MITOS E VERDADES SOBRE A
DANÇA DO
VENTRE EDITORIAL DE MODA
Figurinos FANTÁSTICOS vistos em detalhes
TATUAGEM Conheça tudo para fazer a sua NOVA COLUNA TRIBAL conheça esta arte plural
FESTIVAL NACIONAL SHIMMIE
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www.shimmie.com.br
Seletivas Estaduais em todo o Brasil!
KAHINA
ANO 1 Nº 3 R$ 10,00
Talento, simpatia e dedicação da nova colunista da Revista Shimmie
CONFIRA MAQUIAGEM • ANATOMIA • FOLCLORE ÁRABE • LEITURA MUSICAL • MENTE • E MUITO MAIS!
Fotógrafo: André Nunes • Bailarina: Liz Diamante
SELETIVAS EM TODO O BRASIL Bahia * Maranhão * Pará * Brasília * Minas Gerais Rio de Janeiro * São Paulo * Rio Grande do Sul
GRANDE FINAL BRASILEIRA EM OUTUBRO DE 2011 CATEGORIAS * Profissional * Amadora * Juvenil * Tribal Solo Grupo Moderno * Grupo Tradicional * Grupo Folclórico Concurso * Mostra * Expositores * Workshops * Show de Gala
Para mais informações acesse
www.festivalnacionalshimmie.com.br
DIRETO DA REDAÇÃO
Diretoria Executiva Redação Monica Nice Marketing e Negócios Daniella Ogeda Nice Design e Multimídia Adriana Brida Monteiro Produção Divina Consultoria www.divinaconsultoria.com.br
Redação Jornalista Responsável Andre Rossi - MTB 30.907 Diretora de Arte Josi Madureira
Vencendo os desafios...
Ilustração Sara de Morais
Ter sempre algo novo e interessante para mostrar em nossas páginas é a meta constante aqui da redação. Nesta edição, novidade é o que não falta: nossas novas colunistas – Kahina, falando sobre coreografia clássica, Kilma Farias, inaugurando nossa coluna de Tribal e a estréia de Teresinha Casson na coluna saúde corporal. Temos também as promoções “Seu grupo de figurino novo” e da nova coluna “Voz da Aluna” na qual você, aluna, poderá contar suas experiências! Ah, e não podemos esquecer do Festival Nacional Shimmie, com seletivas em todo o Brasil!! Bastante inovador também, é o novíssimo “Editorial de Moda”. Quando surgiu a ideia, eu já sabia que seria algo gratificante e difícil. Gratificante porque mostraremos um pouco desse trabalho tão incrível dos inúmeros profissionais dessa área, criando todos os dias os mais variados modelos de figurinos para que fiquemos cada vez mais lindas no palco. Gratificante também porque, modéstia à parte, o resultado ficou incrível. Difícil pois são muitos os profissionais e poucas são as páginas que temos para mostrar tudo. A partir desta constatação, decidimos deixar nosso editorial como coluna fixa em nossa revista, assim você poderá, a cada edição, conhecer um pouco mais desses ateliers tão maravilhosos que temos espalhados por esse Brasil. Sem contar que, como profissional da Revista Shimmie, tive diante de mim muitos desafios, que foram domados um a um, tornando-se gratos presentes. Venci medos, fiz amizades, e o mais importante de tudo, cresci imensamente como ser humano. Por isso tudo, eu só posso dizer: muito obrigada a você que lê a Shimmie!!! Que 2011 venha a todo o vapor, pois nós da Shimmie amamos desafios, afinal, estamos aqui para vencê-los! Adriana Brida Produção
Tradutora e Intérprete Thaís Cristina Casson Fotógrafa Adelita Chohfi Usina de ideias Vera Moreira Produção Gráfica Kamaleão Digital
A Revista Shimmie é uma publicação bimestral da K Editora & Comércio de Papéis Ltda, destinada ao público envolvido com a Dança do Ventre. ISSN 2178-5759. A Revista Shimmie é destinada à informação e entretenimento, não cabendo responsabilidade por conceitos emitidos em artigos assinados ou por qualquer conteúdo publicitário e comercial, sendo este último de inteira responsabilidade dos anunciantes. Não é permitida a reprodução total ou parcial de qualquer material sem prévia autorização por escrito.
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Sem esquecer que estamos em época de carnaval... Divirtam-se muito! 4
Contato Administrativo Patricia Moura
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Tel.: (+55) 11 2876.2011 www.shimmie.com.br www.lojashimmie.com.br
GPS DA REVISTA COLUNAS
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Estilo
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Figurinos
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Maquiagem
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Beleza
20
Faça você mesma
21
Cantinho das Blogueiras
22
Fusão de ideias
23
Fusão de ideias Bolero
24
Folclore
25
Me leva Lulu
32
O Homem na dança do ventre
34
Corrente do bem
36
Corpo – Consciência Corporal
37
Corpo – Anatomia
38
Saúde Mental
39
Saúde Corporal
40
Finanças
41
Meu negócio
42
No início foi assim
43
Voz da aluna
44
Dança do ventre na universidade
45
Encontrei por aí
48
Tatoo
50
Leitura Musical
51
Teoria Musical
52
Moderno
53
Clássico
54
Off Bellydance
As belezas do folclore Corpo Retangular Cores do Oriente Loiros Porta-bastão
Polêmicas na blogosfera Fusion Ballet
Festival Internacional de Baalbeck Minha primeira vez no Egito Mitos e verdades no cenário da dança do ventre masculina Sazulo - A arte transformando vidas! Desenvolvendo a consciência corporal Coluna vertebral Mitos e verdades na dança do ventre O corpo em movimento Planejamento é a ordem do dia! Zahra - Studio de dança do ventre Amara Saadeh
Você na Shimmie!!! Qual o caminho certo a seguir? Especial Tribal A arte na pele O alaúde
Derbak - Passo a passo Afinal, o que é moderno? Coreografias Uma programação diferente que envolve teatro, exposições e cinema
57
Programe-se
58
Eventos
59
Novelinha Shimmie
60
Olhos de Bastet
61
Glamurosa
6
Momentos Inesquecíveis
NESTA EDIÇÃO
13
Editorial de moda
26
Capa
46
Tribal
Turbilhões de emoções... Deusa Nut
Tirando a viseira
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Ateliers que fazem moda na dança Mitos e verdades sobre a Dança do Ventre Tribal - A metamorfose do ventre modelo da capa: Kahina fotógrafa: Adelita Chohfi
O QUE TEM NO SITE
ENQUETE
FOTOS
PROGRAME-SE
COBERTURA DE EVENTOS
ONDE ENCONTRAR
CALENDÁRIO DE EVENTOS
NOVA COLUNA: TRIBAL
VÍDEOS
MAKE-UP O RIENTAL
ONDE ENCONTRAR A SUA SHIMMIE
E MUITO M AIS!!! NOVELINHA
ENQUETE GALASSI O: FIGURINO CLÁSSIC JA? AN FR M SE COM OU
SHIMMIE
TARÔ EGÍPCIO QUINTA CART A
VEJA MAIS NO SITE
AGUARDE! NA EDIÇÃO 4
BAILARINOS: UM SHOW À PARTE EM NOSSA ARTE!
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www.facebook.com/ revistashimmie
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PROMOÇÕES
CONF CULTU IRA OS CO MBOS RAIS Q UE PREPA ROU P A SHIMMIE RA VO CÊ!!!
MURAL DAS LEITORAS
A equipe Shimmie agradece a todos nossos leitores!!! “Olá, recebi minha revista ontem e simplesmente ADOREI TU DO!!! Vocês estão de parabéns!!! Fiz até uma postagem no meu blog !”
Gisele Suriam, via Orku
t
“Tive a oportunidade de adquirir a revista no Yalla! Festival e simplesmente amei. Com certeza irei assinar, pois é de grande importância para nossa profissão termos uma revista completa e maravilhosa como essa! Um grande abraço a todos e parabéns!”
Sahira Ma Ajniha, via Orkut
“Parabéns!!A revista está muito boa, com muito conteúdo necessário, interessante e chamativo. Estou amando!!”
Suellem Morimoto, via Facebook
“Passando por aqui pra dizer: Que maravilha de revista!!! Amei de montão!!! Quando comprei a 1ª no evento do Ciad de Bauru, fiquei com um gostinho de quero mais! Então resolvi fazer a assinatura e a 2ª edição não me decepcionou!!! Matérias interessantes destinadas a quem gosta da arte, de forma clara e objetiva!!! Tudo de bom!!! Parabéns a equipa shimmie! Um 2011 cheio de dança pra vcs!!! Abraços”
Marcia, via Orkut
“A Revista está show! PARABÉNS!!!! Muito sucesso pra vocês! LiLiLiLiLiLiiiiiii!!!!!!!!!!!”
Karin Calil, via Orkut
“Meninas, chegou a nº2 em casa!! Que feliz rsrs, Bjss Adorei!”
Emiliana Canhão Benotti, via Facebook
“A revista Shimmie é ! MARAVILHOSA!!!! Fantástica!! l!!” sáve spen Leitura indi
Faridah Mahaila, via Facebook
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ESTILO
As belezas do por e ilustrações SIMONE GALASSI
FOLCLORE
Dança folclórica é sem dúvida uma das ferramentas de expressão de um povo, e para falarmos de folclore devemos em primeiro lugar respeitar os princípios e a integridade de cada cultura. Esse princípio deve se estender desde a música até o figurino adequado para cada dança. Por isso, quando se trata de folclore, ao contrário do que se pensa, devemos sim estudar muito mais do que imaginamos para não cometermos erros que podem destruir a totalidade de um show. O erro mais comum é ver bailarinas apresentando dança do bastão com música para dabke. Os erros também se estendem para a escolha dos figurinos que por vezes são mais elaborados do que deveriam ou são realmente a opção errada.
Figurinos folclóricos são geralmente muito mais simples do que imaginamos ou do que gostaríamos de usar. Os tecidos são normalmente opacos, estampados, sem transparência, traduzindo a naturalidade e a particularidade de cada povo, contrariando assim todo o glamour e sofisticação do clássico com que estamos acostumadas, mas isso não desabona suas belezas! Os cristais podem não estar lá, mas a riqueza do folclore sem dúvida é imensa! As danças folclóricas mais conhecidas no Brasil são Dabke, Raqs Al Assaya (dança do bastão), Raqs El Shemadan (dança do candelabro), Khaleege, Said, Milaya Lef, Baladi, Jarro e Pandeiro. Escolhi para esta matéria dois folclores pouco dançados aqui em nosso país: o Hagala e o Gawazee, e espero poder ajudar vocês leitoras com informações sobre os figurinos para essas danças, assim vocês poderão enriquecer seus repertórios e nós teremos mais belezas da cultura para assistir.
Hagala
Esta dança foi encontra da no Egito, perto da fronteira com a Líbia. Originalmente, um a só mulher dança em frente a uma linha de homens posic ionados ombro a ombro. O fig urino dela sempre cobre todo o cor po por um vestido, que norm almente é estampado e sobrep osto por uma ampla saia de tec ido liso com babados ou pregas , que dão muito volume ao quadril, evidenciando os movim entos pélvicos; o comprimento vai até o tornozelo para mostr ar os pés, que estão sempre calçad os por botas de cano curto ou sapatos (brilhantes ou com col oridos bordados). A cabeça da bailarina está sempre coberta po r um lenço transparente, tip o gaze, acompanhado de tiara ricamente adornada com moedas, pastilhas e tecidos brilhantes.
Simone Galassi é estilista simonegalassi@shimmie.com.br 10
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Ghawazee
os povos nômaGhawazees são uma espécie de des do deserto, rtos orientais. As cigano dos dese ees dançam em mulheres ghawaz , praças, ruas... festas populares de amplas saias, Seus trajes, além letes que podem acompanham co o, adornados por ser longos ou nã e medalhas. Os galões coloridos e descalços, pés estão sempr tornozeleiras enfeitados com alhas, e na de guizos ou med tiara feita em cabeça uma bela e metais. tecidos, moedas os padrões de Vale lembrar que s, enfeites e estampas, galõe variar de acorbordados podem encontrado do com o material e isso não em cada região, a desde lem ob será um pr originaa e eit que se resp e que or lcl fo do lidade ar. você vai apresent
Você está convidada(o) a fazer a história de nossa classe! Vamos nos unir para, finalmente, possuirmos uma associação de classe, que garanta a nós direito a: • visibilidade como conjunto para garantia de nossos direitos (previdência social, assistência médica mais acessível, assessoria contábil e jurídica, dentre outros); • divulgação da profissão como categoria organizada e representativa; • formação de grupos de estudo e discussão; • capacitação técnica e muito mais.
Mas tudo isso só será possível através da participação de todos! BAILARINAS, BAILARINOS, PROFESSORES, ESTUDANTES DE DANÇA DO VENTRE, MÚSICOS E INTERESSADOS EM GERAL, TODOS SÃO BEM-VINDOS, INDEPENDENTE DE SEU ESTILO, ESTABELECIMENTO, SEJA VOCÊ PROFISSIONAL OU ESTUDANTE. O IMPORTANTE É A UNIÃO!
Maiores informações
www.associacaoandar.com.br Apoio:
EDITORIAL DE MODA
ATELIERS que fazem
MODA na dança produção ADRIANA BRIDA fotos ADELITA CHOHFI
“A razão de termos uma paixão universal por adornos é que desejamos ser, além de obras da natureza, OBRAS DE ARTE”. Nancy Etcolf . Livro ‘A lei do mais belo’ Todas nós sonhamos com o figurino perfeito. Para isso, pesquisamos, nos inspiramos em vídeos e fotos e ficamos em busca do atelier perfeito, que ouvirá nosso sonho e acrescentará a ele beleza e arte. Com este editorial, procuramos auxiliar a sua busca por modelos, materiais e ateliers que façam do seu sonho, realidade. Quer fazer parte do próximo editorial? Envie um e-mail para brida@shimmie.com.br com o título “Editorial de Moda”
EDITORIAL DE MODA
Figurino: Traje Oriental Jewel Bustiê, Saia estilo egípcia com nesga e luvas confeccionados em tecido strech degradê com brilho importado, bordados a mão com cristais, paetês, contas, miçangas, vidrilhos metálicos e gotas. Valor: R$ 600,00 Atelier: Atelier Yasmin Hassanein Telefone: 11 4332.6528 Modelo: Vanda Fenner
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Figurino: Traje Oriental Bustiê e saia em lycra de banho, com nesgas em mousseline estampado de onça, bordado com minçangas e franjas em cristal. Valor: R$ 480,00 Atelier: Atelie Mary Fabiana Telefone: 31 3435.6183 Modelo: Bia Silencio fevereiro/março 2011 www.shimmie.com.br
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FIGURINOS
CORPO
RETANGULAR “
Moda é arquitetura. É uma questão de proporções. (Coco Chanel)
por ALEX FÃO E ADRIANA BRIDA ilustração ALEX FÃO
Embora possa parecer estranha a frase de Coco Chanel, moda e arquitetura têm muitas coisas em comum. Ambas expressam ideias, volume... movimento. E é por isso que precisamos tanto entender melhor nosso tipo de corpo.
”
O nosso objetivo desta vez é criar a ilusão de uma falsa cintura, ou melhor dizendo, evidenciar a cintura. Escolhemos para este figurino a cor verde, uma cor relaxante e de comunicação – é a cor que rejuvenesce, representa paz e transmite estabilidade. Geralmente as pessoas que gostam dessa cor são pessoas simpáticas, tranquilas, prestativas, leais... como o povo oriental.
Acessórios Este figurino já está bastante bordado, então pode ser colocado apenas um belo par de brincos, um anel e uma pulseira mais fina para completar o look. Dessa forma o conjunto fica totalmente harmonioso, sem exageros, dando lugar a quem realmente precisa ser evidenciada – a bailarina e sua dança.
Sobre os modelos:
O corpo retangular é característico principalmente das orientais. Elas são, em sua grande maioria, mulheres com baixa estatura, cintura não definida, ombros e quadril pequenos mas, em harmonia entre as medidas. Os braços e pernas são finos em relação ao corpo e em geral possuem pouquíssimas curvas.
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Na figura 1, nós usamos linhas retas demais, marcamos muito o quadril e usamos uma saia evasê. Além disso, poluímos demais o figurino como um todo com franjas. Isso para uma pessoa com um corpo retangular, que já é um corpo com linhas muito retas, é inadmissível. Na figura 2, nós usamos linhas e cortes mais arredondados, principalmente na linha da cintura para acentuá-la. Demos volume aos seios e quadril, colocando um pouco mais de bordado no geral. Para deixar o figurino ainda mais harmonioso, colocamos uma saia com cortes verticais e uma sobressaia de tecido leve, dando mais volume sem deixar com um aspecto duro.
Alex Fão – Estilista alexfao@shimmie.com.br Brida – bailarina de dança do ventre. brida@shimmie.com.br
MAQUIAGEM
Cores do
ORIENTE por VERA MOREIRA fotos ADELITA CHOHFI
“
Ao erguermos a vista não vemos fronteiras. (Ditado japonês)
”
Muitas mulheres orientais que praticam dança do ventre abrem mão de uma maquiagem mais elaborada, porque acreditam que sua pálpebra extremamente curta e repuxada não exibe um efeito interessante. Mulheres orientais tendem a ter olhos pequenos e próximos, um grande espaço entre o final da pálpebra e a sobrancelha, e nenhum côncavo – a chamada pálpebra plana. Assim sendo, a maquiagem para mulheres orientais deve ter as seguintes prioridades: 1. Iluminar bem o canto interno dos olhos, para suavizar a proximidade entre eles; 2. Ter o cuidado de fazer o traço de delineador bem fino, para não tomar toda a pálpebra, porém alongá-lo no canto externo no estilo “gatinha”, para dar um efeito de aumentar os olhos; 3. Dar uma certa profundidade à pálpebra com uma sombra mais escura. Na modelo, optamos por utilizar sombras vibrantes, como o verde, azul e o roxo, porém o verde do canto interno é cintilante, justamente para iluminar os olhos. A sombra azul do canto externo tem uma levíssima cintilância, e a sombra roxa é totalmente opaca. Este é o grande segredo: misture os acabamentos para obter um bom resultado na maquiagem – não utilize só sombras cintilantes e nem só sombras opacas. O delineador foi aplicado com um pincel finíssimo, daqueles de fazer arte nas unhas. Nos cílios, o curvar é fundamental, pois as orientais têm uma tendência natural a ter os cílios retos, portanto muito curvex. E por fim, várias camadas de rímel. Quer saber com detalhes todos os outros truques? Acesse www.shimmie.com.br Vera Moreira é bailarina e professora especializada em maquiagem de palco. veramoreira@shimmie.com.br
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LOIROS A cor do verão!
por BETO SILVA fotos FOTOLIA e DIVULGAÇÃO
Chegou o verão e muitas mulheres querem seus cabelos mais claros. Será que é hora de deixar seus cabelos loiros? Se a resposta for sim, tome muito cuidado e divirta-se com os variados tipos de loiro que estão na moda. Desculpem-me as morenas e as ruivas, mas o loiro é o marco desta década. Hoje temos loiro platina, loiro dourado, loiro avelã etc.… e também temos variados tipos de técnicas, como o reflexo californiano, e mechas que só são feitas em volta e na parte superior da cabeça. Todos eles são feitos com o papel alumínio (antes eram feitos com a toca de silicone). Tome muito cuidado com a estrutura do fio de cabelo: quanto mais loiro,
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mais danificado ele pode ficar, logo, mais manutenção ele vai precisar. Os cuidados são: • tonalizar o loiro ou lavar com xampu violeta a cada 10 dias para eliminar tons de amarelo (dourado) indesejáveis; • fazer uma cauterização a cada 5 meses para fortalecer o fio, e intercalar com hidratação para devolver a maciez e dar brilho. Temos também máscara de hidratação para você poder aplicar embaixo do chuveiro; • não podemos esquecer que estamos no verão – época de sol, praia e piscina – e devemos proteger os cabelos, aplicando neles produtos live-in (condicionadores sem
enxágue), que vão protegê-los dos raios UV, do sal e do cloro. Depois, ao lavar os cabelos, aplique máscara de hidratação para devolver a umidade natural. As dicas foram dadas; espero que fiquem sim, loiras, porque o loiro ilumina a mulher, deixando-a poderosa e sensual. Eu reparo que quando as minhas clientes querem seus cabelos loiros, é porque estão vivendo momentos ótimos de suas vidas! Espero que todas as leitoras estejam gostando das matérias. Escrevam para mim mandando o assunto que mais interessa a vocês! Beto Silva é cabeleireiro betosilva@shimmie.com.br
CONFIRMADÍSSIMO!!! Dias 9, 10 e 11 de Setembro de 2011
DSA SONIA OCHOA KAMI LIDDLE
trazendo vários tipos de fusões em SÃO PAULO. Aguardem!!! Em breve mais INFORMAÇÕES DE OUTRAS CONVIDADAS!!!
www.encontrointernacional.com.br belefusco@belefusco.com.br Contato: 11 3907-0691 / 4121-1087
FAÇA VOCÊ MESMA
PORTA-BASTÃO por MÁRCIA BAPTISTA ilustração JOSI MADUREIRA
MATERIAL 105 cm x 20 cm de tecido brim, na cor de sua preferência - “para o corpo” 105 cm x 7 cm de tecido brim, na cor de preferência - “para a alça” Linha de costura Galão bordado combinando com a cor do brim Máquina de costura
MODO DE FAZER 105 Corpo
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Brim Corpo
Galão
3,5
105 105 7
Corte 105 cm de comprimento x 20 cm de largura do brim para o corpo do porta bastão. Corte 105 cm de comprimento x 7 cm de largura do brim para a alça do porta bastão.
Dobre o brim da alça ao meio e costure a lateral e o fundo, deixando uma das extremidades abertas. Após costurar, vire a peça para deixar a costura para dentro.
Na parte do corpo, pegue uma das extremidades e costure o galão na ponta, apenas para dar um detalhe ao brim.
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Corpo
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Depois dobre o brim do corpo ao meio e costure fundo, e mais ou menos uns 10 cm da lateral. Ápós costurar este pedaço, vire a peça e arrume a costura na parte de baixo, ajeitando os cantos.
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Corpo
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Volte a costurar a peça do fundo para a lateral, porém, quando você chegar no local onde acabou a costura anterior, coloque uma das pontas da alça e continue a costurar o corpo, mas sem esquecer de dobrar o tecido do corpo, como se estivesse ainda pelo avesso.
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Corpo
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Alça
Brim Alça
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Quando faltar uns 10 cm para acabar a lateral, coloque a outra ponta da alça e costure até o final.
Marcinha é artesã e estudante de Dança do Ventre. marcinhabaptista@shimmie.com.br
CANTINHO DAS BLOGUEIRAS
POLÊMICAS na blogosfera Troca de opiniões ou estratégia de marketing? por VERA MOREIRA ilustração SARA DE MORAIS
Andy Warhol previu, nos anos 60, que no futuro todos seriam famosos por 15 minutos. Tenho certeza de que ele nem sonhava com a internet e como seria fácil e rápida a troca de informações na rede. Na realidade, o que ele jamais seria capaz de prever é que os 15 minutos de direito de cada “reles mortal” à fama e ao sucesso estariam vinculados, via de regra, a uma situação limite, envolta em opiniões contrárias demonstradas de forma apaixonada – as chamadas polêmicas. Em dança do ventre, um meio tão carente de informações, seja em sites e blogs nacionais ou internacionais, não é errado afirmar que pesa, sobre toda e qualquer pessoa que exponha seu ponto de vista na internet, o fardo de tornar-se um “formador de opinião”. É um processo natural: uma vez o escrito publicado, sempre existirá alguém que irá se identificar com sua opinião, e este alguém sempre conhece uma terceira pessoa que partilha da mesma ideia. No caso da blogosfera, esse fardo atinge a carga máxima quando o autor resolve expor sua opinião de forma sincera. A página de comentários não moderada pode virar um ambiente sadio de troca de opiniões e ideias, quando os autores envolvidos resolvem extrair o melhor da ideia apresentada. Porém, a internet é um meio não controlado, e, não raro, haverá comentários e opiniões que, além de nada acrescentarem ao assunto original, acabam por tentar desacreditar: 1. o conteúdo proposto pelo autor,
2. a credibilidade do espaço virtual e 3. a consciência crítica de quem participa da discussão. E nas situações extremas, a discussão acaba caindo na baixaria. Estando neste meio há tantos anos, pergunto-me: será que o objetivo das pessoas que estão sempre envolvidas em polêmicas está realmente relacionado à troca de ideias, ou trata-se, única e exclusivamente, de explorar o marketing do “lado negro da força”? Quando eu participo de uma discussão virtual, ao expor minha opinião, eu deixo também registrados meu avatar (imagem de visualização) e o link para acesso ao meu próprio espaço, seja ele blog, ou vlog ou até mesmo orkut. Se alguém se identifica com o meu comentário, certamente irá clicar em meu link e acessar meu espaço. Poderá, inclusive, tornar-se uma seguidora. Percebe como participar de discussões polêmicas pode ter um objetivo “além” da exposição de ideias? Existem alguns assuntos que são garantia de polêmica e vários comentários: ”Selos de Qualidade”, “Padrão estético na dança do ventre”, “Dança do Ventre – Arte X Concursos”.
Algumas blogueiras evitam dissertar sobre estes assuntos, por receio de que sua opinião seja divergente de alguém que ela admire, ou mesmo de que sua opinião venha a atingir alguma bailarina importante do meio. Divulgar seu ponto de vista e/ou discutir sobre todo e qualquer assunto em seu espaço virtual é direito de todos. Se você tem vontade de escrever sobre algum assunto considerado “polêmico”, deixe fluir! É importante lembrar que o blog é um diário virtual, e não um site de pesquisas. Quem está disposto a polemizar, o fará sobre qualquer assunto. Estabeleça um filtro para o que é produtivo – opiniões que podem ser de utilidade para você e suas leitoras – e continue blogando, publicando suas impressões sobre a vivência com a dança. Escreva de forma simples, porém eficaz, e esteja certa de que, independente dos feedbacks negativos, este espaço virtual sempre será seu – e você poderá utilizá-lo da forma que achar melhor! Vera Moreira é blogueira veramoreira@shimmie.com.br
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FUSÃO DE IDEIAS
Fusion
Ballet por DANNA GAMA imagem FOTOLIA
Simmm!!! Apesar de muitos relutarem, ou detestarem (às vezes sem nunca ter feito sequer uma aulinha), o ballet é além de um estilo de dança que podemos “fundir”, é também uma perfeita BASE para nossa postura, linha corporal, disciplina. Então vamos lá... 5,6,7,8... Eu vejo fusion com ballet de uma maneira mais ampla. Com as outras modalidades, usamos alguns dos movimentos, fazemos um mix com as músicas, e até mesmo usamos um figurino do estilo com o qual estamos fundindo. Quando se trata do ballet, acho que não devemos nos preocupar em escolher uma música de Tchaikovsky, colocar um “tutu” e sair piruetando como a Ana Botafogo (linda, plena, um luxo, mas deixemos isso para as bailarinas clássicas). O importante do clássico é a essência, a limpeza dos seus movimentos, a musicalidade, a postura, a linha corporal, os pés muito esticadinhos, as meias pontas altas... ufa! Tem muita coisa que podemos buscar no ballet e acrescentar a nossa dança. Um pouco de história: o ballet clássico originou-se das danças coral-cortesãs, e estruturou-se na Itália, antes de se desenvolver na França por volta do século XVI. Por volta de 1600, o rei Luis XIV, especialmente, amava dançar e estrelar as produções do ballet da corte. Quando ele tornou-se muito velho e gordo para se apresentar, continuou a ser um dos maiores defensores do ballet. Fundou o Académie Royale de Danse, que mais tarde tornou-se o Ballet da Ópera de Paris. Os artistas eram 22
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sempre homens e usavam máscaras. As mulheres foram incluídas como bailarinas a partir de 1681. O Romantismo na dança foi introduzido por Marie Taglioni. Assim, as bailarinas tornaram-se seres quase irreais, em um ideal de imaterialidade. A técnica e a estética da dança foram revolucionadas. Taglioni usou pela primeira vez o sapato de ponta, e este dava às bailarinas a condição de realizar movimentos com um grau de dificuldade muito maior nas pontas dos pés, além do tutu - possibilitando liberdade para os movimentos. Marius Petipa preparou vários bailarinos de grande talento e coreografias imortais (os Repertórios: Lago dos Cisnes, A Bela Adormecida, La Bayadère, Dom Quixote e vários outros.), e Enrico Cecchetti preparou os mais famosos nomes da dança internacional, como Anna Pavlova. No começo do século XX, o ballet teve um impulso, que se deve a Sergei Diaghilev. Para quem quiser apreciar talentos incontestáveis, procure assistir a Mikhail Baryshnikov, Rudolf Nureyev , Margot Fonteyn, Ana Botafogo, o Kirov Ballet, o American Ballet e ahhhhh... lógico, não deixem de assistir Les Ballets Trockadero, vocês não vão se arrepender. Para o ballet clássico, a dança deveria ser interpretativa, mostrando o espírito dos atores, em harmonia com a música. Isso te lembra algo? Na dança oriental árabe, uma das nossas grandes intenções é conseguirmos interpretar a música, fazer o nosso corpo “tocar” o derbak, mostrar nossa essência. Bom queridos, pergunta: quando vamos usar o ballet? Resposta: o tempo todo!
Iniciando pela nossa postura. Todos sabemos que para termos equilíbrio e postura precisamos contrair o abdômen e elevar o tronco. Isso é a postura básica do ballet clássico, salvo que no clássico usamos a contração do glúteo também. O “em dehors” – postura em diagonal para fora – é a mesma que usamos para a postura de nossos pés, como no ballet. O “plié” é a posição que corresponde à flexão dos joelhos. Não dançamos com os joelhos estendidos, senão não conseguiríamos fazer nem um shimmie sequer. Olha aí... postura do ballet novamente. E atire a primeira pedra quem nunca girou várias vezes em deslocamento (isso é “chainés”), ou quem nunca fez o “passo da Chapeuzinho Vermelho” – como intitulou a minha amiga Giu –, pois é, isso é um “Chasse”; ou ainda quem nunca se alongou toda, com a perna estendida à frente ou atrás na meia ponta e colocou-se suavemente ao solo paraumamarcaçãodequadril... parabéns, você fez um “arabesque”, terminando em um “fondu”. Então é isso meus amados.... deixem de ser relutantes e façam uma aulinha de clássico, nem que seja para dizer que já tentou. Talvez você não goste, ache difícil ou dolorido. Mas posso garantir, vai te ajudar muito a dançar o que você mais ama, que é a dança oriental, e que você vai passar a ser a Sininho da dança do ventre de tão leve no palco. Danna Gama bailarina, professora e coreógrafa de Dança do Ventre. dannagama@shimmie.com.br
BOLERO
A primeira conquista, o romantismo, a classe, o sentimento... Isso quando falamos de dança de salão apenas... Será?
por ISIS MAHASIN imagem FOTOLIA
O ritmo bolero mescla raízes espanholas com influências locais de vários países hispano-americanos. Surgiu na Espanha, mas sofreu modificações, especialmente desenvolvendo temas mais românticos. Já em relação à música, podemos falar que surgiu na voz do cubano José Sanchéz, e posteriormente foi adotado pelos mexicanos (inclusive um dos mais célebres boleros é o mexicano “Bésame Mucho”, composto por Consuelo Velásquez). E o que a dança do ventre tem a ver com isso? Tem a ver por causa das argentinas! Sim, foram as argentinas quem incorporaram o bolero ao nosso mundo bellydance, inclusive podemos dizer que o ritmo bolero é uma versão mais lenta de outro ritmo, a Rumba. Veja só: enquanto o nosso querido bolero possui a estrutura de 4/4: DUM TAKA TA TAKA, a Rumba possui a estrutura 2/4: DUM DUM TAKA TAKA. É difícil não confundir! O bolero costuma aparecer em músicas clássicas ou até mesmo em partes lentas da música, como base de um taksim, mas com o atual mercado de fusões, ficaria ótimo incorporar alguma fusão com a dança de salão, visto que o ritmo também é encontrado em músicas modernas egípcias. Neste caso, o ritmo permite à bailarina expressar-se mais livremente. Pode-se e deve-se usar passos de outras danças: jazz, contemporâneo, dança de salão, etc. Podemos dizer que a bailarina precisa ter bastante expressividade ao interpretar esse ritmo, para realmente incorporar a origem. Uma dica: ele também combina perfeitamente com véus, arabesques e deslocamentos suaves. A bailarina tem que ser leve e extremamente feminina. Apenas cuidado com os figurinos! Sim, estamos no Brasil, o país das misturas, mas alto lá! É sempre bom enfatizar a importância de uma boa pesquisa para haver uma boa fusão, pois quanto mais informações, mais rica e bela ficará a coreografia, e menos erros serão cometidos. Podemos encontrar muitas informações na internet e em vídeos, mas lembre-se sempre de consultar algum mestre para não cair nas armadilhas que o mundo virtual pode pregar. Caso você chegue a coreografar uma música com o ritmo bolero, este sendo apenas uma passagem da música clássica (por exemplo, quando você sai de um said e entra em um maksoun), e utilizar do nosso repertório de movimentos árabes, está liberada a barriguinha de fora e o figurino clássico habitual. Quanto às músicas, posso indicar: Bolero de Mário Kirlis, Ojos Negros e Reflejo del Alma do Horus Arab Music. No Youtube, sugiro que vejam os vídeos de Jaime Arôxa e Bianca Gonzalez. Isis é professora, bailarina e coreógrafa de Dança do Ventre. isismahasin@shimmie.com.br
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FOLCLORE
por TUFIC NABAK fotos ARQUIVO PESSOAL
Festival Internacional de Baalbeck O conflito da música ocidental e oriental Não poderia deixar de registrar o quanto fiquei emocionado ao assistir o espetáculo de música e de dança árabe "Wa mina el hobbi ma katal" (Too Much Love... Kills – Amor Demais... Mata), produzido e dirigido pelos grandes e renomados músicos libaneses Melhem Barakat e Ghassan Rahbani, realizado no dia 10 de agosto de 2010, nas ruínas de Baalbeck. O espetáculo retrata o conflito entre a música oriental e a ocidental, mesmo que a música seja a alma da vida e a linguagem do povo. A encenação teve uma duração de duas horas, contando com uma estrutura fantástica, produzida num dos maiores centros arqueológicos romanos do mundo, Baalbeck. O espetáculo engloba as três artes: a música, a dança e o teatro, contando com 100 artistas entre músicos, bailarinos e atores.
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As músicas foram compostas pelo autor Nizar Fransis, que é natural da minha cidade de origem, Ras Baalbeck, e as coreografias foram elaboradas pelo coreógrafo Malek Alaandári. Foi um momento mágico visitar novamente a terra do folclore libanês, onde pude desta vez apreciar este grandioso espetáculo no teatro romano do Festival Internacional de Baalbeck. É realmente um festival que encanta qualquer um pela sua produção, qualidade, estrutura e organização, realizado num dos mais importantes patrimônios histórico-culturais do Líbano. Tufic Nabak é professor, bailarino, coreógrafo e pesquisador. tuficnabak@shimmie.com.br
ME LEVA LULU
Minha primeira vez no
EGITO Direto do túnel do tempo por LULU SABONGI fotos ARQUIVO PESSOAL
Faz tempo, tanto que parece pertencer a outra época. Era o ano de 1998, e eu nunca tinha visitado o berço da dança. O sonho era grande, a expectativa maior ainda, e em termos de estrutura, eu estava “danada”. Quem me ajudou da primeira vez foi o “Babinha” – Sr. Lutfy Zaied -, marido da Tia Cecy, que faleceu no ano de 2010, e foi minha primeira designer. Nesta época, o nosso grande grupo era formado de 4 bailarinas, que hoje estão pelo mundo, cada uma em seu próprio caminho. Eu, Shahar, Soraia e Munira. Muitos sonhos na mala, e uma fantasia enorme a ser realizada. Babinha prepararia para sua esposa um desfile seguido de show num hotel no Cairo, e lá fomos nós. A ideia era apresentar algo do Brasil, e em seguida um show árabe. Eu havia tomado dinheiro emprestado, pois a viagem duraria 45 dias, e precisava de um suporte a mais. O engraçado foi que deixei o Brasil com o dólar equivalente a nossa moeda da época, mas durante minha estada por lá, o dólar aumentou duas vezes, e quando voltei, devia 3 vezes mais do que quando saí. Uma destas viagens que se tornam inesquecíveis, pelo tempo que demoramos para pagar. Imaginem só vocês, nós quatro ensaiamos samba e axé, e apresentamos por lá, na abertura do show!
Nossos figurinos tinham de tudo. Quem nos ensaiou na época foi um amigo meu, professor de axé, baiano dos bons, chamado Marquinho. Na parte árabe do show, tivemos um dos músicos que já havia tocado para Fifi Abdou. Uau! Aquilo por si só parecia valer a viagem. Nas primeiras duas semanas fizemos o básico, visitando museu, pirâmides, bazar e fábrica de tapetes. Fumei minha primeira shisha, fiquei tonta e dancei. Vi a primeira bailarina estrangeira apresentando-se no Egito... lembro até hoje, ela era asiática, nós não nos conformávamos. Hoje em dia como sabem, o que mais tem é bailarina de outros países que se muda para o Egito, perseguindo um sonho que poucas têm a chance de alcançar de fato. Um dos momentos máximos, pelo menos em minha cabeça, foi quando chegamos de um passeio pelo deserto, perto das pirâmides, e Babinha tinha preparado música ao vivo para nos receber. Nós estávamos entre os habitantes típicos, tocando mizmar e tabl, com os cavalos em volta, felizes, e meninas, com os pés no chão e dançando no meio da bagunça. Carregávamos nos ombros e na cabeça fantasias e sonhos que se transformariam ao longo dos anos, tomando outros rumos e direções.
A dança continuou conosco por onde fomos. Soraia hoje é um nome respeitado e conhecido no Cairo e em todos os pontos que visita, ensinando ou dançando. Munira manteve-se no Brasil, e também é um símbolo da qualidade da dança, que reverbera por onde passa. Neste momento vive em plenitude uma das faces da mulher, pois está grávida mais uma vez. Shahar hoje mora em Londres, e levou sua alegria e conhecimento para esta parte da Europa. Ela continua viajando e ensinando o que desenvolveu tão esplendidamente aqui. Eu, todo mundo sabe, também continuo irmã da dança, e a carrego por toda parte. Aqui ou fora do Brasil, uma parte daquela menina continua viva e aprendendo. Os grandes festivais ainda não tinham nascido, mas aquelas que amam esta dança já estavam presentes, como hoje, independente da parte do mundo onde morem. Todas continuamos o sonho começado, que hoje é parte da realidade de cada uma destas mulheres. Feliz Ano Novo para todas nós – doidas por dança!! Lulu Sabongi é professora, bailarina e coreógrafa de Dança do Ventre. lulusabongi@shimmie.com.br
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Muito se fala sobre a Dança do Ventre, principalmente no momento que a mulher procura um curso de dança para se matricular. Selecionamos seis mitos, para início de conversa. Acreditamos que você, professora, com certeza já ouviu estas questões e, você, aluna, já se perguntou sobre elas, e hoje se esforça em explicar para suas amigas sobre estes mitos. Se você que está lendo ainda não pratica a dança do ventre por qualquer um destes motivos, não sabe o que está perdendo!!!
MITOS E VERDADES SOBRE A
por KAHINA, AISHA SAMIYAH, SAHIRA FATIN e JOELMA BRASIL fotos ADELITA CHOHFI
VENTRE
DANร A DO
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CAPA
Mito número 01:
“JÁ NÃO SOU TÃO NOVA...” por SAHIRA FATIN
Escrevi este artigo para o blog de Luana Mello, e acredito que esteja ainda atual. Antes de qualquer argumento longo e com explicações técnicas e muitas vezes tediosas, quero dizer que tenho 51 anos, comecei a estudar a dança aos 39, portanto o que você irá ler aqui não são teorias, mas sim situações vividas por mim. “Quando comecei, era uma aula particular com uma amiga que vinha em minha casa e dava aulas para minhas filhas e para mim. Até aí tudo bem. Após um ano resolvi procurar uma escola de dança do ventre. A minha primeira turma era formada por: uma menina de 13 anos, outra de 14, minha filha de 10 e eu de 39 anos! Não preciso nem falar das frustrações, limitações, e tudo o mais que me envolvia na época. Só uma mulher de meia idade como eu pode entender o que se passou comigo. Ah, sem contar que minha professora tinha somente 17 anos! O que fazer? O meu processo de aprendizagem do corpo era mais lento! Aquilo que era para ser algo maravilhoso tornara-se a notícia escancarada em minha mente de que eu estava ficando VELHA!! Quando foi que o tempo passou e eu não vi? Chorei muito! É interessante como o ser humano só sabe analisar por comparações! Hoje dou risada da minha “infantilidade” da época! Mas eu queria dançar! A música tocava dentro de mim!!! Tocava dentro de mim? Espera aí... EU POSSO!!! Não sei como, mas posso! Sabe por quê? Porque todas essas emoções de que a música fala, eu as vivi! Eu chorei, eu ri, eu amei, fui amada, eu sofri, fui feliz, e tudo isso está aqui dentro. Talvez eu não tenha a agilidade de um quadril de 15 anos, mas elas não têm a musicalidade de um piano ou um violino solando com toda a doçura e encanto! O que fazer? Estudar, estudar, estudar! Dedicar-se mesmo! Dedicar-se à dança? Sim, mas dedicar-se a mim mesma principalmente! Respeitar meu tempo de aprendizado! Até hoje, não sou uma bailarina que pega as coisas de primeira. Tenho que ir para casa e estudar. Entender toda a construção do passo, para depois sim, colocá-lo na dança. Mas e daí? É assim que eu aprendo! Lógico que esse “encontro” comigo mesma não foi da noite para o dia. Teve uma pequena estrada a ser percorrida, mas valeu a pena. Não existem limites para uma pessoa que quer realmente chegar a algum lugar! Hoje ponho os meus troféus ao lado dos troféus da minha filha! O que acho importante também: Primeiro: escolha bem suas professoras. Uma pessoa que sabe dançar não está necessariamente capacitada para dar aula. Uma professora tem que saber identificar as limitações da aluna e ajudar a superá-las! Tive boas professoras. Mas tive uma MESTRA (Luana Mello), que soube extrair de mim toda a essência para a dança, que me ensinou muito mais que passos, ensinou-me o caminho, e isso é algo muito valioso. Segundo: Se você quer dançar, quer subir ao palco e tudo o mais, então se cuide, né? Em vez de um doce, coma uma fruta. Em vez do refrigerante, tome uma água ou um suco natural! Em vez de ficar vendo novela, vai fazer uns abdominais! Ame-se, cuide-se, invista em você! Então, o que impede as pessoas de fazer o que elas querem são elas mesmas! Você quer dançar? Então dance! Não é a idade que te impede! Respeite-se! Estude! Se eu consegui, você também pode! Basta dedicar-se com muito amor, que o resultado vem!”. Nome artístico: Sahira Fatin Data de nascimento: 09/01/1960, COM MUITO ORGULHO!!
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Mito número 02:
“SOU GORDINHA, NÃO POSSO DANÇAR!” por JOELMA BRASIL
QUEM DISSE ISSO??? Alguma lei? Alguma regra na sociedade? Alguma escola? Alguma professora? Alguém? Bom, se alguma dessas hipóteses acontecer com você, denuncie. Não existe mulher que não possa dançar, e que não tenha a possibilidade para isso. Você pode e deve DANÇAR! Quando a gente gosta e tem vontade de realizar alguma coisa, devemos procurar, pesquisar, mergulhar fundo e fazer com vontade e amor. Você não sabe o quanto ficará poderosa dançando! Sem contar que a dança melhora a auto-estima e traz inúmeros benefícios para o seu corpo. Mas e o nosso tamanho? O que fazer com ele? APROVEITAR... Somos maiores, por tanto ocupamos mais espaço, enchemos mais os olhos de quem vê, temos pernas mais fortes, temos maior quadril (que para a dança é ótimo), somos mais alegres (não passamos o dia todo só com alface), temos largos sorrisos, enfim... Nossa, quanta coisa a mais nós temos! O peso a mais é só um detalhe. Isso não é uma apologia à obesidade. Devemos cuidar da nossa saúde, da nossa alimentação e praticar atividades físicas, mas sempre respeitando o nosso biotipo. Mostre as suas qualidades como pessoa, ser humano, mulher, dançarina, apreciadora da arte, e seja feliz! Respeite a si própria como você é. Isso só nos faz bem. Nunca desisti de dançar por ser gordinha. Sempre que vou dançar, seja onde for, entro com vontade de sentir prazer e de fazer as pessoas que assistem felizes. Aproveitei tudo a meu favor. Já dancei no Egito e em vários países. Também criei uma grife de figurinos de dança do ventre para nós, que se chama GG, que para mim significa GATA GAROTA, ou GRANDE GAROTA; estou criando figurinos lindos, que valorizam nossas formas, e nos deixam a vontade com nosso tamanho. Sejam bem-vindas a um novo caminho de novas oportunidades. Quem dança é mais feliz. Se eu consegui, você vai conseguir também!!!
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CAPA
Mito número 03:
“A DANÇA DO VENTRE FAZ A BARRIGA CRESCER?” por AISHA SAMIYAH
Isso não é verdade. A Dança do Ventre, se for trabalhada de forma correta, irá trabalhar o corpo inteiro, incluindo articulações, tendões e muito mais, fortalecendo os músculos da barriga e automaticamente criando uma postura melhor. A dança do ventre recebe todos os tipos de corpo, o que é trabalhado é a técnica, e não um corpo magro ou gordo.
Mito número 04:
“ESSA DANÇA É UMA DANÇA ERÓTICA?” por AISHA SAMIYAH
A dança do ventre não é uma dança erótica, ela tende a aflorar a feminilidade da mulher, assim deixando-a mais delicada em seus movimentos corporais.
Mito número 05:
“SE ELA DANÇA BEM, DEVE SER UMA ÓTIMA PROFESSORA!” por AISHA SAMIYAH Mito. Quando você decidir fazer aulas de dança do ventre, procure por uma professora que tenha um trabalho sério com a dança, procure saber mais sobre o currículo dela, assista a uma aula e perceba se ela tem uma boa didática ao ensinar essa arte tão preciosa. Ao adquirir confiança, sente-se com ela e tire todas suas dúvidas, assim você irá saber realmente a verdade - que a dança pode mudar sua vida para melhor.
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Mito número 06:
“PRATICAR BALLET CLÁSSICO É NECESSÁRIO?” por KAHINA
Penso que é necessário e primordial! Hoje muito se discute sobre a modernização da Dança do Ventre, com influências excessivas do Ballet e esquecimento do tradicional, mas se voltarmos um pouquinho no tempo veremos Naima Akef (grande bailarina egípcia) já utilizando arabesques em sua dança - isso na década de 50! Ballet Clássico na Dança do Ventre já é fato consumado. Cheguei a essa conclusão através de estudos e da simples pergunta: no desenrolar de uma música clássica árabe, como poderíamos preenchê-la sem arabesques, grandes giros e deslocamentos? Outra dúvida frequente: onde buscar conhecimento para executar tais movimentos, que possuem um nível técnico tão complexo? O Clássico, iniciado na infância, tem como objetivo a formação que dura oito anos. Muitas bailarinas se veem desestimuladas a praticar, achando que terão que frequentar uma academia especializada, e fazer aulas de collant e sainha rosa entre as crianças de três a cinco anos, e não é nada disso! Em algumas escolas de dança (inclusive na minha) já existem aulas de ballet para adultos, inclusive com direcionamento às bailarinas de Dança do Ventre. Veja o que as aulas de Ballet podem te trazer ou acrescentar: • Encorajamento à disciplina pessoal e física - o que é primordial para qualquer bailarino; • Controle e conhecimento do corpo; • Correção da postura e habilidade corporal; • Auxílio na relação entre música, ritmo e movimento controlado; • Alongamento; • Melhora da habilidade para execução de sequência coreográfica; • Conhecimento e vivencia em outro estilo de dança. Pratique Ballet Clássico e seja uma bailarina elegante, segura e muito mais completa!
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O HOMEM NA DANÇA DO VENTRE
Mitos e verdades no cenário da
Dança do Ventre Masculina por FLAVIO AMOEDO foto ARQUIVO PESSOAL
Acompanhando a temática de nossa Revista, vou colocar os principais mitos e verdades dentro de minha área de atuação. O primeiro: Homens dançam a dança do ventre? Há 15 anos, desde o 1º dia de aula escuto isso... lembro-me como se
fosse hoje, a professora dizia que não se tem certeza da real origem da dança e de participação masculina nesta arte. Existem muitas teorias, mas nenhuma relata com exatidão, e sempre nas pesquisas há um ponto que nos deixe dúvidas. Sigo o princípio de que, como na história não existe nenhum fato concreto, quem é que pode afirmar que homem não pode dançar? O mercado? A história? Então... dancemos todos, pois a arte é uma só. Com que roupa os homens devem dançar a dança do ventre?
Devemos procurar, em primeiro lugar, estar bem com nós mesmos e adotar um estilo próprio. Depois disso, tentar usar a melhor roupa possível, adequada ao nosso físico, pois vale ressaltar que o figurino é o complemento. Ele deve ser escolhido com muita segurança e com muito zelo, pois ser sensual é diferente de ser vulgar; muito cuidado. Não existe bailarino feio, temos que estar atentos ao conjunto, como roupas, musicalidade, movimentos, e a própria maquiagem (no caso dos rapazes, quanto mais simples, mais bonita). Com a somatória destes itens, com certeza o resultado será você mais atraente, bonito e sensual. Não devemos relaxar em absolutamente nada, incluindo alimentação, postura, ética, respeito, figurinos e maquiagem, tanto nos dias de apresentações, quanto no dia dia, pois somos observados com frequência. Na dança do ventre masculina também há o estrelismo? O estrelismo na dança é visível em alguns homens e em algumas mulheres. A cada dia é mais comum, infelizmente. Quanto mais natural você for, com certeza mais aceito será, pois, constantemente levantamos a bandeira do “não ao preconceito” e a “favor do conceito”, por isso devemos ser nós mesmos e não apenas um personagem. Vale ressaltar que humildade e respeito com o próximo é fundamental para o crescimento tanto profissional quanto pessoal. Portanto, para ser um bom profissional na dança do ventre, é necessário antes de tudo acreditar em você mesmo, pois com certeza sua dança e sua carreira serão melhores! Flávio Amoedo é bailarino e professor de dança do ventre. flavioamoedo@shimmie.com.br
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PROMOÇÕES EXCLUSIVAS PARA ASSINANTES! SEU GRUPO DE FIGURINO NOVO!!! Assine a revista Shimmie e envie um vídeo com a coreografia do seu grupo até o dia 20 de Fevereiro de 2011 e concorra a um figurino exclusivo do Atelier Yasmim Hassanein Mais informações: www.shimmie.com.br revistashimmie.blogspot.com
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ara de Souza Lin ck – Novo Hamburgo – RS
CORRENTE DO BEM
A ARTE TRANSFORMANDO VIDAS! por AYLA CRISTINA fotos ARQUIVO PESSOAL
O ano era 2009. Um grupo de 4 alunas começava sua jornada na Dança do Ventre em um curso oferecido pela Sazulo – Associação de Amigos da Zona Sul de Osasco. Ministrado pela professora e bailarina Ayla Cristina (voluntária), a turma foi crescendo, aperfeiçoando-se, e hoje são quase 50 que, muito mais que alunas, tornaram-se amigas e transformaram a trajetória pessoal de cada uma através da Dança.
ASSOCIAÇÃO SAZULO A Sazulo é uma entidade sem fins lucrativos, fundada em 5 de maio de 1985, sendo referência na Zona Sul de Osasco, com objetivos urbanos, sociais e educativos. Atualmente atende mais de 1.200 associados nos cursos de informática, teatro, dança do ventre, dança infantil, dança de salão, ballet, manicure/pedicure, capoeira, kung-fu, futsal, ioga, artesanato, tear, desenho, pintura em tecido, jazz, ginástica, escovista, violão, secretariado executivo, e oferece ainda a prestação de serviços especiais de profissionais como dentistas e advogados, além de orientação previdenciária. Além dos cursos oferecidos, mediante uma taxa mínima de mensalidade para manter as atividades da sede, a Sazulo realiza grandes eventos na cidade de Osasco nas datas mais importantes, como Páscoa, Dia das Crianças e o almoço de Natal, oferecido todo dia 25 de Dezembro, para mais de 5.000 pessoas.
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SAZULO Pres. Sérgio Dinizo Presidente de Honra Ver. Rogério Lins. http://sazulo.blogspot.com
DANÇA DO VENTRE O curso de Dança do Ventre é um dos mais procurados na Associação. As alunas da professora Ayla Hatiti são conhecidas hoje como grupo de Dança Filhas do Deserto. Elas estão divididas em 3 turmas fixas que participam de eventos e shows durante o ano. O grupo é formado por mulheres de várias idades, donas de casa, aposentadas, estudantes e crianças. Segundo a professora Ayla Hatiti “por mais heterogêneo que pareça, essas meninas tornaram-se amigas, ajudando umas às outras no aprendizado, e são como uma família nova, onde cada uma tem responsabilidade pela outra, tanto nas aulas como na vida pessoal”. Um exemplo disso foi visto na confraternização de final de ano, onde cada uma falou de sua experiência particular na dança até agora, com direito a muita emoção e lágrimas nos depoimentos. O grupo ganhou um espetáculo (realizado no dia 30 de janeiro) com seu nome no Teatro Municipal de Osasco, com a presença ilustre de bailarinas importantes e da maior estrela da dança oriental do Brasil, Lulu Sabongi. http://filhasdodeserto.blogspot.com
GRIFFE GG GATA GAROTA
Ballet Dança Cigana Artigos para dança
Rua São Paulo, 116 Itatiba . São Paulo Tel.: 11 4524.4304
Academia Agita Brasil Av. Joaquina Ramalho, 198 1º andar Vila Guilherme - SP Tel: 2909.6885 / 8460.2093 / 67005729 e-mail: agita.brasil@hotmail.com
OLHOS DE BASTET SAMÝRA MURADDY
ATENDIMENTO, CURSOS E EVENTOS BORRA DO CAFÉ TAROT EGÍPCIO TAROT BARBARA WALKER BARALHO CIGANO RUNAS QUIROLOGIA
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CORPO - CONSCIÊNCIA CORPORAL
Desenvolvendo a
CONSCIÊNCIA CORPORAL Conceito de Espaço por HANNA HADARA
É fato que as mais variadas formas de atividades físicas contribuem para a descoberta e desenvolvimento da consciência corporal. Mas a questão é como aplicar corretamente suas técnicas, métodos e ideologias, na nossa prática em dança oriental. Foi essa pergunta que me levou a aprofundar os conhecimentos nos estudos de Laban, e assim aplicar suas notações sobre os fatores de movimento e suas qualidades em minha dança, possibilitando um novo caminho para o desenvolvimento da consciência corporal e para a ampliação do repertório de movimentos. Rudolf Von Laban, nascido no século XIX, na então Áustria-Hungria (que hoje não existe mais), foi bailarino, coreógrafo, e um dos maiores teóricos da dança no século XX. Foi ele quem sistematizou o movimento. É tido ainda como o pai da dança-teatro. Ou seja, deixou uma das obras mais importantes para o mundo da dança. Ao observar as ações corporais, ele identificou que os movimentos estruturam-se por meio da capacidade mental/emocional/física, e denominou quatro fatores de movimento: espaço, peso, tempo e fluência. Nesta edição, descreverei e abordarei um dos exercícios que desenvolvi para a prática dos fatores espaço, e na próxima edição para o peso. Nas demais, tempo e a fluência.
Espaço O fator espaço é denominado como o princípio da realidade, ou seja, quem eu sou e quem é o outro. A tarefa do fator espaço é a comunicação que fazemos ao nos relacionarmos com o outro e com o mundo que nos rodeia. A atitude relacionada ao espaço é a atenção, que informa o “onde” do movimento. As qualidades do fator espaço são: a direta e a flexível. A qualidade direta emprega movimentos retos e lineares, sem torção dos membros e do tronco, com uso restrito do espaço. E a qualidade flexível emprega movimentos torcidos, com uso do espaço tridimensional. Ex: um oito para frente (movimento sinuoso) pode ser feito numa linha reta (qualidade direta), enquanto uma batida lateral de quadril (movimento seco) pode ser realizada desenhando linhas sinuosas (qualidade flexível). Prática: fazer qualquer movimento da dança oriental explorando as possibilidades descritas abaixo e aplicando as qualidades direta e flexível. 1. Direções: frente, trás, laterais, e diagonais anteriores e posteriores 2. Níveis: alto, médio e baixo 3. Planos: horizontal e vertical 4. Sentidos: horário e anti-horário; 5. Extensões: pequena, normal e grande 6. Linhas: reta, angular e curva Hanna Hadara é bailarina, professora, atriz e coreógrafa. hannahadara@shimmie.com.br 36
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CORPO - ANATOMIA
COLUNA Vertebral Do pescoço ao cóccix por LAYLA ALMAZA foto iSTOCKPHOTO
Assim como a bacia, acredito que este é o tema mais importante e mais complexo. Por maus hábitos e várias atitudes erradas, muitas pessoas têm má postura e problemas na coluna. Prova disso é a criação do RPG (Reeducação Postural Global), especialidade que nos enche de etiquetas para nos “consertar” e nos fazer ver que nossos erros muitas vezes começam em como nos levantamos da cama pela manhã. Deus salve os fisioterapeutas especializados em RPG! A coluna divide-se basicamente em 5 partes: • Cervical (pescoço) • Torácica (costas) • Lombar (altura dos rins) • Sacral (encontro com a bacia) • Cóccix (encontro com a pelve) Nossa coluna é toda articulada, entre uma vértebra e outra existem discos chamados discos de fibrocartilagem, o que permite nos movimentarmos em várias direções e nos dá possibilidades em desenhos na dança. A coluna nos sustenta e faz a ligação de todos os membros do nosso corpo. Porém, muitas vezes, vemos bacias desencaixadas. É muito comum as mulheres terem cifose e escoliose. Nós sabemos que salto
alto prejudica a coluna, no mínimo – eu amo salto! Também sabemos que é preciso andar ereta (mas depois de 10h de trabalho...), então comecei a parar com essas desculpinhas esfarrapadas e me policiei. Se deu certo comigo, capricorniana de personalidade firme (um capricorniano nunca admite que é teimoso!), com você vai ser mais rápido, acredite. Contrair o abdômen liga nosso tônus central – lembra do QG dos tônus? Fazendo isso, a coluna já foi para uma posição mais correta. Tenho uma didática que aplico com as minhas alunas; é a seguinte: para colocar os ombros no lugar, faça um círculo de frente para trás. Quando você chegar ao final desse círculo de ombros, eles estarão no lugar. Verifique se você não projeta o tórax para frente. Acomode-o acima das costelas. Com esses passos, sua coluna estará encaixada quase que por completo. Falta uma parte muito especial – a bacia. A bacia desencaixada é o que mais existe neste planeta. Seu corpo sofre com isso, e você com as dores que isso vai causar. Até a natureza tentou ajudar, porque as últimas vértebras, como as lombares, são maiores do que as cervicais; isso é para suportar nosso peso e o impacto que sofremos ao pular, por exemplo. O sacro de um adulto funde-se com o cóccix, então imagina isso tudo desencaixado... Na bacia temos a crista ilíaca, o púbis, o ísquio e a articulação do quadril – coxo-femural –, tão importante para os deslocamentos e sobre a qual vou falar em outra oportunidade.
Não adianta nada toda a disciplina e força de vontade para colocar a coluna no lugar se a bacia está desencaixada. E se a bacia está desencaixada é porque o nosso centro de força – abdômen – não está trabalhando. Tudo está interligado e se uma parte do seu corpo está desconectado, todo o resto também estará. Bacia desencaixada é dor lombar, pressão excessiva nas vértebras lombares, pressão no sacro... chega de pressão! Tente localizar as cristas ilíacas – são os ossinhos salientes na bacia. Quando estamos desencaixadas, esses ossinhos ficam para baixo. Quando encaixamos a bacia, a crista ilíaca sobe. Passe a mão na região do sacro. Ela é geralmente do tamanho da sua mão e localiza-se abaixo da região lombar. Com a bacia encaixada, sua mão tende a fazer um desenho mais reto, no sentido do chão, enquanto que quando sua bacia está desencaixada, sua mão fará uma linha diagonal, para fora do seu corpo. A bacia ajuda na ordem e sustentação do nosso corpo. Não a prejudique. É pela bacia que transferimos nosso peso e é ela que recebe toda a pressão para os deslocamentos, pois contamos com uma articulação chamada coxo-femural. Mas este tema fica para a próxima... Muita dança consciente em nossas vidas. Layla Almaza é bailarina, professora e pesquisadora. laylaalmaza@shimmie.com.br
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SAÚDE MENTAL
MITOS E VERDADES
na dança do ventre Realidade e Fantasia por SHEILA REGINA LEITE ilustração FOTOLIA
Olá! Que bom te ver de novo! Espero que esteja gostando do nosso bate-papo. Neste nosso encontro, vamos trocar sobre mitos e verdades na dança do ventre (realidade e fantasia).
Verdades emocionais A dança como profissão, terapia ou prática de atividade física favorece o bem-estar emocional, e melhora a qualidade de vida, além de facilitar o resgate do feminino. Quando se está integralmente envolvida com a dança, cada etapa, cada conquista, cada limite superado, mesmo diante dos medos e das dúvidas, fazem com que tenhamos maior consciência de nós mesmos, de valores e de capacidade, isso eleva a autoestima, fazendo com que nos afirmemos como pessoa, bailarina e mulher.
Resgate do Feminino O resgate do feminino é uma verdade. A entrega através da dança permi-
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te a união da intuição, sensibilidade e criação, ou seja, a integração da essência primordial da mulher, tão fundamental não só na dança, mas também na vida.
Mitos (fantasia) A fantasia, principalmente na infância, ajuda a criança a lidar com o mundo a sua volta, até que alcance maturidade suficiente para enfrentar a realidade. Adultos também fantasiam. É saudável, nos ajuda a ter sonhos e objetivos, porém, se a fantasia for muito presente, ela passa a ser nociva e tende a atrapalhar, pois pode ser encarada como realidade e torna-se obstáculo concreto na realização dos mesmos sonhos e objetivos. Alguns mitos (fantasias) foram sendo criados e foram sendo encarados como verdade: que a dança do ventre é só para mulheres, ou moças jovens, bonitas e magras! Quantos não se enquadram neste perfil - criaram uma fantasia de rejei-
ção que os impediu de realizar o sonho de dançar? A fantasia do glamour dentro da dança pode ser perigosa, pois existe uma realidade, uma ordem natural das coisas, e um caminho a percorrer, que pode ser fácil ou difícil, o importante é não se deslumbrar, ter foco, ser flexível, ter humildade e vontade. Outro mito é acreditar que quando se chega a um estágio avançado de conhecimento e reconhecimento dentro da dança, não é preciso mais aprender. O conhecimento é fonte que nunca seca. Como a criança, que precisa da fantasia para assimilar a realidade, assim é você, com todas as fantasias e mitos, não só sobre a dança, mas na vida; porém, quando se permite viver, errar, acertar, a realidade vai sendo construída. Às vezes dói, mas afinal, isto é crescer! Sheila Regina é psicóloga. (CRP 06/59.910) sheilapsicologa@shimmie.com.br
SAÚDE CORPORAL
O CORPO EM
MOVIMENTO por TERESINHA DE SOUZA CASSON foto FOTOLIA
Estou feliz por começarmos um bate-papo sobre nosso corpo do ponto de vista da Acupuntura. A Acupuntura e a dança têm pontos de semelhança, pois a bailarina move-se como um todo integrado, gracioso e síncrono; ela não pensa “agora vou mover o braço, agora é a vez do quadril...”. Na Acupuntura, também o corpo é considerado como um todo e tratado como tal. Isso é que dá a graça, a beleza e a fluidez nos dois casos. Vamos iniciar este bate-papo falando da imagem que a Acupuntura tem do corpo. Somos formados por “pontos de Acupuntura”, que são pequenos fulcros energéticos, parecidos com transformadores de energia (como esses carregadores de celular colocados numa tomada 110 volts e de onde saem 12 volts para o nosso aparelho). Só que o ponto de Acupuntura funciona como se fosse “ida e volta”: ele tanto vem da “tomada” para o “aparelho”, como vice-versa, do “aparelho” para a “tomada”. Em volta dos pontos de Acupuntura, a matéria se organiza e forma, por comando deles, o que chamamos de corpo físico. Mas o modelo geral vem da comunicação constante entre esses pontos de Acupuntura que “conversam” entre si em vários níveis de energia, formando muitas redes de comunicação. Uma das vias pelas quais eles conversam são os meridianos – linhas ou fios pelos quais a energia percorre nosso corpo. Desse modelo geral, a parte que nós podemos ver é o nosso próprio corpo, mas existe muito mais. Se soubermos um pouco sobre essas nossas energias e sua distribuição, saberemos como diminuir ou mesmo eliminar temporariamente uma dor incômoda, ou preveni-la – um “pronto-socorro”, enquanto não se pode ir até um profissional. Por isso, nos nossos próximos bate-papos, estudaremos as articulações sob o ponto de vista da Acupuntura, e onde massagear e/ou pressionar cada articulação de modo a ajudar a energia a fluir melhor por ela, não apenas para eliminar possíveis dores já existentes, mas para preveni-las e para tornar nosso corpo mais forte e flexível. Afinal, sempre é melhor prevenir, do que remediar. Não se preocupe, é simples e fácil: Por exemplo, nos joelhos – cuja anatomia vocês já viram (edição 2) – a rótula têm a forma do nariz de um gato ou cervo. No local onde ficariam as “aberturas” do nariz, na parte
mais baixa da rótula (você encontra esses “buraquinhos” se apalpar sua rótula, um de cada lado do ponto mais baixo dela), pode-se fazer massagem circular, no sentido anti-horário, se você já estiver com dor. Se não tiver dor, mas quiser evitá-la, com um bom creme hidratante você massageia da coxa para baixo, na direção do pé, a parte de trás e lateral da perna, passando pela rótula; depois faz o movimento contrário (do pé para a coxa), massageando pela parte de dentro da perna – onde as pernas se tocam –, passando pela parte de dentro da rótula. Esse é o sentido principal da energia em nossas pernas e joelhos. E massagear só funciona porque tudo no Universo é feito de energia e está em movimento. E o nosso corpo é um Universo em miniatura. Podemos e iremos estudá-lo por partes, assim como se ensaia um movimento de dança. Nós somos como a dança, um lindo conjunto sempre único e surpreendente. Teresinha de Souza Casson é acupunturista e psicóloga. (CRP 28.995-9/06) teresinha@shimmie.com.br
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FINANÇAS
PLANEJAMENTO é a ordem do dia!
O "pulo do gato" para a tão sonhada estabilidade financeira por VERA MOREIRA fotos iSTOCKPHOTO
As previsões econômicas para 2011 são as mais otimistas possíveis para o Brasil no cenário internacional. Crescimento acima do previsto, fortalecimento da moeda, aumento do poder de compra, consolidação da chamada “nova classe média”. Todo este cenário da economia nacional é fruto de um planejamento de longo prazo, que vem sendo realizado há quase 20 anos, desde o primeiro plano para fortalecer a nossa moeda, e garantir a perpetuidade dos esforços envidados para este evento. Todo profissional autônomo, como as bailarinas e professoras de dança do ventre, necessitam de um sólido planejamento financeiro para não atingir um nível de endividamento que os impeça de pagar um plano de saúde, ou de contribuir com a previdência para poder desfrutar ao menos de uma aposentadoria básica. Ou, por que não dizer, que os impeça de programar férias e desfrutar seu lazer. Trabalhar “por conta” é uma frase de grande expressão no sentido de “liberdade”. Você acorda a hora que quer, termina seu trabalho na hora em que achar melhor, recebe dinheiro diversas vezes por mês... Extremamente sedutor, não? Certamente isso tende a mascarar que você é a única responsável pelos seus vencimentos, e qualquer irresponsabilidade no uso de seu tempo, e consequentemente de seu dinheiro, irá com certeza implicar em uma redução de qualidade de vida, uma vez que seu orçamento estará mais apertado e será necessária uma redução de gastos. Para as profissionais que vivem exclusivamente de dança, a recomendação é: separe um tempo para revisar seu orçamento de 2010, e analise com honestidade seus gastos - foram realmente necessários? Poderão continuar no orçamento de 2011? Em seguida, faça um planejamento mensal com uma estimativa (também honesta) de seus ganhos. Evite muito otimismo nesta etapa: o ideal é contar com o que já se tem – contratos já firmados. Tenha disciplina para manter um percentual de poupança. Comece com no mínimo 5% de seus ganhos mensais (ou 10, ou 20, o percentual 40
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é você que escolhe). Outro item que exige disciplina é a contribuição com a Previdência Social, conforme indicamos na edição número 2. Se possível, reserve também uma parte de seus rendimentos para o pagamento de um bom plano de saúde. Passando estes itens básicos, faça também reservas para seu crescimento profissional: aulas, workshops, figurinos. Dez entre dez eventos ou workshops de dança oferecem desconto para pagamento à vista; também os ateliês oferecem bons descontos para pagamento à vista, e tudo o mais que puder lhe render benefícios por estar negociando com dinheiro vivo – é para isso que serve esta reserva. Fez tudo e ainda há sobras todo mês: não hesite em guardá-las. De acordo com o montante poupado, você poderá depositar sua reserva em alguns dos Fundos de Investimentos disponíveis no mercado, que poderão, ainda, lhe proporcionar bons rendimentos. Em seguida, estipule metas realistas para seu trabalho. Citando um exemplo: “tenho 50 alunas que são fiéis em minha escola. Para 2011 quero aumentar este quadro em 20%.” A partir deste objetivo, faça um planejamento que inclua divulgação, descontos progressivos para quem indica alunas, invista tempo no aperfeiçoamento de seu corpo de baile e o leve a diversos eventos (isto, certamente, é um cartão de visitas para o seu trabalho). Se você conseguir, ótimo! Se não conseguir, analise seus pontos fortes, pontos fracos, e os prováveis motivos que a impediram de atingir seu objetivo. Transforme esses “pontos de atenção” em projetos de melhoria para o próximo ano. Não há muitos segredos no planejamento financeiro, mas o “pulo do gato” em relação a idealizar seu orçamento é: a prática traz a perfeição. Analise e critque, idealize e planeje, e obtenha a tão sonhada estabilidade financeira! Vera Moreira, analista de crédito e risco e investment manager de uma das maiores instituições financeiras do mercado. veramoreira@shimmie.com.br
ZAHRA
MEU NEGÓCIO
Studio de Dança do Ventre por RHAZI MANAT
Ao longo da nossa trajetória na Dança do Ventre, que começou em 1996, conhecemos muitas pessoas, fizemos muitas amizades e fortalecemos esses laços. Sempre estávamos presentes onde a dança do ventre estava, sempre juntas, eu (Amura Zahra) e minha mãe (Layla Zahra). Assim nos tornamos conhecidas também. O Zahra Studio é um sonho nascido de outro sonho. É essa a história que vamos contar agora... Em meados de 2005, eu e a Layla (sim, eu a chamo também pelo nome) ministrávamos aulas em diversas academias do Distrito Federal. Comungávamos há muito tempo sobre montarmos nossa própria escola; no entanto, até aquele momento, não passavam de sonhos. Quase no fim deste mesmo ano, Layla decidiu que era chegada a hora. Conversamos muito a respeito e fomos em busca de locais para dar o início às ideias. Decidimos a partir daí dividir a notícia com grandes amigas da dança, que foram e continuam sendo essenciais para a vida do Zahra. São elas: Júlia Satie, Dalilah e Loiane. Juntas, formamos as “cinco mosqueteiras”, e assim começamos a visitar milhares de locais por Brasília. Certo dia, Layla já cansada de tanto se devotar ao desafio da caça ao local perfeito, deparou-se exatamente com ele: o local perfeito. Assim que fomos as cinco juntas conhecê-lo, sentamos no chão emporcalhado de poeira, o qual tivemos de forrar com jornais, e nunca me esqueço: ficávamos olhando as paredes e imaginando cada cantinho, tudo o que faríamos. Arregaçamos as mangas e tínhamos aproximadamente dois meses para deixar tudo impecável. Nos tornamos sócias, e juntas às três amigas, tornamo-nos além de bailarinas e professoras, faxineiras, pintoras, desenhistas, e muito mais. Nossa família também sempre esteve presente em todos os momentos, nos apoiando de todas as formas possíveis, como fazem até hoje. De repente tudo estava pronto. O sonho estava começando, aquele lugar encantado que tanto almejávamos – onde as mulheres poderiam deixar do lado de fora os problemas e o cansaço do dia a dia – havia nascido: o Zahra Studio de Dança do Ventre. O Zahra tem cor e cheiros próprios desde o início. Todo amarelinho com detalhes em alaranjado, e sempre com um aroma gostoso de incenso no ar. Os dias foram passando, os meses também, e veio o primeiro espetáculo ainda no primeiro semestre. Foi como o nascimento de um filho. Aliás, o Zahra é como um filho e requer tantos cuidados quanto um. Chegou o primeiro aniversário, que foi comemorado com um super espetáculo, e assim os anos foram passando, e a cada ano duas comemorações. Passaram-se até hoje, quase seis anos. O Zahra expandiu e continua expandindo, dia após dia.
Muitas professoras já passaram pelo Studio. Muitas não passaram – ficaram e estão até hoje. Atualmente formamos um seleto grupo de 13 professoras e quatro estagiárias. A grande verdade é que o nosso intuito, meu e da minha mãe, sempre foi o de fazer do Zahra não só a nossa segunda casa, mas também de todas que de alguma forma estivessem ali presentes, e de fato foi isso que ele se tornou. Neste ambiente já formamos diversas bailarinas profissionais, inclusive muitas de nossas professoras são frutos da nossa escola, o que representa extremo orgulho. Formamos não apenas bailarinas, mas mulheres também. Envolvemos na escola tudo o que diz respeito ao universo feminino e a essa nossa arte milenar, a Dança do Ventre. Eu e minha mãe estamos juntas até hoje, sempre e cada vez mais unidas. Cada vez mais pelo Zahra. Somos sócias, amigas, irmãs, tudo isso além de mãe e filha. O Zahra é a certeza de que algo feito com amor e muita vontade dá certo. São muitos aprendizados diários e são muitas amizades conquistadas. A gente erra, a gente aprende e o importante é que tudo é voltado para o bem-estar do Zahra e de nossas habibas (como chamamos nossas alunas), porque afinal, em primeiro lugar, precisamos nos sentir bem em nossa casa. A casa de todas que dividem essa batalha. O Zahra é uma vida que dá vida a outras vidas. Que também gera. Por isso, a frase que desde o início nos acompanha é: “ENTRE NESSE MUNDO MÁGICO E DESCUBRA A MULHER QUE HÁ EM VOCÊ”! Porque no final das contas, descobrir também é nascer! O Zahra é uma alegria! E para quem faz parte dele, espero que seja assim também! Contatos: 61 3242-2807. www.zahrastudio.com.br
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NO INÍCIO FOI ASSIM
Amara Saadeh
por AMARA SAADEH fotos MELAD NASIF
Nasci no Brasil e sou descendente de espanhóis. Iniciei no ballet aos 6 anos, onde permaneci por 11 anos juntamente com o jazz. Nesse período, participei de muitos eventos importantes, como dançar no Teatro Municipal, ganhar concursos com números incríveis como o ballet “Quebra-Nozes”, e outras experiências inesquecíveis. O mais interessante é que, quando eu era criança, minha mãe achava que eu era muito fechada, e por conta disso, resolveu me colocar no ballet. Quem diria que isso seria tão importante na minha carreira?! Em 1996, iniciei na dança do ventre e, em 2002, ingressei na Rede de Escolas Luxor como professora. Devido ao profissionalismo da empresa, intensifiquei meus estudos com ênfase nos mestres egípcios, que, unidos ao ballet, ao jazz, às atuais técnicas desenvolvidas nas Escolas Luxor, e principalmente ao acompanhamento personalizado que recebi do diretor Leonel Consorte, resultaram no meu estilo próprio de dançar e ensinar. Mas, foi em 2007, no Cairo, que nascia minha carreira internacional. Nesse ano fiquei entre as 5 melhores bailarinas do mundo e, em 2008, minha dedicação de anos, aliada à visibilidade possibilitada pelas Escolas Luxor e pelo Leonel, fui convidada à ministrar aulas no Festival “Ahlan Wa Sahlan”, um evento realizado anualmente na cidade do Cairo, Egito, organizado pela mestra Raqia Hassan, que recebe mais de mil alunas e professoras de todo o mundo. Na época do convite, a 42
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mestra Raqia aconselhou-me e jamais esqueci: “Amara, você tem personalidade, seja sempre assim”. Minha rotina é puxada: como coordenadora de professoras das Escolas Luxor desde 2006, treino, individualmente e em grupo, mais de 30 professoras, além de ser responsável pelo constante aperfeiçoamento do programa de aulas aplicado mensalmente para mais de duas mil alunas da rede. Adiciono ao meu trabalho a seleção e treinamento específico de novas professoras para as Escolas Luxor, como também a direção técnica e coreográfica dos eventos nacionais e internacionais que encantam um público anual de até vinte mil pessoas. Além de ministrar workshops no Brasil, represento as Escolas Luxor em eventos no exterior, ao lado do Leonel, como também no Festival Internacional das Escolas Luxor – FIEL, realizado anualmente em São Paulo. Hoje sou muito feliz com a experiência internacional adquirida no Cairo e nos workshops e shows realizados em vários outros países como Argentina, Venezuela, Chile, Colômbia, México e Espanha. Adoro ministrar aulas e tenho orgulho de pertencer à Escola Luxor e vivenciar seus resultados em nossas alunas, pois também acredito que as mulheres possam ser mais felizes através da dança do ventre, realizar seus sonhos, brilhar cada vez mais, porém sem jamais ofuscar os olhos de ninguém, muito pelo contrário, ajudar a iluminar a todas as pessoas. Para 2011, temos mais um grande projeto: iremos oferecer para todas as professoras, que tenham uma escola/academia de dança do ventre, a oportunidade de se juntarem a nós, tornarem-se uma CREDENCIADA LUXOR, e partilharem, em condições especiais, dos benefícios que as Escolas Luxor oferecem como: excursão ao Egito, shows internacionais, luxuoso teatro, ateliê próprio, FIEL, e, diretamente comigo, do programa de aulas, treinamentos personalizados, workshops, criação de coreografias, tudo em sua cidade ou na matriz das Escolas Luxor. Finalmente, aos que dedicaram seu tempo ao meu texto, deixo um dos ensinamentos do Leonel: “A vida é curta, devemos ser felizes hoje como se não houvesse amanhã, trabalhar com dedicação e foco, como se fossemos viver para sempre e olhar as pessoas em curva, com os olhos do coração”. VIVA AO MÁXIMO! Amara é bailarina, professora e coreógrafa. amara@luxordancadoventre.com.br
VOZ DA ALUNA
VOZ DA ALUNA Você na Shimmie!!!
Atenção Alunas de Dança do Ventre e Tribal Seja colaborador(a) da melhor revista de Dança do Ventre do Brasil! Escreva um texto contando sua experiência com a dança e o quanto ela mudou sua vida... Envie para redacao@shimmie.com.br Os melhores textos serão publicados! Instruções: revistashimmie.blogspot.com e www.shimmie.com.br
Parabéns Grupo Rhazi!!!
Pelas conquistas no último CIAD 2010: Solo juvenil clássico, Solo maiores elementos, Grupo Clássico e Grupo Folclórico Estilizado! Dedicação, determinação e amor à Arte!
Rumo à Final na Argentina!!!
DANÇA DO VENTRE NA UNIVERSIDADE
por MARIANA ROCHA ilustração JOSI MADUREIRA
“Sou um sonhador prático. Meus sonhos nãosão meramente fantasias vazias. Eu quero converter meus sonhos em realidade.” Mahatma Ghandi Atualmente, o diploma de jornalismo não é mais obrigatório para o exercício da profissão. Mas não foi sempre assim. Há mais de 30 anos, havia sido instituído o decreto-lei 972/69, no regime militar, que por interesses políticos, estabelecera a obrigatoriedade do diploma para o jornalista. Mesmo não sendo obrigatório o diploma hoje, muitos estudantes que desejam atuar na área, procuram a faculdade de jornalismo em busca de conhecimentos. É essa mesma busca que leva bailarinos à graduação de dança. Há outros caminhos interessantes também, caso este não seja o mais viável para você. Primeiramente, estabeleça, de acordo com as suas necessidades e reais possibilidades, o que é que você quer com a dança. Muitas bailarinas de dança do ventre confundem-se bastante neste aspecto, e é por isso que suas carreiras parecem “ficar sempre no mesmo lugar”. Tenha claro para você todas as diferenças entre ser: aluna, estudante (que se dedica com empenho, comprometimento), professora, bailarina. Assim você organiza seus pensamentos, não se perde em momentos de empolgação, e consequentemente, visualiza melhor o que quer e o caminho a seguir. Aprenda a separar mito de realidade.
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“
Pouco conhecimento faz com que as pessoas se sintam orgulhosas. Muito conhecimento, que se sintam humildes.
Leonardo da Vinci
”
Ser bailarina ou professora de dança do ventre não pode ser um mero status; se for isso para você, por favor, por amor a você mesma, NÃO FAÇA! Pode parecer meio clichê, mas, infelizmente, muitas embarcam nessa “ideologia” repleta de estigmas e crenças advindos do comportamento de algumas, que seja para chamar atenções, ou em busca de algum prestígio, criam um ambiente de pura vaidade em lugares que deveriam priorizar o bem-estar das alunas. Geram assim, uma competição nada sadia, em busca do “posto” de “melhor” bailarina, professora, ou “melhor” aluna. Toda essa situação vem de uma carência imensa, para alimentar o ego ao receber mais atenção, carinho ou elogio. Aspectos simples a serem refletidos na escolha de qualquer profissão, ou de encaminhamento de carreira, auxiliam no desenvolvimento de um projeto profissional, o que consequentemente simplifica o caminho a ser percorrido, e este é traçado para alcançar o objetivo almejado e ter êxito. São perguntas simples que, ao ter em mente claras as respostas, facilmente o
seu projeto pessoal ou profissional terá um melhor direcionamento. O que eu quero? Onde quero chegar? É isso mesmo que quero? Quero viver disso ou daquilo? Quais são as reais possibilidades? Tenho talento para? Tenho disposição e comprometimento para me dedicar? A partir daí, estabeleça objetivos a serem alcançados, como um projeto de vida. Faça uma reflexão sincera sobre seus planos; um projeto requer empenho, esforço para ser perseguido e alcançado. Quais são os pontos a serem analisados ao decidir que caminho percorrer? De acordo com seu projeto, seja ele um curso profissionalizante, técnico em dança, uma graduação, uma extensão universitária, uma pós-graduação, enfim, faça uma pesquisa profunda levando em consideração: se os objetivos do curso são os mesmos que os seus, se as matérias oferecidas agregam conhecimentos, custo/investimento e prazos. Não esqueça nunca das muitas bibliotecas públicas. Se não for possível para você investir em um curso, vá à procura de livros de assuntos pertinentes ao seu crescimento. Com certeza um bom livro de anatomia, fisiologia, psicologia, filosofia, bem estudado, acrescentará e muito a você. Mariana Rocha - Bailarina, professora, coreógrafa e pesquisadora de Dança do Ventre. marianarocha@shimmie.com.br
ENCONTREI POR AÍ
Especial Tribal
DVD Rachel Brice
por NAZNIN foto DIVULGAÇÃO
Primeiramente, um feliz 2011 a todas as leitoras! Para as professoras, eu desejo um ano próspero, com salas de aulas cheias e muitos shows. Para as alunas, eu desejo um ano de bastante estudo, evolução e novos aprendizados. Felicidade e muita dança a todas! Hoje eu escolhi falar sobre um dvd didático de dança tribal, e aproveito para dar as boas-vindas ao estilo aqui na Shimmie! Vamos ao material então... Para quem deseja melhorar a postura e trabalhar com bastante precisão os braços, recomendo o segundo dvd da norte-americana Rachel Brice – ícone da dança tribal no mundo. Assim como em seu primeiro dvd, o segundo também apresenta elementos da yoga, mas de forma sutil e nada complicado de se executar. O dvd (Bellydance Arms and Posture with Rachel Brice) é dividido em três partes: aula, performance e bônus. A parte didática tem 6 capítulos, com todos os movimentos descritos no menu, sendo de fácil localização caso
você queira executar algum deles isoladamente, sem ter que fazer tudo desde o começo de novo. Embora o dvd esteja em inglês e não tenha legendas em português, é possível acompanhá-lo apenas observando os movimentos da Rachel, que nem preciso dizer que são incrivelmente definidos e limpos (conseguimos ver com muita clareza o trabalho de seus músculos das costas). Neste dvd eu diria que Rachel Brice faz uma desconstrução total dos movimentos dos braços – característicos do estilo tribal, bem sabemos. Eu pessoalmente nunca tive uma “aula” de braços como aquela apresentada neste dvd. O conteúdo é composto de movimentos diferentes dos que estamos acostumadas e tudo é bem detalhado, feito de forma lenta e depois aplicado na dança (há um capítulo sobre aplicação prática). E para quem não gostou da edição do primeiro dvd dela, principalmente na parte da performance (com aqueles cortes horríveis), pode ficar tranquila
porque neste segundo trabalho eles fizeram uma edição melhor, e com isso não perdemos detalhes da apresentação. Eu diria que o único ponto negativo é a barreira do idioma mesmo, porém o conteúdo e a organização do dvd estão excelentes e valem o investimento. Boa aula para vocês e até a próxima edição! Naznin é estudante de dança do ventre, chamada aqui na redação carinhosamente de “nerd bellydancer” international@shimmie.com.br
DVD Bellydance Arms & Posture A practice for Carriege, Coiling and Serpertine Stylization Rachel Brice amazon.com US$ 18,00
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TRIBAL
TRIBAL por KILMA FARIAS fotos RENATA CHAVES
A met amorfose do ventre
O Tribal é uma forma contemporânea de dança do ventre, eu diria de vanguarda mesmo, que evoluiu da dança do ventre, tendo como base o American Tribal Style – ATS – mesclada com danças étnicas diversas. Frequentemente, incorpora elementos do Popping, Hip Hop, Breakdance, Liquid, Funky Style, bem como de formas tradicionais como o Flamenco, Kathak, Bhangra, Bali, e outros estilos de dança folclórica. O American Tribal Style surgiu em São Francisco, criado por Carolena Nerriccio e sua companhia de dança FatChance Bellydance 1987/1988. Uma das dançarinas do FCBD, Jill Parker, pode ser considerada a primeira a criar uma espécie de fusão tribal. Depois de deixar o FCBD, ela formou o grupo Ultra Gypsy/1990. Sob a direção de Jill Parker, o Ultra Gypsy expandiu o repertório de movimentos do ATS, por meio de sequências coreografadas. No lugar do sistema de sinais para improviso dirigido, incorporaram elementos de cabaret, burlesco, e vintage. O grupo também, progressivamente, desconstruiu o traje clássico ATS (choli, top de moedas, turbantes, cintos com pompons, saia, calças), incorporando looks mais contemporâneos, flores no cabelo, cintos com longas franjas que mais pareciam dreads. Outra pioneira no Tribal Fusion foi Heather Stants, que fundou o Urban Tribal Dance, em São Diego, em 1999.
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Inicialmente, o Urban Tribal foi fortemente influenciado pelo hip hop e seus estilos de dança de rua, embora seu estilo atual utilize-se demasiadamente de elementos da dança moderna. Elas também são conhecidas por seu figurino simples, bem clean, em contraste com muitos outros artistas de Tribal Fusion, que impressionam pelos badulaques e penduricalhos literalmente dos pés à cabeça. Mardi Love foi uma das primeiras dançarinas do Urban Tribal. Tanto foi seu destaque que mais tarde juntou-se ao The Indigo, da tão conhecida Rachel Brice, e tornou-se uma das principais influências coreográficas no grupo. O Tribal Fusion foi largamente popularizado pela Rachel Brice e The Indigo (formado em 2003), que se tornou reconhecido internacionalmente quando excursionaram com o Bellydance Superstars. Heather Stants refere-se a Rachel como a “mãe adotiva” do Tribal Fusion, reconhecendo Jill como a “mãe biológica”, sendo Rachel a responsável pela popularização do estilo e tendo contribuído com seu estilo pessoal. O estilo da Rachel é uma combinação de técnicas da Suhaila Salimpour com o estilo do FCBD, juntamente com uma dose pesada de Mardi Love. Ela também popularizou o uso de movimentos semelhantes ao “popping”, imitando uma serpente com acentos minimalistas, desafiando nossos olhos. Os membros iniciais do The Indigo foram Rachel Brice, Mardi Love, Michelle Campbell, Sharon Kihara, Shawna Rai, Janice Solimeno e Ariellah Aflalo. Tanto Rachel quanto Sharon foram membros do Ultra Gypsy e tiveram Jill Parker como a principal inspiração. O The Indigo teve uma segunda formação, composta por Rachel Brice, Mardi Love e Jakes Zoe, quando montaram seu espetáculo próprio “Le Serpent Rouge”, em 2007. Em 2003, ficamos en-
cantados com o estilo que a Cia Halim apresentava para o Brasil, com a tag de Dança Étnica Contemporânea, impregnada de Flamenco e Dança Indiana na tão conhecida nossa Dança do Ventre. Logo ficamos sabendo, através da Shaide Halim, sobre o Estilo Tribal. Tal estilo havia surgido na Califórnia nos anos 70, e só nos anos 2000 começava a ser difundido no Brasil, primeiramente pela Cia Halim e logo após, em 2004, pela Cia Lunay e Troupe do Sul. A partir de 2005, o estilo virou febre e era o tema principal de discussão da lista do yahoo groups da Cia Halim. Shaide, a meu ver, foi a nossa “mãe adotiva” do Tribal no Brasil. Através dela e do Fernando Reis, o estilo foi seriamente explicado e disseminado, despertando a curiosidade e admiração em centenas de dançarinas do ventre que passaram a buscar cada vez mais informações sobre o tema. Tivemos o primeiro Festival de Tribal do Brasil em 2008, no Rio de Janeiro. Em 2009, tivemos o primeiro Festival de Tribal de SP, o Tribal Show ABC, e ainda no mesmo ano o Tribal y Fusion da Bele Fusco, empresa responsável por trazer nomes como Sharon Kihara, Mardi Love, Ariellah e Moria Chappell ao Brasil para ministrar workshops e imersões. A partir de então, a febre instalou-se e os grupos multiplicaram-se. Dançarinas solo de grande expressividade revelaram-se, como por exemplo Mariana Quadros, que já participou de duas versões do Tribal Fest, em Sebastopol, Califórnia, e hoje possui o Sister Studio, certificado por Carolena Nericcio, que credita a Mariana por esta ser uma multiplicadora do ATS, estilo do FCBD. Hoje, a meu ver, numa visão global, os olhares voltam-se às origens, e o que foi segmentado em subestilos por Gypsy, Cuber, Dark, Burlesco, Vintage, Steampunk, Liquid, Teatral, Urban, ITS e um sem número de denominações, volta a se encontrar em uma só expressão, no Oriental Amargo, como a própria Rachel gosta de chamar o Tribal Fusion Bellydance. A riqueza e as possibi-
lidades são tantas que não cabem em palavras. Já vi comentários diversos sobre a denominação de uma dança ser Tribal ou não. Em maio de 2010, quando tive a oportunidade de participar do Spirit of The Tribes ministrando workshops de Tribal Brasil e apresentando-me, fui convidada a ser jurada da mostra competitiva, o que aceitei com muita honra, apesar de não me sentir plenamente preparada para julgar o Tribal nos Estados Unidos. Como serei justa nos critérios se o conhecimento em tribal que temos no Brasil ainda é muito restrito e praticamente engatinha? Conversei com diversas professoras do evento e muitas relataram que para ser Tribal Fusion a dança teria de ter entre 5 e 6 passos do American Tribal Style do FCBD. Que se assim não fosse, a dança passaria a ser moderna, contemporânea, dança de rua, performance ou qualquer outro estilo, menos Tribal Fusion. Fiquei com aquela ideia na cabeça, e como o ser humano é bicho que questiona, comecei a perceber que as pioneiras – Rachel, Sharon, Mardi, Ariellah, entre outras – guardam esse pensamento em suas coreografias e lá sempre estão os contados passos de ATS ou ITS – como queiram chamar. Mas outras tão talentosas, quanto o exemplo da Anasma, não se importam com isso e dançam 5 minutos sem nenhum egyptian ou layback. E o intrigante é que eu e todos os que viram Anasma dançar constataram: é Tribal! E assim todos ficam mudos diante da suposta “regra” que pretendia preservar o Tribal Fusion para que não se perca com o bailar dos anos. Eu trabalho na Cia Lunay com o Tribal Brasil, em especial fusionando danças afro-brasileiras e ritualística indígena/cabocla com o Tribal Fusion. Não pretendo me prender a regras, nem a estilos, apenas à técnica. A técnica deve ser clara, limpa, bem trabalhada, e assim, o que o espírito ousar sonhar, o corpo desenha no espaço, sempre levado pela principal condutora: a música. A história do Tribal no Brasil está apenas começando. Está em nossas mãos escrever uma bela história, com personalidade, valorizando o que as nossas raízes têm de forte e que possam encantar o mundo inteiro. Para quem curte o estilo, temos o projeto Caravana Tribal Nordeste, desenvolvido pela Cia Lunay (PB), Cia Xamã (RN), ATF (PE) e Kairós (BA), com o objetivo de fomentar o crescimento do Tribal Brasil através de pesquisa da cultura popular brasileira, com workshops e shows em eventos itinerantes pelo Nordeste do Brasil. Kilma Farias - Bailarina, professora e coreógrafa de Dança do Ventre Tribal. kilmafarias@shimmie.com.br
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por RHAZI MANAT foto ADELITA CHOHFI
A ARTE NA PELE
TATOO
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A maioria de nós já pensou em fazer uma tatuagem, não é mesmo? Apesar de ser uma arte cada vez mais difundida, podem surgir muitas dúvidas no momento de fazer sua primeira tatuagem. Conversamos com a estudante de dança do ventre e tatuadora profissional Angelita Prado, que dispôs de vários esclarecimentos para você, que pensa em fazer uma tatoo: • Verifique seu estilo de vida antes de fazer uma tatuagem. O ideal é já ter uma carreira mais sólida para que não haja conflito do exercício da profissão com o seu visual. Esteja em um momento que não precise da autorização de alguém para tomar essa decisão, já que é para vida toda (é possível remover uma tatuagem, mas é muito trabalhoso, muito caro e muitas vezes, não fica bom); • Pesquise sobre o local para fazer a tatuagem: verifique se o material é descartável, se possui autoclave, se o material é aprovado pela ANVISA, se o estúdio é regulamentado, e se o tatuador é sindicalizado; • Tenha paciência na hora de escolher um desenho, ele deve ser não apenas bonito, mas ter um significado para você; • Pense bem antes de tatuar o nome de seu amor! Não é aconselhável, pois ninguém sabe o dia de amanhã... • Não faça tatuagem só porque “está na moda”. É o seu corpo. Tatuagem é um estilo de vida, é uma mensagem gravada no seu corpo; • Existem várias opções de desenhos em pastas, nos próprios estúdios para copiar ou inspirar. Se você escolher um tatuador que tem a capacidade de fazer um desenho exclusivo para você, é muito melhor, pois você nunca verá o seu desenho em uma outra pessoa; • Tatuagem em número par não dá azar!!! • A dor é relativa de pessoa para pessoa. Cada pessoa tem uma sensibilidade diferente e a tolerância à dor é algo totalmente individual. O ideal é relaxar e saber que é uma dor passageira, que o resultado vale muito a pena! • O período de cicatrização da tatuagem (três primeiros dias) são cruciais para que ela fique linda: não lave e não tome sol. Depois deste período, o cuidado é: se for tomar sol, use sempre protetor solar com alto fator de proteção. Angelita também contou que, na dança do ventre, ela nunca sofreu nenhum preconceito pelo seu número alto de tatuagens, aliás, pelo contrário, muitas pessoas que a veem em cena depois a elogiam e pedem orientações para fazer uma tatuagem. Então, o que você está esperando?
Angelita Prado e Jonas Pescatore. JOHNNY TATTOO STUDIO - Bauru/SP Tel.: 14 3313.7901
A última vez que Angelita contou, tinha 33 tatuagens.
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LEITURA MUSICAL
O ALAÚDE por CRISTIANA ANTONIADIS fotos iSTOCKPHOTO e STOCK.XCHNG
O que dizer sobre o alaúde? Ou melhor, o que não dizer? Desde menina sou fascinada bela beleza sonora dos instrumentos que fazem parte da música oriental. Cada um deles tem uma beleza própria e trazem-nos sensações únicas. São muitos os instrumentos musicais, alguns bem conhecidos para quem já faz dança há algum tempo, como o derback, o daff, o violino, o acordeon, o kanoum, outros nem tanto, como o saz, o bouzouki, o mizmar, o santouris... enfim, são diversos, mas resolvi falar sobre o alaúde pois este instrumento, ancestral de todos os demais instrumentos de corda, parece-me na maioria das vezes ser o regente dos demais em uma orquestra tradicional oriental, e ele tem grande importância quando o assunto é música árabe. Apesar de ter tido contato com a música oriental desde que eu nasci, e estar habituada a sua forma e sonoridade, foi apenas quando conheci meu marido, Sami Bordokan (músico árabe, cantor e alaudista), que pude adentrar de forma mais profunda neste vasto universo e aprender peculiaridades sobre a música árabe que até então eu só conseguia sentir, mas não entendia, e este entendimento fez com que as minhas sensações tornassem-se ainda mais presentes e de certa forma influenciaram na minha dança de forma positiva. A palavra alaúde é uma junção do artigo “AL” com a palavra “UD”, que em árabe significa madeira. O alaúde é todo construído em madeira e em árabe seu nome pronuncia-se “OUD”. Seu formato é abaulado, e o seu braço é torcido para trás. Diz-se que o termo “da pá virada” indica o alaúde e referia-se aos árabes na Península Ibérica, por serem diferentes em seus costumes, maneiras e principalmente temperamento. Outra característica do alaúde é que seu braço não possui trastes, possibilitando infinitas notas musicais, o que por sua vez gera infinitas escalas e dá um tempero completamente diferente da música árabe para a música ocidental. Este instrumento é tão antigo que não se sabe sua origem. Segundo lendas contadas pelos povos árabes, sua origem é atribuída a Allah, que o criou com quatro cordas para que o homem conhecesse o som dos elementos da natureza: água, ar, terra e fogo. No final do século IX, um grande filósofo, matemático e astrônomo, chamado Ziriab, resolveu aperfeiçoar a obra divina acrescentando uma quinta corda no instrumento. Ziriab dizia que as quatro cordas tradicionais encontram o equilíbrio no universo e seus timbres oferecem analogias aos humores e temperamentos que existem na natureza, mas a quinta corda ocuparia o cenário principal, pois representaria a alma. Da próxima vez que ouvir uma música árabe clássica ou tradicional, tente identificar o som do alaúde, repare na maneira como o músico o toca, ouça os ornamentos das frases que ele faz e a qual sensação aquilo te remete. Dançar uma taksim de alaúde é adentrar no seu eu, sentir cada corda vibrar dentro do seu corpo, reverberando em seu quadril, inflando seu coração, irradiando para os braços e expandindo toda sua aura, e por fim uma explosão em êxtase na mais pura entrega da sua alma. Cristiana Antoniadis é bailarina, professora e coreógrafa. crisantoniadis@hotmail.com
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TEORIA MUSICAL
DERBAK
Passo a Passo
por IVES AL SAHAR ilustração LIVRO MÉTODO INTUITIVO PARA TOCAR DERBAK
Aprender a tocar Derbak no Brasil não é fácil. Muitas vezes, o estudante não tem a oportunidade de ter um bom professor por perto, ou também se depara com a falta de informação sobre as técnicas de uma forma clara e didática, além de outras inúmeras circunstâncias já conhecidas por todos que tentaram trilhar este caminho. No intuíto de facilitar este acesso, a partir desta edição, abordarei de forma específica o passo a passo da técnica deste glorioso instrumento, tendo como referência as lições contidas no livro “Método Intuitivo para Tocar Derbak”. Apenas para recordar, lembrem-se que dentre as diversas notas especiais possíveis do Derbak, podemos destacar as mais básicas: “Dum”, “Ta”, “Ka” e “Sak”. Para cada nota destas, existe uma forma específica de ataque na pele do instrumento, determinada pela “armação” da mão em questão. Visto isso, vamos à primeira lição:
LIÇÃO 1: POSICIONANDO O DERBAK Apoie confortavelmente o corpo do Derbak sobre a perna esquerda, e o seu top entre as duas pernas, de modo que fique bem equilibrado e que as duas mãos fiquem liberadas para tocar (no caso do aluno ser canhoto, obviamente todas as posições devem ser invertidas). O braço esquerdo deve buscar o alinhamento do instrumento, seguindo o seu eixo central. Um erro muito comum é o de ficar segurando o peso do Derbak com a mão esquerda. Isso não deve ser feito, pois comprometerá a evolução natural da técnica.
LIÇÃO 2: NOTA “DUM” É a nota grave do Derbak. Com a parte interna da mão direita, um pouco acima da base da primeira falange e um pouco abaixo da base da terceira, golpeie com relativa suavidade, buscando o som mais grave possível que o instrumento emitir. Evite uma excessiva inclinação em direção às pontas dos dedos, e não utilize a palma da mão para não “esganar” a nota “Dum”. A nota “Dum” não é golpeada no meio da pele, e sim em uma egião um pouco recuada, conforme indicada na figura ao lado. Essa posição pode sofrer variação em relação à inclinação e distância, de acordo com o estilo adotado pelo músico.
LIÇÃO 3: NOTA “TA” Nota aguda no Derbak. Com a ponta relaxada do dedo anelar da mão direita, golpeie a pele, próximo à borda do instrumento, de forma a emitir um som metálico que assemelha-se ao som de “lata”. Podem ser usadas outras combinações de dedos para esta mesma nota, como a utilização simultânea dos dedos médio e anelar, ou a utilização do dedo indicador. Ives Al Sahar é músico multi-instrumentista e pesquisador da música e cultura oriental. ivesalsahar@shimmie.com.br
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MODERNO
Afinal, o que é
Moderno? Entenda mais o moderno na dança do ventre por GIULIANA SCORZA fotos FOTOLIA
As músicas clássicas são uma paixão para quem dança. Eu particularmente, acreditem os incrédulos, amo-as. Porém, após alguns anos de dança, não conseguia mais dar aulas ouvindo sempre as mesmas músicas e introduzi algo mais popular como os cantores que até hoje fazem sucesso: Amr Diab, que é considerado “O Rei” no Egito, Ehab Twific, Wael Kfoury, etc. Só que fui mais além e cheguei na música eletrônica, na dance music árabe. Sim, existem músicas árabes extremamente modernas e podemos ouvi-las através dos grupos Beirut Biloma, e do grupo de percussão turca Harém, entre outros. Mas se você não consegue se livrar totalmente do clássico, existem inúmeras músicas no mercado da cantora Om Kultum com batidas modernas e arrojadas, e certamente você irá gostar e aprovar. Com relação às coreografias, torna-se indispensável um olhar através da dinâmica coreográfica do jazz. Este estilo de dança é livre e solto, e a bailarina não para quieta no lugar, ou seja, se estiver coreografando para um grupo, necessariamente você deve variar os desenhos coreográficos, utilizando-se de várias composições como diagonais, formações em triângulos, espirais, etc, e por isso torna-se uma coreografia difícil de ser executada, exigindo também do coreógrafo muita criatividade. Os movimentos são grandes e devem ser executados com muita energia. O quadril deve ser o mais solto possível, com batidas largas e acentuadas. Use e
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abuse dos cabelos deixando-os voar o máximo possível, não economize nas jogadas da cabeça para baixo e para cima, para os lados e em movimentos circulares. Giros? Muitos! Muitos giros! Gosto de dizer que para se tornar dinâmico, faça giro, giro, passo, ande, ande, passo – resumindo: saia do lugar. A roupa deve ser a mais “clean” possível com relação à quantidade de peças e bordados. Simone Galassi já deixou isso claro na edição anterior, e penso exatamente como ela. O cinturão deve ser deixado de lado e o bordado ir diretamente na saia. Franjas de canutilho não são usadas – opte por pingentes grandes e espalhados pela peça. Muitas vezes até não é usado bordado, uma fivela de strass pode dar um acabamento na saia. Transparências como “segunda pele” são o máximo, pois demarcam o corpo e podem ser bordadas da cabeça aos pés imitando tatuagens. Fica lindíssimo! Para o sutiã, certamente se utiliza o mesmo padrão da saia, e também use a criatividade para fazer armações bem elaboradas. Está em voga o uso de tecidos estampados, que dão um visual deslumbrante no palco e exigem muito pouco de bordado. Gostaria de ressaltar que por muitas vezes pude observar coreografias sendo anunciadas em eventos como modernas, e nada de moderno existia nelas. Atenção! Usar uma música popular e continuar com a mesma postura clássica, indumentária carregada de
adornos, e sem inovar nas coreografias não é moderno, e consequentemente se você estiver em uma competição concorrendo nessa categoria, com certeza terá desconto de notas. Meu conselho é: pesquise, veja muitos vídeos no Youtube, e coloque seu traço, sua marca, para que se diferencie do original. Aprenda com os outros, mesmo com aquele mestre que não é tão famoso, com a sua aluna “durinha”, pergunte a ela uma ideia de passo novo para a coreografia que você está montando, e verá que assim, algo surpreendente surgirá no final. Pois afinal, o que é ser moderno? É o poder que temos em mãos de nos reciclar e nos renovar a cada dia, pois o mundo moderno é assim. Estude! Inove! Quero ver o resultado disso em 2011! Giuliana Scorza é bailarina, professora e coreógrafa de dança do ventre. giulianascorza@shimmie.com.br
CLÁSSICO
COREOGRAFIAS Mahmoud Reda e suas coreografias por KAHINA fotos GRUPO REDA
Partindo da definição que existe em nosso dicionário, coreografia significa a arte de compor bailados ou de anotar, sobre o papel, os passos e figuras deles (A arte da Dança). Parece fácil, mas coreografar não é simplesmente unir passos dentro de uma determinada música. Na dança do ventre, coreografar não é algo muito valorizado em termos de qualidade, já que nosso trabalho é sempre visto de uma forma mais individual e não no coletivo. Percebo que coreografar tornou-se uma obrigação anual com a chegada das festinhas de encerramento de ano. Raramente vejo bons trabalhos, a grande maioria deixa muito a desejar em todos os aspectos. Vou iniciar nossa conversa “coreografia” falando um pouco sobre o responsável por tornar a dança do ventre cênica: o genial Mahmoud Reda. Solista, coreógrafo e diretor do mais famoso grupo coreográfico árabe – Reda´s Troupe (Trupe Reda) -, ele foi pioneiro na dança-teatro no Egito e em levar a dança oriental em forma de coreografia para o palco. Suas criações são baseadas em ballet clássico, jazz, dança hindú e dança folclórica da Rússia. Reda realizou quatro turnês mundiais em 58 países com sua trupe e atuou nos palcos mais prestigiados do mundo, difundindo a cultura árabe. Para quem realmente quer se tornar um bom coreógrafo, começar os estudos por Mahmoud Reda é inspirador. Além dessa grande referência da dança oriental, buscar conhecimento em outros estilos de dança é primordial. PESQUISE! E ainda o mais importante em minha opinião: o domínio da técnica. Nos nossos encontros bimestrais falaremos de vários aspectos que envolvem a coreografia e o trabalho de coreografar com qualidade. Kahina é bailarina, professora e coreógrafa de dança do ventre. kahina@shimmie.com.br
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OFF BELLYDANCE
Uma programação diferente que envolve TEATRO, EXPOSIÇÕES e CINEMA. por ADRIANA BRIDA
A HISTÓRIA A romântica e divertida história do jovem órfão Aladdin é narrada através da visão de Sherazade, a grande personagem contadora de histórias do clássico As Mil e Uma Noites, que na tentativa de por fim ao terrível decreto do rei da Pérsia, que ao ser traído por sua esposa, decreta que a partir de então desposará todas as noites uma jovem, e ao amanhecer esta terá de ser sacrificada. Sherazade se oferece para desposá-lo, e já na primeira noite narra as aventuras do adolescente malandro Aladdin. O jovem vive de travessuras pelas ruas da cidade de Ágrabah, e está sendo procurado pelo feiticeiro Jaffar, que ao ver seus poderes diminuírem, pretende encontrar e convencer o jovem a retirar uma lâmpada mágica que se encontra dentro de uma tenebrosa gruta, e com isso fazer seus poderes voltarem. Porém, seus planos são contrariados por uma série de acontecimentos, que vão desde o aparecimento de um Gênio muito divertido e trapalhão, até um casual encontro do travesso Aladdin com a princesa Jasmine, onde se inicia uma bela e emocionante história de amor impossível.
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ISLÃ – ARTE E CIVILIZAÇÃO De 18 de janeiro a 27 de março, no Centro Cultural do Banco do Brasil, estará disponível uma exposição intitulada Islã – Arte e Civilização. A mostra reúne mais de 300 obras que contam 1.400 anos da história do Islã. Ela conta com acervos do Museu Nacional de Damasco, Museu Aleppo e Palácio Azem, da Síria, e peças do Museu Nacional do Irã, Museu Reza Abassi e Museu do Tapete, no Irã. A exposição também traz ao público obras pertencentes ao acervo da Biblioteca e Centro de Pesquisa América do Sul-Países Árabes (BibliASPA) oriundas do Marrocos, Mauritânia, Líbia, Líbano, Burkina Faso e Brasil, além de peças do Mali, Níger e Nigéria, da Casa das Áfricas. Curadoria do Prof. Dr. Paulo Daniel Farah e Rodolfo Athayde. Local: Subsolo, térreo, 1º, 2º e 3º andares Centro Cultura Banco do Brasil - SP Horário: Terça a domingo, das 10h às 20h Endereço: Rua Álvares Penteado, 112 Telefones: (11) 3113-3651/52 Classificação: Livre Entrada Franca
Cinema
O CISNE NEGRO Estreia prevista para 04 de fevereiro Elenco: Natalie Portman, Mila Kunis, Winona Ryder, Vincent Cassel, Barbara Hershey, Benjamin Millepied Direção: Darren Aronofsky Distribuidora: Fox Filme
BURLESQUE – O MUSICAL Estreia prevista para 11 de fevereiro Elenco: Christina Aguilera, Cam Gigandet, Kristen Bell, Cher, Julianne Hough Direção: Steve Antin Distribuidora: Columbia Tristar
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Exposição
Sinopse: 'Cisne Negro' é um thriller psicológico ambientado no mundo do balé da cidade de Nova York. Natalie Portman interpreta uma bailarina de destaque que se encontra presa a uma teia de intrigas e competição com uma nova rival interpretada por Mila Kunis. Dirigido por Darren Aronofsky (O Lutador e Fonte da Vida), Cisne Negro faz uma viagem emocionante e às vezes aterrorizante à psique de uma jovem bailarina, cujo papel principal como a Rainha dos Cisnes acaba sendo uma peça fundamental para que ela se torne uma dançarina assustadoramente perfeita. Confira o trailer em nosso blog, no link Programação Cultural.
Sinopse: Ali (Christina Aguilera) é uma jovem cantora do interior que decide se virar na cidade grande. Em Los Angeles, consegue trabalhar como garçonete na Boate Burlesque, cuja proprietária Tess (Cher) sabe tudo sobre música e dança. Ao fazer amizade com uma bailarina local (Julianne Hough), Ali acaba despertando o ciúme de outra (Kristen Bell) e o interesse de Jack (Cam Gigandet), que é barman e músico. Ali, ela envolve-se totalmente com a atmosfera sensual do lugar e dá início ao ambicioso plano de se tornar uma estrela, contando com a ajuda do gerente (Stanley Tucci) para resgatar o período de glória do Burlesque. Mas qual será o limite da ambição de Ali ao receber uma proposta tentadora de um outro empresário (Eric Dane)? Confira o trailer em nosso blog, no link Programação Cultural.
foto: Divulgação
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Para quem é de São Paulo, desde o dia 04 de dezembro, no Teatro Bradesco, está em cartaz o musical Aladdin. Um musical maravilhoso, onde você fica encantado do início ao fim. Eu fiquei maravilhada com todo o trabalho desenvolvido no palco pelo elenco de 20 atores, com vozes afinadíssimas, danças envolventes, e um cenário de babar. Muitas risadas são dadas e lições são vistas durante a apresentação. Sem dúvida é um show para toda a família. O espetáculo tem duração de 120 minutos com intervalo de 10 minutos, e os ingressos variam de R$ 20,00 a R$ 80,00.
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ALADDIN – O MUSICAL
fotos: Divulgação
Teatro
GRUPO DE DANÇA SHANGRILA – TAHYA E RHAZI Turma específica para mostras e concursos. Ensaios quinzenais, aos sábados, das 16h30 às 18h00
Necessário nível intermediário em Dança do Ventre. PARA MAIS INFORMAÇÕES:
Shangrila House - Tel: 5539-5092 - atendimento@shangrilahouse.com.br
Programação
PROGRAME-SE
de EVENTOS
27 de Março
22 de Maio
V Encontro Sahira Fatin Local: Associação Aichi do Brasil Rua Santa Luzia, 74- Liberdade - São Paulo - SP Informações: (11) 3459-4276 / 8110-1376
X Feira Cultural Árabe Local: Centro Cultural Pró Música de Juiz de Fora / MG Participação especial da convidada Michelli Nahid (SP) Av. Rio Branco, 2329 - Juiz de Fora / MG Informações: (32) 8809.0560
14 e 15 de Maio Curso e Show com Soraia Zaied Local: Khan el Khalili Rua Dr José Queirós Aranha, 320 - São Paulo - SP Informações: 11 5575-6647
17 e 18 de Maio Workshop e Show com Soraia Zaied Local: Espaço La Luna Rua Lafaiete, 1781 - Ribeirão Preto - SP Informações: 16 3931.2982 / 3995.2158
22 de Maio 2° Encontro Nacional Mahira Hasan Local: Escola Top Dance Pça. Ricardo Whately, 2 - Santana - São Paulo - SP Informações: (11) 7733-0067 / 3985-3896 mahirahasan@mahirahasan.com
29 de Maio 1ª Festival Racks Sharki arte e dança Local: Externato N.S. Menina - Teatro Rua do oratório, 2621 - Mooca - São Paulo - SP Informações: www.rackssharki.com.br
05 de Junho Eventre 2011 Local: Associação Aichi Rua Santa Luzia, 74- Liberdade - São Paulo - SP Informações: eventre@eventre.com.br Organização: Deborah e Rhazi Quer ter seu evento divulgado? Envie um e-mail para contato@shimmie.com.br e acompanhe nosso site. Nele você encontrará um calendário geral de tudo o que acontece no meio da dança do ventre.
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EVENTOS
Momentos
INESQUECÍVEIS por EQUIPE SHIMMIE fotos EQUIPE SHIMMIE
FIEL - Festival Internacional Escolas Luxor São Paulo - SP
As mestras Raquia Hassam (acima) e Jillina (esq.) aprovaram a Shimmie!
V Festival de Dança do Ventre Ventremania Osasco - SP
III Festival Oriente A Mulher e o Sonho Liberdade - SP XI Festival Interamericano Árabe CIAD Brasil Bauru - SP
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NOVELINHA SHIMMIE
Turbilhão de
EMOÇÕES... por RHAZI MANAT imagens iSTOCKPHOTO ilustração JOSI MADUREIRA
Borboletinha não se conformava com aquilo: ia ficar na fileira de trás!!! Aquilo era um absurdo! Logo ela, tão linda... ficou realmente chateada com a professora Habiba. Naquela mesma semana, começou a procurar na Internet outras escolas de dança, e, já que ela estava dançando bem, poderia entrar no nível Intermediário em outra escola! Procurou e viu uma professora tão linda! Parecia uma rainha! Marcou uma aula aberta e foi super bem recebida. A professora lhe deu muita atenção, percebeu até que as outras alunas ficaram com ciúmes... paciência! Agora sim, ela sentira-se acolhida! Trancinha chamou Fadinha para uma balada árabe. Estavam muito felizes. Iam assistir música ao vivo, dançar um pouco de dabke, já que a professora tinha ensinado uns passinhos. Já na casa noturna, ao começar o show, ficaram enfeitiçadas com a música árabe ao vivo! Que emoção! E as bailarinas? Que lindas! Que roupas luxuosas! Ao final da noite, tiraram foto com cantor, com a banda... ao dormir, ficou sonhando com aquilo tudo, a música ainda ecoava em seus ouvidos, e dormiu sonhando em ser uma daquelas lindas bailarinas... Já Fadinha tinha adorado a noite árabe, mas, ao lembrar das bailarinas, viu que eram todas tão lindas, tão belas e magras... pareciam modelos! Dormiu chateada... do jeito que era gordinha, onde queria chegar com essa tal de dança do ventre? Afinal, ela nunca teria futuro... poderia continuar fazendo aulas só por diversão, ela não deveria se apresentar... Sapatilha e Florzinha chegaram mais cedo para ensaiar a coreografia. Estavam animadas e gostariam de mostrar um bom desempenho no palco! A professora Habiba tentava, em vão, falar com Borboletinha. Sentiu algo estranho no ar na última aula, seu sexto sentido dizia que tinha algo errado. Mandou email e ela não retornou; tentou ligar, caía na caixa postal... Pode ter sido impressão, de repente ela só estava com problemas pessoais... na próxima aula ela conversaria com Borboletinha. Acompanhe os capítulos da novelinha Shimmie em nosso site. Rhazi Manat é bailarina, professora e coreógrafa. rhazi@shimmie.com.br
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OLHOS DE BASTET
DEUSA NUT por SAMÝRA MURADDY foto iSTOCKPHOTO
RÁ criou o primeiro casal de deuses; ele engoliu o próprio sêmen e vomitou, gerando assim os seus filhos divinos: SHU e TEFNUT. SHU (deus ar) e TEFNUT (deusa umidade) eram deuses andróginos que deram a luz a GEB (deus terra) e NUT (deusa céu). A Deusa NUT é representada com o corpo alongado, coberto por estrelas, o arco celeste que se estende sobre a terra. O Deus GEB, por sua vez, é representado com uma coroa de plumas e chifres. Os dois irmãos são retratados como grandes amantes. Durante o dia eles eram proibidos de se encontrar pelo pai Shu, mas à noite Nut descia à terra para fazer amor com Geb. Porém, Nut era casada com Rá, e ele ficou com raiva – decretou que ela não poderia ter filhos durante os 360 dias do ano. Então Nut pediu ajuda ao deus Thot (deus do tempo) para
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criar mais 5 dias, fazendo com que o ano passasse a ter 365 dias, e foi quando ela deu a luz aos seus quatro filhos, os filhos do Céu e da Terra: OSÍRIS, ÍSIS, NÉFTIS e SETH. O deus Shu descobriu a união de Geb e Nut e acabou com a união dos dois, interpondo-se no meio deles. Assim o ar é o responsável pela sustentação do céu, para que este não caía na terra.
ORAÇÃO À DEUSA NUT “Nut minha divina mãe, abre tuas asas sobre mim enquanto brilharem nos céus as imorredouras estrelas”. (texto encontrado no túmulo de Tutankhamon) Samýra Muraddy é tarologa, pesquisadora do panteão egipcio e faz leitura na borra do café. samyramuraddy@shimmie.com.br
GLAMUROSA
BLÁ BLÁ BLÁ
TIRANDO A VISEIRA
“Gente! Estou precisando urgente de um cabo para ligar o meu DVD na TV! Sabe onde eu posso encontrar?” “Ah!!!! Passa lá na Santa Efigênia (São Paulo)... tem um monte de lojas! Lá você acha tudo nesse departamento!” “Gente! Estou doidinha com a lista de material do meu filho! Nossa! Quanta coisa...” “Ah!!! Dá um pulinho na 25 de Março! Você vai ver a economia que vai fazer!” “E material de construção?” “Olha, na Marginal Tietê tem uma loja depois da outra.” “Estou precisando de bolsa, sapato, um carro novo, blá, blá, blá...” “Ah!!! Passa lá na...” Interessante, não? Vivemos em um sistema capitalista, onde a concorrência se torna a nossa maior aliada! Aliada sim! O que seria da Rua 25 de Março com uma única loja? Você acha que esse lojista venderia a mesma coisa que vende hoje? Vá HOJE lá (você que é de São Paulo), e tente locar um imóvel comercial... A concorrência é algo tão positivo, que até as grandes empresas criam concorrências com elas mesmas! Quer um exemplo? Você prefere Coca-Cola ou Kuat? E você sabia que existe a Associação dos lojistas da Santa Efigênia, da 25 de março, de materiais de construção e etc, onde eles se reúnem, discutem, e tudo o mais que é pertinente ao ramo deles?! São PROFISSIONAIS! Respeitamos porque eles se dão ao RESPEITO!
Agora vamos voltar ao nosso mundo, ao mundo da Dança do Ventre! Por que em vez das pessoas vibrarem com coisas, obras, criações que são feitas, individualmente ou em pequenos grupos, elas tentam simplesmente depreciar e obstruir? Sou uma bailarina, professora, dona de escola, e se você aí faz algo para contribuir para o crescimento da Dança do Ventre, para a valorização da arte, eu vou ganhar também! Eu tenho mais é que incentivar, aplaudir, tirar o meu chapéu! Vou ter mais alunas, meus shows vão ser valorizados, meu cachê vai subir, a Dança do Ventre será mais vista, e será reconhecida como uma arte! Vamos pensar juntas: é tanto tempo de estudos, dedicação, investimento pessoal e financeiro, lutando muitas vezes contra estigmas errados da Dança do Ventre, e onde você ainda vai encontrar barreiras? No próprio mundo da Dança do Ventre?!?! “Pô!” Quando as pessoas vão sair das “picuinhas” escolares e crescer? Quem sabe um dia teremos a Associação das PROFISSIONAIS da Dança do Ventre - não “PANELA” da Dança do Ventre! –, onde qualquer pessoa do ramo possa entrar e contribuir para o nosso crescimento, e ser bem-vinda, ouvida e RESPEITADA! Fui! Sahira Fatin é bailarina, professora e coreógrafa de Dança do Ventre. sahirafatin@shimmie.com.br
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PENSAMENTOS
Minha arte é precisamente um esforço para exprimir em gestos e movimentos a verdade de meu ser. [...] Desde o início, nada mais fiz do que dançar a minha vida.
Saber dançar te faz
PROFESSORA? por SAHIRA FATIN ilustração iSTOCKPHOTO
Isadora Duncan do livro "Minha Vida"
foto ADELITA CHOHFI 62
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Divina Consultoria . Bailarina Nira Lucchesi e Grupo Malak . Fotos: LuccBrasil
www.hanasedas.com.br Tel.: 11 3873-2049 Cel.: 11 9198-2549