Revista Shimmie . Edição 4

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CONHEÇA O MELHOR DA

DANÇA DO

VENTRE REGIONALIDADE E DANÇA

A mistura cultural que deu certo!

NOVA COLUNA

VOZ DA ALUNA Histórias contadas por quem pratica a dança do ventre

BAILARINOS DE DANÇA ÁRABE

Talento, força e carisma!

SOS CABELOS Produtos para recuperar os fios

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ANO 1 Nº 4 R$ 10,00

SUELLEM MORIMOTO

A sansei que arrasa na dança do ventre!

CONFIRA MAQUIAGEM • TRIBAL • EDITORIAL DE MODA • LEITURA MUSICAL • E MUITO MAIS!




DIRETO DA REDAÇÃO

Diretoria Executiva Redação Monica Nice Marketing e Negócios Daniella Ogeda Nice Produção e Multimídia Adriana Brida Monteiro Produção Divina Consultoria www.divinaconsultoria.com.br Redação Jornalista Responsável Andre Rossi - MTB 30.907 Diretora de Arte Josi Madureira Ilustração Sara de Morais

A vida não é um conto de fadas. É um conto de fatos. Henry Jeanson

Nasci na Mooca meeeu!!! Fui extremamente mimada pelos meus pais. Mesmo depois de anos fazendo análise, foram poucas as vezes que lembrei ter recebido um ‘não’. Brincava de empresária com o meu irmão. Tínhamos a empresa Canide – uma empresa de engenharia que projetava aviões. Meu irmão mais velho era o engenheiro chefe e eu era a secretária dele. Mas eu detestava ser “mandada” por ele. Na adolescência, comecei fazendo estágio em uma empresa inovadora (quando informática era um campo novo) na Vila Mariana. Passei por todos os departamentos, desde a recepção até a diretoria. Perdi a conta sobre o número de vezes que eu interrompia alguém em determinado setor para perguntar todos os porquês de tudo o que a pessoa fazia. Aí conversava com ela e dizia outras mil maneiras de fazer a mesma coisa de modo diferente, mais rápido e menos custoso. Posso afirmar que os primeiros meses foram bem difíceis... para eles!!! No dia ‘do cebola’ (de receber o holerite), todos choravam e eu ficava feliz por receber o dinheiro certinho para pagar minha condução. Ganhava o equivalente a R$ 150,00 hoje. Para mim não importava, porque esse valor era o passaporte, a oportunidade, a ponte que eu precisava para chegar até aquele lugar mágico, meu laboratório prático. Vinte anos depois, formada em gestão de qualidade, aqui estou eu com a Divina Consultoria, uma empresa que nada mais faz do que perguntar o que todo mundo faz, enaltecer os pontos fortes, apontar os pontos a melhorar, e que tem como objetivo ajudar o profissional, o produto e/ou empresa a se resolver. Engraçado, né? Como o mundo dá voltas!!! Mas e os ‘nãos’? Onde ficaram? Por todo o caminho percorrido. Cansei de chegar em casa chateada porque tinha tomado um não. A Revista Shimmie também foi criada a partir de um ‘não’, sabia? Será que NÃO pode ser feito diferente? Nossa arte merece, NÃO merece? Nesta nova fase da Revista Shimmie – presente nas melhores bancas de São Paulo, com novos pontos de venda distribuídos em todo o Brasil, novos anunciantes chegando a cada edição, novas parcerias sendo formadas – deixei vários ‘nãos’ para trás. Mas tenho certeza que ainda enfrentarei vários outros. Quer saber? Entre o sim e o não, sempre espero o ‘talvez’. Pode ser bom? Pode ser melhor! Minha escolha sempre foi criar pontes ao invés de paredes... e a sua escolha, qual foi?

Daniella Ogeda Nice Marketing e Negócios 4

www.shimmie.com.br abril/maio 2011

Contato Administrativo Patricia Moura Revisora e Tradutora Thaís Cristina Casson Fotógrafa Adelita Chohfi Usina de ideias Vera Moreira Produção Gráfica Kamaleão Digital A Revista Shimmie é uma publicação bimestral da K Editora & Comércio de Papéis Ltda, destinada ao público envolvido com a Dança do Ventre. ISSN 2178-5759. A Revista Shimmie é destinada à informação e entretenimento, não cabendo responsabilidade por conceitos emitidos em artigos assinados ou por qualquer conteúdo publicitário e comercial, sendo este último de inteira responsabilidade dos anunciantes. Não é permitida a reprodução total ou parcial de qualquer material sem prévia autorização por escrito.

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GPS DA REVISTA COLUNAS

10

Estilo

12

Figurinos

18

Beleza

19

Maquiagem

22

Cantinho das Blogueiras

23

Fusão de ideias

24

Tribal

26

Me leva Lulu

37

Nutrição

38

Folclore

40

Corpo - Consciência corporal

41

Corpo - Anatomia

42

Saúde Mental

43

Saúde Corporal

44

Finanças

45

Meu negócio

46

No início foi assim

47

Voz da Aluna

48

Dança do ventre na Universidade

49

Encontrei por aí

50

O homem na dança do ventre

51

Entrevista

52

Leitura Musical

53

Teoria Musical

54

Moderno

55

Clássico

56

Corrente do bem

Fonte danças - Projeto social Poli Fonte Mirim

13

Editorial de Moda

57

Onde encontrar sua Revista Shimmie

20

Sapatilhas

58

Off Bellydance

59

Programe-se

62

Olhos de Bastet

28

Capa

63

Glamurosa

36

Regionalidades

64

Novelinha Shimmie

6

Moderno

Tarik

Corpo Oval Hidratação Aurora Magnífica Para não faltar assunto Vamos falar de Jazz Muitas etnias, uma só linhagem Impressões sobre a Rússia Prato típico: Tabule Conhecendo a cultura árabe Desenvolvendo a Consciência corporal Membros inferiores - Pernas, pés e coxa Carreira e Família Corpo em Movimento Falando sobre o cotovelo O valor dos serviços prestados Espaço Mozaico - O sonho que se tornou realidade Jade el Jabel

O quanto a dança mudou a minha vida Mercado de trabalho e reflexões Um pouco da vida e da dança de Belly A riqueza da Cultura Brasileira Pará e Maranhão A mulher além da bailarina Variações e estudo para música clássica oriental Derbak - Passo a passo Véus - O moderno em cena Organização, disciplina e dedicação

NESTA EDIÇÃO

Deusa Isis

E só rebolar!!! Quando uma borboleta voa... www.shimmie.com.br abril/maio 2011

O Luxo dos Palcos Um sapato certo para cada pé dançante Bailarinos de dança árabe Diferentes Origens, Uma Mesma Dança

modelo da capa: Suellem Morimoto fotógrafa: Adelita Chohfi maquiagem: Vera Moreira


Faça o teste e descubra porque seu lugar é aqui no

ShivaNataraj!

Preciso melhorar minhas habilidade e me aprimorar dentro da Dança do Ventre. Acredito que as técnicas do Ballet Clássico podem me ajudar a alcançar meus objetivos na Dança do Ventre. Conhecimento sobre demais danças como Flamenco e Dança Cigana podem ser úteis nos meus trabalhos de fusão com Danças Árabes. Fortalecimento da musculatura através de Yoga ou Pilates são importantes para meu desempenho enquanto bailarina de Dança do Ventre. Profissionalização e reconhecimento do Ministério da Educação são importantes para minha carreira. Ter acesso a diversas modalidades por um valor único faz diferença para mim. Flexibilidade de horários e acesso livre a grade de turmas e horários pode me ajudar a frequentar as aulas com mais assiduidade.

Resultado Se você marcou pelo menos 3 opções,

Somos a primeira e única Escola em todo Brasil que oferece a combinação de modalidades diferentes dentro de um mesmo programa de estudo e mensalidade. Oferecemos uma ampla grade e flexibilidade de horários para atender as mais diferentes necessidades, onde nossos alunos podem circular entre as turmas conforme sua necessidade. Possuimos uma ótima equipe para lhe orientar como atingir seus objetivos na dança.


O QUE TEM NO SITE

ENTREVISTA

CAPA

PROGRAME-SE

BAILARINOS DE DANÇA ORIENTAL

ONDE ENCONTRAR

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AGUARDE! NA EDIÇÃO 5

BAILARINAS INTERNACIONAIS DA ATUALIDADE QUE NOS INSPIRAM! Ops!!! Edição anterior... O telefone do Atelier Yasmin Hassanein saiu errado. O certo é: 11 4508-5630. As palavras “miçangas” e “após” foram grafadas de forma incorreta nas páginas 15 e 20, respectivamente.

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MURAL DAS LEITORAS

A equipe Shimmie agradece a todos nossos leitores!!! Gostaríamos de registrar o enorme agradecimento pelo carinho e pelas palavras de todas as nossas leitoras. Infelizmente, não temos espaço para publicarmos todas as mensagens que temos recebido, mas a equipe Shimmie agradece a cada uma de vocês que têm colaborado com elogios, críticas e sugestões para que a revista esteja melhor a cada edição. E você que ainda não escreveu para a gente, mande-nos sua opinião! Queremos ouvir a todos os nossos leitores.

@revistashimmie simplesmen te maravilhosa, estão se supera ndo a cada edição, super complet a.

@revistashimmie sucesso! Festival Nacional Shimmie tudo de bom!

Esmeralda, via Twitter

Cantinhoriental, via Twitter

Bom dia! Gostaria de registrar o quanto estou feliz por finalmente existir uma revista com qualidade e conteúdos excepcionais. Parabéns à equipe!

Ju Sobral, via e-mail

A mais nova revista de dança árabe do mercado é um sucesso de vendas em todo Brasil. A revista dá uma visão completa sobre o universo da dança, mas nem só da dança trata a revista: lá você encontra matérias sobre maquiagem, figurino, música, tarô egípcio e muito mais! Eu já fiz a minha assinatura, e você?

Mayara Silveira, via blog

Olá. Quero dizer que recebi as revistas e adorei. Na verdade, amei:))). Muito em breve vou assinar a revista. A dança do ventre merece uma revista especial para ela, e como apaixonada por essa arte, me apaixonei pela revista. Parabéns!

Margareth Teixeira de Oliveira, via e-mail

Está linda essa edição! A minha filha já aproveitou o exemplo da maquiagem e fez para um casamento... Ficou ótimo!

Rosa Maria Nogueira, via e-mail

A Redação se reserva o direito de editar as mensagens enviadas por questões de espaço.

abril/maio 2011 www.shimmie.com.br

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ESTILO

FIGURINO Dicas preciosas para compor seu visual

Simone Galassi é estilista simonegalassi@shimmie.com.br

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www.shimmie.com.br abril/maio 2011

por SIMONE GALASSI fotos ADELITA CHOHFI

Se procurarmos no dicionário, encontraremos o seguinte sobre moderno: dos nossos dias, recente, atual, contemporâneo, do nosso tempo. Ao contrário do clássico e do folclore, o figurino moderno não precisa expressar tradição ou atender expectativas românticas do público. Ele deve ser inovador, irreverente e impactante como as músicas modernas que chegam até a se parecer com dance music. Muito distante do figurino clássico, as franjas devem ser dispensadas, as saias devem ser justas, substituídas por calças ou até minissaias, mas sem dúvida, em qualquer uma dessas opções, devemos ressaltar a elegância. Se a saia for muito justa, NUNCA economize no tecido – além de transparente, ele pode revelar celulites, gordurinhas ou imperfeições que nenhuma de nós gosta de revelar. Se optar por uma calça, além do mesmo cuidado com a escolha do tecido, você deve se preocupar com a modelagem. Não há nada pior nas calças que uma modelagem ruim que revela a anatomia feminina. No caso de minissaias, não preciso dizer que um short é indispensável, afinal, se seu show for em um palco, você irá revelar mais do que seu talento na dança. Os modelos de figurinos para dança moderna são inúmeros, podemos sempre soltar nossa imaginação e aproveitar o que o mercado atual tem para nos oferecer. Tecidos com elastano, jeans, estampados, rendados, com brilho, todos são muito bem vindos, e com cuidado e bom gosto podem ser bordados com acrílicos, paetês, cristais, strass, miçangas, penas, plumas ou metais, tudo muito bem dosado para não perdermos a referência da atualidade, que pede um visual clean e equilibrado com seu corpo e personalidade. Devemos lembrar que como a dança moderna é mais dinâmica e a bailarina está sempre em movimento, o figurino deve ser confortável, leve e desenhado com cuidado para não revelar lingeries e afins. Quero reforçar nesta matéria que dança moderna merece a mesma atenção que a clássica ou folclórica, e ela não deve ser apresentada com macacões de aula. Enfim, dança moderna expressa a atualidade tanto nas músicas quanto nos figurinos, e você que também é moderna e atualizada não vai querer errar no look. Meu conselho é: dança moderna não é tão simples quanto parece, então estude bastante e sempre que necessário consulte um profissional de moda especializado em dança.


GRANDE ENCONTRO DE ESTRELAS

Dias 9, 10 e 11 de Setembro de 2011

Kami Liddle, Sonia Ochoa e DSA

trazendo vários tipos de fusões em SÃO PAULO.

30 horas de aulas

BELA SAFFE(BA), BIA VASCONCELOS(BA), CARLOS CLARK (MG), CIBELLE SOUZA(RN), FÁTIMA BRAGA(SP), KARINA LEIRO(BA), KILMA FARIAS (PB), LUNA (PERU), MAHAILA EL HELWA(SP), MAHIRA HASAN(SP), MARIANA QUADROS (SP), NANDA NAJLA(MG), RENATA LOBO(PR), RENATA VIOLANTI(RJ) e SIMONE TAKUSI(SP)

Show de Gala com DSA e convidadas Mostra Premiada Prêmio em dinheiro!

www.encontrointernacional.com.br belefusco@belefusco.com.br Contato: 11 3907-0691 / 4121-1087


FIGURINOS

CORPO “

OVAL

Tem mais a ver com engenharia do que qualquer outra coisa. É descobrir os limites do que você pode fazer ao envolver o corpo com tecido. Tudo evolui. Nada é rigidamente definido (John Galliano, Colin Mc Dowell)

por ALEX FÃO E ADRIANA BRIDA ilustração ALEX FÃO

O corpo Oval é um dos mais difíceis para se trabalhar. Este corpo possui formas arredondadas, maior volume no quadril, cintura e busto com a barriga proeminente e geralmente pernas mais finas. Nosso trabalho aqui é criar uma linha que alonga, e chamar a atenção para o rosto e quadril.

Para isso, temos algumas dicas.

Nas saias: • Não usar saias sereia, senão iremos emoldurar o quadril largo. • Não usar saias arredondadas ou com pregas, pois dão a ilusão de mais volume. • Evitar tecidos com volume e de cores claras.

No Bustiê: • Evitar alças finas, pois dão a impressão de que a cintura é ainda maior.

No geral: • Não usar formas arredondadas nos desenhos da roupa – isso dá uma ilusão de que “tudo” é mais redondo. • Abuse de cores escuras e mangas. O escuro “emagrece” e as mangas chamam a atenção para a parte de cima do corpo. • Em tecido estampados, evite as linhas horizontais. Falando em cores, o vermelho é uma cor quente, uma cor que chama muita atenção. Algumas pessoas têm receio em usar o vermelho por ser uma cor forte, chamativa, porém, sabendo o modelo certo, fica uma cor linda para ser usada, principalmente em um palco.

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Tais dicas servem não apenas para os figurinos de danças em geral, mas também para o dia a dia. Alex Fão – Estilista alexfao@shimmie.com.br Brida – bailarina de dança do ventre. brida@shimmie.com.br


EDITORIAL DE MODA

O

LUXO dos

PALCOS por ADRIANA BRIDA fotos ADELITA CHOHFI

Pintores e costureiros são, no fundo, todos eles filósofos (…). O Pintor busca recriar o corpo em um estado de perfeição; o costureiro busca compor o drapeado de modo tão belo que o corpo real se torna um mero ponto de partida. Aristóteles e Quentin Bell (1910-1996) Escritor e professor de História da Arte Citação do livro A Lei do mais belo.

Conheça alguns ateliers que transformaram em realidade o sonho de várias bailarinas, Brasil afora, trazendo luxo e requinte para os palcos de todo o país.

Quer fazer parte do próximo editorial? Figurinos para Shows (Clássico, Moderno, Tribal, Folclore), roupas para aulas e acessórios. Envie um email para brida@shimmie.com.br com o título “Editorial de Moda” abril/maio 2011 www.shimmie.com.br

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EDITORIAL DE MODA

Traje: Laskani Saia de Chiffon preto em godê, macacão em lycra e tule de lycra, 50 m de bordados de strass branco e preto Laskani Valor: R$ 800,00 Strass Laskani (primeira linha) Bailarina: Ana Claudia Borges Atelier: Dunya Bellydance By: Cida Martins – Osasco/SP Tel: (11) 9820-0931 E-mail: bellydancecontinental@hotmail.com

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Traje: Ametista

Coleção Pedras Preciosas Tecido veludo molhado e veludo devorê, bordados em Strass Chaton, franjas em canutilho torcido jablonex, miçangas, bolinhas e gotas sextavadas em acrílico. Valor: R$ 720,00 Bailarina: Janaina Hadad Atelier: Maisha Sharar By: Michele Cintra – Franca/SP Tel: (16) 3017-5969 E-mail: ateliemaishasharar@hotmail.com

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EDITORIAL DE MODA

Traje: Crystal Illusions Saia em Chiffon. Bustiê, Cinturão, Bracelete e Adereço de Perna confeccionados em cetim strech bordados a mão com: cristais, Strass Chaton, canutilhos, vidrilhos, miçangas, contas e gotas em acrílico. Paetês Valor: R$ 650,00 Bailarina: Rajeeyah Zahra Atelier: Yasmim Hassanein By: Yasmin - Vila Mariana - SP Tel: (11) 4508-5630 e (11) 9846-5630 E-mail: yasmin@atelierbellydance.com

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Traje: Faridah Saia em Crepe – três cores Cinturão e bustiê de lycra estampado, cordão de São Francisco, resina acrílica, lantejoulas, paetês, Strass Swarovski, pérolas de vidro Swarovski, castanhas de Cristal Swarovski, miçangas e vidrilhos Valor: R$ 800,00 Bailarina: Liz Diamante Atelier: Mahasin Nawaar By: Margarete Haubert – Curitiba Tel: (41) 9176-3465 e (41) 3014-9908 E-mail: magahaubert2@hotmail.com

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BELEZA

HIDRATAÇÃO Cuidando de suas madeixas em casa por BETO SILVA fotos FOTOLIA e DIVULGAÇÃO

Devido à correria do dia a dia, muitas vezes você não tem tempo para ir até o salão fazer aquela hidratação profunda, então uma boa saída é fazer a hidratação de seus cabelos em casa. Com bons produtos, o resultado sai bem parecido com o do salão! Vou dar quatro dicas de hidratação com ampolas que são maravilhosas e claro, com valores ótimos. Ampola Semi di Lino Alfaparf: Promove um cuidado reparador com efeito luminoso em seu cabelo. Sua fórmula reestruturante repara e nutre a estrutura interna da fibra capilar, resultando em brilho e extraordinária maciez, com resultado visível desde a primeira aplicação. A Ampola Power Repair B Loreal Profissional é um tratamento intensivo contendo NeofibrineTM para cabelos muito sensibilizados e quimicamente tratados. Sua ação reestrutura e hidratar a fibra capilar, dando um aspecto e toque suave, brilhante e saudável. Ampola Kaedo: Hidratante e condicionante intensivo, elaborado com frutas vermelhas ricas em vitaminas, aminoácidos naturais e oligoelementos, que revitalizam e tornam os cabelos muito mais saudáveis e luminosos. Fórmula concentrada indicada para ser preparada somente no momento da aplicação Yellow Shine Intensive Treatment Alfaparf - Restaurador Intensivo de Brilho Micro-moléculas presentes no Azeite. Associadas à Vitamina F, essas moléculas reforçam o cimento lipídeo dos cabelos, preenchendo as zonas porosas que tendem a torná-lo opaco, fechando a cutícula e dando imediata maciez e uma incrível luminosidade aos cabelos. Mande suas dúvidas e sugestões, responderei a todas! Beijo enorme! Beto Silva é cabeleireiro betosilva@shimmie.com.br 18

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MAQUIAGEM

AURORA

MAGNÍFICA por VERA MOREIRA fotos ADELITA CHOHFI

O item mais importante a ser considerado na maquiagem para palco é a dramaticidade. Cores, brilhos e todos os acessórios necessários para ressaltar este atributo tão importante na bailarina que é o olhar. Os olhos da bailarina são os protagonistas da expressão no palco, portanto, merecem destaque especial. Na maquiagem desta edição, fizemos uma releitura da maquiagem para o inverno 2010 de François Nars – um olho com diversos tons de roxo e iluminado com sombra amarela. A dica especial Shimmie para uma maquiagem tão dramática é: prepare a pele somente depois de maquiar os olhos, para evitar que a sombra escura caia nas maçãs do rosto e manche a base aplicada sobre a pele e, ainda, aplique uma camada de pó compacto de cor um tom abaixo de sua cor da pele em volta dos olhos para dar uma dramaticidade ainda maior ao look. Mas atenção: o pó deve ser absolutamente sem brilho, e a camada deverá ser bem fina, de preferência aplicada com um pincel. Com o auxílio destas pequenas dicas, sua expressão certamente será o maior destaque de sua apresentação! Quer saber com detalhes todos os outros truques? Acesse www.shimmie.com.br Vera Moreira é bailarina e professora especializada em maquiagem de palco. veramoreira@shimmie.com.br

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SAPATILHAS

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UM SAPATO CERTO PARA CADA por TATIANA LAMAS fotos DIVULGAÇÃO CAPEZIO

Imagine a seguinte situação: você inicia as aulas de dança do ventre que tanto sonhava e já na primeira aula a professora sentencia – você tem que tirar os sapatos. Se ela for uma professora consciente das necessidades das alunas, imediatamente explicará que os movimentos têm uma relação importantíssima com os pés, e que um tênis ou um sapato qualquer do dia a dia a atrapalhará. Mas antes que a professora diga qualquer coisa, você olha ao redor e percebe que há alunas descalças, mas há algumas colegas usando sapatilhas de diferentes modelos, e a professora (pasmem!) está de tênis! Calma! Isso não é um pesadelo, e há muito o que se dizer sobre o uso de determinados sapatos para a prática de dança do ventre, seja em sala de aula, seja em shows. Na verdade, ainda não há no mercado da dança um tipo de calçado desenvol-

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PÉ DANÇANTE

vido especialmente para a prática da dança do ventre ou do folclore médio oriental. O que podemos encontrar são modelos desenvolvidos para a prática de outras danças (como o ballet, o jazz, a dança de salão e até mesmo a ginástica rítmica) que são adaptáveis. Vejamos alguns exemplos para a prática em sala de aula. Não que não seja possível estudar dança do ventre descalça, mas depois de alguns giros e arabesques (que geralmente treinamos exaustivamente), seus pés irão reclamar e, por este motivo, vale a pena investir um pouquinho em uma sapatilha básica de ballet, conhecida como sapatilha de meia ponta (Figura 01). Elas não são caras e, para a média de duas aulas semanais, duram pelo menos três ou quatro meses (ou mais). Há duas versões desta sapatilha, uma com sola inteira e outra com sola dividida, fabricadas em couro ou lona. Particu-

larmente, eu prefiro aquelas com sola dividida (Figura 02), pois facilita a meia ponta e, por não forçar o solado, dura mais. Esta sapatilha com sola dividida também vem em duas versões: com ou sem stretch (um tecido elástico que fica entre os dois solados). No quesito conforto, o stretch é nota dez, pois a sapatilha molda-se aos pés (Figura 03). No próximo número, falaremos sobre a sapatilha aranha, a GRD, o sapato Maitre e o tênis para dança. Como vocês podem ver, são várias opções de modelos e cores, e é recomendável que você vá a uma loja especializada em dança e veja qual o melhor calçado para seus pés dançantes! Agora tire essa rasteirinha e vá dançar! Tatiana Lamas é professora de Educação Física, Ballet e Dança do Ventre. tatilamas.bellydance@gmail.com



CANTINHO DAS BLOGUEIRAS

Para não faltar

ASSUNTO... por VERA MOREIRA ilustração SARA DE MORAIS

Estabelecer leitores fiéis e gerar acessos. Basicamente, estas são as duas prioridades de quem cria um blog sobre qualquer assunto. No caso de um blog temático, os primeiros posts fluem facilmente - o blog é novo, e neste espaço diversos assuntos ainda não foram abordados. Um verdadeiro leque de temas e novas abordagens estão abertos para o autor, porque, por mais que o assunto tenha até se esgotado na rede, a opinião de um novo blogueiro sobre determinado assunto pode ser bem interessante e fornecer ao leitor uma nova visão sobre o tema abordado. Essa nova perspectiva sobre os assuntos que o blog aborda desperta a curiosidade dos leitores, e o blog começa a progredir: o número de acessos aumenta, os novos leitores se sentem encorajados a comentar, fazer amizades, criar vínculo com pessoas, alunas e bailarinas de diversos lugares. É inegável o poder de comunicação de um blog: com apenas um clique é possível atingir públicos que talvez jamais tivéssemos condições de visitar "ao vivo", além do que é uma excelente ferramenta de divulgação. Mas à medida que os leitores vão criando uma fidelidade ao blog e se acostumando com a linguagem do autor, o desafio aumenta consideravelmente: o blog temático é, naturalmente, limitado em relação a assuntos, portanto é preciso então intensificar o trabalho de pesquisa para não "faltar conversa". Seguem abaixo algumas dicas para "iluminar as ideias" e facilitar a criação de seus posts:

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1. Crie um "Banco de Ideias": criatividade é um talento nato do brasileiro, porém, um apanhado de ideias sem direcionamento têm um destino comum – lugar nenhum. Tenha o costume de manter um banco de ideias organizado e atualizado. Não precisa ser nada sofisticado, pode ser um caderninho simples, mas que lhe dê a possilidade de manter as anotações atualizadas e onde seja possível inserir novos tópicos a algum assunto já anotado. 2. Escreva em série: Textos longos tendem a ser bastante explicativos, e há quem os prefira, mas esgotar um trabalho esmerado de pesquisa em um único post enooooorme pode ter o efeito inverso em seu blog – o leitor sabe que o assunto estará para sempre na nuvem de tags e pode optar por ler somente quando achar necessário, em vez de ler o artigo assim que foi publicado. Para evitar este tipo de reação ao que foi escrito, publique sua pesquisa em "doses homeopáticas". Crie uma série! Você não irá esgotar todo o assunto de uma única vez, e deixará sua leitora ansiosa para "o que virá depois". É também uma forma extremamente eficaz de fidelização. 3. Não tenha preguiça de pesquisar, mas mantenha o foco do tema: a Internet é um oceano de oportunidades para quem deseja efetuar uma pesquisa. Mas a quantidade de assuntos disponibilizados é tão grande, mas tão grande, que pode fazê-la perder o foco do que se

queria pesquisar. Mantenha o foco sempre! Caso surja uma ideia genial para um post em algum dos sites que você está visitando, pare rapidamente e catalogue a ideia no banco de ideias, e somente após finalizar sua pesquisa, separe um tempo para escrever sobre aquele determinado assunto. 4. Fronteiras não existem: com a quantidade de tradutores on-line disponíveis na Internet, sites estrangeiros deixaram de ser exclusividade de quem fala outras línguas fluentemente. Existem diversos sites e fóruns interessantíssimos que podem ser utilizados como fonte de pesquisa para dança do ventre: www.gildedserpent.com / www. thehipcircle.com / www.orientaldancer.net Mas atenção: reprodução de textos sem autorização e sem créditos do autor caracteriza plágio. Plágio é crime previsto na lei 9.610 de 19.02.1998, e esta lei descreve penalidade por danos morais, além de reconhecimento público da autoria do texto, bem como a desativação do endereço onde foi publicado o plágio. Ou seja - qualquer deslize neste sentido pode representar a perda do blog. Seguindo essas dicas simples, será bem mais fácil manter seu blog atualizado com posts informativos, interessantes, e com leitores sempre ávidos pelo que você tem a trazer de novo! Vera Moreira é blogueira veramoreira@shimmie.com.br


FUSÃO DE IDEIAS

JAZZ!

Vamos falar de por DANNA GAMA imagem FOTOLIA

Hoje a matéria é para quem curte o Moderno. Para os que ainda não o conhecem, o Jazz é uma importante forma de expressão artística que recebeu influências, princípios técnicos e expressão corporal de diversos estilos como o ballet e a dança contemporânea. Os movimentos exigem postura, equilíbrio, força e flexibilidade. O Jazz sempre foi muito divulgado no cinema, televisão e em espetáculos da Broadway, e isso o fez mais popular entre os espectadores. Na nossa linha de Fusão, o Jazz entra com a Dança do Ventre no foco do Moderno. Os movimentos do jazz são muito “adaptáveis”, e isso facilita a nossa vida... Pode até ser que você já tenha usado alguns movimentos que foram tomados do Jazz na sua dança, sem nem saber disso. Vamos ver... Um simples passe (quando deixamos uma perna de apoio e a outra puxamos, encostando o pé na lateral do joelho) ou um Grand Batt (elevação da perna com os pés e joelhos esticados) são movimentos de jazz. Na verdade, há muitos movimentos que podemos adaptar do jazz, mas o mais importante desses elementos é a Energia. Ele tem uma conotação alegre. Podemos usar tudo isso com músicas árabes remixadas, modernas (aquelas cantadinhas), com instrumental eletrônico. Ou até mesmo com músicas que não tenham caráter árabe (aí os elementos da fusão devem ser mais latentes, para que você mostre a intenção coreográfica e a sua “leitura” da música). Opção é o que não vai faltar. Os elementos que podemos usar também são muitos: véus de todas as formas – Wings, Fan Veil, Poi... O figurino também é democrático, pode ser da maneira que você achar mais coerente com a sua composição coreográfica, música e movimentos. Saias, calças... não há regra, mas não esqueça de levar em consideração os tipos de movimentos que vai usar. Muitos chutes, ou giros muito rápidos, dependendo da saia, podem te deixar muito a mostra no palco. Os temas para figurino também podem ser dos mais variados. Sabe aquela roupa de oncinha que eu e você amamos, super ‘perua’? Então, aqui ela cabe direitinho... Na verdade, trata-se de muito treino, para os movimentos serem executados com limpeza. Preocupe-se bastante com as linhas das suas pernas, abuse da meia ponta alta e dos giros. Ahh – agora vai ter um monte de amigas e alunas minhas lendo e rindo falando assim, “se ela não falasse disso, não era a Danna... é a cara dela!!”. Aí vai amigas: USE SEU CABELO!!! É lindo, dá um efeito super legal e inesperado. Aproveite, afinal você gastou uma grana no salão com hidratação, escova, chapinha ou baby liss. Faça o seu cabelo ser visto com charme. Então amados, estudem bastante e usem o Jazz para acrescentar ainda mais brilho na sua dança!

...há muitos movimentos que podemos adaptar do jazz, mas o mais importante desses elementos é a Energia.

Danna Gama bailarina, professora e coreógrafa de Dança do Ventre. dannagama@shimmie.com.br

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TRIBAL

TRIBAL Muitas etnias, uma só linguagem por KILMA FARIAS imagem CIA LUNAY

Sempre sou surpreendida por alunas e colegas da Dança do Ventre a respeito do que seria o Tribal. Muitas veem o estilo como algo que venha degradar a Dança do Ventre e confundir a cabeça do público. Outras acham que o Tribal é a nova linguagem da Dança do Ventre. Este último pensamento vem pela própria etimologia do termo: Tribal Fusion Bellydance. Mas qual é a verdadeira linguagem do Tribal? Para responder esta pergunta, convido-os a passear por algumas culturas. Primeiro, claro, o Oriente Médio, Egito e países árabes. Da dança do ventre e folclore árabe, o Tribal tomou emprestado o próprio ventre, o quadril e o tronco. São encaixes e desencaixes, acentos, oitos e ondulações. A diferença está em realizar os movimentos batidos com contrações musculares para enfatizá-los, e ampliar os movimentos sinuosos, envolvendo o tronco nas ondulações. Nas vestimentas: moedas, pedrarias, miçangas, vidrilhos e tudo que também compõe o bordado das roupas de dança do ventre. É comum encontrarmos movimentos denominados de Egyptian, Arabic, Tunisian, Ghawazee e por aí vai. Os braços ganham uma postura mais forte. Que tal darmos uma passadinha na Espanha? O Flamenco marca fortemente o tronco da dançarina, fazendo com que ela coloque “o peito na bandeja”, jargão tão conhecido na dança espanhola. Os floreios de mão, assim como seu posicionamento com os dedos mais abertos, transportam-nos ao universo do flamenco. Os giros também são diversos, as “passadas” de perna deixam traços na herança. As saias do American Tribal Style – ATS – também fazem alusão ao estilo, assim como as flores no cabelo, com muitas rosas vermelhas. Olé! Definitivamente é impossível pensar o Tribal sem o Flamenco. Na nomenclatura vamos encontrar Spanish Turn, Hand Floreo, etc. Gestos com as mãos, chamados de mudras, convidam-nos a visitar a Índia. O Tribal se utiliza de diversas composições com as mãos, molduras de braços e posicionamentos com o corpo inteiro. Em 2010, esta influência foi bem 24

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marcada no Tribal através do espetáculo Bombay Bellywood do Bellydance Superstars, que manteve a temática em todo o seu espetáculo que trazia o conceito “Quando as batidas místicas de Bombay encontram as batidas de quadril do Cairo”. Nos trajes, herdamos o choli, espécie de mini-blusa utilizada no ATS, geralmente bem coloridas, bordadas com fios dourados e com espelhos. Aliás, os tecidos indianos são bem utilizados para compor xales e calças do Tribal Fusion, assim como apliques para cintos e tops, devido à riqueza de bordados já no próprio tecido. Mãos em Padma, Alapadma, Mayura, Pataca, Tripataca, corpo em posição de Tchocan ou Tribanga são traços indianos na linguagem do Tribal. O cambrèe de mesa ou layback é bastante utilizado pelas Banjaras e dançarinas do Rajastão. Esta viagem continua na próxima edição!

Kilma é dançarina e professora de Ventre e Tribal e também jornalista. kilmafarias@shimmie.com.br


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ME LEVA LULU

Impressões sobre a

RÚSSIA por LULU SABONGI fotos ARQUIVO PESSOAL

Moscou - Rússia

Irina Popova

Natalia Fadda

Yasmim

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Fui convidada pela primeira vez para visitar a Rússia em abril de 2010. Meu destino era Moscou, o coração da antiga União Soviética, com toda a pompa e peso que tem esse nome em nossa memória escolar. Claro que eu pensava em como seria visitar a Praça Vermelha e os museus por ali, revivendo um pouco de um passado que nunca vivi, e também nunca pensei em enfrentar, por estar tão longe de minha terra natal, e absolutamente fora de qualquer sonho escolar brasileiro. O convite veio por Irina Popova, que é uma bailarina muito conhecida no mercado por organizar competições anuais, e também por ser ativa em festivais internacionais, no Líbano e Dubai. Minha dúvida maior era, o que eu poderia oferecer dentro deste país? Não conhecia ninguém a não ser Nur, que tive o prazer de encontrar no Egito há muitos anos atrás, e depois já como colegas de trabalho em festivais, na Europa e EUA. Não sabia ao certo o que buscariam em mim, e como eu poderia deixar um pouco de Brasil naquela terra gelada. Imaginava que alguns dos problemas técnicos que encontramos aqui, como sustentação em meia ponta, e dificuldade com giros e deslocamentos, não encontraria por lá, e nisso estava totalmente correta. As bailarinas russas são absolutamente impecáveis com a postura e produção visual. Seu background em ballet clássico as prepara maravilhosamente para a estruturação do corpo e dá uma base incrível para o equilíbrio e linha postural. Por outro lado, não há um trabalho específico para a parte mais sensível da dança, como o taksim e o melódico, e foi nisso que me baseei no final. Um de meus cursos era apenas sobre taksim – como senti-lo e desenvolver uma linha criativa para ele - e foi nesse curso que conheci algumas das estrelas da Russia. Estrelas no perfeito sentido da palavra, pois apesar de serem bailarinas incríveis, continuam modestas e em busca de mais conhecimento. Algumas delas vocês podem ver no Youtube e tirar suas próprias conclusões: Natalia Fadda – uma performer incrível,

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profissional em dança de salão que se mudou para a área de dança oriental e hoje é um dos principais nomes de Moscou. Dona de um estilo ímpar, moderno e impactante, fez aulas em grupo comigo e depois solicitou aula particular para estímulo criativo. Yasmin, de São Petersburgo – uma mulher linda, que dança baladi como nos velhos tempos, e ficou encantada com a aula de taksim. Ela saiu da aula mais cedo, e eu, preocupada, conversei com a organizadora, dizendo, “Irina, acho que Yasmin não gostou da minha aula, e eu apreciei tanto a dança dela, pode checar para mim?”. Irina retornou e disse que Yasmin tinha se retirado porque estava tão tocada com a aula de taksim, que desconfiava não poder oferecer nada novo para o próximo grupo de alunas, onde ela era a professora e o assunto era taksim baladi. Quando profissionais assim te dão um feedback desta qualidade, o que mais um professor pode querer na vida? A Rússia me ensinou que lá moram bailarinas sérias, comprometidas, lindas, mas acima de tudo passionais, que sabem como ninguém se entregar de corpo e alma a algo em que acreditam, e além de tudo, são modestas. No mais, a Praça Vermelha é enorme, até oprime de tão grande. Moscou parece que carrega o peso da história em cada calçada. É uma das cidades mais tristes que já visitei, paira no ar, um ‘não sei que’ de memórias passadas, que não se apaga nem mesmo como a beleza estonteante das russas, que passeiam pelas ruas como se fossem modelos em passarelas virtuais. Como sempre, apaixonei-me por algumas pessoas, mas não necessariamente com o lugar. Meus sinceros agradecimentos para aquelas que fizeram a diferença em minha passagem por lá: Irina Popova, Natalia Fadda, Yasmin, Daria e Svetlana. Essas mulheres são daquelas com as quais gostaria de passar noites, embaixo da lua, tomando vinho, rindo, e compartilhando vida! Lulu Sabongi é professora, bailarina e coreógrafa de Dança do Ventre. lulusabongi@shimmie.com.br


A avaliação deste ano será realizada somente sob o meu olhar. Após sua dança e minhas anotações, conversaremos sobre seus pontos fortes, pontos a melhorar de modo a atingir o objetivo previamente conversado, tudo isso tomando um delicioso café! Lulu Sabongi Inscrições abertas!!! Apenas 120 vagas Ficha de inscrição disponível no site www.lulusabongi.com.br R$ 250,00 (neste valor já estão inclusos a avaliação e um kit contendo 50 músicas para estudo e preparação para a banca e brindes exclusivos). Inscrições e envio de material: de Abril a Agosto de 2011 Divulgação do resultado: 30 de Setembro de 2011 Análise individual de seu material, gravado em PDF feita pessoalmente por Lulu Banca Examinadora em São Paulo: 22/01/2012 29/01/2012 05/02/2012 12/02/2012

Diretora do Projeto: Lulu Sabongi Coordenadora do Projeto: Millah Palhares Maiores informações: selodequalidade@shangrilahouse.com.br Organização e Apoio

Divulgação

Produção e Realização


CAPA

BAILARINOS DE DANÇA ÁRABE Talento, força e carisma! fotos DIVULGAÇÃO E ADELITA CHOHFI

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ALI KHALIH

de idade, enrolava um pano na Era o ano de 1980. Eu tinha somente 2 anos , enquanto assistia filmes antimãe minha cabeça e pulava em cima da cama da do grande bailarino Mikhail filmes m també e noites gos, tais como As mil e uma isto, pois eu nasci no meio da Baryshnikov. Minha família não estranhava tanto pai filho de russos -, então meu dança – minha mãe é filha de ciganos calóns e o amanhecer do dia, enaté am durav que me recordo de muitas festas e bailes disso, era tradição eu e Além as. cadeir e s mesa sob quanto eu dormia exausto s praticamente “obrigados” minha irmã nos apresentarmos para as visitas, éramo a dançar! minha irmã em festas e shows Na adolescência, comecei a me apresentar com o restaurante Bagdád Café em ciganos. Até que um dia comecei a frequentar . Fiquei encantado com toda Curitiba, onde conheci a minha esposa Jamili Khalih ! Jamili a a magia e beleza da dança árabe, e é claro, com davam para dançar. convi me re semp inas Virei cliente assíduo da casa, e as bailar de baile da casa, e também O proprietário me convidou para participar do corpo re árabe, Raiaton Mina Shark, de fui convidado para fazer parte do grupo de folclo Cintia Muraro e Hassan Ali Bassan. a trabalhar com escala fixa em Após alguns anos mudei para São Paulo, comecei i a realizar muitos shows, passe m també e s, árabe diversos bares e restaurantes aulas e workshops em todo o Brasil. sidade por mais estudos dispaA responsabilidade crescia e a “sede” e neces aulas particulares com amigos s muita rava! Então eu devorava vídeos, e fazia com outros bailarinos! Já fiz árabes, além é claro de sempre “trocar figurinhas” shows e workshops na Europa. uma rotina muito variável. AcaHoje minha vida é uma verdadeira loucura, com e Arte. Tenho que administrar Dança de Cia. bei de abrir o meu espaço – a TITÃS , administrar a TITÃS, ser aulas hops, works s, show a minha vida de bailarino, projetos, além é claro de estudar marido e também me dedicar a todos os meus muito! olhos” é o 1º Festival de BaiDe todos os meus projetos, a “menina dos meus de 2011, com a participação ano neste rá ocorre que larinos Árabes do Brasil, do Brasil, com somente homens de grandes nomes da Dança Árabe Masculina irão se surpreender com os Todos realizando solos e também grupos masculinos. á repetição de estilos! haver não pois linas, estilos, danças e performances mascu a única mulher a pisar no palco! A grande surpresa será a madrinha do festival, áculo, o qual aguardei ansioA dança árabe masculina será outra após este espet o antigo, e um MARCO na projet samente por longos anos para ser realizado! Um dem! Aguar eiros! carreira de todos os bailarinos brasil

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TUFIC NABAK Nascido no Líbano na cidade de Ras Baalbeck, Tufic Nabak atua no cenário artístico desde 1983. Começou a dançar aos dez anos, em seu país, e já participou de vários grupos de danças folclóricas árabes, nos quais teve grandes profissionais renomados como mestres. Desde 1990, tornou-se referência em estudos das danças árabes no país, mantendo as raízes do Folclore Árabe de sua terra. Ele se dedica ao estudo de sua cultura, marcando sua trajetória no mundo da música árabe e dos espetáculos teatrais, através das artes cênicas, da dança e da percussão. Além disso, atua como ator, reúne várias aparições em curtas-metragens, editoriais de revistas, artigos de jornais e televisão, inclusive na novela ´´O Clone``, da Rede Globo. Em 1998, Tufic iniciou sua carreira no Brasil através de uma grande experiência profissional na participação do filme "Lavoura Arcaica", de Luiz Fernando Carvalho, como elenco de apoio, e como consultor de língua e cultura árabe, colaborando ainda nas cenas em que dança o Dabke, uma tradição árabe que veio a se tornar sua especialidade. Também é Diretor Cultural do Clube Sírio e Libanês de Juiz de Fora e Fundador e Diretor do Centro Cultural Árabe Nabak.


KAMIS ARAMAN

proAtor profissional, bailarino e fessor de dabke. oe Iniciou sua carreira de bailarin s. ano 8 há ke dab de or profess e iniÉ descendente de Palestinos fespro o com ciou seus estudos d. ama Moh ser Nas o sor e bailarin po gru do a icip part e ent Atualm ócore e profissional do bailarino difaz e d grafo Nasser Mohama versos eventos em todo Brasil. ias Hoje ministra aulas em vár rdecoo escolas de São Paulo e é lórinador de alguns grupos folc lo Pau São de ital Cap cos fora da . também teKamis se apresenta frequen na (zo Bar as mente nos bares Dun Vila e na nta (Sa r aba leste) e Alib Olímpia). curso Conquistou o 1º lugar no con Brasil no e árab nacional de dança goria cate – 9 200 a (Mercado Pers bém tam e o prim seu o com dupla) bailarino Ahmad.

TARIK Eu já tinha experiência com arte, fazia peças na escola, desenhava... sempre gostei muito de toda expressão artística. Com a dança árabe – eu era bem novo – comecei minha carreira em 1994, pois minha irmã já era bailarina profissional (bailarina Nar) e dançava na Casa de Chá Khan el Khalili. Comecei a acompanhá-la, assistindo os shows. Daí foi amor a primeira vista! Comecei tocando snujs, fui aprendendo a dança e comecei a dançar com ela (minha irmã). Daí, recebi os convites das bailarinas Soraia Zaied e Jade el Jabel para participar de um número nas Noites do Harém. Aprendi um pouco mais para esta apresentação – nesse dia a casa estava lotada, tiveram duas sessões. Tivemos imprevistos também: faltou energia elétrica e dançamos com um rádio de pilha e à luz de velas!!! Foi praticamente minha estreia na dança. Daí comecei a fazer meus shows e aprender mais. Comecei a dançar com outras bailarinas além da minha irmã, daí a carreira já foi crescendo, e as oportunidades também. Comecei a não só acompanhar bailarinas, mas também a ter minhas apresentações solo. Comecei a dar aulas e workshops em todo o Brasil e exterior. Mahmoud Reda é uma grande referência para mim, pois o trabalho dele engloba o folclore, dança oriental e o teatro. Estudo também Mohamed el Husseim e El Shahin, que já trabalharam com Reda. Todo homem pode dançar. Mas o primeiro requisito é a vontade. Já tive alunos que não eram tão bons tecnicamente, mas que tinham muita vontade de aprender, daí tive bons resultados. De uns anos para cá, a Dança Árabe Masculina vem formando uma identidade, existe uma beleza, a técnica, a força e um estudo muito grande. E o homem vem tomando esse espaço, criando sua história, com muito profissionalismo. O homem é um pouco mais fechado para outras danças, já que existe um preconceito em homem dançar, mas isso já está melhorando bastante. Quando um homem assiste uma boa apresentação, ele vê que é uma dança para homem sim, vê que é bacana, que existe a beleza, mas também existe força!

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CAPA

LU MANSUR

MARCIO MANSUR

Bailarino desde 2001, faz parte do corpo de baile da Khan el Khalili e Alibabar (SP). Fez aperfeiçoamentos com os professores(as) Shahar Badri (SP), Munira, (SP) Nasser (SP), Mohamed Sharim (Egito), Ahmed Fekry (Egito), Drº Gamal Seif (Egito), Gaby Shiba (Líbano), entre outros. Recentemente esteve no Egito fazendo aula com Kazafy, Tito e Mahmoud Reda.

SEBAH Bailarino profissional, é professor de danças folclóricas árabes, provisionado em Educação Física (Cref 005496). Participa de vários eventos e possui muitas premiações. Fez várias participações especiais em festivais de dança de grandes bailarinas como Ju Marconato, Valéria Penha, Samara, Thalita, Fabiana Rodrigues, dentre outras.

Admirador da cultura ára be, especialmente a dança, Lu Mansur iniciou seus estudos há 4 anos. Conquistou, em 2008, no Festival Panamericano de Da nça Árabe (CIAD), o prêmio “Reve lação” e o 1º lugar na categoria “D upla”. Lu Mansur deu início aos estudos por meio de vídeos didátic os, dos professores Nasser Mo hamed e Tufic Nabak – de quem foi aluno, fã, e hoje são grandes am igos.

BRUNO MOLINO REINALDO YACOUB Bailarino folclórico árabe integrante do grupo Nujum-Al-Fan, de Nagla Yacoub. Conquistou diversas premiações na Dança Árabe.

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ANTHAR LACERDA Professor e coreógrafo em danças árabes há 18 anos. Ministra cursos e oficinas com temas ligados à cultura árabe. Recebeu inúmeras premiações nacionais. Trabalha em parceria com as escolas Kadosh de Curitiba e Escolas Luxor de São Paulo.

Dançarino profissional e membro do Grupo Mil e uma Noites desde 2001. Foi um dos primeiros professores de Dabke do Brasil formado pelo Mestre Nasser Mohamed. Já participou de diversos eventos renomados, nacionais e internacionais, e de diversas gravações televisivas. Atualmente, ministra aulas e workshops em clubes árabes e escolas de dança/espaços artísticos de São Paulo, além de ser um dos responsáveis por eventos árabes da Virada Cultural de São Paulo.


NASSER

Bailarino e professor de Danças Folclóricas Árabes. Inicio seus estudos em torno de há 30 anos, incentivado pelo seu primo a participar de um grupo folclórico, na época Nasser tinha apenas 16 anos. Hoje Nasser vem trilhando uma carreira de sucesso através dos anos com o seu grupo folclórico, o qual criou inúmeros bailarinos renomados brasileiros.

BETO BONINI

Bailarino desde 2008, quando iniciou aulas com o professor Bruno Molino. Teve interesse pela dança com o objetivo de dançar com sua esposa, a bailarina Clarice Bonini. Faz aperfeiçoamentos com vários profissionais e hoje tem um trabalho reconhecido nacional e internacionalmente. É diretor de marketing da Companhia de Dança Dancers South America idealizada por Adriana Bele Fusco.

DANILO Bailarino de dabke há 11 anos, já participou de vários eventos nacionais e internacionais. Sua carreira teve início devido ao incentivo de sua mãe Rose (dos Véus). Já teve aulas com Anthar Lacerda e Nasser. Apresentou-se com grandes bailarinas, e foi assim que conheceu a bailarina Kelly Obara, sua esposa – juntos apresentam dança de casais com o grupo Mil e Uma Noites por todo o Brasil. Danilo também fez trabalhos em emissoras como SBT, Record, Multishow e Rede TV.

TÉO VERSIANI Bailarino profissional, é coreógrafo do grupo Giovanna Franchi e do Grupo Folclórico Ninah Medley. Participa de eventos e possui diversas premiações como bailarino e coreógrafo.

PAULO RAZEC

Paulo Razec é brasileiro e neto de galegos. Em 1995, ao ter contato com a cultura do Oriente Médio, apaixonou-se pelas suas danças folclóricas. Fez parte do Grupo de Danças Árabes da JOB - Juventude Ortodoxa do Brasil, da Igreja Ortodoxa Antioquina / São Paulo / SP. Em 1996, ingressou no Grupo Folclórico do Centro Cultural Árabe Sírio – Ministério da Cultura da Síria no Brasil –, onde aprendeu com professores sírios todos os conceitos dos costumes, danças e hábitos desse povo milenar. Em 2004, criou o AL-ASSEL – Grupo de Dança Folclórica Árabe – com apresentações em grandes festivais do gênero. Também é um pesquisador dos trajes típicos árabes. Paulo Razec é o primeiro coreógrafo a estudar e desenvolver coreografias baseadas no Folclore dos Beduínos da Jordânia, como a dança das peneiradoras de trigo e a dança dos beduínos da cidade de Bershiba (Palestina).

CONFIRA NO SITE CURRÍCULOS COMPLETOS DOS BAILARINOS

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Bailarina: Dana el Fareda . Foto: Adelita Chohfi

CATEGORIAS

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Profissional Amadora Juvenil Tribal Solo Grupo Moderno Grupo Tradicional Grupo Folclรณrico

EVENTOS

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Concurso Mostra Expositores Workshops Show de Gala

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SELETIVA NORDESTE 1

Bahia, Alagoas, Paraíba, Sergipe e Pernambuco Credenciado Shimmie: Ivel al Sahar Datas: 2 e 3 de Julho

SELETIVA NORDESTE 2

Ceará, Piauí, Maranhão, Rio Grande do Norte Credenciado Shimmie: Flávio Amoedo Datas: 9 e 10 de Julho

SELETIVA NORTE

Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Amapá, Pará e Tocantins Credenciado Shimmie: Claudiane Pollack Datas: 13 e 14 de agosto

SELETIVA CENTRO-OESTE

Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e DF Credenciado Shimmie: Laila e Amura Zahra Datas: 20 e 21 de Agosto

SELETIVA SUL

Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul Credenciado Shimmie: Brysa Mahaila Datas: 3 e 4 de Setembro

SELETIVA SUDESTE 1

Estado de São Paulo Credenciado Shimmie: Adriana Bele Fusco Realizado no Encontro Internacional Bele Fusco de Dança do Ventre Datas: 9, 10 e 11 de Setembro

SELETIVA SUDESTE 2

Minas Gerais e Espírito Santo Credenciado Shimmie: Tufic Nabak (comemorando 10 anos do Grupo Nabak) Datas: 17 de Setembro

SELETIVA SUDESTE 3

Rio de Janeiro Credenciado Shimmie: Jhade Sharif Datas: 8 e 9 de Outubro

GRANDE FINAL NACIONAL COM OS CAMPEÕES DAS SELETIVAS Comemorando 1 ano da Revista Shimmie! Show de gala - Sorteios - Leilão de figurinos Simone Galassi em prol de ONGs E muito mais! São Paulo - 15 e 16 de outubro

Para mais informações acesse

www.festivalnacionalshimmie.com.br Fotógrafa Oficial

Estarão presentes em todas as seletivas

Apoio:

Ventreoteca PRODUÇÕES


REGIONALIDADES

DIFERENTES ORIGENS, Do Amazonas ao Japão a beleza da miscigenação na dança por RHAZI foto ADELITA CHOHFI (SUELLEM) e ARQUIVO PESSOAL (MAÍSE)

Suellem Morimoto – Brasil/Japão Meus avós vieram do Japão para o Brasil por volta de 1904, vieram de navio em uma época de grande crise econômica em seu país natal. Eles se estabeleceram em fazendas no interior de São Paulo, na cidade de Bastos, e lutaram muito para criar uma família de 13 filhos, sendo um deles o meu pai, Sérgio Ushio Morimoto. Meu pai batalhou muito para estar onde está e aprendeu com meus avós a ter disciplina, ser honesto e forte – grandes características japonesas, as quais ele sempre me ensinou. Hoje ele é professor e diretor de faculdade e minha mãe é professora do ensino fundamental. Conheci a dança do ventre quando tinha 8 anos, em 1996, no colégio em que estudava. Eu era conhecida como MORIMOTINHA por causa do meu pai (Morimoto). Uma das alunas dele fazia Dança do ventre e teve a ideia em me ensinar a dançar, para um trabalho da escola. Encantei-me com a magia da dança; naquele momento, tive meu primeiro contato com aquilo que seria minha vida. Dois anos depois, minha mãe me matriculou em uma escola de dança do ventre. A princípio, a dança era só um hobby que foi se tornando mais parte do meu ser, e quando me dei conta, eu estava muito envolvida. Como dizem, "Não escolhemos a dança, ela nos escolhe". Sempre tive o maior apoio dos meus pais e da minha irmã. Confesso que quando eles perceberam que eu queria isso para minha vida, ficaram preocupados com o meu futuro, "E quando você estiver velha?", "E se machucar alguma parte do corpo?", mas eles aceitam perfeitamente minha escolha e sempre dizem, "O segredo do sucesso e da felicidade é fazer aquilo que se ama todos os dias. A recompensa é um presente". Apesar da diferença de culturas, uma a qual faz parte do meu sangue e a outra da qual escolhi fazer parte, consigo enxergar um grande equilíbrio do preto com o branco. Em muito shows, percebo o público encantado com a mistura de culturas, já escutei muito "Quem disse que japonesa é dura e não sabe dançar?" (risos). Houve uma vez em que terminei o show em uma das salas da Casa de Chá e um cliente me perguntou, "por favor, gostaria de saber: você é brasileira?". Com essa mistura de culturas, realizei trabalhos que mostravam essa fusão, como a coreografia da trilha sonora de MEMÓRIAS DE UMA GUEIXA, onde misturei o sério e delicado com técnicas de quadril e movimentos de impacto, e transformei o TAIKO (música de tambores japoneses) em Derback (essa apresentação foi realizada nas Super Noites do Harém 3, espetáculo realizado pela casa de chá Khan El Khalili). Orgulho-me muito de ser quem sou, e sou muito grata aos meus pais por me ensinar a ter determinação, disciplina, honestidade, e o mais importante para mim é a presença e o apoio em minhas escolhas. 36

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UMA MESMA DANÇA Maíse Ribeiro - Amazonas Tudo começou quando fui ao Teatro Amazonas assistir um show do grupo musical chamado Raízes Caboclas. E em um certo momento da apresentação, eis que surge uma bailarina desenvolvendo os movimentos do balé clássico ao som daquela música. Nesse exato momento, fiquei ali sentada, imaginando como eu desenvolveria os movimentos da dança do ventre ao som de instrumentos de sopro que imitavam a sonoridade dos pássaros de nossa região, ao som de águas, violão e de outros instrumentos regionais. A partir desse instante, foi como se minhas lembranças se projetassem bem a minha frente. Imediatamente fui tomada por uma emoção enorme! E daquele dia em diante, entendi o que as bailarinas egípcias tanto cobravam das brasileiras nos workshops. Dançar com sentimento fica muito mais fácil quando se fala de nossas raízes e de nossa história. Assim surgiu a fusão da Dança do Ventre com a música regional amazônica. Pode parecer estranho, mas não é incomum a cultura árabe para os amazonenses. A Colônia Palestina domina quase que 80% do comércio local. Há 30 anos ocorre todo mês de junho um grande festival de danças internacionais; e é normal as famílias, inclusive a minha, reunirem-se nos arraiais espalhados por toda cidade para assistirem danças palestinas, libanesas, israelenses e de outros países. O susto maior foi quando em 1999, a Colônia Palestina me viu dançando no palco uma música regional. Foi um silêncio total! Meu coração estava a mil! Mas quando terminei, vieram os aplausos! Entretanto, meu alívio maior foi quando o Sr. Hissa Yacoub (representante da Colônia Palestina em Manaus na época) me parou na saída do palco e disse, “Diferente filha!”, e cheio de emoção completou, “O caminho é esse!”. Esse momento permanece até hoje em minhas lembranças. Nossa cultura indígena da dança é rica em movimentos e em formas circulares, com pisadas fortes no chão que lembram muito o Dabke. Existe uma dança regional chamada Tareanos Cacetinho, que simula uma luta de bastão entre os guerreiros, assim como a dança Taitib. Em nossas lendas regionais, contam que as amazonas eram índias guerreiras. Elas reverenciavam a deusa Lua Jacy e o deus Sol Coracy dançando ao redor de grandes fogueiras. Seus braços movimentavam-se como serpentes, seus ventres ondulavam simulando a hora do parto; com os pés totalmente no chão, elas buscavam a força da Mãe Terra. Uma semelhança muito forte com os rituais à deusa Lua Ísis. Em nossos seringais, os coronéis de barranco recebiam os seringueiros com uma grande festa, onde as moças mais bonitas dançavam à beira dos barrancos com um vestido florido de chita, para receber os barcos com as borrachas a serem pesadas e vendidas para a Europa. Isso assemelha-se muito com o Melea Laff do folclore egípcio. Acredito que esta fusão, que se trata de um elo cármico, é de uma herança cultural de nossa era pré-histórica, onde a dança já era uma das manifestações mais fortes da humanidade. Em nosso mundo globalizado, é impossível não fazer essas comparações! Tudo isso, mais uma pitada de amor à cultura árabe e orgulho de minhas origens fizeram meu coração sentir essa fusão. abril/maio 2011 www.shimmie.com.br

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NUTRIÇÃO

NUTRIÇÃO

Prato típico: TABULE

por LUCIANA DE CASTRO foto iSTOCKPHOTO

Nos dias atuais, a comida árabe já faz parte do cotidiano dos brasileiros, mesmo daqueles que não tem descendência deste povo. É fácil encontrar principalmente nas grandes cidades um restaurante árabe ou até mesmo as lojinhas que vendam seus produtos. A variedade de alimentos, ingredientes e especiarias é enorme, e com isso, a comida árabe vai além das esfihas e quibes que encontramos por aí, principalmente nos fast-foods. Falar da comida árabe não é somente falar dos sabores peculiares, mas também devemos lembrar que estamos falando de alimentos ricos em nutrientes que são importantes na nossa alimentação. Vamos falar hoje sobre um prato típico: o tabule. Muitas, mas muitas folhas de salsinha e hortelã, e também pepino, tomate, cebola, limão, trigo e azeite. Trigo: Rico em vitaminas do complexo B, que são essenciais para o funcionamento adequado do sistema nervoso e digestório, importantes

para o cabelo, pele, unhas, ossos e dentes. Fonte de fibras que ajudam no melhor funcionamento do intestino e redução de colesterol e glicose sanguíneos. Rico também em ferro, fósforo e manganês. Tomate: Contém licopeno, que previne câncer de próstata. Tem baixo valor calórico e vitaminas em abundância. Pepino: Rico em potássio, cálcio e selênio e ainda em vitamina C e ácido fólico. Cebola: contém vitamina C, iodo, potássio e fósforo, além de propriedades terapêuticas. Limão: Rico em vitamina C, que melhora a absorção de ferro proveniente de fontes vegetais. Azeite: O azeite é uma ótima fonte de ômega 3, um anti-inflamatório que previne doenças cardiovasculares, além de contribuir para o funcionamento do cérebro, memória e melhora da concentração. O tabule é um prato bem colorido e de fácil preparo. É uma boa dica de refei-

ção tanto para o almoço quanto para o jantar, pois a quantidade de calorias é moderada (aproximadamente 130Kcal por 100 gramas). Apesar do tabule ser bem servido com pão sírio, a coalhada seca é uma boa opção, já que é uma fonte de proteína animal. Uma outra opção é a carne como acompanhamento. Para as pessoas que têm deficiência em ferro, o limão que faz parte dos ingredientes do tabule é rico em vitamina C, que por sua vez melhora a absorção do primeiro. Para finalizarmos, a orientação é: faça sempre uma alimentação natural e o mais saudável possível. Quanto mais natural for, mais estaremos protegendo nosso corpo contra doenças crônicas, principalmente a obesidade. Nunca se esqueçam de que nós somos aquilo que nós comemos! Luciana de Castro é nutricionista. lucianacastro@shimmie.com.br


FOLCLORE

CULTURA ÁRABE

Conhecendo a por TUFIC NABAK fotos FOTOLIA e ARQUIVO PESSOAL

CULINÁRIA ÁRABE O requinte da cozinha árabe só é comparável a sua generosidade. Uma cozinha realmente farta e que é bem caseira, normalmente feita por mãos femininas em horas e horas de trabalho junto aos fogões. Quem já participou de alguma comemoração árabe não vai esquecer tão cedo sua fartura e a generosidade dos anfitriões. Essa arte da hospitalidade é uma velha tradição do Oriente Médio, do Líbano e da Síria, e continua sendo praticada pelos que vieram para o Brasil e que resgatam os costumes antigos. Outro fator importante da culinária árabe é a valorização dos grãos, frutas, legumes e vegetais que, em diversas combinações com especiarias, enriquece o valor nutricional e dá um toque requintado em qualquer evento. A comida árabe consiste principalmente de arroz com cordeiro ou frango ligeiramente condimentado. Dos produtos animais, a carne de carneiro é a mais usada pelos árabes para a feitura de vários pratos típicos, simbolizando sempre o motivo de festa.

CAFÉ ÁRABE Sendo originário da Abissínia e comercializado inicialmente pelos árabes, o ritual do café árabe no Líbano e na Síria repete-se muitas e muitas vezes ao dia. O famoso café árabe é feito fervendo a borra e servindo a bebida

Ballet Dança Cigana Artigos para dança Rua São Paulo, 116 Itatiba . São Paulo Tel.: 11 4524.4304

com ela. O pó do café se acomoda no fundo da xícara e você poderá apreciar um saboroso e típico café árabe. Os árabes são muito supersticiosos, e após tomar o café, eles têm o costume de ler a sorte na borra, virando a xícara de cabeça para baixo e lendo os desenhos formados por ela. A leitura da sorte na borra do café faz parte do cotidiano árabe durante as reuniões entre as mulheres.

NARGUILE O Narguile é um cachimbo largamente usado pelos árabes, composto de um fornilho, um tubo e um vaso cheio de água, onde o fumo atravessa antes de chegar à boca. Fumar o Narguile é um costume típico entre os árabes, que representa o cotidiano de seu povo.

MASBAHA É um terço árabe usado por todas as religiões para meditar ou orar. Pode ter 33 ou 99 pedras feitas em diferentes materiais. Além disso, o Masbaha é um adereço típico utilizado durante as danças folclóricas árabes e principalmente na roda de Dabke. Tufic Nabak é professor, bailarino, coreógrafo e pesquisador. tuficnabak@shimmie.com.br


CORPO - CONSCIÊNCIA CORPORAL

Desenvolvendo a

CONSCIÊNCIA CORPORAL Fator de Movimento: PESO por HANNA HADARA

Retomo aqui minhas experiências e estudos sobre o desenvolvimento da consciência corporal por meio dos fatores de movimento sistematizados por Laban (espaço, peso, tempo e fluência). Nesta edição darei ênfase ao conceito do fator peso e sua aplicação na Dança Oriental. Descrevo também uma variação para o exercício dos dois fatores já abordados, uma prática mista, para desenvolvermos a junção dos fatores espaço e peso na nossa dança.

Peso O fator peso está relacionado com a descoberta da força da gravidade e nos auxilia na conquista da verticalidade. O bebê, por exemplo, deixa cair objetos várias vezes e depois experimenta em si mesmo, caindo diversas vezes até ficar de pé, sustentado pelo seu próprio corpo. A tarefa do peso é auxiliar na assertividade. A atitude relacionada ao peso é a intenção, a sensação; informando o “o quê” do movimento. O peso traz ao movimento um aspecto mais físico da personalidade. As qualidades do peso são: leve e firme. O peso leve revela suavidade e é mais fácil de realizar nos movimentos para cima, enquanto o peso firme revela tenacidade e é mais fácil de realizar nos movimentos para baixo. Ex: Uma batida para baixo (movimento batido) pode ser leve e um oito para cima (movimento sinuoso) pode ser firme. PRÁTICA 1: Realizar os diversos passos de todos os grupos de movimentos descritos abaixo, alternando o leve e o firme. 1. Grupo de Movimentos dos Batidos, Torcidos e Vibratórios, alternando leveza e firmeza 2. Grupo de Movimentos dos Sinuosos, alternando leveza e firmeza 3. Grupo de Movimentos dos Deslocamentos e dos Giros, alternando leveza e firmeza

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PRÁTICA 2: Exercícios com combinações dos fatores Espaço e Peso 1. Realizar Giros usando os dois sentidos e linhas retas e curvas, variando leveza e firmeza 2. Movimentos Batidos e Vibratórios nos planos alto e baixo, variando leveza e firmeza 3. Movimentos Sinuosos alternando as extensões e variando leveza e firmeza 4. Movimentos Vibratórios e Torcidos usando as linhas e direções, variando leveza e firmeza 5. Movimentos de Deslocamentos diferenciando sentidos e direções, variando leveza e firmeza Com a prática desses exercícios ampliamos não somente a nossa consciência corporal e o nosso repertório de passos como também a nossa intuição, criatividade e espontaniedade. Boas descobertas!!! Hanna Hadara é bailarina, professora, atriz e coreógrafa. hannahadara@shimmie.com.br


CORPO - ANATOMIA

MEMBROS INFERIORES Pernas, pés e coxa

por LAYLA ALMAZA foto iSTOCKPHOTO

O osso da coxa é o maior de todo o corpo – o Fêmur. Sua ligação com a bacia é feita pela articulação do quadril, chamada coxo-femural. Essa articulação nos permite levantar a perna fazendo movimentos para os lados, cima/baixo, e dentro da dança possui papel importante nos passos básicos e complexos. A maioria das pessoas que trabalham muitas horas sentadas, geralmente tem a coxo-femural inativa e é importante ter um alongamento nessa área para despertar não só a perna, mas a bacia que está relacionada a ela. É importante ressaltar que o grupo muscular dessa área (quadríceps e posterior) deve ter um alongamento leve, contínuo e progressivo, assim como todos os outros músculos, porque quando forçamos, quando vamos além do limite de exercício, o músculo responde com o estiramento, ou seja, quando o músculo está sendo alongado além do limite e imediatamente ele se contrai tentando voltar para o lugar de origem. Todos os exercícios devem sempre ser feitos com o acompanhamento de um profissional e respeitando seu limite. Gradativamente, seu corpo aumentará esse limite. Muita dança consciente em nossas vidas... Layla Almaza é bailarina, professora e pesquisadora. laylaalmaza@shimmie.com.br

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SAÚDE MENTAL

CARREIRA

e

FAMÍLIA

por SHEILA REGINA LEITE foto FOTOLIA

Olá! Que bom encontrá-la novamente! Espero que esteja aproveitando bem o conteúdo da revista e principalmente nosso bate-papo. Nesse encontro quero falar um pouco com você sobre carreira e família (família englobo tanto os familiares diretos, quanto amigos, namorado (a), marido, esposa) e como esses dois valores muitas vezes acabam entrando em conflito – isso pode levar você a se sentir perdida, angustiada em ter que faltar a uma reunião familiar por causa de algum evento ou atividade. Penso que quando isso acontece não deve ser nada fácil. Por mais apoio que se tenha, fica sempre uma sensação ruim, uma culpa, de estar trocando algo importante pela dança. E quando não se tem apoio familiar? Fica uma sensação de vazio, desânimo... Vejo que no início, existem muitos motivadores, incentivos e apoios. As

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primeiras apresentações realmente são motivos de orgulho, porém percebo que quando a carreira é abraçada com vontade, nem todos seguem o entusiasmo inicial, e as cobranças e críticas começam a surgir, lá vem o conflito, e você pensa, “será que estou agindo certo?”. Infelizmente, ainda temos em nossa cultura um preconceito em relação à carreira artística, que não é encarada como algo sério e de valor. O que difere a dança de outra profissão qualquer? O que começou talvez por hobbie, para se sentir bem, pode sim tornar-se uma carreira e uma profissão de sucesso. Em muitos casos, quando não há apoio, pode ocorrer o que chamo de boicote interno, ele vem em forma de desculpa, tais como “Ah! Hoje não vou à aula, estou cansada”, “Estou com dor de cabeça”, “Vou ter que ir ao aniversário da minha sobrinha, não posso ir à apresentação”, e assim vai indo até

que aquilo que era tão certo vai sendo abandonado. O boicote vem para satisfazer a dor interna tanto da falta de apoio, como da culpa de estar trocando a família pela dança, por isso é sempre importante você estar sempre conectada com seu mundo interno e impedir que o conflito se instale na sua vida. Acredite, valorize, tenha fé na sua verdade e os outros também acreditarão. Abrir mão de algumas coisas não significa que alguém está trocando, abandonando ou que ame algo menos, mas que, só durante aquele momento, aquilo não estará presente, mas poderá estar em outro. Caso ache necessário, exponha o que sente para as pessoas que realmente mais importam a você. Fique em paz. Sheila Regina é psicóloga. (CRP 06/59.910) sheilapsicologa@shimmie.com.br


SAÚDE CORPORAL

O CORPO EM

MOVIMENTO Falando sobre o cotovelo por TERESINHA DE SOUZA CASSON foto FOTOLIA

Eu sei, vocês estarão dizendo, “Mas do que ela está falando, todas as articulações são importantes, qual eu poderia dispensar numa dança?”. Sim, está certo, todas são importantes, na dança ou fora dela, mas existe uma grande semelhança entre a articulação do cotovelo e a do joelho, que já estudamos um pouquinho. Então, para continuarmos esse estudo, nesta edição vamos falar do cotovelo. As semelhanças entre o joelho e o cotovelo são até bem visíveis, não é? Um está no centro dos membros inferiores e o outro no centro dos membros superiores. Ambas permitem dobrar o membro onde estão em duas partes. A massagem indicada para “dor de cotovelo” também é simples (só vale para a dor de articulação, infelizmente não serve para outras “dores de cotovelo” meninas... que bom se as curasse também, não é?). Pegue um bom creme hidratante e

coloque um pouquinho na parte interna do braço, uns seis a dez centímetros acima do local onde se espeta a agulha, quando você precisa tirar sangue. O sentido da massagem é daí para o pulso. Chamamos de parte interna do braço a parte onde a pele é mais clara, que é a parte que encosta naturalmente no corpo, quando abaixamos e relaxamos os braços, e a parte externa é onde a pele é mais escura, mais resistente e espessa, mais facilmente bronzeável ao Sol. Você está então massageando a parte interna de seu braço, indo desde acima do cotovelo até o pulso. Na parte externa, o sentido da energia é ao contrário, ela vem da mão para o ombro, passando pelo cotovelo. Resumindo, nossa energia vai dos ombros para as mãos pela parte interna dos braços e volta das mãos aos ombros pela parte externa deles. Além de uma massagem bem fei-

ta, estes movimentos sendo feitos com consciência terão um resultado que transparecerá em sua dança: seus movimentos ficarão mais naturais e instintivos, mais fluidos e, portanto, muito mais bonitos para quem os vê e, o que é mais importante, auxiliarão na manutenção de sua saúde, porque eles irão preservar a circulação correta da sua energia vital. Com a prática, você não precisará pensar mais nisso – ocorrerá naturalmente. Se vocês quiserem perguntar, criticar ou sugerir algo sobre Nosso Corpo em Movimento, estou às ordens, no e-mail teresinha@shimmie.com.br Um grande abraço a todas e até a próxima Shimmie! Teresinha de Souza Casson é acupunturista e psicóloga. (CRP 28.995-9/06) teresinha@shimmie.com.br


FINANÇAS

O valor dos

SERVIÇOS PRESTADOS por VERA MOREIRA fotos iSTOCKPHOTO

Ao vestir a camisa de empreendedor, e planejar o início das atividades de seu próprio negócio, acredito que a dúvida mais frequente seja: quanto cobrar pelos serviços oferecidos? Há quem pense que existe uma “faixa de preços” à qual o empreendedor em questão deva se enquadrar – quem cobrar acima estará fadado ao fracasso de não conseguir arregimentar alunas, e quem cobrar abaixo estará fazendo concorrência desleal, fora o fato de que está desvalorizando o serviço das demais profissionais de dança do mercado. Essa “faixa” de preços que o mercado pratica deve estar na sua lista de análises, mas não deve ser fator determinante para estabelecer os valores a serem cobrados pelos seus serviços. Existem outros fatores que devem ser considerados. Elencarei alguns: Eleja seu público: A quem você deseja alcançar com seu negócio? A primeira resposta certamente será “qualquer pessoa que admire dança do ventre”; porém, investir em um público selecionado, ou elaborar uma estratégia para diferentes públicos também é importante ao determinar o valor a ser cobrado. Um exemplo: adolescentes que dependem ainda do orçamento dos pais não possuem o mesmo poder de compra que uma mulher de meia idade bem sucedida profissionalmente. Esse “feeling” nós começamos a adquirir quando somos ainda alunas: olhe a sua volta com atenção. Localidade: O local onde seu negócio está instalado com certeza irá determinar qual o seu público majoritário. Algumas pessoas que gostem de seu trabalho virão de longe prestigiá-la, mas com certeza a maior parte de suas alunas serão da região onde está instalada a escola. Estrutura: Seu investimento inicial com estrutura irá influir, positiva ou negativamente, no preço final de seus serviços. Ao considerar este fator, procure discriminar de forma bem honesta quais são os benefícios que você oferece, e quais são os benefícios oferecidos pela concorrência. Demanda X Oferta X Tempo de mercado: Se você está começando, não tem um nome estabelecido ainda como pro-

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fessora, infelizmente não poderá formar uma mensalidade de valor acima do que é praticado pelo mercado, independente de sua reputação como bailarina. Porém, se a área onde ficará instalada a escola não possui concorrência e a demanda é alta, aí sim você poderá considerar valorizar mais seus serviços. Considerando estes itens, e mais a pesquisa de mercado previamente realizada, você deverá estabelecer o preço da mensalidade a ser cobrado da aluna. Esteja, porém, aberta a negociações. Uma nova tendência no mercado de dança é a criação de “pacotes de aulas” trimestrais, semestrais e anuais, com o objetivo de reduzir o valor da mensalidade e fidelizar a aluna. É preciso considerar que um pacote de aulas tem que ser vantajoso para os dois lados, e, convenhamos, R$ 5 de desconto por mês para deixar 6 cheques na escola não chega a ser, exatamente, vantajoso para a aluna. Ao elaborar os pacotes, programe descontos de, no mínimo, 10% por período, e saiba explorar as vantagens do valor oferecido em desconto. Um exemplo: Mensalidade: R$ 100,00 Pacote trimestral: R$ 90,00 (economia de R$ 30,00 - 30%) Pacote semestral: R$ 85,00 (economia de R$ 90,00 - o valor de uma mensalidade. É um excelente argumento de venda, visto que proporciona um benefício real e mensurável) Pacote anual: R$ 80,00 (economia de R$ R$ 240,00 - o valor de 3 mensalidades, outro excelente argumento de venda). E, ao finalizar a negociação com a aluna, mãos à obra: muito trabalho e qualidade no ensino! Pois um cliente satisfeito irá expressar sua opinião para um pequeno grupo de pessoas, porém a insatisfação de um cliente pode ter consequências devastadoras! Vera Moreira, analista de crédito e risco e investment manager de uma das maiores instituições financeiras do mercado. veramoreira@shimmie.com.br


MEU NEGÓCIO

ESPAÇO MOSAICO

Adriana Almeida

Um sonho que se tornou realidade por LUCIANA MIDLEJ fotos ARQUIVO PESSOAL

Somos três sócias e amigas – Adriana Almeida, Luciana Midlej e Melinda James – trabalhando juntas com muita confiança e carinho. No ano de 1999, eu, Luciana, abri a minha primeira escola de dança; porém, depois de 2 anos resolvi fechá-la, pois além de sua única sala ser bem pequena, era também muito cara. Lembro-me que foi uma decisão difícil, mas a pequena sala não era lucrativa. Depois disso, voltei a dar aulas em várias academias no Rio de Janeiro e continuei com minha Companhia de Dança Yahliw, da qual Adriana Almeida também fazia parte. Nós duas começamos então a produzir eventos de dança do ventre aqui no Rio. Fizemos o primeiro Festival Lumina e trazíamos artistas nacionais e internacionais para shows e aulas, além de vários eventos da nossa Cia. de Dança. No ano de 2004, conhecemos a professora de dança Melinda James, que também produzia eventos com a sua CIA de Dança Al Qamar. Durante 2 anos Melinda foi responsável por Noites Árabes no tradicional Clube Sírio e Libanês do Rio de Janeiro. A partir deste encontro, a convidamos para fazermos juntas o festival Lumina Qamar. Nesse meio tempo, Adriana Almeida firmou-se com o seu próprio atelier de roupas para dança do ventre. Vimos que a parceria havia dado certo, e como estávamos cansadas de correr por aí dando aulas em várias academias de ginástica e escolas de ballet, tivemos a ideia de abrirmos juntas um espaço com o nosso perfil. Queríamos um lugar acolhedor para abraçar diversas atividades físicas diferentes, ditas alternativas, mas que têm um objetivo comum – fazer o ser humano sentir-se em harmonia com seu corpo. Foi daí que surgiu o nome Espaço Mosaico. Procuramos nos cercar de profissionais competentes, e quando encontramos o local ideal, abrimos. Isto foi há quatro anos e desde então estamos sempre crescendo e melhorando cada vez mais. Hoje em dia oferecemos aulas de dança do ventre, cigana, flamenco, salão, tango, pilates, yoga, alongamento, kung-fu, teatro, fit Ball, mat pilates, tai-chi-chuan, ballet contemporâneo e para sorte e comodidade das nossas bailarinas, o atelier Adriana Almeida funciona aqui dentro. É esse o nosso Mosaico que Inshaallah vai durar por muitos e muitos anos! Contatos: (21) 2557.6922

Melinda James

Luciana Midlej AS MAIS VARIADAS ATIVIDADES COM OS MELHORES PROFISSIONAIS DO MERCADO

DANÇA DO VENTRE DANÇA DE SALÃO TANGO CIGANA FLAMENCO YOGA BALLET ALONGAMENTO FIT BALL KUNG-FU MOVIMENTO VITAL EXPRESSIVO PILATES APARELHO MAT PILATES FAÇA UMA AULA EXPERIMENTAL GRATUITA.

RUA GAGO COUTINHO, 66 LOJA F - LARANJEIRAS RIO DE JANEIRO (PERTO METRÔ LGO. DO MACHADO) TEL: (21) 45 2557-6922 abril/maio 2011 www.shimmie.com.br


NO INÍCIO FOI ASSIM

Jade el Jabel por JADE EL JABEL fotos ARQUIVO PESSOAL

Quando a gente tem 20 anos, saindo da adolescência, sentimo-nos velhas pela primeira vez. Eu senti. Depois de novo aos quase 30, depois com uns trinta e cinco e, por incrível que possa parecer, isso passa. E esse sentimento, esta sensação de urgência, muitas vezes é o que nos move. Foi assim que comecei a dançar. Porque “já estava” com 21 anos e precisava fazer alguma coisa para cuidar do corpo. E foi neste exato momento que encontrei uma amiga minha que tinha ido ao Khan El Khalili (Casa de Chá, em São Paulo) e, numa conversa sobre isso, sobre estarmos precisando ter um carro, um emprego, um namoro sério, é que surgiu essa questão de cuidar do corpo. E ela disse “Jade, eu achei esse lugar a sua cara!.. Eu vi que lá tem aula de Dança do Ventre!” e me deu um cartão. Eu tinha acabado de arrumar um “bom emprego” e folgava às quintas. Na minha primeira folga, com o cartãozinho na mão fui até lá. Tinha uma aula que começava às duas e eu podia experimentar! Como eu era meio “hippie”, a roupa que estava usando (saia comprida e blusinha) era adequada para a aula. Entrei pela primeira vez no Harém do Khan El Khalili e fiquei aguardando a professora. A professora: Layla. Treze tatuagens no corpo, cabelo vermelho merthiolate, blusa de onça, microssaia e coturno. Olhos grandes e verdes e voz de veludo. 46

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Lembro-me claro como se fosse hoje da primeira música que ouvi. Era “Wa eh yanni”, do Omar Diab. Era a música do aquecimento. Na minha turma, mulheres exóticas, tipos que eu nunca tinha visto fora da TV, na distante periferia onde nasci e fui criada, na Zona Leste de São Paulo. O cheiro de incenso, a Layla, aquela música... Parecia um sonho e, ao mesmo tempo, uma coisa que sempre havia estado em minha vida – uma confortável e inédita sensação de “pertencimento”, de estar em um lugar que era adequado para mim, que combinava com as minhas roupas, com o meu cabelo, com as coisas que eu julgava belas. Eu não sabia o nome daquilo, mas era o “Mundo Árabe” entrando de maneira sutil e definitiva na minha vida. Naquele dia, comprei fitas K7 (Henkesh, Omar Diab, George Abdo e Najua Karam). Ao chegar, antes de entrar em casa (embaixo de casa era a Imobiliária do meu pai), pedi ao meu pai comprar um espelho para mim! Subi com o espelho na mão, “Mãe, me ajuda aqui!”, afastei uns móveis, botei o espelho na parede, um tapete no chão e nunca mais saí de lá. Não tinha nenhuma intenção de me profissionalizar, sequer pensava nisso, mas a dança me dava muito prazer, vi naquele espelho uma beleza que eu não tinha visto antes. A Layla me disse, lá pela terceira ou quarta aula: “Você será uma bailarina brilhante! Queira ou não, é uma coisa que está em você, na sua vida! Você tem que estudar bailarinas egípcias, seu estilo é egípcio e não tem nada a ver com o que a gente faz aqui!”. Eu não sei bem se acreditei ou não sinceramente, mas sou um tipo de aluna que, se confio na professora, eu faço o que ela manda e ponto. Ela me levou na casa da Samira (Samia) e no Omar (Naboulsi), e comprei vídeos pra estudar: Fifi Abdo, Mona Saaid e alguns vídeos que eram “moda” na época. Estudava todos os dias, ainda estudo muito. Faço isso porque gosto, mais do que porque preciso, estudo tudo que posso: arte, idiomas, política, eu esculpo, pinto, escrevo, porque gosto. E vou dizer exatamente o que foi que aconteceu: de tanto me dedicar, aprendi e, de tanto aprender, meu telefone começou a tocar. E, 19 anos depois estou aqui, contando essa história absolutamente real. Jade el Jabel é bailarina, professora e coreógrafa. jadesalam@uol.com.br


VOZ DA ALUNA

O quanto a dança mudou a

MINHA VIDA por MILENE NURHAN fotos ARQUIVO PESSOAL

Lembro-me de minha adolescência, isso década de 90, quando assistia um programa na TV aberta que ensinava a língua árabe e transmitia algumas apresentações de DV com nomes como Fifi Abdo, Suheir Zaki, entre outras. Apaixonei-me por tudo isso!!! Tinha por volta de 14 anos e fazia questão de anotar tudo que aprendia em um caderno especial. Mas vivia em um meio em que as artes eram tidas como um caminho não muito aconselhável para quem almejava um bom futuro profissional e estabilidade financeira. Então os estudos foram tomando conta do meu tempo e fui mergulhando no universo administrativo. Formei-me em Administração e obtive um Certificado de Proficiência Superior em Língua Espanhola outorgado pelo MEC da Espanha, daí surgiu um convite para lecionar em uma escola regular e aceitei... Tornei-me professora! Na época, havia acabado de terminar um relacionamento amoroso bem importante para mim e então mergulhei na profissão professora e em uma espécie de depressão. Engordei 30 quilos aos 25 anos e permaneci assim por mais ou menos uns cinco anos. Nesse ínterim, cursei Licenciatura em Letras Português-Espanhol, e assim que me formei, já beirando os 30 anos, tomei a decisão de deixar os preconceitos de lado e fazer algo que amava... DANÇAR! Matriculei-me nos cursos trimestrais do SESC Paulista, de Tai Ji Qi Gong e Dança do Ventre. Minha primeira professora de DV foi a Simone Bomentre (irmã de Gisele Bomentre). Ela explorou bastante o trabalho com véus (o que faz maravilhosamente) e isso me encantou. Em seguida, tive aulas com Luciana Lambert, que me trouxe uma maior noção de consciência corporal, de figurinos maravilhosos e me despertou a vontade de me apresentar. Com a Lambert permaneci um ano. Logo veio a Mônica Nassif, com toda sua docilidade e didática, e despertou em mim a vontade de dar aulas de dança. Por fim, fiz aula com a Angélica Rovida, que me ensinou a importância de discernir, sentir e expressar a melodia e o ritmo; ela me despertou para a pesquisa, já que faz um lindo trabalho de investigação da influência árabe na música nordestina, o “ventre repente”. Fui avançando na dança e na vontade de aprender cada vez mais. Durante essas experiências que

me elevavam a autoestima, comecei a me cuidar e segui uma reeducação alimentar. Resultado: de 92 quilos passei a pesar 62... livrei-me dos quilos, de mágoas, frustrações e etc. RENASCI! Em 2009, matriculei-me no curso de Técnico em Dança da Escola Shiva Nataraj, que fica no Tatuapé, em São Paulo. Depois desse contato maior e mais profissional com a dança decidi, em 2010, despedir-me da carreira de 10 anos lecionando espanhol e me dedicar à área das artes. Comecei a trabalhar na escola onde concluirei os estudos técnicos em junho e iniciarei minha especialização em Dança Árabe Oriental, com minha atual professora Kelly Obara, querida, que detém bastante criatividade e autonomia no palco. Já visualizo meu DRT e minhas futuras alunas! Realmente me surpreendo com a capacidade que o ser humano tem de destruir e construir – é uma escolha. Eu decidi construir maravilhas e com a ajuda de Deus, da minha família e das pessoas que fazem meu dia a dia, tenho a certeza da vitória. A dança transforma... Transforme sua vida! Conte também sua história! Envie seu texto para redação@shimmie.com.br

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DANÇA DO VENTRE NA UNIVERSIDADE

MERCADO DE TRABALHO E REFLEXÕES por MARIANA ROCHA foto iSTOCKPHOTO E ARQUIVO PESSOAL

Você tem que passar para o seu aluno aquilo que é tradição naquilo no qual ele está inserido. Mas você tem que buscar com ele o novo, não trazer o que está pronto; é buscar permanentemente, é uma atitude de pesquisa dentro do ensino, o que resulta também numa visão integradora do ser humano.

Profª. Dra. Eliana Branco Malanga

Ao escrever esta coluna sobre o mercado de trabalho para aqueles que desejam fazer uma graduação em Dança, percebi que, sozinha, não teria autoridade para afirmar quais são os campos de atuação para quem se gradua nessa área. E ao escrever para nossos caros leitores, é preciso não apenas dividir o que sabemos, mas também é preciso ir em busca daquilo que não sabemos, para levar para vocês além da informação com conteúdo, mais informação que acrescente, que leve a lugares do pensar, do refletir... Para tanto, conversei com duas coordenadoras, de duas faculdades em São Paulo que oferecem a graduação em Dança. Cada qual com suas particularidades, elas acrescentaram demais a mim, e consequentemente às linhas que se seguem. Nas últimas colunas, insisti que o conhecimento é primordial para

Rosa Maria Hercoles PUC/SP

Eliana Branco Malanga Faculdade Paulista de Artes

o crescimento e desenvolvimento do ser humano, e conversar com essas duas Doutoras logicamente confirmou a veracidade disso. Porém, tive a triste informação de que ainda a procura daqueles que trabalham com a Dança Oriental por um curso superior é muito pequena. No curso de Comunicação das Artes do Corpo, com formação e habilitação específicas em Dança (da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), por exemplo, de mais de mil alunos que passaram pelo curso -

em seus 11 anos de existência – apenas três eram da Dança do Ventre. Segundo a coordenadora do curso, a Profª. Dra. Rosa Hércoles: “Você só tem interesse em aprofundar os seus conhecimentos quando é um profissional daquela área; o próprio mercado vai exigir de você mais conhecimento. E você só vai ter mais conhecimento estudando. Existe o fator seletivo, da pessoa querer ou não refletir sobre o que ela faz. Se aquilo para você é a sua profissão, é o seu trabalho, se você quer melhorar o seu trabalho, estudar vai melhorá-lo, sem dúvida. Não é julgamento de valores, é o interesse mesmo, ser ou não profissional da área”. Mariana Rocha - Bailarina, professora, coreógrafa e pesquisadora de Dança do Ventre. marianarocha@shimmie.com.br


ENCONTREI POR AÍ

Belly

Belly Barbosa

por NAZNIN foto GOOGLE BOOKS

O livro que apresento a você hoje é pequeno e precioso – Vida Dança, Dança Vida, e a autora das ótimas palavras dentro dele é alguém com um nome sugestivo: Belly Barbosa. Bailarina, professora e coreógrafa de ballet e dança moderna, sua trajetória com a dança já passa dos 50 anos – um casamento de bodas de ouro! Foi sem querer que descobri seu livro no mundo virtual – o livro está esgotado há anos, e só pode ser lido no Google Books. Vida Dança, Dança Vida contém além da experiência da própria autora, citações e um pouco sobre outros nomes importantes da dança, como Martha Graham e Nina Verchinina – nomes que todas que gostam de dança devem conhecer. Em algumas páginas podemos conhecer a trajetória desses dois grandes símbolos da dança mundial. Citações de artistas e profissionais trazem um pouco da visão de outros sobre a dança, e convidam o leitor à reflexão, o que amplia nossa concepção

No início da minha carreira senti muitas dificuldade em obter informações escritas sobre dança, comecei a colecionar reportagens de revistas e jornais. Com o passar dos tempos, já professora, artista e diretora de uma Academia, mimeografava artigos importantes, minhas opiniões, distribuindo para os alunos. Começa a estória do livro. [...] [...] Espero dele um ponto de partida para novos pesquisadores ao mesmo tempo em que divulga a Dança em nosso País.

Um pouco da vida e da dança de

do que a dança de fato significa. Em relação aos temas tratados no livro, podemos encontrar história geral da dança, teoria, ballet, jazz, danças brasileiras, a dança com finalidade terapêutica, e algo que deve interessar a todas as professoras – um exemplo de planejamento de aula de dança integrada (que Belly também explica no livro). Também podemos encontrar um pequeno dicionário de ballet, com figuras ilustrando os passos, e até um pequeno roteiro denominado “Como analisar um espetáculo de dança ou uma coreografia”, dividido em tópicos com perguntas que devemos nos fazer quando assistimos a um ou outro. Claro que, antes de apresentar esse roteiro de como analisar, existe um capítulo de como fazer (Como fazer uma coreografia e um espetáculo de dança). Tal capítulo começa com uma frase que vale para qualquer profissional: “em princípio, cortar o egoísmo e a ditadura”. A obra é direta, de leitura rápida e

bem escrita – o único defeito é não poder termos o livro em nossas mãos, pois como eu disse anteriormente, está esgotado. Por isso mesmo ele é um daqueles livros que se você der a sorte de encontrar em algum sebo, guarde para sempre e com muito carinho, pois é uma obra valiosa! Naznin é estudante de dança do ventre, chamada aqui na redação carinhosamente de “nerd bellydancer” international@shimmie.com.br

Capa

Miolo

site: http://books.google.com/books?id=-gEPQ70S-hwC&lpg=PP1&dq=vida%20dan%C3%A7a&pg=PP1#v=onepage&q&f=false

Você está convidada(o) a fazer a história de nossa classe! Vamos nos unir para, finalmente, possuirmos uma associação de classe, que garanta a nós direito a: • visibilidade como conjunto para garantia de nossos direitos (previdência social, assistência médica mais acessível, assessoria contábil e jurídica, dentre outros); • divulgação da profissão como categoria organizada e representativa; • formação de grupos de estudo e discussão; • capacitação técnica e muito mais. Mas tudo isso só será possível através da participação de todos! BAILARINAS, BAILARINOS, PROFESSORES, ESTUDANTES DE DANÇA DO VENTRE, MÚSICOS E INTERESSADOS EM GERAL, TODOS SÃO BEM-VINDOS, INDEPENDENTE DE SEU ESTILO, ESTABELECIMENTO, SEJA VOCÊ PROFISSIONAL OU ESTUDANTE. O IMPORTANTE É A UNIÃO!

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www.associacaoandar.com.br

Apoio:


O HOMEM NA DANÇA DO VENTRE

A riqueza da CULTURA BRASILEIRA Pará e Maranhão!

por FLAVIO AMOEDO foto ARQUIVO PESSOAL

Papa-chibé é um dos nomes que recebe quem nasce no PARÁ. Com uma exuberante cultura e uma rica culinária como o açaí, tacacá e maniçoba, este estado tem a maior procissão religiosa do Brasil – o Círio de Nossa Senhora de Nazaré. Em meio a toda essa riqueza, nasceu o meu encanto pela cultura oriental. O meu envolvimento com a dança do ventre veio através de uma linda fusão que vi, há uns 15 anos, e que jamais esqueci. Foi amor a primeira vista... sentir naquele momento o cheiro de patchoulli no ar, saindo do corpo daquela linda bailarina, despertou-me o desejo de um dia dançar da mesma forma mágica que presenciei. Foi então que o estudo começou, e desde este momento não parei. A cada dia é um novo aprendizado, uma nova técnica. Tenho grandes inspirações e grandes professoras. Com tudo isso acontecendo, eu prometi a mim mesmo que um dia falaria do meu estado e

da AMAZÔNIA – que tanto amo e que tenho orgulho – através da dança do ventre. Foi aí que criei meu 3º espetáculo AMAZÔNIA – Espetáculo de Dança do Ventre e Fusão, que foi apresentado com enorme sucesso em Imperatriz, Maranhão, e em Belém, Pará. Hoje resido no Maranhão, que me deu tantas oportunidades, abriu-me tantas portas, onde criei raiz. Mas jamais esqueço da cultura paraense, especialmente o lundu (nossa dança folclórica do Pará) que apesar de sua influência africana, tem toda a sensualidade que uma bailarina ou um bailarino de dança do ventre precisa ter para uma boa execução. Estudar é o que busco a cada dia, e poder mostrar para todos que no norte e nordeste temos grandes nomes da dança é um grande orgulho. Passei por inúmeras barreiras, mas consegui vencer todas. A maior delas foi ser convidado para assinar a coreografia apresentada ao embaixador do Marrocos em sua

visita ao norte do Brasil, em 2003. Com tantas professoras maravilhosas, por que eu fui convidado? Tenho essa pergunta até hoje em minha mente e não encontro resposta! Todos os artistas almejam ganhar um reconhecimento estadual, nacional e internacional – eu consegui através da dança do ventre, ganhei premiações nacionais e internacionais, mas a que mais tenho orgulho foi a Homenagem de Personalidade do Estado do Pará, oferecido pela fundação Cultural do Pará. Esta não foi tarefa fácil. Digo para todos que tenho um enorme orgulho de ser paraense, amo ‘estar’ maranhense e muito mais feliz de poder levar a dança do ventre com clareza, seriedade e compromisso sério com esta cultura que muitos amam e poucos valorizam! Flávio Amoedo é bailarino e professor de dança do ventre. flavioamoedo@shimmie.com.br


A mulher além da

Bailarina

ENTREVISTA

Sou Investigadora de Polícia – prestei concurso há 14 anos. Comecei a estudar a Dança do Ventre há 16 anos, mas a dança sempre esteve em minha vida, pois sou neta de árabes e minha mãe sempre foi apaixonada pela dança, e me incentivou a buscá-la. Minha primeira professora foi a Soraia Zaied, depois estudei durante muitos anos com Lulu Sabongi. Hoje ministro aulas na Academia Runner da Granja Vianna. Então, o que muita gente me pergunta é: por que uma bailarina foi parar na Polícia? Para mim sempre foi tudo muito natural, afinal, meu pai e minha mãe são policiais, além de grande parte da família de meu pai também fazer

por JANAINA HADAD foto ADELITA CHOHFI

parte da Polícia. E, embora já fosse adepta da Dança do Ventre quando ingressei na Polícia, sem dúvida nenhuma, a dança sempre me trouxe muitos benefícios, não só no aspecto físico, mas especialmente mental e emocional. Infelizmente, é comprovado que a profissão de Policial é a mais estressante de todas; contudo, se não fosse por minha “válvula de escape” e paixão (a dança), eu seria muito mais estressada – e olha que sou, hein? Daí, quando estou nervosa, depois de um dia daqueles... vou dançar. Ou seja: está estressada? Vá fazer Dança do Ventre! Só lamento não ter mais tempo para me dedicar à dança. Adoraria poder

estudar mais acima de tudo, poder ministrar mais aulas, mas, como preciso conciliar uma vida (policial, professora de Dança do Ventre, dona de casa e esposa) - quase nada corrida, não?! - isso não é possível. Literalmente, tenho que ter MUITO jogo de cintura! Muito obrigada pela equipe Shimmie oferecer uma revista tão profissional e tão rica, a fim de ajudar, principalmente a pessoas como eu, que nunca tem tempo para nada, a ficarem bem informadas! Janaina Hadad é investigadora, bailarina, professora de dança do ventre, esposa, dona de casa... jhadadm@gmail.com abril/maio 2011 www.shimmie.com.br

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LEITURA MUSICAL

VARIAÇÕES E ESTUDO

PARA A MÚSICA CLÁSSICA ORIENTAL por JANNAH EL HAVANERY fotos iSTOCKPHOTO e STOCK.XCHNG

Segundo o Dicionário Grove de Música, música erudita ou clássica é música que é fruto da erudição e não das práticas folclóricas e populares. O termo é aplicado a toda uma variedade de músicas de diferentes culturas, e é usado para indicar qualquer música que não pertença às tradições folclóricas ou populares. Mesmo a Dança Árabe sendo classificada como uma dança popular, dentro dela existem várias ramificações musicais – uma delas é a música clássica oriental. Podemos dividir uma música clássica da seguinte maneira: 1) A introdução, que pode variar entre 1 até 2 minutos, e às vezes até mais. Os instrumentos podem variar e podem ser acompanhados com ritmos ou até mesmo instrumentos melódicos como flauta, nay, entre outros. Existem músicas que já iniciam com uma percusssão forte, acompanhada com instrumentos melódicos. Algumas bailarinas optam em deixar passar a 1ª frase. 2) A apresentação da bailarina para o público: quando a música tem uma percussão mais forte e acompanhada com alguns instrumentos melódicos, neste caso, o ideal são os movimentos de deslocamentos, como giros e arabesques. 3) Técnica: neste momento, a bailarina mostra o seu domínio lendo com o corpo as nuances da música, com poucos deslocamentos, com movimentos precisos e limpos. 4) Mudanças de humor: toda música clássica é bem rica e contém uma infinidade de instrumentos. A percussão sempre é acompanhada de outros melódicos; a bailarina só acompanha a percussão se ela estiver mais forte que a melodia ou na ausência dela. Algumas músicas são acompanhadas por ritmos folclóricos como said, hallige, entre outras, e até mesmo um taksim, onde a bailarina mostra seus movimentos lentos e delicados, transmitindo ao público a emoção que cada instrumento lhe desperta. 5) Finalização: novamente, a música cresce e a bailarina se prepara para o GRAN FINALE, com movimentos de deslocamentos, giros rápidos e arabesques, e tomando cuidado para não estragar tudo no final, terminando dentro da melodia e não saindo da pose de finalização tão rápido (conte pelo menos 3 segundos e agradeça). Estudo para música clássica: Escolha a música que você queira para estudar ou dançar, escute primeiro, depois pegue um papel e faça ‘traços e bolinhas’ (eu faço assim), anotando as nuances e humores da música. Depois de anotar, escute novamente e nestes ‘traços e bolinhas’, escreva acima ou ao lado se nesta mudança pede-se deslocamentos, movimentos sinuosos, marcações com quadril e ritmo etc... a partir destas anotações, comece a criar sequências de passos para estas nuances. Veja bem, NÃO é uma coreografia, e sim um estudo sobre que tipos de movimentos usar naqueles momentos. Sempre digo as minhas alunas que o simples bem feito FICA LINDO, não precisa criar um monte de passos mirabolantes e não dançar com o coração e emoção. Finalizo minhas dicas com a frase de minha mestra Lulu Sabongi: “Devemos lembrar que a bailarina é como um instrumento que traduz a vontade da música. Ela tem que traduzir aos expectadores a intenção, o sentimento da música, como se os espectadores não pudessem ouvir. Ela não pode menosprezar o compositor e criar música em cima da que já está tocando. Seria um assassinato de uma composição.” Jannah El Havanery é bailarina, professora e coreógrafa jannah_el_havanery@yahoo.com.br

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TEORIA MUSICAL

DERBAK

Passo a Passo

por IVES AL SAHAR ilustração LIVRO MÉTODO INTUITIVO PARA TOCAR DERBAK

Olá amigos! Nesta matéria vamos continuar as lições de Derbak, iniciadas na edição anterior. Conforme o prometido, vamos agora às lições e exercícios referentes à nota “KA”:

LIÇÃO 4: NOTA “K” Este é o primeiro grande degrau técnico do Derbak, fazendo-se necessário um maior empenho por parte do aluno para atingir uma boa sonoridade. Com a ponta relaxada do dedo anelar da mão esquerda, golpeie a borda da pele de forma a emitir um som metálico que assemelha-se ao de uma “lata”. Lance a mão de forma relaxada e rápida, dando suave destaque ao dedo anelar. Tenha sempre em mente que a “ponta do dedo é mole”. Insista até conseguir um bom relaxamento. Quanto mais relaxado, melhor a qualidade sonora do “ka”. Essa é uma das regiões onde pode ser tocada a nota “ka”. O dedo indicador também pode ser usado, assim como a combinação anelar e médio, tocados de forma simultânea. Busque igualar o som emitido pelo “Ta” (mão direita) com o“Ka” (mão esquerda).

Exercício 4

Exercício 5

Exercício 6

Exercício 7

Nas próximas edições, continuaremos com os exercícios. Até a próxima pessoal! Salam! Ives Al Sahar é músico multi-instrumentista e pesquisador da música e cultura oriental. ivesalsahar@shimmie.com.br

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MODERNO

Véus O moderno em cena

Véu Poi

por GIULIANA SCORZA fotos ADELITA CHOHFI Capa Fifi

Leque de Seda

Quando comecei a dançar, os véus que utilizávamos eram os tradicionais véus cortados em formato retangular e o Asa de Borboleta, que tem um corte no centro onde você encaixa o pescoço e segura cada parte com uma das mãos. E assim foi por muitos anos. A modernização dos véus começou com o surgimento do Véu Wings, especificamente os feitos em lamê. Confesso que na época achei algo meio carnavalesco e demorei a aceitar a ideia, mas ele foi e ainda é largamente utilizado por bailarinas de todo mundo. No ano de 2008, fui uma das divulgadoras do Véu Poi, causador de grande polêmica na época do lançamento e até hoje muito criticado. Este acessório foi inspirado nos malabares utilizados pelas nativas das tribos Maori da Nova Zelândia. Com eles, elas contam histórias e realizam acrobacias em meio a cânticos entoados por elas. Existem vários tipos de Poi, e o utilizado para dança possui em sua cauda o véu anexado a ele. Este véu requer habilidade e muito treino. Tenho visto apresentações pobres em movimentos e com dançarinos sem nenhum conhecimento das reais técnicas de uso, por isso aconselho muito estudo para que a apresentação não se torne uma cena circense.

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Véu Tradicional

Wings de Seda

Véu Harém

O “queridinho” do momento sem dúvida nenhuma é o leque de seda ou como é mais conhecido: Fan Veil. Muito mais simples de lidar do que o Véu Poi, tem um efeito encantador aos olhos de quem está assistindo. Foi desenvolvido através dos leques de dança tradicional chinesa, conhecidos como “Chinese Dance Flutter”. Este possui cauda curta de até aproximadamente 30cm; já o Fan Veil pode ter uma medida a seu gosto. Eu, particularmente, aprecio os que têm até 2m de cauda, porém, já assisti a algumas apresentações com caudas maiores ainda. Além da seda, que é o mais utilizado, você pode cobrir seu leque com grandes penas, fazendo assim uma associação à imagem de uma atriz de show burlesco. Ainda sobre o olhar da dança chinesa mais um acessório pode ser citado: a “Chinese Ribbon Dance”, que é na verdade a dança com fitas, que são confeccionadas mais largas do que aquelas que estamos acostumados a ver em ginástica, e dão um efeito bem interessante e dinâmico à apresentação. E já que estamos falando de moderno, e ele nos permite criar novidades, desenvolvi dois novos véus. Inspirada na grande diva Fifi Abdo, criei

Curiosidades Deve-se falar Véu “Pói”, e não “Poá” Outra forma de escrita: Voi (Veil + Poi) Capa Fifi e Véu Harém são desenvolvidos exclusivamente pela Hana Sedas

a Capa Fifi*, que nada mais é do que uma capa em seda com gola e babados nas extremidades e que tem um visual impressionante. Outra criação é o Véu Harém*, que é parecido com o Véu Wings, mas que possui “cascatas” ou “fru-frus” em toda sua extensão. Vale lembrar que estes véus são confeccionados em seda pelo simples fato de que seu efeito visual, através das inúmeras técnicas de pinturas e da leveza do tecido, é de indiscutível beleza, e não se obtém este resultado com nenhum outro tipo de tecido. E você? Já imaginou um novo design em véu? Espero poder comentar aqui mais novidades desse acessório, e quem sabe um que tenha sido criado por você? Giuliana Scorza é bailarina, professora e coreógrafa de dança do ventre. giulianascorza@shimmie.com.br


CLÁSSICO

Organização, disciplina e

DEDICAÇÃO por KAHINA fotos ADELITA CHOHFI e iSTOCKPHOTO

Nesta edição falaremos sobre organização, disciplina e dedicação; essas três palavras sintetizam o primeiro passo para quem quer se tornar uma boa coreógrafa. Para que você tenha ótimos resultados, reflita sobre o que a somatória delas significa e sobre as dicas abaixo: *Primeiramente, coloque sua ideia no papel e organize-se, não importa se for uma simples coreografia ou um espetáculo inteiro. Trace uma linha de trabalho determinando suas ideias iniciais, a organização do “durante” e o resultado final esperado. *Seja trabalhando com profissionais ou amadores, selecione bailarinas e bailarinos que estejam realmente dispostos a fazer parte do seu projeto e que convivam bem em grupo. Exponha suas ideias desde o início frente aos participantes. *Lidere! Seja responsável por aquilo que você idealizou e faça tudo tomar forma. Não trace esse caminho delegando funções, seja a pessoa que irá definir desde os participantes até o figurino que será usado. *Trabalhe com tempo de antecedência – comece a ensaiar o seu grupo pelo menos oito meses antes do evento ou apresentação. *Estabelecer regras é a única forma de manter a qualidade e seriedade do grupo. Todos nós sa-

bemos que o caminho para um ótimo resultado é longo e árduo, tanto para o corpo quanto para a mente. Regras impostas aos integrantes são importantes para a coesão e comprometimento de todos até o final do projeto. *Para ensaios e reuniões, determine dias e horários. Faltas devem ocorrer somente em caso de extrema necessidade, um integrante que não ensaia atrapalha o andamento da coreografia e prejudica seu trabalho. Típico caso daquela pessoa que sempre falta e no dia da apresentação fica perdida. Disciplina existe em qualquer área da dança, por que na Dança do Ventre não? Vamos aplicá-la. *Dedicação da sua parte é o ponto mais importante e determinante para que tudo corra bem. Não se pode exigir do outro aquilo que você não faz. Use a ética e tenha respeito pelas pessoas, cultive um ambiente limpo e afetuoso para seu grupo, ensine a humildade e o amor a nossa arte. Seja incansável – tudo que está bom pode ficar melhor. E nunca se esqueça: sua qualidade profissional é o reflexo do seu trabalho! Kahina é bailarina, professora e coreógrafa de dança do ventre. kahina@shimmie.com.br

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CORRENTE DO BEM

PROJETO SOCIAL POLI FONTE MIRIM por ADRIANA BRIDA

A Fonte Danças faz parte do projeto cultural Fonte do Gravatá, que desde 1972 vem difundindo capoeira, frevo, samba duro, samba de roda, puxada de rede e percussão no Brasil e no exterior. O projeto social Poli Fonte Mirim, criado em 1996, atua na inclusão social de crianças e adolescentes carentes do entorno do campus (Cidade Universitária) da USP (Universidade de São Paulo), onde as atividades de cunho social realizadas são as aulas de dança do ventre, dança de salão, capoeira, frevo, maculelê e outras manifestações artísticas, culturais e folclóricas. Todas as aulas são abertas e oferecem a possibilidade

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de participação a qualquer pessoa. Também em 1996 nasceu a Dança Espontânea, desenvolvida no programa Universidade Aberta à 3ª. Idade da USP, com aulas ministradas no CEPEUSP (Centro de Práticas Esportivas da USP). Criada em 2005, a Fonte Danças atua no ensino e apresentação de muitos gêneros, brasileiros e internacionais. Destacam-se o xote, samba de gafieira, pagode, samba-rock, salsa, lambada/zouk, merengue, tango, além de forró universitário e dança do ventre. A Fonte Danças organiza bailes mensais, saídas para bailes externos, oferece aulas particulares e possui um grupo para apresentação em eventos.

A preocupação social continua, pois parte do valor arrecadado nos cursos de dança de salão é revertida para manutenção das atividades do projeto Poli Fonte Mirim, e parte vai para o CMR – Centro Moraes Rêgo – centro acadêmico dos alunos de Engenharia de Minas e de Petróleo e Engenharia Metalúrgica e Materiais. Portanto, sempre que alguém frequentar uma das aulas ou sair para dançar, além de se exercitar, relaxar e conhecer novas pessoas, estará contribuindo para auxiliar diversas comunidades carentes. Entre no site e veja mais sobre o projeto: www.dancenafonte.com.br


ONDE ENCONTRAR

ONDE ENCONTRAR SUA REVISTA SHIMMIE SÃO PAULO AL QAMAR Rua Domingos de Morais, 1497 Vila Mariana - São Paulo - SP (11) 3578-9390 KAHINA BELLYDANCE Rua Doutor José, 57 Tucuruvi - São Paulo - SP (11) 2981-4311 NÚCLEO ANIMA Rua Filipinas, 106 Alto da Lapa - São Paulo - SP (11) 3641-0082 SHANGRILA HOUSE Rua Gaspar Lourenço, 25 Ana Rosa - São Paulo - SP (11) 5539-5092

GUARULHOS TITÃS DANÇA E ARTE Al. das Vitórias Régias, 194 sala 23 (sobreloja) - Shopping Park Center - Parque CECAP Guarulhos - SP (11) 2382-1517 LITORAL DE SÃO PAULO SAHIRA MA AJNIHA Avenida Conselheiro Rodrigues Alves - Santos - SP (13) 3877-7664 FRANCA ATELIÊ MAISHA SAHAR Rua Santo Antonio,1119 Franca - SP (16)3017-5969

SHIVA NATARAJ Rua Bom Sucesso, 1119 Tatuapé - São Paulo - SP (11) 2296-8969

RIBEIRÃO PRETO CENTRO CULTURAL OÁSIS Av. Francisco Junqueira, 631 Sobreloja - Ribeirão Preto - SP (16) 3974-8758

ZALEEKHAN Pça José Giudice, 4 Vila Carrão - São Paulo - SP (11) 2773-1500

RIO DE JANEIRO ASMAHAN ESCOLA DE ARTES ORIENTAIS Central: (21) 3419-8156

SÃO BERNARDO DO CAMPO GRUPO BELE FUSCO Rua Olegário Herculano 270 São Bernardo do Campo - SP (11) 4121-1087

SEDE BOTAFOGO Rua São Clemente 12, 2ºandar Metrô Botafogo, saída Praia de Botafogo - Rio de Janeiro - RJ (21) 2527-0704

UNIDADE CINELÂNDIA Av. Rio Branco 277, 301D Metrô Cinelândia, saída Santa Luzia - Rio de Janeiro - RJ (21) 2240-3933 UNIDADE ARARUAMA Av. Capitão Vergara, 200 Coqueiral - Rio de Janeiro - RJ (22) 8814-9664 UNIDADE JACAREPAGUÁ Estrada dos Três Rios 146, H Freguesia - Rio de Janeiro - RJ dentro do Clube Olímpico (21) 4101-1590 ESPÍRITO SANTO CANTINHO ORIENTAL Orkut: Cantinho Oriental Twitter: @cantinhoriental Msn: cantinhooriental@hotmail.com

www.cantinhooriental.net (27) 8111-0663 *TIM (27) 9232-1360 *CLARO MARANHÃO FLAVIO AMOEDO Av. Industrial, 668 Imperatriz - MA (99) 8806-4106 BRASÍLIA ESTÚDIO ZAHRA CRS 506 Bloco A – Asa Sul (61) 3242-2807

MINAS GERAIS TUFIC NABAK Av. Barão do Rio Branco, 3480 Clube Sírio e Libanês Juiz de Fora - MG (32) 8809-0560 BAHIA IVES AL SAHAR E MELL BORBA Avenida Manoel Dias Silva, 2306 Salvador - BA (71) 8820-1944 ESPAÇO AKASH DANÇAS E TERAPIAS R. Estácio de Lima, bl. 45, ap. 102 Salvador - BA (71) 8237-2006 PORTO ALEGRE TEMPLO DO ORIENTE Cel. Bordini 92 e 96 - POA Porto Alegre - RS (51) 3325-6138 / 3062-0606

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OFF BELLYDANCE

Uma programação diferente que envolve TEATRO, EXPOSIÇÕES e CINEMA. por ADRIANA BRIDA

Exposição Permanente

ESPAÇO PERFUME ARTE + HISTÓRIA No dia 23 de setembro, o Grupo Boticário e a Faculdade Santa Marcelina (Moda) inaugurou, na capital paulista, o Espaço Perfume Arte + História. O espaço cultural passa a funcionar em uma unidade anexa à Faculdade Santa Marcelina, parceira da empresa no projeto, devido à posição de destaque da instituição no Brasil, no ensino da moda – arte diretamente relacionada à perfumaria. A exposição tem como objetivo registrar 5 mil anos da história do perfume, curiosidades sobre sua produção e a relação com a moda.

Workshops

Especial – Feiras

Oficinas de Malabarismo e Equilibrismo, Chicote, Contorção, Perna de Pau, Monociclo e Acrobacia

53ª BIJÓIAS - 2011 - ABRIL

CIRCO PARA TODOS

De 14/02 à 15/07/2011 Inscrições abertas até dia 08/02/2011 Tel.: (11) 3537-9331 contato@rasodacatarina.com.br

WORKSHOP CONSCIÊNCIA CORPORAL APLICADO À DANÇA OTILIA FRANÇOSO

Entrada franca Endereço: Rua Dr. Emílio Ribas, 110 – Perdizes São Paulo - SP (em frente à Faculdade Santa Marcelina) Horários de visitação: De terça-feira a sábado (exceto quintas-feiras) – das 10h às 18h Quinta-feira: das 10h às 20h Domingo: das 12h às 18h (Última entrada em todos os dias – 40 minutos antes do fechamento) Mais informações: (11) 2361-7728

De 25/02 à 01/07/2011 sextas das 18h30 às 20h Espaço Rasa: www.espacorasa.art.br Informações: otiliafrancoso@uol.com.br

Data: 25/04/11 até 27/04/11 Local: Centro de Convenções Frei Caneca Cidade: São Paulo - SP Informações: www.masi-bijoias.com.br Salão de Bijuterias, Folheados, Prata e Acessórios de Moda BIJÓIAS é uma feira de negócios, não aberta ao público, exclusiva para lojistas e profissionais do setor, não sendo permitida a venda de produtos no varejo. Não é cobrado nenhum tipo de ingresso, mas é exigida a apresentação do cartão do CNPJ da empresa, para comprovação de atuação no setor.

10ª HAIR BRASIL 2011 Data: 02/04/11 até 05/04/11 Local: Expo Center Norte Cidade: São Paulo - SP Informações: www.hairbrasil.com.br Feira Internacional de Beleza, Cabelos e Estética Profissional, dinâmica, especialmente preparada para atender o mercado dos salões de beleza e clínicas de estética, a Hair Brasil é a feira que lança novos produtos, sinaliza tendências e promove negócios na área de beleza.

foto: Divulgação

foto: Arquivo pessoal

Visa desenvolver a consciência corporal com base na pesquisa das estruturas físicas e nas dinâmicas de movimento, relacionada à prática da dança, possibilitando ao aluno reconhecer sua linguagem corporal ao integrar sensações e percepções ao movimento artístico.

Conheça as feiras que vão fazer SP ferver!

Quer saber mais sobre exposições, workshops e feiras? Visite nosso blog: revistashimmie.blogspot.com


Programação 03 de Abril Curso de Formação Profissional em Dança Oriental Local: Al Qamar - Rua Domingos de Morais, 1497 – Vila Mariana – SP/SP Informações: 11 3578.9390 www.hannahadarah.com.br 09 de Abril Show com Fady Harb no Brasil Lançamento do CD "Miss Bass Bhebbik" Informações: (51) 3212-9128 www.amareinbellydance.com.br

PROGRAME-SE

de EVENTOS

17 e 18 de Maio Workshop e Show com Soraia Zaied Local: Espaço La Luna Rua Lafaiete, 1781 - Ribeirão Preto - SP Informações: 16 3931.2982 / 3995.2158 22 de Maio 2° Encontro Nacional Mahira Hasan Local: Escola Top Dance Pça. Ricardo Whately, 2 - Santana - SP/SP Informações: (11) 7733-0067 / 3985-3896 mahirahasan@mahirahasan.com

07 e 08 de Maio IV Mostra Cearense de Dança Workshops com: Jade El Jabel - SP / Mahaila El Helwa - SP / Renata Lobo - PR Informações: (85) 87846950 Aisha: aisha_fahd@hotmail.com

22 de Maio X Feira Cultural Árabe Participação especial de Michelli Nahid (SP) Local: Centro Cultural Pró Música de Juiz de Fora / MG - Av. Rio Branco, 2329 - Juiz de Fora / MG Informações: (32) 8809.0560

14 e 15 de Maio Curso e Show com Soraia Zaied Local: Khan el Khalili Rua Dr José Queirós Aranha, 320 - SP/SP Informações: 11 5575-6647

29 de Maio 1ª Festival Racks Sharki arte e dança Local: Externato N.S. Menina - Teatro Rua do oratório, 2621 - Mooca - SP/SP Informações: www.rackssharki.com.br

30 e 31 de Maio 1ª Conferência de Gestão para Escolas de Dança Local: Auditório do Sebrae – Salvador/BA Essa 1ª. Conferência sobre Gestão para Escolas de Dança objetiva reunir em um mesmo fórum de exposições e debates que apresentarão diversos temas e abordagens sobre o assunto central do evento: a gerência de escolas de dança. Serão abordados aspectos como marketing, finanças, gerenciamento de professores, a visão do cliente, gestão de resultados, captação e fidelização de clientes. Maiores informações e dúvidas, acompanhe no BLOG: ballacenews.blogspot.com http://www.dancabrasil.com.br/ 05 de Junho Eventre 2011 Local: Associação Aichi Rua Santa Luzia, 74 - Liberdade - SP/SP Informações: eventre@eventre.com.br Organização: Deborah e Rhazi

Quer ter seu evento divulgado? Envie um e-mail para contato@shimmie.com.br e acompanhe nosso site. Nele você encontrará um calendário geral de tudo o que acontece no meio da dança do ventre.

1º Festival Racks Sharki arte e dança Dia 29 de Maio de 2011, um grande evento !!!

Organização: Fatima Braga e Nira Lucchesi

Apoio:


CONHEÇA NOSSAS UNIDADES MEGA LUXOR

LUXOR TATUAPÉ

LUXOR CAMPO BELO

LUXOR SANTANA

Av Eng. Caetano Álvares 4399 São Paulo - SP (11) 3205-3229

Rua Vieira de Moraes, 1115 São Paulo - SP (11) 5536-0776

LUXOR MOOCA

Rua Jumana, 209 São Paulo - SP (11) 2966-9019

LUXOR INTERLAGOS

R Nossa Senhora do Sabará, 2266 sobreloja- São Paulo - SP (11) 2528-9230

LUXOR VILA MARIANA

Av. Domingo de Moraes, 3092 - 1° Andar - São Paulo - SP (11) 2861-5441/2843-1080

Rua Emília Marengo, 1304-B São Paulo - SP (11) 3467-8030/3467-8031

Rua Voluntários da Pátria 3096 São Paulo - SP (11) 2977-0687

LUXOR MOEMA

Alameda dos Maracatins, 760 São Paulo - SP (11) 3628-6097

LUXOR PARADA INGLESA

Av. General Ataliba Leonel, 3.475 sobreloja - São Paulo - SP (11) 2201-4693

LUXOR PENHA

Av. São Miguel, 73 São Miguel - São Paulo - SP (11) 2309-8644


A Luxor é uma rede de escolas especializadas na verdadeira arte da Dança do Ventre em atividade desde 1993. Hoje tem como lema levar o lazer e a saúde através da dança. São inúmeras unidades energizadas, decoradas, com “cantinho da aluna”, lojinha, que oferecem um curso sério, dividido em módulos de 4 meses, possibilitando à aluna saber com antecedência toda a matéria a ser ministrada e acompanhá-la através das apostilas de cada módulo. Nosso método próprio é aprovado por mestres egípcios e possui especial atenção às alunas iniciantes. Nossas escolas oferecem também, um plantão de dúvidas onde a aluna recebe informações sobre matérias perdidas em virtude de faltas, bem como reforço, caso existam dificuldades em alguns movimentos. A aluna poderá compartilhar com seus familiares e praticar todo seu aprendizado nas famosas Festas Árabes mensais organizadas pela Luxor. É um evento de formatura de módulo realizada no teatro APCD com todo conforto e segurança, dentre outros benefícios que nossa escola proporciona. A Luxor também organiza a 10 anos Festivais Internacionais Anuais de dança do ventre para participantes de todo o Brasil e exterior. Com 4 dias de duração o evento conta com aulas, shows, feirinha com vários expositores, sendo que em cada evento as mais de 700 participantes além de fazerem aulas podem também dançar nos shows da amizade e conquista. A Luxor anualmente organiza uma excursão para o Cairo no mês de Junho, proporcionando às nossas alunas, amigos o máximo de cultura e magia.

www.luxordancadoventre.com.br VIVA AO MÁXIMO!


OLHOS DE BASTET

DEUSA ÍSIS por SAMÝRA MURADDY foto iSTOCKPHOTO

Representa a grande mãe, é a Deusa mais cultuada. Senhora da Magia, da cura e protetora das mulheres. O nome Ísis significa “trono”, por isso ela é representada sentada em um trono e segurando a cruz Ansata (a chave para os dois mundos). Mesmo sem comprovação, várias professoras trabalham com a tese de que a própria Dança do Ventre surgiu dos antigos rituais de fertilidade para a Deusa Ísis, num ritual secreto das sacerdotisas, proibido aos homens. Depois de muitos anos, o único nome que Ísis não sabia era o nome secreto do deus Rá (deus Sol); assim, decidiu enganá-lo para descobrir. Rá envelhecia e até já começava a babar. Ísis recolheu sua baba, e moldando-a com a terra, deu forma a uma serpente que depois colocou no caminho de Rá. Este foi mordido e caiu no solo agonizando. Ísis disse ao deus que poderia curá-lo, desde que ele revelasse seu nome secreto. Com este conhecimento, Ísis obteve parte do poder de Rá. Tornou-se restauradora da vida, usava ervas e palavras de poder, cujos encantamentos faziam desaparecer as doenças. Governou ao lado de seu irmão-esposo Osíris, que já se amam dentro do ventre da mãe (deusa Nut). Foi o primeiro casal soberano sobre a Terra. Osíris era o rei e Ísis era o trono. Era muito comum

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entre os deuses, assim como entre os Faraós, o casamento entre irmãos, porque isto se tratava de legitimar o direito ao trono. Toda Faraó era vista como representante direta da deusa Ísis. Na batalha entre “o bem (deus Osíris) e o mal (deus Seth)”, Ísis recolhe os pedaços de Osíris quando Seth o destruiu. Ela pediu ao deus Anúbis para mumificar Osíris, criando a primeira múmia. Osíris desceu ao Mundo dos Mortos, onde permaneceu em estado de sono ou torpor. Ísis, com seu poder de magia, ressuscitou Osíris e eles tiveram um filho chamado Hórus.

ORAÇÃO A DEUSA ÍSIS Ó Ísis! Mãe do Cosmo, raiz do amor, tronco, capulho, folha, flor e semente de tudo o que existe. A ti, força da natureza, conjuramos. Chamamos a Rainha do Espaço e da Noite... e beijando seus olhos amorosos, bebendo o orvalho de seus lábios, respirando o doce aroma de seu corpo, nós exclamamos: RAM-IO... RAM-IO... RAM-IO... Samýra Muraddy é tarologa, pesquisadora do panteão egipcio e faz leitura na borra do café. samyramuraddy@shimmie.com.br


GLAMUROSA

É SÓ REBOLAR!!!

por SAHIRA FATIN ilustração MARCO AURÉLIO CASSON E SARA DE MORAIS

Janeiro, calor... nada melhor que deixar os afazeres de lado e ir a um bom restaurante, com boa comida, boa companhia. Não sei por que fiquei com vontade de comer comida árabe. Acho que o lado bailarina me acompanha em todos os momentos. Que delícia! Nada como relaxar! Ops! De repente um turbilhão de véus entra em cena! São as bailarinas! Bailarinas??????? Não tenho nada contra! Eu mesma já dancei em restaurantes e afins, mas pelo amor de Deus!!!!!! Tivemos que por várias vezes abaixar as nossas cabeças para não levar um véu no rosto! Isto sem contar uma sucessão de “requebrados” sem conexão, sem sentido. As meninas eram bonitas, fato, mas isto também não justifica a seminudez de algumas. Não me contive, e após o show, fui indagar ao gerente se eu poderia falar

com as bailarinas ou pelo menos uma delas. O gerente, muito simpático, encaminhou-me até o camarim delas. Pois bem, após conversarmos tenho a informar o seguinte: 1. Uma delas (considerada a “bam bam bam”) tinha dois anos de aprendizado. A maioria tinha no máximo 8 meses de dança! 2. Estavam lá graças ao “incentivo” da professora delas! 3. Agora vem o grande momento: o cachê foi de R$ 25,00! Então minha amiga, eu pergunto, e agora? Assim como este restaurante, existem vários outros locais! E é obvio que os donos, gerentes, enfim, vão querer sempre pagar menos. Aí chega eu, você, que estudou, batalhou, e pede um cachê à altura de nosso profissionalismo, e o que acontece? Nada! Porque ele tem quem dance pela décima parte do que você está pedindo!

Afinal, para quem não conhece, Dança do Ventre é só rebolar!!! É o que se escuta por aí muitas vezes, e eu fico me perguntando porque as pessoas falam isso? Ora, porque elas vão a restaurantes e acabam vendo o que eu vi! Logo, dou razão a elas em pensar assim! As meninas são culpadas? Não! Lógico que não! O restaurante é culpado? Também não! Então de quem é a culpa? Da chamada PROFESSORA!!! Aquela que incentivou!!! Voltamos ao velho ponto: Professoras de Dança do Ventre! Incentivar uma aluna a dançar é outra coisa! Requer didática, competências, e muito mais! Mas aí já é assunto para outra matéria! Fui! Sahira Fatin é bailarina, professora e coreógrafa de Dança do Ventre. sahirafatin@shimmie.com.br

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NOVELINHA SHIMMIE

Quando uma

BORBOLETA VOA... por RHAZI MANAT imagens iSTOCKPHOTO ilustração JOSI MADUREIRA

“Professora Habiba: preciso dar um tempo nas aulas de dança, pois preciso estudar muito para passar no concurso público; quando for possível, volto. Beijos”. Foi assim que Borboletinha encerrou sua participação na turma da professora Habiba. Achou melhor assim, não queria criar polêmica e, se a professora não reconhecia seu talento e ela própria já estava tão bem em outra escola, melhor deixar assim. Do outro lado, a professora Habiba lia o email e se perguntava se era aquele motivo mesmo. Se fosse, já estava acostumada: geralmente a primeira coisa que as mulheres largam é a aula de dança, afinal, é sempre um hobby... se não fosse, o tempo se encarregaria da verdade. Já aconteceu de a aluna ir fazer aula com outra professora, e ela, Habiba, não tinha problema nenhum com isso, aula também era “química” e nenhuma professora do mundo pode suprir as necessidades de todas as alunas. Mas, sempre ficava chateada, pois poucas alunas “terminavam a relação” de uma maneira saudável e madura. Era sempre um email (quando muito) ou simplesmente sumiam. Gostaria de ter acesso a estas alunas, pois, quem sabe, conversando sobre a situação, esta poderia ser revertida ou, ao menos, Habiba saberia o motivo do desligamento. Habiba já perdera alunas por vários motivos, até por ter cobrado mensalidade de planos que estavam 3 meses atrasados! A aluna ficou ofendida e simplesmente sumiu. Em outro caso, uma aluna fez aula durante 8 meses, decorou uma coreografia e saiu dando aula, ensinando a sua coreografia! Habiba ouvia muita “bronca” de suas colegas professoras, diziam que ela era muito boazinha... quantas vezes ela já pagara inscrições de alunas, estendera prazos de pagamentos de mensalidade, não cobrava multa por atraso, dava bolsas de estudo... ela realmente não tomava jeito... Mas todos estes pensamentos sumiam quando assistia as alunas ali, no palco... uma sensação indescritível! Isso sem falar nas que já estão com ela há anos... com muitas alunas, Habiba sente uma sintonia incrível, uma afinidade maior até do que com amigos pessoais... Com os olhos marejados, lembrou, como num susto, que tinha que sair para o ensaio das meninas! Bem lembrado! Chega de divagações, “bora” cuidar de quem ficou, pois o dia da apresentação já estava chegando! Acompanhe os capítulos da novelinha Shimmie em nosso site. Rhazi Manat é bailarina, professora e coreógrafa. rhazi@shimmie.com.br

“Não leu os capítulos anteriores? Acesse nosso site!” 64

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Dia Hora Nível Segunda 20h30 Intermediário Terça 20h30 Básico Sexta 15h30 Básico Turma de coreografias Sábado 16h30 para apresentações.

Inscrições Abertas! Inscrições e informações Tel.: 11 5539.5092 Rua Gaspar Lourenço, 25 Vila Mariana . São Paulo - SP

R. Estácio de Lima, bl. 45 - www.jadedancadoventre.com.br


PENSAMENTOS

A emoção que a bailarina pode transmitir não é apenas a emoção pessoal, mas também a emoção originada pela própria música. Cada harmonia, cada sequência de notas, cada ritmo e cada combinação de sons ou melodias, pode ser associado a uma emoção; e assim, a própria música, independente do seu sentimento pessoal, pode provocar uma reação na bailarina, e todo esse sentimento será passado ao público.

Saber dançar te faz

PROFESSORA? por SAHIRA FATIN ilustração iSTOCKPHOTO

Adaptado de trecho do livro Tocando com Concentração e Emoção

de Marcia Kazue Kodama

foto ADELITA CHOHFI 66

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