Jornal da Pinheiro nº29

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JORNAL

DA

PINHEIRO DISTRIBUIÇÃO GRATUITA | Ano 10 | 2016.1 | nº 29

Obras da via BRT Transolímpica causam transtornos na Zona Oeste Corredor expresso, que vai ligar Deodoro ao Recreio dos Bandeirantes, nem começou a funcionar, mas já afeta o dia a dia dos cariocas. Moradores reclamam e pedem solução. Prefeitura e subprefeitura da Barra e Jacarepaguá estudam projeto de urbanização após o término das construções p.05

FUTEBOL: em busca do ouro inédito

Modalidade disputada pelo país desde os Jogos Olímpicos de 1952, em Helsinque, Finlândia, é o único título ainda não conquistado pela seleção brasileira. Este ano, o Brasil disputa as Olímpiadas Rio 2016 em casa e tem o apoio da torcida para tentar sua primeira medalha de ouro olímpica.

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Veja mais... DESEMPREGO: maneiras para contornar a crise p.02

SAÚDE: a luta mundial contra o aedes aegypti p.08

MODA FITNESS: saiba como malhar com estilo A menos de cinco meses para os jogos olímpicos Rio 2016, obras do BRT Transolímpica estão em ritmo acelerado. Operários da prefeitura trabalham dia e noite para que a via esteja concluída dentro do prazo estabelecido pelo Comitê Olimpíco Internacional (COI). Foto: Eduardo Silva (Arquivo Pessoal)

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Editorial

Cariocas driblam a crise

Saindo da zona de conforto A Crise que ataca todos os setores do Brasil e atingindo também os veículos de comunicação provocando demissões em massa inclusive profissionais renomados da grande Mídia, um momento desfavorável da Economia. Embora pareça difícil continue acreditando em seu talento mantendo o foco correndo atrás de seus ideais profissionais seja sensível a suas convicções embora ainda acadêmico respire notícias e que a sua curiosidade te possibilite descobrir grandes furos de reportagem, se capacite explore a sua criatividade. Grandes oportunidades são entregues para pessoas disponíveis, seja preparado para as oportunidades, Seja o futuro do Jornalismo! Apaixone-se por suas pesquisas e em tudo o que fizer, melhore a sua comunicação, saia do básico de seu inglês, o hoje se chama presente para ser vivido e são sementes a serem colhidas amanhã. Que a graduação seja apenas um começo para grandes conquistas, e não estacione por aqui, o doutorado te espera. O País está carente de cabeças pensantes.

Jornal Laboratório do curso de Jornalismo da Faculdade Pinheiro Guimarães Produzido pelos alunos da disciplina Jornal Laboratório (7º período) Diretor-Executivo: Armando S. Pinheiro Guimarães Coordenador do curso: André Luiz Cardoso Editor-Chefe: Sergio Xavier(sergiosx@gmail.com) Repórteres: Monique Laura, Viviane Alexandre, Eduardo Amancio, Carlos gabriel, Roberto Alves, Ana Freitas, Viviane Mathias, Izadora Alexandrea, Elise Duque, Thamires Albuquerque, Gustavo Queiroz, Stéphanie Marneroli, Leandro Lima, Magda Pinheiro, Sinay Alexandre., Karolen Passos, Thamires Albuquerque. Diagramação: turma de 7º da discciplina Jornal Laboratório Revisão: Cláudio Pimenta Impressão: Gráfica Folha Dirigida Rua do Riachuelo, 144 - Centro - RJ - CEP 20230-014 Tiragem:15 mil exemplares

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Michele Garcia se sustenta família vendendo lanches em Shopping Center

MONIQUE • m.laura_rj@hotmail.com VIVIANE • vivi.alexandre@gmail.com

Todos os dias o medo de perder o emprego tem sido uma constante no Brasil, pessoas saem de casa e não sabem se os empregadores a manterão em seus empregos, os desemprego tem crescido de forma gigantesca em todo o país Com a dificuldade pessoas estão abrindo mão de carreiras e vendo outras formas de sobreviver, utilizando várias formas para conseguir se manter mediante a a falta de emprego. O site BBC.com fez uma matéria sobre desemprego utilizando os dados do IBGE que confirmam que 9,1 Milhões de Brasileiros estão desempregados, e 2,6 Milhões está há mais de um ano. É o caso de Fernanda Santos Engenheira Civil formada pela UFRJ , 33 anos que trabalhava na produção de uma Obra Residencial e ficou 3 anos e 3 meses empregada em uma das maiores construtoras do País

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e há 1 ano encontra-se fora do mercado de Trabalho. “Estou me especializando em outras áreas da Engenharia no setor de projetos, pois a cada dia está mais difícil uma recolocação mercado de trabalho e a exigência aumentando, minha rotina mudou totalmente precisei ir morar na casa de meus pais e passei a dar aulas particulares de matemática para vestibulandos e estudantes de engenha ria). Fernanda Santos

Fernanda dá aulas de cálculos para ajudar na renda

A construção civil tem peso na economia, e abrange todos os setores inclusive a mão de obra que não é qualificada e áreas técnicas. diminuindo os lançamentos de Empreendimentos Imobiliários consequentemente dimuição de postos de trabalho e muitas obras foram paralisadas. Michele Garcia, 30 anos, Solteira com dois filhos, foi demitida há um mês do emprego em um Shopping da Zona Oeste do Rio de Janeiro e trabalhava como vendedora de um Quiosque de maquiagem. Percebendo que as lojas do Shopping cuja qual ela trabalhava estavam falindo, Michele ficou preocupada na recolocação no mercado de trabalho e além de não saber como iria sustentar seus dois filhos, Então teve a iniciativa de vender saladas de frutas e sanduiche para os funcionários dos Shoppings Centers da Região da Barra da Tijuca,seu negócio vem prosperando e a Jovem pensa em novos rumos como fazer cursos de Empreendedorismo para atingir voos mais altos “Vi várias pessoas vendendo produtos e comidas para as funcionários no Shopping, os preços das praças de alimentações costumam ser altos além dos colaboradores trabalharem 6 horas terem menos tempo para se alimentar. Mergulhei fundo nesse negócio, não é fácil pelo fato desgaste físico , mas está valendo muito a pena pois tenho mais tempo com minha família e tenho ambições de ser uma grande empresária (Michele Garcia)”.


EDUCAÇÃO

Aplicativos de celular são usados como complemento dos estudos MAGDA • magpinnog@gmail.com SINAY • sinay_kpv@yahoo.com

Cada vez mais, as pessoas buscam praticidade na hora de aprender. Por isso, nada melhor do que usar a tecnologia em seu favor para dar aquela turbinada nos estudos. Muitos já têm buscado estudar online, exemplo disso é o aumento da procura por cursos à distância. Mas além dos cursos online que otimizam o tempo de qualquer pessoa, há também outras formas de aproveitar os pequenos momentos de intervalo. Os aplicativos para estudo têm surgido como uma ótima ferramenta de auxílio, pois possibilitam ao estudante utilizar todo momento disponível. Assim, o deslocamento em ônibus, metrôs, bem como momentos de folga no trabalho podem ser aproveitados de maneira funcional. O professor de Administração Marcelo Marques destaca alguns pontos positivos dos aplicativos: “Acredito que o mais interessante é a rápida fixação do conteúdo que proporcionam, pois geralmente, quando é um aplicativo de perguntas, elas se repetem algumas vezes. Os aplicativos não funcionam como única base de quem estuda, mas eles são auxiliadores bastante úteis para que o tempo renda mais.” A estudante de MBA e Gerente de Marketing Rachel Almeida diz que os aplicativos funcionam como uma ferramenta extra, pois fazem com que o tempo de quem estuda seja maior, uma vez que são instalados em aparelhos que permitem a mobilidade. Mas alerta que “não é a ÚNICA ferramenta. Eles são um “plus”. É necessário buscar cursos especializados, livros, bibliotecas e variadas fontes para o êxito no aprendizado”. Separamos alguns aplicativos que podem ajudar na hora de estudar:

Global Results - Concurso Público, OAB e ENEM Este aplicativo disponibiliza provas e simulados para concursos do INSS, OAB, Polícias, IBGE, entre outros. Além disso, possui questões para quem quer fazer Enem e exames de certificação em Tecnologia da Informação, como os da Microsoft, Oracle e Cisco. O Global Results permite que o estudante participe de torneios online para avaliar seus conhecimentos em relação a outros competidores. iQuestões Concursos e OAB O iQuestões possui mais de 20 mil questões de concursos como TCU, Polícia Federal, Tribunais e dos Exames de Ordem Unificados da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O estudante não precisa se preocupar com gasto de pacote de dados ou a necessidade de uma conexão com a internet para utilizá-lo. As questões possuem formatação completa com imagens, tabelas e textos numerados e há opção de pesquisá-las por banca, órgão, ano, assunto e nível de escolaridade. O aplicativo disponibiliza também questões de língua inglesa e espanhola. Concursos - Concursos Públicos O aplicativo possui notícias, editais e simulados com questões de diversas matérias de concursos para OAB, Fiscal, INSS, Auditor, Caixa Econômica Federal, Correios e outros. Ele disponibiliza também aulas com vídeos, textos e exercício, além de notificar o estudante que o utiliza com alertas de estudo. Gabaritar Uma das principais funções deste aplicativo é permitir que o estudante crie diversos planos de estudo a partir de diferentes editais. Além desta funcionali-

Professor de Administração Marcelo Marques.

dade, o Gabaritar possui a opção de registro de horas de estudo e calcula a quantidade de tempo recomendado para cada disciplina, vem com metas diárias e totais, sempre visíveis nas telas dos planos e disciplinas. As questões são extraídas dos principais exames e concursos do país e organizadas por disciplinas. Dispõe ainda de questões para o Enem e até para quem quer tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Resolva Simulados Execute simulados criados especialmente para que você concentre seus esforços nas áreas que mais precisa. Acompanhe o resultado dos simulados respondidos comparando suas respostas com o gabarito oficial de cada prova. Simulados para ENEM, CNH, Concursos Públicos, OAB, entre outros. TaNaMãoFree Concursos Questões O aplicativo TaNaMão tem o

objetivo de facilitar os estudos. Ele apresenta mais de 6 mil exercícios de diversas matérias. Ele inclui questões de Certo e Errado da banca organizadora Cespe, além de ter opção para o usuário comentar e marcar um item como dúvida. Também há uma versão paga do aplicativo específica para a área jurídica com mais de 9 mil questões sobre Direito Constitucional, Administrativo, Civil, Tributário, Penal, Processual Civil e Processual Penal. Fórmulas para Concursos Este aplicativo foi desenvolvido inicialmente para a área de engenharia e adaptado para ajudar o estudante que precisa estudar matérias como Matemática, Física, Química, Controle, Mecânica dos Fluidos, Operações Unitárias, Petróleo, Resistência dos Materiais, Termodinâmica e Transferência de Calor. Ele possui fórmulas que auxiliam nas áreas específicas das ciências exatas.

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COLUNA

Faixa marrom, Allan Di Lucia, ensina jiu-jítsu para crianças especiais CARLOS • gabrielgilla@gmail.com KAROLEN • karolen.passos@gmail.com

Em 2014 quando o campeão mundial, tricampeão pan-americano, bi campeão sul-americano e bi campeão brasileiro de jiu-jítsu, faixa marrom, Allan Di Lucia (25), foi diagnosticado com cavernoma, uma má formação do cérebro. Devido ao fato, o atleta sofre o risco de ter um infarto a qualquer momento. Contudo, sempre que caminhava pelas ruas da Tijuca, enquanto retornava do trabalho, o rapaz passava em frente à APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) e um dia resolveu entrar. A história, entretanto, vai além. “Um dia voltando do trabalho, entrei aqui (APAE), perguntei pela diretora e por acaso ela estava. Conversei e mostrei quem eu era, o que sabia fazer e perguntei se tinha o interesse em me deixar ensinar isso para os alunos. Fui muito bem recebido, porque quem trabalha com especiais sempre quer um voluntário desde que venha de coração aberto e tenha responsabilidade.” Contudo, Di Lucia foi mais a fundo na história e contou que quando começou a treinar, ele conheceu um atleta que era portador de síndrome de Down, “ele já era faixa roxa, para quem não conhece, esta é próxima da faixa preta”, o que aconteceu é que o atleta se machucou durante o treino e pelo fato da academia não ter os cuidados necessários para alguém com este tipo de doença, ele teve que sair. “Dois anos atrás, eu fui desafiado, após vencer uma luta, por um jovem que também tinha síndrome de Down, e ele me venceu no tatame”. Estas experiências contribuíram para que ele se tornasse mestre na APAE. As dificuldades e os alunos Em menos de uma semana, o campeão mundial já tinha uma turma de 20 alunos que esperava por suas aulas e em 21 dias começou a ensinar. Allan relata que no início eles não tinham quimonos e ao buscar

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patrocinadores, recebeu muitos “não”, o que o deixou chateado. Numa atitude impulsiva, mas feita com amor, ele comprou 15 quimonos no cartão de crédito emprestado da avó, se esqueceu de parcelar e recebeu uma fatura de dois mil reais. Ele ri quando conta a história. “Eu levei um amigo, que é dono de um salão aqui na Tijuca, e ele me deu uma injeção de ânimo. Foi o primeiro a entrar patrocinando e me apresentar a outros patrocinadores também. Graças a ele, o projeto começou a deslanchar e hoje estamos bem, com um monte de patrocínio, tenho orgulho de carregar essas marcas comigo.”, disse animado enquanto mostrava o quimono com os logotipos. As dificuldades e os alunos Ele narra que no início também enfrentou alguns desafios dentro

de sala, pois cada um dos alunos se comunicava de forma diferente e isso dificultava a compreensão do contexto do que cada um queria. Foi com o fator tempo e dedicação que ele conseguiu se adaptar, “mas aos pouquinhos você vai se ambientando e agora eu consigo falar com cada um deles de forma tranquila”. A doença inesperada e as aulas O lutador de jiu-jítsu conta que no início se sentiu muito frágil, entretanto, não permitiu que ficasse abalado por um período longo, pois “a gente precisa viver com a vida que tem, a vida segue, tem que continuar, não adiantava ficar em casa chorando que não ia resolver nada.” Allan explica que assim que começou a ensinar, os alunos viam o tatame como um local para brincar, rolar, e ao invés de reprimir, ele se aproveitou do fato e passou a ministrar

Allan Di Lucia com os alunos da APAE (Foto por Carlos Gabriel Gilla) .

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as primeiras aulas com atividades mais lúdicas misturadas com a brincadeira. Devagar ele desvelava mais a luta para os estudantes. “Fui tirando isso aos pouquinhos e hoje eles já fazem jiu-jítsu. Eles sabem que isso aqui é luta, como se chama e sabem fazer tudo direitinho.”, diz orgulhoso. Hoje Allan Di Lucia ensina 43 rapazes e sete moças, entre 13 e 37 anos, com síndrome de Down, autismo e paralisia cerebral. Além disso, é o organizador das festas juninas e de Páscoa da APAE. Ao final, ele informa que todos estão convidados para conhecer o projeto, ajudar e fazer uma “bagunça” com os “moleques”. A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) está localizada na Rua Bom Pastor, nº 41, na Tijuca.


CAPA

Obras da via BRT Transolímpica causam transtornos na Zona Oeste EDUARDO SILVA• edusacer@yahoo.com.br LEANDRO CHAVES • leandrochavesd@gmail.com

o curso da pista. Agora, a via contornará a Vila União. A mudança do traçado beneficiou mais de 700 famílias e apenas 191 imóveis serão desapropriados.

“Sou moradora da Curicica há 40 anos e nunca ninguém se preocupou com o progresso da nossa comunidade.”

Operários e máquinas fazem parte do cotidiano dos moradores da comunidade Vila União, em Curicica, Zona Oeste do Rio. Foto: Eduardo Silva (Arquivo Pessoal)

A via expressa BRT Transolímpica, que vai ligar Deodoro ao Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, nem começou a funcionar, mas já afeta e transforma o dia a dia dos cariocas. O corredor expresso interligará duas áreas da cidade nas quais serão realizadas as principais competições durante os Jogos Olímpicos Rio 2016 e, também, a vila onde os atletas ficarão hospedados, na Barra da Tijuca.De acordo com a prefeitura do Rio, a Transolímpica possui 25 quilômetros de extensão e transportará 70 mil pessoas por dia. A previsão é reduzir o tempo de viagem de duas horas e meia para 30 minutos. O trajeto começa no Recreio e passa por 17 estações incluindo os bairros do Camorim, Curicica, Taquara, Magalhães Bastos, Sulacap e Deodoro. A via expressa fará ainda conexão com a Transcarioca (na Taquara) e Transoeste (no Recreio), além de interligar com os trens da Supervia, em Deodoro. Os ônibus articulados que farão o percurso têm capacidade para 160 passageiros cada um, e serão divididos em expresso e parador, de acordo com a quantidade de estações no caminho. A implantação da via custará R$ 1,6 bilhão,

dos quais R$ 1,1 bilhão será investido pela prefeitura e o restante a cargo da concessionária Via Rio.As obras têm afetado diariamente a vida dos moradores das áreas pelas quais a Transolímpica passará. Moradores sofrem com mudanças Um dos bairros mais afetados com as transformações é Curicica,na Zona Oeste, e as Vilas Autódromo e União, que ficam próximas aos locais de competição na Barra. Para a estudante Maria Luiza da Silva Carvalho, 19 anos, que mora na Vila União, a alteração dos trajetos dos ônibus nesta fase de obras piorou a situação do trânsito. “A chegada do BRT Transolímpica vai ser boa porque vai diminuir o meu tempo de viagem e vou chegar ao meu destino com mais rapidez. Mas durante as obras está tudo caótico, as linhas de ônibus estão tendo seus trajetos alterados, o trânsito está muito ruim. Hoje levo muito mais tempo num trajeto mínimo do que antes”, disse a estudante. De acordo com a Secretaria Municipal de Obras (SMO), estão previstas 257 desapropriações para a implantação da Transolímpica ao longo de todo o traçado, que contará com um total 31 viadutos e pon-

tes. Para a aposentada Maria Orcília Dutra, 71 anos, o BRT é uma boa inovação e agiliza a viagem quando necessita visitar as filhas. Mas, para ela, as obras têm trazido algumas preocupações e prejuízos. “Gosto muito de andar no BRT. Só preciso pegar uma condução para visitar minhas filhas, mas essas obras me trouxeram preocupação e prejuízo financeiro. Eu tinha quitinetes e dois comércios alugados de onde complementava minha renda aqui na Vila União. A prefeitura quando disse que ia tirar a gente daqui e levar para outro lugar me fez deixar todas [as quitinetes] vazias, e assim está há um ano. Mudaram o traçado da pista, disseram que não vamos mais sair e eu fiquei com esse prejuízo”, lamentou a aposentada. Segundo a subprefeitura da Barra e Jacarepaguá, inicialmente, seriam quase 900 famílias reassentadas na Vila União para a passagem da via. A prefeitura ofereceu aos moradores uma compensação financeira, com avaliação do imóvel, ou então realocá-las em apartamentos do programa Minha Casa Minha Vida. Como nem todos os moradores eram favoráveis à saída do local, houve um impasse junto à SMO, que decidiu alterar

De acordo com a costureira Jussara da Silva Carvalho, 58 anos, moradora de Curicica, não houve preocupação com a comunidade e isso gerou um mal-estar entre os moradores que queriam ser realocados e os que não. Além disso, Jussara ressaltou que a obra não é realizada com o cuidado devido por parte da prefeitura. “Sou moradora da Curicica há 40 anos e nunca ninguém se preocupou com o progresso da nossa comunidade. Tudo que foi feito aqui é com a nossa força e com a chegada da Transolímpica. Só o que tivemos foi perturbação e muita inquietação, pois a prefeitura disse que iria remover todas as casas daqui e eu fiquei com medo de perder meu único meio de trabalho e com o qual eu crio minha filha, já que sou costureira e em outro lugar não saberia como recomeçar. Além disso, a obra está sendo muito mal feita, pois as casas que estão próximas de onde houve as remoções estão ficando com rachaduras eninguém faz nada a respeito”, criticou Jussara. Subprefeitura responde Em nota, a subprefeitura da Barra e Jacarepaguá informa que houve mudanças no projeto original para reduzir o número de imóveis desapropriados na área próxima à Vila União e à Colônia Juliano Moreira. As famílias que não optaram pela indenização receberam imóveis do programa Minha Casa Minha Vida na Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, e no Parque Carioca, no Camorim. A nota informa também que a prefeitura do Rio estuda projeto para urbanizar a região assim que as obras forem concluídas.

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ESPORTES

Seleção canarinho nas Olimpíadas O fracasso da Seleção Brasileira em busca do ouro olímpico GUSTAVO QUEIROZ • gustavo-499@hotmail.com STÉPHANIE MARMEROLI • smarmeroli@gmail.com LEANDRO LIMA • leandro_lima16@hotmail.com

Neymar é a aposta do futebol brasileiro para conquistar o primeiro ouro do Brasil (Arquivo)

Há exatos 116 anos, o esporte mais popular do mundo estreava nos Jogos Olímpicos da era moderna e a cidade sede era París. O futebol foi o segundo esporte coletivo a entrar no quadro de modalidades, atrás apenas do polo aquático. No Brasil ainda não existia futebol profissional, os clubes e atletas de futebol ainda eram amadores, o esporte que arrastava milhares de espectadores basicamente na região sul e sudeste do Brasil era o remo. A primeira participação do futebol brasileiro masculino aconteceu nos Jogos Olímpicos de Helsinque (Finlândia) em 1952, foi uma estreia promissora pelo quinto lugar que conseguiu. Tudo indicava que nos

próximos anos tínhamos tudo pra chegar no lugar mais alto do pódio, devido a grande popularização do futebol no Brasil. Já havíamos sediado Copa do Mundo e éramos vice campeões mundiais “graças” ao fatídico Maracanazo, mas o surgimento de grandes craques era constante e alcançarmos a medalha de ouro era questão de tempo. Já se passaram 64 anos desde a primeira participação do futebol brasileiro masculino em Olimpíadas e até hoje não conseguimos a tão sonhada medalha de ouro que aspirávamos desde 1952. Também é um grande erro afirmarmos que quando se trata de futebol nas Olimpíadas vamos

exclusivamente mal, temos cinco medalhas conquistadas, três de prata conquistadas em Los Angeles 1984, Seul 1988 e Londres em 2012 e duas de bronze que foram conquistadas em Atlanta 1996 e Pequim 2008.

Outro fator que tende a ser o principal, é o amadorismo nas categorias de base do futebol brasileiro, e até mesmo no futebol profissional. Falta conhecimento para os dirigentes do futebol brasileiro, jovens com 13, 15, 17 anos eram para ter um preparo maior, sobretudo psicológico para poderem suportar tamanha pressão que terão de encarar no futebol profissional.

ESPORTES

Moradores de comunidades do Rio praticam esportes em Vilas Olímpicas Adultos e crianças aproveitam atividades físicas oferecidas diariamente em complexos esportivos ELISE • duqueelise@gmail.com THAMIRIS • thamiris.bfr@gmail.com

O esporte é uma importante ferramenta de inclusão e transformação social, principalmente quando a cidade em que moramos irá sediar pela primeira vez os Jogos Olímpicos. Os projetos socioesportivos têm transformado a vida de pessoas de várias faixas etárias, e necessidades, que residem em comunidades carentes do Rio. Além de promover inúmeros benefícios à saúde, a prática de exercícios contribui positivamente na formação de quem os faz, acrescentando-os disciplina, concentração, foco e respeito. A estratégia é elevar a qualidade de vida dos moradores de comunidades carentes, estabelecer melhor relacionamento das crianças

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com a sociedade, obter delas comprometimento com os estudos e, consequentemente, afastá-las do mundo do crime, ajudando na promoção do caráter de cada uma. É o caso da Rafaela Souza, de 10 anos, que pratica gratuitamente natação na Vila Olímpica Manoel Tubino, em Jacarepaguá, Zona Oeste. Para a mãe, Lucélia Souza, 35 anos, o esporte é um divisor de águas, pois Rafaela teve uma melhora significativa na escola e até mesmo no comportamento dentro de casa. “Ela tinha muita dificuldade na escola, por não saber interagir com as outras crianças. Quando eu tive a chance de colocá-la para praticar um

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esporte, melhorou a relação com as outras pessoas, as notas têm melhorado também e em casa ela está menos respondona, então acho que é sim por causa do esporte”, disse dona Lucélia. Ainda são poucas as oportunidades que as pessoas de baixa renda têm para melhorar a qualidade de vida, mas quando aparecem elas aproveitam, mesmo que ainda haja desconfiança. “Quando sei que vai ter visita à Vila, penso bastante se levo minha filha ou não. Político é sempre bom quando quer voto, ainda mais se tiver TV por perto, mas eu vejo a alegria que a Rafa fica quando tem a chance de falar daquilo que mais gosta de fazer e acabo indo”, ressaltou a mãe de Rafaela.

Crianças praticam esportes gratuitamente nas Vilas Olímpicas. Foto: divulgação/SMEL


MODA

Moda Fitness: Não basta suar na academia, as roupas que você vai usar também são importantes VIVIANE MATHIAS • vivianemathias27@hotmail.com IZADORA OLIVEIRA • iza-alexandra@hotmail.com

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os dias de hoje, é cada vez mais comum perceber o movimento de pessoas aumentando nas academias. Com o crescente número de doenças cardiovasculares ligadas a uma vida sedentária, é possível observar um aumento de adeptos de práticas esportivas. Com ele, outro fenômeno que vem ganhando bastante espaço no mundo é a moda fitness, principalmente, entre o público feminino, preocupadas não só em esculpir corpos perfeitos, mas também em frequentar a academia, com roupas bem estilosas, e também que valorize bastante o corpo. Até as gordinhas têm uma preocupação com a roupa que vão usar na academia, homens também não ficam fora dessa discussão, pois também tem uma preocupação com roupas e os tênis que usarão em seus treinos diários. Formada em fisioterapia a blogueira Cíntia Maria, do blog “malhando com estilo”, onde recebe mais de meio milhão de visitações diariamente, faz posts dando dicas de moda para se usar nas academias e inclusive

faz indicações dos a serem utilizados na malhação, que são comentados e elogiados por seus seguidores, atraindo a atenção de empresas que fornecem produtos para praticas esportivas. Questionada de onde vem as dicas de moda, a fisioterapeuta sorri por informar que nunca fez curso de moda, mas está sempre antenada em editoriais de moda, além de realizar intercâmbio de novas ideias com outros blogueiros dentro e fora do país. A maior reclamação encontrada em relação ao vestiário feminino para ir a academia, é em relação ao alto custo das peças de roupa, fora os equipamentos já listados acima. Cíntia afirma sofrer com os preços, porém procura sempre escolher lugares mais em conta para indicar a seus leitores. Porém, frisa que tênis é um investimento que não custa gastar a mais. “Infelizmente no Brasil ainda é bastante caro para você malhar, com roupas de boa qualidade e estilosas, mas é possível encontrar se pesquisar bem. Entretanto, tênis é necessário ser de boa qualidade, porque pode com-

Angela Costa, pratica exercícios diariamente durante 3 anos, além de se preocupar em esculpir seu corpo, ela não deixa de lado os figurinos coloridos e transados para chamar mais atenção,

prometer o seu exercício. Mesmo sabendo que em território nacional não saí por menos de R$ 600,00 reais, e no exterior você compra o mesmo calçado por R$ 200,00” informa a blogueira. Um dos pontos principais do bom vestuário em academias pelo Brasil, além do conforto é se sentir bonita. Cíntia afirma que o público jovem procura na malhação, além do corpo em forma, um amor. “É claro que existe essa preocupação, o ambiente acaba se tornando propício para conhecer novas pessoas, fazer amizades, e sim, novas investidas amorosas (risos), existe uma preocupação de quem está ali próximo de você lhe achar bonita.” conclui. Conversamos também com uma aluna de uma academia do bairro do Catete, no Rio de Janeiro, para saber mais sobre sua experiência, nesse meio. Danda Magalhães, Dentista, ela tem 37 anos, já pesou 101 quilos e conseguiu perder 38 quilos, em um ano de treino. Tudo começou quando se sentiu mal na rua, procurou um médico e descobriu que estava com hipertensão e quase diabética. Além da importância de buscar a academia para a perda de peso e melhoria na qualidade de vida, Danda com o passar do tempo, começou a se preocupar com o que vestia, o que foi lhe proporcionando amor-próprio e confiança em si mesma, além de força de vontade para continuar. “Cheguei na academia sem perspectiva para malhar. Basicamente fui obrigada a procurar uma atividade física por causa da minha saúde. Tinha uma vida muito sedentária, esse mundo fitnnes não existia pra mim. No começo não gostei, porque cheguei muito gordinha e sem motivação na academia e não conseguia enxergar graça nenhuma em ter vaidade para colocar uma roupa mais bonitinha, para malhar. Depois que fiquei firme na academia, me dediquei mais aos exercícios e fiz uma reeducação alimentar, mudei por completo meu pensamento,

aí comecei a ter ânimo e disposição para malhar, junto veio a vontade de melhorar as roupas que usava para ir a academia. Foi instantânea a vontade de me sentir bonita.” informa Danda. A dentista perdeu a gordura em excesso, obteve uma melhora na saúde e assim começou a investir no guarda – roupa. Danda, frisa que não é necessário ser magra para comprar modelitos fitness, há no mercado roupas que aderem em diferentes corpos atualmente, na mulher “real” diz ela. “Adoro usar cores mais vibrantes como rosa pink, verde, laranja e amarelo. Também dou uma atenção especial ao tênis que uso, não basta ser só confortável, procuro saber se o modelo está de acordo com o treino que vou fazer, e de preferência procuro modelos que tenham cores que combine com as roupas.” conclui. Muito embora, os alunos de academias pelo Brasil sejam usuários adeptos de diferentes modelos de figurino pelas academias, e procurem estar na moda e se sentir mais bonitos com seu corpo, os professores de ,educação física, personal treines e responsáveis por indicar e orientar os alunos na forma de realizar os exercícios, acreditam que certos equipamentos na vestimenta para a malhação sejam de extrema necessidade para a prática dos exercícios corretamente. Visto isso, falamos um pouco com o professor da academia Body performance, no Catete, Gesse Rodrigues, 30 anos, e perguntamos para ele qual a importância da roupa certa na atividade física. “Para uma melhor execução dos exercícios, é ideal que o aluno além de estar com peças confortáveis, tenha a preocupação de procurar tecidos que ajude na transpiração, além de tênis que possuem amortecedor e não apertem os pés, para não acarretar em problemas de saúde no momento da execução dos exercícios que são realizados em cada treino.”

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SAÚDE

Aeges aegypti preocupa autoridades nacionais e internacionais ROBERTO ALVES • bigbertx@yahoo.com.br ANA FREITAS • anaelizsilva@gmail.com

Neste verão, o Brasil tem enfrentado o maior surto de doenças contraídas pelo Aeges aegypti. Após picar uma pessoa infectada, a fêmea do mosquito mantém os diferentes tipos de vírus, a saber: os quatro tipos de dengue, além de chikungunya, zika e febre amarela. Uma vez tendo ingerido o sangue contaminado, transcorre no vetor um período de incubação, que a torna apta a transmitir as enfermidades e durante toda a vida. Em fevereiro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou estado de emergência internacional por causa de microcefalia e outras disfunções neurológicas ligadas ao Zika. Em entrevista, a técnica de enfermagem da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Milena Araújo, comentou as principais formas de prevenção e controle do vetor; sintomas e a taxa de mortalidade por Zika Vírus, além dos cuidados que as gestantes precisam ter durante a endemia e os perigos da microcefalia. Milena citou as diferenças entre os sintomas das três doenças, enfatizando o perigo da automedicação, e seguir os protocolos do Ministério da Saúde e sempre procurar uma unidade de saúde mais próxima. Segundo ela, “os pacientes com dengue têm febre alta e de início imediato; acompanhadas de dores articulares moderadas e manchas vermelhas na pele; além de dor nos olhos e coceira na pele”. Já a febre chikungunya é alta e de início imediato. Os sintomas incluem artalgia, em 90% dos casos; aparecimento de manchas a partir do segundo dia; prurido leve em 50 a 80% dos casos, acompanhados ou não de vermelhidão e desconforto nos olhos. Em casos de zika,

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caso, o paciente tenha febre, ela é baixa. Podem ocorrer ainda dores articulares brandas; manchas vermelhas; coceira de forma leve a intensa e vermelhidão nos olhos. “A medicação consiste no tratamento dos sintomas, além de repouso e hidratação. Para o desconforto causado pelas dores e febre O uso de analgésico é recomendado somente sob orientação médica. É importante frisar que na dengue hemorrágica o paciente pode não ter os sintomas mais graves da doença. Quando menos se espera, o sistema imunológico pode estar sendo afetado e o organismo ter

passando de mil para 20 mil diagnósticos mensais. As primeiras 250 mil unidades já entregues em fevereiro, inicialmente aos 27 laboratórios, sendo quatro de referência e 23 Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACEN). A previsão é que outra metade dos kits estejam disponíveis a partir do segundo semestre.

pequenas hemorragias internas” afirmou a técnica de enfermagem Os pacientes que procuram atendimento médico nem sempre são diagnosticados de forma precisa. A estudante Joana Silva, de 19 anos e moradora da Tijuca relembra do episódio: “Inicialmente, o médico disse que seria uma virose, daí, ele mudou de opinião devido aos sintomas afirmando ser Zika, mesmo que eu não tenha realizado nenhum exame específico. Senti dores fortes nas articulações, dor atrás dos olhos e muita dor de cabeça por mais de uma semana”, disse. De acordo com o Ministério da Saúde serão distribuídos 500 mil testes para realização dos testes para o vírus. Com isso, os laboratórios públicos ampliarão em 20 vezes a capacidade dos exames,

equilíbrio, convulsões até paralisia de membros. “A orientação é de que mulheres que planejam ficar grávidas esperem alguns meses após o surto. Vale lembrar ainda que, assim como em toda gestação, os três primeiros meses são cruciais e devem ser realizados todos os exames solicitados pelo médico”, enfatizou o médico. Síndrome de GuillainBarré (SGB) - A doença é uma manifestação autoimune tardia que pode ser desencadeada por processos infecciosos ou nãoinfecciosos. Segundo dados da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, há notificações de casos com evidência de cocirculação dos vírus zika, dengue e chikungunya, em especial nos estados da região nordeste. Inicialmente a doença

Jornal da Pinheiro • ano 10 • 2016.1 • nº 29

Microcefalia – Uma doença caracterizada pelo tamanho da cabeça e do cérebro menor, a condição acarreta problemas por toda a vida, que podem apresentar desde retardo mental, atraso de fala, problemas de movimento e

manifesta-se através de sensação de parestesias nas extremidades distais dos membros inferiores e, em seguida, superiores. Dor neuropática lombar ou nas pernas pode ser vista pelo menos em metade dos casos. Fraqueza progressiva é o sinal mais perceptível ao paciente, ocorrendo geralmente nesta ordem: membros inferiores, braços, tronco, cabeça e pescoço. A intensidade pode variar desde fraqueza leve, que sequer motiva a busca por atendimento médico em nível primário, até tetraplegia completa com necessidade de ventilação mecânica por paralisia da musculatura respiratória acessória. Pacientes com a doença apresentam taxas de mortalidade de aproximadamente 5%-7%, geralmente resultante de insuficiência respiratória, pneumonia aspirativa, embolia pulmonar, arritmias cardíacas e sepse hospitalar. De acordo com o Ministério da Saúde, a ocorrência de síndromes neurológicas após processos infecciosos pelo vírus da dengue e chikungunya está descrita desde a década de 1960, e com o zika vírus desde 2007, especialmente após os surtos ocorridos na região da Micronésia e Polinésia Francesa. Dentre as manifestações neurológicas, é sabido que a Síndrome de Guillain-Barré (SGB) é uma das mais frequentes. O Aeges aegypti é originário do Egito, na África, e vem se espalhando pelas regiões tropicais e subtropicais do planeta desde o século XVI, inicialmente por meio de negreiros. O vetor foi descrito cientificamente pela primeira vez em 1762, mas o seu nome definitivo, Aedes aegypti, fora estabelecido em 1818.


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