BAILARINAS INTERNACIONAIS
LULU SABONGI, SAIDA E SORAIA ZAIED
DIVAS!!!
CONHEÇA O MELHOR DA
DANÇA DO
VENTRE
PALCO
A influência da emoção em sua dança
LEITURA MUSICAL Como improvisar na dança clássica?
DANÇA DO BASTÃO Estilo Egípcio e Libanês
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ANO 1 Nº 5 R$ 10,00
LULU SABONGI
Carreira internacional vitoriosa com 27 PAÍSES VISITADOS
CONFIRA MAQUIAGEM • TRIBAL • EDITORIAL DE MODA • LEITURA MUSICAL • E MUITO MAIS!
SELETIVA NORDESTE 1
Bahia, Alagoas, Paraíba, Sergipe e Pernambuco Credenciado Shimmie: Ivel al Sahar Datas: 2 e 3 de Julho
SELETIVA NORDESTE 2
Ceará, Piauí, Maranhão, Rio Grande do Norte Credenciado Shimmie: Flávio Amoedo Datas: 16 e 17 de Julho
SELETIVA NORTE
Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Amapá, Pará e Tocantins Credenciado Shimmie: Claudiane Pollack Datas: 13 e 14 de agosto
SELETIVA CENTRO-OESTE
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e DF Credenciado Shimmie: Laila e Amura Zahra Datas: 27 e 28 de Agosto
SELETIVA SUL
Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul Credenciado Shimmie: Brysa Mahaila Datas: 3 e 4 de Setembro
SELETIVA SUDESTE 1
Estado de São Paulo Credenciado Shimmie: Adriana Bele Fusco Realizado no Encontro Internacional Bele Fusco de Dança do Ventre Datas: 9, 10 e 11 de Setembro
SELETIVA SUDESTE 2
Minas Gerais e Espírito Santo Credenciado Shimmie: Tufic Nabak (comemorando 10 anos do Grupo Nabak) Datas: 17 de Setembro
SELETIVA SUDESTE 3
Rio de Janeiro Credenciado Shimmie: Jhade Sharif Datas: 8 e 9 de Outubro
GRANDE FINAL NACIONAL COM OS CAMPEÕES DAS SELETIVAS Comemorando 1 ano da Revista Shimmie! Show de gala - Sorteios - Leilão de figurinos Simone Galassi em prol de ONGs E muito mais! São Paulo - 15 e 16 de outubro
Para mais informações acesse
www.festivalnacionalshimmie.com.br Stands:
Produção:
Ventreoteca PRODUÇÕES
Apoio:
Bailarina: Giselle Manat . Foto: Adelita Chohfi
SEGUNDA
10h00 - 12h00 12h00 - 13h00 13h00 - 15h00 15h00 - 16h30
Bases de clássico para dança ORIENTAL Sua expressão em cena para folclore Fusao Flamenco Oriental Elementos da dança contemporânea acoplados a Dança Oriental 16h30 - 18h00 Fusão na Dança Oriental - BALLET 20h00 - 22h30 Mowashahat
TERÇA
10h00 - 12h00 12h00 - 13h00 13h00 - 14h00 15h00 - 16h30 16h30 - 17h30 17h30 - 20h00 20h00 - 22h30
QUARTA
10h00 - 12h00 12h00 - 13h00 13h00 - 14h30 15h00 - 16h30 16h30 - 17h30 17h30 - 20h00 20h00 - 22h30
QUINTA
10h00 - 12h00 12h00 - 13h00 13h00 - 14h30 15h00 - 16h30 16h30 - 17h30 17h30 - 20h00 20h00 - 22h30
SEXTA
10h00 - 12h00 12h00 - 13h00 13h00 - 14h30 14h30 - 16h00 16h30 - 17h30 17h30 - 20h00 20h00 - 22h30
SÁBADO
12h00 - 18h00 12h00 - 18h00
Exercícios teatrais para expressão em cena Utilizando o espaço a sua volta para criar dinâmica Ondulatórios e oitos - os redondos na dança Breaks e controles para percussão Consciência corporal em prol da dança, descubra-se Baladi Expressão e Taksim Sequências de impacto para sua Performance Dabke tradicional feminino Vibrações e Tremidos Elegância e combinações para taksim Vibratos e linhas contínuas, o shimmie poético Dança Beduína - fundamentos Base para todos os shimmies Um toque de Índia O uso dos véus Composição coreográfica para grupos Combinações para música moderna A força dos twists e seus impactos em cena Braços e Molduras para o estilo clássico Interpretação para Oum Khoulthoum Khaleeje e combinações Dabke e dança oriental Elementos para fusão, o moderno na dança A Evolução dos Movimentos (do básico ao avançado, mais de 100 possibilidades criativas) Breaks e controles progressivos, contenção e acentos Saidi - Bases com bastão, braços Saidi - Combinações e bases - sem bastão Coreografia Clássica Oriental Coreografia Clássica Oriental
NESTA SEMANA O ORIENTE É AQUI! 7 DIAS DE WORKSHOPS, SHOWS, GASTRONOMIA, SARAU CULTURAL
DE 25 A 30 DE JULHO DE 2011 www.lulusabongi.com.br/mosaico DIA 31 DE JULHO
SHOW DE GALA
Realização:
Incrições Abertas: www.lulusabongi.com.br/mosaico Loja Virtual: www.lojashangrila.com.br Local: Rua Gaspar Lourenco, 25 Aclimação - São Paulo +55 11 5539 5092
DIRETO DA REDAÇÃO
Diretoria Executiva Redação Monica Nice
“
Não há nada como o sonho para criar o futuro. Utopia hoje, carne e osso amanhã. (Victor Hugo)
”
Naznin
E o sonho continua... mais uma edição da Shimmie nas suas mãos. E novidade é o que não falta neste número 5... Como responsável pelos contatos internacionais da revista, recebi a honra de escrever sobre esta edição. Muitas coisas boas estão acontecendo, obstáculos estão sendo superados e, a cada número, estamos buscando trazer para vocês, queridas leitoras, assuntos e matérias relevantes que ajudem tanto alunas quanto professoras a ampliar os conhecimentos sobre a arte da dança. As críticas de vocês e todo o feedback que temos recebido têm nos ajudado muito a fazer uma revista cada vez mais séria e com credibilidade. E a respeito de sonhos, também tivemos a felicidade de irmos para as bancas e estamos muito contentes com a repercussão positiva que isso gerou – mais pessoas tendo acesso à dança do ventre e tendo o interesse pela cultura árabe despertado. Nesta edição, temos o imenso prazer de apresentar três grandes divas da dança do ventre internacional: Soraia Zaied, Lulu Sabongi e Saida – um Brasil e Argentina, muito bem representados e sem rivalidade (pelo menos em relação à dança). Três bailarinas reconhecidas internacionalmente, com estilos tão diferentes e tão característicos. Saida com seus arabesques, cambrés e a expressão forte, que remete ao mais argentino dos tangos! Em seu país, Saida é a “Reina Saida” (rainha Saida) e impera absoluta há anos. Soraia, com seu quadril poderoso e seu gingado brasileiro que conquistou o Egito. E Lulu, nossa colunista, ídola e professora de tantas bailarinas que hoje são profissionais de respeito. Mais três sonhos realizados aqui na revista... E para terminar a apresentação do tour desta edição, temos o novo CD do querido (e internacional) Tony Layoun, cantor libanês que há anos encanta a colônia árabe no Brasil, e agora – finalmente! – conseguimos trazê-lo para vocês leitoras e para o grande público através das bancas. Tony é muito respeitado pelos árabes aqui no Brasil por realizar um trabalho sério e com muito profissionalismo, sempre preocupado em levar aos diferentes públicos um show bem variado – vocês poderão saber mais detalhes na entrevista que fizemos com ele. Também damos as boas-vindas à querida Eliene Costa, que entra para o time em um momento incrível de crescimento e que traz toda sua experiência na área jornalística e, claro, na dança do ventre. Nós da equipe já estamos preparadas para aprender com ela e a unir nossos sonhos. Além disso, novidades fantásticas estão a caminho... vocês não perdem por esperar! Mas deixemos algumas coisas para as próximas edições, pois o espaço aqui é pouco e as novidades são muitas para serem mencionadas sem o devido “brilho”! Aproveite mais uma edição da Shimmie e não se esqueça de nos dizer: como podemos realizar o seu sonho na dança aqui, nas páginas da revista? Quem ou o que vocês gostariam de ver publicado? Se ainda não realizamos nenhum de seus sonhos, podemos estar muito perto, é só vocês pedirem! Triste é uma vida sem sonhos! Naznin
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www.shimmie.com.br junho/julho 2011
Marketing e Negócios Daniella Ogeda Nice Design e Administração Josi Madureira Produdora Adriana Brida Monteiro Produção Divina Consultoria www.divinaconsultoria.com.br Redação Jornalista Responsável e Redatora Eliene Costa - MTB 51.975/SP Diretora de Arte Josi Madureira Ilustração Sara de Morais Contato Administrativo Patricia Moura Revisora e Tradutora Thaís Cristina Casson Fotógrafa Adelita Chohfi Carol Loução Usina de ideias Vera Moreira Produção Gráfica Empório da Dança Impressão Vox Editora A Revista Shimmie é uma publicação bimestral da K Editora & Comércio de Papéis Ltda, destinada ao público envolvido com a Dança do Ventre. ISSN 2178-5759. A Revista Shimmie é destinada à informação e entretenimento, não cabendo responsabilidade por conceitos emitidos em artigos assinados ou por qualquer conteúdo publicitário e comercial, sendo este último de inteira responsabilidade dos anunciantes. Não é permitida a reprodução total ou parcial de qualquer material sem prévia autorização por escrito.
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GPS DA REVISTA COLUNAS
12 14 16
Estilo
Fusão de trajes Maquiagem Tendências do Inverno Beleza Progressiva ou alisamento
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Sapatilhas
22
Cantinho da blogueira
23
Fusão
24
Tribal
26
Me leva lulu
40
Folclore
41
Beldades Um papo
42
Corpo - Consciência corporal
43
Corpo - Anatomia
44
Saúde Mental
45
Saúde Corporal
46
Finanças
47
Meu negócio
48
No início foi assim
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Voz da Aluna
50
Dança do ventre na universidade
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Encontrei por ai
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O homem na Dança do Ventre
53
Evento
54
Moderno
55
Corrente do bem
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Leitura Musical
57
Teoria Musical
58
Arteterapia
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Off Bellydance
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Programe-se
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Glamurosa
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Onde encontrar sua Revista Shimmie
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Novelinha Shimmie
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www.shimmie.com.br junho/julho 2011
Um sapato para cada pé dançante parte II Empolgação e inspiração acabaram. E agora? Qual o futuro do meu blog? Fusão com Zouk Muita etnias e uma só linguagem parte II Argentina do tango e da dramaticidade A dança dos bastoes entre beldades
Consciência Corporal - Fator de movimento: Tempo Membros inferiores - Fêmur e a Tíbia Deixar o ninho - Voando para o desconhecido Palco - A influência da emoção em sua dança Mantendo as finanças em ordem no exterior Al Qamar
Hadara Nur
Bailarina e mãe Dança-Educação
Tudo ok com a bailarina, mas e a mulher? Grandes nomes da dança do ventre masculina pelo mundo
Saida - Argentina
Como organizar um evento inesquecivel A última do moderno Projeto Dançar Para dançar de improviso... o que fazer?
NESTA EDIÇÃO
17
Editorial de Moda
28
Capa
38
Entrevista
Derback passo a passo Até onde se vai com a dança do ventre
Da sala de aula aos palcos Bailarinas internacionais Tony Layoun
Não avacalha não!!!
Subo nesse palco...
modelo da capa: Lulu Sabongi fotógrafa: Carol Loução figurino: Simone Galassi
O QUE TEM NO SITE
ENTREVISTA
CAPA
BAILARINAS INTERNACIONAIS
PROGRAME-SE
ONDE ENCONTRAR
VÍDEOS
CALENDÁRIO DE EVENTOS
PROMOÇÕES
MAKE-UP
NTRAR ONDE ENCO MIE IM SH A A SU
CONF CULTU IRA OS CO MBOS RAIS Q UE PREPA ROU P A SHIMMIE RA VO CÊ!!!
BANC ONDE AS DE SP ENC A SUA ONTRAR SHIMM IE
UN TONY LAYO
E MUITO M AIS!!!
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NOVELINHA
SHIMMIE
AGUARDE! NA EDIÇÃO 6
PALCO - FOBIAS E ALEGRIAS
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MURAL DAS LEITORAS
A equipe Shimmie agradece a todos nossos leitores!!! Gostaríamos de registrar o enorme agradecimento pelo carinho e pelas palavras de todas as nossas leitoras. Infelizmente, não temos espaço para publicarmos todas as mensagens que temos recebido, mas a equipe Shimmie agradece a cada uma de vocês que têm colaborado com elogios, críticas e sugestões para que a revista esteja melhor a cada edição. E você que ainda não escreveu para a gente, mande-nos sua opinião! Queremos ouvir a todos os nossos leitores.
Bom dia, Gostaria de parabenizar a Revista Shimmie pela matéria com a aluna Mileni Nurhan. [...] Sempre tive interesse em frequentar aulas de dança do ventre, comprei a revista com o objetivo de conhecer possíveis escolas de dança do ventre, estava muito indecisa, em razão do esteriótipo de corpo prefeito, mas ao ler a matéria fiquei convencida de que a dança tem um propósito muito maior do que um simples condicionamento físico, a dança do ventre transforma as pessoas, faz com que a mulher se descubra e se revele ao mundo.
Joice, via e-mail
@revistashimmie quando teremos mais informações do festival shimmie? parabéns pela revista, já faz parte do ensaio do grupo comentar matérias!
Joelma Azevedo, via Twitter Resposta: Oi Joelma! Obrigada pelo comentário. O site do festival já está no ar com todas as informações disponíveis para vocês. Anote aí: www.festivalnacionalshimmie.com.br. Esperamos você!
E parabéns à Revista Shimmie pelo layout do meu anúncio na edição nª 4 e pela qualidade da revista, a qual virei assinante. Lindo!
Hanna Aisha, via blog
Olá equipe shimmie Que linda está a nova edição desta revista!! Gostei muito!! Eu também queria fazer uma sugestão de matéria: A gravidez e a dança do ventre. Por que vocês não fazem uma matéria a respeito do assunto? Com obstetras e bailarinas que passaram por situações semelhantes?
Marcia Valéria, via e-mail Resposta: Oi Marcia. Adoramos a sua ideia, e com certeza muitas mulheres também. Já anotamos a sugestão aqui na Redação, e em breve vamos atender ao seu pedido. Continue colaborando com ideias – elas sempre são bem-vindas!
A Redação se reserva o direito de editar as mensagens enviadas por questões de espaço.
junho/julho 2011 www.shimmie.com.br
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ESTILO
FUSÃO DE TRAJES por SIMONE GALASSI fotos ARQUIVO PESSOAL
Se criar uma coreografia com fusão de estilos não é tarefa simples, o mesmo ocorre na hora de criar o figurino. Independentemente da modalidade que será somada à dança oriental árabe, é importante lembrar que o traje deve ser condizente com a origem do novo ritmo. Uma fusão deve ser levada pela bailarina ao público como um verdadeiro show e, por isso, não se deve economizar na produção. É necessário valorizar o trabalho do coreógrafo e da bailarina para que a plateia também o faça. Por isso, o figurino faz toda a diferença. Fundir significa transformar duas ou mais coisas em uma única. E, neste sentido, as bailarinas de dança do ventre têm sido cada vez mais criativas. As fusões vão de dança do ventre com samba (bellysamba) à dança do ventre com hip-hop (bellyhop), passando pelo bellyjazz e bellytango, entre outros. Atualmente, uma das fusões mais praticadas é o Tribal, cujos figurinos mesclam sementes, conchas, penas, flores, fitas, moedas, bijuterias e adereços que simbolizam a trajetória de vida da bailarina. Muitos elementos, como calças, tecidos rendados e lenços de quadril, já foram acrescentados a esse estilo, proporcionando um ar contemporâneo que retrata a bailarina atual. Apesar do exagero de informações que estes trajes apresentam, é necessário cuidar para que esteja estruturado de forma harmoniosa e não haja conflitos entre as bijuterias, os tecidos e os elementos naturais que fazem parte da produção. Na hora de criar, o mais importante é que o artista estude muito a nova modalidade e leve o máximo de informações possíveis para o profissional que vai confeccionar o traje. Isso, sem dúvida, será um ponto importantíssimo para arrancar suspiros e elogios do público. O que não pode faltar na hora de criar: • Mergulhar de cabeça nos estilos. Não deixar de ler, ver e escutar com atenção. Isso vai ajudar a definir o que não se deve fazer ou eliminar o que poderia ser feito de errado; • Definir o estilo que será predominante na fusão; • Ter como foco o público, o que se quer passar, qual o sentimento que se quer despertar, etc. Lembre-se de que toda inovação tem riscos muito maiores do que aquilo que já é batido. Por isso, esteja preparado para os resultados do impacto!
Simone Galassi é estilista simonegalassi@shimmie.com.br
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São Paulo - 15 e 16 de outubro
Tendências do por VERA MOREIRA fotos ADELITA CHOHFI
A tendência da maquiagem para o inverno 2011 já foi ditada na Semana de Moda de Paris e no São Paulo Fashion Week edição Inverno 2011. Influenciada pelas europeias, Moschino e Dolce & Gabbana, e a brasileira Iódice, a maquiagem da moda no inverno 2011 pede um look “olho tudo” com cores marcantes, muito esfumado e um delineado gatinho bem caprichado. Ou seja, sucesso na passarela e no palco. Nesta edição, optamos por um estilo multiuso, que pode ser usado de forma mais glamurosa, em um evento black tie ou ainda de forma mais irreverente para badalar a noite toda. E funciona perfeitamente para o palco. Para garantir o requinte da maquiagem, é essencial que a pele esteja muito bem feita. Portanto, antes de utilizar produtos como base, corretivo e pó, lave bem o rosto, use o hidratante de sua preferência e um pré-base (também conhecido como primer). Ele servirá para suavizar os poros e aumentar a durabilidade da maquiagem. Utilizamos uma sombra azul escura em toda a pálpebra, suavizando as bordas. Se a sombra que você estiver utilizando não for muito pigmentada, molhe levemente o pincel com água, e em seguida, faça uma espécie de “laminha” com a sombra para que a cor fique mais intensa na pálpebra. No centro da pálpebra aplique com o dedo a sombra prata, tomando todo o cuidado para que ela não tome o lugar da sombra azul. Para quem tem olhos pequenos, uma dica: aplique um tom mais claro de azul na linha dos cílios inferiores com um pincel chanfrado, e na linha d´água utilize um lápis branco. Várias camadas de máscara para cílios são responsáveis pelo grand finale! No rosto, apenas um blush pêssego para dar um ar de saúde, e uma boca nude para contrastar com os olhos dramáticos. E você está pronta para arrasar! Quer saber com detalhes todos os outros truques? Acesse www.shimmie.com.br Vera Moreira é bailarina e professora especializada em maquiagem de palco. veramoreira@shimmie.com.br
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INVERNO
ESTILO
junho/julho 2011 www.shimmie.com.br
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BELEZA
PROGRESSIVA OUALISAMENTO por BETO SILVA fotos FOTOLIA
O número de mulheres que alisam os cabelos cresce a cada dia e, da mesma forma, cresce o número de histórias tristes sobre o assunto, tais como: queda de cabelo, couro cabeludo queimado, cabelo quebradiço e com consistência elástica, etc. Para que isso não aconteça com você, confira as dicas a seguir sobre alisamentos e progressivas:
O que é o alisamento? É um processo definitivo. Os alisamentos definitivos têm como princípio ativo (o que faz alisar) produtos como guanidina, sódio, lítio, amônia e tiogricolato de amônia. Estes componentes são incompatíveis com descoloração, reflexo e colorações com água oxigenada acima de 20 volumes, uma vez que estes procedimentos são agressivos para o fio de cabelo e até mesmo para a pele.
O que é a progressiva? A progressiva apresenta um efeito temporário. Antes eram feitas com formol (ativo que alisa), mas agora existem várias outras fórmulas que têm durabilidade de dois a três meses. A progressiva alisa sem mudar a estrutura do fio, a partir de um processo que vai saindo conforme a mulher lava os cabelos, além de ter o poder de hidratar e reconstruir os fios. Alerta: tomem cuidado com as progressivas vendidas como “sem formol”, pois elas podem ter princípios ativos do alisamento definitivo. Há cabeleireiros que vendem o serviço como progressiva, mas nestes casos o cabelo pode até quebrar por inteiro, principalmente se tiver químicas anteriores. Ainda com dúvidas? Entre em contato comigo pelo e-mail: betosilva@shimmie.com.br. Beto Silva é cabeleireiro betosilva@shimmie.com.br junho/julho2011 2011 16 www.shimmie.com.br abril/maio
EDITORIAL DE MODA
SALA de AULA aos Da
PALCOS “
PARTE I
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por ADRIANA BRIDA fotos ADELITA CHOHFI
Crie seu próprio estilo usual, deixe o ser único para você e contudo, identificavel para os outros. Orson Welles - Diretor, produtor e ator.
Na sala de aula ou no palco, você precisa estar linda, impecável e principalmente confortável. Nesta edição, você conhecerá um pouco do que os ateliês estão “aprontando” de novidade para ficarmos sempre belas. Aproveite!!!
Quer fazer parte do próximo editorial? Figurinos para Shows (Clássico, Moderno, Tribal, Folclore), roupas para aulas e acessórios. Envie um email para brida@shimmie.com.br com o título “Editorial de Moda” junho/julho 2011 www.shimmie.com.br
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EDITORIAL DE MODA
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8 Traje: Roupas para aula 1. Macacão: R$ 80,00 - Elastano e Tule 2. Manga zebra: R$ 25,00 - Liganete estampada 3. Lenço de quadril: R$ 110,00 - Chifon de zebra com vidrilhos prata/preto 4. Saia zebra: R$ 35,00 - Liganete estampada 5. Regata pink: R$ 28,00 - Coton cores pink e preta 6. Lenços de quadril: R$ 35,00 - Importado simples 2 lenços azul e pink 7. Calça legging: R$ 55,00 - Coton cor preta 8. Bolsa Jeans: R$ 48,00 - Jeans silcado
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Atelier: Dunya Bellydance By: Cida Martins – Osasco/SP Tel: (11) 9820-0931 E-mail: bellydancecontinental@hotmail.com
Bailarina: Ana Claudia Borges
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Modelo: Barbara Coripio
Agencia Dolce
Saia com várias pontas em crepe branco cinturão e bustiê de crepe estampado, paetês , paetês borboleta, lantejoulas, vidrilhos jablonex, miçangas jablonex, castanhas de cristal, strass de costura amarelo jablonex e canutilhos. Valor: R$ 420,00 Modelo: Barbara Coripio
Agencia Dolce Atelier: Mahasin Nawaar By: Margareth Haubert-Curitiba Tel: (41) 9176-3465 / (41) 3014-9908 E-mail: magahaubert2@hotmail.com
junho/julho 2011 www.shimmie.com.br
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SAPATILHAS
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UM SAPATO CERTO PARA CADA por TATIANA LAMAS fotos DIVULGAÇÃO CAPEZIO
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PÉ DANÇANTE
PARTE II Para quem gosta de estudar descalça, mas sofre na hora dos giros, há duas ótimas opções: a sapatilha aranha (Figura 01) e a sapatilha de GRD (Ginástica Rítmica Desportiva, popularmente conhecida como Ginástica Olímpica) (Figura 02). Ambas protegem a parte mais solicitada dos pés, mas deixam os calcanhares livres. As opções não param por aí. Há também o sapato Maitre (mestre, em francês) que, apesar do nome, não é exclusivo para professoras. Trata-se de um sapato muito confortável, com um pequeno salto e stretch, que permite a
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www.shimmie.com.br junho/julho 2011
movimentação confortável dos pés e desenvolvimento da meia ponta alta. Isso sem falar na durabilidade. Para quem pode investir um pouco mais, esta é uma ótima opção (Figura 03). Existe, ainda, o tênis, uma excelente opção para professoras devido a sua versatilidade e por ser muito mais resistente que uma sapatilha comum. É possível até mesmo andar com ele na rua (Figura 04). O tênis tem o solado dividido em duas partes como as sapatilhas de meia ponta, possibilitando a sua utilização em aulas. As alunas podem usar? Podem! É uma boa opção para o inverno,
pois o solado de borracha isola o frio e o tecido interno, por ser acolchoado, mantém os pés quentinhos. O mercado proporciona diversas cores e modelos. A recomendação é que você vá a uma loja especializada em dança e veja qual o melhor calçado para os seus pés dançantes! Agora tire esse tênis de corrida e vá dançar! Tatiana Lamas é professora de Educação Física, Ballet e Dança do Ventre. tatilamas.bellydance@gmail.com
CANTINHO DAS BLOGUEIRAS
Empolgação e inspiração acabaram. E agora?
QUAL O FUTURO DO MEU BLOG? por VERA MOREIRA ilustração SARA DE MORAIS
Ao pesquisar para escrever a minha primeira coluna para a revista, encontrei no Google muitos blogs de dança do ventre. Porém, muitos estavam abandonados há anos, sem nenhuma atualização. Por que isso acontece? Expor a opinião na internet pode ser um negócio arriscado para quem não está preparado para receber o feedback negativo sobre os assuntos que aborda em seu blog. Isso porque, as opiniões contrárias nos atingem com muito mais força do que os elogios e a desilusão em relação aos objetivos iniciais pode se tornar uma grande ameaça ao futuro do espaço virtual. Outro obstáculo é a inspiração. No começo a empolgação e a inspiração são tantas que a blogueira consegue visualizar em sua mente a festa de aniversário de 10 anos do seu blog, repleto de fama e sucesso. À medida que as ideias vão ficando mais escassas, o blogueiro é tomado de um desânimo para a escrita e para a pesquisa, que pode resultar na falta de regularidade das postagens e, consequentemente, na diminuição de visitas. No entanto, mesmo se o cenário for
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crítico, existe a possibilidade de virar a mesa. Acredite! Revise ou revisite o objetivo inicial do seu blog: você consegue se lembrar qual foi o objetivo inicial ao criá-lo? Você criou o blog para ser uma ferramenta de pesquisa, de reflexão ou um blog informativo? Em um primeiro momento é preciso avaliar se os posts que você publica hoje refletem seu objetivo inicial. Se você mantém uma mesma linha de redação desde o início do blog e o ânimo já não é o mesmo, avalie a possibilidade de mudança. Se o seu blog é apenas informativo, invista em textos mais reflexivos sobre o universo da dança. Se tem uma linha reflexiva e o fardo de ser formadora de opinião tornou-se pesado demais para você, invista em textos mais bem humorados. Mas se você, ao longo dos textos, mudou completamente o objetivo inicial do seu blog, revisite seus textos iniciais, aqueles que acenderam a chama de compartilhar suas ideias e “volte para o seu primeiro amor”. Utilize as redes sociais para divulgar seu espaço virtual, porque nada desani-
ma mais um blogueiro do que um número pequeno de visitas. Em seguida, convide os amigos das redes virtuais para visitarem seu espaço, comentarem, dividirem ideias. A cada novo post, coloque uma mensagem nas redes sociais com o endereço de seu blog, de forma que esta mensagem desperte em seus amigos o desejo de visitar regularmente seu espaço. Sua rede de amigos pode ser uma poderosa ferramenta para expandir o alcance de suas ideias na internet. Às vezes, basta uma mensagem de duas linhas em sua rede social preferida para colocar seu blog na boca do povo! Não existe fórmula mágica para transformar seu blog em um espaço virtual de sucesso. É preciso, além de vontade de escrever, regularidade e paixão em suas postagens. A vontade de escrever traz muita inspiração e a regularidade no pesquisar, com certeza, deixará você muito mais preparada para dar ao seu blog a longevidade tão rara na internet. Acima de tudo, tenha VONTADE. Ela se encarregará do resto. Vera Moreira é blogueira veramoreira@shimmie.com.br
FUSÃO DE IDEIAS
Fusão com
ZOUK por DANNA GAMA foto FOTOLIA
Nas ilhas do Caribe, com a inspiração de paisagens que lembram pinturas - mar azul e muito sol - surgiu o Zouk, nome de uma dança que significa festa em kreole, um dialeto da Martinica que mistura o inglês, o francês e línguas africanas. A dança zouk brasileira pode ser dançada com diversos ritmos, tais como: kizomba, tarraxinha, cabolove, cabozouk e Zouk R&B. Usamos a música que é bem cadenciada e contada em três tempos, com movimentos muito parecidos com os da lambada. Por isso, o estilo também é conhecido como Lambada Love ou Lambada Zouk. A lambada era uma dança muito mais acelerada, com giros rápidos e movimentação das pernas muito abertas. Já no Zouk, a velocidade é bem mais lenta, o que possibilita que a dança fique muito mais sensual e com estilo. Existe, ainda, a tendência do Zouk Novo, onde as torções são mais exploradas, permitindo-se o uso do tronco, ombros, pescoço e cabeça dentro dos movimentos. O interessante dentro da fusão da dança do ventre com o Zouk é a possibilidade de explorar as músicas – o Zouk tradicional ou o Zouk árabe. Isso mesmo, há composições árabes modernas em ritmo de Zouk. Procure por Amr Diab e Natasha Atlas ou músicas árabes mixadas por DJs do mundo zouker. Na fusão, explore os movimentos de quadril e de braço e não se esqueça das passagens das pernas, além da movimentação da cabeça, que é muito marcante. Outro ponto interessante é que, com criatividade, tudo se resolve. Por exemplo, é claro que, por ser uma dança de casal, ficaria maravilhoso se a sua fusão contasse com um parceiro de dança. No entanto, sabemos que nem sempre isso é possível. A parte boa é que, no Zouk, muitos movimentos podem ser adaptados para serem executados por uma única pessoa. Ou seja, você pode escolher dançar com um parceiro ou não. Volto a dizer que, sempre que vamos fundir estilos, devemos estudar! Então, procure aprender os movimentos, os cambres, as torções, os giros, as passagens de pernas, o charme dos braços e desenvolva um trabalho lindo. A música envolve! E nada é mais envolvente que o Zouk. Dicas para estudar: Kadu e Larissa Zouk Rodrigo Delano e Adriana Congresso de Zouk Claudio Gomes e Renate Nijland
Danna Gama é bailarina, professora e coreógrafa de Dança do Ventre. dannagama@shimmie.com.br
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Muitas etnias, uma só linguagem Parte II
TRIBAL
TRIBAL ATA CHAVES por KILMA FARIAS foto REN
is ete a um ambiente ma O Tribal Fusion nos rem Podo em uag s, é a ling urbano e, um dos motivo juntamente com o Loque rua de ça pping, dan Style. Por ter surgido cking, compõem o Funky beneficia bastante do na Califórnia, o Tribal se lock, snake e outras técwaving, strobbing, pop, de rua americana. É canicas presentes na dança ondas indo da ponta dos racterística do Tribal as o tornozelo, passando pel dedos das mãos até o e dril qua , tre ven , busto, pulso, cotovelo, ombro no ro out ao ço bra um de joelho ou, simplesmente, rino figu O ). ços Bra dos nda conhecido Arms Wave (O de as bot ade e entram até ganha um ar de modernid ças cal e nco as em preto e bra cano alto, meias listrad não nas per as movimentos com bem folgadas para que os a bailarina que de ão ilus a teia e gerem sejam entendidos pela pla forte herança que é de borracha. Outra está se desmontando ou tatuagens, corpo das praticantes com é o body art, colorindo o melho e ver cabelos e cores como o alargadores, dreads nos Snake, ve, movimentação: Body Wa o roxo nas mechas. Na etc. Ticking, Spin, Pop, Lock, round caldeirão, a cultura underg no s Com as danças urbana influgir sur a ram Assim, começa passou a ser introduzida. Gó(ou rk Da e rial ust ampunk, Ind ências do Cyber Punk, Ste um pondo a diversas dançarinas, com tico). Este último trouxe rência da al, o Dark Fusion. Na apa categoria dentro do Trib uagens, tat s ro e sombrio. As própria dançarina tudo é bem neg tais e me Os to. s, são apenas em pre na maioria das dançarina tacom tos cin s, pulseiras, bracelete , couro preto aparecem em lho me ver bem ou to m de batom pre xinhas e pentagramas, alé coo dam mu ou te pen zem olhar de ser lentes de contato que tra bem marlho, etc. Os olhos sempre me ver a par lorido dos olhos o estilo. caveiras também marcam cados e os acessórios com al que Trib itada de etnias dentro do Existe uma influência ilim s de ina çar dan porque, todos os dias as seria impossível listar. Até nov com ilos têm criado novos est diversas partes do mundo Cot Eas – e stic Sol é a Sera, do grupo influências. Um exemplo dança com sos do Kung Fu em sua pas iza ast (EUA) – que util stamentos afa s plo am , giros invertidos lançamentos de perna e sonagens de que mais parecem de per de perna e mega tranças, e Superstars, lo é a Kami, do Bellydanc videogame. Outro exemp ressão de usar unhas chinesas dá a imp que com suas enormes , com uma desenvolve o Asia Fusion leques. Já a Nanda Najla, de dragão es açõ ent leque de véu e movim maravilhosa dança com . ixa gue m um pavão e uma chinês e outras que lembra
sora de Dança Kilma é dançarina e profes jornalista. bém do Ventre e Tribal e tam br m. kilmafarias@shimmie.co 24
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Kami Liddle
Sonia Ochoa
ro Internacional Bele Fus t n o co Enc do Ventre e Tribal Y Fu ança de D
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GRANDE ENCONTRO DE ESTRELAS Dias 9, 10 e 11 de Setembro de 2011
Sonia Ochoa, Kami Liddle e DSA
trazendo vários tipos de fusões em SÃO PAULO.
Bela Saffe (BA)
Fátima Braga (SP)
Bia Luna (PERU) Vasconcelos (BA)
30 horas de aulas Show de Gala com DSA e convidadas
Cibelle Souza (RN)
Mahaila el Helwa (SP)
Kilma Farias Carlos Clark (PB) (MG)
Karina Leiro (BA)
Mahira Hasan (SP)
Mariana Quadros (SP)
www.encontrointernacional.com.br belefusco@belefusco.com.br Contato: 11 3907-0691 / 4121-1087
mostra premiada e seletiva sudeste 1 Passo 1: Inscreva-se no Encontro Internacional Passo 2: Na Ficha de Inscrição assinale a alternativa ( ) Festival Nacional Shimmie e BFD Passo 3: No dia do evento, O Festival Nacional Shimmie e BFD terão uma banca acrescida na fila do Júri tradicional do Encontro Bele Fusco especialmente para selecionar os vencedores da Seletiva Sudeste - São Paulo. Não perca a oportunidade de representar o Estado de São Paulo na grande Final do Festival Nacional Shimmie e BFD em Outubro de 2011. Atenção: apenas os vencedores da seletiva sudeste 1 - São Paulo - Encontro Internacional Bele Fusco poderão representar o Estado de São Paulo. Não haverão outros credenciados. Para participar, inscreva-se no Encontro Internacional Bele Fusco.
Renata Lobo (PR)
Renata Violanti (RJ)
Simone Takusi (SP)
Nanda Nahla (MG)
Mostra Premiada Prêmio em dinheiro!
ME LEVA LULU
ARGENTINA
do Tango e da dramaticidade
por LULU SABONGI fotos STUDIO ADRIAN FIESTA
Depois de anos luz, desde a minha primeira visita à Argentina, volto a Buenos Aires, com uma nova organizadora e uma anfitriã mais do que bem conceituada. A data? 30 de abril de 2011... viagem fresquinha! A escola que me recebeu foi uma das melhores surpresas que já tive, o estúdio de Saida, no coração da cidade (Saida que também aparece como entrevistada desta edição da revista). Foram tantas as impressões que tive, que me sinto mal por não ter escrito imediatamente tudo o que me passava pela cabeça. O tempo, ou melhor dizendo, a falta dele aliada à vida louca, acabam apagando facilmente de minha memória fraca alguns momentos especiais. Acabo me esquecendo de coisas pequenas, mas que seriam interessantes mencionar, além de outras que me tocaram, mas suplantam as iniciais. O que mais me impressionou na Argentina foi o profissionalismo das praticantes da dança. A qualidade é condição inicial e não algo a ser obtido com o passar dos anos. É como se a decisão de fazer aulas ou praticar a dança trouxesse com elas a necessidade primordial de ‘fazer direito’. Não há espaço para brincadeiras em sala
– isso fica para o corredor, para a hora do café ou do doce. Dentro da sala de aula, o negócio é estudar e praticar com afinco. É bem verdade que a grande maioria das bailarinas argentinas tem como base o ballet ou, se não o tem, busca por isso, o que traz a elas uma incrível estrutura harmônica. As linhas de pernas, qualidade de sustentação e limpeza de movimentos são irrefutáveis. Minha organizadora é formada em clássico e tem uma postura belíssima em cena. Seu nome é Aaliah. Assim, quem ficar curiosa pode buscar por ela e conhecer um pouco mais sobre essa terra de talentos. Já a Saida, é mais que um nome, é um ícone a ser seguido. Tem uma forma muito particular de conduzir sua escola, o que lhe garante, de fato, excelência por anos a fio. Foi maravilhoso encontrar-me com outra mãe bailarina. Sua bebê , Amani, tem apenas quatro meses e foi encantador ver de perto a rotina de outra pessoa que, como eu, dividiu-se entre a dança e a família. Reencontrar amigos, como Martin Salvatierra, o criador da Info Árabe, que é a revista mais antiga e tradicional que existe no país, e tomar um
bom vinho assistindo a um show de tango também foi ótimo. Poucos dias, mas muitos acontecimentos. Outra presença incrível em cena: Yamil Annun , o marido de Saida. Imagine um bailarino, dono do ar. Seus giros são incríveis, podem variar em intensidade e velocidade da maneira que ele quiser. Ao saltar, dá a impressão de poder se manter no ar por um tempo determinado de forma personalizada. Fiquei sem ar e tenho que admitir que, apesar da forma ou estilo que a Saida de fato imprimiu às bailarinas de seu país, por seu carisma e poder em cena tão intenso, não tenho qualquer direito de julgar. Mais uma vez tenho que afirmar, não há o que dizer contra a alta qualidade. Quando vemos algo executado com amor e perfeição, até podemos dizer que não apreciamos, mas nunca poderemos afirmar que não é bom. Meus cumprimentos à Terra do Tango e ao trabalho desenvolvido por Saida. Gracias a la vida que me ha dado tanto. Lulu Sabongi é professora, bailarina e coreógrafa de Dança do Ventre. lulusabongi@shimmie.com.br
Lulu e alun as
Lulu Sabongi - Show Arge ntina
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e Yamil Annun , Lulu Sabongi, Saida Mario Kirlis, Aaliah
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A DANÇA DO VENTRE PELO MUNDO por EQUIPE SHIMMIE
Desde a sua origem até hoje, a dança do ventre sofreu uma série de influências. No entanto, nenhuma revolução parece ter sido tão importante quanto a tecnológica. Com o advento da Internet e do Youtube, basta um clique para conhecer bailarinos de todos os países, conversar, trocar ideias, admirar e, o mais importante, aprender com suas características. A Internet diminuiu as barreiras geográficas e agora é possível ter dentro de casa um pouquinho de cada parte do mundo. Os brasileiros, sempre antenados, aproveitam estes novos recursos e se deixam influenciar por tudo o que há de melhor vindo de fora. Mais do que entrevistas, a Shimmie buscou inspirações internacionais para esta edição. São bailarinas de renome da atualidade e que, de uma forma ou de outra, devem fazer parte do repertório de quem estuda a dança do ventre. E não seria possível falar em destaque internacional sem citar a brasileiríssima e mundialmente reconhecida Lulu Sabongi. Assim como admiramos uma série de bailarinos de outros países, Lulu Sabongi tornou-se a bailarina brasileira mais famosa do mundo, dançando e ministrando workshops em 27 países. A trajetória dessa bailarina demonstra que é possível conseguir projeção internacional dentro da dança, mas para isso é necessário muita dedicação e estudo.
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Lulu Sabongi por RHAZI MANAT fotos CAROL LOUÇÃO
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Nossa colunista Lulu Sabongi já foi a 27 países com shows e workshops. Ela conta com exclusividade as principais dicas para as bailarinas que querem alçar voos mais altos. • A sua dança é seu cartão de visita. É ela que vai vender suas aulas. O contratante sempre vai conferir um vídeo seu. • Quem faz o bom nome de sua aula são as pessoas que já fizeram aula com você, portanto evite a autopromoção. Quem faz o próprio marketing consegue um resultado mais local. Internacionalmente, o que funciona é a indicação, quando alguém de credibilidade lhe contrata; • Nunca diminua o preço de seu trabalho para conseguir a contratação, pois você nunca conseguirá um preço justo em outra oportunidade; • Trabalhe sempre com o mesmo valor. Por incrível que pareça, o mundo da dança é muito pequeno, todos “se” conversam; • Quem é muito “estrela” não é chamada novamente, então trate as alunas com educação e tenha respeito pela cultura local; • Comunicação é fundamental: obrigatório falar pelo menos inglês fluente.
Países visitados por Lulu Sabongi a trabalho: Brasil (todas as grandes capitais), Argentina, Itália, Chile, França, Uruguai, República Tcheca, Estados Unidos, Inglaterra, Canadá, Áustria, México, Alemanha, Venezuela, Egito, Islandia, Dubai, Noruega, Japão, Suécia, Rússia, Dinamarca, Holanda, Portugal, Israel Espanha, e Eslovênia.
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Revista Shimmie: Por que você decidiu se mudar definitivamente para o Egito? Como aconteceu? Soraia Zaied: Eu vim para o Cairo como contratada do Hotel Sheraton Cairo por três meses. Esse contrato foi sendo renovado a cada seis meses. Assim, passei seis anos aqui e, com isso, minha vida foi se enraizando naturalmente. Não foi algo forçado ou premeditado. Na verdade, eu nem senti. RS: Como é sua rotina de estudos e trabalho no Egito? Você ministra aulas e/ou faz aulas de tempos em tempos? Soraia: Tenho uma meta: ser uma camaleoa. Para conseguir meu objetivo, estudo muito, não gosto de “mesmice”. Sempre trabalho para mudar meu repertório anualmente e isso requer muito estudo. Faço isso sozinha e experimento no palco. Se o público gostar, pronto! Também amo pedir a direção da minha segunda mãe, a Raqia Hassan. Ela sempre arrasa com suas ideias modernas e irreverentes. É simplesmente o máximo. Minha rotina é muito corrida. Além de trabalhar todas as noites em dois hotéis, ainda tenho que cumprir minha agenda internacional. Assim, não me sobra muito tempo para ministrar aulas, mas eu adoro. Quanto surge uma folga e há alunas, volto a ser professora. RS: É mais fácil viver de dança no Egito ou no Brasil? Você considera que, em termos de remuneração, de mercado de trabalho e de público, o primeiro está melhor que o segundo? Soraia: Eu não sei como está o mercado hoje no Brasil. Na minha época, quem era muito bom ganhava muito. Aqui não é diferente. Quem é muito bom ganha bem. Creio que a remuneração depende da capacidade e da sorte do artista. RS: Você pretende gravar novos DVDs no futuro? Tem algum projeto em mente? Soraia: Sim, tenho um novo projeto que será gravado este ano. Gosto de fazer as coisas bem feitas, mas, infelizmente, as gravações realizadas no Cairo às vezes pecam. A qualidade do vídeo não costuma ser boa, apesar de os passos serem perfeitos, pois são feitos com muito carinho e seriedade. RS: Algumas bailarinas reclamam que, 32
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quando professoras egípcias, como Raqia ou Randa, vêm ao Brasil, criticam a dança do ventre daqui por ela não ser como o estilo egípcio. Você é brasileira e é a bailarina número 1 do Egito atualmente. Você diria que teve que adaptar o seu estilo ao deles ou que os egípcios aprenderam com você a admirar o estilo brasileiro? Soraia: A dança do ventre pura é egípcia. É como o samba dançado por uma estrangeira para quem é brasileiro. Por mais que a estrangeira tenha a técnica, ela não tem o estilo brasileiro. A mesma coisa acontece para um egípcio. Por isso, quando um egípcio vai assistir a dança do ventre, ele quer ver o original. Quanto ao meu estilo, sempre tive estilo egípcio, por mais que eu amasse meu povo libanês e tentasse seguir a linha de algumas musas libanesas. Sempre tive o sotaque egípcio na minha dança e, por isso, não precisei mudar. Apesar dessa divergência, os egípcios amam o povo brasileiro e sempre me pediam algo com samba. Então, tive a ideia de inserir nos meus shows um solo de derbake que mesclasse dança do ventre e samba. Ou seja, que convidasse o público a uma viagem aos ritmos latinos. RS: E quais são as características principais do estilo brasileiro? Soraia: Na minha opinião é a performance. Acho que, no Brasil, a dança ficou muito performática. RS: Alguns dos trajes egípcios utilizados na dança são bem diferentes do tradicional estilo clássico e do moderno. Isso desagrada a muitas praticantes da dança. Quando assistimos a alguns de seus vídeos, vemos que você, muitas vezes, usa roupas pouco convencionais para o mercado brasileiro. Como funciona a sua composição de figurino para shows? Em que você pensa? Qual o contexto? Soraia: Por exercer a minha profissão no Cairo, meu repertório é desenvolvido para os árabes. Por isso, os figurinos têm a ver com a letra das músicas. Quando esses vídeos vão parar no Youtube, quem não entende o dialeto egípcio fica sem entender o motivo de o figurino não ser o convencional. Quando preparo um show para os festivais internacionais, componho um fi-
gurino um pouco mais “convencional”, como vocês dizem. Para sair um pouco do tradicional ou da letra da música, criei um solo de derbake sem pátria. É uma grande mistura de tudo o que me agrada em outras culturas e uso um figurino único para este momento. Este ano o meu solo se chama “Liberdade”. Aguardem para ver no Brasil! RS: Quais são as suas perspectivas para o futuro, depois que deixar de dançar? Você pensa nesse momento? Soraia: Ainda não pensei, mas pretendo, dentre outras coisas, ministrar cursos pelo mundo. RS: Existe algum plano de voltar ao Brasil definitivamente? Soraia: No momento não, mas quem sabe no futuro? Afinal de contas, eu sou brasileira. RS: Sobre a Soraia fora dos palcos. O que você costuma fazer quando não está treinando ou se apresentando? Soraia: Nas minhas folgas eu gosto de fazer coisas básicas, como assistir filmes em casa ou no cinema, sair para dançar e fazer compras. Adoro ir ao shopping! RS: Qual é o papel de Raqia Hassan na sua vida? E de Mahmoud Reda? Soraia: A Raqia é um dos meus pilares na dança. Não tenho palavras para descrever sua importância. Para mim, ela é minha criadora, é tudo! Eu respeito muito o Mahmoud Reda também, pois ele foi um dos maiores divulgadores do folclore egípcio. RS: A pergunta que não quer calar: qual é o segredo do seu quadril? Mesmo antes de ir ao Egito, seus movimentos já eram bastante estudados e enigmáticos para as bailarinas. Dê alguma dica sobre isso. Divida esse segredo conosco, por favor! Soraia: Seria hipocrisia dizer que a genética não foi generosa comigo, mas um dos segredos é que você pode adestrar o seu quadril. Por isso, devemos praticar incessantemente. Funciona do mesmo jeito que o corpo de um contorcionista. Ele precisa estar sempre se alongando e se exercitando para os seus shows. Da mesma forma é o quadril da bailarina. Se você treina muito, ele se molda. Agora, os segredinhos mais específicos estão todos em meus DVDs, minha fórmula não muda.
Soraia Zaied por EQUIPE SHIMMIE fotos MELAD NASIF agradecimento JORGE SABONGI
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Saida Do ballet à dança do ventre: um dos estilos mais admirados e reconhecidos em todo o mundo por ELIENE COSTA fotos ESTUDIO ADRIÁN FIESTA
Quem vê as fotos e os vídeos da superstar argentina Saida, sequer imagina que ela já teve frustrações com a dança e, por muitas vezes, voltou para casa chorando após os ensaios, por não se adequar aos padrões. Em minha segunda viagem à Argentina para participar de campeonatos de dança do ventre, tive a oportunidade de frequentar suas aulas e a honra de entrevistá-la para a Revista Shimmie. A conversa aconteceu em seu escritório, todo decorado em tons de rosa, que fica dentro da nova sede de sua escola de dança, em Buenos Aires. Há pouco mais de um ano ela precisou ampliar o espaço, que já não comportava a quantidade de alunas. Por sorte, conseguiu um andar inteiro no mesmo prédio e agora conta com mais de 700 alunas matriculadas. Quando esta entrevista foi realizada, Saida estava nos últimos meses de gestação de sua primeira filha com o também bailarino Yamil Annum. No ventre da mãe, a pequena Amani (desejo, em árabe) se manifestou algumas vezes. Saida se encostava na cadeira e colocava as mãos em cima da barriga, como quem contempla a alegria da maternidade. A bailarina ministrou aulas até o fim da gravidez, com o auxílio de uma professora de sua escola, mas se engana quem pensa que ela ficava parada.
Revista Shimmie: Você imaginava que viajaria tanto quando começou? Saida: Não, eu não imaginava que pudesse ficar tão conhecida e dançar em tantos lugares. Minha carreira foi muito beneficiada com a tecnologia e a Internet. RS: Como a dança surgiu na sua vida? Saida: Apesar de ser filha de sírios (a imigração árabe foi uma das mais expressivas na Argentina), eu sempre tive o sonho de ser bailarina clássica. Desde pequena, quando eu ainda era Verônica Helou (nome de registro), estudei com grandes mestres argentinos em busca desse objetivo. No entanto, não fui aprovada pelo ballet do Teatro Colón, o mais importante e reconhecido aqui na Argentina. RS: Como foi essa primeira frustração com a dança? Saida: Eu percebi que não poderia ser a melhor bailarina, o máximo que eu po34
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deria ser era professora e ter uma escola. Depois da decepção, busquei mestres diferentes, que pudessem me incentivar a dançar bem, mesmo sem ser a melhor, e continuei estudando. RS: Qual é a sua primeira lembrança da dança do ventre? Saida: Minha mãe sempre gostou muito de dançar. Quando eu tinha uns quatro anos, ela me levava para passear na casa da minha tia, irmã dela. É muito engraçado, porque na época eu não sabia o que elas faziam e só depois de algum tempo eu entendi. Ela e minha tia passavam muito tempo ouvindo músicas e dançando, mas na hora de ir embora ela dizia que eu não podia contar para o meu pai. Depois que cresci eu entendi que aquela dança era a dança do ventre. RS: E mesmo assim você não ficou com vontade de aprender a dança do ventre? Saida: Na época eu só conseguia pensar no ballet. Essa minha tia e meus pais as-
sistiam todos os anos às apresentações de um bailarino árabe. Ela insistia para que eu o conhecesse. Eu ouvia falar no Amir Thaleb o tempo todo, mas não tinha vontade de ir assistir. Da mesma forma, ela vivia falando para ele que ele precisava me conhecer. RS: Como vocês acabaram se conhecendo? Saida: Eu estava no meio de um ensaio na aula de ballet e cai no chão. Um homem veio para me ajudar a levantar e acabou perguntando meu nome. Quando eu disse que era Verônica, ele na hora imaginou que eu era a Verônica de quem ele ouvia tanto falar (pela minha tia). O homem era o Amir Thaleb. Eu não sabia, mas ele fazia aulas de ballet no mesmo lugar que eu. RS: Quer dizer que de um tombo você se levantou para o sucesso? Saida: Pois é, foi interessante a forma como nos conhecemos. No mesmo dia
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ele me disse que ia fazer uma audição para o seu grupo de dança do ventre e perguntou se eu queria participar. Eu fui para a audição com um coque no cabelo e as outras meninas estavam todas vestidas com roupas de dança do ventre. Achei tudo muito estranho e nem quis saber da audição. RS: E quando foi que você realmente se apaixonou pela dança oriental? Saida: O Amir acabou insistindo e eu resolvi participar. De repente, eu que estava desiludida com a dança por causa do ballet, tornei-me a primeira bailarina do grupo do Amir. Aos poucos eu acabei deixando o ballet de lado e comecei a ganhar dinheiro com a dança. Eu chegava a dançar em três, quatro lugares no mesmo dia, de quinta a domingo. RS: Nesse meio tempo você chegou a se formar na faculdade de Publicidade, certo? Saida: Sim, mas o diploma acabou ficando só na parede mesmo. Eu nunca exerci a profissão. Quer dizer, talvez eu tenha aplicado alguns conhecimentos de forma inconsciente na minha carreira de dançarina, mas nunca fiz isso de forma pensada. RS: Como foi que você conheceu o Mario Kirlis? Saida: Eu já dançava as músicas do Mario Kirlis para estudar, porque ele já era famoso. Certa vez ele foi assistir ao show da Arabian Dance Company, do Amir Thaleb, e me viu dançar. Ele ligou para o Amir e disse que estava precisando de uma bailarina para uma viagem e perguntou se poderia me convidar.
Eliene Costa e Saida
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RS: Qual foi a sua reação? Saida: Quando me ligou, ele fez questão de dizer que eu não seria a bailarina principal. Era para um evento no sul da Argentina e ele precisava de mais uma bailarina. Eu não estava nem um pouco preocupada em não ser a bailarina principal, o importante é que eu ia viajar para dançar. RS: Como foi? Saida: Eu me lembro até hoje da emoção que eu senti. Eu pensava comigo mesma como seria bom se eu pudesse conhecer outros lugares com a dança, se viajasse e as pessoas me reconhecessem. Depois disso continuei dançando com o Mario e me tornei sua principal bailarina. RS: E seu estilo, como você desenvolveu? Saida: Eu voltei muitas vezes chorando para casa depois dos ensaios de dança, porque eu me sentia uma bailarina clássica dançando a dança do ventre. O Amir dizia que eu precisava relaxar a postura, mas eu não conseguia. De repente, as pessoas começaram a me procurar por causa do meu estilo clássico e chegavam a perguntar se era necessário ter base de ballet para frequentar minhas aulas. Meu estilo surgiu de forma inconsciente, ao longo dos anos, por causa do ballet, e acabou sendo o meu diferencial. RS: Você já foi criticada pela forma como dança? Saida: Algumas pessoas dizem que é necessário retomar o egípcio, mas eu não vou mudar. Cada um escolhe o estilo que quer aprender e assistir. Eu danço um clássico estilizado. RS: O que você acha das pessoas que tentam copiá-la? Saida: Eu acho que as pessoas não devem copiar, mas se inspirar. Ao copiar correm o risco de desvirtuar e dançar outra coisa, que não é a dança do ventre. RS: Em quem você se inspirou? Saida: Eu mudei muito meu jeito de pensar quando conheci a Jillina (Bellydance Evolution). Eu era exagerada, meus braços se moviam muito. Com a Jillina, aprendi sobre marcação de palco e direção de show. Tudo nas apresentações do Bellydance Superstars era marcado e filmado para ver os detalhes. O maestro
e coreógrafo Yousry Sharif também me ensinou muita coisa. RS: Que outro lugar no mundo tem uma dança que chama a sua atenção? Saida: Estive na Rússia algumas vezes para ser jurada e ministrar workshops. Lá, todas as dançarinas têm o ballet como base e se produzem muito. Elas pensam em cada detalhe quando vão se apresentar, são como bonecas Barbie com técnica. Acho que elas têm o melhor nível em todo o mundo. RS: Você costuma ser jurada de concursos. Qual a sua opinião sobre as competições de dança do ventre? Saida: Felizmente eu não precisei participar de concursos. Aqui na Argentina as escolas mais sérias, principalmente de Buenos Aires, não costumam participar de competições. Eu acho que o mais importante nesses concursos é checar quem são os jurados que vão avaliar o seu trabalho e ter certeza de que não se trata apenas de algo comercial, para que os organizadores ganhem dinheiro. RS: Como você seleciona as bailarinas do seu grupo? Saida: Para mim não importa se a bailarina é alta ou baixa, feia ou linda. Ela tem que ter presença e talento. Tem que dançar na sala de aula como se estivesse no palco. RS: Como você lida com o crescimento delas na dança? Saida: Hoje eu tenho um grupo de 14 meninas, e me encanta ver cada uma delas se desenvolver. Já estive em turnês fora do país, em que me perguntaram por algumas das meninas e eu fico muito feliz com isso. Elas não recebem dinheiro para dançar comigo e, apesar de serem profissionais, fazem questão de estar no meu grupo. RS: Para completar... qual a sua bailarina preferida no Brasil? Saida: A Lulu Sabongi é maravilhosa! “Impossível não concordar!” Eliene Costa é jornalista e bailarina de dança do ventre. Em outubro de 2010 conquistou o 1º lugar no Mundial de Danças CIAD, em Buenos Aires, na categoria Maiores 2.
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ENTREVISTA
Tony Layoun por NAZNIN fotos FERNANDO HIRO
Dono de uma voz marcante e figurinha carimbada nos eventos da colônia árabe brasileira, o cantor libanês Tony Layoun escolheu a revista Shimmie para o lançamento de seu sexto CD. Para comemorar, preparamos uma entrevista exclusiva, que traz muito mais do que informações sobre sua carreira. Aproveite para se deliciar com este show de cantor e com as dicas valiosas para bailarinas novatas e experientes. Revista Shimmie: Como você chegou ao Brasil e como foi o seu envolvimento com a música? Tony Layoun: Eu cantava desde criança. Aos quatro anos, eu me apresentava nas festas da aldeia. Depois de um tempo, comecei a fazer parte do coral da igreja e cheguei a dirigi-lo. Posteriormente fui estudar violino no conservatório, continuei trabalhando, cantando e tocando até os 19 anos, quando vim para o Brasil. Aqui, conheci a colônia árabe e comecei a tocar em festas acompanhando cantores, mas
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percebi que havia alguma coisa estranha... achava que faltava algo nos shows. Foi então que criei meu show e comecei a cantar também. RS: Qual é a diferença entre o público brasileiro e o público árabe? TL: Quando você se apresenta para o público brasileiro, ele não conhece as letras tão bem. Ou seja, se você errar uma coisinha ou outra, tudo bem. Agora, para um público árabe, você precisa conhecer muito bem a letra e passar a emoção dela. Tem a forma como você canta para eles também. No meu trabalho, por causa da minha formação, consegui criar algo bem legal: juntando a letra, o ritmo, a melodia... comecei a perceber o que o público brasileiro gosta, o que o público árabe gosta, e acredito que consegui mesclar tudo isso bem. Quando fui montar o show, me preocupei em trazer instrumentos ocidentais para o público brasileiro, porque era o que eles estavam acostumados – baixo, bateria, etc. Até aquele momento, as bandas usavam derbake e alaúde, que são bonitos, mas não são ocidentais. Também adaptei os ritmos, coloquei toques diferentes, mais ao gostinho do “paladar” brasileiro. RS: Então, com tudo isso, já são quantos anos de carreira? E quantos CDs você tem gravado? TL: No Brasil, já são 15 anos. Tenho 6 CDs, contando este novo que está sendo lançado com a revista. RS: E qual é o foco do seu trabalho atual? TL: No passado cheguei a fazer uma média de 26 shows mensais. Agora, por falta de tempo, porque me dedico a outras áreas também, só faço shows nos finais de semana. Faço uma média de seis a sete shows por mês. Cerca de 80% desses shows são para a colônia árabe. Faço festivais, casamentos, aniversários... todos os tipos de show. RS: E como é o processo de gravação de seus CDs? TL: Depende do CD e das músicas. Alguns eu gravo no Líbano, outros aqui no Brasil, e outros gravo metade no Líbano e metade aqui. Quando o Khaled veio para o Brasil – no auge da música árabe aqui
–, gravei um CD com o DJ Iraci Campos para acompanhar o Khaled. Este CD é um techno árabe, para as pessoas poderem dançar. Foi um grande sucesso, tocava muito em danceterias na época. RS: Fale um pouco sobre esse CD que acompanha a Shimmie. TL: São oito músicas. Tem folclore, algumas inéditas e outras dos anos 70 e 80 que regravei, além de uma de minha autoria. RS: Em relação à bailarina, o que ela pode e não pode fazer quando dança com uma banda? TL: Você pergunta para uma bailarina “Que música você quer dançar?”, e ela responde “Ah, toca qualquer coisa”... eu me incomodo. Acho que ela tem que dançar alguma coisa que goste, uma música que conheça. E essa é a diferença de uma boa bailarina, ela sabe o que está fazendo no palco e isso não depende só do tempo que ela dança, se é uma bailarina antiga ou não. A bailarina tem que ‘cantar a música com o corpo’, o público tem que entender a música por meio de seu corpo, de sua dança. Se ela não conhece a música, e não sabe o que está fazendo, o público fica perdido. RS: Então o foco tem que estar na bailarina, não no cantor. TL: Exatamente, a estrela é a bailarina, e acho que é isso que falta: conhecer a música. Ela tem que ter um contato com o músico antes de dançar, conversar com ele, se puder, ligar para ele antes, ou conversar antes da apresentação. Tem que existir esse contato entre a bailarina e o músico. A apresentação é o resultado do conjunto. Agora também existem casos em que a bailarina é convidada a dançar no momento da apresentação. Para dançar ao vivo, com banda, a bailarina deve conhecer bem os ritmos árabes, porque em uma situação como essa, em que não deu para a bailarina ligar para o músico e conversar com ele antes, ela pede uma música que tenha o ritmo que ela conheça. Mas isso só no caso de uma convidada no momento do show. Se for uma bailarina contratada, tem que ter ensaio, não adianta.
RS: Um possível terceiro tipo de show é aquele feito por escolas e professoras para que as alunas dancem com banda ao vivo. Isso está ficando bastante comum. O que você acha desse tipo de show? Você já fez algum assim? TL: Eu já fiz e acho ótimo, mas também acho que deve haver ensaios com os músicos. Se a professora fala “Ah, passa lá e toca para as alunas”, não fica uma lembrança duradoura para a menina. Será alguma coisa do tipo “ah, dancei ao vivo, pronto!”, e o ideal é que seja um momento memorável para ela. A aluna está acostumada a dançar com CD, então ela não vai estar preparada para dançar com uma banda ao vivo. Tem que ser a mesma coisa: tem que ter ensaio, um contato anterior com o músico, “Olha, quero dançar tal música, como podemos fazer?”. Por outro lado, música ao vivo não é tão diferente assim. Fica muito diferente quando o músico não sabe tocar (risos). Em geral, se a menina ouviu a música no CD e treinou, não será tão diferente assim. Claro que precisa existir a sintonia com o músico na hora da apresentação, se o músico for fazer alguma coisa diferente, dar um sinal para a bailarina, essas coisas. Às vezes ouvimos músicos dizendo que a bailarina errou, que ela dançou mal – mentira, coitada! O músico é que errou ou não sabe tocar direito e a bailarina foi prejudicada, porque ela conhecia a música, e não deve ser tão diferente assim ao vivo. RS: Muito obrigada Tony! Gostaríamos que você deixasse uma mensagem para nossas leitoras. TL: Primeiramente, gostaria de parabenizar a todas pela revista. Nunca havia visto uma publicação sobre dança e sobre cultura árabe de tanta qualidade aqui no Brasil, nem em nenhum dos países árabes pelos quais eu tenha passado. Nunca vi nada deste porte. Peço que todas as bailarinas e músicos que estão lendo aproveitem a publicação para trocarmos ideias e experiências, e agradeço muito pelo convite e pela conversa. Um grande abraço a todos! Contato para shows www.tonylayoun.com
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FOLCLORE
no estilo egípcio e no estilo libanês
A DANÇA DO BASTÃO por TUFIC NABAK fotos ARQUIVO PESSOAL
No Egito A Dança do Bastão é uma dança folclórica tradicional, que tem origem numa região do alto Egito chamada Saaid, onde os homens carregavam junto consigo o longo cajado para reunir rebanhos, caminhar e se proteger. Essa dança representa força e habilidade, fazendo referência à dança de guerra masculina. Esta modalidade também foi incorporada pelas mulheres, que dançam com a bengala ou com o bastão fazendo movimentos mais suaves e delicados, acompanhando o ritmo Saaid com muito charme. No estilo egípcio, o figurino dos homens é composto por duas galabiyas masculinas (usadas uma em cima da outra) e botas. Na cabeça, eles usam o ta-eya (chapéu típico) com lenço. Já as mulheres utilizam vestidos com lenço no quadril e na cabeça, sem sapatos.
No Líbano A dança do Bastão no estilo libanês é chamada de Raks Alaássaye. Tal dança teve origem no norte do país, onde os homens carregavam junto consigo o bastão durante o trabalho realizado nos telhados das casas, com o acompanhamento do Mejuez (flauta árabe), e ambos os distraiam no ritual das batidas. Este estilo é apresentado nos shows de dança nos principais países árabes e especialmente no Líbano. Trata-se de um estilo alegre executado com a bengala ou com o bastão utilizando músicas e passos de dabke. No estilo libanês, os homens usam o cheruél (calça larga tradicional) com vestimentas coloridas sobre suas camisas, coletes e botas. Na cabeça, usam o tarbuch (chapéu típico avermelhado) ou o aaguél ua kaffiye (turbante). Já as mulheres usam vestidos ou galabiyas, xales amarrados na cintura, lenços na cabeça e sapatos. Este estilo é pouco divulgado no Brasil e costuma gerar polêmica no meio das danças árabes. Vale ressaltar que, ao dançar o bastão em estilo dabke libanês, é bom elaborar uma pequena introdução a ser apresentada antes do show, explicando um pouco sobre a proposta para o público. Assim, evita-se críticas e os bailarinos demonstram que não estão desrespeitando o estilo egípcio. Tufic Nabak é professor, bailarino, coreógrafo e pesquisador. tuficnabak@shimmie.com.br
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BELDADES
UM PAPO ENTRE BELDADES “Ó beleza... Onde está tua verdade?” (William Shakespeare) por NAJLA HAYEK fotos ARQUIVO PESSOAL
Quando o assunto é beleza, todas nós mulheres trazemos um vasto repertório de conselhos, sugestões e experiências para nos mantermos de bem com o espelho. Mas será que realmente paramos para pensar no conceito de BELEZA? Hoje não estou aqui para puxar papo sobre o que você acha a respeito dos rígidos padrões impostos pela sociedade ou sondar se a sua alimentação tem sido saudável. Que atire a primeira pedra quem não desejou loucamente quebrar uma dieta ou ter medidas de quadril diferentes! Quero saber se você está disposta a encarar um desafio... descobrir o quão bela você realmente é! Comece por suas ancestrais. Nós temos a mania de buscar referências em imagens distantes. Descubra sua própria identidade. Procure fotos de suas avós, bisavós, tias, etc. Quanto você traz dessas mulheres? Observe suas irmãs, primas, sua mãe... Todas nós herdamos nossos corpos, como um lindo mosaico composto por todas elas.
Negar as nossas formas – sejam elas quais forem – é o mesmo que renegar a nossa origem. E se eu perguntar: quanto você tem contribuído para que este corpo, herança preciosa, permaneça saudável? Deixe de computar calorias ou enumerar os medicamentos usados na última gripe, a saúde está ligada ao bem-estar físico, emocional e espiritual. O corpo que tem vida é mutável. Você muda a cada segundo e seu corpo conta a sua história. Cada cicatriz, cada ruguinha, cada forma (que ficou desforme na gravidez, etc). Nós “twittamos” nossa vida em nossos corpos o tempo todo. Agora, vamos refletir juntas... um corpo saudável, herança de suas ancestrais, registro vivo de sua história sobe ao palco. Ao som dos derbakes e alaúdes, adornado com as pedrarias mais ricas e os tecidos mais nobres, exalando o perfume mais inebriante... traduzindo, em movimentos, cada nota musical composta com a mesma paixão que move este corpo. Nes-
te instante, sua dança imprimirá para sempre na lembrança do público o que você acredita ser BELEZA. Dependerá somente de você. Assim como um breve movimento de véu, que nos encanta por sua leveza, a beleza é efêmera se for apenas uma forma de se exibir. Porém, ficará eternizada à medida que você acreditar em si mesma e entender seu corpo como templo precioso de seu espírito. A bailarina, por ser uma artista, tem a grande missão de mostrar por meio de sua dança, algo que eleve as pessoas, que as tire de suas vidas mundanas e projete a imaginação para muito além. Se os movimentos corporais são harmônicos, se ela está de bem consigo mesma, será certamente uma beldade. Fique sempre atenta para não cair na pior das tentações, que não é o chocolate, mas a vaidade desenfreada. Najla Hayek é professora, bailarina, coreógrafa. najla@najlahayek.com
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CORPO - CONSCIÊNCIA CORPORAL
Desenvolvendo a
CONSCIÊNCIA CORPORAL Fator de Movimento: TEMPO por HANNA HADARA
Em continuidade à aplicação dos fatores de movimento notados por Laban na dança oriental, escrevo nesta edição sobre o fator Tempo e a sua importância para o ganho da consciência corporal.
PRÁTICA 1: Usar os ritmos árabes como Maksoum, Baladi, Saidi, Whada, etc, e: a) acompanhá-los com palmas; b) acompanhá-los com pés, quadril, ventre, busto, ombros, braços, mãos, cabeça, olhar e respiração;
Tempo A variedade de nuances desse fator nos prova que não existe movimento sem tempo. Ele pode ser métrico, quando seguimos uma contagem dos compassos da música, e não métrico, quando seguimos o próprio ritmo interno (a respiração, a pulsação, etc). A tarefa do fator tempo é a operacionalidade, ou seja, ele proporciona elementos para a execução do movimento. A atitude relacionada ao tempo é a decisão, informando o “quando” do movimento. As qualidades do tempo são: súbita e sustentada. O tempo é súbito quando o movimento é rápido, curto e acelerado. Já no tempo sustentado o movimento é lento, longo e desacelerado. Ex: Um movimento tremido tem momentos de aceleração e desaceleração; um redondo pode ter uma velocidade muito rápida ou muito lenta; um básico egípcio pode ser muito curto ou muito longo;
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Prática 2: a) treinar a variação dos tempos súbito e sustentado nos diferentes grupos de movimentos da dança oriental; b) executar os movimentos variando aceleração e desaceleração; c) fazer os movimentos variando curto e longo. É importante dizer também que há dois tipos diferentes para a contagem de tempo na dança: a contagem de tempo coreográfica e a contagem de tempo musical (rítmica e melódica). Na próxima edição, abordarei o último fator de movimento: a fluência, encerrando esse ciclo de estudos e experiências que unem Laban à dança oriental. Até lá!!!! Hanna Hadara é bailarina, professora, atriz e coreógrafa. hannahadara@shimmie.com.br
CORPO - ANATOMIA
MEMBROS INFERIORES Fêmur e a Tíbia
por LAYLA ALMAZA foto iSTOCKPHOTO
Entre o Fêmur e a Tíbia (osso da canela), existe a articulação do joelho e, bem ao centro, a patela (antes chamada de rótula). É nessa área que se trabalha um dos mais conhecidos movimentos da dança do ventre, o shimmie. É o joelho que, junto com a articulação do tornozelo, recebe e ajuda a amortecer os impactos de andar, dançar, pular e correr. Muitas vezes, quando a bacia está desencaixada, as pessoas hiperestiram os joelhos e os levam para trás. Há, ainda, quem dance com os joelhos relaxados. Eles ficam flexionados, porque não há tônus nas pernas ou nos pés. Nestes casos, é necessário ter disciplina e buscar a correção postural com um especialista. A Tíbia possui ligação com outro osso que fica na sua lateral, chamado Fíbula. Juntos, formam a canela e se ligam às articulações que formam o tornozelo. Assim como os outros músculos, o grupo muscular da canela se contrai quando executamos alguns movimentos sem aquecimento ou quando sofremos tensão nessa área. Quando alguém anda muito rápido ou corre, pode sentir uma “dor na canela”. Na verdade, a dor é no músculo da Tíbia, porque foi exigido um esforço e ele não estava aquecido. Quando comecei a estudar tremidos, percebi que para deixar o quadril mais solto, eu tensionava a região da Tíbia. Aprendi que é necessário ter muita paciência e muito estudo para conseguir relaxar todo o corpo e executar o movimento correto. Muita dança consciente em nossas vidas... Layla Almaza é bailarina, professora e pesquisadora. laylaalmaza@shimmie. com.br
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SAÚDE MENTAL
DEIXAR O NINHO
Voando para o desconhecido por SHEILA REGINA LEITE ilustração JOSI MADUREIRA
Desde que nascemos, somos “obrigados” a deixar o nosso ninho, sair de uma situação que nos parece confortável e ir para outra nem sempre tão confortável. E é assim por toda a infância e adolescência até a vida adulta. Passamos a vida inteira ouvindo de nossos pais que precisamos ter cuidado com um monte de coisas. Talvez você também tenha ouvido, assim como eu, coisas como “cuidado que a polícia vem te pegar”, ou sobre seres lendários e mitológicos como o homem do saco, bruxas, etc. Temos, ainda, os alertas em relação às pessoas de carne e osso, como “o seu pai não vai gostar disso” ou “deixa só o seu pai chegar”. Ao superar essa fase e descobrir que todos esses seres não existem e que nosso pai queria mais era assistir ao telejornal quando chegava em casa, vem os outros cuidados. É o cuidado na escola, na rua, com os amigos, no trabalho, e tantas outras situações que aos olhos de nossos pais poderiam nos fazer mal. Eles fizeram o que era certo naquele momento ou o que consideraram melhor para nos proteger. Porém, na prática clínica percebo que há exageros. Ocorre uma superproteção, e muitos desses alertas ou avisos são internalizados e acabam por gerar dentro de nós uma insegurança em relação ao que somos e ao que queremos. Assim, permanecemos mais tempo
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do que deveríamos no ninho. A falsa segurança no trabalho, no relacionamento e na dança faz com que fiquemos confortáveis e acreditemos que está tudo bom, quando, lá no fundo, sentimos que não está. No entanto, temos uma grande dificuldade de mudar ou de sair dessa zona de conforto. É como se uma parte nossa quisesse sair do ninho rumo ao desconhecido e experimentar nossas asas, mas uma outra parte dissesse “vamos ficar... está ruim, mas está bom”. É o que chamamos de conflito, e estar nesse conflito é ruim, pois gera angústia e depressão. Faça uma lista das coisas que você gostaria de fazer e tente fazer algo que esteja mais próximo. Não tente fazer de cara algo grande, mas degrau por degrau, saia do ninho e observe qual é a sensação de voar um pouco mais longe. Lembre-se de que você sempre pode voltar quando quiser. Sozinha é difícil? Procure ajuda especializada e comece a voar com segurança e alegria. Se quiser dividir sua história, me mande um e-mail. Ficarei feliz em poder conhecê-la(o) melhor! Sheila Regina é psicóloga. (CRP 06/59.910) sheilapsicologa@shimmie.com.br
SAÚDE CORPORAL
PALCO A influência da emoção em sua dança
por TERESINHA DE SOUZA CASSON ilustração JOSI MADUREIRA
Recebi uma série de perguntas de leitoras, tais como: É possível que uma emoção bloqueie um movimento? A emoção pode causar dor no corpo? Como evitar que as emoções bloqueiem ou atrapalhem os movimentos na dança? A resposta para a primeira pergunta é ‘sim’. As emoções podem bloquear os movimentos de músculos e/ou articulações. Qual é o mecanismo de bloqueio? Bem, nós somos um todo, um complexo corpo físico, corpo mental e corpo emocional. Isso apenas para citar os três corpos aceitos, até hoje, pela ciência ocidental. Digo isso porque a medicina oriental fala em oito. O que acontece quando eu tenho algum tipo de emoção? Geralmente eu só tomo consciência de uma parte dela. Sei, por exemplo, que estou muito nervosa antes de uma apresentação de dança, mas eu bloqueio o restante disso. Nem quero saber o motivo de ficar tão nervosa ou ansiosa. O que é que está por trás disso. Por que a plateia me afeta tanto? Será que é a opinião dos outros a meu respeito que me é tão necessária? Será que é a minha opinião a meu respeito que é tão ruim? O pior é que não para por aí. Se a opinião dos outros for mesmo muito necessária, então preciso descobrir o motivo. Se a minha opinião a meu respeito for ruim, por que é assim? No esforço de deixar essas perguntas
incômodas de lado, o corpo emocional cria barreiras ao fluxo das emoções para o consciente. Ou seja, ele tenta impedir que a parte mais negativa das emoções atinja o corpo mental, nosso consciente, porque dessa forma teríamos de encará-las. No entanto, como somos um todo, criar barreira em um dos corpos acaba criando nos demais também. Por exemplo, eu aperto os dentes para não ter de dizer isso ou aquilo para alguém. Isso pode virar crônico se eu tenho qualquer dificuldade de expressar meus sentimentos. Especialmente se eu não desejo ver que sentimentos eu tenho para expressar. Isso se eles forem negativos na minha opinião. E a dor é uma das formas de chamar a atenção para o bloqueio, incômodo, não saudável, do fluxo das emoções e da nossa energia vital. Há quem contraia os ombros se tem medo ou se carrega os problemas sem compartilhá-los ou resolvê-los. Deu para entender que as tensões físicas têm uma tensão psicológica por trás, certo? E o que fazer, para evitar essas tensões? Acredito que a primeira atitude é ser extremamente sincera ao responder uma pergunta: por que você dança? Já ouvi muitas respostas, como “porque acho bonito”, “porque é um ótimo exercício”, “porque incentiva a feminilidade”, “porque prefiro esse exercício à academia”, etc. São respostas verdadeiras, mas in-
completas. Os motivos dados não justificam um bloqueio, concorda? Se eu acho bonito e aprendi algo, devo estar super feliz em poder mostrar aos demais e não precisaria ficar ansiosa. Se é um ótimo exercício, continua sendo, mesmo sobre o palco e fora da academia. Da mesma forma, a feminilidade que a dança do ventre faz vivenciar é da própria bailarina. Porque seria tão difícil apresentá-la? A menos que tenha algo por trás, como o fato de achar a dança bonita, mas não se achar capaz de dançá-la... Só que não precisamos nos envergonhar de nós mesmas. Só precisamos nos conhecer, sem censuras, sem julgamento e sem pressa, e mudar, se quisermos. A plateia importa, vivemos em sociedade, mas ela só serve como um incentivo para que eu me analise. Você deve procurar – e sempre vai achar - o que há de bonito em você. Quem diria que para dançar é preciso se conhecer melhor, não é mesmo? Ou melhor, por dançar eu posso me conhecer melhor. Está aí mais um benefício dessa linda arte. Então, dancem muito. E pensem muito sobre si mesmas, sem disfarces e sem censuras! Teresinha de Souza Casson é acupunturista e psicóloga. (CRP 28.995-9/06) teresinha@shimmie.com.br
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FINANÇAS
MANTENDO AS FINANÇAS EM ORDEM NO EXTERIOR
Cuidando do seu dinheiro em outro país por VERA MOREIRA foto FOTOLIA
Você está realizando o sonho de trabalhar no exterior pela primeira vez. Outro país, outra língua e a remuneração em uma moeda mais valorizada do que o Real. Ao receber seu contra-cheque, uma sensação de pleno reconhecimento do seu esforço, pois por uma semana de trabalho você está recebendo o que no Brasil você receberia em dois meses ou mais. Porém, esse sonho pode se tornar um pesadelo financeiro se alguns cuidados não forem tomados. Lembre-se que se você está trabalhando e morando em um país estrangeiro, a sua capacidade de consumo também está em moeda estrangeira. Portanto, a responsabilidade com seus rendimentos deve ser redobrada. Faça um planejamento financeiro que exclua completamente a nossa moeda, porque as comparações de preços podem levá-la a um consumismo irresponsável e inútil. Trabalhar em outro país significa abdicar de coisas que pra nós, brasileiros, são indispensáveis: o convívio com a família e amigos. Se você pretende trabalhar em outro país apenas por um determina-
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do período de tempo, para realizar alguns sonhos com o dinheiro ganho lá (casa própria, carro e outros), faça o esforço valer a pena. Tenha disciplina para manter uma poupança de, no mínimo, 30% de seus rendimentos em moeda estrangeira. Além disso, mesmo trabalhando em outro país, mantenha sua conta corrente/ poupança aqui no Brasil para enviar suas reservas quando julgar necessário, ou ainda, para facilitar o envio de dinheiro para seus familiares no Brasil. Se estiver realizando um trabalho temporário, esteja atenta à cotação da moeda que está recebendo, para obter maior vantagem na conversão de sua poupança para o Real. Ao perceber um período de desvalorização da nossa moeda (aumento da cotação das moedas estrangeiras), converta suas reservas em Real e envie para a conta corrente que você manteve no Brasil. Com a internet fica cada vez mais fácil obter informações sobre o cenário econômico, cotações de moedas e tendências de mercado. Esteja sempre ligada! Muitas pessoas aproveitam os dias
finais de sua viagem de trabalho para comprar produtos com o objetivo de comercializá-los no Brasil. Não caia na tentação de transformar toda a sua reserva em coisas para vender. Ao voltar para o Brasil, não existe a certeza de vender tudo e, o que parecia ser uma fonte fácil de mais renda, pode se transformar numa forma indelével de perder dinheiro. Se deseja trazer coisas para vender, utilize uma parte pequena de sua reserva – de 10% a 20% no máximo – e traga produtos de baixo valor agregado para vender mais rápido e compensar o investimento efetuado. Ampliar seus conhecimentos sobre finanças com certeza irá aumentar a recompensa pelo esforço de trabalhar fora e transformará a volta ao nosso país em uma esperança de um futuro bem melhor. Vera Moreira, analista de crédito e risco e investment manager de uma das maiores instituições financeiras do mercado. veramoreira@shimmie.com.br
MEU NEGÓCIO
AL QAMAR Academia de Dança Oriental por HANNA HADARA fotos ARQUIVO PESSOAL Corpo de Baile da Alqamar Cia de Dança Oriental
Muito mais do que concretizar o sonho de ter um espaço estruturado e específico para exercer a profissão de bailarina, abrir a Al Qamar – Academia de Dança Oriental – foi pôr para funcionar o ideal que a bailarina – e hoje também empresária, Hanna Hadara – desenvolveu para esse objetivo. Al Qamar significa “A Lua” em árabe, que, assim como a mulher, está ligada a ciclos. Esse foi o nome escolhido por Hanna, em 1999, para nomear a Al Qamar – Cia de Dança Oriental – e desenvolver seu trabalho como diretora, coreógrafa e intérprete. Após 12 anos de existência, a Cia conta atualmente com um Corpo de Baile completo e dedicado, que desenvolve suas criações artísticas em um espaço recém-inaugurado, em frente à estação Vila Mariana do metrô, com amplas salas, decoração oriental e equipamentos de primeiro nível para a prática de dança. Esse espaço recebeu o nome de academia, porque forma e informa, de forma acadêmica, integrando arte e ciência para que a aluna tenha condições de definir sua própria carreira ou, simplesmente, para oferecer aulas que desenvolvam a consciência corporal na dança. “Não formamos imitadores de artistas. Queremos dar subsídios das mais variadas disciplinas ligadas, direta ou indiretamente, à dança oriental, para que cada praticante possa aplicá-la e desenvolvê-la em sua vida ou em sua arte”, afirma Hanna. Por ser atriz de formação, todas as Artes Cênicas estão envolvidas nos cursos, sempre com ênfase na técnica de dança oriental. “Assim, formamos artistas completos, com uma visão geral da arte”. A metodologia também é diretamente ligada à diversificação artística, já que foi construída por experiências em Dança-Teatro.
A valorização da bailarina está também na formação de Hanna como professora. “Procuro ser a maestra que sempre sonhei ter e, para meu público, a artista que sempre sonhei assistir. Sou uma projeção da bailarina que construí e a vivo intensamente”. A história da Al Qamar remonta a toda experiência artística que Hanna viveu, desde as primeiras aulas de ballet, ainda criança, no interior de São Paulo, depois no teatro da Universidade e em renomados Corpos de Baile, Companhias Teatrais, novelas de TV, até o mergulho na dança oriental. A formação do ideal de ensino em Dança Oriental começou nas academias de fitness, onde o culto ao corpo é a prioridade. “Foi uma decepção, mas serviu para me mostrar logo de cara o que eu não queria fazer”, revela. Na pós-graduação em dança, a bailarina e atriz teve um profundo contato com o universo da Dança-Teatro. Foi a partir daí que começou a enxergar o caminho e, associado ao estudo contínuo com diversos profissionais no Brasil e no exterior, tratou de pavimentar com mais clareza qual seria a sua missão na arte. E assim, criou uma metodologia de ensino para a dança oriental que integra o equilíbrio da tríade Corpo/Mente/Alma. Hoje, essa filosofia está bem consolidada no Curso de Formação Profissional em Dança Oriental, que já há cinco anos oferece um corpo docente de profissio-
nais gabaritados nas mais diversas áreas de arte e ciência como a dança, teatro, música, fisioterapia, psicologia, direito, e também nas oficinas, onde profissionais com diferentes didáticas e estilos artísticos são convidados a trazer sua contribuição para a salutar troca de experiências e a tão necessária abertura de horizontes. Todo esse trabalho para auxiliar cada aluna a aflorar sua própria bailarina converge, no final do ano, no Sarau de Danças Orientais Árabes. Um espetáculo único de Dança-Teatro, que transcende a simplicidade de uma coleção de apresentações independentes para levar ao público, desde 2002, um espetáculo baseado em um tema, com introdução, desenvolvimento e conclusão. “Essa é a minha contribuição para a nossa arte: a primeira Academia de Dança Oriental registrada em nosso país, com metodologia acadêmica, com comprometimento social na formação de público para a arte e com extrema responsabilidade na exposição de nossas alunas e profissionais em trabalhos competentes. Tenho muito orgulho em dizer que sou uma artista brasileira que vive e constrói seus ideais da sua arte e, como para mim, a melhor maneira de ensinar é dar o exemplo. Aqui estou eu contando a minha história”, completa. Hanna Hadara é bailarina, professora, atriz e coreógrafa. hannahadara@shimmie.com.br
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NO INÍCIO FOI ASSIM
por HADARA NUR fotos ARQUIVO PESSOAL
Iniciei meus estudos na dança na modalidade Jazz, no Clube Regatas Tietê, no ano de 1993. Meu professor chamava Alaor e com ele aprendi muito do que sei hoje. Quando assisti à novela O Clone, foi paixão a primeira vista por esta arte tão linda que é a Dança do Ventre. Dei início aos meus estudos na Rede Luxor, com a professora Luana Mello. Após dois anos “comendo, respirando e vivendo” a dança, tive um convite para me juntar à equipe de profissionais da Rede. Lá, permaneci por 4 anos atuando como profissional e aprendi uma grande base do que sei. Tive a oportunidade de cursar diversos workshops com os maiores e mais renomados professores mundiais do ramo, destacando entre eles: Mahmoud Reda, Dina, Yousry Sharif, Raqia Hassan, Randa Kamel, Amir Thaleb, Saida, Jillina e Sherazad. Em 2005, participei de um evento que chamava “Noite da Conquista”, e fui avaliada pelos grandes mestres internacionais da dança. Consegui 2 certificados de reconhecimento pela qualidade do meu profissionalismo na dança de acordo com os níveis exigidos pelos grandes mestres Dina, Ahsraf Hassan, Haqia Hassan, Yoursry Sharif, Saida e Mario Kirlis. Em um deles, a bailarina número 1 do mundo – Dina – me escolheu como uma das 3 melhores bailarinas daquela noite. Lembro como se fosse hoje, a Dina vindo me abraçar e me dar os parabéns... não há sentimento e sensação melhor no mundo. Nessa noite eu senti que poderia ir além do que eu imaginava. Por causa da dança realizei duas viagens internacionais, uma para a Argentina, a qual me proporcionou meu primeiro solo ao lado do maestro Mario Kirllis, e outra ao Egito. Desde o início sempre fui muito voltada para concursos e afins, e tenho que agradecer, pois todas as vezes em que participei levei o “Ouro”, tornando-me assim tri-campeã em dança do ventre pelo maior e mais conceituado evento brasileiro de danças - o Mercado Persa – em 2004 como Amadora, em 2007 como Profissional e em 2011 na categoria Dupla Clássica. Destaco também os títulos de minhas alunas amadoras: 1º Lugar para Bia Fernandes em 2008, 2º Lugar em 2009 para Carlla Melo, 2º Lugar em 2010 para Mayara Ullian e 2º Lugar em 2011 para Yamara Fabri. Prestei em 2008 o “Padrão de Qualidade Khan el Khalili” na 9ª Pré-Seleção, alcançando os padrões exijidos por Jorge e Lulu Sabongi. Gente, este dia foi um dos mais difíceis da minha carreira. Ser julgada por profissionais qualificadíssimos... Não tem preço! Obtive também o “Selo de Excelência Oriente Encanto e Magia” 48
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em 2010, cedido por sua organizadora, Shalimar Mattar. Tive o convite de Tony Mouzayek, um grande amigo e empresário, para sair na capa de um dos seus CDs da coleção Belly Dance Orient, Volume 44 - Fakkarouni. Em 2010, meu maior sonho se realizou: a abertura da minha escola de danças, a Top Dance. Um pedacinho da minha imaginação que criou asas, que nasceu e que agora em junho já completa um ano. Um ano de alegrias e realizações pessoais e profissionais. Falando em realizações profissionais, não posso esquecer de falar dos inúmeros workshops que ministrei pelo Brasil afora – Amazonas, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro e em diversas outras localidades, nas quais pude conhecer pessoas brilhantes do nosso meio. Destaco também alguns shows e eventos que marcaram minha carreira e que acrescentaram uma vasta experiência como: a gravação do DVD de Lulu Sabongi e minha apresentação solo no navio Splendour Of the Seas, em Punta Del Leste. É muito bom escrever um pouco sobre nossa trajetória e lembrar de tantos fatos e pessoas que passam por nossas vidas como cometas... E deixam diversas lembranças em nossos corações. Posso dizer que nesses 8 anos de carreira consegui construir um pequeno alicerce, o qual almejo ampliar por muitos anos. Espero também estar sempre dividindo um pouco do meu conhecimento com todas as amantes da dança do ventre, pois se existe algo concreto, é que nessa vida estamos aqui para aprender uns com os outros. Fica a todas uma frase que passa de geração a geração pela minha família : “Acreditar nos seus sonhos é acreditar em você mesma!” Acredite e faça acontecer! Um grande beijo Hadara Nur é bailarina, professora e coreógrafa.
VOZ DA ALUNA
BAILARINA E MÃE por PATRICIA NEFER fotos ARQUIVO PESSOAL
Desde criança, sempre sonhei em construir uma família e ser mãe. Fui crescendo e sabendo das responsabilidades que o mundo exigia: estudo, formação, profissão e família. Quando completei 17 anos, comecei a fazer um curso profissionalizante longe da minha casa. Eu ia escutando meu walkman para que o trajeto de três horas não me desgastasse tanto. Certo domingo, descobri no rádio uma música diferente, que me arrepiou. Parei e prestei atenção em cada detalhe daquela canção e, sem explicação, fiquei paralisada. O locutor fez um intervalo e disse o nome do programa: A voz dos árabes no Brasil. Eu nem imaginava que um programa como esse existisse por aqui. Gostei tanto das músicas que comecei a gravar fitas k7 para escutar durante a semana. Meus pais falaram que eu era doida, pois o comum para uma moça da minha idade era ouvir músicas pop, rock e outros estilos. Começou, então, a minha paixão pela música e dança árabe. Porém, na época, eu ainda não tinha dinheiro para pagar as aulas. Aos 19 anos casei com o homem da minha vida, mas o dinheiro ainda não dava para minhas aulas. Quando a situação melhorou, me inscrevi em uma escola e comecei a fazer aulas de dança do ventre. No entanto, na quarta aula descobri que estava grávida, e como era uma gravidez de risco, meu médi-
co proibiu a prática da dança. Deixei o sonho de ser bailarina para realizar o sonho de ser mãe. Tive uma menina linda e três anos depois tive um menino. Deus estava sendo generoso comigo, mas lá no fundo tinha se apagado uma luz, aquela que me deixava paralisada ao ouvir uma canção árabe. Um dia, com os cabelos em pé, cuidando das crianças, eu me olhei no espelho e chorei muito... me achava uma mulher pela metade. Somente quando coloquei um CD de música árabe, entendi o que faltava. Procurei uma escola e retomei as aulas de dança do ventre. Eu não faltava, porque amava o que estava fazendo. Lembro-me de um dia de chuva. Meu filho no carrinho de bebê, coberto com edredon e uma capa plástica para não se molhar, e eu correndo até a escola para a minha aula. Era superação e garra para não desistir, mas o destino continuava a me testar. Dois anos depois eu engravidei novamente e parei tudo de novo. Entrei em depressão profunda – não entendia o motivo de tanta provação. Muitas pessoas falaram que era para eu desistir, pois a dança do ventre não me levaria a lugar algum e que eu deveria apenas ser mãe. Eu também achei que seria impossível conseguir levar este sonho adiante e, novamente, desisti. Passou o tempo e eu me conformei. Trabalhava na profissão que escolhi e ti-
nha uma família linda. Para muita gente isso basta, mas lá dentro algo me incomodava. Espere aí, não podia ser assim! Eu sou guerreira, mãe de três filhos lindos. Por que não tentar de novo? Decidi que voltaria a dançar. Meu marido me apoiou muito. Por isso, digo sempre que ele é o amor da minha vida. Não deixei o tempo me desanimar. Já fiz apresentações e, o melhor de tudo, é ter meus filhos sempre na plateia me esperando com seus olhinhos brilhantes. Jamais precisarei provar nada, nem ser absorvida pela competitividade. Ser mãe para eles já basta, pois a bailarina existe apenas dentro de mim; por ela eu luto, estudo, movo montanhas e ultrapasso meus próprios limites. Para meus filhos e meu marido fica a realização como mulher e mãe, além da felicidade de conciliar todos os meus sonhos em uma só existência. E é para eles que dedico minhas vitórias, pois sem eles não existiria a mãe e, sem ser mãe, jamais existiria a bailarina. Isso porque eu jamais seria feliz se um dia não tivesse a presença deles quando eu chego de um show. Patricia Nefer Mãe de Giovana (10 anos), Enzo (7), e Luigi (5). Esposa de Alexandre, o grande amor da minha vida.
Conte também sua história! Envie seu texto para redação@shimmie.com.br junho/julho 2011 www.shimmie.com.br
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DANÇA DO VENTRE NA UNIVERSIDADE
por MARIANA ROCHA
Uma possibilidade para quem se forma, se especializa ou faz pós-graduação em dança, é trabalhar na área pedagógica com Dança-Educação para crianças e adolescentes. Os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ministério da Educação e do Desporto, da Secretaria de Educação Fundamental, incluem nas suas disciplinas as quatro linguagens: a Música, as Artes Plásticas, o Teatro e a Dança. Segundo a Profª. Dra. Eliana Branco Malanga, coordenadora da graduação e da pós-graduação de Dança da Faculdade Paulista de Artes de São Paulo, não aprendemos somente com a mente, aprendemos também com o corpo, com as emoções e os relacionamentos sociais. “Quando você coloca uma criança para dançar, ela não está passando o tempo, ela está se preparando para aprender melhor. Em outras palavras, a
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criança que tem dança na escola, aprende a escrever e aprende matemática com mais facilidade, porque ela desenvolve a psicomotricidade, aprende a simbolizar e manifesta o seu emocional de uma maneira positiva”, afirma. Atualmente, a sociedade entende que as artes têm função no desenvolvimento do ser humano, que não é um “simples passatempo” e que deve ter seu espaço dentro da escola, como uma disciplina tão essencial quanto as outras. Para Isadora Duncan, ícone da dança mundial, a dança tem como finalidade expressar os sentimentos mais nobres e profundos da alma humana. Dessa maneira, além de trabalhar a coordenação motora, desenvolver a criatividade e a espontaneidade, a expressão livre de sentimentos faz com que a criança ou o adolescente trabalhe
sua sociabilidade. Por meio do autoconhecimento adquirido pela prática da dança, a aceitação do próximo torna-se algo natural e, independentemente das diferenças, começa a existir mais compaixão no olhar para o próximo. Todas as formas de expressão têm esse poder transformador, a partir do momento que uma pessoa passa a lidar com os seus sentimentos mais profundos, o lidar com o outro, com os sentimentos e crenças do outro, algo torna-se mais suave. E no mundo em que vivemos, é exatamente disso que a sociedade precisa, que as novas gerações tenham esse olhar suave para o próximo e para suas diferenças. Mariana Rocha - Bailarina, professora, coreógrafa e pesquisadora de Dança do Ventre. marianarocha@shimmie.com.br
ENCONTREI POR AÍ
Tudo ok com a bailarina,
MAS E A MULHER? A relação beleza-consumo-tempo por NAZNIN foto GOOGLE BOOKS
Antes de sermos bailarinas, somos todas mulheres: mães, filhas, donas-de-casa, estudantes, profissionais... Às vezes mais de uma dessas categorias ou até todas elas. Na dança do ventre lidamos todos os dias com nosso corpo, autoestima e autoimagem e, nem sempre, essa relação é harmoniosa, pois é muito difícil encarar nossos defeitos nos grandes espelhos da sala de aula. Assim como treinamos nossa técnica e aperfeiçoamos elementos diretamente ligados à dança, todas nós deveríamos trabalhar nossa relação bailarina-mulher. E, nesse sentido, o livro “O Tempo da Beleza” é um ponto de partida bem interessante. Este livro mostra um estudo feito com mulheres do Rio de Janeiro e apresenta quais as diferenças no cuidado com a beleza em diferentes momentos da vida dessas mulheres. Como elas lidam com a beleza e a vida social, a vida de mãe e a vida profissional. Algumas das perguntas que esse
estudo antropológico tenta responder são: a escolha de um determinado produto está ligado a quê? Ao preço, apenas? Ao momento da vida da mulher? A beleza da mulher brasileira é natural mesmo ou em tempos como os de hoje, essa mulher brasileira é tão fabricada quanto às americanas e europeias? Quem é essa “bela mulher brasileira”? A pesquisa foi feita por meio de entrevistas com essas mulheres cariocas e de um verdadeiro mergulho na vida delas, abrindo seus armários, verificando que produtos elas compram e como compram, etc. Além de apresentar as etapas e resultados desse estudo, o livro traz depoimentos das mulheres entrevistadas, de diferentes faixas etárias, e nelas podemos identificar nossas amigas, mães, irmãs e nós mesmas. A pesquisa está na primeira parte do livro. Na segunda parte, conforme o próprio nome diz – Outros Olhares – encontramos textos em forma de artigos
das autoras e de outros escritores que tratam de beleza, esteriótipos, consumo e outros assuntos bem relevantes. Espero que esse livro possa ajudar todas a refletirem sobre beleza e sobre nossa própria autoestima, que transparece claramente durante nossa dança e também precisa ser trabalhada diariamente. Boa leitura e até a próxima Shimmie! Naznin é estudante de dança do ventre, chamada aqui na redação carinhosamente de “nerd bellydancer” international@shimmie.com.br
O Tempo da Beleza Consumo e Comportamento Feminino. Novos Olhares Autoras: Letícia Casotti / Maribel Suarez / Roberta Dias Campos Número de páginas: 272 Formato: 16 X 23 cm. Editora Senac R$ 43,00
Você está convidada(o) a fazer a história de nossa classe! Vamos nos unir para, finalmente, possuirmos uma associação de classe, que garanta a nós direito a: • visibilidade como conjunto para garantia de nossos direitos (previdência social, assistência médica mais acessível, assessoria contábil e jurídica, dentre outros); • divulgação da profissão como categoria organizada e representativa; • formação de grupos de estudo e discussão; • capacitação técnica e muito mais. Mas tudo isso só será possível através da participação de todos! BAILARINAS, BAILARINOS, PROFESSORES, ESTUDANTES DE DANÇA DO VENTRE, MÚSICOS E INTERESSADOS EM GERAL, TODOS SÃO BEM-VINDOS, INDEPENDENTE DE SEU ESTILO, ESTABELECIMENTO, SEJA VOCÊ PROFISSIONAL OU ESTUDANTE. O IMPORTANTE É A UNIÃO!
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O HOMEM NA DANÇA DO VENTRE
Grandes nomes da dança do ventre
MASCULINA PELO MUNDO por FLAVIO AMOEDO
Depois de abordar os grandes nomes da dança do ventre masculina no Brasil, é hora de falar daqueles que fazem sucesso pelo mundo. Quem nunca ouviu falar do grande ícone, o argentino Amir Thaleb? Trata-se de um dos principais e melhores mestres da dança árabe mundial, diretor da Arabian Dance Company (ADC, Companhia de Ballet Oriental), com a qual se apresenta nos mais importantes teatros da Argentina e do exterior. Amir é reconhecido mundialmente por seus trabalhos e já dançou ao lado de grandes nomes da dança do ventre, como Nagua Fuad, Mahmoud Reda, Farida Fahmi, Tito, Randa Kamel, Dina, Ahmet Luleci, Raqia Hassan, Jillina, Azi-
za, Virginia, entre outros. Resumindo, Amir é mestre, inspiração, encanto, emoção, atitude e magia. Outro bailarino que se tornou referência mundial é o egípcio Tito Seif, que possui mais de 20 anos de carreira. Dono de uma técnica limpa, precisa e cheia de qualidades, Tito esteve no Brasil em 2010 e mostrou a muitos brasileiros sua simpatia, presença de palco inigualável e, claro, sua técnica apuradíssima. Tito realiza, ainda, um evento bastante reconhecido, o The Tito Oriental Show, que acontece no resort Alf Leyla Wekeyla. Ele costuma vestir camisetas e calças, ou sim plesmente túnicas em suas apresentações, além de lenços amarrados na cabeça.
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Há uma série de outros bailarinos que fazem sucesso nas redes sociais e em suas cidades ou países de origem. Quem tiver interesse, pode buscar na internet pelo russo Alex Ryaboshapka ou pelos argentinos Said e Leandro Ferrevra. Aos poucos a dança do ventre masculina está ganhando espaço. Isso prova que o trabalho de qualidade, que não deprecia a cultura, é capaz de gerar o reconhecimento tão merecido e almejado. Flávio Amoedo é bailarino e professor de dança do ventre. flavioamoedo@shimmie.com.br
ENTREVISTA EVENTO
Como organizar uma festa
INESQUECÍVEL por FERNANDO STELLA
Convidados, data, horário e local Tema da festa? _______________ Planejamento Cardápio + modo de servir Decoração
Dançar em si já é uma grande comemoração, mas como receber bem os seus convidados em uma festa? A sugestão é iniciar pela lista, que define os passos seguintes do evento. Pegue um papel e uma caneta e anote: nomes dos convidados, data, horário e local do evento. Estes dados lhe ajudarão na escolha de um tema bem atraente, vinculado ao horário, dia da semana e local. Há uma série de temas criativos e interessantes, mas os mais legais são os personalizados. Exemplos: Festa da aula gratuita: aproveite seu dom artístico - como dançar, interpretar e cantar - e organize uma festa para fazer um show e oferecer uma aula aos convidados. Para completar, impressione a todos servindo um delicioso aperitivo. Festa da vaquinha: muito comum em reuniões de despedidas, comemoração, etc, essa festa consiste em reunir os convidados e, ao final, ratear as despesas com os comes e bebes. Após definir o tema, deve-se partir para a segunda etapa do planejamento: • Definição do cardápio • Como servir • Decoração do ambiente
dos convidados, onde comprar, contratação ou não de um buffet, quanto gastar, o que fazer para não haver desperdício, etc.
Como servir Há algumas opções na hora de servir, desde a contratação de um serviço especializado para que todos possam aproveitar, até a definição de amigos mais íntimos que podem se responsabilizar por servir os convidados. Dependendo da intimidade com as pessoas que estarão presentes, é possível utilizar descartáveis e alimentos prontos, além de bebidas em latas.
Decoração de ambiente Na hora de decorar, é necessário levar em consideração o tema do encontro, mesmo que seja algo simples. Uma flor na garrafa de vidro, velas espalhadas ou um perfume no ambiente dão um toque especial que demonstam cuidado, carinho, charme e personalização. Seguindo esses passos, você será capaz de fazer uma festa bem organizada. Não perca as próximas edições com mais informações sobre a organização de eventos. Certamente você se tornará um expert no assunto e receberá muitos elogios. Afinal, festa também é coisa séria!
Cardápio (comidas e bebidas) Na hora de definir o cardápio, é importante ter em mente uma série de pontos, como: quantidade por pessoa, preferência
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MODERNO
A ÚLTIMA DO MODERNO por GIULIANA SCORZA fotos DIVULGAÇÃO
O que escrever sobre moderno estando no Egito, berço da dança do ventre tradicional? Pois é, eles andam bem moderninhos por aqui. Muito mais do que eu poderia imaginar. Amr Diab continua sendo considerado o rei e será muito difícil alguém tirar o posto dele. Nos táxis, ônibus, charretes e motocicletas – sim, até nelas os egípcios colocam CD Player – ouve-se Nancy e Elissa. Essas foram as trilhas sonoras das minhas visitas às pirâmides Quéfren, Miquerinos e Quéops. Está no auge no Egito um tipo de música sequencial e hipnotizante que é produzida e mixada por DJs como Ortega e Oka, e o DJ Figo, que estão “bombando” nas rádios. E as roupas das dançarinas? Nenhuma com sutiã e cinturão, somente roupas bem justas, pouco bordadas e muitos shortinhos por baixo para mostrar bem as pernas, fazendo lembrar as dançarinas turcas que anos atrás eram discriminadas por serem ousadas ao dançar com roupas exatamente iguais ao que se dança no Egito atualmente. E é sobre essas dançarinas que gostaria de falar nessa matéria. Quando comecei a dançar, as turcas eram um exemplo a não ser seguido de forma alguma. Hoje, vejo que não existem dançarinas mais modernas do que elas. Acho que todas as estudantes atualmente devem estudar atentamente os movimentos precisos e bem marcados de quadril e tronco que só elas dominam. Vamos parar com essa história de que tudo tem que ser pequenino, mesclem movimentos grandes e fortes, faça seu solo de derbake “acontecer”, solte o quadril nos
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shimmies e atentem-se a um detalhe marcante que são os braços bem altos e quase que totalmente esticados . No caso da dançarina Didem, por muitas vezes o braço está totalmente esticado, alto e lindo! Um pouco estranho para nós são alguns movimentos contorcionistas que nem todas podem fazer e que também podem ser dispensados tranquilamente durante o show. Use e abuse das cores como elas nas roupas, aproveite para ter uma ideia para seu próximo traje, pois elas são extremamente criativas e ousadas sem serem vulgares. Atenção a este detalhe! Pensem um pouco sobre a próxima música com a qual irão se apresentar, pois posso dizer com toda certeza pela minha experiência como jurada em concursos, que dançar metade da música tradicional ou moderna e a outra metade com um pedaço de solo de derbake não é legal. As turcas dançam do começo ao fim o mesmo solo tornando o show completo e sem cortes bruscos. Enfim, espero que ao ler essa matéria você vá correndo ao Youtube e comece a estudar as queridas dançarinas: Didem, Elçin e Asena, entre outras. Certamente você irá se deliciar com suas apresentações e agregará a sua dança muitas novidades. Giuliana Scorza é bailarina, professora e coreógrafa de dança do ventre. giulianascorza@shimmie.com.br
CORRENTE DO BEM
PROJETO DANÇAR Studio Cinthia Santos ensina dança do ventre a meninas com Síndrome de Down. por ADRIANA BRIDA
A arte permite ultrapassar barreiras e criar diálogos entre as pessoas. E essa é a proposta do Studio Cinthia Barros, que utiliza a arte como um meio de inclusão, proporcionando às participantes igualdade de condições para desenvolver seu potencial e criar formas para que se sintam integradas. O Projeto Dançar foi idealizado após o nascimento do filho da professora Cinthia Santos, portador da Síndrome de Down. Cinthia teve muita dificuldade para encontrar profissionais que ministrassem aulas de dança para ele. Por isso, em 2010, sentiu a necessidade de iniciar um projeto para ensinar dança
aos portadores dessa doença. Desde então, as aulas de dança do ventre são ministradas para meninas e a expectativa é de que, em breve, aulas de street dance sejam oferecidas aos meninos. Segundo Cinthia Santos, proprietária da escola e idealizadora do projeto, a proposta é desenvolver o potencial das crianças e melhorar sua interação social. Além de oferecer uma opção de lazer para as participantes, o Projeto Dançar tem o objetivo de desenvolver a consciência corporal, a criatividade, a socialização, a comunicação, a autoestima e a autonomia de todas as participantes. Os trabalhos sociais do Studio são ofe-
recidos gratuitamente, pois visam ao resgate da qualidade de vida, por meio do desenvolvimento de valores como respeito e cooperação, que são fundamentais para que haja um bom diálogo e compreensão entre as pessoas.
Quem tiver interesse em patrocinar o projeto ou auxiliar com a doação de artigos de dança, deve entrar em contato com: contato@studiocinthiasantos.com. A escola fica na Rua Pirambóia, 363, Vila Carrão (São Paulo/SP). O telefone para contato é o (11) 4306-4366.
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LEITURA MUSICAL
LEITURA MUSICAL
Para danças de improviso... o que fazer? por TAHYA BRASILEYE fotos STOCK.XCHNG
Leitura Musical para danças de improviso... o que fazer? Muitas pessoas perguntaram e perguntam como se deve dançar uma música árabe clássica que elas não conhecem. Afirmações como “colocar o que está sentindo no momento” ou mesmo “adaptar velhas coreografias e sequências já conhecidas” não são hoje as respostas mais coerentes. O mercado de dança no Brasil possui um crescimento baseado na diversificação de passos e movimentos de forma exponencial, exigindo estudo contínuo de todos os seus praticantes. O jogo de cintura e a arte de improvisar são nossos, mas como aproveitar este potencial nato dentro de músicas que não fazem parte da cultura dos brasileiros, nem oferecem uma contagem previsível? Simples! Basta dançar o que a música está pedindo, isto é, ouça o que está sendo tocado e deixe-se embalar por aquilo que está sendo oferecido! Costumo dizer que temos quatro grandes grupos de movimentos e passos na dança oriental: 1. Quadril: que inclui batidas, trancos e movimentos pontuais de percussão; 2. Deslocamentos: momentos em que o contato com o público é mais evidente; 3. Passos Ondulatórios/Sinuosos: que permitirão que tarabes e taqsins se manifestem; 4. Extras: que são as “cerejinhas do bolo” e oferecem graciosidade e personalidade, tais como movimentos de tronco, ombros, braços e cabeça. Agora procure encaixar cada grupo dentro da música. Espere sua apresentação inicial chamada de “Introdução da Música”, com o intuito tanto de criar uma expectativa em quem
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assistir, quanto de evitar mostrar todo o seu repertório logo no início da música. A melodia, muitas vezes confundida com o refrão, entra em seguida em formato de “Introdução da Bailarina”, onde temos a oportunidade de cumprimentar e ganhar a confiança de quem nos assiste. Neste momento, use passos que compõem o grupo de Deslocamentos, independentemente de quais sejam, mas que permitam percorrer o espaço de dança disponível com leveza. Em seguida, vem o desenvolvimento da música que inclui sons folclóricos, solos de percussão e improvisos diversos de instrumentos musicais ou voz. Procure usar passos dos grupos de Quadril, Ondulatórios/Sinuosos e Extras. Para finalizar este banquete de sons e movimentos, a melodia retorna de forma mais visceral. Nesse momento, use os mesmos passos do grupo de Deslocamentos, mas de forma mais elaborada, mostrando que houve crescimento e desenvolvimento no que já foi apresentado. A música entrará num formato de “caos”, ficará intensa, frenética e vigorosa, avisando que será encerrada. Portanto, com glamour e segurança, faça uso de giros e poses que marquem sua presença, tornando-se inesquecível aos olhos de quem assiste. Parece tudo muito complicado no primeiro instante. Porém, escutar muita música árabe permitirá que você entenda de cara qual a estrutura da música, chegando à ousadia de prever o que vem pela frente. Treine seus ouvidos e mãos à obra! Tenho certeza que você se surpreenderá com os resultados! Tahya Brasileye é bailarina, professora e coreógrafa
TEORIA MUSICAL
DERBAK
Passo a Passo
por IVES AL SAHAR ilustração LIVRO MÉTODO INTUITIVO PARA TOCAR DERBAK
Vamos continuar as lições de Derbak? Caso você tenha perdido alguma das lições, não deixe de adquirir as revistas anteriores.
LIÇÃO 5: EXERCÍCIOS PRELIMINARES DE COORDENAÇÃO RÍTMICA A partir de agora, entraremos nos exercícios que possibilitarão o aprendizado técnico básico para uma posterior execução rítmica. Observe os acentos propostos e tente “tocar mais forte” nos momentos em que eles aparecerem.
EXERCÍCIO PRELIMINAR 8:
Dum ta ka Dum (Repetir)
ka ta
Dum EXERCÍCIO PRELIMINAR 9: ka ta
Dum
Dum takaTá Dum (Repetir)
EXERCÍCIO PRELIMINAR 10: ka ta
Dum
taka Dum Dum (Repetir)
EXERCÍCIO PRELIMINAR 11: ka ta
Dum
Dum Dum taka Tá (Repetir)
Na próxima matéria, iniciaremos o estudo das células rítmicas, dando dicas para contagem exata dos silêncios e acentos que são a base para o estudante poder inserir as notas de floreio e ornamento tão desejadas pelos amantes deste instrumento. Até a próxima! Salam! Ives Al Sahar é músico multi-instrumentista e pesquisador da música e cultura oriental. ivesalsahar@shimmie.com.br junho/julho 2011 www.shimmie.com.br
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ARTETERAPIA
Até onde se vai com
A DANÇA DO VENTRE? por ERIKA NOVAES
De um tempo para cá, tenho ouvido diversas bailarinas falando sobre os benefícios psicológicos que a dança do ventre pode proporcionar aos seus praticantes. Fala-se muito em autoestima e bem-estar, mas nunca ouvi nada sobre o potencial terapêutico da dança. E como artista e psicóloga pós-graduada em Arteterapia, considero de suma importância aprofundarmos o assunto e ampliarmos nosso campo de visão no que diz respeito a esta questão. Vamos falar de arte e terapia? A Arteterapia é um novo campo do conhecimento em ascensão no Brasil e no mundo, que tem por característica marcante a interdisciplinaridade e o diálogo entre diversas áreas do conhecimento, como: artes, antropologia, psicologia, psiquiatria, filosofia, etc. É como se a Arteterapia fosse um elo capaz de conectar e integrar diferentes campos. Pode ser considerada uma importante ferramenta de atuação da psicologia, de outros profissionais da saúde ou da educação. Utilizam-se recursos artísticos (dentre eles a dança) com a finalidade terapêutica, preventiva e/ou psicoeducativa. Embasados em uma ou outra teoria psicológica, os arteterapeutas podem perceber o fazer artístico como uma expressão própria de conteúdos internos, que emergem de maneira criativa com um desenho, um personagem ou um passo de dança. Bernardo (1999)*, uma arteterapeuta brasileira, acredita que por meio da arte os universos interno e externo ganham corpo e se conectam um ao outro, formando uma cadeia de movimentos completamente transformadores. E é justamente neste ponto que está uma das funções terapêuticas de se fazer arte e, portanto, dança. É importante ressaltar que é indispensável a formação acadêmica para se tornar um profissional habilitado em Arteterapia ou dançaterapia, não bastando ter intuição ou conhecimento na área artística. Aliás, o conhecimento técnico artístico fica em segundo
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plano, uma vez que o objetivo principal não é aprender a dançar ou tornar-se uma bailarina de sucesso, mas ingressar em uma jornada de autoconhecimento e aprendizagem. Já há algum tempo tenho notado que, dentro do meio científico, uma pequena fresta começa a se abrir para a dança, mais especificamente para a dança do ventre. Alguns trabalhos acadêmicos e artigos científicos vêm sendo escritos e pesquisas têm sido realizadas. Eu mesma já realizei uma delas. E vocês devem se perguntar: mas afinal, qual é a diferença entre uma coisa e a outra? Se eu quiser fazer psicoterapia, posso procurar uma escola de dança do ventre? Claro que não! Se você quiser psicoterapia, deve procurar um psicólogo(a) e, se quiser dançar, pode procurar a dança do ventre como opção. O que muda é que, como praticante da dança é possível ampliar suas possibilidades e fazer deste momento só seu (das aulas) um processo ainda mais prazeroso e enriquecedor. E nos casos de ser um profissional da área, você pode se embrenhar por outros caminhos e fazer com que o sentido de sua arte se expanda para outros horizontes, além de ganhar outra perspectiva sobre o que é arte e para que ela possa servir. Enfim, são inúmeros e infindos os caminhos a serem trilhados, basta trabalhar com seriedade e embasamento. Então, eis que chego objetivamente em minha finalidade: dar-lhes um incentivo. Leiam, mergulhem, procurem novas alternativas. Conheçam não apenas a Arteterapia, mas tudo aquilo que as façam se movimentar. Mexam não somente o corpo, pois a estes movimentos já estamos habituadas. Falo aqui de mexer e remexer suas almas, suas mentes e seus corações! Erika Novaes é psicóloga, propietária e diretora do Núcleo Anima, bailarina e professora de dança do ventre. layla@nucleoanima.com.br
Para quem quiser saber mais sobre Arteterapia, algumas indicações: * BERNARDO, P. P. (1999) in ARCURI, I. G. Arteterapia: um novo campo do conhecimento. São Paulo. Vetor. 2006. * FUX, M. Formação em Dançaterapia. São Paulo. Summus.1996 * PAÍN, S. Os Fundamentos da Arteterapia. Petrópolis. Vozes. 2009
GLAMUROSA
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OFF BELLYDANCE
Uma programação diferente que envolve TEATRO, EXPOSIÇÕES e CINEMA. por ADRIANA BRIDA
PROJETO RUMOS EDUCAÇÃO, CULTURA E ARTE Inscrições até 30 junho de 2011 Em sua terceira edição, o Rumos Educação, Cultura e Arte busca apoiar a formação de profissionais que desenvolvem, em todo o país, propostas diferenciadas nos campos da cultura e da arte por meio da educação. Pretende-se, assim, contribuir para a continuidade e o aperfeiçoamento das ações existentes e para a criação de outras práticas de convergência entre cultura, arte e educação. A inscrição, gratuita e individual, é destinada a educadores, arte-educadores, educadores sociais, artistas, artistas-formadores, mestres, mediadores e agentes culturais. Esses profissionais podem ter formação diversificada, inclusive autodidata e não escolar ou acadêmica. É necessário que sejam brasileiros ou naturalizados e maiores de 18 anos ou emancipados. Devem estar atuando no Brasil e desenvolver ações fundamentadas em propostas culturais e artísticas com grupos informais, associações, cooperativas, instituições culturais ou organizações sociais. Para se inscrever, o candidato deve enviar um relato da experiência (por escrito, em áudio ou vídeo). www.itaucultural.org.br Dúvidas: rumoseducacao@itaucultural.org.br
CONSCIÊNCIA CORPORAL APLICADO À DANÇA - OTILIA FRANÇOS.
1 FEICON MODA – FEIRA INTERNACIONAL DE CONFECCIONISTAS DE MODA
Visa desenvolver a consciência corporal com base na pesquisa das estruturas físicas e nas dinâmicas de movimento, relacionada à prática da dança, possibilitando ao aluno reconhecer sua linguagem corporal ao integrar sensações e percepções ao movimento artístico. Até 01/07/2011 – sextas das 18h30 às 20h Espaço Rasa - www.espacorasa.art.br Informações: otiliafrancoso@uol.com.br
Local: Expo America - 14 a 16.06.2011 A FEICONMODA é uma feira criada para oferecer, ao publico brasileiro e estrangeiro, uma larga escala de tendências dos produtos da Região Têxtil Paulista, é uma feira que reunirá todo o mercado produtor da região – Americana, Sumaré, Nova Odessa, Santa Bárbara d´Oeste e Hortolândia - tendo como expositores as melhores empresas especializadas em Moda.
Feiras
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7 EXPOHAIR & ESTHETIC, A FEIRA DA BELEZA DO INTERIOR PAULISTA. Dias 10 e 11 de julho em Ribeirão Preto. Terá congressos, cursos, palestras, feiras e apresentações de dança. Uma feira voltada inteiramente para o setor de beleza. Acesse: www.expohair.com.br/
foto: Divulgação
Workshops
20 e 22 de junho de 2011, no Centro da Convenções Frei Caneca, a moda brasileira apresentará as novidades para o verão 2012, incentivando e gerando negócios para o setor. A feira de pedidos especializada em moda feminina reúne expositores de Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e interior, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Fortaleza, interessados em comercializar seus lançamentos. Mais informações: www.encontrodamoda.com.br/encontrodamoda
Quer saber mais sobre exposições, workshops e feiras? Visite nosso blog: revistashimmie.blogspot.com
Lumina
Qamar 2011
VIII Festival Nacional de Dança Oriental e Folclore Árabe Há 11 anos contribuindo com a Dança Oriental no Brasil
Casa de Espanha - 10/09 Competições Grande Show Oriental Mostra de Dança Bazar Árabe Oráculos apoio:
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Workshops - 11/09 No Espaço Mosaico
Cursos com as estrelas Gamal Seif (Egito) Luciana Midlej Melinda James
10 e 11 de Setembro Você também é nossa estrela. Participe! apoio:
BELLYDANCE®
www.luminaqamar.com.br - (21)2557-6922 - contato@luminaqamar.com.br LuminaQamar Produções: Adriana Almeida - Luciana Midlej - Melinda James
Programação
05 de Junho Eventre 2011 Local: Associação Aichi Rua Santa Luzia, 74 – Liberdade – SP/SP Informações: eventre@eventre.com.br Organização: Deborah e Rhazi
12 de Junho Formação Profissional em Dança Oriental Local: Al Qamar – Rua Domingos de Morais, 1497 – Vila Mariana – SP/SP Informações: 11 3578.9390 www.hannahadarah.com.br 13 a 18 de Junho de 2011 III Dançar Caxias Shopping Ballet Clássico, Jazz, Dança Moderna, Dança Conteporânea, Livre, Sapateado, Dança de Rua, Dança do Ventre, Dança Flamenca, Dança de Salão Local: Rio de Janeiro – RJ Informações: adriana.edam@gmail.com 18 de Junho Elis Pinheiro – 10 anos de Carreira Local: Teatro APCD Av. Voluntários da Pátria, 547 – São Paulo Informações: www.elispinheiro.com.br
PROGRAME-SE
de EVENTOS
19 de Junho Aniversário Khan el Khalili – 29 anos Rua Doutor José de Queirós Aranha, 320 – Vila Mariana – São Paulo/SP Informações: www.khanelkhalili.com.br
02 de Julho 1ª Noite Árabe: História e Movimento Local: Espaço Sherazade – São Luís Maranhão Informações: 098-96084278 esherazade@hotmail.com
2 de Julho 1ª Noite Árabe - História e Movimento Evento com apresentação de 14 modalidades de Dança do Ventre Local: Estrada de Ribamar, nº 12, Km 7. Informações: Espaço Sherazade Rua do arame, nº 13, Vinhais sherazade.bwsonline.net
9 e 10 de Julho Seletiva Nordeste 2 Ceará, Piauí, Maranhão, Rio Grande do Norte Credenciado Shimmie: Flávio Amoedo Seletiva Estadual e Show de Gala Inscrições abertas www.festivalnacionalshimmie.com.br
2 e 3 de Julho Seletiva Nordeste 1 Bahia, Alagoas, Paraíba, Sergipe e Pernambuco Credenciado Shimmie: Ivel al Sahar Local: Espaço Xisto Seletiva Estadual e Show de Gala Inscrições abertas www.festivalnacionalshimmie.com.br 02 e 03 de Julho Warda Festival 2011 Goiás – GO Informações: www.nataliabarreto.com.br
10 de Julho 5º Mistérios das Deusas – Festival de Dança Local: Espaço Bunkyo R. São Joaquim, 381 – Liberdade – São Paulo Informações pelo e-mail: festivalaleroncoleta@uol.com.br 25 a 30 de Julho Mosaico Brasil Egito Local: Shangrila House Rua Gaspar Lourenço, 25 – São Paulo Informações: 11 5539.5092 www.shangrilahouse.com.br
GLAMUROSA
NÃO AVACALHA NÃO!!!!!
por SAHIRA FATIN ilustração MARCO AURÉLIO CASSON
Vou a um espetáculo de Dança! Vou a um evento de Dança! Vou a um show de Dança! Vou ... O que se imagina nesse momento? Algo lindo, maravilhoso, que nos faça flutuar, vibrar, sorrir, emocionar, e que desperte todos os nossos sentidos! Mas de repente, surge algo que fere o nosso olhar! A gente desvia a atenção e quando volta, não adianta! A gente olha de novo para o mesmo ponto! Não vê mais nada... só aquela ‘coisa’. Sabem do que eu estou falando? Da falta de bom senso, da falta de cuidado, da falta de respeito! Respeito consigo mesma, respeito com o público, respeito com a dança, pô! Se eu acho que tenho corpo de “Diva”, não vou fazer um espetáculo de seminudez , a ponto de as
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pessoas ficarem com vergonha do que estão vendo! E onde fica a dança? Não seria ela, a dança, a mais importante? Ou a dança do ventre se modificou tanto a ponto de virar um espetáculo de “seminudez artística”? E as descabeladas? Tem gente que sobe ao palco com os cabelos de quem desceu da cama! E tudo isso não depende de dinheiro não! Podemos ter uma roupa simples, mas com bom gosto e bom senso, fazemos uma linda apresentação – como já vi várias vezes. Como também já vi pessoas com roupas caríssimas, que me deixaram envergonhada junto a convidados, que me questionavam o que era aquilo. E alguém via a dança dela? NÃO, claro que não! Só dava para olhar o excesso que estava sendo mostrado!
A situação era tão feia, que parecia que em vez de escutar o Said da música, eu escutava uma batida de blues à meia luz! Tudo bem, se essa for a sua preferência, opção, etc., eu respeito! Não sou ninguém para dizer se é certo ou errada a sua escolha! Só que execute a sua dança vestida dessa maneira no local apropriado! Não em um evento aberto! É por isso que eu digo, “não avacalha não”! Temos que nos modernizar, acompanhar as mudanças, mas com respeito, estilo e bom senso! E lá vou eu de novo... de quem é a culpa? Fui! Sahira Fatin é bailarina, professora e coreógrafa de Dança do Ventre. sahirafatin@shimmie.com.br
ONDE ENCONTRAR
ONDE ENCONTRAR SUA REVISTA SHIMMIE Pontos de Venda no Brasil SÃO PAULO ESTÚDIO ANA CLÁUDIA BORGES R. Dep. Emílio Carlos, 850 Campesina - Osasco - SP (11) 7749.7213 / 8216.6516 CAPEZIO Rua Agostinho Gomes, 1537 Ipiranga - São Paulo - SP (11) 2272-9677 / 2065-3100 AL QAMAR Rua Domingos de Morais, 1497 Vila Mariana - São Paulo - SP (11) 3578-9390 KAHINA BELLYDANCE Rua Doutor José, 57 Tucuruvi - São Paulo - SP (11) 2981-4311 NÚCLEO ANIMA Rua Filipinas, 106 Alto da Lapa - São Paulo - SP (11) 3641-0082
SÃO BERNARDO DO CAMPO GRUPO BELE FUSCO Rua Olegário Herculano 270 São Bernardo do Campo - SP (11) 4121-1087 GUARULHOS TITÃS DANÇA E ARTE Al. das Vitórias Régias, 194 sala 23 (sobreloja) - Shopping Park Center - Parque CECAP Guarulhos - SP (11) 2382-1517 LITORAL DE SÃO PAULO SAHIRA MA AJNIHA Avenida Conselheiro Rodrigues Alves - Santos - SP (13) 3877-7664 FRANCA ATELIÊ MAISHA SAHAR Rua Santo Antonio,1119 Franca - SP (16)3017-5969
SHANGRILA HOUSE Rua Gaspar Lourenço, 25 Ana Rosa - São Paulo - SP (11) 5539-5092
RIBEIRÃO PRETO CENTRO CULTURAL OÁSIS Av. Francisco Junqueira, 631 Sobreloja - Ribeirão Preto - SP (16) 3974-8758
SHIVA NATARAJ Rua Bom Sucesso, 1119 Tatuapé - São Paulo - SP (11) 2296-8969
RIO DE JANEIRO ASMAHAN ESCOLA DE ARTES ORIENTAIS Central: (21) 3419-8156
SEDE BOTAFOGO Rua São Clemente 12, 2ºandar Metrô Botafogo, saída Praia de Botafogo - Rio de Janeiro - RJ (21) 2527-0704 UNIDADE CINELÂNDIA Av. Rio Branco 277, 301D Metrô Cinelândia, saída Santa Luzia - Rio de Janeiro - RJ (21) 2240-3933 UNIDADE ARARUAMA Av. Capitão Vergara, 200 Coqueiral - Rio de Janeiro - RJ (22) 8814-9664 UNIDADE JACAREPAGUÁ Estrada dos Três Rios 146, H Freguesia - Rio de Janeiro - RJ dentro do Clube Olímpico (21) 4101-1590 ESPÍRITO SANTO CANTINHO ORIENTAL Orkut: Cantinho Oriental Twitter: @cantinhoriental
BRASÍLIA ESTÚDIO ZAHRA CRS 506 Bloco A – Asa Sul (61) 3242-2807 MINAS GERAIS TUFIC NABAK Av. Barão do Rio Branco, 3480 Clube Sírio e Libanês Juiz de Fora - MG (32) 8809-0560 BAHIA IVES AL SAHAR E MELL BORBA Avenida Manoel Dias Silva, 2306 Salvador - BA (71) 8820-1944 ESPAÇO AKASH DANÇAS E TERAPIAS R. Estácio de Lima, bl. 45, ap. 102 Salvador - BA (71) 8237-2006
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NOVELINHA SHIMMIE
SUBO NESSE PALCO... por RHAZI MANAT imagens iSTOCKPHOTO ilustração JOSI MADUREIRA
Chegou o grande dia: a primeira apresentação! Florzinha desligou o notebook e respirou fundo... estava muito feliz! Finalmente o dia da apresentação! Procurou a lista que a professora Habiba deu para as alunas com o que colocar na bolsa de dança. Nossa, quanta coisa! E pensar que tinha começado tudo isso por brincadeira... e já estava se apresentando! Sapatilha estava apreensiva. Disse para o marido que iria passar o domingo na casa da mãe para poder se apresentar. Ele ainda não se acostumara com a ideia de ela dançar e, para não brigar, ela resolveu fazer desta forma, pelo menos para sentir o gostinho do palco, nem que fosse por uma única vez. Estava triste por não poder compartilhar este momento com todos, mas ela não deixaria de viver esta experiência. Fadinha já tinha passado quase toda embalagem de glitter no corpo. Precisava disfarçar sua gordurinha e suas estrias! Estava muito preocupada, deveria ter feito um regime, perdido pelo menos 5 quilos antes da apresentação. Que vergonha! Se pudesse, não deixaria ninguém tirar fotos dela! Trancinha já estava passando a coreografia pela quinta vez. Tantos ensaios, tantas aulas, tanto investimento... tinha que ser perfeito! Sua bolsa estava arrumada há dois dias e estava levando CDs reserva (vai que a professora esquece!). Já tinha checado com o namorado se estava tudo certinho para levá-la ao evento. Qualquer dúvida, também tinha mapa da localização do local. A professora Habiba acordou cedo. Dia de evento é sempre aquela correria: deixar a casa em ordem antes de sair, preparar a malinha, deixar o celular sempre à mão (sempre acontecem imprevistos), maquiar-se. Às vezes ela ficava desanimada com os eventos: acordar cedo, passar o domingo inteiro fora, sempre alerta para que tudo desse certo, tendo que explicar para alunas e familiares porque o evento está atrasado, aguentar maridos impacientes, alunas altamente estressadas... chegar tarde, acordar cedo no outro dia para dar aula... Tudo isso, sem ganhar nada, mas, fazer o quê? Ossos do ofício, não é? Passada toda a correria para chegar no evento, entregar CD, falar um “oi” para todos, localizar camarim, ajudar as alunas. É chegado o grande momento... todas posicionadas no palco, Habiba acena para o DJ... prende a respiração... (continua...) Acompanhe os capítulos da novelinha Shimmie em nosso site. Rhazi Manat é bailarina, professora e coreógrafa. rhazi@shimmie.com.br
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Dia Hora Nível Segunda 20h30 Intermediário Terça 10h30 Iniciante Terça 15h30 Intermediário Sexta 15h30 Iniciante
Inscrições Abertas! Inscrições e informações Tel.: 11 5539.5092 Rua Gaspar Lourenço, 25 Vila Mariana - São Paulo - SP www.shangrilahouse.com.br
PENSAMENTOS
[...] a cortina sobe, tudo parece no seu lugar, tão harmonioso e tão fluente, mas se passaram meses, anos até se chegar ali. Por isso tenho fascínio por bailarinas: quanto esforço atrás de um gesto por baixo da aparente naturalidade.
Saber dançar te faz
PROFESSORA?
Laura de Mello e Souza, professora titular de história moderna na USP Revista Pesquisa Fapesp
foto ADELITA CHOHFI 66
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por SAHIRA FATIN ilustração iSTOCKPHOTO
Tony Layoun
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