Jornal da Pinheiro nº16

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JORNAL

DA

PINHEIRO DISTRIBUIÇÃO GRATUITA | Ano 5 | Nº 16

Por água abaixo

Rio de Janeiro sofre com enchentes há 300 anos Foto: Divulgação

Portugal no Brasil: Real Gabinete de Leitura

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O Real Gabinete Português de Leitura se transformou em uma biblioteca pública de acesso a todos, em 1900. Naquele ano, o rei D. Carlos atribuiu o título de “Real” ao gabinete. Com a campanha crescente do Partido Republicano e o declínio da Monarquia, na década de 20, uma nova fase se iniciou. Página 6

E mais... Paris e a Modernidade faz sucesso no Rio Página 3

Como a Cidade Maravilhosa está se preparando contra os alagamentos e enchentes resultante das fortes chuvas? O Rio de Janeiro tem como formação um solo úmido de característica pantanosa, segundo Marcio Braga Nunes, geólogo formado pela UFRJ. A cidade mantém um histórico de

enchentes impressionante e sofre com esse mal há cerca de 300 anos, segundo uma pesquisa histórica realizada pelos alunos da Faculdade Pinheiro Guimarães, em 2012, no Arquivo Nacional. A prefeitura do Rio de Janeiro vem implementando em áreas consideradas de alto risco de alagamentos, como a

praça da Bandeira, o desapropiamento de imóveis e da própria praça para instalar ‘piscinões’, tipo de obra que armazena em grandes áreas o escoamento de águas em excesso para diminuir o acúmulo nas redondezas e despejar no rio Trapicheiros. Página 5

Torcidas organizadas: vilões ou mocinhos? Página 7 A culpa não é do estagiário Página 8


Projeto Social no Unicirco Marcos Frota

Editorial A confecção deste jornal se deve ao sonho, ao esforço e ao trabalho dos alunos, com o intuito de levar ao leitor a informação. Será pautada, uma diversidade de temas como saúde, cultura, esporte e lazer. Assim colocando toda a teoria adquirida nos anos de faculdade em prática e mantendo o público-leitor atualizado.

Modalidades circenses são ensinadas a jovens de comunidades do Rio Jannayna Pereira • jannayna.contatos@gmail.com Jéssica Paula • j.es.ka@hotmail.com

Fotos: Francylene Silva

O jornal laboratório tem como finalidade de preparar os alunos para o mercado de trabalho. Alunos do 7º período participaram de todas as fases de produção do jornal, desde a apuração até a etapa final de confecção. É a hora que os futuros profissionais de comunicação têm uma ideia de como funciona de fato uma redação jornalística. “Os jornalistas são os trabalhadores manuais, os operários da palavra. O jornalismo só pode ser literatura quando é apaixonado.” Marguerite Duras.

Jornal Laboratório do curso de Jornalismo da Faculdade Pinheiro Guimarães Produzido pelos alunos da disciplina Jornal Laboratório (7º período) Diretor-Executivo: Armando S. Pinheiro Guimarães Coordenador do curso: André Luiz Cardoso Editor-Chefe: Sergio Xavier(sergiosx@gmail.com) Repórteres: Amarilis, Ariuska, Arthur, Bruna Bruno, Cinthia, Daniel, Fábio, Janaina, Jannayna, Jesiel, Jéssika, José Sandoval, Larissa, Larissa D’Almeida, Luiza, Maria Jéssica, Mariana, Rafael, Roberto, Izabela, Raian. Diagramação:

turma

de

Jornal

Laboratório

Revisão: Cláudio Pimenta Impressão: Gráfica Folha Dirigida Rua do Riachuelo, 144 - Centro - RJ - CEP 20230-014 Tiragem:15 mil exemplares Rua Silveira Martins, 153 – Catete - RJ Telefone: (21) 2205-0797 www.faculdadepinheiroguimaraes.edu.br

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Jornal da Pinheiro • ano 5 • nº 16

Desde 2010, no Parque Municipal da Quinta da Boa Vista, em São Cristovão,aUnivercidadeLivredoCirco fundada, em 2001, pelo ator Marcos Frota, tem como missão ser centro de excelência para o desenvolvimento das artes circenses e oferecer novas oportunidades de aprendizado e inclusão social para os jovens. Para ingressar nas oficinas os interessados não precisam de nenhum conhecimento prévio, são feitas inscrições online e audições nas comunidades do Rio de Janeiro. Os candidatos fossem por testes de aptidão física com o objetivo de direcionar cada inscrito para a modalidade circense mais adequada. Podem se inscrever crianças, adolescentes e jovens, com idades entre 9 e 29 anos.Todos os inscritos são cadastrados em um banco de dados, e são convocados à medida em que há vagas. Baseadas na pedagogia da convivência, são oferecidas diversas modalidades circenses, ministradas

pelos próprios artistas do elenco da Unicirco como: saltos e acrobacias; equilíbrio e malabares, arte do palhaço, trapézio e números aéreos; além de um módulo técnico, a enotecnia que abrange a solda, costura, manutenção e reparo de cenários artísticos. Os alunos que se destacam no projeto são chamados para fazer parte da equipe do Unicirco como aconteceu com Michel Oliveira e Deivid da Cruz, ambos de 18 anos, que iniciaram em uma dessas audições e depois de passarem 8 meses no projeto pedagógico, hoje fazem parte do elenco fixo do Unicirco.“O projeto Arte, Educação e Comunidade, é de suma importância para o desenvolvimento dos futuros artistas, o papel fundamental do projeto é ajudar a dar continuidade a essa arte, e ele desenvolve muito bem o que se propõe”- Marcos Frota. Com direção de Jorge Fernando, o espetáculo deste ano se chama Unicirco Rock Show, uma mistura atraente de

circo e rocknroll, que conta com a participação da banda FleetingCircus e leva dinamismo a todas as apresentações do espetáculo. O Unicircose apresenta aos sábados, domingos e feriados, sempre às 15hs e às 17h30. Os ingressos custam: platéia R$30 (inteira), R$15 (meia-entrada), ingressos Vip custam R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entrada).


CULTURA

Primeira impressão dos sambas de 2013 do Grupo Especial Escolas definem seus hinos

Bruno Nascimento • brunojornalista@r7.com

O colunista do site SRDZ, historiador, pesquisador, estudante de direito e especialista em Carnaval, Thiago Lacerda, faz a sua primeira análise sobre os sambas enredo do Grupo Especial para o ano de 2013. Para o samba da Acadêmicos do Salgueiro tem letra bem objetiva ao que se propõe. Os compositores não optaram por construir uma letra mais rebuscada utilizando-se de mensagens subliminares. O samba da Imperatriz Leopoldinense mesmo não tendo o mesmo potencial das últimas obras vencedoras da parceria, consegue cumprir a proposta do enredo com muita qualidade. Sobre a Inocentes de Belford Roxo,acredita que a escola apostou num samba mais melodioso para a difícil missão de

Foto:Divulgação

abrir os desfiles do carnaval de 2013. Mangueira, ele comenta que a letra consegue traduzir perfeitamente o enredo “Cuiabá: Um paraíso no Centro da América”. A história é contada verso a verso de forma natural e com uma inegável qualidade. Já a São Clemente, para o especialista, resolveu fazer a junção de duas obras para o próximo carnaval, contando de forma muito irreverente, o tema “Horário Nobre”. Sobre a Portela, Thiago diz que potencialidade do samba desta Escola é algo indescritível. O fato é que o samba conquistou o portelense que cantará com muito orgulho um pouco da história do bairro de Madureira e não há como não identificar a alma do carioca em cada verso e em cada

passagem melódica do samba. Falando sobre a Vila Isabel, a escola está surpreendendo a cada ano com obras que já nascem com ares épicos. samba e se destaca pela ousadia. A Grande Rio caracteriza-se por ser, acima de tudo, bem alegre. Os compositores conseguiram transformar um enredo aparentemente denso em um samba de fácil assimilação. O nome União da Ilha do Governador será um grande desafio para a escola porque caracteriza-se por uma melodia mais rebuscada com bonitas passagens que dão uma inegável qualidade a obra. Positivo do samba da Mocidade foi que o samba teve uma boa aceitação pela comunidade da escola. O primeiro Passo para o sucesso de qualquer samba na Avenida.

Já sobre a Beija-Flor de Nilópolis, o samba tem a “cara” da escola. É um hino que foi feito com o “jeitinho” que a comunidade nilopolitana gosta. Sobre a atual campeã, a Unidos da Tijuca, a escola tem o refrão principal como o seu ponto alto. É de fácil assimilação e alegre.

Impressionismo: Paris e a Modernidade faz sucesso no Rio de Janeiro CCBB reúne obras-primas de um dos museus mais visitados do Mundo e deixando muita curiosidade nos cariocas Bruna Pereira • brunapereiira@live.com O CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) juntamente com o Ministério da cultura, vem trazendo uma novidade para a Cidade Maravilhosa. Pessoas de diversos lugares foram prestigiar a exposição que está em cartaz desde o dia 23 de Outubro e vai durar bastante tempo indo até o dia 13 de janeiro, dando oportunidade para que a população não perca essa novidade. “Impressionismo: Paris e a Mo dernidade” têm sido visitada por centenas de pessoas todos os dias, deixando o povo brasileiro bastante curioso. Com exposições vindas do Museu d’Orsey, um dos mais visitados do mundo, traz mais de 80

obras-primas, colocando a “mercê” daqueles que queiram apreciar, que sejam curiosos ou que tem interesse. Filas e mais filas são vistas fora do local, público de todas as idades a qualquer dia. Com isso, a exposição reúne os maiores pintores do século XIX e trazendo diversos temas como: Paris, Cidade Moderna, A vida Pariense e seus atores, Paris é uma festa!, Fugir da Cidade, A vida silenciosa, “Convite à viagem” Na Bretanha e “Convite à viagem” O Ateliê do Sul. Pintores da categoria de Cézanne, Claude Monet, Vincent Van Gogh e entre outros que vêm aguçando a curiosidade dos visitantes.

Bárbara Araújo, de 18 anos, colocou que estava com muita vontade de poder apreciar o evento. “Muito bom e elegante a iniciativa do Banco do Brasil trazer essa exposição para o Brasil, até porque nós brasileiros somos muito curiosos e gostamos sim de arte e também, acaba nos deixando mais próximo de Paris.”- disse a jovem. O evento funciona de terça a domingo (incluindo feriados), das 09h às 21h no CCBB, Rua Primeiro de Março, 66, Centro, nos 1º e 2º andar e com entrada franca. A exposição já recebeu mais de 20 mil pessoas, que até agora , só elogiaram , e principalmente, recomendaram a outras pessoas

“O Flautista” de Manet

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EDUCAÇÃO

Depois de quatro anos a espera chega ao fim-

Biblioteca pública do Rio de Janeiro será entregue totalmente repaginada Fábio de Oliveira • fabiodeoliveira3@hotmail.com, Larissa Cristine • larissa.cristinem@yahoo.com.br

esde

outubro de 2008 a biblioteca pública do Rio de Janeiro está fechada para obras de recuperação e construção de dois anexos. A recuperação do prédio principal está com aproximadamente 90% de conclusão e completamente remodelada. Já as obras dos anexos estão em andamento. Num prédio será o centro administrativo e o outro abrigará um auditório multiuso, com capacidade para 200 pessoas, um restaurante panorâmico no terceiro andar, com vistas para a Central do Brasil e o Campo de Santana, e uma biblioteca infantil. Entre tantas novidades estão os sistemas de reuso de água fluvial e pluvial. Vão ajudar na economia da energia e também de água, trazendo maior desenvolvimento

ao Rio e ajudando ainda nas enchentes que tanto maltratam nosso Estado.

biblioteca para vasculhar alguns livros, ou conhecer suas novas instalações? É a

A dona de casa, MarlenLemos está animada com a reabertura da biblioteca. Quem não vai querer entrar na

culturamesmoqueestáevoluindoemnossa cidade. Graças a Deus, a biblioteca está sendo finalizada e vamos poder desfrutar

FOTOGRAFIA FONTE INTERNET

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desse novo mundo de conhecimento que está sendo trazido novamente. Diz Dona Marlene Lemos, dona de casa. Segundo o frequentador assíduo da biblioteca, Henrique Velloso, as obras na biblioteca são de extrema importância para o Rio, pois vai valorizar a cultura e a região. Eu acho sinceramente que a população deve ter aceitado essa questão das obras como uma oportunidade de crescimento na educação aqui no Rio. A Biblioteca Pública do Estado do Rio de Janeiro está localizada na Avenida Presidente Vargas 1.261, no Centro do Rio de Janeiro. Sua reforma foi inspirada em modelos bem-sucedidos de países como Colômbia, Alemanha, França e Estados Unidos, onde as bibliotecas públicas funcionamtambémcomocentrosculturais.

Faculdade a um clique

Mais brasileiros chegam ao ensino superior com o Ensino à Distância Larissa D’Almeida• cissa-marques@yahoo.com.br Roberto Augusto • robertooriginale@yahoo.com.br

Fazer uma faculdade já não é mais tão complicado ou muito caro. Uma pesquisa do IBGE mostra que, na última década, aumentou o número de brasileiros que chegou à universidade. Saltou de 4,4% em 2000 para 7,3% em 2010. Quem tinha dificuldades como conciliar o trabalho e estudos, encontrou no Ensino a Distância (EAD) uma solução. A estudante Fabiana Carvalho, de 36 anos, trabalhou como doméstica a vida toda. Casada e com três filhos, ficou sem estudar por 17 anos. “É muito puxado trabalhar, cuidar da casa, da família, e ainda ir para a faculdade”, conta Fabiana, que está no 6º período de Ciências Contábeis do curso a distância na Estácio de Sá. “Com tantos afazeres é corrido, mas com o EAD dou conta! Até já

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comecei um estágio”, comemora. De acordo com o MEC, em 2001, cerca de 6 mil alunos se inscreveram em algum curso superior à distância. Em 2010, último ano da pesquisa, esse número saltou para quase 400 mil interessados. O EAD pode ser cursado em diversas instituições públicas e privadas, permitindo ao aluno organizar seu horário, assistindo às aulas onde e quando quiser, tudo online. Além disso, o valor da mensalidade chega a ser a metade de um curso presencial. O responsável pelo EAD da Estácio de Sá, Roberto Paes, explica que os cursos à distância possuem grade curricular idêntica aos cursos presenciais e o diploma é reconhecido pelo MEC. Segundo Paes, em média, as mensalidades dos presenciais chegam a R$ 480, enquanto que no EAD

Foto: Divulgação

o valor cai para R$ 180. Paes explica que estudar em casa não compromete o desenvolvimento. “Na verdade, o desempenho dos alunos EAD costuma ser superior em exames como Enade e concursos públicos”, pondera. Para quem não quer pagar mensalidade, a opção é ingressar no EAD em uma instituição pública, através do Vestibular Cederj, que reúne seis universidades públicas do estado (UENF, UERJ, UFF, UFRJ, UFRRJ e UNIRIO) e acontece duas vezes por ano. O candidato ainda pode aproveitar a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). A estudante Carla Dantas, de 27 anos, que está no 2° período do curso à distância de Gestão de Recursos Humanos, aprova o modelo. “Com o EAD, você ganha qualidade de vida,

tem mais tempo pra ficar com a família, otimiza os estudos. É você e o professor tirando suas dúvidas. Eu posso rever as aulas a hora que quiser, defende a estudante, que começou frequentando a faculdade e mudou para o EAD..


CAPA

Por ĂĄgua abaixo

Pesquisa revela que enchentes no Rio de Janeiro tem histórico de 300 anos Rafael Ruivo• rafaelsruivo@hotmail.com Tony Luca • tonylucacontato@gmail.com

Como a Cidade Maravilhosa estå se preparando contra os alagamentos e enchentes resultante das fortes chuvas? O Rio de Janeiro tem como formação um solo úmido de característica pantanosa, segundo Marcio Braga Nunes, geólogo formado pela UFRJ. A cidade mantÊm um histórico de enchentes impressionante e sofre com esse mal hå cerca de 300 anos, segundo uma pesquisa histórica realizada no Arquivo Nacional, em 2012, pelos alunos da Faculdade Pinheiro Guimarães.

A prefeitura do Rio de Janeiro vem implementando em ĂĄreas consideradas de alto risco de alagamentos, como a praça da Bandeira, o desapropiamento de imĂłveis e da prĂłpria praça para instalar ‘piscinĂľes’, obra que armazena em grandes ĂĄreas o escoamento de ĂĄguas em excesso para diminuir o acĂşmulo e despejar no rio Trapicheiros, que passa por baixo das instalaçþes do MetrĂ´. O engenheiro civil, Alexandre Jabbour, sobre a perspectiva e as atitudes do estado sobre as condiçþes das galerias e escoamento da cidade.

Sabendo que com enchentes no Rio de Janeiro Ê antigo, existe Sabendo queesteoproblema problema com enchentes no Rio de Janeiro alguma solução a prefeitura estå desenvolvento alguma providência? Ê antigo, existe, que qual providência a prefeitura estå tomando? Alexandre: Pelo que li, Eduardo Paes tem priorizado as åreas mais críticas, principalmente a praça da Bandeira, famosa pelos seus alagamentos, estão sendo executados bolsþes (reservatórios) que receberão as åguas de drenagem e irão desaguar no Rio Joana e neste rio por sua vez terå um túnel extravasor que desembocarå diretamente na baía de Guanabara. Outros quatro reservatórios similares serão executados em outras åreas críticas pela cidade, o que deverå aliviar o problema de alagamentos. $ FRSD GR PXQGR HVWD VH DSUR[LPDQGR DV REUDV ¿FDUDP SURQWDV DWp Oi" Imagem da praça antes do início das obras do piscinão de escoamento

Alexandre: Estas obras tem a previsão de conclusão para antes da Copa do Mundo. (VVDV REUDV VHUmR VX¿FLHQWHV SDUD H[WLQJXLU D SRVVLELOLGDGH GH HQFKHQWHV" $OH[DQGUH $SHQDV HVVHV EROV}HV QmR VmR VX¿FLHQWHV 2 WUDEDOKR SUHYHQWLYR sempre foi essencial para diluir os pontos de alagamento por toda cidade. Limpeza de galerias de åguas pluviais, dragagem dos rios são as medidas preventivas mais importantes para o combate aos alagamentos.Quando em funcionamento, esses bolsþes deverão tambÊm ter uma manutenção, pois se não forem constantemente limpos podem não surtir o efeito desejado. Sabendo que em determinados lugares da cidade maravilhosa tem alagamento, como Ê feito esse estudo?

O mastro e a bandeira do Brasil dĂŁo lugar para as obras de emergĂŞncia

2 HVWXGR p UHDOL]DGR DWUDYpV GH UHJLVWURV KLVWyULFRV GRV SRQWRV GH DODJDPHQWR HP GLDV GH FKXYD IRUWH H GHSRLV GH LGHQWLÂżFDGRV HVVHV SRQWRV SURFXUDP VH VXDV FDXVDV ano 5

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PATRIMÔNIO HISTÓRICO Foto: Tony

Um pedaço de Portugal no Brasil Real Gabinete Português de Leitura Tony Luca - tonylucacontato@gmail.com Francylene - fracylene.contato@gmail.com

Real Gabinete Português de Leitura

Em 14 de maio de 1837, 43 imigrantes portugueses do Rio de Janeiro se reuniram na casa do Dr. Antonio José Coelho Lousada, na antiga Rua Direita (atual Rua Primeiro de Março), e resolveram criar uma biblioteca, possivelmente inspirados no exemplo vindo da França, as chamadas “boutiques à lire”, que nada mais eram do que lojas de empréstimos de livros. Entre eles estava José Marcelino Rocha de Cabral, advogado e jornalista que seria eleito o primeiro presidente da instituição. Por volta da segunda metade do século XIX, os dirigentes começaram a pensar em construir uma sede com maiores dimensões. Foi escolhido o projeto do arquiteto português Rafael da Silva Castro. Com seu traço neomanuelino. Um terreno na antiga Rua da Lampadosa foi adquirido

para a construção do novo prédio. Na abertura da nova sede, o orador oficial pronunciou um discurso memorável: “E se um dia o nome de Portugal houver de desaparecer da carta política da Europa, esta Casa será ainda como a expressão monumental do cumprimento da profecia posta por Garret na boca de Camões: não se acabe a Língua, o nome português na terra”. O Gabinete Português de Leitura se, transformou em uma biblioteca publica de acesso a todos, em 1900. Nesse ano, o rei D. Carlos atribuiu o título de “Real” ao gabinete. Com a campanha crescente do Partido Republicano e o declínio da Monarquia, na década de 20, uma nova fase se iniciou. Os dois grandes contribuidores para essa nova fase foram Carlos Malheiro Dias, o

primeiro presidente da Federação das Associações Portuguesas, criada no primeiro Congresso dos Portugueses no Brasil, em 1931; o outro, Albino Souza Cruz, que foi o grande mecenas da instituição. Depois que houve o 1º Congresso dos Portugueses do Brasil, passouse a comemorar anualmente no Real Gabinete, o “Dia de Portugal”, promovido pelas Associações Portuguesas e Luso-Brasileiras. O governo português concedeu ao Real Gabinete, em 15 de março de 1935, o benefício de receber de todos os editores portugueses, um exemplar das obras por eles impressas, o que permite ao Gabinete uma atualização permanente da biblioteca. Com o objetivo de promover o intercâmbio cultural entre Brasil e Portugal, nos anos 40, foi

criado o Instituto de Alta Cultura. Na década seguinte o Real Gabinete sofreu grandes dificuldades financeiras, sendo ajudado pelo governo português, que concedeu um subsídio de cerca de 50 contos de reis para amenizar a crise. Mesmo assim, diversas mudanças tiveram que ocorrer: criou-se o “Centro de Estudos” para dar mais dinamismo às suas atividades, fizeram-se campanhas financeiras para dar ao Real Gabinete meios de subsistir, e nos anos mais recentes houve uma mudança no quadro social da instituição, que passou a receber cidadãos de outros países de Língua portuguesa, e não apenas portugueses. Com isso, diversas empresas brasileiras passaram a contribuir para o desenvolvimento do Real Gabinete, o que permitiu a ele continuar desenvolvendo suas atividades.

Outro olhar para o Santa Marta Vista do morro atrai milhares de visitantes

Amarilis Santos - amarilis.santos10@gmail.com Luiza Gomes - luizacristina.gomes@ig.com.br

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Morador orgulhoso Sebastião Alves, celebra a nova fase do Santa Marta: “Acho muito bom! A comunidade está famosa”. O ingresso ao morro é feito através de bondinhos, que de forma gratuita conduzem os passageiros aos quatro pontos de acesso. O entra e sai na favela, transformou o cotidiano dos moradores e acelerou o comércio local. Ao subir à comunidade, dezenas de pequenos comércios são vistos em lugares improvisados para atender a demanda. José Bonfim Carlos, dono do Bar Seu Zequinha, comemora o sucesso nas vendas e o Prêmio Rio Show de Gastronomia do Santa Marta, recebido em 2011: “Em princípio nem acreditei, mas depois fiquei surpreso com a notícia”. A comunidade, carente de infraestrutura, ainda sofre com a falta de saneamento básico em muitas áreas,

e a existência de casas feitas de barro e madeiras resistem à modernidade. Aline Barcellos, outra moradora, tem um olhar de desconfiança: “Eu sinceramente não gosto. Eles chegam, tiram fotos ... não sabemos com que intenção algumas pessoas vêm aqui”. Visitantes passeiam tranquilos pela favela e externam opinião sobre a tentativa dos governantes de reduzir a insegurança: “O problema não está apenas em lugares mais humildes, mas já é um bom começo para se tentar minimizar as causas da violência”, declara Priscilla Amorim, de Nilópolis Quem vive no entorno acredita nas mudanças, como é o caso de Nélio Rocha, que conheceu um pouco mais sobre a comunidade: “Moro em Botafogo e só olhava para o morro à distância. O que me trouxe aqui foi a curiosidade”.

Para dar mais e melhores oportunidades aos moradores, entidades governamentais promovem cursos de artesanato, empreendedorismo, informática, idiomas, pequenas reformas, elétrica, hidráulica, dentre outros. O Projeto Rio Top Tour, dispõe de um stand instalado na Praça Corumbá, na entrada da Comunidade para atendimento a turistas.

Foto: Luiza Gomes

A Comunidade Santa Marta em Botafogo, primeira pacificada no Rio de Janeiro, tornou-se um dos pontos turísticos mais bem requisitados por turistas nacionais e estrangeiros. Gilson da Silva, mais conhecido como Fumaça, morador e monitor responsável pelo turismo no local, revela que os cerca de dois mil visitantes - média de baixa temporada - são acompanhados por guias que traduzem todo o cenário da comunidade. Ele disse, ainda que o Projeto Rio Top Tour, criado pela Secretaria Municipal de Turismo, Esporte e Lazer traz melhorias para a comunidade, capacitando moradores em diversas áreas. O Santa Marta se tornou um lugar atraente mesmo antes de ter ganhado o título de Ponto Turístico. O Fumaça conta que o Michael Jackson contribuiu com o novo olhar do turista para a comunidade”.

Mirante do Pedrão - Vista da Baía de Guanabara


ESPORTE

Torcidas organizadas: vilões ou mocinhos?

Torcedores são alvos de investigações, mas garantem que não são marginais Raian Cardoso• Raian.card@gmail.com Daniel Cavaleiro• danielcmsfaria@yahoo.com.br

Força Jovem Vasco, Raça-Fla, Jovem-Fla, Young-Flu e Fúria Jovem Botafogo. Estas são as principais torcidas organizadas do estado do Rio de Janeiro. Nos últimos anos, elas foram alvos de investigações policiais, que apontaram integrantes dos grupos como responsáveis por crimes, como roubos e até homicídios. Entretanto, os líderes das organizadas dizem que sofrem preconceito por parte da população. Eles dizem que a maioria dos membros das torcidas vão aos estádios para apoiar seus times e não para brigar. Para o presidente da Força Jovem Vasco, Bruno Fet, os casos de violência são isolados e não têm a aprovação da liderança da torcida. “Maus integrantes haverá em qualquer grupo. Até na Polícia Militar, que é

um órgão de respeito, há corrupção. Em uma torcida organizada com mais de dez mil integrantes também haverá”. Já o presidente da Raça-Fla, Anderson Macula, diz que a violência não faz parte da ideologia do grupo e que os seus membros vão aos estádios para torcer. Porém ele reconhece que é difícil ter o controle de todos os integrantes, tratando-se da maior torcida organizada do país. “ A Raça é o maior movimento de torcidas do Brasil, quando vamos aos estádios, milhares de membros se encontram e é difícil controlar todos. Sempre um ou outro se desvia e acaba se envolvendo em confusão, mas são repreendidos pela direção da organizada e, na maioria dos casos, são expulsos”. A torcida Young Flu tem projetos

sociais que procura ajudar moradores de rua e pessoas carentes. De acordo com o vice-presidente da organizada, Flávio Martins, as ações fazem parte do dia a dia da organizada, mas não são mostradas na mídia. “ Nós sempre nos reunimos e reunimos alimentos, roupas, brinquedos e doamos aos necessitados. Ficaríamos muito gratos se divulgassem esse nosso trabalho e não apenas as confusões envolvendo a torcida”. Para garantir a paz nos estádios, a chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, se reuniu com integrantes da Federação das Torcidas Organizadas do Rio de Janeiro (Fetorj) e definiu regras para o comparecimento delas nos estádios, para assim trazer de volta a paixão e o fervor pelo futebol, que está se perdendo diante de tanta violência. .

Líderes de torcida com chefe de Polícia Civil, Martha Rocha

SEGURANÇA

Lapa: patrimônio cultural e resíduos de problemas

História, lazer e várias questões a serem resolvidas no berço da boemia carioca Jesiel Gadioli • jgadioli@globo.com Jessika Souza jessikamssouza@r7.com

Quem passa pelo Centro do Rio não foge à regra de visitar a Lapa. O bairro é um misto de história e espaço para todas as “tribos”, o que permite muita diversão após um dia cansativo de trabalho. Antes conhecida como Areias de Espanha, a Lapa formou-se em volta do seminário e capela construídos em louvor de Nossa Senhora da Lapa do Desterro, em 1751. Assim foi originado o nome do bairro, que, aos poucos teve sua identidade construída, com seus valores arquitetônico e históricos. A abertura da Rua do Riachuelo (Rua de Mata Cavalos), a Rua do Lavradio na década de 1770, o Passeio Público, primeira praça da cidade, os Arcos da Lapa. Possibitou o surgimento de outras obras na localidade como a abertura da Avenida Mém de Sá. Desde o início, o

local já era conhecido como ambiente agitado e, com o tempo, também se tornou um espaço boêmio. Por essas e outras razões, enquanto a cidade dorme, a Lapa fica acordada. Bares, shows, restaurantes, batidas de todos os ritmos musicais e eventos a céu aberto. Todos os dias, o espaço é uma atração à parte da Cidade Maravilhosa. Mas também existe o outro lado da moeda:

moradores da região, principalmente idosos, reclamam do barulho constante, e reivindicam tratamentos acústicos para suas casas. Os boêmios destacam o lado positivo do local, mas não ignoram os problemas. De acordo com a universitária Ariuska Barbosa, a Lapa é um referencial de democracia. “Ela é o berço do samba, mas tem reggae, forró, funk, música eletrônica”, destaca. A estudante,

porém, ressalta o lado ruim do espaço. “Outro dia, puxaram o cordão que da minha amiga e saíram correndo. Isso aconteceu na frente dos policias, e quando os procuramos, disseram que não podiam fazer nada”, relembra. Raphael Fedoci, também universitário, afirma não abrir mão de ir sempre à Lapa, mas confessa se incomodar com os seus problemas: “Se por um lado, podemos conhecer pessoas de várias localidades do Brasil e do mundo; por outro, o local concentra muitos usuários de drogas, prostituição e roubos. Sem contar o cheiro insuportável que vem dos banheiros químicos, confessa Raphael. acrescentado que a quantidade deles é insuficiente para o número enorme de pessoas que circulam pelo local. ano 5

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MERCADO DE TRABALHO

A culpa não é do estagiário

Cresce a procura por estagiários, mas faltam profissionais com “experiência” Ariuska Barbosa • ariusk13@yahoo.com.br

Cresce a procura por estagiários, mas faltam profissionais com “experiência” Toda boa empresa hoje em dia tem pelo menos um estagiário e nos últimos meses a busca por esses aprendizes aumentou. Só no mês de julho deste ano a busca por profissionais em formação dobrou. Porém, a farta grade de estágios não é preenchida rapidamente devido a falta de experiência por parte dos profissionais. Uma boa dica é procurar por extágios não remunerados só para agregar mais conhecimento na área. Para aqueles que estão começando e querem se dar bem na área o segredo é simples diz Guilherme Alves, que passou por vários estágios antes de ser efetivado na Rádio Globo“Acredito que o segredo principal é ser versátil,

se virar bem na maior parte dos assuntos, manter-se sempre motivado, entender a linguagem do veículo e encarar o estágio como se já fosse o seu emprego, com a mesma dedicação que os outros funcionários têm e, quando necessário, assumir responsabilidades.” A FAPG sem dúvida vem se destacando quando o assunto é rádio, só na Super Rádio Tupi são seis estagiários e com previsão de mais contratações para a cobertura do carnaval 2013. Segundo André Luiz Cardoso, coordenador, isso acontece porque a faculdade ressalta a importancia das aulas práticas Na Faculdade Pinheiro Guimarães (FAPG) já são cerca de 50 estagiários formais e TANTOS informais.

Da esquerda para a direita, Gabriela, Victor Lessa, Raiany, Bruna e Carlos Arcanjo

IBDD na luta pelos direitos dos portadores deficiência Inserção no mercado de trabalho é uma das prioridades

Artur Soares arturgm98@gmail.com Janaina Pereira jablack@hotmail.com Mariana Moraes mari-vitor13@hotmail.com

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e a Associação Brasileira Beneficente De Reabilitação (ABBR) agem em parceria e são responsáveis pelas doações das cadeiras do tipo comum. Mas se o portador de deficiência precise de uma cadeira de roda mais especifica, tenta-se pela forma administrativa, caso o pedido seja recusado, o cidadão é encaminhado para escritório de advocacia.O IBDD encaminha os portadores de deficiência para o mercado de trabalho. No ano de 2011, a entidade realizou 7.646 atendimentos para portadores que buscavam oportunidades de empregos e 26.742 atendimentos relacionados à qualificação profissional. Segundo Tatiana Calandrino, a maioria das empresas deixam de contratar pessoas

com deficiências, pensando nas mudanças drásticas no local de trabalho, porém são mudanças consideradas simples quando necessário. Já existe uma sentença judicial que determina a adaptação dos prédios públicos no Rio de Janeiro para as pessoas com deficiência e a juíza determinou a multa de 10 mil caso os prédios não fossem adaptados. Tatiana informa sobre o prazo já expirado. “Este prazo já expirou e o IBDD já entrou com ação civil pública para garantia dos direitos”. Segundo relatório anual de 2011, o Instituto teve um aproveitamento de 90% da defesa dos direitos. “Não há necessidades de surgimento de novas leis, pois a legislação brasileira é uma das melhores que existe, o que

falta é fiscalização e o IBDD cobra do poder publico, utilizando o poder judiciário, quando necessário, para o cumprimento das leis”, afirma Tatiana.

Foto: Divulgação

O Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD) é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, criada em 1998. O instituto luta pela efetivação dos direitos dos portadores de deficiência, já previsto na Constituição. Responsável pela parte jurídica do Instituto, Tatiana Calandrino relata que algumas pessoas conhecem seus direitos, porém não sabem como proceder. O IBDD atua fazendo esta ponte, de forma gratuita, garantindo o cumprimento dos direitos dos portadores de deficiência. O Instituto oferece assistência social para verificar a demanda das pessoas que necessitam de uma cadeira de roda do tipo comum garantida pelo poder público. O Instituto Oscar Clark

Acessibilidade, um direito de todos


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