R$ 69,90 Edição 001
STREET FASHION: NIKE lança coleção voltada para o
LANÇAMENTO:
Resenha do Lust For Life, novo álbum da Lana Del Rey
EDITORIAL Uma revista com design minimalista, a Suruagy aborda arte na cultura pop de forma objetiva e simples. Tem como objetivo trazer com um set de imagens delicadamente escolhidos, informações relevantes ao leitor. Nessa edição vamos desde a resenha do novo álbum da cantora Lana del Rey até a exposição do Banco Santander: Sem deixar de abordar temas mais sensíveis, sérios e de suma importância que ocorrem no momento.
Diagramação da revista: Marcela Coelho e Pedro Paulo. Fotos e Reportagens: Ísis Suruagy e Ana Luiza.
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04 MÚSICA CINEMA
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Cantora Lana Del Rey para proganda publicitรกria de jรณias.
Mร SICA
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MÚSICA
Lust For Life: Crítica do novo álbum de Lana Del Rey, a cara da música indie.
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ana Del Rey, depois de ter estourando em 2011 com “Video Games” e “Blue Jeans”, se transformou em um fenômeno pop e desde então vem construindo uma carreira bastante sólida, sempre se alimentando das mazelas de sua vida pessoal e do mundo para lapidar seu som com a acidez e o toque obscuro que conquistou milhares de fãs. Agora, com Lust For Life, ela mantém seu hype intacto enquanto passeia pelos mesmos caminhos musicais, mas agora com uma dose extra de liberdade. Mas não uma liberdade filosófica ou política e sim sua liberdade pessoal. Não que ela não pudesse fazer o que bem quisesse em seus álbuns anteriores, mas em seu novo trabalho ela se mostra totalmente livre, e não quer nem saber o que os outros vão pensar. É o tipo de conquista que poucos artistas têm, e haja desprendimento para seguir mesmo diante da pressão do mercado por mais um hit, mais um álbum de sucesso, mais um video que precisa ter milhões de views. Hoje, para ela, tudo isso ficou fácil, e Lust For Life exala justamente esse espírito de vitória. Lana chegou lá faz tempo, na
verdade, mas parece que agora está oficialmente começando a curtir mais sua própria glória. Já no primeiro single do disco, “Love”, ela exalta seu público seus quase súditos que lotam seus shows e fazem dela uma das principais headliners de Coachellas e Glastonburys mundo afora mas agrega valor ao passe: onde uma artista qualquer só focaria no reflexo de seu próprio espelho, Lana vai além e faz o papel de mentora dessa galera: “Vocês jovens ouvindo suas músicas vintage pelo celular/satélite, são parte do passado mas agora são o futuro.” Ou seja, em cada viagem musical de Lana há um recado, há uma preocupação em não ser apenas a musa da internet que virou celebridade. O lado político também ganhou mais espaço em Lust For Life: “God Bless America and all the Beautiful Women in It” é um pêndulo musical que oscila entre o idealista e o distópico, com uma Lana esperançosa de que seu país pode ser um lugar melhor, e faz uma ironia inteligente pedindo a bênção ao mesmo tempo em que se ouvem tiros ao fundo. O interessante de Lust For Life é que mesmo com as mensagens mais maduras e por vezes sérias,
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Lana está mais solta para ser ela própria, e dentro do espírito de se curtir ela se permite até ser romanticamente brega na faixa título, outro single já divulgado, com a participação de The Weekend. O video já deixava claro que aquilo se tratava de outra Lana del Rey: fazendo uma sátira de como a gente fica flutuando e besta quando está apaixonado, ela fez seu próprio dueto amoroso à la Lana: abusando dos clichês tanto no visual quanto na mensagem, ela espertamente não deixou de fora sua acidez. O amor, a paixão, a ilusão de que tudo é perfeito e com final feliz como nos filmes de Hollywood não passa disso: uma ilusão. Lust For Life mantém também a ambição de trazer sempre novos elementos sonoros para o caldo: assim como Ultraviolence abusava das distorções e Honeymoon deu mais peso para cordas e bases pomposas, o novo álbum também brilha com efeitos mas também valoriza os instrumentos mais crus: aqui tem mais baladas de piano, as guitarras são mais limpas, alguns efeitos aparecem mais como um tempero, mas não como ingredientes principais.
CINEMA
MOTHER
O filme que dividiu público e crítica
A
s reações adversas a “Mãe!”, novo filme de Darren Aronofsky que estreou no Brasil nesta quinta-feira (21), não foram surpresa para o diretor. Apesar de uma recepção positiva da maior parte da crítica, a produção estrelada por Jennifer Lawrence e Javier Bardem ficou apenas em terceiro lugar da bilheteria em seu lançamento nos Estados Unidos, e eecebeu uma rara nota mínima, F, do público americano. Após discutir a Torá em sua estreia, “Pi” (1998), e retratar uma das passagens mais conhecidas do Velho Testamento em “Noé” (2014), o diretor de 48 anos não é estranho a temas religiosos. “Acho que é a coisa mais forte que eu já fiz. É a que tem o maior impacto.
A ideia é, ao olhar dentro da escuridão, você revela a luz”, diz ele sobre os tons sombrioss da obra, que geraram a resposta negativa do público até o momento. Acostumado a trabalhar com grande etrelas, como Natalie Portman em “Cisne Negro” (2010) e Hugh Jackman em “Fonte da Vida” (2006), Aronofsky avalia que o elenco estrelado de “Mãe” pode ter ajudado a criar falsas expectativas. “As pessoas veem Jennifer Lawrence, Javier Bardem, Michelle Pfeiffer e Ed Harris e pensam que é um tipo de filme, sem saber que é muito, muito artístico, e que força os limites do que é aceitável no Cinema”, fala o cineasta, sem medo de soar pretensioso.
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CINEMA
“Eu tenho sido bem claro. Só venha ao cinema se quiser um passeio de montanha-russa. Se quiser ficar tenso e botar sua mente para funcionar. Em outro caso, há muitos outros filmes. Eu sei que ‘Pica-Pau’ vai estrear por aqui em breve.”
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ÍCONE
PABLLO vittar
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alma! A drag queen não substituiu Lady Gaga no Palco Mundo, como bem desejava os “little monsters”, mas acabou arrastando o maior público do festival até o início da tarde em um palco improvisado no espaço de um dos patrocinadores do festival. O público vibrou durante os 40 minutos da apresentação, cantou junto os
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sucessos “Sua Cara” e “K.O.”, e pediu, aos gritos: “Vai pro Palco Mundo”. “A Gaga não veio, mas estamos aqui para representa-la. Se tem uma pessoa que podia substitui-la e que representa a gente é a Pablo. Tem que ter uma drag no palco Mundo”, disse Samira. “Fico muito feliz em saber que tanta gente me quer no Palco Mundo, mas eu sei que a minha hora ainda vai chegar”.
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Cantor Pabllo Vittar em ensaio fotográfico para matertial de divulgação do álbum Vai Passar Mal.
EXPOSIÇÃO
QUEERMUSEU
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mostra, com curadoria de Gaudêncio Fidelis, reunia 270 trabalhos de 85 artistas que abordavam a temática LGBT, questões de gênero e de diversidade sexual. As obras - que percorrem o período histórico de meados do século XX até os dias de hoje - são assinadas por grandes nomes como Adriana Varejão, Cândido Portinari, Fernando Baril, Hudinilson Jr., Lygia Clark, Leonilson e Yuri Firmesa. Após protestos nas redes sociais, banco Santander encerra mostra que abordava questões de gênero e de diversidade sexual. A exposição Queermuseu - Cartografias da Diferença na Arte Brasileira foi cancelada neste domingo após uma onda de protes-
Silvia Giordani/Cortesia da artista e MARGS
tos nas redes sociais. A maioria se queixava de que algumas das obras promoviam blasfêmia contra símbolos religiosos e também apologia à zoofilia e pedofilia. Diante da forte repercussão repentina, o Santander esclareceu, por meio de nota, em um primeiro momento, que algumas imagens da mostra poderiam provocar um sentimento contrário daquilo que discutem. No entanto, elas tinham sido criadas “justamente para nos fazer refletir sobre os desafios que devemos enfrentar em relação a questões de gênero, diversidade, violência entre
Jaime Acioli / Cortesia Pinakotheke SURUAGY
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EXPOSIÇÃO
Bruno Leão | Cortesia dx artistx e Galeria Mendes Wood DMt
outros”. Dois dias depois, entretanto, o banco voltou atrás e cedeu às pressões dos críticos com medo de um forte boicote contra o Santander e de manchar a imagem da instituição financeira. Antonio Grassi, ex-presidente da Fundação Nacional de Artes e atual diretor executivo do Inhotim, acha lamentável que uma exposição seja interrompida dessa forma. “A arte é o melhor lugar para debater. Eu vejo como preocupante esse tipo de movimento que impulsiona esse tipo de intransigência com o debate. Essas ideias de intolerância são incompatíveis com a arte. É uma censura”, disse ao EL PAÍS.
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Da esquerda para direita: a rapper Tássia Reia, ativista Mel Duarte e cantora Lellezinha para cocoleção da NIKE
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MODA
“THE FORCE IS FEMALE”: A NOVA CAMPANHA EMPODERADA DA NIKE
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Nike juntou mulheres fortes e empoderadas para a sua nova campanha da linha Nike Nocturne para celebração de 35 anos do Air Force 1. As mulheres poderosíssimas que representam a linha para o Brasil são as cantoras Lellezinha e Tássia Reis, a ativista e poeta Mel Duarte, a apresentadora Marina Santa Helena e o coletivo de basquete Magic Minas. Com mote “The Force is Female”, o novo lançamento da marca tem detalhes especiais. Em casa tênis há mensagens especiais para as mulheres em suas palmilhas, como: “Become Your Own Hero” (trad: Torne-se sua própria heroína) e “With Full Force” (trad: Com toda sua força). A coleção conta com uma nova versão do sneaker de cano alto, agora em roxo escuro com detalhes envernizados. Isso sem falar das camisetas com frases poderosas.
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Atriz Millie Bobby Brown para revista Suruagy.
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SÉRIE
O perigo da adultização das crianças
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illie Bobby Brown, de 13 anos, e uma das estrelas da série Stranger Things, tem chamado a atenção do público nos últimos dias. E não foi apenas por sua bela atuação na segunda temporada da série, que estreou na última quinta-feira, 28, mas sim pela forma como Millie tem sido apresentada na mídia. A aparição da atriz mirim no tapete vermelho da estreia da nova temporada da série, acendeu um debate na internet sobre a adultização de crianças. Principalmente quando se faz uma comparação da Millie há um ano, e a Millie de alguns dias atrás. No primeiro red carpet, em 2016, a atriz aparece sem maquiagem, de cabelo natural, e com um vestido e tênis, bastante confortáveis. Um ano depois, a mesma ga-
rota surge com fios alisados, maquiagem pesada, vestido de couro e salto alto. O assunto virou polêmica, já que Millie estaria sofrendo uma adultização e sexualização pela indústria do entretenimento. O fenômeno da adultização acontece quando a infância da criança é encurtada e ela não vive as experiências de acordo com sua idade, negligenciando as etapas do desenvolvimento. O mais curioso é que esse fenômeno costuma acontecer muito mais com as garotas do que com os garotos. O comprimento da saia fica menor, o salto do sapato aumenta, a maquiagem cada vez mais carregada e as roupas se tornam mais justas ao corpo, acentuando curvas que ainda nem existem.
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