Anexo Cultural - Residência Nadyr de Oliveira

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JOSÉ HENRIQUE A. GALVANI

ANEXO CULTURAL - RESIDÊNCIA NADYR DE OLIVEIRA

Trabalho de conclusão de curso apresentado no Centro Iniversitário Senac - Campus Santo Amaro, como exigência para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Oriantador: Prof. Dr. Marcelo Suzuki

São Paulo 2019 3


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AGRADECIMENTOS Agradeço aos meus pais, José Luiz Galvani e Patrícia Tanaka, pelo incentivo e apoio durante toda a faculdade. Aos profissionais Fabio Di Mauro e Mirza Pellicciotta, afinal o tema do meu trabalho é consequência direta de eu ter conhecido estas duas pessoas incríveis. Aos meus amigos que acompanharam o desenvolvimento e ajudaram em solucionar minhas dúvidas de modo geral, em especial ao Felipe Greco e Tiago Yuiti. E por fim, agradeço pelo meu orientador Marcelo Suzuki que compartilhou seu conhecimento comigo e demais alunos orientandos.

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ABSTRACT This work aims to design a cultural annex next to the Nadyr de Oliveira Residence, historical patrimony and icon of modern architecture of São Paulo. Work of Architect Carlos Barjas Millan, the house Nadyr was restored in 2017 but is in disuse, then comes the idea of ​​creating a space that enhances an old building and gives a new use to the site. Keywords: Annex, residence, Nadyr de Oliveira, patrimony.

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RESUMO Este trabalho tem como objetivo projetar um anexo cultural ao lado da Residência Nadyr de Oliveira, patrimônio histórico e ícone da arquitetura moderna paulista. Obra do Arquiteto Carlos Barjas Millan, a casa Nadyr foi restaurada no ano de 2017 mas se encontra em desuso, surge então a ideia de criar um espaço que potencialize a antiga construção e dê uma nova finalidade ao local. Palavras chave: Anexo, residência, Nadyr de Oliveira, patrimônio.

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO

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RESIDÊNCIA NADYR DE OLIVEIRA

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CARLOS BARJAS MILLAN

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RESIDÊNCIA NADYR DE OLIVEIRA /RESTAURAÇÃO

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REFERÊNCIAS PROJETUAIS - ANEXOS EM ROMCHAMP

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- MUSEU DO PÃO

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- MUSEU RODIN BAHIA

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PROJETO

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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LISTA DE FIGURAS

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INTRODUÇÃO Meu primeiro contato com a Residência Nadyr de Oliveira ocorreu por meio do arquiteto Fábio Di Mauro e pela historiadora Mirza Pellicciotta, responsáveis pelo projeto de salvaguarda e conservação da casa realizado em 2017 com duração de 5 meses. Ao me apresentarem esta obra de Carlos Barjas Millan fiquei entusiasmado pela forma, estrutura leve da construção, modulação dos pilares, materiais utilizados, fechamentos e entre outros.

construção que respeitasse a arquitetura pré-existente e dialogasse com a casa. O anexo idealizado possui caráter arquivístico e cultural, onde o acervo do arquiteto Carlos Millan é preservado justamente ao lado de uma obra própria e exemplo da arquitetura paulista. Outro cunho da edificação é proporcionar espaços para oficinas artísticas e atividades culturais voltadas a área da arquitetura. Um espaço que zela e produz novos conteúdos.

Infelizmente mesmo com todo o trabalho de restauro desenvolvido, a casa ainda estava em desuso. Assim como eu tive a surpresa e a incrível sensação de conhecer esta construção da década de 60, imaginei outras pessoas passando pela mesma experiência. A de vivenciar e talvez usufruir desta arquitetura. Decidi então realizar uma análise sobre a Residência Nadyr de Oliveira e projetar uma

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RESIDÊNCIA NADYR DE OLIVEIRA 1960 - 1961

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RESIDÊNCIA NADYR DE OLIVEIRA

Projetada por Carlos Barjas Millan e tombada como patrimônio histórico pelo CONPRESP em março de 2018, a casa Nadyr de Oliveira se localiza na Rua das Açucenas, n° 10 no bairro Morumbi. Pertencente da arquitetura moderna, esta construção possui uma estrutura composta por oito pilares circulares com 20 cm de circunferência e laje nervurada, o acesso principal ocorre por meio de uma caixa de vidro que desce até o solo concedendo vista ao vale. O programa da construção tinha como necessidade inicial abrigar um casal e uma filha a pedido. O térreo é composto pela garagem; um dormitório com banheiro para empregados; vestíbulo com lavabo social e uma piscina circular, o 1º pavimento é constituído por três quartos; um banheiro de uso múltiplo; área de serviço que inclui lavanderia e local para secagem através dos elementos vazadas da fachada; cozinha e sala de estar integrada com a

de jantar. Na fachada frontal dois blocos de concreto salientes, elementos vazados e janelas horizontais compõem juntamente com uma escada helicoidal a primeira vista para a casa, as janelas dos três dormitórios se localizam na fachada oeste, a fachada norte possui uma empena e janela da sala, por fim a fachada leste é cega. Uma das entradas a casa ocorre pela escada caracol que conecta o térreo e acomodações dos empregados com a área de serviço, espaço ligado a cozinha linear e corredor dos quartos com banheiro. A movimentação interna do volume suspenso pelos pilotis flui ao redor do 2 º acesso a residência, um bloco central de circulação vertical constituído pelo vestíbulo e lavabo social.

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RESIDÊNCIA NADYR DE OLIVEIRA

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CARLOS BARJAS MILLAN 1927 - 1964

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CARLOS BARJAS MILLAN

No ano de 1927 nasce Carlos Barjas Millan. Naturalmente paulistano, começa seus estudos em 1947 na Faculdade Mackenzie participando da 2º turma do curso Arquitetura e Urbanismo,

tão da verdade. Isso fez com que a sua obra, depois de 50 anos, permaneça com uma atualidade muito grande, muito inteligente, e quando a gente entra, eu digo olha isso constitui uma obra do Milan.(...)

“Havia os dois Milans: o do rigor projetual e o do rigor técnico, além do lado humano dele. O forte do Milan, é o conjunto dos seus trabalhos, desde os projetos residenciais até os projetos maiores.

O Milan explicava o projeto, com aquele rigor que o caracterizava muito bem, os aspectos espaciais, formais, com aquela, eu não digo simplicidade dos materiais, aquela coisa quase religiosa dos materiais, da verdade do material.

Embora eu sempre tenha gostado mais dos seus projetos de residências. São projetos que têm mais ou menos 50 anos, a casa do que eu conheço melhor, a casa do Roberto, tem uma atualidade incrível. Essa atualidade provém daquela busca que o Milan faz em relação ao projeto, de se concentrar num equilíbrio de espaço, de volumes, de materiais e nunca ter sido levado por algum modismo, pelo contrário.

Isso ele sempre buscou muito: o bloco é bloco; o que é concreto é concreto, ele evitava ao máximo o revestimento, sempre naquela busca da verdade do material, a partir da qual ele fazia a composição. Talvez a sua grande lição esteja nesse rigor.” OHTAKE, RUY. Ruy Ohtake: Depoimento (05 de Abril de 2005). Entrevistador: Maurício Petrosino. São Paulo.

Sempre guiado por uma obsessão, essa ques-

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Durante a faculdade estagia com Oswaldo Bratke e Rino Levi, no ano de 1950 junto de dois colegas ganha prêmio na I Bienal de São Paulo na categoria de projetos de estudantes por um projeto residencial. Gradua – se em 1951, em 1952 abre seu próprio negócio em sociedade com outros arquitetos, a primeira loja de móveis modernos da cidade de São Paulo, a Preto & Branco. Lecionou na FAU – Mackenzie e FAU – USP, participou também das instituições IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil) e CREA (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia). Com apenas 37 anos Millan perde a vida em um acidente de carro, mesmo com uma curta arreira atuou em áreas como desenho industrial, desenho urbano, arquitetura, ensino e política. Os 72 projetos de Millan estão arquivados em tubos de papelão, um tubo por projeto na FAU – USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo).

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“Era uma pessoa tímida pessoalmente, mas ele era muito acessível, não era um sujeito ‘embandeirado’, eu não diria que ele era fechado, ele era tímido mesmo. Agora, no dia a dia, no cotidiano, ele era um cara fantástico, que se abria, que começava a colocar... Ele ficava andando, quando a gente começava a conversar, ele ficava andando no escritório fumando e falando. Fumava desesperadamente, acendia um cigarro atrás do outro.” BASTOS, PAULO. Paulo Bastos: Depoimento [18 fev. 2005]. Entrevistador: Sergio Matera. São Paulo. “Ele tinha óculos pesados que viviam caindo e o gesto de empurrá-lo para cima com o indicador é um gesto muito típico do Millan” WILHEIM, JORGE. Jorge Wilheim: Depoimento [22 fev. 2005]. Entrevistador: Sergio Matera. São Paulo.


CARLOS BARJAS MILLAN

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RESIDÊNCIA NADYR DE OLIVEIRA - RESTAURAÇÃO 03/2017 - 08/2017

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RESIDÊNCIA NADYR DE OLIVEIRA - RESTAURAÇÃO

A construção apresentava deterioração de sua laje e em suas vigas de borda, o peso que a cobertura do 1º pavimento poderia suportar estava muito acima ao que foi estipulado pelo próprio projeto em 150 kg por m². A causa deste sobrepeso era um jardim de densa vegetação, terra e seixo rolado que na época da obra tinha o objetivo como protetor térmico e acabamento, assim todo este material foi retirado em um total de 7 dias de trabalho, evitando o potencial dano pela grande quantidade de carga, raízes e umidade grande quantidade de água absorvida pelo substrato nos dias de chuva. A vegetação era tão excessiva ao redor da casa que foi preciso atenuar sua presença, pela casa não ter tido uso por um longo período, os cômodos e espaços necessitavam serem limpos pois havia muito material e pertences juntamente com sujeira que foram descartados.

pintadas de zarcão da marca Coral respeitando a tonalidade original, um importante componente da fachada principal é a porta metálica que por conta de corrosão recebeu um enxerto na parte inferior de aproximadamente 25 cm de altura. Também foram encontradas ranhuras que sofreram o processo de calafetação, ato em que consiste em tapar ou vedar frestas e buracos com massa adequada ao metal neste caso. As janelas se revelaram em estado precário podendo ou não funcionar e com pontos corroídos, tiveram algumas partes trocadas e todas foram retificadas juntamente com as persianas de enrolar produzidas com lâminas de madeira. Como maioria da peças metálicas a caixa de vidro no térreo exibia corrosão, a face interna teve a tinta retirada, foi protegida e repintada com zarcão.

Todas as peças de aço da casa foram re-

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RESIDÊNCIA NADYR DE OLIVERIA - RESTAURAÇÃO

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RESIDÊNCIA NADYR DE OLIVERIA

Os caixilhos do hall de entrada estavam abaulados, ao invés de fixar com argamassa do mesmo modo de antes foi optado apenas reaprumar instalar mata - junta metálico de ambos os lados ( interno e externo) juntamente com inserts , escolhendo fixações mecânicas é evitado a absorção de umidade pelo piso como ocorria.

A partir dos estudos, ações e conclusões realizadas por Fabio e Mirza, ficou evidente a necessidade de outra estrutura ou retrofit para que a residência Nadyr de Oliveira pudesse ser utilizada novamente tanto como moradia, quanto um local de estudo e objeto capaz de inspirar estudantes e profissionais em todos os aspectos que esta obra moderna alcança.

Segundo Fabio Di Mauro e Mirza Pellicciotta (2018,p.27) “Norteados pelo respeito à integridade da casa em seus elementos de projeto, nos deparamos, nesta residência, com dois outros desafios, além da preservação do objeto arquitetônico: inseri-la no mercado imobiliário e adequá-la ao morar contemporâneo.

De certo modo este trabalho é uma continuação do que já foi feito, representa o esforço e vontade destes dois indivíduos que zelam pelo patrimônio, conservação e respeitam os fragmentos da história.

Os estudos e discussões realizadas em seu interior vêm indicando a necessidade de criar um anexo que interfira o mínimo possível com a leitura da “caixa suspensa”, assim como de estabelecer um novo fecho frontal com a rua e de introduzir equipamentos modernos na cozinha, entre outros.”

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REFERÊNCIAS PROJETUAIS ANEXOS EM ROMCHAMP - RENZO PIANO - 2011

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REFERÊNCIAS PROJETUAIS - ANEXOS EM ROMCHAMP

A capela Notre Dame du Haut na cidade de Romchamp e localizada no sudeste da França, foi projetada por Le Corbusier e inaugurada em 1955, se distingue na colina em que está implantada pois se eleva da vegetação ao seu redor. Seu interior possui aberturas retangulares que produzem uma invasão de luz natural, antes da estrutura de concreto e sua grande cobertura o local já era um ponto de peregrinação, a encomenda do projeto surgiu porque a igreja já existente foi destruída durante um bombardeio alemão durante a segunda guerra mundial. Em seu programa consta a nave principal (termo referente a ala central de igreja), uma sacristia (local para armazenamento de paramentos e entre outros), três capelas destinadas a cultos reservados, um escritório no 1º pavimento e um altar externo destinado as datas de jornadas religiosas.

Com a necessidade de um novo centro de visitantes e um convento para as freiras da Ordem das Clarissas que se estabelecem na região, Renzo Piano opta posicionar o local de visitas ao lado do estacionamento já existente e inserir as habitações na colina a 300 metros da capela de Romchamp de forma que não haja nenhuma interferência pelas novas estruturas. Coberto de terra e semienterrado , o anexo valoriza a paisagem agraciada pelo projeto paisagístico do francês Michel Corajoud que reflorestou e zelou pela vegetação ao redor do projeto , de acordo com Piano as ações tomadas fizeram a relação entre as construções e visual do conjunto ser mais limpo, mais simples e mais claro. Um alojamento de retiro espiritual, um oratório, salas de oficinas, escritórios, áreas de oração e doze aposentos com cada um dispondo de um jardim de inverno para meditação, somam no total mais de 1300 m² de área construída que utiliza estrutura

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de concreto, materiais como zinco, vidro e fechamentos com painéis de madeira.

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Pelas palavras de Renzo Piano “ O monastério está brincando com o silêncio e a floresta”.


REFERÊNCIAS PROJETUAIS - ANEXOS EM ROMCHAMP

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REFERÊNCIAS PROJETUAIS MUSEU DO PÃO - BRASIL ARQUITETURA - 2007

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REFERÊNCIAS PROJETUAIS - MUSEU DO PÃO

Situada no estado de Rio Grande do Sul e com pouco mais de 4.000 habitantes, desde 2007 a cidade de Ilópolis expõe um pedaço da história dos imigrantes europeus da região e dão continuidade a formação de conhecimento e tradição através do Museu do Pão. Durante a antiguidade os moinhos para triturar grãos já eram utilizados, porém, obviamente nos dias de hoje dificilmente colônias se formam em torno de moinhos como ocorria antes, se transformando assim as grandes peças de pedra e casas de madeira que abrigavam estes maquinários corpos esquecidos no tempo.

Os 660 m² construídos são divididos em dois volumes elevados do solo no mesmo nível da altura interna que o moinho apresenta, um deles tem como uso museugrafia e o outro é operada uma oficina de panificação. “Acreditamos que nesta obra a arquitetura cumpre seu nobre papel de renovação cultural, protagonizando o reencontro da comunidade local com sua história, agora em novas bases de sonhos e utopia: arquitetura de raízes e antenas.”(Descrição do projeto pela equipe de projeto, 2011)

Este projeto arquitetônico integra o Moinho Colagnese de 100 anos de idade com dois blocos de concreto e vidro, são interligados por passadiços e seus peitoris inspirados nas construções da região e varandas de araucária, uma exaltação da madeira. Os os capitéis dos pilares também são de pinheiro, e o concreto armado apresenta ranhuras e cicatrizas das tábuas pelas formas .

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REFERÊNCIAS PROJETUAIS - MUSEU DO PÃO

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REFERÊNCIAS PROJETUAIS MUSEU RODIN BAHIA - BRASIL ARQUITETURA - 2002

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REFERÊNCIAS PROJETUAIS - MUSEU RODIN BAHIA

Datado de 1912, o Palacete das Artes como é chamado atualmente, possuí estilo eclético com fortes referências francesas. Tombado como patrimônio histórico no ano de 1986 e reconhecido como instrumento da cultura de Salvador, o Palacete Catharino foi de grande importância para a instalação da primeira filial do Museu Rodin fora de França e transferência de 70 peças de gesso do artista August Rodin. O patrimônio externamente recebeu tinta branca, a parte do interior demandou de restauração e modificações para os novos usos, um exemplo é a rede de controle térmico que é monitorada 24 horas por dia. Permaneceram em todos os quartos o piso, forro, afrescos do casarão, as pastilhas e ornamentos de marchetaria (encaixes de lâminas ou pedaços com um diversos materiais sem a utilização de fixadores físicos como pregos) também foram mantidos.

O sótão do casarão se destaca pelo seu revestimento de madeira do piso ao teto e pé direito de 4,5 metros, resumindo um belo local que proporciona uma ótima acústica e que pode manter desde exposições temporárias a apresentações musicais. Não havendo espaço o suficiente para armazenar, expor, receber visitantes e demais outras funções, o equipamento cultural Rodin da Bahia necessitou de outra edificação para complementar seu programa. Foi construído o novo bloco em concreto aparente, fechamentos de vidro e painéis de madeira que juntos formam um grande muxarabi, o prédio construído dispõe de lugar para reserva técnica, exposições temporárias e um café restaurante. O toque delicado da passarela protendida com o Palacete Comendador Catharino é o ápice desta obra do escritório Brasil Arquitetura, sem nenhum apoio e com uma altura de três metros do chão, este caminho de 20

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metros de comprimento interliga o anexo a um novo módulo de circulação vertical que foi inserido no bem tombado e explicita duas épocas distintas mas que através da materialidade e forma de inserção uma sobre a outra se conectam. “Dois edifícios, dois momentos históricos que conversam num jardim centenário, definem um espaço cultural que se pretende ponto de encontro e área de convívio, um espaço de agregação de valor e de vida.“ (BRASIL ARQUITETURA,2005)

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REFERÊNCIAS PROJETUAIS - MUSEU RODIN BAHIA

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REFERÊNCIAS PROJETUAIS

Cada estudo de caso tem suas peculiaridades e diferentes aspectos, mas todos evidenciam a importância de como implantar novas estruturas e corpos que não disputam com as construções já existentes.

é homenageada.

Os anexos das referências projetuais são peças inseridas que potencializam, agregam e tornam mais ainda evidentes as características únicas dos patrimônios. Na cidade de Duchamp os blocos projetados por Renzo Piano realçam a capela Notre Dame du Haut na paisagem. Em Salvador além de ter sido restaurado, o Palacete das artes e a nova ala idealizada pelo escritório Brasil Arquitetura, transformaram o local em um ambiente de ação educativa e expositiva. O Museu do Pão, também concebido pelo Brasil Arquitetura, valoriza a cultura da região, ensina o ofício de padeiro que faz parte da tradição brasileira e através da materialidade dos dois novos edifícios e métodos construtivos, a araucária – árvore ancestral brasileira

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PROJETO CONTO SOBRE O PROJETO Na residência Nadyr de Oliveira com móveis projetados pelo próprio arquiteto Carlos Millan expostos em um ou dois cômodos da casa, a sala de estar se destaca pelo cheiro de um bom café e música no volume ideal para que encostada em um dos pilares circulares, uma senhora descansa após algumas páginas lidas de seu livro favorito.

O responsável pelo acervo técnico dos trabalhos do Millan acessa o anexo elevado pela recepção, anda em direção a circulação vertical que transpõe os três níveis do conjunto cultural e durante o corredor de 15 metros de comprimento para entrar no elevador, deixa seus olhos percorrerem mais uma vez a residência enquanto completa seu trajeto.

Ao mesmo tempo que um grupo de jovens conversa sobre a atividade de técnicas de restauração que acabaram de finalizar no bloco semienterrado. No andar térreo da residência, alunos de arquitetura recebem do supervisor de visitas uma breve explicação sobre o quem foi Carlos Millan e os métodos utilizados na construção do patrimônio que estão observando. Na praça aberta recebem um panfleto sobre as exposições temporárias amostras na construção de concreto aparente, suspensa pelos pilares em v.

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PROJETO ANEXO CULTURAL - RESIDÊNCIA NADYR DE OLIVEIRA

Residência Novos espaços Circulação vertical

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PROJETO - ANEXO CULTURA

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Terreno anexado

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Na cota 753 onde é possível chegar pela entrada lateral também, bancos e jardineiras compõem a pequena praça na qual a piscina circular da residência se destaca.

Foi anexado o terreno vizinho ao projeto somando um terreno de aproximadamente 2.000 m² com um PRODUCED BY AN desnível AUTODESK STUDENT de VERSION17 metros e densa vegetação onde há maior declive.

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Com o objetivo de valorizar a residência, zelar os trabalhos desenvolvidos pelo arquiteto Carlos Millan durante seu curto tempo de atuação na arquitetura, aproximar o público em geral e criar uma relação mais íntima de construção e indivíduo. . Um bloco suspenso na cota 757 oferece ambientes de exposição e acesso a circulação vertical que conecta os 3 níveis criados.

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A cota 749 conecta-se a praça por uma escada que parte ao lado da fachada sudoeste da casa Nadyr de Oliveira, este pavimento semienterrado abriga espaço para oficinas, 01 sala para restauração de documentos de papel e 01 sala de reserva técnica para manter os trabalhos do Arquiteto Carlos Barjas Millan e demais obras que forem ser expostas.

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Um aspecto importante do anexo suspenso pelos pilares em V e paredes estruturais da circulação vertical é que toda a infraestrutura, como motor do elevador, caixa d água e entre outros, se localizam em um bloco acima da laje da mesma maneira que Millan deixa a vista na residência. Além da circulação vertical, outro modo de acessar a cota 749 é por meio da escada que se encontra ao lado da residência Nadyr, uma marquise faz a cobertura da escada e reforça aquele ponto como entrada para o pavimento inferior. Nas oficinas, onde cursos são realizados e trabalhos são desenvolvidos, foi aplicado o efeito chaminé, em um local fechado o ar quente tende a subir pela sua menor densidade e o ar frio desce, no projeto o ar de maior temperatura do bloco semienterrado é liberado pelas aberturas abaixo dos bancos das jardineiras do nível 754.

Na sala técnica, para que haja preservação e restauração tanto dos desenhos do Arquiteto Carlos Millan quanto de outros artigos, é necessário uma série de equipamentos e um layout eficiente, que ajude durante os afazeres dos profissionais.

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REFERÊNCIAS PROJETUAIS

01 - Armário para objetos pessoais, equipamentos de proteção e segurança individual. 02 - Mesa de apoio com rodinhas para auxiliar no dia a dia. 03 - Mesa com luminária para identificação, análise e diagnóstico do documento, onde também pode ocorrer a 1º higienização. 04 - Prensas para caso haja livros, ser possível realizar a desencadernação. 05 - 01 Mesa para a etapa de desacidificação tópica, caso hajam fungos ou o próprio papel esteja demasiadamente ácido e 01 local com suporte de livro e mesa de trabalho para a limpeza dos documentos com pó de borracha ou remoção de adesivos. 06 - Bancada com pia e torneira acionada pelo pé. 07 - Secadora de papel. 08 - Processador que produz a polpa (insumo) da MOP - devem estar uma ao lado da outra. 09 - MOP, Máquina Obturadora de papel, uma máquina que realiza o processo de reenfibragem de papel, caracterizada pela distribuição da polpa de celulose no papel através de sistema elétrico de agitação de água, composto

por um motor elétrico com uma pá acoplada ao seu eixo. 10 - Secadora de papel. 11 - Luminária com pé que auxilia em todas as etapas. 12 - Prancheta de desenho 13 - 02 Mesas de luz. 14 - Armário para armazenar materiais 15 - Bancada de trabalho geral que pode ser usada para o processo de desadificação aquosa ou banhode, higienização e alcalinizante em livros e documentos. São necessárias três cubas, 01 que contém água aquecida, 01 que contém água fria (acrescida de álcool em caso de presença de fungos), e 01 que possui água com solução alcalina. 16 - Ilha que na parte superior pode ser usada como bancada e na inferior possui diversas gavetas para manter ferramentas como: pinças, tesouras, estiletes, lupas e diversas outras.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS “ O mundo continua mudando, as mudanças são difíceis de serem digeridas pelas pessoas e a arquitetura é o espelho destas mudanças, a arquitetura é a construção expressa destas mudanças. Então por isso é tão difícil, estas mudanças criam aventuras, a arquitetura é uma aventura. ” (Renzo Piano, 2018, Vancouver BC TED.) No caso da Residência Nadir de Oliveira, a mudança é a conscientização das pessoas da importância deste exemplar do arquiteto Carlos Millan e também de todo o tipo de patrimônio histórico. A aventura em questão é projetar outro corpo que não dispute com a casa e expresse sua própria identidade potencializando a arquitetura pré-existente no mesmo espaço. “ Até a mais modesta cabana na terra, não é apenas um telhado, é mais que um telhado. Está contando uma história, uma história sobre a identidade das pessoas que vivem na-

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quela cabana: Indivíduos. A arquitetura é a arte de contar histórias” (Renzo Piano, 2018, Vancouver BC TED.) Obviamente uma edificação de aproximadamente 60 anos possui muitas histórias, na qual já passou por diversos estágios como intenso uso, abandono, restauração e atualmente como objeto de estudo. Esta casa-apartamento revela o caráter dos indivíduos que a habitavam e de seu projetista, que concretiza sua visão, conhecimento e princípios pessoais através da junção de matéria prima e esforço coletivo. Imagino alunos saindo de oficinas, uma senhora lendo seu livro e tomando café, profissionais transmitindo seus conhecimentos, exposições ocorrendo , pais trazendo seus filhos para conhecer um pequeno pedaço “arquitetura”paulista. Talvez meu projeto seja utópico na questão de como idealizei as coisas funcionando e o mais


PROJETO - ANEXO CULTURA

importante, de como as pessoas irão utilizar o novo espaço. Mas acredito que mudanças só ocorrem a partir de uma primeira ideia, então por que não utilizar a residência Nadyr de Oliveira e o que ela representa juntamente com o seu ao redor, no caso o terreno vizinho e o próprio também, e transformar o local em um ambiente agradável e com propósito?

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DI MAURO, Fabio; PELLICCIOTTA, Mirza. CASA NADYR DE OLIVEIRA: PROPOSIÇÕES E PROCEDIMENTOS CONSERVATIVOS. Arqfuturo, 19 mar. 2019. Disponível em: http://arqfuturo.com.br/ post/casa-nadyr-de-oliveira-proposicoes-e-procedimentos-conservativos. Acesso em: 19 mar. 2019. MATERA, Sergio. Carlos Millan, um estudo sobre a produção em arquitetura. 2005. Dissertação de Mestrado (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - FAU USP - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, São Paulo, 2005. PDF. WILHEIM, Jorge. Carlos Millan, arquiteto. Acrópole, n. 317, São Paulo, mai. 1965, p 21-23. Residência no Morumbi. Acrópole, n. 317, São Paulo, mai. 1965, p 36-39.Residência Nadyr de Oliveira. Arquivo Arq. Disponível em: <http://www.arquivo.arq.br/residencia-nadyr-de-oliveira>. SCHIMIDT, Rafael. Residência Nadyr de Oliveira - arquiteto Carlos Barjas Millan, 1960. São Paulo, 2019. Disponível em: https://www.fotoarquitetura.com.br/residencia-nadyr-de-oliveira. Acesso em: 2 abr. 2019. SERVADIO, Leonardo. Arquitetura: Quando o sagrado deixa resplandecer o esplendor da criação. Pastoral da Cultura, 6 jun. 2017. Disponível em: https://www.snpcultura.org/arquitetura_quando_o_sagrado_deixa_resplandecer_o_esplendor_da_criacao.html. Acesso em: 7 maio 2019. CILENTO, Karen. Atualização: Capela Ronchamp / Renzo Piano. Archdaily, 16 set. 2011. Disponível em: https://www.archdaily.com/169836/update-ronchamp-chapel-renzo-piano. Acesso em: 7 maio 2019.

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Projeto gráfico: José Henrique Angeli Galvani Impressão: Formato 18 cm X 18 cm Tipografia: Microsoft JhengHei Papel miolo: Papel Couche 120 gr Nº de páginas: 74 Tiragem: 4 unidades Novembro de 2018

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