Revista Película - Projeto da disciplina Planejamento Gráfico - Faculdade Pinheiro Guimarães

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Película

DIFERENÇAS QUE APROXIMAM

"Eduardo e Mônica", da banda Legião Urbana, aqueceu o coração de seus fãs com a proposta de ser transformada em um filme. Pág. 5

Ano 1 - Edição 1 - Vol. 1 R$ 30,00


Sumário Dezembro de 2021 — Edição 1

05 06

05/ DIFERENÇAS QUE APROXIMAM

Cinema Nacional

06/GAMES E CINEMA: UMA

COMBINAÇÃO AGRIDOCE

Jogos e Cinema

07/ O USO DE ARMAS EM SETS DE FILMAGENS AINDA É NECESSÁRIO?

Cinema Internacional

07 08

07/ STREAMING: HISTÓRIA,

CONCORRÊNCIA E O IMPACTO NO CONSUMO DOS FILMES E SÉRIES

Streamings

Imagens: Divulgação

PELÍCULA

02 DEZ 2021


Editora Faculdade Pinheiro Guimarães

Película Repórteres: Flávia Mattos, João Victor Pereira, Lorena de Araújo e Milena Ferreira Redatores-Chefes: Flávia Mattos, João Victor Pereira, Lorena de Araújo e Milena Ferreira Editores: Flávia Mattos, João Victor Pereira, Lorena de Araújo e Milena Ferreira Editora de Arte: Lorena de Araújo Pesquisa: Flávia Mattos, João Victor Pereira, Lorena de Araújo e Milena Ferreira Direção: Lorena de Araújo Produção: Flávia Mattos Coordenação de negócios: João Victor Gerente de projetos: Milena Ferreira

Colaboradores: Flávia Mattos, João Victor Pereira, Lorena de Araújo e Milena Ferreira

EDITORIAS CINEMA NACIONAL — JOGOS E CINEMA — CINEMA INTERNACIONAL — STREAMINGS Cinema Nacional: Flávia Mattos Jogos e Cinema: Lorena de Araújo Cinema Internacional: Milena Ferreira Streamings: João Victor

ENTRE EM CONTATO COM A REDAÇÃO: Endereçar cartas à R. Silveira Martins, 151 - Catete, Rio de Janeiro - RJ, 22050-797 (21) 1234-5678 peliculas@editorapinheiroguimaraes.com

IMPRESSÃO: EDITORA PINHEIRO GUIMARÃES R. Silveira Martins, 151 - Catete, Rio de Janeiro RJ, 22050-79

PELÍCULA é uma publicação mensal da EDITORA FACULDADE PINHEIRO GUIMARÃES — R. Silveira Martins, 151 - Catete, Rio de Janeiro - RJ, 22050-797

PELÍCULA

03 DEZ 2021


Editorial Dezembro de 2021 — Edição 1

A

primeira edição da revista Película é - de muitas formas - memorável. Com o término de 2021, muito trabalho duro e esforço foram colocados nes-te periódico. Desde a estrutura, passando por todo processo de pesquisa e escrita, até a direção de arte, ultrapassamos - enquanto equipe - diversos desafios.

Assim como a principal matéria desta revista "Diferenças que aproximam" (Página 5), escrita pela brilhante redatora Flávia Mattos, tivemos que superar adversidades. Foi imposto a nós o trabalho de identificarmos uma parte do nosso mundo, do mais profundo âmago, para trabalharmos e nos conectarmos com diferentes editorias do cinema. Película te convida a mergulhar no mundo cinematográfico e usufruir o melhor que a sétima arte pode oferecer. É possível conhecer mais do cinema nacional, internacional, as películas nos serviços de streaming e a relação do cinema com outras formas de arte - jogos, por exemplo. Então mergulhe conosco. LORENA DE ARAÚJO DIRETORA E EDITORA DE ARTE

PELÍCULA

04 DEZ 2021


Cinema Nacional

DIFERENÇAS QUE APROXIMAM POR FLÁVIA MATTOS

A

nacionalmente conhecida canção ‘Eduardo e Mônica’, da banda Legião Urbana, aqueceu o coração de seus fãs com a proposta de ser transformada em um filme. O longa tem seu lançamento previsto para o dia 6 de janeiro de 2022, mas a produção da Gávea Filmes vem sendo antecipada desde antes da pandemia, sofrendo diversos adiamentos até chegar a essa data de estreia.

Mesmo que alguém nunca tenha ouvido a canção ‘Eduardo e Mônica’, já deve ter ouvido falar em seu título. O nome intriga o consumidor, que logo quer saber o que acontecerá com os protagonistas envolvidos. Os mais familiarizados com a obra de Renato Russo, entretanto, podem ter uma curiosidade maior em descobrir como a história que já é bem elaborada em seus versos descritivos-narrativos será traduzida em um longa. A trama retrata a história de um casal que se apaixona apesar das diferenças gritantes entre eles. A primeira adaptação para os cinemas de uma obra da Legião Urbana foi ‘Faroeste Caboclo', lançado em 2013. Porém, Eduardo e Mônica é o título com mais expectativa do público. Com a produção de Bianca De Felippes e a direção de René Sampaio, que também participaram do filme lançado anteriormente, o elenco é estrelado por Gabriel Leone e Alice Braga. O filme, que já foi exibido em alguns festivais internacionais e conquistou um prêmio de melhor filme, teve sua representação nas telas como uma comédia romântica como sugerido na canção. Para ser fiel à música, o longa de Eduardo e Mônica se passa no Brasil da década de 80 e teve suas filmagens situadas em Brasília, mas também contou com cenas no Rio de Janeiro e na Chapada dos Veadeiros. A produção foi finalizada em cerca de nove semanas. Mas quem foram Eduardo e Mônica, na vida real? De acordo com diversas entrevistas concedidas, Renato Russo afirmou que se inspirou em uma série de casais que conheceu quando era adolescente para sintetizar a obra, e esse amálgamo de histórias e personalidades resultou nos versos que conhecemos. Houve, entretanto, um casal que se encaixou mais nas descrições do compositor: Leonice Coimbra e Carlos Marcelo. Leonice foi uma amiga de Renato Russo que começou a namorar um garoto mais novo que ela, com quem acabou se casando. Em entrevista ao Aborto Elétrico em 2017, Leonice contou: “Renatinho me apresentou letra e música via telefone. Disse na época que dedicou a nós, Fernando e a mim e a um outro casal de amigos. Como não me identificava, só a tinta no cabelo, nunca levei muito a sério. Em 94, Renato me ligou e me avisou da entrevista à revista Marie Claire, onde diz que sou a Mônica. Não fazia ideia do que significava ser a “Mônica” da música “Eduardo e Mônica”. Levei muito tempo para ser “grata” à referência, pois me incomodava a curiosidade das pessoas de saber se eu era a personagem criada, se correspondia aos anseios delas, etc. E claro, não correspondia, pois não era eu. Assim como o Eduardo não era o Renato e nem o meu marido, o Fernando”

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Gabriel Leone, que interpreta Eduardo no filme, já participou de trabalhos como 'Verdades Secretas', 'Velho Chico' e a recente novela da Globo 'Um Lugar ao Sol'. Ao ser perguntado sobre sua expectativa com o personagem, Gabriel respondeu que sempre teve uma relação especial com as músicas da Legião Urbana por ter sido criado com pais super fãs. Tal influência desde a infância fez com que ele corresse atrás do teste, o que resultou na conquista do papel. Já Alice Braga, a Mônica, atuou em ‘Cidade de Deus’, ‘A Cabana’ e deu sua voz para diversos personagens de filmes estrangeiros. A preparação para viver os protagonistas foi intensa e contou com a direção de Sérgio Penna, preparador de elenco conceituado no Brasil. Eduardo é um adolescente de 16 anos, então Gabriel focou em parecer como seu eu de 16, se baseando em suas vivências e nas do irmão mais novo. Alice até aprendeu a andar de moto, por ser uma característica marcante da personagem no filme, para interpretar a Mônica, e os dois conquistaram uma química sem igual para interpretar o casal. René Sampaio, diretor do filme, mergulhou fundo para capturar a essência da música na adaptação. Por ser diferente de um livro, que é normalmente adaptado às telas respeitando os atos mas com pequenas mudanças, uma música tem sua narrativa pronta, causa um impacto em massas e marca memórias. Por esse motivo, traduzir o sentimento coletivo em um filme o desafiou: “O que eu acho que música tem de mais bacana é o sentimento, que é mais coletivo. O livro é muito particular e cada um entende de uma forma, mas a música tem essa característica muito mais forte. O mais importante quando você adapta uma música, como foi com Faroeste caboclo, e como fizemos agora com Eduardo e Mônica, é ser fiel ao espírito da música, o que essa música me tocou, como a gente pode passar essa sensação de escutar Eduardo e Mônica em um filme” Os grandes sucessos da banda Legião Urbana são um terreno fértil para interpretações visuais, e explorá-los em mais um filme para completar uma trilogia é uma pretensão do diretor. A terceira música a ser adaptada ainda não foi escolhida e está em negociação, mas seja lá qual for, a missão é comunicar a cultura brasileira para o mundo. Em suma, o que nos espera nas telas é uma história de amor às diferenças, de respeito e amadurecimento. É possível identificar, em cada personagem, uma parte nossa.

Na

foto

acima

Eduardo

e

Mônica

em

cena

do

filme.

Casal é interpretado por Gabriel Leone e Alice Braga Imagem: Reprodução

05 DEZ 2021


Jogos e Cinema

GAMES E CINEMA: UMA COMBINAÇÃO AGRIDOCE POR LORENA DE ARAÚJO

O

s fãs de jogos eletrônicos novamente estão sem fôlego com o lançamento de uma nova adaptação de um jogo para o cinema. “Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City” é um filme live action dirigido por Johannes Roberts - diretor veterano no gênero de horror -, baseado na série de games de terror homônima. Nas salas de cinemas nacionais, em 2 de dezembro, “Bem-Vindo a Racoon City'' não é a primeira adaptação da franquia. Em função do lançamento do filme, a chamada comunidade gamer está agitada com a possibilidade de mais uma obra cinematográfica que não faz jus aos amados títulos. Diversas longas-metragens produzidas em live action - adaptações de obras animadas realizadas por atores reais - acabaram por agradar os gamers, enquanto outras, como veremos na sequência, foram um desastre total.

Um exemplo perfeito de catástrofe cinematográfica foi o recente “Sonic: O Filme”, dirigido por Jeff Fowler. Tendo sua estreia prevista para 2019, o longa foi refeito e teve sua estreia em fevereiro de 2020, após receber uma rejeição considerável por parte dos internautas após o lançamento do primeiro trailer. Acabando por receber 63% de aprovação na avaliação do Rotten Tomatoes - importante portal de críticas de obras audiovisuais norte-americano -, uma porcentagem não tão desejável. O famoso ouriço da Sega, primeiramente, foi modificado para apresentar características mais humanoides em relação às já conhecidas pela comunidade gamer, entretanto, o resultado foi no mínimo assustador. Mesmo após o adiamento do lançamento, o filme com Jim Carrey, não foi recebido de braços abertos pelo público, sendo mais um dos inúmeros exemplos de adaptações malsucedidas. Um outro exemplo, que faz parte da memória da maioria dos jovens dos anos 2000, é “Lara Croft: Tomb Raider”. Contudo, o filme de 2001 estrelado por Angelina Jolie e dirigido por Simon West, não é um completo desastre: apesar de possuir apenas 20% de aprovação no Rotten Tomatoes, além de uma coleção de críticas ruins, a obra se estabeleceu como um ícone e uma referência da cultura pop. Aqueles que não conheciam anteriormente a franquia de jogos “Tomb Raider” foram apresentados à uma Lara Croft, icônica, interpretada por Angelina Jolie. Definitivamente não é uma película lembrada por sua boa qualidade, mas é um grande clássico das adaptações de jogos, que abriu portas para inúmeras outras. Não vamos esquecer das adaptações de jogos de luta; por algum motivo os filmes baseados em títulos gigantescos de artes marciais são um limbo de obras controversas. “Tekken” (2010), “Street Fighter: A Lenda de Chun-li” (2009), “Mortal Kombat: A Aniquilação” (1997), “King of Fighters: A Batalha Final” (2009) e diversas outras obras cinematográficas de ação, disputam entre si o título de pior adaptação já feita. A maioria coleciona, por coincidência ou não, aprovações baixas, críticas especializadas ruins e rejeição do público.

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Entretanto, nem tudo são derrotas: retornando ao ponto de partida, Resident Evil possui uma nostálgica série de filmes protagonizada por Milla Jovovich no papel de Alice, iniciada em 2002 com “Resident Evil: O Hóspede Maldito” e terminando em 2016 com “Resident Evil 6: O Capítulo Final”. É fato conhecido que nenhum desses filmes levou um Oscar para casa, mas principalmente o primeiro filme é recebido de braços abertos pelo público. Em uma mistura de nostalgia com de fato alguma qualidade, os filmes não são fiéis aos jogos mas são um bom entretenimento, além de icônicos. A pressão em cima de “Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City” é justamente a demanda por uma adaptação que dê a mesma experiência que os games promovem. No âmbito do terror, um outro título respeitável entre os gamers e os amantes do gênero do horror é “Terror em Silent Hill” (2006). Se você não é tão fã das assustadoras obras, uma agradável surpresa foi “Pokémon: Detetive Pikachu” (2019), que chegou com a proposta ambiciosa de transformar a querida série de jogos da Nintendo e desenhos animados japoneses Pokémon em uma live action. O tempo está sendo bondoso e dando a oportunidade dos produtores e diretores de cinema não cometerem os mesmos erros de outrora, com o mais grave desses que é ignorar as demandas de uma comunidade tão exigente quanto a dos gamers. As plataformas de streaming também estão entrando com tudo nas adaptações de jogos, inclusive sendo muito bem recebidas por alcançarem uma excelência impecável, como é o caso da série “The Witcher” (2019), original da Netflix baseada nos jogos e nos livros homônimos. Podemos ressaltar também a série animada “Arcane” (2021), que estreou na plataforma batendo recordes de audiência, adaptada do famoso jogo da Riot Games: League of Legends. A realidade é que as adaptações de jogos para o cinema percorreram um caminho agridoce até o momento, mas estão se estabelecendo como obras respeitáveis, com uma qualidade exímia, e não apenas como um entretenimento fajuto.

Resident Evil Degeneração (à esq.) mostra a aparência conhecida de Leon, personagem querido pelos fãs da franquia. Imagem: Capcom/Reprodução

06 DEZ 2021


Cinema Internacional O USO DE ARMAS EM SETS DE FILMAGENS AINDA É NECESSÁRIO? POR MILENA FERREIRA

N

o dia 21 de outubro de 2021, o ator Alec Baldwin matou acidentalmente a diretora de fotografia Halyna Hutchins, e feriu o diretor do filme Joel Souza, durante as gravações do Rust, nofilme estado americano do Novo México. A arma cenográfica usada pelo ator estava carregada e disparou de verdade. A diretora chegou a ser levada ao hospital, mas acabou não resistindo aos ferimentos. Ainda acontecem investigações sobre o ocorrido, porém, até o momento as informações é que o tiro ocorreu acidentalmente por uma arma cenográfica. A polícia investiga o tipo de arma e a munição disparada. Esse acidente traz à tona o debate sobre a presença de armas em sets de filmagens.

Alguns dias após a tragédia, Alec Baldwin declarou em seu Twitter: “Não há palavras para expressar meu choque e tristeza em relação ao trágico acidente que tirou a vida de Halyna Hutchins, esposa, mãe e colega nossa profundamente admirada”, disse o ator. “Estou cooperando totalmente com a investigação policial para tratar de como essa tragédia ocorreu e estou em contato com o marido dela, oferecendo meu apoio a ele e sua família”, continuou. "Meu coração está partido por seu marido, seu filho e por todos que conheciam e amavam Halyna." Além disso, Balwin afirmou que está extremamente interessado no debate sobre a limitação do uso de armas em sets.

Contudo, novos protocolos serão criados para evitar mais tragédias em gravações com armas, uma das alternativas é proibir o uso de armas verdadeiras, ou tornar obrigatória a exigência de um profissional especialista em armas em todas as produções de filmes e séries a. O uso de efeitos especiais também é uma opção para que acidentes como esses não se repitam. A criação de um regulamento e um órgão fiscalizador na indústria cinematográfica americana e internacional para a segurança dos profissionais nessas cenas é outra proposta que está sendo debatida. Além disso, uma preparação maior e instruções para os atores não apontarem a arma para uma pessoa são outras medidas tomadas a partir de agora.

Acima foto do set de gravação do filme "Rust" no Novo México e abaixo ator Alec Baldwin durante as gravações. Imagem: Reprodução.

Nas produções cinematográficas hollywoodianas esses casos fatais não são isolados. Desde 1990, cerca de mais de 150 atores e membros da equipe já sofreram acidentes em sets, principalmente, com armas, mesmo sendo um procedimento comum a utilização de armas em filmagens, há sempre uma equipe de apoio. Nas filmagens de ‘’O Corvo’’ em 1994, onde o ator Brandon Lee, filho do ator Bruce Lee, morreu em um acidente semelhante. O ator Michael Massee, colega de cena de Brandon, gravava uma cena em que disparava com uma arma contra o personagem de Lee. Entretanto, a equipe não percebeu que a arma estava com um projetil calibre 44. Após uma investigação, descobriram que, aparentemente a arma usada para disparar contra o ator continha um pedaço de projétil que se alojou no cano da arma durante uma cena filmada dias antes. A promotoria decidiu não aplicar punição a ninguém pela morte de Lee, apesar de parecer claro que havia algum tipo de negligência. Devido ao acidente envolvendo o ator Alec Baldwin, muitas pessoas da indústria comentaram sobre o uso de armas em cenas. Em uma entrevista ao jornal The Times, a atriz Angelina Jolie afirma que toma sempre muito cuidado em cenas que usa uma pistola. O fundador de uma produtora Seven Bucks, ressalta em uma entrevista que em qualquer filme que ele produza não usará armas de verdades, e respeita todos os protocolos e medidas de segurança para manter os sets seguros para os atores e toda equipe envolvida.

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07 DEZ 2021


Streamings STREAMING: HISTÓRIA, CONCORRÊNCIA E IMPACTO NO CONSUMO DOS FILMES E SÉRIES POR JOÃO VICTOR PEREIRA

D

e fato, hoje, percebemos que o streaming chegou chegando e abalando toda uma estrutura que acreditávamos ser inabalável. Pensar que acompanhar a TV paga e ter a possibilidade de gravar o seu conteúdo favorito ou ir até uma locadora e escolher a película desejada, se tornaria ultrapassado, só se tornou realidade através de uma vertente: a filosofia NETFLIX.

São vários tipos de produções, do romance ao drama, do terror à comédia, que viram tendências e são assistidas através da pequena ação de dar um play de onde você estiver. Afinal quem nunca escutou: “como assim você não assistiu a La Casa de Papel?”. Um clique e você se torna parte de uma cultura que sabe cantar Bella Ciao sem nem sequer saber da história por trás da canção histórica.

A NETFLIX foi uma empresa criada por Reed Hastings e Marc Randolph nos Estados Unidos em 1997, visando facilitar o acesso do consumidor ao conteúdo em DVD. No início, o estadunidense pedia um DVD e o recebia através do correio. Logo após, foi lançada a opção de fazer uma assinatura mensal e receber mais DVD 's por semana: o cliente devolvia um DVD já recebendo outro (tudo via correios e sem sair de casa). Mas eles não pararam por aí.

Os grandes streaming gostaram tanto do sucesso e formato, que até quem sempre preferiu as bilheterias, como o caso da Disney, decidiu apostar no lançamento de suas produções de forma online. Viúva Negra, um filme sobre a heroína do grupo de heróis mais famosos da atualidade, Vingadores, foi a grande aposta da Disney para popularizar a sua plataforma de streaming, Disney+. Durante um momento pandêmico, pensar nessa alternativa de lançar o filme na plataforma para todo o mundo junto aos cinemas, de onde estava liberado ir ao cinema de acordo com a situação de cada local com a luta contra a covid-19, era o óbvio a ser feito. O problema, é que o filme fez tanto sucesso na forma digital, que fez a protagonista do filme, Scarlett Johansson, processar a Disney. De acordo com a atriz, uma das formas de pagamentos aos atores é o repasse da bilheteria dos cinemas, e se o filme faz mais sucesso online ou não é lançado primeiro nos cinemas, muito os atores deixam de lucrar. Ou seja, o streaming realmente abalou todas as áreas das produções cinematográficas.

Reed e Marc perceberam que suas listas de clientes não paravam de crescer e logo precisaram de uma alternativa para o negócio continuar de pé. E se as pessoas não precisassem enviar e nem mesmo receber os DVD’ s ? Com um login resolvemos tudo isso? E logo eles fizeram essa resposta ser um “sim”. Utilizaram um método existente e pouco desenvolvido chamado streaming, e construíram uma filosofia de comportamento e mercado entre seus colaboradores que tornaram NETFLIX sinônimo de US$ 7,5 bilhões em 2021. Febre em todo o mundo, a NETFLIX mostrou a todos um mercado de amplas possibilidades que se traduzem em sucesso financeiro, que fizeram rapidamente os velhos mandantes da TV paga (ou TV por assinatura), quererem fazer parte desse novo universo. Amazon, Globo, Disney e HBO, são exemplos dos gigantes que se aventuraram por esse caminho e obtiveram sucesso. Afinal, a fórmula não apresenta erro. Fórmula essa, exponenciada pelos sucessos de streaming, que a partir de 2018 passaram a acumular até estatuetas do Oscar com produções como Roma, da pioneira NETFLIX. agora competindo com Hollywood, produções feitas pelas grandes marcas do streaming faziam sucesso, sem mesmo passar pelas telinhas dos cinemas, ao redor do mundo ou fazer recordes de bilheteria com valores milionários. O termo que mede o sucesso passa a ser “reprodução” e um novo tipo de consumo passa a ser estabelecido no mundo. Investimentos massivos passam a ser feitos em divulgação para atrair mais views às produções. O marketing relacionado aos streamings não divulgam apenas um filme ou série, divulgam estilos de vidas. Quem ainda não consome streaming, além de ser antiquado, não sabe aproveitar o melhor da vida. Sentar no sofá ou deitar na cama e ter infinitas possibilidades para dar play, é se conectar com o mundo moderno e com seu mood do dia. Mais do que assistir a um filme ou série, é você estar integrado às produções que se tornam grande parte da cultura de uma sociedade e de forma rápida.

PELÍCULA

A concorrência é tanta no mundo dos streamings, que as gigantes Warner e Discovery anunciaram uma fusão que dá origem à segunda maior empresa de mídia do mundo, com mais de 20 marcas globais e US$ 132 bilhões de faturamento anual. Que fez, no Brasil, a Globo e a Netflix começarem a costurar um projeto de novela juntos. Que faz, no mundo todo, com que empresas esqueçam seus mundos intocáveis e passem a pensar de uma forma conjunta. É claro que querem lucrar, mas para isso precisam inovar cada vez mais e mostrar aos consumidores que suas produções são melhores e merecem ser assistidas, mesmo que isso signifique se juntar com seu concorrente. O mundo é dos streamings, nada se compara a isso. A banda larga, televisores, computadores e celulares não são coisas necessárias para assistir a um conteúdo. Mas sim, produzidas para reproduzirem esses conteúdos da melhor forma possível. Filmes e séries nunca mais foram consumidas da mesma forma e agora há produções de todos os tipos para gente de todos os tipos. Quem diria que um serviço de entrega de DVD’s via correio, transformaria o mundo.

Na

foto

correios

embalagens nos

Estados

de

envio

Unidos

de

feitos

DVD's pela

através NETFLIX

começo da empresa. Imagem: Netflix/Reprodução

08 DEZ 2021

dos no


Película Realização FLÁVIA MATTOS JOÃO VICTOR PEREIRA LORENA DE ARAÚJO MILENA FERREIRA

PROJETO REALIZADO COMO AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA DE PLANEJAMENTO GRÁFICO MINISTRADA PELO PROFESSOR SÉRGIO XAVIER DEZ/2021.2


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