Muito prazer, meu primeiro disco #6 Fafá de belém
Houve um tempo em que toda produção musical que não fosse realizada na região Sudeste do Brasil era classificada de maneira simplista como “música regional”. Reconhecendo a diversidade e a riqueza da sonoridade que se produzia pelo país, ainda que sem se dar conta do quão absurda e elitista era aquela espécie de rótulo, paradoxalmente as grandes gravadoras enviavam profissionais às mais variadas regiões a fim de encontrar novos talentos que despontavam fora do chamado eixo Rio-SP. Foi numa dessas idas à capital do Pará que o produtor musical Roberto Santana, espécie de olheiro da Philips/Phonogram, ficou siderado com a maturidade e a desenvoltura de uma jovem chamada Maria de Fátima Palha Figueiredo. Ele não fora o primeiro. Antes, um dos maiores musicólogos do país, Zuza Homem de Mello – saudoso amigo com quem tive o privilégio de dividir a curadoria desta série, “Muito Prazer, Meu Primeiro Disco” – também se impressionara com o canto daquela