Revista - Disciplina Design Editorial (SENAC)

Page 1

Food Truck: a onda do movimento HISTÓRIA DOS FOOD TRUCKS AMERICANOS As cozinhas móveis nos Estados Unidos da América estão presentes mesmo antes da remota época da corrida do ouro até os dias de hoje

HISTÓRIAS DE QUEM APOSTOU NOS FOOD TRUCKS A segunda edição do Food Truck Festival tem empresários de todos os tipos e eles contaram como é a rotina dessa vida itinerante que levou sabores deliciosos a Blumenau no fim de semana

NA ONDA DO FOOD TRUCK, PAULISTA FAZ SUCESSO COM FOOD BIKE Fotógrafo paulistano abandonou emprego para vender hambúrguer em bicicleta adaptada. Hoje, faz cerca de 100 lanches por dia

Food truck estacionado no Butantan Food Park: especialidades italianas a preços baratos


Editorial sta revista foi criada para o Búzios Festival Food Truck, evento que comemora os 100 anos de Frank Sinatra com um encontro de 10 food trucks em búzios. Os participantes criaram receitas exclusivas para esse dia de homenagem e o plúblico escolherá as favoritas. O festival contará com música ao vivo, trio de jazz e DJ, e tudo isso sob o pôr-de-sol de búzios. Iniciando sua carreira musical na swing era com Harry James e Tommy Dorsey, Sinatra se tornou um artista solo de sucesso sem precendentes no início e meados dos anos 1940, assinando depois com a Columbia Records em 1943. Sendo um ídolo das “bobby boxers” (como eram conhecidas as jovens fãs de swing), ele lançou seu primeiro álbum, The Voice of Frank Sinatra em 1946. Sua carreira profissional estava parada no início da década de 1950, mas renasceu em 1953 ao vencer o Óscar de melhor ator secundário por sua performance em From Here to Eternity. Sinatra também forjou uma bem sucedida carreira como ator, vencendo um Óscar de melhor ator secundário, uma nomeação para Oscar de melhor ator por sua performance em The Man with the Golden Arm, e aclamação crítica por sua performance em The Manchurian Candidate. Ele também estrelou em musicais como High Society, Pal Joey, Guys and Dolls e Um Dia em Nova Iorque. Sinatra foi homenageado no Prêmio Kennedy em 1983 e recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade de Ronald Reagan em 1985 e a Medalha de Ouro do Congresso em 1997. Sinatra também recebeu 11 Grammy Awards, incluindo o Grammy Trustees Award, Grammy Legend Award e o Grammy Lifetime Achievement Award. Possui duas estrelas na Calçada da Fama, uma por seu trabalho na música e outra por seu trabalho na TV norte-americana. É considerado um dos maiores intérpretes da música na década de 1950.Sem nenhum treinamento formal, Sinatra desenvolveu estilo altamente sofisticado. Sua habilidade em criar uma longa e fluente linha musical sem pausas para respiração, sua manipulação de frases o fez chegar bem mais longe que o usual dos cantores populares. Com esta, esperamos que você fique sabendo do que esta acontecendo nesse mercado de food truck que cresce cada vez mais. Aproveite!

Expediente Direção: Rayssa Torres (rayssa.torres@foodtruck.com.br)

Diagramação: Andriana Sarmento Magalhães (adriana.sarmento@foodtruck.com.br)

Diretora de arte: Ana Paula Pires (paula.pires@foodtruck.com.br)

Revisão: Marcos Antônio Novaes (marcos.novaes@foodtruck.com.br)

Editora da Revista Luciana Jacques (lu.jacques@foodtruck.com.br)

Designer: Guilheme Sant’Ana (gui.santana@foodtruck.com.br)

Repórteres: Raiana Collier (raiana.collier@foodtruck.com.br)

Capa: Samuel Thetônio Varella (samuca.varella@foodtruck.com.br)

Estagiários: Paula Aguiar de Souza (paula.aguiar@foodtruck.com.br)

Comercial: Alexandre Teixeira (comercial@foodtruck.com.br)

Assinatura: Tel.: (21) 2628-3377 (assinatura@foodtruck.com.br)

Assinaturas e informações sobre a revista FOOD TRUCK podem ser obtidas através do site: www.foodtruck.com.br ou pelos telefones: (21) 2628-6206 (21) 2628-7819 Periodicidade: Semestral Tiragem: 10.000 exemplares Circulação: Nacional Impressão: Gráfica Ediouro


Sumário

O “Weiner Mobile”, o primeiro carrinho de hot dog

4 História 6 Nos EUA 8 Casos de sucesso

Batata amassada, fria e temperada com limão e ajíamarillo, sabores polvo, galinha com camarão e siri

10 Como montar o seu 12 Notícias 14 Como legalizar Criar um negócio próprio é uma oportunidade de garantir atividade econômica sustentável, mas envolve vários riscos. Por isso, é fundamental se preparar muito bem antes de abrir uma empresa

18 Curiosidades 20 Novidades 22 Cultura

As embalagens e acessórios combinando com as cores da Kombosa

Scarlet Johanson faz uma participação no filme Chef sobre food trucks

24 Tecnologia 26 Roteiro 3 - Food Truck


Historia

Foto:Divulgação

Tiago Schappo de Florianópolis comanda os fogões do Hoje Tem Food Truck

Food trucks estão em alta e chegaram para ficar Por Maria Luiza Godim

C

omida boa, barata e de rua Chefs mineiros começaram a investir nos chamados “food trucks”, prática que invadiu São Paulo recentemente e que começa a ser debatida para virar lei em Belo Horizonte Imagine ter menos de R$ 20 no bolso e poder escolher entre um prato típico espanhol, crepes feitos com massa francesa, comida ve-

4 - Food Truck

getariana ou hambúrgueres artesanais sem conservantes: tudo isso no meio da rua, sem temer a conta de um restaurante sofisticado. A ideia, que preenche as ruas de várias cidades nos Estados Unidos e recentemente começou a tomar conta da cidade de São Paulo, também está prestes a chegar à capital mineira. O boom dos food trucks em cidades como Nova York, onde filas

enormes são vistas diariamente em torno de veículos que vendem desde cachorro-quente até sobremesas francesas, atraiu a atenção dos brasileiros por dois motivos: primeiro, pela redução em até 50% dos custos para se montar um food truck, em comparação com abrir um restaurante; e depois, pela praticidade móvel de levar a mesma comida para várias regiões diferentes.


É isso o que pretende o comerciante Luciano de Nery da Silva, 36. Depois de fazer um curso de massas na escola francesa Henri’s Creparia Artesanal, situada em São Paulo, ele desistiu de investir R$ 170 mil em um restaurante para gastar a metade desse valor em um food truck de crepes e tapioca, que pretende inaugurar até abril na capital mineira. “Eu queria fugir do tradicional churrasquinho e cachorro-quente que a gente está acostumado, apesar de adorar os dois. O problema é que abrir um restaurante, com aluguel de um espaço e todos os impostos, ia ficar muito caro”, diz. Com um furgão na rua e sem os gastos de um negócio físico, ele diz que consegue oferecer pratos a partir de R$ 8 até, no máximo, R$ 15, produzidos com o trigo comum e o trigo sarraceno – massa fina cujo sabor é acentuado pelo gosto salgado. “Vou conseguir oferecer uma receita genuína do crepe, com a opção de massa sem glúten também, e brincar com sabores que vão da carne seca ao doce de leite. Mais para frente, quero fazer parcerias com chefes de cozinha para ter pratos exclusivos”, explica. Quem também prepara um furgão para rodar em breve pela capital é o cozinheiro Luigi Russo, 48, – que se recusa a ser chamado de chef de cozinha, mesmo tendo comandado tradicionais restaurantes da capital, como o Bar Particular, no Gutierrez, vendido por ele há dois anos. Para Russo, a comida de rua deu um salto de qualidade e de aceitação dos brasileiros nos últimos anos, principalmente pelo consequente encarecimento, ano após ano, do hábito de comer fora de casa. Para se ter uma ideia do aumento, levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) considera que comer em restaurantes ficou 140% mais caro

nos últimos 10 anos e teve uma alta de 10% apenas no primeiro mês de 2014. “Há uns cinco anos, a comida de rua era tida, no Brasil, como maléfica para a saúde, não possuía

estilizar os food trucks com decorações chamativas. Para tanto, ele vai investir nada menos que R$ 450 mil em um veículo ecologicamente correto, com 12 m² de espaço para uma cozinha com capacidade para dois funcionários trabalharem ao mesmo tempo, além de dois painéis de energia solar – que permitem uma autonomia para o veículo funcionar por 12 horas sem energia elétrica. A ideia inicial de Russo é servir basicamente comida espanhola em porções individuais, como pratos assados que serão preparados em apenas três minutos e vão custar, no máximo, R$ 15. “Minha ideia é deixar toda a comida pré-pronta, só para os funcionários esquentarem o prato e servirem. Assim o cliente não precisa esperar para comer uma comida boa e, melhor, barata”. Impasse. Apesar de a capital mineira abriesse status que tem hoje. Depois, o gar outros tipos de comida de rua, fato de ficar caro comer em restau- como cachorro quente e até comirante para quem precisa trouxe ou- da mexicana, atualmente os food tro olhar sobre esse nicho de merca- trucks não podem rodar na cidade do que são os food trucks”, analisa justamente pela inexistência de uma regulamentação Foto:Divulgação local para esse tipo de veículo, maior e mais complexo do que as tradicionais vans ambulantes – que têm em média 3 m de comprimento e peso máximo de 1.000 kg. Geralmente, os food trucks pesam 3.000 kg e têm cerca de 6 m de comprimento. Além disso, a maioria dos veículos é O dono do Los Mendozitos formado por trailers ou furgões equipados com fogão e geladeira industriais, Russo. Batizado de La Rica Experi- um tanque para detritos, um exausência, o furgão desse chef fã de rock será completamente personalizado tor e um reservatório para econoem homenagem a Jimi Hendrix – mizar água com capacidade para assim como é tendência nos EUA 50 litros.

“Há uns cinco anos, a comida de rua era tida, no Brasil, como maléfica para a saúde, não possuía esse status que tem hoje. Depois, o fato de ficar caro comer em restaurante para quem precisa trouxe outro olhar sobre esse nicho de mercado que são os food trucks”

5 - Food Truck


Nos EUA

HISTÓRIA DOS FOOD TRUCKS AMERICANOS As cozinhas móveis nos Estados Unidos da América estão presentes mesmo antes da remota época da corrida do ouro até os dias de hoje. Abaixo alguns marcos históricos desta longa jornada Norte Americana

Por Rayssa Torres

A

história de Food Trucks da América iniciou-se há muitos anos, os jantares móveis e comida de rua tem sido parte de hábitos alimentares da América desde o final do século XVII, onde poderia ser encontrado em muitas das grandes cidades da costa leste americana. Desde então, os caminhões de alimentos assumiram o banco da frente no mundo da comida de rua e fazem parte de uma revolução alimentar. 1691 New Amsterdam (Hoje conhecido como New York City) começa regulamentação de vendedores ambulantes que vendem comida de carrinhos de mão.

6 - Food Truck

1850 Food Trucks começam a servir os passageiros dos comboios de “Cross Country”(Jornada americana de migração).

1866 O vagão Chuck é inventado por Charles “Goodnight” para alimentar os vaqueiros e os vagões de trens que atravessam o velho oeste.

Vagão inventado por Charles “Goodnight”

1894 Fornecedores de salsichas começam a vender os seus produtos em campus das principais universidades do Leste americano (Yale, Harvard, Princeton e Cornell), e seus carros começam a ser conhecidos como “Dog Wagons”(vagões de Cachorro Quentes). 1917 As cantinas móveis do Exército dos EUA (cozinhas de campo) começam a alimentar as tropas. 1936 Oscar Mayer lança o primeiro carrinho de Hot Dog ambulante, O “Weiner Mobile” (Salsicha Móvel).


1950 Caminhões de sorvetes começam a vender suas delícias geladas. 1960 “Roach Coach”(Cozinhas Móveis) tornam a sua presença conhecida nos canteiros de obras em todo o país.

1974 Raul Martinez converte um velho caminhão de sorvete no primeiro “Caminhão de Tacos” da nação estacionado do lado de fora de um bar no Leste de Los Angeles.

1980 Início do“Grease trucks”, um grupo de Proprietários de Food Trucks localizado na frente do campus da Universidade Rutgers, em New Brunswick, NJ, começam a servir os universitários.

2006 2010 Wikipedia acrescenta: “Food Outubro–O prestigiado guia Trucks” para sua lista, incluindo a “Zagat” anuncia que em 2011 que história de caminhões de alimentos irão começar a avaliar e graduar em todo o mundo. também os Food trucks. November 2008 – Kogi BBQ chegou às ruas de Los Angeles vendendo tacos asiáticos. 2010 Los Angeles começa a graduar os Food Trcks com nomeclatura de letras assim como os restaurantes. 2010 Associação dos Food Trucks do Sul da Califórnia (SoCalMFVA) é criado, tornando-se a primeira or- 2011 ganização criada para proteger os Janeiro-Presidente Barak Obadireitos dos proprietários de cami- ma “tweeta” que seu Food Truck nhões de alimentos gourmet. preferido em Washington DC é Empanadas. 2010

Maio-“National Restaurant Association” dedica 1.500 metros quadrados para exposições de caminhões de alimentos em sua convenção anual em Chicago.

2010 Agosto–A Grande Food Truck Race (Corrida de Food Trucks) marca o primeiro programa de televisão focada na indústria de alimentos móveis.

2004 O Projeto “Vendedor Ambulante” cria o Prêmio “Vendy”. A competição, que identifica e celebra melhores vendedores de comida de rua de Nova Iorque.

Foto:Divulgação

2011 Agosto-NY emite a primeira licença de venda de alcool (liquor license) ao Food Truck “Pera”. 2011 Agosto–A Gap lança uma campanha publicitária em todo o país de um jeans estilo retro com o uso de um Food Truck.

1º reallity sobre food trucks

Foto:Divulgação

Primeiros food trucks de Nova Jersey

Retweet do presidente Obama

2010 Setembro–Cuisine Mobile (www.mobile-cuisine.com) torna-se o primeiro site a oferecer cobertura da indústria de alimentos móveis nacional.

2010 Setembro–O governo dos EUA acrescenta: “Dicas para começar seu próprio negócio de Street Food” para o seu pequeno site www.business.gov negócio.

Food truck usado em campanha da GAP

Foto:Divulgação

Foto:Divulgação

O “Weiner Mobile”, o primeiro carrinho de hot dog

2012 Food Trucks serve os fãns da NFL Superbowl em Indianápolis. Street Food (Comida de Rua) está disponível para os americanos por centenas de anos, e Food Trucks foram servindo as deliciosas maravilhas há mais de duas décadas, de modo que o conceito básico é nada de novo. No entanto, como você pode ver, o Food truck tomou um novo significado, como a indústria de alimentos móvel continua a metamorfose.”

7 - Food Truck


Casos de Sucesso Foto: Patrick Rodrigues / Agencia RBS Tiago Schappo de Florianópolis comanda os fogões do Hoje Tem Food Truck

A segunda edição do Food Truck Festival tem empresários de todos os tipos e eles contaram como é a rotina dessa vida itinerante que levou sabores deliciosos a Blumenau no fim de semana. 8 - Food Truck

Histórias de quem apostou nos food trucks Por Rayssa Torres

A

trás do balcão de todo food truck tem uma história a ser contada e uma maratona que começa muito antes do festival. Alguns daqueles que decidiram ter o negócio sobre rodas viram a tendência

como uma nova oportunidade de trabalho, outros desistiram das carreiras para apostar em algo mais prazeroso e tem aqueles que estão no ramo mas quiseram investir em algo diferenciado. A segunda edição do Food Truck


Atrás do balcão de todo food truck tem uma história a ser contada e uma maratona que começa muito antes do festival. Alguns daqueles que decidiram ter o negócio sobre rodas viram a tendência como uma nova oportunidade de trabalho, outros desistiram das carreiras para apostar em algo mais prazeroso e tem aqueles que estão no ramo mas quiseram investir em algo diferenciado. A segunda edição do Food Truck Festival,tem empresários de todos os tipos e eles contaram como é a rotina dessa vida itinerante que levou sabores para lá de deliciosos a Blumenau no fim de semana. Quem vê de longe a jovem de 27 anos sentada no lugar do carona de uma Kombi 1976 vendendo tíquetes de churros não imaginava, mas ela é também assessora de um desembargador do Tribunal de Justiça. Ana Paula Romero é casada com o publicitário, Raphael Albini, 38, que desistiu da carreira em maio do ano passado. Eles juntaram a paixão pelo doce de Ana Paula e o descontentamento do emprego de Raphael, aliado à tendência de comida de rua, e resolveram abrir o Me Gusta Churros com um investimento de R$ 40 mil em dezembro do ano passado em Pinhais (PR). O casal conta que a rotina de segunda a quinta-feira é de produção da massa em casa e compra dos produtos. Depois, eles seguem para a cidade onde ocorre o evento e contam com a ajuda de outras quatro pessoas para vender 1,5 mil cones por dia — cada um vem cinco churros. Enquanto um fica no caixa em um período, outras duas pessoas ficam em cima da Kombi finalizando o produto e assim vão se revezando ao longo do dia. Como estão congelados, os churros são fritos na hora e levam o sabor da preferência do cliente. É a segunda vez que o truck vem a Blumenau: — Quisemos levar para as ruas um churros de qualidade, com o que tem de melhor no mercado. A rotina

quatro pessoas — uma fica no caixa, uma no apoio, uma na finalização e Tiago no fogão. Do restaurante para o truck O empresário do Didge — de comida australiana —, Rafael Cunha, 38, acompanha o movimento dos food trucks há bastante tempo fora do BraO pessoal do Me Gusta Churros sil e decidiu invesFoto:Divulgação tir neste tipo de ne‘é corrida, mas estou bem mais reagócio para atender lizado fazendo o que gosto _ conta às expectativas de consumo do Raphael. cliente e fortalecer a marca. Para Quem também se realizou ao ele o restaurante e o food truck se largar o emprego e apostar numa complementam e participar com o vida bem diferente foi Tiago Schap- caminhão em festivais é uma mapo, 32, de Florianópolis, que deixou neira de conquistar uma clientela de lado a vida como trader esporti- que talvez não iria ao restaurante: vo e há dois meses comanda os fo“Tivemos a percepção de se gões do Hoje Tem Food Truck, cujo aproximar dos clientes em outros carro chefe é o risoto de linguiça momentos de consumo. Mesmo se ele não for a um restaurante, ele vai comer no horário de trabalho, por exemplo, e procura um lugar mais descontraído e barato.” No caminhão Ford ano 1996 comprado em uma leilão da Rede Globo — ele funcionava de ilha de edição no Rio de Janeiro — trabalham cinco pessoas: uma no caixa, duas montando os hambúrgueres, um na chapa e outra no abastecimento. Para a logística funcionar bem e haver segurança no preparo dos alimentos ele faz toda a produção nos restaurantes e só finaliza o sanduíche no local: Para isso temos também um caminhão refrigerado e viemos preparados para vender 3 mil hambúrgueBlumenau na cachaça com damasco res, que é a matéria-prima principal. e farofa de bacon. Se faltar alguma coisa como salada, Diferente do Me Gusta Churros, podemos comprar aqui. que faz a produção em casa, o food No fim, quem ganha é o público, truck de Florianópolis tem uma co- que afirmou que o evento desta vez zinha industrial dentro da própria esta mais organizado e tem mais opSprinter e tudo é preparado ali den- ções para todos os bolsos e gostos: tro. Tiago investiu alto: foram R$ Na outra edição cheguei até 150 mil para o veículo ser todo re- na frente da Vila Germânica e devestido de inox, funcionar com três sisti quando vi as filas. Este ano fontes de energia (gerador, baterias está bem mais organizado, dá para e elétrica) e ainda ter um selador sentar e tem tanta opção que fica à vácuo, para congelar o risoto até difícil escolher — conta a nupré-cozido. A cada cinco minutos, tricionista Caroline Baumgarten, 10 pratos são feitos pela equipe de 32 anos.

“Tivemos a percepção de se aproximar dos clientes em outros momentos de consumo.”

9 - Food Truck


Como montar o seu

Dicas sobre como montar um food truck e faturar alto

Foto:Divulgação

O Buzina Food Truck é um dos primeiros de São Paulo e do Brasil

Por Rayssa Torres

C

ada vez mais pessoas ficam interessadas em como montar um food truck, uma ideia que foi chegando devagar no Brasil e que já toma conta de algumas capitais como São Paulo, e a tendência é de se expandir cada vez mais e mais por todo país. A moda dos food trucks ga-

10 - Food Truck

nhou um grande impulso com a publicação da lei 15.947/2013 da prefeitura de São Paulo em maio de 2014 que regulamentou a venda de alimentos em barracas, carrocinhas e veículos automotores. Atualmente na capital, já são mais de 600 food trucks em atividade.

Para quem está querendo saber como montar um food truck, a equipe do Empreendedores Web correu atrás das informações e passa para você o passo a passo desse processo. Vejamos então como isso funciona e como você pode embarcar na moda dos food trucks.


1

Um novo conceito culinário

O único elo em comum entre a tradicional cozinha de rua, cachorro quente, churrasquinhos, caldos e os food trucks, esta na localização. As cozinhas sobre rodas oferecem um cardápio bem mais sofisticado em um mix de opções da gastronomia internacional. A sofisticação dos pratos vem acompanhada de outro ingrediente essencial para o sucesso do negócio, preços muito atrativos. O preço médio das refeições nas ruas de São Paulo está em torno de R$ 20 e as porções são consideradas generosas pelos consumidores. É uma dessas ideias de negócios que vale a pena analisar.

2

Consulte a legislação da sua cidade A primeira coisa a ser feita antes mesmo de pensar em como montar um food truck é consultar sobre a possibilidade de implementação desse tipo de negócio em sua cidade. No caso de São Paulo, onde ocorreu o primeiro boom, existe uma legislação municipal específica para este tipo de comércio. A questão de montar o food truck é simples. O problema é saber se em sua cidade ele é permitido. Outras cidades que já adotaram o food truck não possuem legislação específica, mas também não têm qualquer oposição a esse comércio em seu código de posturas.

3

Determine qual será o cardápio do food truck O primeiro item da lista de o que é preciso para montar um food truck é determinar o cardápio. Talvez você esteja estranhando falarmos em cardápio a ser oferecido no food truck antes de falarmos em estrutura, mas essa inversão é intencional, visto que o que será servido irá influenciar em muito o custo, principalmente no que diz respeito à estrutura que será necessária na customização.

4

6

O que é preciso para montar um food truck

Adaptação e customização do food truck

Para quem quer saber como montar um food truck ai vai uma dica. Fuja dos cardápios complicados, de difícil preparo ou finalização, também aqui, menos e mais. Tenha em mente que o espaço disponível em um food truck é muito pequeno. Além da questão da execução, você também terá a questão do tempo de preparo. Opte por pratos sofisticados mas de simples preparo e finalização. Lembre-se que uma das características do publico diurno de um food truck é a pressa e essa demanda deve ser atendida juntamente com a questão da qualidade.A melhor coisa a fazer é determinar o formato do seu negócio e consultar uma empresa especializada.

Resolvida a questão do veículo, vem agora sua adaptação já que você precisará montar uma infraestrutura para poder atender às suas necessidades de preparação e comercialização dos pratos atendendo às exigências da ANVISA e também da prefeitura do seu município.

5

Estrutura básica para um food truck A estrutura para montar um food truck é composta por dois elementos distintos, o caminhão em si e a estrutura para a cozinha. É na escolha desses elementos que vai estar a engenharia financeira final que irá determinar o valor a ser investido. A plataforma do seu food truck pode ser um caminhão usado ou novo. Em um primeiro momento, talvez a opção por um veículo usado seja a melhor opção, inclusive para reduzir seu investimento inicial. A legislação não exige que o veículo seja novo. O preço vai variar muito em função do tamanho do negócio que você pretende montar. Como montar um food truck com um investimento inicial reduzido? A resposta é adapte o projeto ao seu orçamento. Não se esqueça que você ainda terá que investir na customização do veículo.

7

Adaptação e customização do food truck Resolvida a questão do veículo, vem agora sua adaptação já que você precisará montar uma infraestrutura para poder atender às suas necessidades de preparação e comercialização dos pratos atendendo às exigências da ANVISA e também da prefeitura do seu município.

A opção das franquias

8

Embora o negócio seja relativamente novo aqui no Brasil, já existem opções de franquias de foodtruck para aqueles que já querem começar o negócio com algum knowhow. O caminho da franquia sempre é interessante e por isso é uma opção a ser analisada. As opções ainda não são tantas como no segmento formal de franquias de alimentos, mas a tendência é que a oferta aumente rápido. As opções são muitas, mas você deve prestar atenção se a empresa segue as regras estabelecidas pela ABNT e homologadas pelo Inmetro e Denatran. Como em qualquer outro negócio, montar um food truck exige muito planejamento e pesquisa, principalmente para poder adaptar o projeto ao orçamento disponível e obviamente às condições do mercado.

11 - Food Truck


Noticias

Após financiamento coletivo, foodtruck La Peruana abre restaurante La Peruana Food Truck da chef Mari Woodman (Peru) é o primeiro Truck da famosa culinária peruana em São Paulo.

Por Danielle Nagase

U

m ano após ligar os motores, o foodtruck La Peruana ganhou um apêndice: há poucos dias estreou, nos Jardins, o restaurante da grife. “Comer na rua é legal, prático, mas ninguém quer enfrentar fila e ficar de pé no sol todo dia”, pondera MarisabelWoodman, que deu ouvidos aos clientes. “Eles sempre diziam ‘onde é o restaurante? Tem que abrir um’.” — Os próprios clientes começaram a pedir um endereço — conta a chef peruana Marisabel Woodman, dona do restaurante, que vive no Brasil há três anos e tinha o seu food truck há pouco mais de um ano. De início, lembra a chef, o ponto fixo seria pequenino, com ares de boteco. Até que ela e os dois sócios encontraram um imóvel. Os planos mudaram —”e o orçamento triplicou”. Mas para Marisabel, as diferenças não se resumem aos custos. — No truck, o legal é o contato direto com o consumidor que permite saber o que as pessoas pensam do seu prato. Mas é mais estressante. Você tem que fazer uma mudança todos os dias.

12 - Food Truck

Foto:Divulgação


Para ajudar a cobrir as despesas, chef e parceiros lançaram uma campanha (ainda ativa) em um site de financiamento coletivo. As contribuições vão de R$ 12 a R$ 2.200 e correspondem a recompensas, como uma sobremesa, um jantar para dois ou um evento particular para 40 pessoas. Até a última quinta-feira (27), 46 doações somavam quase R$ 10

mil. A meta, a ser superada até sábado (5), é arrecadar R$ 15 mil. “Esse dinheiro vem em boa hora, já que o nosso acabou”, diverte-se Marisabel, 27. A verba será gasta com os detalhes finais da empreitada: teares do Peru para os estofados, quadros de artistas também de lá e a ilustração de um peixe mera, tipo garoupa, encomendada para co-

Foto:Divulgação

Batata amassada, fria e temperada com limão e ajíamarillo, sabores polvo, galinha com camarão e siri

brir uma parede do restaurante. A saber: os ceviches que fizeram a fama do foodtruck também são destaque na nova sede. O cardápio, porém, lista outros pratos típicos, como o polvo na brasa com alcaparras e raspas de limão, acompanhado de batatas assadas e cogumelos (R$ 49). Para beber, aposte nos piscos — fusionados ali.

Marisabel , dona do La Peruana: ela começou com um food truck e agora abriu um restaurante.

Foto:Divulgação

13 - Food Truck


Investimento

Food Truck: a onda do movimento

Foto:Divulgação

Um espaço onde é possível encontrar diversas opções gastronômicas sobre rodas no bairro Butantã, em São Paulo

Por Franco Franquia

F

omentar o empreendedorismo é uma das razões apontadas na Lei nº 15.947/13, que dispõe sobre a legalidade da comida de rua, projetada por vereadores da Câmara de São Paulo, e regulamentada no último mês de maio pelo prefeito Fernando Haddad. Com esse passo, a capital paulista se aproxima de um padrão já bem difundido em países desenvolvidos. Nos Estados Unidos, por exemplo, o movimento começou timidamente em 2009 e teve um grande boom em 2010, conforme explica a consultora da Galunion Consultoria e Gestão, Simone Galante. “O consumidor passou a querer comida rápida, mas com novidades. Segmentos como alimentação étnica, por exemplo, apareceram nesse modelo”.

14 - Food Truck

“Com a regulamentação, quem já atua nesse segmento vai ter uma atenção mais específica. Antes os operadores pensavam que seus veículos poderiam ser apreendidos a qualquer momento, era um ambiente de negócios menos estável.”


Foto:Divulgação

Natortilha, rede de restaurante rápido mexicano trasformada em food truck

Os food trucks começarão, aos poucos, a dividir espaço com os comerciantes de rua convencionais, agora regulados e beneficiados pela Lei. “Com a regulamentação, quem já atua nesse segmento vai ter uma atenção mais específica, legítima, órgãos para fiscalizar e vai ajudar a aprimorar bastante. Antes os operadores pensavam que seus veículos poderiam ser apreendidos a qualquer momento, era um ambiente de negócios menos estável”, afirma Simone. Foi inaugurado esse ano, inclusive, o ButantanFood Park. Um espaço onde é possível encontrar opções gastronômicas sobre rodas no bairro Butantã, em São Paulo. Esse modelo também é inspirado em praças de alimentação ao ar livre, nos Estados Unidos. A comida de rua sempre foi uma realidade em São Paulo, na visão do vereador Andrea Matarazzo (PSDB/SP), um dos idealizadores da regulamentação, e precisava ser amparada pela Prefeitura no sentido de beneficiar tanto o empreendedor, quanto o consumidor. “Essa atividade gera uma comodidade imensa para a sociedade e tem um grande potencial de empreendedorismo,

não faz sentido ser proibida”. Os comerciantes que já tinham seus negócios em pontos nas ruas deverão passar por treinamentos e adaptações, mas terão prioridade, uma vez que já detém o conhecimento. o mercado. Além disso, é esperado que grandes marcas olhem para essa oportunidade como forma de expandir seus negócios. No entanto, Matarazzo frisa que para evitar a criação de grandes grupos, é expedida apenas uma licença por CNPJ. “É uma atividade que se encaixa perfeitamente nas franquias e alavanca empreendedorismo para a sociedade. A lei assegura comodidade e controle do negócio”. Franchising nas ruas Algumas franquias já preparam os motores dos caminhões para saírem às ruas vendendo seus produtos e assim abocanharem refeições como café da manhã e lanche da tarde, apontados pelo estudo da Toledo & Associados como os déficits do food service em geral, e que passaram a ser procurados por 16% e 30% dos consumidores, respectivamente.

Uma das marcas que já têm o plano pronto é a NaTortilha, especializada em comida mexicana. Desde que chegou ao mercado brasileiro, em 2011, o fundador, Ricardo de Leon, investiu em lojas em shopping centers e de rua. “Nosso negócio, por ser muito dinâmico e não precisar de cozinha, nem de exaustor, nos permite posicionar em qualquer ponto ou praça de alimentação”. Tendo o aceno da regulamentação de comida de rua em vista, o empresário vislumbrou a oportunidade que o elevaria a outro patamar no ano passado. “É muito mais que loja de rua, é movimento”. O modelo adotado pelo NaTortilha não prevê o caminhão convencional e sim uma estrutura box com macacos hidráulicos e tecnologia Stop and Go, que abre e fecha por meio de um controle remoto, em até oito minutos. “OptNatortilha Móvel 02amos por esse modelo por ser mais econômico ao franqueado e facilitar a mobilidade”. O faturamento médio previsto é de R$ 60 mil. A previsão de inauguração da primeira unidade é para o segundo semestre de 2014, na região da Ave-

15 - Food Truck


Foto:Divulgação Rock & Ribs e cozinha itinerante, assim o público terá a oportunidade de conhecer de perto o caminhão que é preferência nacional no segmento

nida Paulista, com funcionamento 24 horas e 12 funcionários. Ricardo já vislumbra a locomoção para eventos, faculdades, estacionamentos e outros locais abertos. “Nos próximos seis a oito meses queremos implantar cinco unidades, todas aqui em São Paulo, e já temos os locais mapeados”. Com esse passo, Ricardo acredita que contribui para o avanço da comida mexicana no País, que vem ganhando terreno e admiradores. “Sabemos que é questão de tempo, o produto está entrando muito bem na aceitação do consumidor. Me espelho muito no caminho trilhado pela comida japonesa, há alguns anos”. Comida e música A Rock&Ribs espera colocar seis food trucks nas ruas esse ano. “Estamos apostando muito nesse segmento, é uma oportunidade para que os empreendedores

16 - Food Truck

possam se profissionalizar, criar suas empresas, gerar empregos e fomentar benefícios via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para buscar esse nicho de mercado“, afirma o diretor-executivo da marca, Renato Capelari. Os caminhões da marca já estão negociados e aguardando a liberação dos pontos pela prefeitura de São Paulo. “Temos o cadastro de diversos investidores que querem esse produto, porém nós só vamos para o mercado de forma responsável“. Capelari comenta que espera levar a atmosfera da culinária norte-americana para o food truck, com linhas de produtos como hambúrgueres, hot dog, costela barbecue e também trazer a temática lúdica, presente nas lojas, que remete ao rock dos anos 1950. “Nossos parceiros, que são exclusivos na marca, querem participar desses

empreendimentos também“. O diretor adianta que o atendimento no food truck será outro diferencial, com automatização alçada à mobilidade com iPods e iPads. Capelari revela que já foi sondado por grandes eventos musicais, como o Lollapalooza e esportivos, como a Formula Indy, e mira eventos públicos ao ar livre como a Parada do Orgulho GLBT, em São Paulo. “Queremos cobrir os eventos durante o ano que tenham uma janela já fixa na cidade para fundir o lúdico com a gastronomia“. A linha de produtos também passará por adaptações, pois o modelo não comporta grande variedade. A promessa é que o food truck ainda disponibilize o serviço de “levar para viagem”. A especialista Simone Galante explica que essa estratégia segue o mesmo caminho dos trucks norte-americanos, que atraem público mais jovem, o que demanda adap-


Foto:Divulgação

Luiz Fernando Campos, presidente do Seleti

tações e ofertas interessantes em menus. “O food truck também é entretenimento. Muitos colocam telas, ainda mais quando é parte de um festival. Outros atrativos para o jovem, além de ir lá para ver a comida no caminhão”. Plano futuro O restaurante de culinária saudável Seletti também tem observado o modelo de food truck com atenção. Enquanto o presidente da marca, Luiz Fernando Campos, se ocupa com o lançamento de novos modelos de loja, como o Fit, que despontará a entrada em espaços menores, como postos de gasolina, e as lojas de rua, Express, que visam conquistar outros horários de consumo e delivery, observa o movimento do mercado em direção à comida de rua. “Está todo mundo indo para o food truck, eu estou olhando, aprendendo com eles. Ainda ninguém sabe quantas lojas cabem ou quanto pode faturar. Rua, quiosque e shopping eu já sei, já fiz e acompanhei de outros”. Apesar da desconfiança,Luis Felipe Campos - Selettios tem um modelo desenhado, observa a curva de aprendizado ser feita por outras marcas que já estejam com o veículo na porta para sair à rua, e espera ter o seu modelo de food truck pronto ainda em 2015. “É importante testar outros modelos dentro da própria marca. Muitas estão montando um guarda-chuva de redes, outras testando sinergia, operação, fornecedor. O que eu quero é testar novos modelos den-

tro da própria marca”. A precaução de Campos é recomendada. Apesar de não ter custos de aluguel, a receita de um food truck será menor que a de restaurantes convencionais, pelo menos a princípio. “Não vejo atendendo quantidades enormes de pessoas. No dia a dia vão sair de 70 a 100 almoços no horário de pico”, explica Simone. Além disso, o planejamento deve ser feito com muita antecedência, além de ser aconselhado ter conhecimentos básicos de mecânica, como já é recomendado em mercados onde o modelo é mais maduro. “Precisa ter muito planejamento, pois se esquecer do garfo ou do guardanapo quando sair do abastecimento, esqueceu. O que ele tem é o que está no caminhão. Tem que entender um pouco de manutenção veicular, economia de combustível, pensar se vai gerador de energia dentro do caminhão, entre outras coisas”, explica. Como toda novidade, a Lei da Comida de Rua e a atuação dos food trucks devem passar por muitas alterações no decorrer do processo. “Uma das coisas que o empreendedor lá de fora recomenda é que quem for apostar nesse segmento seja flexível, porque vai haver mudanças. O próprio governo vai entender isso e fazer ajustes”, comenta Simone. O que diz a lei? -Veículos automotores devem ter, no máximo, 6,30 metros de comprimento e 2,20 metros de largura. -Cada empreendedor pode ter,

no máximo, um CNPJ operante na cidade. Ou seja, cada franqueado só pode ter um food truck. -A venda de bebidas alcoólicas é proibida, exceto que previamente autorizada pela prefeitura e entidades promotoras de eventos para os quais o serviço seja contratado. -Distância mínima de 5 metros de cruzamento de vias, faixas de pedestres, rebaixamento para acesso de pessoas portadoras de deficiência física, pontos de ônibus e táxis, equipamentos públicos, hidrantes e válvulas de incêndio, orelhões e cabines telefônicas, tampas de limpeza de bueiros e poços de visita. -Distância mínima de 20 metros de entradas e saídas de estações de metrô e de trem, plataformas de embarque, rodoviárias e aeroportos, monumentos tombados, hospitais, casas de saúde, pronto-socorro e ambulatórios públicos ou particulares e ginásios esportivos e estádios de futebol. -Distância mínima de 25 metros de comércios varejistas de alimentos e mercados municipais que comercializem produtos alimentícios. Não se posicionar em frente a estabelecimento de ensino, farmácias, portões de acesso a edifícios e repartições públicas. Ruas estritamente residenciais também estão vetadas. Curiosidades A empresa norte-americana Zagat lançou, em 2010, um aplicativo chamado FoodTruckFinder, que localiza todas as unidades em operação em Nova Iorque e direciona o usuário. De acordo com matéria publicada no South Florida Business Journal, os food trucks de Miami são mais seguros, no quesito alimentar, do que restaurantes convencionais. Em pesquisa divulgada pela National Restaurant Association (NRA), NationalHouseholdSurvey, 2014, Dos adultos norte-americanos, 67% apadrinhariam um food truck se o seu restaurante favorito oferecesse e 40% já compraram comida nesses modelos.

17 - Food Truck


Curiosidade

Foodtrucks de doces Desde que a moda dos foodtrucks pegou de verdade na cidade, a maioria dos furgões escolheu hambúrgueres, sanduíches, massas ou pratos salgados como chamariz do cardápio

Por Danielle Nagase

A

inda em menor número, os trucks de doces começaram a ganhar força. Depois da comilança, que tal encerrar a refeição com um bolo, milk-shake ou macaron? Confira abaixo três boas opções:

Foto:Divulgação

Bamboleiras Tem coisa mais paulistana (e gostosa, claro) do que um guarda-chuvinha de chocolate? E feito com um bom chocolate belga, então? Pois aqui a guloseima ao mesmo tempo nostálgica e gourmet faz parte da seleção do caminhão de doces que estaciona em lugares como a feirinha da Praça Benedito Calixto, na Rua Oscar Freire, nº 261, no Jardim Paulista, ou na Rua Gomes de Carvalho, nº 789, na Vila Olímpia. Alguns dos bons sabores de bolos são bem-casado, paçoca e chocolate belga.

18 - Food Truck

“Cafés, bolos e mimos”, diz a frase estampada na traseira deste colorido food truck

Brigadeiros de saquinhos, uns dos doces do Bamboleiras

As meninas do Bamboleiras

Foto:Divulgação

D’Macarons Em julho, os delicados discos feitos com farinha de amêndoas e recheados com creme doce (R$ 4,00 a unidade) passaram a ficar expostos em um gracioso trailer rosa. Doze sabores se revezam diariamente. São exemplos limão-siciliano, chocolate belga, frutas vermelhas e baunilha. Ainda que as guloseimas sejam feitas com muito capricho, podem apresentar sabor de pastas saborizantes.

“Food truck dedicado a iguaria francesa. Os docinhos são da melhor qualidade e tem sabores incríveis e deliciosos.”


Foto:Divulgação Foto:Divulgação

KombosaShake Em matéria de visual, difícil superar essa Kombi que costuma ficar estacionada em frente à uma loja de roupas descoladas na Vila Mariana. Formam-se filas para pegar os copões. No cardápio, há sabores bem diferentes do que costuma-se ver nas lanchonetes. A mistura de trufa de maracujá combina calda de chocolate e da fruta cheia de sementinhas e é batida na hora com leite. O “lá vem o negão” traz diversas texturas de chocolate: em calda, em gotas e em pedacinhos de bolacha. Para tomar numa tarde de sol e ver o mundo de um jeito mais vintage e docinho.

A estilosa e charmosa kombi transformada em food truck

Os diversos sabores de macarons do food truck Foto:Divulgação

“Fiquei sabendo que a kombi estava deixando de ser fabricada e fiquei pensando nisso, sempre adorei as kombis. Tive a ideia de juntar três das minhas paixões: o milkshake, pelo qual eu sou louco, a kombi e os food trucks de comida de rua, que eu adoro.” -Diego As embalagens e acessórios combinando com as cores da Kombosa Foto:Divulgação

Especializado em biscoitos de farinha de amêndoa

19 - Food Truck


Novidades

Na onda do food truck, paulista faz sucesso com food bike

Fotógrafo paulistano abandonou emprego para vender hambúrguer em bicicleta adaptada. Hoje, faz cerca de 100 lanches por dia

Foto:Divulgação

Danilo Tanaka deixou de lado a fotografia após transformar uma bicicleta em ponto de venda de hambúrgueres

Por Ana Paula

N

uma época em que os food trucks começam a se popularizar pelas ruas de São Paulo, um fotógrafo paulistano descobriu meio por acaso seu talento na cozinha e resolveu pegar vácuo na tendência. Em vez de recorrer a um caminhão para vender seus lanches, Danilo Tanaka apostou na bicicleta.

20 - Food Truck

Criou a Bike Burger. A ideia nasceu quando ele foi morar sozinho e viu-se obrigado a preparar as próprias refeições. “Comecei a fazer lanches e testar com os amigos nos finais de semana, e eles aprovaram”, lembra. O grande teste, porém, veio quando Tanaka se candidatou a fazer os hambúrgueres

para um happy hour da editora em que trabalhava. O sucesso foi tamanho que ele assumiu a cozinha em todas as confraternizações semanais da empresa. Naquela época, o fotógrafo ia todos os dias de bicicleta para a editora – eram 45 quilômetros de ida e volta. Cansou. Não das peda-


“Comecei a fazer lanches e testar com os amigos nos finais de semana, e eles aprovaram”

Foto:Divulgação

Ele descobriu seu talento na cozinha após sair a casa dos pais

“A recepção foi ótima, as pessoas gostaram da proposta e o negócio cresceu rapidamente”

Mundial Sem Carro. “A recepção foi ótima, as pessoas gostaram da proposta e o negócio cresceu rapidamente. Hoje, vendemos de 70 a 100 lanches de segunda a quinta, e este número dobra na sexta e no sábado”, diz. Nos primeiros meses, Tanaka pedalava uma a duas horas por dia para levar seu negócio a diferentes pontos da cidade. No final de 2014, finalmente obteve licença junto à Prefeitura para fixar-se na esquina da alameda Rio Claro

com a avenida Paulista. “Como a Paulista fica em uma subida, é difícil chegar pedalando, então estou contando com a ajuda de um carro. Mas agora estou me mudando para a região e pretendo voltar a vir apenas com a bicicleta”, diz o empresário. Além da bike principal, ele ainda conta com outras duas, alugadas para eventos privados. Agora, ele pretende transformar a marca em uma franquia e espelhar a ideia pelo país.

Agora, ele planeja transformar o Bike Burger em uma rede de franquias

Foto:Divulgação

ladas, do trabalho. Pediu demissão e uniu suas duas paixões: bikes e hambúrgueres. Tanaka juntou suas economias, elaborou um projeto de customização e procurou uma empresa especializada em bicicletas cargueiras. Após três meses e R$ 30 mil investidos, tinha em mãos o modelo de food bike que queria. Passou mais um tempo elaborando o cardápio, ouvindo sugestões, e estreou o Bike Burger em 22 de setembro do ano passado, no Dia

21 - Food Truck


Cultura

Chef: um filme sobre foodtruck e internet Por Ana Paula

T

em dias que a gente só quer assistir a algo mais levinho enquanto come algo à noite. Foi isso que nos levou a escolher o filme “Chef”, de Jon Favreau, entre o cardápio cinematográfico disponível na Netflix. Jon Favreau (que conheço por dirigir o Homem de Ferro e ao mesmo tempo atuar como motorista de Tony Stark) assina o roteiro, direção e ainda interpreta Carl Casper, o chef do título do filme (que foi lançado no início do ano passado). Eu sempre fico desconfiada de filmes escritos, dirigidos e estrelados pela mesma pessoa, porque de alguma forma me faz lembrar de Renato Aragão e dos filmes d’Os Trapalhões. Ok, péssima referência. Mas eu estava ali torcendo para que Jon Favreau se saísse um pouco melhor do que o Didi. Já nas primeiras cenas eu me surpreendi: céus, será que ele chamou um dublê para as cenas de cozinha? Ele pica tudo tão maravilhosamente bem! Certo, eu tinha que dar algum crédito para ele. Basicamente, a história é a seguinte: Carl Casper era um chef super celebrado em Los Angeles, mas sua carreira ficou mais fria que comida do dia anterior e sua vida pessoal também não estava lá grandes coisas – pai divorciado, quase não tinha tempo para ficar com seu filho Percy. As coisas começaram a desandar ainda mais depois que um influente blogueiro que faz críticas gastronômicas, Ram-

22 - Food Truck

sey Michel (coincidência ele ter quase o mesmo nome de Gordon Ramsay?), resolve ir ao restaurante onde chef Carl Casper trabalha, para avaliar sua comida. O problema é que Carl teve sua criatividade podada pelo dono do restaurante (ninguém menos do que Dustin Hoffman) e ficou na mesmice, preparando os mesmos pratos por anos. É claro que o blogueiro (ê raça ruim!) detonou o trabalho de Carl com uma péssima crítica que reverberou na internet – e foi só o início da ruína de Carl. Achei demais como a internet entra na história. Carl é um analfabeto digital que nem sabe o que é Twitter. Quem ensina o bê-a-bátuiteiro para Carl é seu filho de uns onze anos – e como é natural pra ele falar sobre redes sociais! Acho sensacional essas crianças sabidas. Mas claro que o adulto faz besteira. Percy cria uma conta no Twitter para o pai, mas Carl inadvertidamente manda um reply todo desaforado para Ramsey acreditando que estava mandando uma DM. Resultado: no dia seguinte a treta entre chef e crítico vira TrendingTopic, o que leva a uma sucessão de cagadas e trapalhadas que culminam na sua demissão e nele se tornando viral no Youtube dando ataque de pelanca. A ex-mulher, interpretada por Sofia Vergara (que é riquíssima, embora eu não tenha entendido com o quê ela trabalha), sugere que ele saia da pindaíba abrindo

o próprio negócio, e dá a ideia de remodelar um trailer para vender comida de rua. Ele vai pedir esse trailer velho para o ex da ex em Miami, e qual não foi a minha surpresa ao ver que era o Tony Stark, digo, o Robert Downey Jr. a lhe ceder o favor (parece que não há ator melhor para interpretar ricos babacas egocêntricos). Aliás, tenho que falar sobre o elenco. É simplesmente incrível que um filme tão de boa tenha reunido tantos talentos blockbusters. Imaginei Jon Favreau criando um grupo no Whatsapp com todos os bróders famosos de Hollywood que provavelmente estavam lhe “devendo uma” e mandou: “e aí galera, bora gravar um filme??” Tem Dustin Hoffman, tem Scarlett Johansson (inclusive comendo macarrão com vontade, muito amor), tem Sofia Vergara, tem John Leguizamo (o eterno “O Peste” da Sessão da Tarde), tem Oliver Platt, tem Robert Downey Jr.! Outra coisa que merece destaque é a fotografia do filme. As cenas que mostram comida são pornográficas. Foodporn total. Ver o chef Carl cortando carne, refogando cebola e preparando molhos dava tesão nas papilas gustativas, ao ponto de sentir o cheiro das comidas deliciosas que ele prepara em cena. Todas as imagens que ilustram essa matéria foram retiradas do filme, para você ter uma ideia. A história é suave, sem grandes malabarismos de roteiro, mas


Foto:Divulgação

O chef Carl em sua cozinha e todos os seus temperos e sabores

Foto:Divulgação

Foto:Divulgação Scarlet Johanson é recepcionista do restaurante do Chef Carl e também seu interesse romântico

Sofia Vergar faz a ex-mulher de Carl e mãe do seu filho, ela é quem o convence a comprar o food truck

é muito apetitosa. Com tanto filme mirabolante saindo todo mês no cinema, tudo pensado para explodir nossas cabeças e nos impressionar e nos dar sustinhos, não é mais qualquer coisa que agrada o público. É tipo consumir muito açúcar ou muito sal. A gente perde a sensibilidade e não consegue apreciar gostos simples. Tudo tem que ser um exagero para ser bom. Jon Favreau, como chef e como diretor, mostra que sabe fazer a coisa na medida certa. A história é engraçada e envolvente mesmo sendo simples – ou talvez justamente por ser simples Afinal, é isso que a história

nos conta: um chef de um restaurante sofisticado que encontra a satisfação profissional vendendo comida de rua simples – sanduíches cubanos e mandioca frita. A comida deliciosa também faz sucesso graças à divulgação que Percy faz nas redes sociais. Quando o foodtruck de Carl cruza o país de Miami até Los Angeles, o garoto posta atualizações no Twitter para que as pessoas saibam onde encontrar o trailer que serve aquela comida tão atraente. Se um grande blog (que valia uns 10 milhões de dólares) foi o que desmoralizou a carreira de

Foto:Divulgação

Pai e filho começam a passar mais tempo juntos graças as viagens no novo food truck

Carl Casper, parece adequado que ele a reerguesse através de tuítes feitos por um garoto de 11 anos. De novo: a simplicidade. Se a história é simples como um sanduíche cubano de porco, então também pode ser considerada tão gostosa quanto. E, de acompanhamento, ainda traz uma mensagem maravilhosa: a comida simples, bem-feita, é quase uma linguagem universal. Por isso o sucesso da foodtruck de Carl. Por isso comida de mãe é insuperável. Porque a comida simples, mais do que encher a barriga, também alimenta o coração.

23 - Food Truck


Tecnologia

1º Guia de Localização de Food Truck nas Ruas Por Ana Paula Pires

O

site “Food Truck nas ram. Daí iniciaram as pesquisas diram naquele momento, dar a deRuas” é o 1º guia de loca- por guias que trouxessem esses vida importância aos Food Trucks lização do Brasil que tem profissionais da gastronomia e que já atuam por algumas cidades como objetivo ajudar os usuários que estão trazendo um conceito do Brasil e, desde então, o projea encontrarem o melhor da gas- inovador para o Brasil e percebe- to Food Truck nas Ruas começou tronomia em Food Truck nas ruas ram que não existia muita infor- a surgir, com intuito de facilitar das cidades. a busca pelo consumiFoto:Divulgação dor final e trazendo um Após a legalização desse serviespaço para os Food ço pela Prefeitura Trucks divulgarem seus de São Paulo, a eventos, itinerários, ciexpansão dos nedades e cardápio atragócios para esse vés do site. segmento está senComo as sócias posdo notória e junto suem uma Agência de com essa novidaPublicidade – a Recriade aqui no Brasil, tivi – os objetivos com novos conceitos de a elaboração do projeto vendas e atendiforam mais fáceis de mento diferenciaserem alcançados, pois do ao cliente estão toda a comunicação do surgindo, cada um site, identidade visual e com o seu perfil, campanhas de divulgaporém com espaço ção foram desenvolvipara todos divuldas pela própria agêngarem o seu talencia, onde conseguiu to gastronômico. alcançar em menos de A ideia surgiu 1 mês, mais de 200 caatravés de uma nedastros de pessoas intecessidade pessoal ressadas em saber mais O aplicativo tem a navegação fácil e conta inclusive das sócias Carla e sobre esse 1º guia de locom mapas para visualizar os trucks na cidade Kelly da Agência calização de Food Trude Publicidade Recks nas Ruas do Brasil. criativi, onde em E não para por aí, as sóuma conversa informal se per- mação relacionada ao segmento e, cias prometem vir com muitas noguntaram onde poderiam estar principalmente um guia onde esse vidades até o próximo semestre, localizados alguns Food Trucks grupo de profissionais pudessem aproveitando que 2014 é o ano da na cidade de São Paulo onde mo- ser localizados facilmente. Deci- Copa do Mundo no País.

24 - Food Truck



Roteiro Crianças curtem os food trucks sob medida para elas

Foto:Divulgação

Foodtrucks para crianças são atração em São Paulo Por Ana Paula Pires

D

ois shoppings de São Paulo resolveram aproveitar a onda dos restaurantes sobre rodas, os foodtrucks, para atrair crianças. Na última quinta (13), o shopping Ibirapuera instalou em um de seus pisos o Food Park, um local com “caminhões” que só oferecem cupcakes. Mas os doces, na verdade, são gratuitos. A brincadeira funciona assim: as crianças recebem um dinheiro fictício em um caixa na entrada e têm que optar por apenas uma das três opções do doce, de acordo com seu custo e benefício. A intenção é promover a educação financeira.No fim de

26 - Food Truck

agosto, o shopping JK Iguatemi também promove um evento que envolve foodtrucks, mas esses são “de verdade”. O FoodTruckKids Festival vai acontecer nos dias 29 e 30, das 12h às 20h, e terá carros em tamanho reduzido para as crianças se servirem sozinhas. Com menu pensado para uma faixa etária de 2 a 8 anos e pratos de até R$ 20, vão participar restaurantes como Ráscal, Arabia, Forneria San Paolo, Le Botteghedi Leonardo, entre outros. O espaço também contará com shows de música, oficinas, teatro de bonecos, contadores de história e seções de cinema.

FoodTruckKids Festival Local: JK Iguatemi - av. Pres. Juscelino Kubitschek, 2.041, Itaim Bibi Data: 29 e 30 de agosto Horário: das 12h às 20h Valor: R$ 5 (crianças até 12 anos) e R$ 10 (adultos) Indicação: 2 a 8 anos Food Park Local: Shopping Ibirapuera - av. Ibirapuera, 3.103, Moema Data: 13 de agosto a 27 de setembro; de quinta a domingo Horário: das 13h às 19h (cada sessão dura 25 min) Valor: grátis Indicação: 4 a 12 anos




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.