Jornal da Pinheiro - nº 46 - 2021.1

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JORNAL

DA

PINHEIRO DISTRIBUIÇÃO GRATUITA | Ano 16 | 2021.1| nº 46

Quais os impactos dos jogos eletrônicos na vida da Criança e do Adolescente

TAIS FLORES • taisflores_cat@hotmail.com

Segundo uma pesquisa do Advancing Technology for Humanity (IEEE), os jovens estão passando de cinco a oito horas jogando sem parar. É o número de adolescentes e crianças na pandemia se multiplicaram, pois, muito tempo dentro de casa sem opções para sair, único entretenimento é ficar no celular jogando e, com tudo isso, muitos ficam isolados, esquece até da vida social. Até que ponto isso pode atrapalhar o desenvolvimento da criança? p.04

Art e a abert o

O cultura

céu

Brasil possui uma bem vasta e diversa.

p.02

Veja mais... Em meio à alta de desemprego, entregador por aplicativo se torna oportunidade p.03

Os problemas ambientais no Brasil p.05

A importância do esporte como ferramenta de inclusão social p.06


Editorial O processo de confecção jornalística é transpiração. Muito trabalho é desenvolvido desde a seleção do conteúdo para abordagem. É trabalho de pesquisa, redação e produto final. Os fatos são apurados sobre a ótica multifacetada, preservando a ética com intuito de demonstrar de forma clara e objetiva várias linhas de análise. Isto permite que a opinião pública mantenhase atualizada e esclarecida sobre diversidade de fatos. O trabalho executado pelo jornal laboratório reflete a base teórica desenvolvida em quatro anos de graduação, no qual os alunos vão pondo em prática tudo o que aprenderam.É a hora de ter uma ideia real de como funciona uma redação.Participar das fases de produção e concretização do jornal.É a preparação para o mercado de trabalho e para a eficaz prestação de serviço a comunidade. Os temas abordados levam em conta os assuntos de maior relevância e as editorias estão alinhadas com temáticas atualizadas e envolventes. Os transtornos causados pelo grande número de desapropriações para os eventos esportivos, o impacto ambiental são um retrato do posicionamento desta edição.

Jornal Laboratório do curso de Jornalismo da Faculdade Pinheiro Guimarães Produzido pelos alunos da disciplina Jornal Laboratório (7º período) Diretor-Executivo: Armando S. Pinheiro Guimarães Coordenador do curso: André Luiz Cardoso Editor-Chefe: Sergio Xavier(sergiosx@gmail.com) Repórteres: Carlos Gomes, Adriano Cornélio, Tais Flores, Márcio da Silva, Rodolpho Ivo, João Paulo Diagramação: turma de 7º da discciplina Jornal Laboratório Revisão: Cláudio Pimenta Impressão: Gráfica Folha Dirigida Rua do Riachuelo, 144 - Centro - RJ - CEP 20230-014 Tiragem:15 mil exemplares Rua Silveira Martins, 153 – Catete - RJ Telefone: (21) 2205-0797

www.faculdadepinheiroguimaraes.edu.br

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Arte a céu aberto

Guitarrista Maza se apresenta para o público (Foto:Carlos Gomes)

CARLOS GOMES • carloszacariasadm@gmail.com

O Brasil possui uma cultura bem vasta e diversa. Como o nosso país tem dimensões continentais, há uma enorme variedade cultural espalhada de norte a sul. O setor cultural é alvo frequente de cortes de recursos públicos nas três esferas de governo (federal, estadual e municipal), fazendo com que muitas das vezes esses profissionais fiquem desamparados. Mesmo com todas as dificuldades, esses profissionais resistem. É com esse pensamento que o guitarrista, Maza, se apresenta com seu violão na Rua Dois de Dezembro. Um local estratégico, por ser movimentado e possuir uma famosa rede de fast food: “ sou filho de músico, minha mãe foi a que me ensinou a tocar violão, quando eu era criança. Tenho um irmão que é baterista profissional, meu pai é baterista. Meu avô fazia instrumentos. E da família, eu sou o único que toca na rua, sou feliz tocando aqui e a minha família sempre me apoiou”, afirmou ele. Para quem trabalha na rua, o reconhecimento é sempre um dos pontos mais crítico. O guitarrista, Maza, não hesita em falar daaceitação dos cariocas em

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relação aos artistas de rua: “o Rio de Janeiro é um dos melhores lugares que tem para tocar. É evidente que por tocarmos na rua, não temos uma grande visibilidade, então tem uma certa limitação, não tem como tocar no VIVO Rio, tocar no Humaitá, longe disso, mas me permitem tocar na rua, então eu agradeço. Considero o Rio de Janeiro um dos melhores lugares para tocar na Rua. Eu já vi até músicos de Israel tocando no Largo da Carioca, vi colombianos, franceses. Todos são aceitos na Cidade”, finalizou ele. A importância de se levar a arte e o entretenimento ao alcance de todos em locais públicos, se torna mais relevante quando levamos em consideração a grande desigualdade social presente no Brasil. Muitas pessoas apreciam a arte de rua por ser uma apresentação democrática, que exige apenas uma contribuição voluntária ao final da apresentação, com os artistas de rua passando o seu famoso “chapéu”, não sendo necessário prévia contribuição/pagamento. Por se apresentarem na rua e em locais públicos, esses profissionais tentam aproveitar ao máximo o tempo, para fazer o maior número

de apresentações, no menor curto espaço de tempo: “nossa rotina é fazer o máximo de apresentações no mínimo espaço de tempo, pois em algumas estações os trens lotam, e infelizmente, não conseguimos prosseguir com o trabalho de maneira f luida. Geralmente, começamos a tocar a partir das 7h30 às 8h e vamos até por volta das 15h”, conta o artista de rua, Flávio Lemos, que se apresenta, diariamente, nos trens da Supervia, ao lado do seu colega de apresentação, Abel Di Castro. Embora façam a mesma coisa todos os dias, Flávio destaca a importância de usar a criatividade nas apresentações, para que cada apresentação seja diferente de alguma forma: “Sempre procuro alguma forma de inspiração à minha volta, mesmo que façamos praticamente a mesma coisa em todos os vagões, cada um é diferente de alguma forma, tirar as pessoas da inércia cotidiana é um tanto difícil, sempre tento chamar máximo de atenção positivamente, sempre com muita educação e de uma forma que não seja inconveniente. Dessa forma o processo criativo f lui”, afirma ele.

Como em todas as áreas, a pandemia da COVID-19 impôs desafios para essas pessoas, que viram as ruas se esvaziarem e ficarem sem renda, devido as medidas de isolamento social: “a pandemia nos afetou bastante. Praticamente, ficamos sem renda no início, com as medidas restritivas. Começamos a se apresentar online, fazendo lives no YouTube, e com a opção de as pessoas fazerem contribuição”, conta Abel Di Castro. Os artistas de rua, por muitas vezes não exigem muito, apenas um pequeno reconhecimento. São profissionais que possuem seu valor na sociedade, e a atividade exercida por eles deve ser reverenciada, pois muitas vezes essas pessoas tem apenas a rua como palco.


EMPREGO

Em meio à alta de desemprego, entregador por aplicativo se torna oportunidade ADRIANO CORNÉLIO • adriano@pressway.com.br

Tony Pereira é um dos quatro milhões de brasileiros que têm as entregas por aplicativos como renda principal (Foto: Divulgação)

A crise causada pela pandemia de coronavírus (covid-19) fez com que a sociedade olhasse de modo diferente para profissionais que nem sempre são lembrados: os entregadores de aplicativo. Com o afastamento social, a demanda de pedidos por delivery aumentou de maneira vertiginosa e, consequentemente, muitas pessoas passaram a trabalhar com entregas em várias parte do Brasil. O crescimento do desemprego levou muitas pessoas a buscarem alternativas para se manter financeiramente. A maneira que muitos brasileiros encontraram foi se cadastrar nos aplicativos de entregas. As medidas impostas para conter o avanço do novo coronavírus no país têm alterado os hábitos dos consumidores, e fez com que os brasileiros aderissem às compras pela internet, tornando o trabalho de entregador cada vez mais necessário. “Devido à alta dessa pandemia

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no nossa país e muitas coisas fecharem é, e o meu ramo de trabalho é totalmente oposto, mas como a escassez aumentou eu tive que optar a ser entregador de aplicativo”, revelou Tony Pereira, estudante universitário. Durante o período pandêmico, houve um aumento significativo no número de cadastros em aplicativos de delivery. Essa foi a possibilidade para muitas pessoas que perderam seus empregos e buscam uma renda. Com o aumento das medidas restritivas para conter o avanço covid-19, alguns aplicativos de entrega de comida aderiram à opção do serviço sem contato. Os usuários que pagam com cartão não precisam se encontrar com o entregador, diminuindo os riscos de contágio. Mas como nem tudo são flores. As dificuldades que os entregadores enfrentam além dos perigos do trânsito, que são de grandes riscos, vem à tona a carência de leis que

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amparam esses trabalhadores. Se por um lado a oportunidade que os aplicativos oferecem em suprir a falta de emprego, por outro lado a ausência de direitos trabalhistas são total. “Se o poder público tivesse um olhar pra gente, pra dar uma estabilidade, porque tudo é a gente que compra, a gente tem que comprar bolsa, tem que comprar as camiseta, boné, até mesmo a bicicleta, ou a locação de bicicleta e o nosso custo é muito pouco, a gente não tem muitos benefícios não com o aplicativo”, desabafou o entregador Tony Pereira. A discussão é enorme no âmbito dos direitos trabalhistas para os entregadores de aplicativos, envolvem autoridades e questões judiciárias a nível mundial. Para garantir a segurança financeira, de saúde e benefícios ademais, um novo Projeto de Lei quer incluir esses trabalhadores na Consolidação de Leis Trabalhistas (CLT).

“Só que essa efetivamente é uma situação nova então a legislação também vai precisar se adaptar a esse tipo de situação social. Existem alguns projetos de lei tramitando alguns incluindo eles é, essa relação na CLT, outras tratando como uma relação especifica, mas até o momento o que a gente tem é um momento de instabilidade jurídica, insegurança jurídica, né? Efetivamente esses trabalhadores não tem todos os requisitos previstos na CLT, do vínculo empregatício, principalmente, pessoalidade habitualidade, porque não necessariamente eles tem que prestar aquele serviço, ou dentro de um horário de trabalho. Mas por outro lado, eles estão ali se arriscando nas estradas, se arriscando para fazer as entregas, se subordinando as regras do aplicativo. Então efetivamente a gente vai precisar ajustar a nossa legislação”, informa a advogada trabalhista Nathalia Rangel. Com o texto preparado pelo senador Randolfe Rodrigues (REDE/AP), todos os trabalhadores de aplicativo poderiam adquirir direitos como salário mínimo por hora e férias anuais de trinta dias remuneradas, cujo valor deve seria calculado com base na média da renda mensal do ano de trabalho acrescido de um terço. O projeto de lei (PL) 974/2021 incluí todos os trabalhadores afiliados de aplicativos, desde motoristas do Uber, 99 e BlaBlaCar, até aqueles que exercem a função de motociclistas e ciclistas, como entregadores do iFood, Uber Eats e Rappi. Vale ressaltar que essas garantias incluídas no texto não impedem que outros direitos sejam previstos para setores específicos não citados diretamente.


CAPA

Quais os impactos dos jogos eletrônicos na vida da Criança e do Adolescente? TAIS FLORES • taisflores_cat@hotmail.com

Jogos eletrônicos uma forma de entretenimento (Foto: Anna Júlia da Silva Rocha)

Segundo uma pesquisa do Advancing Technology for Humanity (IEEE), os jovens estão passando de cinco a oito horas jogando sem parar. É o número de adolescentes e crianças na pandemia se multiplicaram, pois, muito tempo dentro de casa sem opções para sair, único entretenimento é ficar no celular jogando e com tudo isso muitos ficam isolados, esquece até da vida social; até que ponto isso pode atrapalhar o desenvolvimento da criança? Será que faz bem à saúde? Sabemos que no cotidiano as crianças e jovens têm passado muito tempo no celular é comum ver uma criança com o tablet ou celular vendo o YouTube ou, até mesmo, fazendo alguns vídeos no Tik Tok. Na quarentena muitas

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crianças e jovens, que estavam ansiosos, e até mesmo sem ter muita coisa para fazer) É comum ver em consultórios aguardando uma consulta, em alguns Supermercados também é possível notar que as crianças ficam dentro do carrinho assistindo enquanto seus pais fazem a compra do mês. Então isso, já faz parte do nosso cotidiano mas, até que ponto isso é saudável e quais impactos geram para uma criança? Para entender melhor, a psicóloga: Karen Setenta Loiola, diz: Não é saudável. Uma pesquisa demonstra que o uso de telas e internet por crianças e adolescentes tem ligação com o desenvolvimento de transtornos de saúde mental e problemas comportamentais. Levam a prejuízos físicos,

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psicológicos e sociais. Dores musculoesqueléticas, má postura, síndrome visual do computador (SVC), sedentarismo, sobrepeso, isolamento social, dependência psicológica em jogos eletrônicos. Dificuldade no âmbito dos relacionamentos interpessoais e socialização. Devemos sempre cuidar de nossas crianças para que cresçam fortes e saudáveis, por isso á importância de ter atenção e o cuidado com elas, é como a Dra.: Karen relata que: Quem dá o smartphone, computador, tablet, vídeo game a criança é o adulto. Este tem a responsabilidade de supervisionar, acompanhar e mediar o uso destes equipamentos. O adulto deve estimular a socialização e atividades lúdicas ao ar livre, sugerir outras possibilidades de entretenimento e diversão, assim como, apresentar as brincadeiras de sua geração. Promover o brincar, o jogar e socializar. Como tudo na vida, é questão de equilíbrio, temos que saber o momento certo de conversar, brincar e dar o telefone para nossas crianças, não apenas entregando sem supervisão. É muito importante que o adulto acompanhe sempre o seu filho e não deixe ele apenas sozinho, mas a interação com aparelho não tem apenas um lado negativo, mas também tem o seu lado positivo, que é considerado muito importante para o desenvolvimento do uso da internet e tecnologia: Acesso rápido à informação, acervo ilimitado de conhecimento, praticidade, possibilita a conexão com diversas realidades, culturas, ideias, diferenças e muito mais. Em relação aos jogos eletrônicos, alguns, estimulam o raciocínio lógico e pensamento

rápido, excitando áreas do cérebro que normalmente não são usadas. Também podem estimular o trabalho em equipe, pois necessitam de tarefas onde o sucesso é obtido através do trabalho mútuo. Claro que algumas mães monitoram e sempre estão ligadas no que os seus pequenos estão fazendo, mas até que ponto eu posso deixar o meu filho com o celular sem ter prejuízo? Á psicóloga Karen responde, “o equilíbrio e bom senso é sempre o indicado. A Sociedade Brasileira de Pediatria, assim como muitos estudos científicos, recomenda que crianças com menos de 2 anos não sejam expostas a nenhum tipo de telas. Infelizmente, não é isso que tem acontecido na prática. Para aquelas de 2 a 5 anos, o tempo deve ser limitado a uma hora diária, em até duas horas para as entre seis e 10 anos; e em até três horas por o uso de telas e jogos de videogames por crianças e adolescentes entre 11 e 18 anos. Com a necessidade do ensino remoto, devido à pandemia, este acesso precisou ser estendido, porém não justifica a falta de supervisão e equilíbrio. É o que faz a Tâmiles, que tem uma filha de 5 anos, e sempre faz a supervisão para que, futuramente, ela não tenha nenhum problema tanto físico ou mental, e nos relata um pouco sobre sua rotina: “bem, a Pâmela chega do colégio toma um banho e logo já quer pegar o celular, mas, eu sempre converso com ela, que primeiro tem que almoçar, fazer atividades do colégio, e depois o celular. Ainda bem que as aulas voltaram presencial, porque na quarentena ela estava com o celular o tempo todo, mesmo eu corrigindo e mandando ela fazer outras coisas, acabava que ela pegava o celular.


MEIO AMBIENTE

Os problemas ambientais no Brasil RODOLPHO IVO • rodolphoivo87@gmail.com

As indústrias contribuem para a poluição do ar (Foto: Divulgação)

O meio ambiente brasileiro passa por sérios problemas, afetando a população, os animais e as riquezas naturais do país. De acordo com o instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), os municípios do Brasil estão com 90% de seu território afetado. As causas mais registradas são as queimadas, poluição dos rios e desmatamentos. A poluição atmosférica prejudica o país, em especial as grandes capitais. Os veículos de passeio, os caminhões, as grandes indústrias e as queimadas são os principais responsáveis. Além de contribuir para a poluição do ar, as grandes indústrias, também, causam outro dano: a poluição do solo. O esgoto irregular, despejado em regiões ambientais, o lixo descartado de forma incorreta e atividades agrícolas indevidas. Os rios, lagoas e mares passam pela mesma situação. Assim como as indústrias, parte da população também é responsável. Resíduos químicos, lixo e produtos tóxicos

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usados pelos agricultores. Com isso, contaminam os peixes e as pessoas que utilizam essa água podem ter sérios problemas de saúde. A vegetação está devastada, devido as às frequentes queimadas, exploração irregular de madeiras, e com milhares de arvores derrubadas. Parte da população e dos grandes empresários que atuam nessas regiões, são responsáveis pelos crimes ambientais que acontecem, constantemente, nas regiões de mata atlântica. As queimadas poluem o solo e a atmosfera. O solo também sofre com os impactos causados pela irresponsabilidade dos proprietários das indústrias. Os dejetos que são descartados possuem uma grande quantidade de produtos químicos que danificam o solo. Assim, prejudicam os animais, pois com a contaminação dos frutos, colocam a vida de várias espécies em risco. O País vive um momento bem complicado, pois o meio ambiente está sendo destruído, principalmente, nas últimas

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décadas. Os responsáveis por esses crimes ambientais devem ser punidos de maneira severa. Os responsáveis pelos órgãos ambientais, políticos e a Guarda guarda florestal precisam de atitudes mais enérgicas, para reduzir o número de crimes. Mas, podemos ressaltar que a conscientização é muito importante, precisa ter mais ênfase nas escolas, ensinando as crianças sobre como é importante a preservação do meio ambiente, manter sempre limpo e cuidado. Os pais também são responsáveis nessa questão. Ensinar o básico, ou seja, nas ruas, não jogando lixo no chão, ou na praia, levando uma bolsa e para não jogar lixo nas areias. Mostrar que cuidando bem do nosso meio ambiente, não vai ajudar somente a si, mas as gerações futuras. Sempre focada na preservação ambiental, a Técnica técnica de Meio Ambiente, Camila machado, fala sobre a reciclagem que é pouco utilizada no país: “Realmente essa questão é bem preocupante. Cerca de 30 % do

nosso lixo recolhido no Brasil, poderia ser melhor aproveitado. Somente 3% são reaproveitados, ou seja, um desperdício enorme. Deveriam ter mais projetos de reciclagem, ensinando a maneira correta de reaproveitar o máximo de lixo possível,” A tragédia de Brumadinho e Mariana, onde muitas famílias foram prejudicadas. Camila fala das punições aplicadas as mineradoras: “No caso de Mariana, as punições foram aplicadas, porém, com baixo rigor. Infelizmente a maioria das leis favorecem os grandes empresários, com isso o povo mais humilde sempre é prejudicado. Infelizmente, muitas famílias ainda não foram indenizadas de maneira correta. Em Brumadinho, também foi terrível, porque ainda tem pessoas que não foram encontradas. Fiscalizações mal feitas, a barragem que estava totalmente frágil, sequer passou por uma reforma adequada. Várias famílias destruídas e, mais uma vez, o grande empresário não foi penalizado corretamente.”


ESPORTES

A importância do esporte como ferramenta de inclusão social

As atividades físicas são essenciais para os portadores com deficiência, seja para superarem as limitações do corpo quanto para vencerem as dificuldades da mente. JOÃO PAULO • joaopaulo_gp@yahoo.com.br

Leandro Malaquias segurando o troféu, junto de sua equipe no Parque Olímpico, Cidade do Rock (Foto: Divulgação)

Em uma sociedade condicionada à seguir tendências, quebrar padrões se tornou uma tarefa cada vez mais difícil. Desde a antiguidade, podemos constatar punições severas para crianças que nasciam com algum tipo de má-formação. Na sociedade contemporânea, esse tipo de preconceito ainda se faz presente, mesmo com o crescimento de campanhas e movimentos sociais que visam melhorias para os deficientes físicos. Um problema que está bem longe de ser resolvido. Em contra partida, o esporte se mostra fundamental quando o assunto é inclusão, pois leva o praticante à vencer os obstáculos do dia-a-dia e redescobrir o quanto a vida pode ser prazerosa. Dizer que o esporte faz bem para saúde é redundância, pois está comprovado que à prática de exercícios físicos trazem benefícios para todos os gêneros e idades, mas quando se trata dos deficientes essa rotina é ainda mais importante, pois é através dos obstáculos impostos pelas atividades, que esses guerreiros

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encontram à motivação necessária para vencer suas limitações, em outras palavras, podemos dizer que a prática de esportes contribui para a autoconfiança e ,consequentemente, para autoestima, vencendo não só as barreiras físicas como também os contratempos cognitivos oriundos do praticante. “Apesar de estar na cadeira de rodas não me considero limitado, mas sim sem acessibilidades, E mesmo assim esses obstáculos não me impedem de ir ou chegar em lugar algum, sempre dou um jeito!” Essas são as palavras do cadeirante Leandro Malaquias de 35 anos praticante de Halterofilismo e jogador de basquete em cadeiras de rodas (BCR). Aos 10 anos, o atleta foi vítima de um acidente de trânsito na esquina de sua casa e por consequência dessa tragédia precisou amputar os membros inferiores. Ele afirma que o esporte possui a característica de “transformar” pessoas e que assim

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que recebeu alta do hospital não perdeu tempo e foi de encontro a sua primeira modalidade esportiva. “A natação me ajudou muito, depois decidi praticar basquete, hoje tenho minha saúde ok graças a Deus e depois ao esporte.” Leandro explica a importância do esporte na vida do portador de necessidades especiais. “Percebo uma melhora significativa na parte emocional, onde o dia-a-dia “pesa”, trabalho, família entre outras coisas. O esporte te ajuda a respirar e essa simples atitude atua diretamente no combate ao estresse, alivia a ansiedade, combate a depressão. Por outro lado, estar envolvido com pessoas que também possui algum tipo de deficiência traz sensação de acolhimento. Cada atividade se torna uma meta individual independente do corpo ou do seu peso. Essa sensação é maravilhosa”. No Brasil existem cerca 45,6 milhões de deficientes físicos. Esse número chaga a quase o tamanho populacional da Espanha. Apesar do grande número de brasileiros

que precisam de necessidades especiais, essa mesma classe não encontra soluções jurídicas que previnam o descaso social que atinge diretamente esse grupo de pessoas, que compõe boa parte da nossa sociedade. Segundo um balanço feito pelo IBGE, São Paulo possui mais de 2 milhões de deficientes físicos, porém 62% das unidades públicas de saúde não possuem acesso adequado para atendê-los. Em todo país, apenas 10% das calçadas estão adaptadas para cadeirantes ou deficientes visuais. Ainda falta muito a ser feito. Até mesmo as paraolimpíadas, que é a maior representatividade dos portadores de deficiência, são facilmente ofuscadas por eventos menores com pouca contribuição social. Mesmo com tantos aspectos negativos, é possível notar um crescimento singelo de aceitação e empatia pelos deficientes físicos, isso graças às práticas esportivas como ferramenta de inclusão social para deficientes físicos.


RETRANCA

Saúde através do exercício físico MÁRCIO FARIA • marcio.renatofaria@gmail.com

A prática regular do exercício físico transmite benefícios que estão além da estética, porque independente da idade o sistema imunológico dos adeptos são fortalecidos, então a probabilidade dos praticantes contraírem doenças é reduzida. Mas, para obter qualidade de vida é preciso atitude e força de vontade. Luísa Moura começou a praticar exercícios físicos há cinco anos, mas após um longo período sedentária retornou aos treinos. Atualmente a empresária acorda muito cedo para dar conta dos compromissos, mas está bem disposta, pois antes não havia ânimo para levantar da cama. Apesar dos obstáculos, a proprietária da loja infantil gosta de malhar em casa, mas admite que se exercitar com as suas filhas por perto é bem complicado por haver o receio de machucá-las diante de um movimento brusco. A empresária segue rigorosamente a rotina estabelecida. Portanto, são quarenta minutos de treinos diários durante quatro vezes por semana, e mesmo malhando em casa seu foco é mantido, levando em consideração as orientações das professoras, através dos vídeos veiculados, em canais da plataforma online Youtube. Essencial para o bom funcionamento do corpo e da mente, o exercício físico é definido através da sequência de movimentos sistêmicos para alcançar objetivos, associados à saúde e a estética. As atividades que colocam o corpo em pleno funcionamento são planejadas. Entretanto, os gastos de energia decorrente dos movimentos realizados através da musculatura do corpo humano são definidos como atividade física. Mesmo que o exercício e atividade física sejam diferentes, ambos beneficiam a saúde. Após dez anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS), modificou as orientações quanto às práticas de exercícios. Dessa maneira, está recomendado que por semana os adultos façam entre 150 a 300 minutos de

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Exercício físico atrai pessoas para a academia mesmo num momento de Pandemia (Foto: Divulgação)

atividades moderadas e 75 a 150 minutos de atividades intensas. Entretanto, os especialistas orientam que antes de começar a fazer exercícios é preciso realizar exames que declarem a aptidão física. Portanto, os cuidados com a saúde precisam ser redobrados e em caso de qualquer desconforto ou se a pessoa passar mal ao realizar as práticas, os exercícios precisam ser interrompidos para que haja reavaliação médica. A prática regular do exercício físico melhora a saúde mental por reduzir os níveis de estresse,

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ansiedade, além de regular a concentração. O exercício físico também ajuda a emagrecer ou obter ganho de massa muscular, de acordo com os treinamentos e objetivo dos atletas que combinam treinos com a dieta baseada no consumo de proteínas. De acordo com pesquisas, pessoas que têm doenças progressivas aumentam os níveis de energia do organismo através do exercício físico. Outro fator positivo quanto a prática adequada de exercício físico refere-se à redução das doenças crônicas. Doenças

como diabetes e hipertensão arterial são controladas, reduzidas ou prevenidas em pessoas prédispostas a desenvolvê-las. A quantidade de energia gasta durante os treinos também melhoram a qualidade de sono. De acordo com o site: ecycle.com. br. O sedentarismo alavanca o índice de mortalidade, pois os riscos das pessoas desenvolverem doenças crônicas também aumentam com a inatividade corporal. Pessoas que se exercitam com frequência também são menos propensas a desenvolver quadros depressivos.


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