Jornal da Pinheiro - nº 48

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JORNAL

DA

PINHEIRO DISTRIBUIÇÃO GRATUITA | Ano 16 | 2021.2| nº 48

“Apptização” da vida CLAUDINE VARELA • claudinemv@gmail.com

Você já reparou na quantidade de vezes que recorre a um aplicativo na sua vida diária? De acordo com informações do App Annie, veiculadas pelo Terra e pelo G1 no Brasil, as pessoas passavam 3 horas por dia em aplicativos de celular em 2018. p.04

Transformando pequenos mundos através do voluntariado Ser voluntário é fazer a diferença ao ajudar a diminuir as dificuldades sociais, além de trazer benefícios também para quem pratica a ação.

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Veja mais...

A importância de um investimento cultural para a melhoria de uma Cidade p.03

A Importância da retomada dos Cinemas p.05

Criança com máscara sinaliza os cuidados para o retorno e cinemas p.08


Editorial O processo de confecção jornalística é transpiração. Muito trabalho é desenvolvido desde a seleção do conteúdo para abordagem. É trabalho de pesquisa, redação e produto final. Os fatos são apurados sobre a ótica multifacetada, preservando a ética com intuito de demonstrar de forma clara e objetiva várias linhas de análise. Isto permite que a opinião pública mantenhase atualizada e esclarecida sobre diversidade de fatos. O trabalho executado pelo jornal laboratório reflete a base teórica desenvolvida em quatro anos de graduação, no qual os alunos vão pondo em prática tudo o que aprenderam.É a hora de ter uma ideia real de como funciona uma redação.Participar das fases de produção e concretização do jornal.É a preparação para o mercado de trabalho e para a eficaz prestação de serviço a comunidade. Os temas abordados levam em conta os assuntos de maior relevância e as editorias estão alinhadas com temáticas atualizadas e envolventes. Os transtornos causados pelo grande número de desapropriações para os eventos esportivos, o impacto ambiental são um retrato do posicionamento desta edição.

Jornal Laboratório do curso de Jornalismo da Faculdade Pinheiro Guimarães Produzido pelos alunos da disciplina Jornal Laboratório (7º período) Diretor-Executivo: Armando S. Pinheiro Guimarães Coordenador do curso: André Luiz Cardoso Editor-Chefe: Sergio Xavier(sergiosx@gmail.com) Repórteres: Bruna Soares, Claudine Varela, Larissa Barros, Leonardo de Carvalho, Renato Graciano, Rhamon Mattos e Wallace Clayton Diagramação: turma de 7º da discciplina Jornal Laboratório Revisão: Cláudio Pimenta Impressão: Gráfica Folha Dirigida Rua do Riachuelo, 144 - Centro - RJ - CEP 20230-014 Tiragem:15 mil exemplares Rua Silveira Martins, 153 – Catete - RJ Telefone: (21) 2205-0797

www.faculdadepinheiroguimaraes.edu.br

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Transformando pequenos mundos através do voluntariado

Dona Eunice (Primeira à esquerda) e parte da família do abrigo. Foto: Paulo Henrique Pereira

BRUNA SOARES • brunassoares23@gmail.com

Ser voluntário é fazer a diferença ao ajudar a diminuir as dificuldades sociais, além de trazer benefícios também para quem pratica a ação. Ajudar ao próximo é o que motiva a senhora Dona Eunice de Souza, de 81 anos, a ao levantar-se da cama disposta todos os dias. Desde 1991, ela se dedica a um abrigo que leva seu nome “Casa Lar Dona Eunice”. L., localizado em Prados Verdes, município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, o lar funciona como abrigo para as crianças em situação de vulnerabilidade. Paraibana da cidade de João Pessoa, Dona Eunice também passava por dificuldades quando deixou sua cidade natal e veio para o Rio de Janeiro em busca de melhores condições de vida. Ao chegar aqui, foi motivada pela necessidade do local, que não tinha creches, nem escolas por perto. A ideia inicial era fundar uma escolinha, para acolher as crianças por apenas algumas horas do dia, oferecendo alimentação, diversão, além de alfabetizá-las, mas Dona Eunice foi além. Vendo que muitas dessas crianças não tinham para onde

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retornar no final do dia, ela passou a acolhê-las em sua residência, e foi questão de tempo para o lar ficar lotado. Ao longo de 28 anos, Dona Eunice cuidou de mais de 100 crianças e adotou nove. “O meu trabalho é focado nisso, de tirar as crianças de situação de risco, que não tem onde morar, que não tem o que comer, que não tem condição de sobrevivência. Uns tem pai, outros não têm,”, diz orgulhosa de sua trajetória. O local não recebe apoio governamental. Dona Eunice, hoje, conta apenas com ajuda de pessoas de bom coração que se dispõem a ajudar. “Eu mesmo não tenho condição nenhuma de fazer sozinha o trabalho. Faço porque tem muita gente que acredita no meu trabalho e me ajuda. Eu vou fazendo a obra do jeito que Deus me dá condição, com ajuda de um, com ajuda de outro”, finaliza. Seguindo o mesmo objetivo da Dona Eunice, Felippe Monteiro, Formado formado em direito e barman nas horas vagas, Felippe Monteiro descobriu que tinha vocação para trabalhos voluntários

após conhecer os projetos do qual uma amiga fazia parte. O jovem, de 24 anos, se sentiu tocado e em pouco tempo se envolveu em dois grandes projetos. O primeiro consiste em palhaçaria, onde se caracteriza como palhaço para levar alegria e conforto às crianças internadas nos hospitais de Nova Iguaçu, além de fazer visitas a orfanatos da região. Felippe também se tornou voluntário do ‘Compaixão’, ONG responsável por inúmeros projetos, entre eles, o ‘Doe Chinelos’, responsável por calçar pessoas de comunidades carentes nos interiores do nordeste e lugares precários, colaborando para dar o mínimo de dignidade ao ser humano. Felippe completou quatro anos no trabalho voluntário, e diz que passou a se sentir completo desde então, mesmo com todas as dificuldades que encontra diariamente, principalmente financeiramente. “O ‘Compaixão muda vidas, tanto de quem é alcançado por ele, quanto quem é usado. Você chega lá com um par de chinelos. A gente trabalha com kits de higiene, com doações de cestas básicas, e o que mais as pessoas precisarem. Atendimento psicológico, palestras de higiene pessoal, e a gente sai de lá abastecido, sabe? Renovado. É tipo um Restart assim na gente”, declarou o jovem. Para Felippe , o voluntariado precisa ir além da necessidade de doar alimentos ou oferecer cuidados com higiene, mais importante que isso, é a atenção e cuidado para com o próximo. “A gente tá sempre buscando fazer as ações bem humanizadas, porque não é só levar um par de chinelos, levar uma escova e uma pasta de dente num kit bonitinho, um alimento. Isso faz a diferença sim, isso é necessário para nossa vida, para nossa saúde, mas dá uma olhada pro lado com o olhar de compaixão, olhar nos olhos assim de quem te na sua frente, de quem te recebendo com o olhar de amor, isso sim faz muita diferença”, finalizou Felippe.


CULTURA

A importância de um investimento cultural para a melhoria de uma Cidade RHAMON MATTOS • Rhamon.Mattos@gmail.com

Prefeito Cap. Nelson e seu Secretário de Turismo e Cultura, Lucas Muniz acertando os últimos detalhes antes da inauguração do Teatro (Foto: Renan Otto)

Devido à falta de investimento em cultura nas áreas carentes, por parte do governo, muitos artistas não recebem apoio e alguns acabam deixando de lado esse sonho, por não encontrar uma oportunidade de trabalho e reconhecimento de sua arte. Ao longo de cinco anos de uma má, gestão na qual o prefeito antecessor abandonava sua cidade e não mantinha um diálogo com a população, a atual gestão da cidade de São Gonçalo, comandada pelo prefeito Capitão Nelson e o seu Secretário de Turismo e Cultura, Lucas Muniz, vem investindo nesse setor para obter mudanças e melhorias. “Temos diversos projetos, nós estamos mudando a imagem da cidade e embelezando os espaços públicos com apoio dos grafiteiros locais. Inauguramos a Feira Nordestina, foi revitalizado alguns pontos turísticos de São Gonçalo, como: a Fazenda Colubandê que se encontrava completamente abandonada e que passou por uma reestruturação em sua área externa e de lazer. O entorno da Praia das Pedrinhas ganhou uma

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praça e sem contar o investimento na conhecida Batalha do Tanque, na qual já proporcionou a entrada de vários famosos, hoje, no mundo do Rap Nacional.” Comentou o Secretário de Turismo e Cultura, Lucas Muniz. O Teatro do município que leva o nome de George Savalla Gomes – o famoso Palhaço Carequinha, finalmente, foi inaugurado e está sendo um sucesso para sua população. Sendo distribuído inúmeros ingressos para os habitantes que nunca vivenciaram esse ambiente cultural. Com isso, a Marlene dos Santos, de 53 anos, nos relatou como foi a sua primeira experiência nesse local. “Muito legal, nunca tinha entrado no teatro e visto uma peça, achava que não era pra pessoas como eu ir a lugares assim e o teatro daqui de São Gonçalo a gente passava na frente, mas vivia fechado, era só uma promessa e ainda bem que agora podemos frequentar.” Inclusive, a mesma deixou um recado de como a comunidade pensa que será tratada nesses locais e como esse acesso mudou seu

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pensamento crítico através da arte. “Mudou muito, fiquei encantada com a peça. Ainda mais por ser a primeira vez, me emocionei, estou contanto para todo mundo essa experiência e quero ir mais vezes. A comunidade tem medo de como será tratada nesses ambientes, muitos acham que nós só temos que curtir algo dentro da nossa realidade e isso parece uma prisão. Acho que mudaria esse pensamento da gente se contentar com o pouco que recebemos e ter mais desejos de receber mais esse tipo de diversão.” Vale destacar que, São Gonçalo é uma cidade com inúmeros talentos lançados no mundo da arte, até famosos, como: Seu Jorge, Altay Veloso, o ator global Rafael Zulu, Edmundo, Vinicius Jr, que está se destacando na Espanha pelo Real Madrid, Orochi que, hoje, faz um sucesso gigantesco no mundo da música e tem até sua própria gravadora, entre outros. Com essas referências culturais, a prefeitura almeja um grande objetivo com a abertura do Teatro, na qual está dando

oportunidades para os artistas locais se apresentarem e mostrarem seu talento, deixando de lado os estereótipos marginalizados que muitos mantinham em seus pensamentos conservadores. De acordo com o músico, Caíque Oliveira, 22 anos, e conhecido como: Mc Sergipinho, o mesmo está disposto a mudar a concepção da sociedade através da arte, expondo seu pensamento após receber uma oportunidade de se apresentar no Teatro, junto com a famosa “Batalha do tanque”. “Hoje, as pessoas nos enxergam como um artista ou um futuro artista e não um bandido, favelado fazendo algazarra na rua. Isso é muito bom, posso divulgar o meu trabalho mais tranquilo e ter mais voz na cena. ” O investimento na pasta da cultura, além de proporcionar o conhecimento e acrescentar em um olhar crítico cultural, reduz a violência, proporciona qualidade de vida e entretém as pessoas deixando-as satisfeitas. No entanto, para que isso aconteça é necessário que o Estado se faça presente e empregue políticas públicas e


CAPA

“Apptização” da vida CLAUDINE VARELA • claudinemv@gmail.com

Você já reparou na quantidade de vezes que recorre a um aplicativo na sua vida diária? De acordo com informações do App Annie, veiculadas pelo Terra e pelo G1, no Brasil, as pessoas passavam 3 horas por dia em aplicativos de celular em 2018. Em pesquisa mais recente, divulgada no site Olhar Digital, em julho deste ano, esse tempo subiu para 5,4 horas e o brasileiro chegou ao primeiro lugar da lista. Se já eram populares antes do Coronavírus, durante a pandemia eles viraram uma verdadeira febre, com crescimento de até 400% em alguns estados. São Temos como exemplos os que permitem a realização de lives, reuniões entre várias pessoas, os de pedidos de entrega de compras e de comida. Tanto que lojas e mercados grandes e pequenos cada vez mais possuem aplicativos próprios para esses serviços. Ivana Soares, artista visual, como os outros entrevistados, utiliza apps basicamente no celular, “uso pra me comunicar, deslocar, pagar contas, marcar consultas médicas...” Além desses usos mais facilmente percebidos, há aplicativos nos celulares para tudo, desde o uso da câmera fotográfica até o despertador. Sim, até o alarme funciona por app. Com isso, os celulares passaram a ter várias páginas iniciais, não mais uma tela. As pessoas passaram a ouvir música no Spotify, falar e até telefonar pelo WhastApp, pedir comida Ifood, resolver seus pagamentos pelo internet banking de seu banco, ver aniversários e compromissos na agenda do Google, fazer exercícios com o BT Fit e beber água por qualquer outro app toca um sinal com barulho de água e a imagem de um copo aparece na tela.

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Com isso, mesmo facilitando uma interação virtual, como relatou o estudante Rodrigo, “Esses apps criam espaços virtuais de interação, que podem proporcionar novas experiências pra quem os usa, novos amigos ou inimigos. Além de aumentarem as possibilidades de encontros de grupos, já que é possível combinar encontros...”, o contato no mundo real pode estar diminuindo. Já que não se vai mais ao mercado, ao restaurante, à academia e a tantos outros lugares onde as pessoas se encontravam e interagiam com desconhecidos, se misturavam socialmente e percebiam que o outro era tão real quanto elas na sociedade. A psicanalista, Constança Hertz, coloca que “empatia consiste na capacidade de se colocar no lugar do outro e só pode se desenvolver a partir de relações. O uso da tecnologia, de modo geral, parece

estimular a percepção do outro não a partir da subjetividade, mas, sim, através de uma espécie de ‘apagamento’ de características que são exclusivamente humanas. Como se a percepção do outro, através da tecnologia, se aproximasse de uma máquina e não de uma pessoa, em uma realidade cada vez mais desumana. A empatia é uma consequência relacional e os apps interferem na quantidade e na qualidade das relações”. Levanta-se aí uma questão difícil para os tempos atuais, principalmente pós pandemia de Covid-19. Com a “apptização” da vida e das relações, como sensibilizar as pessoas a serem mais empáticas? Se por um lado o mundo fala da necessidade coletiva de mais empatia, por outro se afasta do que pode ajudar a construí-la. Constança também fala que as relações, sendo mediadas por

aplicativos, ficam sujeitas ao bom funcionamento deles e quando há falhas, como ocorre às vezes em aplicativos de relacionamento e vira notícia mundial, isso pode gerar angústia nos usuários. Assim como o uso de apps na rotina diária pode se tornar um vício para aqueles que têm tendência a compulsão. O que foi observado, na prática, pela usuária Tatiana Eirado, zootecnista, “Por um lado, trouxe maior rapidez na comunicação, porém também gerou mais ansiedade, pois as pessoas querem respostas imediatas”. Pela velocidade com que vem crescendo, não é agora que se poderá ter respostas para questões sobre funcionalidade e prejuízo do uso dos aplicativos para as pessoas e para a sociedade como um todo. Ainda com a psicanalista, precisaremos de tempo para termos a real dimensão de tudo isso”.

A comunicação mediada pelos aplicativos põe em risco a capacidade do ser humano reconhecer o outro como igual, o desumaniza. (Foto: Divulgação)

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ENTRETENIMENTO

A Importância da retomada dos Cinemas na Baixada Fluminense WALLACE CLAYTON • wallacecnmoura@gmail.com

Criança com máscara sinaliza os cuidados para o retorno e cinemas. (Foto: Divulgação)

Devido a à Pandemia pandemiade Covid-19, muitas mudanças e barreiras foram impostas para o convívio entre todos os cidadãos, para evitar uma proliferação ainda maior do vírus. Em agosto de 2020, a prefeitura do Rio de Janeiro permitiu a retomada dos cinemas, com medidas restritivas, diminuição na capacidade total de pessoas e regras de distanciamento, respeitando sempre a distância de assento entre as poltronas. Em 2021, a capacidade total foi aumentada, sendo assim os cinemas precisavam de uma grande reviravolta e uma boa campanha publicitária para atrair o público de volta as salas, já que muitos filmes haviam sido adiados e até cancelados, por conta da incerteza que a pandemia trouxe com ela. O Caxias Shopping, decidiu sair a na frente da concorrência e fez algumas campanhas para atrair o público, a rede colocou ingressos a preços populares e valores fixos no estacionamento. Vanessa Gonçalves é gerente de cinema do Caxias Shopping, ela tem 27 anos,

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é formada em administração e pós graduada em cinema, ela conta mais da campanha, “Nnós tivemos uma grande baixa no orçamento devido a à pandemia e para cobrir essa baixa orçamentária, decidimos fazer uma campanha que pudesse atrair o público, sabendo também das dificuldades que todos tem enfrentado, decidimos aderir um valor bem em conta nos ingressos e também um preço razoavelmente baixo no estacionamento, com preços a partir de 10 Reais reais nos ingressos para o cinema e o preço fixo de 12 reais para o estacionamento, durante toda a estadia no local” . Vanessa conta, também, a escolha dos novos filmes que iriam a cartazes, “ Devido o ao baixo orçamento para escolher os novos filmes que iriam a cartaz, fizemos algumas enquetes nas redes sociais para saber quais os filmes estavam sendo mais aguardados e a maior parte das nossas escolhas estavam corretas, filmes como Velozes e furiosos, Invocação do mal, Eternos, Shang- chi, são alguns dos filmes que nos renderam uma

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grande bilheteria, durante esse ano, ainda aguardamos outros grandes sucessos que podem ser ainda mais lucrativos para nós, pois eles tem um grande índice de aceitação e expectativa dos usuários online que são “Homem- Aranha e Matrix Ressurreição” estamos com muitas expectativas com esses filmes” . O Caxias Shopping já atraiu mais de 5 mil pessoas para as salas em 2021, e os Shoppings de Nova Iguaçu e São João de Meriti seguem os mesmos passos com grandes promoções, e os espectadores tem adotado esse período de promoções, Vitória Evellyn Neri de Barros tem 25 anos, e é Estudante estudante de medicina Veterinária veterinária, nas horas vagas ela adora passar nas salas de cinema e conta como tem sido essa retomada para ela, “ Eu adorei que tenham voltado as atividades cinematográficas, com medidas restritivas sendo respeitadas e as normas de vigilância sanitária também, eu não vejo problemas em voltar, e acho muito interessante as promoções que estão acontecendo

ultimamente, com 10 reais é possível assistir um filme, e eu, particularmente, não aguentava mais, admito que esperei um pouco e só voltei a ir aos cinemas em 2021, pois eu tinha receio das condições e medidas restritivas, agora no entanto a pandemia está diminuindo e a flexibilização nos permite voltarmos com algumas práticas” . As redes de cinema esperam fechar o ano com um aumento e esse cenário é propício para isso, a atividade pode ajuda no aumento da economia do Rio de Janeiro, as redes de Cinema Kinoplex e Cine Araújo juntas compões mais de 50% das salas de cinema do Estado, a rede Kinoplex a exemplo da Cine Araújo também está com grandes promoções para atrair os clientes, a baixada, atualmente, é um grande reduto de cinéfilos, o a procura busca por salas de cinema tem sido uma das maiores procuras no Estado e a manutenção de campanhas para atrair o público é essencial para esse crescente aumento da economia na Baixada Fluminense.


ECONOMIA

Como será a retomada econômica do Rio de Janeiro após a pandemia LEONARDO OLIVEIRA • leonardoolicastro@hotmail.com

A pandemia do coronavírus é a maior crise sanitária e hospitalar que o Brasil já combateu, muitos setores foram afetados, principalmente, a economia. A falta de emprego chegou ao seu nível recorde, houve a diminuição da capacidade produtiva devido ao fechamento das empresas, e com o decreto de isolamento social fez muitos comerciantes fecharem suas portas. ¨As vendas caíram bastante, muito por causa do isolamento social, poucas pessoas nas ruas, o comércio ¨não essencial¨ sofreu bastante, muitos ficaram desempregados. Isso aconteceu, também, no setor do turismo, e em outros¨ explicou o economista, José Guilherme. O momento de crise ainda não tem data para terminar, mas com o fim do isolamento social, a economia tem tudo para voltar ao ¨normal¨. O processo não é de um dia para o outro, é demorado, mas a confiança para as empresas contratarem voltou. A crise fez com que muitas pessoas se arriscassem para conseguir pagar as despesas básicas. ¨Quando o serviço ¨não essencial¨ parou, eu perdi o emprego, fiquei um tempo sem trabalhar, e foi assim que conheci as vendas pela internet. Hoje, eu trabalho para mim e ganho mais do que no antigo emprego¨, disse Thays Oliveira, vendedora na plataforma do Mercado Livre. A pandemia da Covid-19 consolidou a tendência que já estava crescendo: o mercado de vendas pela internet, e não só os grandes varejistas. Segundo dados da Neotrust, o e-commerce brasileiro registrou mais de 300 milhões de pedidos e faturou mais de R$ 126 bilhões em 2020,

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sendo que 47% dos consumidores estavam realizando sua primeira compra online. De qualquer lugar, com um celular ou computador, basta um clique para fechar uma venda. ¨O fato de poder comprar qualquer coisa pela internet, abriu uma oportunidade muito grande para aqueles que começaram nesse ramo, você pode escolher qualquer nicho¨ disse Thays Oliveira. Essa migração de vendas do comércio físico para o digital foi definitivamente transformada, as lojas físicas precisaram a se acostumar com o novo normal, e conseguiram se desenvolver com uma nova forma de vender seus produtos, tanto por atendimento, agora, via WhatsApp, bem na divulgação de seus produtos nas mídias sociais, e a participação da sua loja no Marketplaces e novos e-commerces Outro ponto muito forte que já está encaminhando bem é o turismo, o setor que foi muito afetado durante a pandemia, mas que agora pode se tornar um importante vetor da recuperação da economia. O turismo é um dos setores mais abrangentes do mercado, pois, além dos profissionais estarem envolvidos diretamente com as áreas afins – como Hotelarias, Eventos, Restaurantes, Transportes e Viagens -, inclusive com outras áreas como o Comércio e Serviços, também são favorecidos pelo crescimento das atividades do turismo. O Rio tem o diferencial de reunir grandes cenários naturais em seu território, que inclui o ecoturismo e ainda o turismo rural e o de aventura, isso sem contar as praias. Outro segmento muito presente em qualquer rota turística

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é o de gastronomia. Mercados, bares, feiras e restaurantes são lugares muito visitados. ¨Agora que todo mundo está se vacinando, a gente se sente até mais seguro de poder conhecer lugares novos, depois de ficar em isolamento em casa, eu só penso em poder viajar, ir em pontos turísticos que nunca fui e outros estados também¨ comentou o Eduardo Marques, professor de inglês. A prefeitura do Rio de Janeiro lançou também um plano estratégico

da cidade para os próximos quatro anos, com uma previsão de investimento de R$13,9 bilhões de reais em políticas públicas para recuperar a economia da cidade. Para fazer o plano, foram ouvidos mais de 300 especialistas do Conselho da Cidade e mais de 20 mil sugestões avaliadas pela população por meio de enquetes do Participa.Rio. Esse plano foi apresentado no dia 15 de julho de 2021, no Palácio da Cidade, sede da prefeitura, em Botafogo.

Vacinação em massa faz comércio decolar (Foto: Divulgação)


TURISMO

Como o turismo sobrevive na pandemia? LARISSA BARROS • deluna.larissa@gmail.com

Os impactos da covid-19, no Brasil, nunca serão esquecidos, a forma como a pandemia atingiu nosso país mostra como nosso governo, assim como a maioria dos governos do mundo, não estavam preparados para o que a doença traria para diversos setores da sociedade. O turismo foi um dos mais afetados, já que todos os pontos de visitação turísticos precisaram ser fechados com o lockdown, medida criada para tentar conter a transmissão. Dados mostrando o impacto do covid-19 no turismo, deixam claro como a pandemia alcançou status de emergência que já esperávamos lá no início de 2020. Só em 2020, as atividades turísticas caíram em 36,7%, comparado com a mesma época em 2019, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Poucos setores da economia sofreram tanto quanto o do turismo, aeroportos praticamente fechados e países não aceitando estrangeiros foram realidade por muito tempo. A perda de empregos no setor é estimada em 1 milhão de vagas, número que engloba funcionários diretos e indiretos (terceirizados e prestadores de serviço). Em conversa com a turismóloga, Jéssica Delduque, vimos o medo dos profissionais do setor: meu principal medo, inicialmente, era perder meu emprego, por conta do lockdown, mas depois tive mais medo de perder alguém da minha família mesmo. Eu comecei a pensar em todo mundo que perdeu seu emprego e não me senti tão injustiçada, foi coletivo mesmo, infelizmente. De qualquer forma, perdi meu emprego e acabei precisando procurar novas formas de me sustentar, isso fez minha saúde mental ir para o saco, mesmo que eu não tenha me deixado levar, foi horrível. Este cenário está acabando aos poucos. Com a chegada da vacinação, podemos começar a criar a esperança de ver praias, museus, festivais e festas acontecendo como antes. O uso da máscara é obrigatório e a apresentação da carteira de vacinação também, assim poderemos ver o setor

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Turismo no Brasil enfrenta dificuldades na pandemia (Foto: Divulgação)

de turismo ressurgir e voltar ao normal. Pensando nisso, diversas iniciativas foram criadas, já que boa parte dos turistas estão buscando novas experiências, novos destinos e viagens que acrescentem sentimentos diferentes. A preferência por viagens domésticas é uma realidade, até porque, o dólar não está deixando muita gente confortável em sair do país. Jéssica também falou sobre a reabertura dos pontos turísticos: “Acredito que, conforme as pessoas sejam vacinadas 100%, a ação esperada é essa mesmo. Alguns pontos turísticos são bem abertos e não oferecem tanto risco quanto o Bondinho, por exemplo, que é um ambiente bastante confinado. Como a população do Brasil está caminhando para a imunização total, acho coerente exigirem o comprovante de vacinação para qualquer evento

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que for, seja ele aberto ou fechado. Fazendo isso, as pessoas presentes sentirão mais segurança em estar ali.” A prefeitura do Rio de Janeiro lançou um Caderno de Encargos dos Desfiles dos Blocos de Rua no dia 20 de agosto, a previsão é que o evento ocorra entre os dias 27 de janeiro e 6 de março. Serão 40 dias de Carnaval, que compreendem períodos antes, durante e pós-Carnaval. “Estamos trabalhando para o Carnaval de 2022 e estaremos preparados caso a festa seja possível. Planejamento é fundamental para que esta, que é a maior festa da cidade do Rio de Janeiro, saia com perfeição. Por isso, estamos lançando este caderno com a maior antecedência possível. Sempre balizados pela orientação da Saúde”, ressaltou a presidente da Riotur, empresa de turismo do município, Daniela

Maia. Ainda segundo a prefeitura, em toda a cidade serão espalhados 34 mil banheiros químicos, 10% deles acessíveis a pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, conforme determina a Lei Federal 10.098/2000. Quando perguntada sobre o Carnaval 2022, Delduque disse: “Sinceramente? Não, mas se acontecer mesmo, que seja com muita fiscalização e segurança. Eu como turismóloga não sou a maior fã de Carnaval, porque a cidade costuma ficar imunda, pontos turísticos são vandalizados e quase tudo fecha, mas o prefeito parece querer muito a volta dele.” Agora, resta aos brasileiros torcerem para que o cenário que conhecemos como comum na indústria geral volte, para que todos nós possamos viver bem.


EDUCAÇÃO NA PANDEMIA

Criança com máscara sinaliza os cuidados para o retorno e cinemas. RENATO GRACIANO • renatobg98@gmail.com

Creches recebem crianças desde junho deste ano (Foto: Renato Graciano)

Com o número de casos de Covid-19 mais controlados, alguns locais foram reabertos, entre elas, a escola. No dia 18 de outubro, alunos da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro retornaram para às escolas. A volta, também, marca que os estudantes não precisam mais fazer rodízio e podem ir todos os dias às as unidades públicas. No ano passado, as aulas foram apenas remotas. Neste ano, as escolas privadas seguem o modelo híbrido. A Coordenadora Pedagógica, Cleita Rodrigues dos Santos, explicou é como é feita as divisões dos alunos: “Temos alunos que participam das aulas nos sistemas presenciais, remotos (online) e híbridos (escalonado). Somos um colégio da rede privada, e os pais assinaram uma autorização fazendo a opção de como gostariam que os seus filhos assistissem às aulas, e não poderíamos tornar as aulas presenciais obrigatórias, pois ainda não saiu no Diário Oficial”.

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No entanto, segundo a Pedagoga, o prazo para a volta 100% presencial das aulas nas redes privadas, seja apenas em 2022, quando os alunos já terão tomado a segunda dose da vacina. “Estamos na forma presencial desde o início das aulas em 2021, seguindo os protocolos de segurança em relação ao distanciamento, o uso de álcool em gel e utilização das máscaras sendo trocadas no horário do intervalo pelos alunos. A secretaria Municipal de Educação publicou que os alunos poderiam retornar 100% presencial, mas as mudanças não foram regulamentadas em Diário Oficial, contrariando a expectativa de de algumas escolas particulares, como a nossa que aguardávamos uma nova publicação da prefeitura para o retorno de todos. O estado Estado publicou em Diário Oficial o retorno do Ensino Médio, porém não mencionou as escolas da rede privada e nem a obrigatoriedade”, completou

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Coordenadora Pedagógica. Além disso, a à volta das aulas presenciais não agrada todos os alunos. Kayque Isac de Assis do Santo, aluno de uma rede de ensino em São Paulo, criticou a falta de apoio de alguns professores e pouca justificativa pros alunos: “Senti um desânimo e o peso da defasagem escolar, no ano passado, não tive nada de conteúdo, apenas algumas atividades no classroom Google Classroom, mas que não me ajudaram em nada”. O estudante ainda relatou o incômodo de estudar durante a pandemia: “Muita gente acha que a pandemia acabou, quando saem da escola se reúnem na porta da escola para aglomerar, brigam na hora que pedem pra colocar a máscara”, completou Kayque. A rotina dos pais não é diferente. No início, existia um auxílio, mas com a volta às aulas: “Existia, sim, um auxílio que durou alguns meses, porém foi cortado por conta do retorno dos alunos para escola.

A prefeitura diz que como os alunos se alimentam na escola, não tem necessidade de ter essa ajuda extra pelo cartão alimentação”, comentou Wendel Vieira, pai de uma criança de uma creche. Wendel ainda explicou como é o sistema adotado por algumas creches: “Existem duas formas em que acontecem as aulas, a aula remota para aqueles pais que não querem o retorno dos filhos para escola e a aula presencial. Como todos aqui em casa estão vacinados, com exceção da minha filha, e todos os familiares também, minha esposa e eu decidimos que nossa filha poderia voltar pra aula presencial sem problemas, mas até acontecer a vacinação ela participou da aula remota pelo app RioEduca, que tem videos vídeos de atividades para serem feitas, seja no livro didático dado pela escola ou menos ensinamento de como fazer brinquedos com materiais recicláveis”. Por causa da Covid-19, as aulas foram paralisadas, e voltaram de forma remota ainda em 2020. Já neste ano, o método híbrido foi adotado, e as municipais já adotaram 100% presencial, mas os problemas da rede de ensino ainda continuam.

Alunos estudam após o retorno presencial Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília


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