão de movimentos em que alguns indivíduos começam a buscar um estilo de vida sustentável, fugindo dos padrões da sociedade moderna. Deste modo, surgiram as encovilas. Ao concluir esse trabalho percebo a importância de projetos que resgatem técnicas de bioconstrução, com uso de materiais locais, porque além de ser uma mudança em relação a pegada ecológica, trás também identidade ao meio. O caminho para sustentabilidade é um só, e um projeto

sustentável é o cuidado com nossas nascentes,

nossa fauna e flora, cuidado com as pessoas e cuidado com a terra. Onde a Permacultura define e reúne variados métodos e técnicas de ser sustentável e eficiente, sem desperdícios, tudo pode ser aproveitado e deve ser aproveitado, pois vivemos em um planeta finito e não infinito e por esse motivo devemos desenvolver sistemas cíclicos e não lineares. O interessante do processo de conclusão desse trabalho, é a forma como as necessidades exigidas no zoneamento para o terreno se entrelaça aos princípios defendidos pela Permacultura.

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9. BIBLIOGRAFIA


MOUTNER, Ivone. A periferia como fronteira da expansão do capital.

• KWOK, Alison; GRONDZIK, Walter. Manual de Arquitetura Ecológica 2° edição. Grupo A. São Paulo, 2013. • MULLER, Dominique. Arquitetura Ecológica. Edição brasileira: Editora Senac. São Paulo, 2010. • GURGEL, Miriam. Design Baixo Consumo energético passivo: guia para conhecer, entender e aplicar os princípios do Design Passivo em residências. Editora Senac. São Paulo, 2012 • MASCARÓ, Juan Luis. Sustentabilidade em Urbanizações de Pequeno Porte. Editora +4. Porto Alegre, 2010. • LINS, Eugenio. Mestres Artífices Bahia: Caderno de Memórias. Halley Gráfica e Editora, Bahia, Julho de 2017. • BOLZAN, Aila; GODOY, Christiane; DELDUQUE, Marcelo; FERREIRA, Pedro. Entre a cidade e a Floresta: A vida e os desafios de comunidades tradicionais do extremo sul da cidade de São Paulo. Governo do Estado de São Paulo.

São Paulo, 2013. • file:///C:/Users/Dell/Downloads/61281-Texto%20do%20artigo-78933-1-10-20130820.pdf • https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/Biodiversidade_APA_Capivari_Monos_1253560602.pdf • https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/parelheiros/historico/index.php?p=411 • http://pdpa.cobrape.com.br/Arquivos/Pdpas/Lei-Guarapiranga.pdf • https://permacultureprinciples.com/ • http://www.clareando.com.br/

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• https://www.archdaily.com.br/br/904009/como-funciona-um-banheiros-seco-sistema-alternativo-de-saneamento • https://www.setelombas.com.br/2010/10/bacia-de-evapotranspiracao-bet/ • https://issuu.com/arqlab2018/docs/tcc_-_murilo_marcatto_-_issuu • https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/parelheiros/historico/index.php?p=411

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