PALCO FOBIAS E ALEGRIAS TUDO SOBRE A RELAÇÃO ENTRE A BAILARINA E O MOMENTO DO SHOW
BELLYSAMBA Uma fusão bem brasileira
ZAFFE Conheça essa dança folclórica do Líbano
DANÇA NA
UNIVERSIDADE
COMO FUNCIONA A ESPECIALIZAÇÃO EM DANÇA
MAQUIAGEM www.shimmie.com.br
VERMELHO COM GLITTER, PAIXÃO E BRILHO! JU MARCONATO
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Em uma entrevista exclusiva! Conheça um pouco sobre sua vida dedicada à dança do ventre.
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TARIK, LULU SABONGI, AZIZA MOR, KAHINA E A GRANDE MESTRA DIRETO DO EGITO COM EXCLUSIVIDADE
FARIDA FAHMY
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14, 15 e 16 de OUTUBRO de 2011 GRANDE FINAL NACIONAL SHIMMIE
* Profissional * Amadora * Juvenil * Tribal Solo * Tribal Grupo * Grupo Moderno * Grupo Tradicional * Grupo Folclórico
EVENTOS
* Workshops * Show de Gala * Concurso BFD * Mostras de Danças * Concurso D.I.V.A.S * Expositores * Aniversário de 1 ano de Revista Shimmie * Sorteios
LOCAL:
BLUE TREE PREMIUM FARIA LIMA
Avenida Brigadeiro Faria Lima, 3989 São Paulo - SP
DIRETO DA REDAÇÃO
Diretoria Executiva Marketing e Negócios Daniella Ogeda Nice Design e Administração Josi Madureira Produção Divina Consultoria www.divinaconsultoria.com.br
“ Josi Madureira
Quando você sonha, o Universo conspira a seu favor. (Paulo Coelho)
”
Uma conquista após a outra. É assim que tem sido o crescimento da Revista Shimmie. Chegamos a 6ª edição, e com ela muitos sonhos se concretizaram e muitos outros chegam às nossas mãos todos os dias. Há exatos 12 meses, recebi a honra de ser convidada para ser a designer responsável pelo projeto gráfico da Shimmie. Nem preciso dizer que me apaixonei pela ideia e que aceitei o convite imediatamente. O que eu não poderia imaginar é que este convite mudaria completamente minha vida! Desde esta data, aprimorei meus conhecimentos, estudei e pesquisei incansavelmente para interpretar graficamente todos os nossos colunistas, respeitando sempre seus diferentes estilos, linhas de estudo e trabalho. E assim como uma flor que para crescer precisa de adubo, luz e água, a Shimmie a partir desta edição contará com minha dedicação integral. Ao lado de minha grande amiga e sócia Daniella, compartilhamos a responsabilidade de levar aos nossos leitores uma revista de qualidade fundamentada em respeito e profissionalismo pela ARTE, para que ela continue a crescer como veículo de comunicação da dança do ventre. O tema desta revista não poderia ter sido mais significativo para nós – Palco: fobias e alegrias – pois, assim como na vida, somos surpreendidos e temos a possibilidade de superar desafios. E foi isso que fizemos com muito carinho e dedicação. Trouxemos até vocês matérias exclusivas, o olhar inovador da fotógrafa Carol Loução na matéria de capa, a querida Ju Marconato, e nossa maior e melhor conquista: o Festival Nacional Shimmie, que acontecerá graças ao apoio e organização de grandes profissionais da dança que apoiaram nossa proposta de mostrar a regionalidade e a riqueza cultural da dança do ventre no Brasil. Para a grande final do Festival, em parceria com o Brasil Fashion Dance, reservamos a melhor notícia: a maravilhosa e inigualável mestra Farida Fahmy virá em outubro direto do Egito, exclusivamente para ministrar um imperdível workshop; ao lado de Kahina, Lulu Sabongi, Tarik e Aziza, Farida fará a avaliação diferenciada e completa da dança de um pequeno grupo de bailarinas. Queridos leitores, como vocês podem perceber, são muitas notícias boas! Aproveite cada página de sua revista, pois ela foi – e sempre será – feita especialmente pensando em vocês! Josi Madureira
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www.shimmie.com.br agosto/setembro 2011
Redação Jornalista Responsável e Redatora Eliene Costa - MTB 51.975/SP Diretora de Arte Josi Madureira Bailarina Responsável Rhazi Manat DRT - 21377 Ilustração Marco Aurelio Casson Contato Administrativo Patricia Moura Revisora e Tradutora Thaís Cristina Casson Fotógrafa Adelita Chohfi Carol Loução Usina de ideias Vera Moreira Produção Gráfica Editora K Impressão Vox Editora A Revista Shimmie é uma publicação bimestral da K Editora & Comércio de Papéis Ltda, destinada ao público envolvido com a Dança do Ventre. ISSN 2178-5759. A Revista Shimmie é destinada à informação e entretenimento, não cabendo responsabilidade por conceitos emitidos em artigos assinados ou por qualquer conteúdo publicitário e comercial, sendo este último de inteira responsabilidade dos anunciantes. Não é permitida a reprodução total ou parcial de qualquer material sem prévia autorização por escrito.
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GPS DA REVISTA COLUNAS
10 12 14
Estilo
Não comprometa a sua dança por causa do figurino Beleza Faça a sua cabeça Maquiagem Paixão e brilho - Maquiagem vermelha com glitter
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Fusão de ideias
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Cantinho das blogueiras
20
Tribal
22
Me leva lulu
34
Encontrei por ai
35
O homem na Dança do Ventre
36
Especial
38
Nutrição
40
Beldades
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Folclore
43
Dança do ventre na universidade
44
Corpo - Consciência Corporal
45
Corpo - Anatomia
46
Saúde Corporal
47
Saúde mental
48
Finanças
50
No início foi assim
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Corrente do bem
54
Mercado
56
Moderno
57
Clássico
58
Leitura musical
59
Teoria Musical
60
Off Bellydance
62
Glamurosa
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Onde encontrar sua Revista Shimmie
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Novelinha Shimmie
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Vem sambar!
Gerenciamento de estatísticas - Endenda melhor seu público e direcione seu trabalho Tribal - Cultura e relações Sicília - Terra da máfia e dos segredos escondidos O caminho árduo para a perfeição A realidade por trás da mágica do Cirque du Soleil Produção de espetáculos Sem medo da música Como se alimentar no dia do show Dança oriental na infância A dança Zaffe no Líbano Especialização em dança
Consciência corporal Fator de movimento: Fluência Sistema esquelético Livre-se de dores e ansiedade com o Do-in Tudo na vida tem dois lados Planejamento financeiro para eventos de dança Aziza Mor
Vamos todos juntos? Primeira chamada da Revista Shimmie para fazer o bem!
Super Noites 5 Tarik e Kahina
Uma família na dança e arte Oriental Passo a passo da coreografia moderna Desenho cênico
NESTA EDIÇÃO
24
Capa
32
eventos
Leitura musical Derbak passo a passo
Palcos: Fobias e Alegrias Super Noites 5 Espetáculo teatral do Khan el Khalili
Eu não sabia...
Chegou a hora!!! www.shimmie.com.br agosto/setembro 2011
modelo da capa: Ju Marconato fotógrafa: Carol Loução figurino: Aterlier Ju Marconato maquiagem: Vera Moreira
O QUE TEM NO SITE
EVENTOS
CAPA
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ONDE ENCONTRAR
CALENDÁRIO DE EVENTOS
VÍDEOS
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CONF CULTU IRA OS CO MBOS RAIS Q UE PREPA ROU P A SHIMMIE RA VO CÊ!!!
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VEJA MAIS NO SITE
NOVELINHA
SHIMMIE
AGUARDE! NA EDIÇÃO 7
FESTIVAIS E CONCURSOS - MANIA MUNDIAL Ops!!! Edição anterior... O nome do estúdio da querida Cinthia Santos saiu errado dentro do texto. Saiu como “Studio Cinthia Barros”. A pedido da própria Cinthia, esclarecemos que a Síndrome de Down não é uma doença, como foi publicado, e sim uma alteração genética.
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MURAL DAS LEITORAS
A equipe Shimmie agradece a todos nossos leitores!!! Gostaríamos de registrar o enorme agradecimento pelo carinho e pelas palavras de todas as nossas leitoras. Infelizmente, não temos espaço para publicarmos todas as mensagens que temos recebido, mas a equipe Shimmie agradece a cada uma de vocês que têm colaborado com elogios, críticas e sugestões para que a revista esteja melhor a cada edição. E você que ainda não escreveu para a gente, mande-nos sua opinião! Queremos ouvir a todos os nossos leitores.
mais uma vez a @revistash immie acertou em cheio nas matéri as, estou conversando muito sobre exp ressão e chega a revista com a matéri a D ++
Cantinho Oriental, via
Vcs acreditam que me u marido está lendo @revista shimmie? Ele adorou!
Mariana Diniz, via Facebook
Hanna Aisha, via
@revistashimmie chegou Y cada edição tem gostinho de quero mais! A dança do ventre merece ser tratada com todo carinho e seriedade sempre!!
Dayane, via Twitter
Querida, chegaram minhas revistas!!!! Amei! Estou apaixonada pelas minhas revistas, já ansiosa pelas próximas! Super beijo!
Genteeee! Amei a Shimmie Ampliando Conceitos !!!!! Estou me acabando de ler... Que qualidade ótima, não só do conteúdo, mas do material da revista mesmo! Páginas grossas que não rasgam só de olhar. Parabéns pessoal da equipe da Revista Shimmie!
Esta semana eu recebi a revista... gostaria de parabenizar toda a equipe da revista... o trabalho de vcs é incomparável.
Carine Camargo, via Facebook
Erika Hefter, via e-mail
Ahhh!!! tem mais um detalhe, o retorno foi surpreendente.... Parabéns!
A Redação se reserva o direito de editar as mensagens enviadas por questões de espaço.
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ESTILO
NÃO COMPROMETA A SUA DANÇA
POR CAUSA DO FIGURINO por SIMONE GALASSI bailarina NESRINE
Uma apresentação de sucesso depende não só da escolha da música e da elaboração da coreografia. Há detalhes do figurino que, se não forem muito bem preparados e pensados, podem estragar o momento da bailarina, além de ficarem eternizados em filmagens ou fotos. Alguns implicam diretamente na imagem e outros na segurança. Veja abaixo como se prevenir: SUTIA
MANGAS
FENDAS E SHORTS
PROBLEMA
SOLUÇÃO
Quando muito curtas, as saias deixam a impressão de figurino menor que o manequim, ou que a bailarina está com medo de pisar na barra. Quando muito compridas, podem deixar a bailarina mais baixa e passar a sensação de pernas curtas, além de trazer problemas com pisadas e escorregões.
A verdade é que, com o tempo, cada bailarina encontra o ponto ideal de comprimento da sua saia, mas para quem ainda tem dúvida, a dica é usar a saia cobrindo todo o pé sem deixar sobras de tecido acumuladas no chão. Outra referência é que, quando estiver na meia ponta, o calcanhar deverá estar coberto pela saia.
Saias com fendas muito altas.
Nunca se esqueça do bom e velho short, que deixa a bailarina mais a vontade e segura.
Escolha do tecido das saias.
Quando são muito justas, as saias não devem ser confeccionadas com tecidos muito finos ou sem forro e, se forem godês, precisam de tecido suficiente para não revelar o corpo. Definitivamente, economia neste caso não é bem vinda.
Saia aparecendo acima do cinto (principalmente em cintos recortados).
Nunca deixe de alfinetar a saia para dentro do cinto, assim não passará a sensação de desleixo ou de que você não teve tempo suficiente para se arrumar.
Cinto que sai do lugar durante a dança.
Sempre utilize alfinetes para que o cinto não se mova durante a dança.
Sutiã que abre durante a dança.
Os alfinetes são necessários como segurança para os fechos de sutiã que, normalmente, abrem por mal fechamento ou por estarem deteriorados pelo tempo. Não se esqueça de observar se o sutiã não está folgado em sua base para que seu busto não saia por baixo durante o show. Lembre-se, esta é a peça do figurino que, se apresentar qualquer problema, você estará imediatamente em grandes apuros.
Brincos grandes.
Para usá-los, escolha tarraxas de silicone. Assim evitará que eles voem durante a dança.
Mangas com muito tecido.
Por não serem as melhores amigas dos véus, a bailarina deve evitar o uso do acessório para não correr o risco de enroscá-los.
Estética
Para “alongar” o corpo e evidenciar os movimentos de busto e quadril, é importante conseguir a maior distância possível entre o cinto e sutiã. Para aquelas que desejam “afinar a cintura”, usar e abusar das telas de cores mais escuras, evitando o cinto muito alto, para esconder a “barriguinha”.
COMPRIMENTO DA SAIA
Simone Galassi é estilista
É certo que existem muitos outros detalhes para citar, mas muitos deles dependem do tipo físico de cada bailarina. O mais importante é lembrar que o espelho é seu melhor amigo e que você deve olhar para ele várias vezes sob vários ângulos antes de entrar no palco. E o mais importante, nunca estreie um figurino sem antes ter ensaiado com ele algumas vezes.
simonegalassi@shimmie.com.br 10
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Único concurso que patrocina o grupo vencedor durante 1 ano com figurinos exclusivos
Para maiores informações acesse: www.brasilfashiondance.com www.ateliersimonegalassi.com.br - Fone: +55 11 5083.8455
BELEZA
FAÇA A SUA CABEÇA por BETO SILVA fotos ADELITA CHOHFI
Cabelos bonitos fazem as mulheres brilharem não só nos palcos, mas em qualquer situação do dia a dia. O corte certo para o tipo de rosto e a cor que combina com o tom de pele fazem a mulher ficar mais iluminada, além de possibilitar variações para uma situação básica, chique ou sensual.
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A cor do cabelo da modelo foi iluminada com luzes bem marcadas em volta da cabeça. Assim, quando os cabelos forem presos, as mechas vão aparecer, proporcionando um visual muito bonito. Também foram espalhadas mechas em toda a cabeça, e a ponta, que já tinha luzes, foi to-
nalizada para ficar com um aspecto parecido com o reflexo californiano que está muito na moda. Para tirar o aspecto reto, o corte foi desfiado em degradê na parte da frente e modelado para dentro.
As tranças também estão super na moda e podem ser usadas em qualquer ocasião. Neste caso, a trança foi puxada para a lateral e foram colocados grampos com pérolas, que podem ser substituídos por outro adereço de acordo com a ocasião.
Os cachos foram trabalhados para dar um ar mais sensual ao look. Para mostrar o efeito das luzes, foram feitos com a prancha, que também prolonga o penteado.
Dúvidas ou sugestões? Mande um e-mail para betosilva@shimmie.com.br Beto Silva é cabeleireiro betosilva@shimmie.com.br
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MAQUIAGEM
PAIXÃO E BRILHO Maquiagem vermelha com glitter por VERA MOREIRA foto ADELITA CHOHFI
O glamour e o brilho dos figurinos de dança do ventre são complementados com o glitter adicionado pelas bailarinas em suas maquiagens. Porém, o uso do glitter pede certa moderação, uma vez que existe uma linha tênue entre a elegância do glitter e o visual “árvore de Natal” que pode provocar um efeito indesejado. As cores utilizadas nesta proposta - vermelho, marrom e preto - combinam muito bem com o inverno e podem ser utilizadas em uma versão mais light, sem o glitter, para qualquer ocasião festiva. Para esta maquiagem, o trabalho deverá começar no côncavo. Utilize um pincel macio para esfumar a sombra marrom opaca, fazendo movimentos de vai-e-vem no côncavo, utilizando como parâmetro o início e o final da sobrancelha. No canto, faça um formato “V” com a sombra preta, marcando do final da linha dos cílios superiores até ¼ do côncavo 14
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e trazendo a sombra preta para dentro. Marque também a linha dos cílios inferiores com a sombra preta de forma bem moderada, com um traço fino. Na pálpebra móvel, utilize uma sombra vermelha, fazendo um formato mais arredondado no canto interno. Esfume o canto interno com uma sombra iluminadora e ilumine próximo à sobrancelha. Aplique o glitter da mesma cor da sombra por cima da sombra vermelha. Na ausência do glitter vermelho, utilize um glitter furta-cor. Para finalizar, delineador e máscara. No restante do rosto, um blush discreto e uma boca hidratada. Se quiser optar por um batom mais rosado, evite os tons puxados para o lilás. Brilhe! Vera Moreira é bailarina e professora especializada em maquiagem de palco. veramoreira@shimmie.com.br
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FUSÃO DE IDEIAS
M E V BAR! SAM por DANNA GAMA foto FOTOLIA
Como diria Dorival Caymmi, “Quem não gosta de samba, bom sujeito não é. É ruim da cabeça ou doente do pé”. Como, então, conseguir ficar parado ao som da bateria de uma escola de samba? Nem os gringos conseguem! Os brasileiros são privilegiados por uma cultura popular riquíssima; a dança e a música fazem parte do dia a dia e proporcionam um enorme leque de influências e inspirações. O samba tem origem africana e chegou ao Brasil por meio dos escravos que trabalhavam na Bahia. Lá começou a ganhar o tempero especial tipicamente brasileiro até chegar ao Rio de Janeiro, tomar as ruas e o Carnaval. Hoje, o samba é como que um sinônimo de Brasil e essa cultura é distribuída por todo o mundo, deixando os gringos extasiados com a batida e a energia que só o samba tem. Foi no Rio de Janeiro que o samba tomou forma e, por isso, a Cidade Maravilhosa é também a Cidade do Samba. Agora se engana quem imagina que todo samba é igual. Existem diversas variações: • Samba Enredo - em que os temas estão ligados às escolas de samba;
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• Partido Alto - estilo dos grandes mestres do samba, que fala do dia a dia dos morros e comunidades; • Pagode - ritmo repetitivo, que conta com instrumentos eletrônicos e percussão, letras simples e românticas; • Samba-Canção - mais lento, com letras românticas e sentimentais; • Samba de Breque - com momentos de paradas rápidas, em que o cantor pode incluir comentários, muitas vezes críticos ou de humor; • Samba de Gafieira - rápido e muito rico na parte instrumental e com acompanhamento de orquestra; • Samba Funkeado - com influência de blues e música negra, muito marcado e com energia; • Samba Rock - popular em São Paulo, é caracterizado pelo swing e pela influência do Jazz, Black e mixagem. A parte mais encantadora da fusão da dança do ventre (música oriental árabe) com o samba – ou Bellysamba – é a semelhança da estrutura entre os dois estilos musicais. Como as bases são todas em função da percussão, é possível fazer uma grande relação
Dicas para estudar: Sheila Aquino e Marcelo Chocolate, Carlinhos de Jesus, Jimmy de Oliveira, Jaime Aroxa, Leo Forte, Claudio Nostalgia, Moskito.
entre eles. Um bom exemplo é o solo de percussão Brazilian Solo de Hossam Ramzy, que conta com um sambinha no meio da música. Com o samba no pé, as bases são bem simples, mas o charme maior está no gingado do quadril. Para isso, a grande dica é estudar as passistas, que têm quadris precisos e hipnotizantes. Já os homens, devem se inspirar na famosa “ginga do malandro”. No Samba de Gafieira e no Samba Funkeado, as bases são bem mais complexas, com muitas variações e, por ser um estilo dançado a dois, é necessário adaptar a maioria dos movimentos. O mais importante no BellySamba, no entanto, é a energia. Os dois estilos se completam, têm impacto, musicalidade, alegria e charme. É preciso colocar tudo isso junto para arrasar nos palcos. A parte boa é que, com esses ingredientes, o estudo acaba sendo uma brincadeira deliciosa.
Danna Gama é bailarina, professora e coreógrafa de Dança do Ventre. dannagama@shimmie.com.br
CANTINHO DAS BLOGUEIRAS
GERENCIAMENTO DE ESTATÍSTICAS Entenda melhor seu público e direcione seu trabalho por VERA MOREIRA ilustração JOSI MADUREIRA
Uma das verdades absolutas sobre a Internet é a de que não há fidelidade sem interesse. Ou seja, ninguém volta a acessar um espaço virtual se não houve interesse no conteúdo. Por isso, entender o que motiva os seguidores a visitarem constantemente um blog é uma etapa importante para ajudar o espaço a se tornar mais relevante e respeitado. Uma das ferramentas de estatísticas de blogs disponíveis na Internet é o Google Analytics, extremamente amigável e fácil de usar. O painel principal traz uma visão geral dos acessos, informando quais os números de visualizações do dia, semana e mês, quais as origens de acessos, qual é o ranking de acessos por país e quais são as postagens mais visitadas. O item “Origens de tráfego” (acessos) lista quais são os endereços virtuais que direcionaram mais acessos. Podem ser a própria ferramenta de busca do Google ou outros blogs, que possuem seu endereço linkado no blogroll. Conhecer a origem dos acessos facilita a pesquisa de assuntos para postagens e oferece uma diretriz para o desenvolvimento dos temas, que culminará na assertividade e fidelização de leitores. Além disso, é interessante estabelecer uma relação de cumplicidade e respeito com os donos dos outros espaços virtuais. Afinal, eles são (e serão) responsáveis pelo crescimento do seu blog.
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Por meio do “Ranking de Acessos” por país você poderá diversificar os assuntos dos quais trata o seu blog. Certamente o seu maior público está no Brasil (supera 90% dos acessos) e é para estes leitores que deve estar focada a maior parte das suas postagens. Porém, por que não pensar em também conhecer o universo da dança do país que ocupa o segundo lugar nos acessos e direcionar uma parte das postagens a este público? Além de proporcionar aos leitores regulares novas abordagens e apresentações diferentes de dança, você dará um novo motivo para os leitores de outro país visitarem ainda mais frequentemente o seu blog. Nas “Postagens mais visitadas” são revelados os assuntos que os leitores mais gostam de ler em seu blog. De posse dessa informação, o blogueiro poderá escrever posts que apresentem variações dos assuntos mais abordados e também poderá aumentar a frequência de posts sobre um determinado assunto. As ferramentas de estatísticas são extremamente úteis para ajudar a blogueira a identificar quem são seus leitores, onde estão, e sobre o que querem ler. Porém, não se deve esquecer que os leitores procuram sempre opiniões diferentes sobre um mesmo assunto. A blogueira não deve cair na tentação de escrever somente sobre o que agrada o
seu público, deixando de lado a opinião pessoal. O leitor deve ser cativado e atraído para o blog, mas a opinião deve ser exposta de forma clara e respeitosa para que todos aprendam a compreender seu ponto de vista. No entanto, esses recursos, se utilizados com exagero, podem se tornar um problema. A blogueira pode ficar obcecada pelos números e passar a postar os assuntos apenas de forma condicionada. Neste caso, é preciso encontrar o equilíbrio entre agradar a você mesma (blogueira) e agradar ao leitor. Lembre-se sempre de que foi o seu toque pessoal que encantou o leitor no primeiro momento e, este toque pessoal adicionado a sua paixão pela dança é e sempre será o diferencial do seu blog. Seja assertiva, mas acima de tudo, seja única. Neste primeiro ano da Revista Shimmie, a coluna “Cantinho da blogueira” apresentou as principais diretrizes de como criar e conduzir um blog. Depois de tantas dicas, espero que você se sinta motivada a tornar seu blog cada vez melhor. Se você ainda não tem um blog, leia as edições anteriores e não hesite em abrir um espaço virtual para falar de dança, beleza ou qualquer assunto que fale ao seu coração. Vera Moreira é blogueira veramoreira@shimmie.com.br
TRIBAL
TRIBAL Simbolizado pelo Sol na Terra, o fogo também encontra seu lugar no Tribal: malabares com Poi, Fire Fan, arcos. Houve muitas deusas do Sol na história do mundo, notadamente no Japão e entre os cherokee. Os hititas reverenciavam uma deusa solar chamada Hebat, cujo nome em grego era Hebe, a deusa da juventude que servia néctar e ambrosia aos deuses do Olimpo. Hebe também pode ser relacionada à Eva, traduzindo do grego para o hebraico. Essa “primeira mulher” poderia ter sido uma deusa do Sol, já que Eva significa “mãe de todos os vivos” e, sem o Sol, não seria possível a vida na Terra. O trabalho com fogo confere um ar mais primitivo e ritualístico à dança, pois em diversas civilizações, este elemento está ligado à mulher, ao desejo, ao próprio fogo sagrado e às bruxas. Essa relação é interessante, uma vez que as dançarinas de tribal muitas vezes são comparadas a bruxas, enquanto as de dança do ventre seriam as fadas. Enquanto as bailarinas de dança do ventre têm os cabelos cuidadosamente escovados, com joias e pedras preciosas, deixando-as tão delicadas que mais parecem anjos, as dançarinas de tribal estão com cabelos presos em penteados bem exóticos com dreads, flores, plumas, búzios, maquiagem forte, um exagero de bijuterias geralmente envelhecidas e roupas com xales e cintos assimétricos, em sua maioria de cor escura, deixando-as com um ar mais fechado e misterioso, como bruxas ou guerreiras. Essa referência ritualística pode ser encontrada em grupos como Cia Xamã e na dançarina Aradia do Serpentine, por exemplo. Aliás, segundo o Evangelho das Bruxas, a Lua persegue o Sol e o seduz. Dessa união, nasce Aradia, que passa a ser a padroeira das bruxas. Assim, é possível perceber que a Lua e o Sol, assim como os elementos da natureza e temas como vida e
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Culturas e Relações por KILMA FARIAS foto RENATA CHAVES
morte, também são retratados no tribal. O grupo que dirijo, por exemplo, a Cia Lunay, também encontra seu princípio nos mitos ancestrais, sendo que Lunay vem de Lua. Vale registrar também a influência da cultura afrobrasileira no Tribal, compondo o Tribal Brasil, com todas as cores e ritmos do país. A diversidade cultural é imensa e vale experimentar cada tempero nesse grande caldeirão, desde que com muita cautela e observando se a fusão que a música propõe também está no gestual e no figurino. Anotados os ingredientes, faça sua receita! Feita com pesquisa, sabedoria e muita técnica, a fusão se transforma numa porção mágica capaz de enfeitiçar as mais céticas e puristas adeptas do Ventre.
Kilma é dançarina e professora de Dança do Ventre e Tribal e também jornalista. kilmafarias@shimmie.com.br
Kami Liddle
Sonia Ochoa
ro Internacional Bele Fus t n o co Enc do Ventre e Tribal Y Fu ança de D
sion 2 011
GRANDE ENCONTRO DE ESTRELAS Dias 9, 10 e 11 de Setembro de 2011
Sonia Ochoa, Kami Liddle e DSA
trazendo vários tipos de fusões em SÃO PAULO.
Bela Saffe (BA)
Fátima Braga (SP)
Bia Vasconcelos (BA)
Luna (PERU)
30 horas de aulas Show de Gala com DSA e convidadas
Nanda Nahla (MG)
Mahaila el Helwa (SP)
Kilma Farias (PB)
Carlos Clark (MG)
Karina Leiro (BA)
Mahira Hasan (SP)
www.encontrointernacional.com.br belefusco@belefusco.com.br Contato: 11 3907-0691 / 4121-1087
mostra premiada e seletiva sudeste 1 Passo 1: Inscreva-se no Encontro Internacional Passo 2: Na Ficha de Inscrição assinale a alternativa ( ) Festival Nacional Shimmie e BFD Passo 3: No dia do evento, O Festival Nacional Shimmie e BFD terão uma banca acrescida na fila do Júri tradicional do Encontro Bele Fusco especialmente para selecionar os vencedores da Seletiva Sudeste - São Paulo. Não perca a oportunidade de representar o Estado de São Paulo na grande Final do Festival Nacional Shimmie e BFD em Outubro de 2011. Atenção: apenas os vencedores da seletiva sudeste 1 - São Paulo - Encontro Internacional Bele Fusco poderão representar o Estado de São Paulo. Não haverão outros credenciados. Para participar, inscreva-se no Encontro Internacional Bele Fusco.
Mariana Quadros (SP)
Renata Lobo (PR)
Renata Violanti (RJ)
Simone Takusi (SP)
Mostra Premiada Prêmio em dinheiro!
ME LEVA LULU
SICÍLIA Terra da máfia e dos segredos escondidos
por LULU SABONGI fotos iSTOCKPHOTO
Fiquei extasiada e, se passasse mais um tempo na cidade, também ficaria empanturrada. Que comida deliciosa! Na Sicília, as famílias plantam suas azeitonas e, uma vez por ano, fazem a colheita e produzem seu próprio azeite dentro de casa. A noção de família é absoluta, e a que eu conheci vai ficar guardada para sempre na minha memória. A Sicília é uma ilha, que seus próprios moradores dizem não ser Europa, mas um pedaço perdido da África que se desprendeu e acabou grudando em cima demais, virando parte da Itália. A história do lugar explica um pouco o motivo do surgimento da máfia, como a conhecemos hoje. Essa parte da Itália era praticamente abandonada por todos, e os padrinhos (chamados posteriormente de chefões, no cinema brasileiro) eram a única proteção possível numa terra de ninguém. As relações de proteção e subordinação surgiram há muito tempo e se desenvolveram, formando o que mais tarde seria a rede de conexões dominada pela máfia siciliana. A organização local tem uma ligação aparentemente forte em Nova Iorque, pois, por motivos desconhecidos, um voo da Sicília para lá custa apenas 300 euros. Chega a ser uma piada se comparado ao voo para o Brasil, que inicia em 1000 euros. Neste pequeno pedaço da Itália, todos se conhecem, e para fazer qualquer coisa deve-se saber onde ir e com quem falar. Em questão de
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Costa Sicília
minutos e, com apenas um telefonema, consegui um saxofonista profissional para tocar exclusivamente para mim. A disponibilidade é baseada em um conhecimento prévio. Um amigo leva a outro amigo que o favorece ou não, dependendo também de suas conexões. Esse músico que me acompanhou simplesmente largou o que estava fazendo e veio prestar um favor a um contato. Foi um momento lindo, eu presenteei a organizadora do festival e seu namorado com a improvisação de duas canções muito antigas daquela região, uma serenata de amor e uma tarantela siciliana típica. Eu chorei dançando e eles choraram assistindo. Foi tudo bem intenso, como deve ser na Itália. Guardarei até janeiro a memória da doçura das pessoas, da paixão que colocam em tudo, da alegria da tarantela e o calor latino. Que os bons ventos os guardem até que possamos nos encontrar novamente. Muita luz e alegria para Sara Papalardo e Antonio. Esse foi o festival mais aconchegante e afetivo em que estive, em toda a minha história de dança. Quem puder, visite um dia Khamsin Festival in Sicilia! Arrivederci! Io amo la Sicilia!!! Lulu Sabongi é professora, bailarina e coreógrafa de Dança do Ventre. lulusabongi@shimmie.com.br
Bailarinas Aprovadas 2011 Allana Alflen - Salvador - BA
Andrea Gaia - Uberaba - MG
Andrea Santiago - São Paulo - SP
Aysha - São Paulo - SP
Aysha Fahd - Fortaleza - CE
Catarina Hora - Fortaleza - CE
Chrystal Kasbah - Campinas - SP
Cris Gomes - Americana - SP
Ellen Pereira - São Paulo - SP
Jessica Freitas - Porto Feliz - SP
Ludmilla Raissuli - Belem - PA
Marcia Yasmine - Dourados - MS
Milla Zahar - Franca - SP
Raiza Holtz - Sorocaba - SP Coordenação
Realização
Raquel Pinheiro - Rio de Janeiro
Roberta Soares - Campina G - PB
Samira Carla - Brasília - DF
Suzi Ribeiro - Curitiba - PR
Zahra Li - Rio de Janeiro - RJ
UM DESTES HORÁRIOS É PERFEITO PARA VOCÊ!
AULAS SHANGRILA
Dia
Horário 17:30 19:00 19:00 19:00 20:30 20:30 20:30
Nível Básico Intermediário Avançado Básico Básico Intermediário Intermediário
Professora Flora Pitta Aziza Nesrine Mahira Nesrine Rhazi Mahira
10:30 13:00 17:30 19:00 19:00 20:30 20:30
Básico Intermediário Básico Intermediário Básico Intermediário Avançado
Rhazi Rhazi Julli Nesrine Julli Julli Aziza
Quarta
10:30 17:30 19:00 19:00 19:00 20:30 20:30 20:30
Básico Ballet Básico Básico Intermediário Básico Intermediário Básico
Millah Flávia Julli Beatriz Villarroel Málak Málak Julli Millah
Quinta
10:00 10:30 14:30 16:00 16:30 18:30 19:00 20:30 20:30
Iniciação infantil Básico Iniciação infantil Terceira Idade Grupo estudos Intermediário Básico Básico Intermediário
Najla Hayek Millah Najla Hayek Najla Hayek Lulu Sabongi Lulu Sabongi Najwa Zaidan Lulu Sabongi Najwa Zaidan
Segunda
Terça
Dia
Sexta
Sábado
Horário 10:30 12:00 12:00 13:30 15:30 15:30 17:30 17:30 19:00 19:00 19:30 20:30
Nível Básico Básico Intermediário Ballet Básico Avançado Intermediário Intermediário Avançado Básico Avançado Intermediário
Professora Nesrine Millah Lulu Sabongi Flávia Rhazi Lulu Sabongi Lulu Sabongi Mahaila Mahaila Flora Lulu Sabongi Leila Soraia
09:00 09:00 09:00 10:30 10:30 12:00 12:00 13:30 13:30 15:00 15:00 16:30
Ballet Básico Intermediário Básico Intermediário Básico Intermediário Básico Intermediário Avançado Intermediário Grupo de estudos
Flávia Nesrine Malak Leila Soraia Aziza Leila Soraia Aziza Tahya Julli Julli Tahya Rhazi / Tahia
Rua Gaspar Lourenco, 25 . Aclimação . São Paulo . Tel.: +55 11 5539 5092 . www.shangrilahouse.com.br
CAPA
“A única pessoa no seu caminho é você mesma”. Uma das frases mais fortes do filme Cisne Negro sintetiza a luta da protagonista, interpretada por Natalie Portman, para realizar seu grande sonho de ser a bailarina principal da companhia de balé de Nova York, da qual fazia parte. Ao longo da trama, a doce Nina passa por uma verdadeira metamorfose para vencer seus próprios bloqueios e provar para ela mesma e para um público exigente, que é capaz de viver no palco tanto o cisne branco (bem), quanto o cisne negro (mal). Da mesma forma, mas em intensidades diferentes, toda dançarina precisa vencer suas próprias barreiras para poder fazer do palco um momento de alegria e transformação. De acordo com a terapeuta e professora de psicologia da PUC-SP, Isabel Labate, durante muitos séculos a ciência dividiu o estudo do corpo e da mente, sem atentar para o fato de que um interfere no outro. Na dança, no entanto, corpo e mente sempre foram uma coisa só, andam juntos e não podem ser dissociados. A facilidade de subir ao palco para falar, dançar ou atuar é particular de cada pessoa e não existe uma fórmula fechada para solucionar essa questão. A dificuldade de “aparecer” já foi tema de muitas pesquisas. Um estudo feito com australianos, por exemplo, apontou que um terço dos entrevistados preferia a morte a falar em público. Isso mostra que, para subir no palco, é preciso muito mais do que boa vontade, é necessário ter coragem. E aqueles que se arriscam já devem se sentir vencedores. Isabel explica que o corpo humano se prepara para tudo o que é novo. E para o desafio de entrar no palco, o corpo se prepara por meio de ansiedade. O hipotálamo man-
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da mensagem para a hipófise, que libera hormônios para as suprarrenais. Estas, por sua vez, liberam o hormônio cortisol, do stress e da adrenalina. Isso faz com que o corpo responda às situações desafiadoras. “A ansiedade é vista pelas pessoas leigas como uma coisa ruim, mas na realidade foram a ansiedade e o medo que fizeram a humanidade evoluir. São esses elementos que fazem o corpo se preparar para os desafios”, explica. Portanto, o famoso “friozinho na barriga” nada mais é do que uma forma do corpo deixar a dançarina atenta para enfrentar a situação. Segundo Isabel, o bloqueio está dentro das pessoas, sendo que as palavras e os pensamentos são capazes de modificar tudo. “As coisas funcionam de acordo com o que é o meu mundo interno. Se eu sou uma pessoa muito negativa, já estou engessando as situações”, complementa. Ao mandar para o cérebro a informação de que você não é capaz de fazer algo, ele automaticamente passa a assimilar essa informação como sendo verdadeira. Dentro da dança ou de qualquer conquista de liberdade, é necessário se reeducar. O ser humano passa a vida sendo educado por pais, professores, pessoas mais velhas, etc. Chega um momento em que é necessário verificar quanto daquilo que foi aprendido é realmente seu, para que não se tenha que levar para toda a vida um peso dos outros. Assim como fez a bailarina Nina, do filme “Cisne Negro”, há que se “deseducar” para poder ser melhor do que está sendo. Muitas vezes é questão de buscar uma outra forma de se enxergar. Não é porque alguém passou a vida dizendo que você não
conseguiria dançar em público, que você não poderá provar o contrário. Para ficar mais tranquila, antes de entrar em cena, a bailarina deve se lembrar da respiração. Trata-se de um um dos pontos mais importantes e um dos únicos que pode ser controlado. Com uma respiração profunda, a bailarina deve buscar a introspecção para trabalhar todo o corpo. Mas se mesmo assim o palco continuar a ser um sofrimento, é possível buscar ajuda na psicoterapia. Existem várias linhas e uma das técnicas é a da visualização cênica. A pessoa é colocada em situação de relaxamento para que, pouco a pouco, comece a se ver no palco. Com o relaxamento, é possível gravar no cérebro essa imagem e, aos poucos, a pessoa vai se sentindo mais segura. Isabel acredita que, dependendo do nível de stress e ansiedade, algumas pessoas podem conseguir aplicar essa técnica sozinhas. Há aqueles que não pisam no palco com medo de errar, mas é importante ter em mente que o erro é um aviso e não um ponto de parada. Deve ser visto como um alerta para estudar mais determinado passo ou para não se distrair durante a apresentação. Já a ansiedade, deve ser entendida como normal e natural. Algumas pessoas, por não entenderem o mecanismo do próprio corpo, acabam desistindo ou travando. A verdade é que toda grande bailarina passa por isso. A diferença é que, com o tempo e a experiência, ela aprende a administrar essa ansiedade. Um exemplo disso, é a grande bailarina Juliana Marconato, que concedeu entrevista para a Shimmie.
PALCO FOBIAS E ALEGRIAS por ELIENE COSTA fotos CAROL LOUÇÃO
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CAPA
Revista Shimmie: Você teve contato com a dança desde cedo, certo? Já sentiu medo de subir no palco? Juliana Marconato: Conheci a dança do ventre aos 12 anos e foi realmente um encontro de alma. Se eu já senti medo? Claro que sim! Quem não sente medo de “falar em público” e estar em evidência? Dançar é falar em público, mas sem dizer uma palavra, conversamos com o corpo, por meio de gestos e movimentos. No início das apresentações eu cheguei a passar mal, até aprender a lidar com todas as energias e me conectar. RS: Você ainda sente um friozinho na barriga antes das apresentações? JM: Sim, e cada momento é insubstituível, cada público é único. Sempre dá um friozinho na barriga, mas agora o amor e a vontade de dançar são bem maiores que o medo. A timidez também é uma forma sutil de medo. Medo de não ser aceita, amada, reconhecida e reverenciada. Quando nos tratamos interiormente com carinho, fica mais fácil receber isso do Universo. RS: Como você se prepara para encarar uma apresentação? Tem algum ritual? JM: Antes das apresentações, eu costumo respirar bem fundo pelo baixo ventre e acalmar meu coração. Procuro lembrar que “eu sou a alma” e, além de estar aqui de passagem, a alma sabe naturalmente dançar. É um exercício de entrega. Sei que no meio profissional isso é difícil, pois somos cobradas de todos os lados. Quando me concentro em tirar meu ego da história, fica mais fácil relaxar e deixar fluir. A responsabilidade de agradar a todos e corresponder às expectativas dos outros é uma missão muito difícil e cansativa. Perdemos muita energia com isso. Vivenciar o momento presente, ajuda a ficarmos mais fortes, poderosas e conectadas.
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RS: O que você sente quando está no palco? JM: É o momento mais feliz da minha vida, onde a minha alma agradece e reverencia a alma do público. Dançar é transformar emoção em movimento, transformar nossas vidas! É equilibrar nosso lado mundano e divino com sabedoria, é libertar-se de couraças. Dançar é descobrir poder, liberdade, sensualidade e mistério. É deixar o corpo mais leve e a alma brilhando. Dançar é um privilégio, que indica saúde, prosperidade, beleza, criatividade, feminilidade. Realmente é o meu melhor momento! Dançar me resgata, me cura, me renova. RS: Quais as dicas que você poderia dar para quem está começando e tem medo de palco ou quer vencer este medo? JM: A minha mãe hoje pratica dança e ela me diz que a cada apresentação ela “mata um leão interior” e se liberta um pouco mais da gaiola que entrou. Acho isso lindo! Augusto Cury diz que no palco de nossas vidas, precisamos ser a atriz principal da peça e assumir a força que existe em nós. Isso não tem nada a ver com egoísmo, não é ser mais nem menos do que ninguém, é se assumir e se bancar. Uma dica é pensar bem nas pessoas que estão ali assistindo. Elas não são maldosas. Elas têm o amor e a arte dentro de si e, se você amá-las, elas irão devolver isso multiplicado. Outra dica é respirar bem fundo e lembrar que, acima de tudo, você ama dançar! Não é uma obrigação, é um belíssimo lazer. RS: Como você pensa cada apresentação para que ela seja única e inesquecível? JM: Valorizando o dia de hoje como único! Se eu me perguntar: e se não houver amanhã? A vida é frágil, hoje estamos aqui, amanhã eu não sei. Se a
cada pessoa que eu encontrar eu não deixar passar a oportunidade de ser gentil, de dizer mais “eu te amo” para quem eu convivo, de sorrir mais, me estressar menos e viver mais plenamente, estarei aproveitando meu dia com mais sabedoria. Assim fica mais fácil aproveitar o momento mágico da dança! RS: Você costuma improvisar ou prefere coreografar as apresentações? JM: Adoro e costumo improvisar muito, 90% das vezes. Acho que este é o efeito Khan El Khalili em toda bailarina! Viciar no improviso e deixar a emoção fluir! Já tentei marcar tudo certinho coreografado na música, mas no palco senti vontade de fazer outra coisa. O trabalho coreográfico é importantíssimo, principalmente em grupo. Ajuda a desenvolver disciplina e organização mental. São dois lados importantes da dança. RS: Quais as dicas para quem vai improvisar? E para quem vai dançar coreografias? JM: Improvisar é ter a capacidade de se “soltar” e se entregar. Acredito que seja uma etapa mais longa, pois para que a dança possa fluir em meu corpo, ele deve estar preparado tecnicamente para isso. Não adianta só relaxar, é preciso ter técnica suficiente para que o corpo responda de prontidão e cante uma melodia visual. O trabalho coreográfico inicialmente é sempre mais seguro. Em seguida, passamos para o encontro do próprio estilo e improvisação. Ambos são importantes no caminho da dança. RS: Quais as dicas para quem quer subir no palco e fazer algo novo, mas sem correr o risco de errar? JM: Para experimentar no palco, precisamos estar muito seguras. Uma dica inicial é ousar apenas no que já foi testado em aula. Se você nunca fez aula de véu,
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O corpo é uma casa que deve ser bem cuidada! Casa onde habita nossa alma, e a alma eterna enriquece com sabedoria.
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não compensa entrar com ele no palco, pois isso pode gerar uma tensão. Improvisar é “experimentar”, nós experimentamos a música, experimentamos o que vai acontecer naquele momento, qual será a leitura musical, etc. Tudo isso é mágico. RS: Você é admirada pelas bailarinas não só pela sua dança, mas pela sua beleza. Você acha que estar de bem com o espelho dá mais segurança para subir no palco? JM: Obrigada pelo carinho. Eu agradeço todos os dias a tantas pessoas queridas! Nosso país tem grandes estrelas e o céu quanto mais estrelado, fica mais bonito. Sim, a beleza estética no mundo profissional conta, faz diferença. O que eu me policio é para não ficar “deslumbrada” com isso. O corpo ajuda, mas não é eterno. O que eu cultivar dentro de mim é mais importante, imutável, imperecível! O corpo é uma casa que deve ser bem cuidada! Casa onde habita nossa alma, e a alma eterna enriquece com sabedoria. RS: Você já passou por alguma dificuldade no palco? Alguma curiosidade que possa ser dividida com as leitoras? JM: Sim, várias situações engraçadas. Já
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aconteceu de tudo um pouco! Uma vez eu fiz um movimento de cabeça e meu cabelo enroscou no lustre do lugar. Outra vez, meu brinco caiu no prato da mesa da pessoa que estava comendo. Em outra, o lugar era apertado e eu bati o bastão na cabeça de um vovô. Meu Deus! Fiquei com a consciência pesada aquele dia e, para ajudar, eu passei a mão na careca dele no final pedindo desculpas. O cinto já soltou, o sutiã já abriu e tudo mais. Nestes casos, é melhor levar com bom humor e rir, fazer o quê? RS: E qual foi sua melhor experiência? Um show inesquecível? JM: Um momento inesquecível em minha vida foi em 2008, quando fiz uma homenagem a minha mãe! Foi como um antes e depois daquilo sabe? Depois de tantos problemas de família, a separação dos meus pais, minha mãe no fundo do poço... de repente, ela aceita entrar no palco linda, com a maior humildade, sem saber o que iria acontecer! Foi indescritível! Senti gratidão, amor e paz. Sem contar que me emocionei muito, chorei muito, saí do palco e continuamos chorando por mais um tempo. E não fui só eu. Tinham pessoas
chorando de emoção em volta e depois fiquei sabendo do público com os olhos marejados. Não sei explicar muito bem o que aconteceu, só sei que foi um dos melhores momentos da minha vida. RS: Para finalizar, conte um pouco sobre o seu trabalho com as alunas. Você usa músicas e textos para reflexão. Como chegou a essa metodologia e como acha que isso impacta nas apresentações dessas bailarinas? JM: Costumo associar uma filosofia e buscar qualidade de vida por meio da dança. Isso dá resultado, as pessoas melhoram de dentro para fora! Tive a sorte de conhecer a dança com uma pessoa muito especial, ligada à terapia corporal e holística. Portanto, desde os 12 anos me é familiar a linha de trabalho com os chakras e o campo magnético do ser humano. As alunas dançam com mais brilho e praticam generosidade umas com as outras. Nas aulas em meu Núcleo em Araraquara, tenho a liberdade de entregar mensagens toda semana. Faço questão de praticar dinâmicas com abraços e formas de desenvolver generosidade. Isso faz toda a diferença em minha vida e na vida de cada aluna.
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EVENTOS
SUPER NOITES 5 Espetáculo Teatral do Khan El Khalili por EQUIPE SHIMMIE fotos ADELITA CHOHFI
As Noites do Harém acontecem semanalmente na Casa de Chá Khan el Khalili há mais de 10 anos, e o nível da dança apresentada e a qualidade técnica das bailarinas que se apresentam por lá elevaram a categoria deste evento a visita obrigatória para qualquer amante de dança do ventre que visite a cidade de São Paulo. Em 2006, diante da necessidade de evolução do formato dominical, Jorge Sabongi criou as “Super Noites do Harém”. O tema principal, à primeira vista, era muito simples: um grande show, com diversos temas e coreografias, executado pelas melhores bailarinas do país, em uma performance do mais alto nível profissional. Na teoria extremamente simples. Na prática um grande desafio. Organizar um grupo composto principalmente por coreógrafas, professoras e bailarinas, com uma enorme diversidade de estilos e com disputadíssimas agendas requer uma combinação precisa de planejamento, tolerância e dis32
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ciplina – conceitos que já fazem parte da rotina de Jorge Sabongi. Seu nível de exigência e direcionamento artístico levou o grupo de bailarinas a não só executar performances de qualidade, mas também de experimentar novas idéias, tendências e fusões. Super Noites do Harém é sempre um evento marcante para a dança em São Paulo, pois reúne grandes nomes em solos, duplas, trios e grupos. Os frutos dos primeiros eventos são apresentações verdadeiramente épicas, como a releitura da música “Age of Aquarius” do musical da Broadway “Hair”, a belíssima coreografia de comemoração dos 10 anos de dança de Aysha Almée e Amar el Leil e uma das primeiras apresentações de alto nível da fusão Tango com Dança do Ventre, executada por Danny Negri, Elis Pinheiro e Polimnia Garro. E embora todos os nomes que apresentam-se já dancem regularmente na Casa de Chá, este espetáculo tem revelado
grandes estrelas da DV, como Kahina, Tárik, Marcio Mansur, Ali Khalih, Ju Marconato e outros, que através de suas coreografias solo e performances em grupo mostram uma faceta mais artística que não conhecíamos ainda. O projeto Super Noites do Harém evoluiu e seus integrantes lançaram mão também de técnicas teatrais para encorpar suas performances. Quem é que não se lembra da história de um pescador e uma sereia (Márcio Mansur e Juli), que foram graciosamente abordados por um bando de mocinhas do Cairo dançando um delicioso Meleah Laff? Quem é que não se encantou com a densidade da fusão com tango apresentada por Kahina e Tárik? Todas as evoluções do projeto inicial atingiram seu ponto máximo no evento Super Noites do Harém 5, que aconteceu no dia 15 de maio aconteceu em São Paulo. O show deste ano foi marcado pela tea-
tralidade e imaginação. As apresentações contaram com uma trilha sonora bem diversificada: músicas do Cirque du Soleil, Radiohead, música erudita, indiana, além de números capazes de agradar àqueles que admiram tanto a dança mais tradicional quanto o moderno. Entre as apresentações mais marcantes estão “O baile de máscaras”, que contou com o talento dos violinistas do grupo “The Avalon”, os Fan Veils de Kahina, Ali e Ju Marconato que nos lembraram dos sombrios personagens de máscara de Stanley Kubrick, os grupos folclóricos de Nagla Yacoub – que nos brindam sempre com o melhor do folclore e com uma energia contagiante e o número de mágica e dança de Tárik e Karina Galasso. As apresentações das solistas preenchem o espaço geralmente relativo a dança árabe clássica nestes eventos. Neste espetáculo tivemos a oportunidade de assistir a sete estilos diferentes: Nur, Suellem, Shirley Salihah, Nevenka, Kahina, Aziza e Soraia Zaied, vinda especialmente do
Egito para brindar-nos com seu quadril excepcional. Cada uma com suas características, graça e técnica diferenciadas. Na performance “The Bird”, Kahina e Tárik levaram a técnica e a dramaticidade às últimas consequências. São aquelas apresentações que entram para o hall dos números que ficam na memória. Na verdade, as apresentações das Super Noites no teatro ocorrem num processo evolutivo. Inicialmente aconteciam os solos e algumas danças de duplas. Com o passar dos anos e o encorpamento do elenco, vieram as danças de grupos, que diga-se de passagem encantam sobremaneira a plateia. Números como o Hagalla (coreografada por Tarik) desta última série, como também o Dabke (coreografado por Munira) nas Super Noites anterior demonstram como o trabalho em equipe torna-se cada vez mais eficaz. Infelizmente nem todos que amam a dança podem estar presentes no teatro para assistir a estes belíssimos shows. O que vemos em DVDs posteriormen-
te não chega a espelhar a grandeza e a mágica das emoções que são passadas “ao vivo” quando estamos assistindo a poucos metros de distância. Para aqueles que ainda não assistiram a uma Super Noites no Harém, vale a pena pensar em se programar para o próximo espetáculo, pois ele comemora os 30 anos da Khan el Khalili no Brasil. Somos acometidos por uma sensação gostosa e interessante que atiça a nossa curiosidade quando as luzes se apagam e esperamos o próximo número. Nos perguntamos: o que virá? Que tipo de emoções ela irá nos trazer? Como ela irá compor esta coletânea de sensações que tornam os shows tão agradáveis e excepcionais ao final? A resposta é: esperem para ver, porque nas Super Noites no Harém tudo é possível com este festival de talentos incomuns. Não existe sensação melhor do que sair do teatro ao final e voltarmos para casa com tantas imagens e lembranças belas na mente. agosto/setembro 2011 www.shimmie.com.br
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ENCONTREI POR AÍ
O caminho
árduo para a
PERFEIÇÃO A realidade por trás da mágica do Cirque du Soleil por NAZNIN foto DIVULGAÇÃO T4F
Que o Cirque du Soleil é o circo mais conhecido e famoso do mundo, não é nenhuma novidade. Sempre que estreiam um novo espetáculo, encantam com números audaciosos e com ares de sobrenatural. No entanto, quem são esses artistas por trás das fantasias, da maquiagem e da magia? São humanos de carne e osso, assim como qualquer um de nós. E é para mostrar o outro lado, o processo (às vezes tortuoso) de criação, que foi criada Fire Within – um documentário com 13 episódios, que retrata com detalhes os oito meses de preparação do espetáculo Varekai (que estará no Brasil a partir de Setembro), desde a ideia inicial até a grande noite de estreia. Exibido na televisão americana em 2003, Fire Within recebeu o prêmio Emmy de Programa Não-Ficção de Destaque. Essa série acompanhou alguns dos artistas do elenco, mostrando seu dia a dia, os treinos, as relações familiares, as lágrimas (de tristeza e de alegria) e todo o esforço de uma enorme equipe para criar um dos maiores espetáculos da Terra. São artistas de diversos países (inclusive uma jovem trapezista do Brasil), instrutores, coreógrafos e diretores. Eles ficam em alojamentos do circo e trabalham diariamente
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em treinos de musculação, expressão corporal e música, além de suas rotinas e coreografias. O espectador pode acompanhar todos os pequenos detalhes e como tudo é feito com cuidado. A escolha do nome do espetáculo, por exemplo, levou um mês, depois de incessantes reuniões; a escolha por um cantor levou cerca de cinco meses e percorreu cinco países. O nervosismo antes de apresentar as coreografias para o dono do circo, as frustrações com os erros, as alegrias com os acertos – nada de sobre-humano, apenas profissionais com experiências diferentes e um objetivo em comum: a perfeição! Mas para atingir seus objetivos, são muitos tombos, percalços e verdadeiras provações, não apenas físicas, mas principalmente psicológicas. Depois de ver esse documentário, assistir a qualquer apresentação do Cirque du Soleil será ainda mais mágico, pois como eles mesmos acreditam, “o grande esforço é fazer parecer fácil para o público”. Naznin é estudante de dança do ventre, chamada aqui na redação carinhosamente de “nerd bellydancer” international@shimmie.com.br
Fire Within – Cirque du Soleil (3 discos) Estúdio: Sony Pictures Ano: 2004 Legendas: Português, Inglês, Espanhol, Francês R$ 55,90 (submarino.com.br)
PRODUÇÃO DE
ESPETÁCULOS Um guia para o sucesso
Os espetáculos podem ocorrer nas mais diferentes manifestações artísticas, como dança, teatro, cinema, circo, etc. Em muitos lugares, ainda são chamados de concertos ou shows, sendo destinados ao entretenimento ou idealizados como forma de levantar questões reais, protestos, histórias românticas ou científicas. É importante ter em mente que a produção de espetáculos é bem diferente da realização de festivais. O primeiro passo é estabelecer o tema que será executado e dividí-lo em início, meio e fim, sendo possível a separação por atos. Em seguida, o organizador deve pensar em três importantes etapas: a pré-produção, a produção e a
pós-produção. Esse formato dará uma base de gastos e lucros para a realização, o que aumenta a probabilidade de sucesso. Grandes espetáculos não são realizados da noite para o dia. Geralmente, levam tempo para ser elaborados, pois há uma série de pontos a ser estudados, tais como: tema, roteiro, texto, figurinos, coreografias, cenário, introdução de elementos cênicos, etc. Por isso, é importante que o diretor estude muito, o que dará base para argumentos convincentes junto aos alunos, companhia de dança e público. Alguns espetáculos lançam mão de um recurso precioso que é a narração da história por meio de elementos te-
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por FLÁVIO AMOEDO
O HOMEM NA DANÇA DO VENTRE
atrais. Dessa forma, é possível passar não apenas a beleza e a técnica, mas novos conhecimentos. O resultado é gratificante, pois faz com que o público saia do teatro refletindo sobre as mensagens transmitidas. Por fim, outro ponto fundamental é o trabalho de marketing. Um espetáculo de qualidade requer um bom trabalho gráfico, uma estratégia de divulgação e materiais impecáveis. Esses elementos passam seriedade e capricho, sendo responsáveis por boa parte do sucesso da produção. Flávio Amoedo é bailarino e professor de dança do ventre. flavioamoedo@shimmie.com.br
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ESPECIAL
:
SEM MEDO DA MÚSICA por TAHYA ilustração FOTOLIA
As aulas de dança, de uma maneira geral, incluem três processos de aprendizagem individuais: os movimentos específicos, com o olhar técnico, que diferenciarão as manifestações artísticas; a aplicação no contexto da música desenvolvendo uma espécie de história para o expectador; e técnicas de improviso, que permitirão à bailarina dançar quase todos os tipos de música, inclusive aquelas que não conhece. De todos os processos, o mais difícil para um professor ensinar é, sem dúvida, o improviso. Trata-se de juntar toda a experiência e intuição adquirida com muito estudo para traduzir em palavras, que sejam capazes de ensinar e esclarecer. Por ser uma arte, não é possível apresentar uma “receita de bolo”, pois cada pessoa que executa a música é única e possui repertório diferente. É claro, que existem alguns momentos básicos que devem ser respeitados. Por exemplo: Se surgir um alaúde, kanoun ou rush de percussão: a bailarina pode utilizar tremidos e suas variações, associados ou não, aos movimentos sinuosos como redondos, oitos e ondulações. É importante que nesse momento a bailarina se posicione de forma a fornecer total visualização aos que estão assistindo; Se começar um maksoum: a bailarina deve executar básicos egípcios, elaborados ou simples, em refrões de músicas mais modernas ou até mesmo clássicas; Se a melodia se desenvolver: a bailarina deve executar deslocamentos elegantes, giros e arabesques, com bastante atenção à postura. No entanto, o principal e mais importante ingrediente dessa saborosa mistura é escutar a música, mas não com ouvidos ocidentais em que se escolhe este ou aquele acorde. Deve-se ouvir com ouvidos árabes, procurando entender toda a estrutura e intenção que foi montada pelo compositor. Escutar a música não é fácil, principalmente quando são aquelas de que não gostamos ou que parecem não se encaixar com nosso estilo. A verdade é que a música, com suas variações, é que dirá para a bailarina o que deve ser dançado, se os movimentos devem ser executados de forma rápida ou lenta, se é hora de deslocamentos ou giros. Por isso, fique atenta: escutar a música é a chave do sucesso da bailarina!
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Tahya Brasileye é bailarina, professora e coreógrafa
ventreoteca
Filmagem
Sobre a Gabarito
Contato
Videobook Registro Divulgação Espetáculos de Dança DVDs didáticos
A GABARITO Co. Produções é uma empresa especializada em gravações de espetáculos teatrais e de dança com 8 anos de experiência, tendo acumulado mais de 250 peças filmadas. Todas as pessoas envolvidas desde o processo de captação de imagens até a autoração e finalização do DVD, passando pela edição e pos produção de material, são atores ou estão em processo de formação. Isso garante a qualidade e o feeling do nosso produto final. Ou seja...feita por atores e para atores.
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NUTRIÇÃO
COMO SE ALIMENTAR NO DIA DO SHOW por RENATA BRESSAN foto STOCK.XCHNG
Assim como os atletas, as bailarinas também devem tomar alguns cuidados com a alimentação para que o dia da apresentação seja perfeito. No dia a dia, a bailarina deve consumir frutas, verduras, legumes, cereais integrais, grãos (feijões), carnes magras (vermelha e branca), ovos, leite e derivados magros para garantir uma boa saúde. Os doces, frituras e alimentos mais gordurosos também podem ser ingeridos de vez em quando com moderação – afinal de contas, alimentação também significa prazer. Nos dias de evento não se deve sair de casa em jejum. Um café da manhã comum é suficiente: leite desnatado, pão integral com queijo fresco ou margarina light, fruta ou iogurte sem gordura, cereais e fruta. O tipo de alimento a ser consumido ao longo do dia depende do horário da apresentação. Nos casos em que é possível fazer uma refeição completa, como um almoço – com arroz, batata ou macarrão, misturado com proteínas (carnes) e fibra (verduras e legumes) –, a dança só deve ser iniciada depois de duas horas. Já as frutas, sucos e barri-
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nhas são fontes de energia rápida. Por isso, é possível dançar de 15 a 30 minutos após o consumo. Quando o evento dura o dia inteiro, às vezes não é possível almoçar corretamente. A sugestão para essa situação é levar em uma bolsa térmica um sanduíche com pão integral, mussarela, peito de peru e tomate, por exemplo. Após a apresentação, é importante repor as energias com uma refeição mais completa, que contenha verduras ou legumes (crus, cozidos, sopas), carboidratos (arroz integral, massa, batata, pão integral) e proteínas magras (carne vermelha magra, frango, peixe, ovos, queijo branco, peito de peru), podendo finalizar com uma fruta de sobremesa. Vale ressaltar que a quantidade a ser consumida em cada refeição e lanche varia de indivíduo para indivíduo, de acordo com peso, altura, idade, nível de atividade física e necessidade de ganhar, manter ou perder peso. Assim, quem quer fazer um trabalho mais específico, deve procurar um nutricionista para avaliar e adequar sua alimentação. Há, ainda, um ponto tão importante
quanto a alimentação: a hidratação. De nada adianta consumir os alimentos adequados no horário certo, se o indivíduo não está bem hidratado. A desidratação pode prejudicar o rendimento e a apresentação. Além do consumo normal de água ao longo do dia, a recomendação é já estar bem hidratado no início da dança, com 250 a 500 ml de água consumidos até duas horas antes. E quando sair do palco, não se esqueça de repor os líquidos com água ou sucos de fruta.
Dicas: Antes de uma apresentação, consuma carboidratos (frutas, suco de fruta, barra de cereal, pão, arroz, batata, massa, etc); Tome cuidado com o excesso de fibras e gorduras antes da dança para evitar desconforto gastrointestinal; Não fique muitas horas sem comer, pois a glicemia pode cair e prejudicar o rendimento durante a apresentação. Inclua frutas ou barras de cereal nos intervalos. Renata Bressan é nutricionista www.renatabressan.com.br
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BELDADES
DANÇA ORIENTAL NA INFÂNCIA “Toda criança é artista. O problema é como permanecer artista depois de crescer.” (Pablo Picasso) por NAJLA HAYEK fotos ARQUIVO PESSOAL
Assim como o mercado requer uma especialização cada vez maior das bailarinas, também é necessário voltar o olhar para aquelas que são as mais interessadas nessa formação: as alunas. É necessário conhecer as características dos grupos e traçar planos de aula direcionados às suas necessidades. Mesmo com as infinitas técnicas aprendidas para ensinar as alunas a executarem os movimentos com precisão, fica a pergunta: as professoras contam com uma proposta diferenciada para as crianças? A categoria “solo infantil” tem tido um crescimento considerável nos últimos anos, sobretudo ao observar os concursos promovidos pelos festivais de dança oriental. Isso demonstra que as meninas realmente adotaram a modalidade, sendo possível encontrar praticantes nas salas de educação infantil ou nas primeiras séries do ensino fundamental. Em pouco tempo é possível avaliar exatamente o trabalho que é feito com a pequenina. É impressionante a qualidade técnica de algumas performances. As professoras com repertório rico e destreza são capazes de colocar no palco “estrelinhas mirins” completas, inclusive nas expressões faciais. Algumas apresentações deixam o público totalmente atônito e impressionado. No entanto, o fato de as crianças dançarem como adultas não chega a ser tão impressionante quanto o uni40
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verso de especificidades, tão extenso e profundo quanto a própria dança oriental, que está sendo ignorado e desperdiçado. As crianças são esponjas macias e precisas. Qualquer líquido que encostar será absorvido rapidamente e ficará retido. Para as professoras, é um deleite ensinar alunas que aprendem a técnica na velocidade da luz, têm flexibilidade e muita, mas muita vontade de fazer tudo certinho, igual a professora. Mas será que este é o caminho certo? Uma fonte interessante de comparação é o ballet clássico, que também é praticado na infância. Entre os pontos para reflexão, estão: as crianças são divididas, primeiramente, por faixa etária; e os movimentos que são executados por adolescentes e adultos não são ensinados na infância. Com base nesta arte respeitada em todo o mundo, é possível concluir que há um sentido em respeitar o ensino gradativo. Ou seja, a dança do ventre precisa acordar para essa questão. Para transformar essas meninas em bailarinas adultas completas, a solução é buscar o desenvolvimento de outras habilidades na infância. Buscar não significa se acomodar e tentar aplicar exercícios destinados às adultas, com a justificativa de que se trabalha isto ou aquilo. É possível realizar um trabalho de excelência com as crianças tão gratificante quanto o que é feito com as pupilas mais velhas.
Quem se aventurar, vai se deparar com alguns “leões” no meio do caminho, tais como: a expectativa das mães, que muitas vezes projetam nas filhas o sonho de serem bailarinas; a sensualidade precoce, alimentada segundo a segundo pelo consumismo desenfreado; a dificuldade de adequação dos horários para encaixar as crianças em turma específicas, etc. A tarefa não é fácil, mas o resultado é infinitamente maior que as dificuldades. Os frutos serão colhidos adiante. Espontaneidade, criatividade, flexibilidade... Experimentar, extrapolar, sonhar, vivenciar, libertar, brincar. Interagir, construir, seguir. Uma infinidade de sensações podem ser exploradas com as meninas! As professoras devem se entregar a essa aventura e lançar o desafio a si mesmas de fazer parte da história de cada uma das aluninhas, como contribuinte da construção de uma mulher verdadeiramente dona de si mesma. Cada professora deve se enxergar como formadora de opinião e deve buscar lapidar os diamantes brutos com seriedade. Só assim será possível transformá-las em joias preciosas tanto para a história da dança oriental, quanto para suas próprias histórias de vida. Najla Hayek é professora, bailarina, coreógrafa. najla@najlahayek.com
Najla Hayek najla@najlahayek.com
www.najlahayek.com
Rua Gaspar Lourenço, 25 Aclimação - São Paulo +55 11 5539 5092
AULAS ABERTAS
Iniciação a Dança Oriental
Iniciação a Dança Oriental
Faixa etária: a partir dos 5 anos Dia: Quintas feiras Horário 1: 10h00 as 11h00 Horário 2: 14h30 as 15h30
Dança Oriental para 3ª Idade
Dia 11/08
10h00 e 14h30
Dia 18/08
Dança Oriental para 3ª Idade
16h00
Faixa etária: a partir dos 50 anos Dia: Quinta Feira Horário Única: 16h00 as 17h30
Agnes Ballet
Rua João Ramalho, 43 Centro - Santo André - SP +55 11 4990 1305
Dança Oriental Juvenil
Faixa etária: a partir dos 12 anos Dia: Quartas feiras Horário: 18h00 as 19h00
Iniciação a Dança Oriental Faixa etária: a partir dos 5 anos Dia: Quartas feiras Horário: 19h00 as 20h00
Avançado
Faixa etária: a partir dos 16 anos Dia: Quartas feiras Horário: 20h00 as 21h30
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FOLCLORE
por TUFIC NABAK fotos ARQUIVO PESSOAL
A DANÇA ZAFFE NO LÍBANO Dança Zaffe significa cortejo em árabe, e é uma das tradições dos casamentos do Líbano que passaram de geração para geração, transmitindo alegria e beleza aos convidados. Seguindo os costumes da região, os familiares e amigos dos noivos se reúnem para realizar e compartilhar todos os rituais típicos. Atualmente, tanto nas aldeias e cidades grandes quanto na capital Beirute, a dança Zaffe é o grande destaque dos casamentos. É apresentada após a cerimônia conjugal e rituais típicos da chegada dos noivos. Trata-se de uma encenação teatral que homenageia o casal com muita dança e música. O grupo do cortejo é composto por cerca de oito casais de bailarinos que dançam músicas folclóricas tradicionais ou modernas. Os bailarinos entram na festa cantando e dançando com o noivo, utilizando instrumentos musicais, bastões e espadas. Já as bailarinas entram com cestas de flores junto com a noiva. Há festas em que a noiva entra carregada por quatro bailarinos; em outras, eles entram com espadas enfeitadas com maçãs, que trazem o significado de prosperidade. Os bailarinos também podem entrar dançando com bules dourados, oferecendo o famoso café árabe aos noivos e convidados. No final do cortejo, os bailarinos convidam os familiares e amigos dos noivos para dançar formando uma roda de dabke ao redor do casal, acompanhados pelo som do Tabel (instrumento típico de percussão árabe). Durante a dança do casal, familiares e amigos recitam mensagens alegres em homenagem aos noivos, provocando grande emoção entre as pessoas presentes.
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Dicas importantes para realizar a Dança Zaffe: • Utilizar um repertório somente com músicas de Zaffe (Ritmo: Dum Takatata Dum Tata); • Escolher músicas adequadas para a entrada do noivo, para a entrada da noiva e para a dança do casal; • Acrescentar músicas de Dabke ao final do repertório para o fim do cortejo; • Elaborar coreografias para cortejar os noivos e não para fazer apresentações comuns de dança; • Utilizar figurinos folclóricos para as bailarinas, com sapatos de salto médio, evitando o uso de roupas de dança do ventre. Tufic Nabak é professor, bailarino, coreógrafo e pesquisador. tuficnabak@shimmie.com.br
DANÇA DO VENTRE NA UNIVERSIDADE
ESPECIALIZACAO , EM DANCA , por MARIANA ROCHA ilustração JOSI MADUREIRA
Com a expansão de centros universitários, a procura maior por parte dos estudantes e o mercado de trabalho cada vez mais exigente e competitivo, as universidades passaram a desenvolver novos cursos dentro de áreas mais específicas do conhecimento, como por exemplo, a formação em Dança, Yoga, Naturologia, etc. Para as bailarinas que já são graduadas, mas sentem a necessidade de passar por uma atualização, os cursos de pós-graduação em dança podem ser uma boa alternativa. Os cursos de pós-graduação podem ser: lato sensu ou stricto sensu. Lato senso, do latim, significa em sentido amplo, tem duração mínima de 360 horas - realizadas normalmente ao longo de um ano e meio. Ao final do curso, o aluno elabora a monografia ou trabalho de conclusão. Esse tipo de curso não fornece nenhum título acadêmico, mas é bem aceito no mercado de trabalho. Isso porque ele demonstra que o aluno deu continuidade aos estudos da graduação e fornece um contexto de aplicação prática dentro da área estudada. Já o Stricto sensu, também do latim, quer dizer em sentido restrito. São cursos mais longos e demorados, compreendem programas de mestrado e doutorado, titulando o formado como mestre ou doutor. O aluno deve dedicar-se também à
formulação de um problema inédito em âmbito acadêmico que contenha em si a semente de um novo conhecimento. Segundo a Profª. Ms. Maria Cristina Mutarelli, coordenadora do curso de pós-graduação lato sensu em Dança e Consciência Corporal das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), esse tipo de curso não está restrito aos alunos graduados em educação física, pedagogia, artes, dança, psicologia ou áreas afins. Podem e devem cursar aqueles que têm alguma experiência com dança e que estejam interessados na sua aplicação em diferentes contextos, com diferentes objetivos: terapêuticos, educacionais, recreacionais, sociais, etc.
Alguns cursos disponíveis no mercado brasileiro são: • Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). Curso: Dança e Consciência Corporal (lato sensu) em São Paulo. • Universidade Gama Filho. Curso: Dança e Consciência Corporal (lato sensu) em São Paulo, Belo Horizonte, Espírito Santo, Recife, Florianópolis, Curitiba, Goiânia, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Salvador. • Faculdade Paulista de Artes (FPA). Curso: Dança-Educação (lato sensu) em São Paulo. • Unicapital. Curso: Dança-Educação (lato sensu) em São Paulo.
• Faculdades Integradas de Bauru (FIB). Curso: Dança-Educação (lato sensu). • Faculdade Angel Vianna. São diversos cursos de graduação e pós-graduação (lato sensu) no Rio de Janeiro. • Universidade Federal da Bahia. Curso: Dança (stricto sensu). • Instituto Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (ISEPE). Curso: Dança e Educação Física em Curitiba. • UniverCidade. Curso: Didática da Dança Infanto-Juvenil (lato sensu) no Rio de Janeiro. • Univates. Curso: Especialização em Dança, Corpo e Arte, no Rio Grande do Sul. • Rede Metodista de Educação do Sul. Curso: especialização em Dança: Poéticas do Corpo, no Rio Grande do Sul. • Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Curso: especialização em Dança. Confira no site da Shimmie a entrevista com a professora Ms. Maria Cristina Mutarelli, coordenadora do curso de pós-graduação lato sensu em Dança e Consciência Corporal da FMU! Mariana Rocha - Bailarina, professora, coreógrafa e pesquisadora de Dança do Ventre. marianarocha@shimmie.com.br
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CORPO - CONSCIÊNCIA CORPORAL
Desenvolvendo a
CONSCIÊNCIA CORPORAL Fator de Movimento: FLUÊNCIA por HANNA HADARA
Nesta edição, finalizo a série que integra a conquista da consciência corporal dos movimentos da dança oriental, de acordo com os fatores de movimentos descritos por Rudolf Laban, o “pai” da dança-teatro. E o último fator a ser abordado nesse ciclo de pesquisas e experimentos é o fator Fluência, que particularmente é o que mais gosto de praticar, e que se faz mais presente em minha dança e em sala de aula.
PRÁTICA 1: Os exercícios a seguir são ações corporais incentivadoras da entrega, da criatividade e da expressão espontânea. a) imaginar-se sendo levada por uma brisa, uma ventania e um furacão; b) “ser” uma boneca e deixar-se manipular; c) realizar movimentos espontâneos, parar como estátua numa pose inusitada e recomeçar; d) movimentar-se como se fosse fontes de vários tipos de água, como cachoeira, rio, mar e pingo da torneira; e) brincar de bêbado deslocando-se no espaço de forma descontrolada, quase caindo no chão; f) “ser” uma folha sendo levada pelo vento e tentando parar, às vezes conseguindo e outras não;
Fluência O fator fluência está presente em todos os fatores de movimentos e, por isso, é considerado alimentador de todos os outros. Trata-se do sentimento e da emoção, cujo objetivo é integrar o movimento e permitir a sensação de unidade entre as partes do corpo. A atitude relacionada à fluência é a progressão (continuação) do movimento, informando o “como” do movimento. Também apoia a manifestação da emoção pelo movimento, porque permite as gradações entre um alto grau de abandono do controle e uma atitude de extremo controle. Um treino corporal consciente da fluência pode gerar atitudes internas imaginárias, oníricas e criativas. As qualidades da fluência são: livre e controlada. A liberação demonstra expansão, abandono, extroversão, entrega e projeção de sentimentos. Já a qualidade controlada demonstra restrição, contenção, retração e cuidado. Exemplos: quando não conseguimos parar um movimento rapidamente, a fluência é livre; quando paramos um movimento e recomeçamos sem dificuldade em qualquer momento, a fluência é controlada; um rio sempre fluindo que é represado num trecho (sua fluência fica mais contida) e depois tem seu curso natural (sua fluência fica mais liberada).
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PRÁTICA 2: Combinar as ações corporais da prática anterior aos diversos passos de todos os grupos de movimentos da dança oriental: secos, sinuosos, vibratórios, deslocamentos, giros e orgânicos. a) movimentos vibratórios como se fosse água de cachoeira, de mar, de rio e de pingo d´água; b) movimentos sinuosos como se fosse uma boneca sendo manipulada; c) movimentos secos levados por uma brisa, ventania e furacão; d) movimentos de deslocamentos como se fosse uma folha levada pelo vento, que às vezes para e outras não; e) movimentos de giros brincando de bêbado que quase cai no chão; f) movimentos e poses orgânicas que se emendam fluentemente entre a parada e a retomada. Essas são apenas algumas das infinitas combinações para o treino da fluência. Com certeza, muitas outras combinações surgirão durante a prática. O importante é deixar o sentimento guiar!!! Abaixo, um pequeno resumo da série “Laban para Consciência Corporal na Dança Oriental”: Os movimentos são estruturados conscientemente ou não por meio da capacidade física/ mental/emocional. Fator de Movimento
Participação Interna
Relativo a
Afeta o Poder Humano de
Espaço
Atenção
Onde
Pensamento
Peso
Intenção
O quê
Sensação
Tempo
Decisão
Quando
Intuição
Fluência
Progressão
Como
Sentimento
Espero que essas experiências contribuam para a evolução da sua dança e que despertem novas pesquisas e vivências da consciência pelo movimento. Hanna Hadara é bailarina, professora, atriz e coreógrafa. hannahadara@shimmie.com.br
CORPO - ANATOMIA
SISTEMA
ESQUELÉTICO por FLORA PITTA foto iSTOCKPHOTO
A avaliação correta dos movimentos, quando se percebe quais músculos e articulações estão envolvidos, proporciona melhor rendimento e qualidade, além de diminuir os esforços excessivos na execução, tornando-os mais limpos e objetivos. Dessa forma, é possível entender as nossas dificuldades e as das alunas, podendo buscar as melhores formas de solucionar um problema. Conhecer bem o funcionamento do corpo humano é fundamental para que dançarinas e professoras possam entender seus limites e possibilidades, buscando sempre uma consciência corporal muito mais profunda. Conhecer o sistema esquelético é um passo importante nesse aprendizado. Trata-se do conjunto de ossos, articulações e cartilagens do corpo. O esqueleto é dividido em duas partes: o esqueleto axial (composto pelos ossos da cabeça, pescoço e coluna) e o esqueleto apendicular (composto pelos membros superiores e inferiores). Essas partes se unem por meio das cinturas escapulares e pélvicas. De acordo com a literatura, existem aproximadamente 206 ossos no corpo humano, sendo que: 22 estão na cabeça, 8 no pescoço, 37 no tórax, 7 no abdômen, 64 nos membros superiores, 62 nos membros inferiores e 6 no ouvido médio. Os ossos podem ser classificados em: • Ossos longos: aqueles que possuem um comprimento maior do que a própria largura. São constituídos por um corpo (diáfise) e duas extremidades (epífises). São ossos que supor-
tam mais carga, pois sua epífise é composta de tecido ósseo esponjoso e sua diáfise de tecido ósseo compacto. • Ossos curtos: são ossos em formato de cubos que têm sua largura e comprimento praticamente iguais. São compostos por tecido ósseo esponjoso, porém possuem uma fina camada de tecido ósseo compacto. • Ossos laminares: são compostos por duas lâminas de tecido ósseo compacto, com uma fina camada de tecido ósseo esponjoso entre elas. • Ossos alongados: são ossos longos achatados e não possuem um canal central. • Ossos pneumáticos: são ocos, com cavidades cheias de ar e revestidas por mucosa (seios), além de serem leves. • Ossos irregulares: são irregulares nas formas e possuem quantidades variadas de osso compacto e esponjoso. • Osso sesamoide: esses pequenos ossos são como nódulos inseridos no interior de alguns tendões. Eles têm a função de diminuir forças de sobrecarga (compressão e tensão), sendo que o maior osso desse tipo presente no corpo humano é a patela, localizada no joelho. • Ossos suturais: são aqueles localizados dentro das linhas de articulações dos ossos do crânio. A produção de massa ou tecido ósseo é estimulada pela carga, o chamado efeito piezoelétrico. Ou seja, onde o osso recebe carga a produção do seu tecido é estimulada, onde não recebe não há estímulo na síntese do seu tecido e, então, esse osso pode ficar cada vez mais poroso. Para saber mais sobre a minha decisão de seguir a carreira de fisioterapeuta paralelamente à paixão pela dança, acesse meu blog: http://florapitta.blogspot.com. Fique a vontade para tirar dúvidas e enviar sugestões! Flora Pitta é bailarina, professora e pesquisadora. florapitta@shimmie.com.br
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SAÚDE CORPORAL
LIVRE-SE DE DORES E ANSIEDADE COM O DO-IN por TERESINHA DE SOUZA CASSON
A acupuntura ajuda muitíssimo em dores de diversas naturezas, e é fundamental que seja feita por um profissional especializado. No entanto, em situações menos graves de dores ou ansiedade – tais como uma apresentação importante ou um mau jeito após uma aula puxada – é possível pressionar alguns pontos sozinha para amenizar o problema. A pressão nos pontos de acupuntura é conhecida como Do-in, que quer dizer autotratamento. Assim como a acupuntura, o Do-in é uma prática milenar e muito eficiente. Existem milhares de pontos de acupuntura e são 361 os de uso mais comum, sendo que alguns podem ser usados no Do-in. Entre o hálux (o dedão da mão) e o indicador existe o ponto chamado He-Gu, que possui diversas utilidades.
Para melhorar tudo o que ocorre na cabeça, desde dor de cabeça até tensão, desespero e medo: • O He-Gu deve ser massageado no sentido anti-horário, mais perto do indicador do que do polegar. • A massagem pode ser feita com os dedos ou com um objeto sem ponta ou, até mesmo, com uma pequena compressa fria (algodão com água e álcool, por exemplo).
Em casos de desânimo, cansaço e falta de vontade: • O He-Gu deve ser massageado no sentido horário ou deve ser colocada uma compressa morna, quase quente no ponto.
Para aliviar dores na lombar: • Pegue uma de suas mãos. Siga o intervalo entre o dedinho e o dedo anular, no dorso da mão, para cima, na direção do pulso. Você sentirá que está no intervalo entre dois ossos. No local onde esse intervalo acaba, você fará massagens fortes (geralmente dói) no sentido anti-horário. Faça a mesma coisa, mas entre o indicador e o dedo médio. • Massageie também suas orelhas. A orelha tem o que podemos chamar “vales”, que são partes mais fundas, e “montanhas”, as partes elevadas. Você encontrará uma área dolorida se for subindo, a partir do orifício da orelha, até a segunda “montanha” que encontrar. Massageie com vontade. Caso a dor não passe após 24 horas, a indicação é buscar um profissional. Afinal, o problema pode não ser apenas uma dor, algo físico, mas uma questão emocional. Teresinha de Souza Casson é acupunturista e psicóloga. (CRP 28.995-9/06) teresinha@shimmie.com.br 46
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SAÚDE MENTAL
TUDO NA VIDA tem dois lados por SHEILA REGINA LEITE
Dias e mais dias de ensaio, música devidamente selecionada e copiada, roupa pronta, ansiedade quase controlada... chega a hora do show! Na plateia estão os familiares, amigos, apreciadores, pessoas do meio e, algumas vezes, os jurados. Expectativa, ansiedade e medo rondam o momento da apresentação. Na verdade, um pouco de ansiedade não faz mal a ninguém e chega a ser saudável, pois faz com que não se perca a sensibilidade e a humildade por conta do excesso de confiança. A bailarina entra no palco para o solo ou em grupo e começa a mostrar tudo o que foi ensaiado, até que algo sai
errado. Nessa hora, tudo vem à cabeça: Será que alguém notou? Os jurados vão me dar nota baixa? O grupo vai ser prejudicado? O que os outros vão achar? A angústia costuma rodear a bailarina que, em seguida, pode começar a se questionar se é boa o suficiente e se estudou o bastante. E passa a se cobrar com uma série de críticas, que podem desencadear um estado emocional negativo. Nessas horas, assim como em tantos outros momentos da vida em que as expectativas não são alcançadas, a visão se estreita e só permite ver o lado ruim. Com isso, só são atraídos prejuízos emocionais, sem que seja visto o outro lado.
Tudo na vida tem dois lados, só existe o claro por causa do escuro e vice-versa. Depois da noite vem o dia para mostrar o caminho, pois para cada erro existe um acerto e os erros são a medida do crescimento e evolução. Quem erra em uma apresentação não deve se culpar e nem se cobrar demais. Ao invés de se punir, deve reparar os erros com amor e carinho e se lembrar que tudo é aprendizado. Já que tudo na vida tem dois lados, esse é um bom momento para enxergar uma saída. Sheila Regina é psicóloga. (CRP 06/59.910) sheilapsicologa@shimmie.com.br
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FINANÇAS
Para convidados, alunas que se apresentam e professoras que levam seus grupos, o evento pode ser um momento de deleite, de aprendizado e diversão. Quando estes “atores” do evento têm essa experiência, é a prova de que o trabalho do organizador foi realizado de forma eficaz e sua empreitada foi bem sucedida. Porém, do projeto inicial à realização do evento existe um longo percurso, que, se não for muito bem planejado, pode levar o organizador a contaminar o seu orçamento anual com um grande prejuízo. O planejamento financeiro do evento deve começar com algumas perguntas-chave: 1. Qual é o objetivo do evento? Será uma comemoração da escola, para confraternização com outras escolas e apresentação das alunas? Haverá concursos? Servirá apenas para divulgação do seu trabalho? 2. O evento será único? Há pretensão de realizá-lo em outros anos? 3. Qual será o seu público-alvo? 4. O evento terá fins lucrativos? Denifidos estes pontos-chave, passa-se à descrição do planejamento em si. Deve ser verificado, primeiramente, qual será o valor do orçamento reservado ao investimento inicial, que será destinado a: “sinal” para reserva da locação, desenvolvimento e material de divulgação. Não existe aqui uma regra em relação a valores e percentuais, porém (salvo as raras exceções, quando o dono do espaço oferece prazo para pagamento do sinal) não será possível depender das inscrições para efetuar o pagamento da reserva do local do evento. Em seguida, outro item importante é a definição do local. É importante lembrar que, por ser um dos custos mais elevados, o espaço deverá ser escolhido levando-se em consideração: o valor de locação, a estrutura do local, a localização e a facilidade de acesso (principalmente dos transportes públicos). Os outros itens que costumam ter os valores mais elevados são a sonorização e a iluminação do ambientes.
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Por isso, é necessário fazer uma boa pesquisa e avaliação da qualidade dos equipamentos e profissionais. A partir do objetivo do evento será possível mensurar a necessidade de reservar um percentual do orçamento para troféus, medalhas e premiações em dinheiro. Na sequência deverá ser definido o valor destinado à decoração do local. Em caso de contratação de bailarinas para apresentações especiais será necessário definir valores para cachê, traslado da bailarina, hospedagem e alimentação. Para o dia do evento deverão estar reservados valores para pagamento de mestre de cerimônias e/ou narrador do evento, gastos com material de apoio (papel, canetas, lápis), alimentação da equipe de colaboradores, serviços de apoio (limpeza e conservação do local), suprimentos para júri / camarim (água, frutas e outros). A organizadora deve ter em mente que o máximo de obrigações (despesas) possíveis devem ser liquidadas na data de realização do evento. O ideal é fazer uma planilha com todas essas necessidades e respectivos valores, mas sem se assustar com os números. Lembre-se que você está elencando primeiramente as despesas! Feito isso, é hora de analisar as entradas na contabilidade do evento, que consistem basicamente em: inscrições, convites, expositores (se houver), cotas de patrocínio e cantina. Os valores de inscrições e convites deverão considerar: a média dos valores de inscrições dos demais eventos da cidade, de acordo com o porte do evento e o diferencial de estrutura oferecido pelo local e o público-alvo. Além desses fatores, deverá ser observada a lotação máxima do local e o alcance de divulgação do evento. Alguns organizadores limitam o número de apresentações por escola, permitindo que mais grupos de escolas diferentes se apresentem, além de diversificar os convidados para manter um número maior de público ao longo das apresentações. Em termos financei-
ros esse procedimento pode garantir um número maior de venda de convites. As demais entradas como cotas de patrocínio e aluguel de espaços para expositores são complementos de renda, porém não deverão ocupar um percentual alto na composição do planejamento financeiro do evento, pois o risco nessa captação de recursos é alta. Quanto maior o número de eventos na cidade, mais difícil fica a aceitação dos espaços para expositores e os contratantes preferem fazer a divulgação de seus produtos em eventos já estabelecidos. Porém, se houver boa procura por estes itens, a organizadora poderá contratar bailarinas / professoras para as apresentações finais e motivar o público a ficar até o final das apresentações ou, ainda, oferecer descontos na compra de convites. A cantina, além de servir como apoio para bailarinas e familiares durante as apresentações, é também uma excelente forma de retorno de investimento, e, por que não dizer, de lucro. A recomendação é sempre oferecer produtos de boa aceitação e baixo valor agregado para que não seja necessário um aporte significativo na compra dos produtos, e isto impeça, por exemplo, o pagamento de uma das obrigações do evento. Independentemente do objetivo final de um evento, se lucrativo ou não, deve-se salientar que a longevidade do projeto só será garantida por um serviço de qualidade, boa estrutura e principalmente bom atendimento. Somente com um planejamento sólido é possível avaliar o melhor custo benefício para o evento, buscar as melhores vantagens com fornecedores e oferecer o melhor para as participantes. O sucesso estará garantido e sua saúde financeira também! Vera Moreira, analista de crédito e risco e investment manager de uma das maiores instituições financeiras do mercado. veramoreira@shimmie.com.br
PLANEJAMENTO FINANCEIRO PARA EVENTOS DE DANÇA
por VERA MOREIRA foto iSTOCKPHOTO
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Aziza Mor
NO INÍCIO FOI ASSIM
por AZIZA MOR fotos ARQUIVO PESSOAL
Tudo começou antes de conhecer a dança do ventre. Quando criança, eu participava de “teatrinhos” que eram montados no quintal dos vizinhos. Todos participavam, era algo comunitário e eu sempre dançava, recebia elogios e isso contribuía para que eu vencesse o pânico, que era me expor. Eu tinha entre 6 e 7 anos e gostava dos aplausos, de sentir todo o meu corpo vibrando... Muito tempo depois, em 1994, eu assisti a uma apresentação de dança do ventre pela televisão, no programa da Hebe. Foi então que decidi que iria aprender alguns passos. Como eu morava em Araguaína e por lá não havia nenhuma professora desse estilo de dança, escrevi para a revista Boa Forma pedindo informações sobre vídeos didáticos disponíveis no mercado. Obtive dois nomes: Lulu Sabongi, em São Paulo, e Regina Ferrari, no Rio de Janeiro. Montei uma sala de estudos na minha casa, com espelhos, televisão, vídeo e aparelho de som, e comecei a estudar todos os dias os dois vídeos. Agora imagine só, uma pessoa sem nenhuma base de dança no corpo, sem uma professora para apontar os excessos ou os equívocos, sem nenhum contato com a cultura árabe, completamente encantada com as possibilidades de movimento, mas sem noção nenhuma de que estava apenas varrendo o chão do local onde futuramente iria começar uma escavação sem prazo para chegar ao fim, se é que existe um fim. No começo eu me movia de qualquer jeito, sem muito cuidado, sentia a lombar aqui e acolá, mas tudo bem, seguia feliz. Neste contexto comecei a dar aulas (eu sei, que absurdo!) e por causa dessas aulas, fiz minha primeira viagem a São Paulo. Eu precisava
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de mais segurança e por isso resolvi procurar uma professora de “carne e osso” que pudesse conversar comigo, responder minhas perguntas e me corrigir. Conheci Monah Souad (na época não usávamos nossos nomes artísticos), ela era mais experiente que eu e me deu várias dicas. Nos tornamos grandes amigas. Foram muitas viagens a São Paulo para buscar informações, fazer compras na 25 de março, fazer aulas e assistir shows na Khan El Khalili. Assistir as bailarinas dançando me mostrou algo que eu também queria aprender, algo que ia além da técnica e que na época eu pensava ser elementos dissociados. Tive inúmeras aulas particulares com bailarinas que dançavam na Khan El Khalili, principalmente com Kareema, Lulu, Soraia e Nájua, mas foram a Lulu e o Jorge Sabongi que me pegaram para adoração. As aulas eram um oásis em meio ao deserto de desinformação no qual eu me encontrava. No começo foi um choque. Eu anotava e praticava tudo que tinha sido passado, ficava longe por três ou quatro meses e viajava novamente, sempre recebendo retorno, sempre dando continuidade, perdendo e readiquirindo paciência comigo mesma, desistindo e insistindo alternadamente. Hoje compreendo que sou resultado da minha história pessoal, sempre em movimento, buscando não enxergar corpo, pensamento, sensação, emoção e sentimento como entidades separadas, mas sim buscando sempre a integração. Aziza Mor é bailarina, professora e coreógrafa.
CORRENTE DO BEM
VAMOS TODOS
JUNTOS? Primeira chamada da Revista Shimmie para fazer o bem! por EQUIPE SHIMMIE fotos DIVULGAÇÃO e www.acorrentedobem.org
“
Você até pode dizer que sou um sonhador. Mas não sou o único. Espero que algum dia você se junte a nós. E o mundo, então, será como um só. John Lennon
”
Você se lembra do filme “A Corrente do Bem”? O filme conta a história de Trevor (Haley Joel Osment), que precisa fazer um trabalho de escola, no qual representasse alguma ação que realmente tivesse impacto naquela comunidade. O trabalho foi intitulado de ‘Corrente do Bem’ e consistia em: uma pessoa teria que fazer uma boa ação a três pessoas e, cada uma destas também fazer o bem a outras 3, e assim sucessivamente. É um filme emocionante, muito utilizado hoje nas escolas para trabalhar temas como: solidariedade, vida em comunidade, responsabilidade social e, não tão diretamente, diálogo entre pais e filhos, vida na escola, vícios, respeito pelas diferenças, entre outros assuntos. A partir dessa ideia, a equipe da Shimmie imaginou fazer algo parecido em nosso meio Belly Dance, muitas vezes acusado de individualista, frio, mesquinho... Vamos mostrar que podemos fazer diferente? Não é impossível não! Veja como funciona:
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1. Você faz uma “boa ação bellydance” para três pessoas; 2. Ao fazer esta boa ação, peça que o “favorecido” também faça uma “boa ação bellydance” para outras três pessoas e assim sucessivamente; 3. Ao final do ano 2 da Revista Shimmie, faremos o ranking da boa ação bellydance; 4. Podem participar empresas, professoras, alunas, escolas, qualquer um desde que seja dentro da dança do ventre, ok? E a corrente do bem bellydance já começou: o atelier Simone Galassi há alguns anos veste bailarinos(as) sem custo algum; estes bailarinos, por sua vez, descobrem em suas idas e vindas alguma nova promessa da dança, sob seu ponto de vista, e passam um de seus figurinos para este novo talento. O atelier já está na quinta ação! Envie sua corrente do bem para contato@shimmie.com.br e vamos fazer um ranking imenso, onde todos têm a ganhar!!!!
A Corrente do Bem (Pay It Forward) País/Ano de produção: EUA, 2000 Duração/Gênero: 122 min., drama Disponível em vídeo e DVD Direção de Mimi Leder Roteiro de Mike Rich Elenco: Kevin Spacey, Haley Joel Osment, Helen Hunt, Jon Bon Jovi, James Caviezel, Angie Dickinson, Shawn Pyfrom, Jay Mohr. R$ 16,90 (submarino.com.br)
DOBRE NA LINHA PONTILHADA
A Corrente do Bem pelo Mundo O que é uma “Boa Ação Bellydance”? Ajudar a colega em sala de aula; Gravar aquele cd que só você tem para a turma; Ajudar a professora em atividades corriqueiras (enviar a coreografia para o grupo, fazer um post sobre sua professora em seu blog, levar um café, uma água naquela aula de shimmie...); Organizar uma festa de aniversário; Organizar um chá de bebê para a colega de classe grávida; Doar uma roupa, um véu, um snuj, etc; Em um festival, ajudar a colocar os alfinetes em uma colega ou desconhecida; Pagar a inscrição de uma colega; Levar uma amiga para fazer aula de dança do ventre E tudo mais que você possa imaginar!!!
Inspirado no Pay it Forward Day – surgido na Austrália, em 2007, alusivo ao livro Pay it Forward, de Catherine Ryan Hyde – A Corrente do Bem é um movimento da sociedade civil que tem a proposta de mobilizar pessoas e empresas a incluir práticas e ações de gentileza no cotidiano. A ideia central é mostrar que boas ações são simples, rápidas, divertidas e têm um enorme potencial de transformar positivamente a sociedade. Anualmente, na última quinta-feira do mês de abril, há uma mobilização global, em larga escala, em torno do chamado Pay it Forward Day; nessa data, milhares de pessoas confirmam a sua adesão, praticando um ato de gentileza simples e desinteressado. Neste ano, são 30 países participantes: Austrália, Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia, África do Sul, Inglaterra, Cingapura, México, Escócia, Irlanda, Itália, França, Fiji, Rússia, Índia, Holanda, Bélgica, Noruega, Argentina, Espanha, Turquia, Síria, Croácia, Bósnia, Herzegovina, Coreia do Sul, Porto Rico, Suécia, Brasil e Costa Rica. No Brasil, o movimento tem por coordenadores Leonardo Eloi, Livia Hollerbach e Mariana Fonseca. www.acorrentedobem.org
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MERCADO
Uma família na dança e arte
ORIENTAL por EQUIPE SHIMMIE fotos CAROL LOUÇÃO
Quando você compra um véu da querida Rose, nem imagina o quanto de história na dança ele contém... Rose é a matricarca de uma família de artistas da dança do ventre, da qual fazem parte nomes já bem conhecidos por nós: Danilo Iogolia, Kelly Obara e Alika Hanan. Três gerações de apaixonados pela dança do ventre. A famosa “Rose dos Véus”, como é carinhosamente conhecida pelas bailarinas, é na verdade Rose Iogolia Biondo, artista plástica, que iniciou seus estudos de DV aos 15 anos. Encantada pela arte, decidiu então trabalhar na área: inaugurou um estúdio e abriu um negócio com pintura em seda. O negócio prosperou, e hoje seus véus são usados por várias bailarinas conhecidas mundialmente como Saida, Angeles Cayunao, Jillina, além de muitas brasileiras, profissionais e amadoras. Rose faz exposições de seus véus em vários países, e um deles é Egito. E com essas viagens, ela traz muitas dicas e transmite às professoras de seu estúdio, colaborando para seu crescimento. Rose inclusive ajuda as bailarinas a se produzirem e cuidarem de suas imagens. Rose, ao longo de sua carreira, mostrou essa bela arte da dança para seu filho Danilo e sua filha Alika Hanan. Alika vem encantando a brasileiros e estrangeiros com sua bela e delicada dança (e isso com apenas 14 anos!). Sempre esteve junto de sua mãe nas viagens nacionais e internacionais a trabalho e, com essa oportunidade, vem aprimorando suas técnicas em workshops e shows. Participou como convidada especial no show de gala de Amir Thaleb, no Encontro Internacional de Dança Árabes – EIDA, em Buenos Aires. Viajou pela segunda vez para Neuquen, Patagônia, no evento de Angeles Cayunao junto a Tony Mouzayek e a banda Horus Arab Music, também como convidada 54
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especial, dentre outros eventos. Devido a sua pouca idade, concilia o colégio com dança, muitas vezes precisando compensar aulas e provas por causa das viagens – e mesmo assim, é dona de um boletim exemplar. O primeiro contato de Danilo com a dança árabe foi em um dos primeiros eventos do Studio Rose dos Véus, quando sua mãe o chamou e fez com que ele usasse, inicialmente a contra-gosto, vestimentas típicas para recepcionar as alunas. A partir deste evento, Danilo pôde conhecer mais sobre a cultura árabe, o que despertou o interesse pelo Dabke. Embora já tenha flertado com o rock ‘n’ roll, começou a frequentar aulas de um estilo musical completamente diferente. Aprendeu a dança popular árabe com o professor Nasser, participou do DVD de seu grupo folclórico e realizou shows em vários estados do Brasil, integrando o grupo Mil e Uma Noites. E foi num desses shows que conheceu Kelly Obara, bailarina de dança do ventre. Danilo se casou com Kelly, que hoje é coordenadora do curso de especialização em danças árabes da escola Shiva Nataraj. Kelly vem de uma família também ligada à arte e à expressão corporal. Já foi professora na Rede Luxor, e realizou shows em vários estados do Brasil com o Grupo Mil e Uma Noites. Foi num desses shows que Kelly conheceu Danilo, completando essa família de grandes talentos e de pessoas que enriquecem com seu trabalho a dança do ventre. Em 2011, como presente de aniversário de seu marido Danilo, ganhou uma viagem para o Egito. No evento Ahla Wa Sahla, no Cairo, participou de workshops e da mostra de dança. Essa é verdadeiramente uma família do ventre!
No alto, da esquerda para a direita: Alika: aos seus 14 anos de idade investe em sua carreira internacional tendo em sua agenda apresentações no Chile, Salta, Barcelona e em 2012 no Egito. Danilo: Integrante do Grupo Mil e Uma Noites regido por Nasser, surfista e empreendedor de duas franquias Wise Up. Kelly Obara: Ministra aulas no Shiva Nataraj aliando em seu estilo clássico, as práticas de dança cigana, aulas de flamenco e yoga para alcançar melhor desempenho corporal e mental. Rose: é a primeira artista que pinta véus de seda do Brasil há vender seus véus no evento de Raquia Hassan, Ahlan Wa Sahlan no Cairo.
MODERNO
Passo a passo da
COREOGRAFIA MODERNA por GIULIANA SCORZA ilustração GIULIANA SCORZA
No início dos estudos de dança, muitas pessoas devem achar estranho quando alguém se diz bailarina e coreógrafa. Isso porque, parece óbvio que quem dança sabe coreografar. No entanto, com o tempo é possível entender que a realidade é bem diferente. Há bailarinas que possuem a técnica e os movimentos perfeitos, mas isso não significa que sabem montar uma sequência de passos que seja interessante e vá além do padrão. Coreografar é transformar a ideia concebida no imaginário em algo real. Essa ideia consiste não somente nos passos do dançarino, mas em tudo que envolve a apresentação, desde os figurinos até a iluminação, cenário, etc. A mente do coreógrafo consegue visualizar a cena como um todo, e com sua experiência, transmite isso a todos os envolvidos nesse processo de criação. Como fugir do comum na dança do ventre moderna?
Música A música deve ser impactante, seja ela lenta ou rápida. Deve chamar a atenção da plateia do começo ao fim da apresentação, sem que o público fique cansado - geralmente com tempo máximo de cinco minutos, pois depois desse tempo as pessoas já começam a olhar no relógio e torcer para que acabe logo.
Linha
Alternado
Alternado aberto
Diagonal
Diagonal dupla
Triângulos
“S”
Entrada Na coreografia tradicional, é comum deixar a música iniciar para depois o grupo ou o solista entrar no palco. Já na versão moderna, os componentes podem, inclusive, estar semi-deitados no chão, alguns em pé e, aí sim, começar a desenrolar o todo. Para diversificar ainda mais,
Estas são algumas formações usadas em minhas coreografias modernas. Os nomes foram dados por mim e dentre estes desenhos podem haver outras variações ao gosto do coreógrafo. Os integrantes do grupo podem e devem se movimentar para frente e para trás, para os lados e ainda trocar de lugar mantendo a formação.
os integrantes podem começar de costas para o público, o que seria uma heresia no tradicional, mas muito interessante na proposta moderna.
Desenhos Para compor uma coreografia moderna, o essencial é o dinamismo. Impossível ser moderno com os componentes do grupo sempre no mesmo lugar. Visualizar linhas, espirais e formas geométricas ajuda na hora de compor os desenhos: círculos e triângulos de vários ângulos são os mais usados. Com as linhas, é possível criar diagonais que se estendem do fundo do palco até a boca de cena no lado oposto e, se mexer nessa linha, cria-se uma formação em “S”, que também é interessante para quem está na plateia assistindo.
Cenário Com relação aos cenários, os virtuais estão em voga, sendo que a coreografia pode ser montada de acordo com o que está sendo apresentado no telão ou ciclorama*. É sensacional o efeito final. Uma boa dica é conferir os vídeos do espetáculo Dunya, idealizado e produzido pelo também colunista da Shimmie, Flavio Amoêdo. O mais importante é não ter medo de inovar, pois não há necessidade de abandonar o estilo tradicional pelo moderno. Os dois podem caminhar concomitantemente como estudos diversos. Já começou a pensar na sua próxima coreografia? Vá em frente e sucesso!!! Giuliana Scorza é bailarina, professora e coreógrafa de dança do ventre. giulianascorza@shimmie.com.br
*Ciclorama: Pano ou parede curvos que formam o fundo de muitos cenários de palco modernos. São usados para eliminar sombras e sugerir espaço ilimitado (do céu, por exemplo).
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CLÁSSICO
DESENHO CÊNICO por KAHINA
Coreografar é a arte de criar as trilhas ou roteiros de movimentos que compõem uma dança. No ballet clássico, a coreografia é composta por um grupo de movimentos mais padronizados. Na dança moderna, os movimentos são mais livres. Já na dança contemporânea, há quase uma quebra do conceito de coreografia, visto que os movimentos são tão livres que nem sempre há uma representação gráfica. A coreografia também pode ser vista como a descrição da dança que será executada ou um conjunto de movimentos, sendo que a sequência deles compõe a dança seguindo uma trilha musical - muito embora, haja espetáculos de dança contemporânea sem música. Neste sentido, as variações de uma coreografia nada mais são do que as diferentes formas de interpretação que acontecem de acordo com a qualidade técnica e opção artística dos bailarinos. Hoje, a dança do ventre se projeta cada vez mais para os palcos e grandes produções no formato de espetáculos. Por isso, é necessário que professores e coreógrafos da área materializem as ideias por meio de sequências de passos e desenhos cênicos. A montagem do desenho cênico exige do coreógrafo o domínio dos seguintes elementos estéticos em relação ao corpo em movimento: espaço, tempo, peso e fluência. Em uma coreografia, esses elementos básicos dialogam entre si podendo construir outros sentidos causadores de diferentes sensações no espectador, tais como: equilíbrio, movimento, fragmentação e linearidade. A composição de desenhos possui também como objetivo o efeito visual em massa, onde os componentes da coreografia são utilizados para estabelecer desenhos, formas, linhas e efeitos visuais. A figura apresenta os direcionamentos básicos estabelecidos por Rudolf Von Laban, dançarino e coreógrafo considerado o maior teórico da dança do século XX e “pai da dança-teatro” (estudado na coluna Consciência Corporal nas últimas edições da Shimmie). Laban dedicou sua vida ao estudo e sistematização da linguagem do movimento em seus diversos aspectos: criação, notação, apreciação e educação. O retângulo ao centro representa a posição estática, as figuras ao redor representam movimentos para frente, para trás, para a direita, para a esquerda, e para as quatro diagonais. Há também a opção de linhas como fila única ou intercalada, formas geométricas como círculos ou retângulos, e também formas abstratas. Tudo depende da ideia e capacidade criativa de cada coreógrafo.
FRENTE DIAGONAL DIANTEIRA ESQUERDA
DIAGONAL DIANTEIRA DIREITA
ESQUERDA
DIREITA
DIAGONAL TRASEIRA ESQUERDA
DIAGONAL TRASEIRA DIREITA TRÁS
Outros pontos importantes: • Número de alunas: a dificuldade costuma aumentar com a quantidade de bailarinas no palco. No entanto, com desenhos bem definidos e sincronia, é possível adquirir um efeito capaz de impressionar. • Estética: a estética dos componentes do grupo também influencia na uniformidade do desenho. Por isso, é importante considerar altura e tipo físico similares. • Criatividade: é importante criar desenhos com base nas próprias ideias e evitar a construção a partir da soma de desenhos coreográficos de outros profissionais. • Qualidade: o desenho cênico realmente enche os olhos de quem assiste, mas é fundamental que haja dança de verdade. Muitos profissionais utilizam apenas o desenho cênico nas coreografias para impressionar e se esquecem da dança propriamente dita. O ideal é que o resultado final some desenhos criativos e também riqueza coreográfica. Boas inspirações! Kahina é bailarina, professora e coreógrafa de dança do ventre. kahina@shimmie.com.br
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LEITURA MUSICAL
LEITURA MUSICAL por LUNAH FARAH fotos STOCK.XCHNG
A leitura musical nada mais é do que uma legenda. É uma tradução da música feita pelo corpo da bailarina, que envolve o movimento e a emoção. No entanto, o processo de criação não é tão fácil como se imagina. Quando se fala em leitura musical, o ponto mais importante é a escolha da música. A música deve não só tocar a bailarina de alguma forma, mas permitir a execução dos diferentes tipos de movimentos que compõem um solo. Dessa forma, a bailarina não ficará limitada a um grupo específico de passos. A música árabe é muito rica em seus instrumentos, composições, combinações e estilos, e a leitura musical está presente em todos esses aspectos. Por isso, é necessário ouvir a música com cuidado, não só para desenvolver os movimentos adequados, mas principalmente para traduzí-los com sentimento no corpo. No processo de criação, é importante ressaltar a divisão da música em fases (introdução, apresentação, meio, introspecção, despedida e finalização). Ao entender que a música possui começo, meio e fim, é possível construir a dança de forma harmônica para que a história seja transmitida em cada uma das fases e compreendida pelo público. Lembrando que esse processo pode ser usado para os demais estilos, não só para as músicas clássicas. É como se a música fosse uma texto sem pontuação. O papel da bailarina é colocar letras maiúsculas, minúsculas, pontos, vírgulas, parágrafos, acentos, etc. Assim como um texto mal escrito fica difícil de ser
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entendido, a bailarina deve reescrever a música com sua dança para a compreensão do público. Para ajudar na composição coreográfica, o ideal é começar ouvindo várias vezes a música e tentar construir uma história, dando um pouco de emoção à leitura. É importante perceber os diferentes instrumentos: alaúde, qanoun, acordeon, nay, duff, violino, derbake, mizmar e outros. Uma ideia para facilitar esse processo é diferenciá-los com desenhos no papel. Para cada instrumento, um desenho diferente. Depois disso, a bailarina deve perceber a intensidade dos sons: agudos (tacs), graves (dums), silêncios, pausas, marcações, voz, coral, arranjo, etc. E para tornar a apresentação especial, deve-se estabelecer energias diferentes para cada parte da música. Não se deve esquecer de perceber as transições entre um instrumento e outro, entre ritmo e melodia. Analisar quando um instrumento toca mais que o outro, quando a melodia está mais alta do que o ritmo e vice-versa. É na combinação desses fatores (instrumento + intensidade + transições + velocidade + mensagem) que está um leque infinito de possibilidades, que possibilita à bailarina uma leitura musical pessoal e intransferível. Nem todo mundo escuta a música da mesma forma. Sempre haverá um som que a bailarina nunca percebeu ou pensou em dançar. Não há leitura certa ou errada, mas a sensibilidade em relação ao que se quer transmitir ao dançar.
Basta escolher o movimento correto para a mensagem que se quer passar. A dança é comandada pela bailarina e é ela quem determina o que vai traduzir em seu corpo, o que quer evidenciar, o que quer esconder. É apenas uma questão de escolhas e interpretação. A dica é tomar cuidado com os exageros, pois eles tornam a sua dança poluída e com muita informação, deixando o público cansado e confuso. O gostinho de quero mais no final da apresentação é imprescindível! A bailarina deve fazer da sua dança um meio de comunicação e não um outdoor de passos. Deve-se interagir com o público contando uma história e se deixar levar pela emoção, envolvendo os movimentos no corpo como um abraço e trazendo o público para a interpretação pela troca de energias. A busca pela perfeição e excelência permeia os estudos, pesquisas e aprendizados daqueles já experientes ou iniciantes, amadores ou profissionais. A busca por fazer mais e cada vez melhor é interminável, porque a dança e a expressão artística não têm fim para quem tem vontade e sensibilidade, mas é só o começo para quem tem respeito, amor e dedicação. Entender às vezes não é o mais importante, mas sentir e expressar sempre serão. Lunah Farah é coreógrafa e professora da rede de Escolas Luxor há 10 anos. Atualmente, é coordenadora da unidade Vila Mariana.
TEORIA MUSICAL
DERBAK
Passo a Passo
por IVES AL SAHAR ilustração LIVRO MÉTODO INTUITIVO PARA TOCAR DERBAK
Sexta edição da Shimmie, sexta lição de derbak! Caso você tenha perdido alguma das lições, não deixe de adquirir as revistas anteriores.
LIÇÃO 6: CÉLULA RITMICA BALADI Embora haja controvérsias a respeito do nome desse ritmo, por questões didáticas vamos adotar o nome mais conhecido no Brasil que é “baladi”, um dos ritmos mais utilizados no roteiro comercial da música árabe. Para inserir floreios de forma satisfatória, é necessário entender o ritmo e dominar os silêncios que o caracterizam. Nesse primeiro momento, utilize apenas a mão direita, executando dessa forma as notas Dum e Ta, localizadas no instrumento, de acordo com a figura abaixo:
EXERCÍCIO 12: Essas são as quatro etapas para executar o Baladi. O símbolo (S) deve ser lido como “ésse” – trata-se do silêncio que caracteriza o “sotaque” do ritmo. Esse exercício deve ser praticado até que o movimento se torne automático na mão direita.
Dominada esta métrica, ficará muito mais fácil inserir floreios posteriores por meio das notas executadas pela mão esquerda. Bons estudos! Salam! Ives Al Sahar é músico multi-instrumentista e pesquisador da música e cultura oriental. ivesalsahar@shimmie.com.br
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OFF BELLYDANCE
Uma programação diferente que envolve TEATRO, EXPOSIÇÕES e CINEMA. por NAZNIN
7ª BEAUTY FAIR - FEIRA INTERNACIONAL DE COSMÉTICOS E BELEZA 10 a 13 de setembro de 2011 (das 10 às 20 horas) Expo Center Norte - São Paulo - Brasil A Beauty Fair - Feira Internacional de Cosméticos e Beleza é um evento anual de negócios formatado para atender toda a cadeia produtiva do segmento de beleza como profissionais, indústria, comerciantes, distribuidores, importadores e exportadores. Na última edição (2010), a Feira atraiu 128 mil visitantes numa área expositiva de 76 mil m², organizada por setor: Estética, Profissional, Varejo e Negócios. O volume de negócios gerado por seus expositores foi de R$338 milhões, o que a consolidou como o maior e mais completo evento do segmento de beleza das Américas e o 3º maior do mundo. Informações: www.beautyfair.com.br
Onde: Av. Pedro Alvares Cabral, s/n Parque do Ibirapuera – Portão 10 Quanto: Grátis - Informações: 11 3320-8900 ou www.museuafrobrasil.org.br A exposição é composta de 31 trabalhos, apresentados em diferentes suportes, como esculturas, relevos, back-light e fotografias. O evento celebra os 90 anos de Frans Krajcberg e presta homenagem ao Ano Internacional das Florestas, decretado pela ONU. O artista e ativista ambiental, Emanoel Araujo, é quem assina a curadoria da mostra.
Eventos
QUEBRA NOZES 2011 - AUDIÇÃO Sábado - 6 de agosto 2011 Mulheres: 10h00 - Collant preto, meia calça rosa, sapatilha 1/2 e ponta. Homens: 12h00 - Malha preta, regata branca, sapatilha 1/2 ponta. Idade: Entre 18 e 30 anos. - Documentos: Currículo Profissional. Cópia do RG e DRT. Foto 3x4.
Shows
foto: Divulgação
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Feiras
CIRQUE DU SOLEIL APRESENTA VAREKAI Em uma misteriosa floresta no interior de um vulcão, existe um mundo extraordinário no qual o novo e o mágico caminham lado a lado. Um lugar onde tudo é possível, chamado varekai. Prepare-se, para um show de rara beleza e acrobacias inacreditáveis. Quando: a turnê passará por diversas cidades, começando por São Paulo em 15 de setembro. Onde: Parque Villa Lobos, Avenida Prof. Fonseca Rodrigues, 1655 – Pinheiros – SP. Ingressos: a partir de 140 reais. Informações: www.varekai.com.br
Quando: de 7 de julho a 6 de novembro. Terça a domingo, das 10h00 às 17h00.
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KRAJCBERG, O HOMEM E A NATUREZA NO ANO INTERNACIONAL DAS FLORESTAS
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Exposição
Dia Hora Nível Segunda 20h30 Intermediário Terça 10h30 Iniciante Sexta 15h30 Iniciante
www.rhazi.com.br
Inscrições e informações Tel.: 11 5539.5092 Rua Gaspar Lourenço, 25 Vila Mariana - São Paulo - SP www.shangrilahouse.com.br
GLAMUROSA
EU NÃO SABIA...
por SAHIRA FATIN ilustração MARCO AURÉLIO CASSON
Gostaria de saber uma coisa: Por que brasileiro tem preguiça de ler? Não lê o manual e aí instala o aparelho todo errado. O aparelho não funciona e de quem é a culpa? Do fabricante! Não lê direito a receita e muito menos a bula do remédio. Aí, o remédio não faz o efeito desejado. E de quem é a culpa? Do médico! Não lê o contrato e assina. E de quem é a culpa? Da outra pessoa! E sabe ainda o que você escuta? Ah... mas eu não sabia! Não sabia o que, meu bem? Que as letras estão lá para serem lidas? Aí você monta um evento com mostras e concursos, elabora um regulamento e envia para todas as pessoas inscritas. E o que acontece? A pessoa simplesmente não lê!!!!!! Vamos ao assunto: o evento não tem
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como saber se a bailarina é realmente uma amadora ou uma profissional. Não dá para saber se a criatura já fez shows remunerados ou se ela ministra aulas sei lá onde. Como ter certeza? Colocando um investigador para levantar a veracidade das informações nas fichas de inscrições dos concursos?!?! Vamos parar e pensar um pouco. Até onde vai a responsabilidade de cada um? O máximo que dá para fazer é desclassificar a bailarina quando a organização do evento consegue descobrir a fraude nas informações da ficha, mas isso infelizmente só acontece depois que a criatura subiu no palco para dançar. É por isso mesmo que existe um regulamento, que é enviado a todas as inscritas em mostra e concurso.
Aí sabe o que você escuta? Ah... mas eu não sabia! Não sabia o quê? Que você tem preguiça de ler? Ou que você tentou passar a perna nas outras concorrentes? Que você tentou enganar uma categoria inteira? Que você não se encaixa em nenhuma categoria? Sim, porque se não é amadora, também não é profissional. Profissional pra mim, e tenho certeza de que para você leitora também, é outra coisa! Aí dá piti, chora, e o diabo a quatro! A pessoa não lê ou, se lê, usa de má-fé. E de quem é a culpa? Do Evento? Ah, faça-me o favor!!!!!!!! Fui! Sahira Fatin é bailarina, professora e coreógrafa de Dança do Ventre. sahirafatin@shimmie.com.br
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NOVELINHA SHIMMIE
CHEGOU A HORA!!! por RHAZI MANAT foto FOTOLIA
O DJ soltou a música. O coração de todas no palco batiam mais forte, inclusive o da professora Habiba. Florzinha estava nervosa, sentia seus lábios tremerem e o corpo todo parecia anestesiado. Não conseguia olhar pra frente, não conseguia olhar pra ninguém... sentia suas bochechas queimarem. Seu coração batia tão forte que parecia que ia ter um ataque cardíaco! Fadinha sentiu-se radiante, a música parecia tocar em seu coração e ela não conseguia parar de sorrir. Vários amigos estavam assistindo e, apesar da vergonha e timidez inicial, ela se sentiu outra mulher: poderosa, feliz! Ouvia as palmas e só conseguia retribuir com seu sorriso! Nossa... por que não tinha começado as aulas antes? Trancinha não tirava a contagem da coreografia da cabeça. Ainda bem que estava tudo dando certo... 5,6,7,8... gira e... oito pra cima... transferência, gira pra a direita... Xiiiiiii!!!! Era giro para a esquerda! Ela errou! E agora? Todo mundo viu! Devem estar todos rindo dela! Recuperou o fôlego, a coreografia, e continuou... Sapatilha sentia uma “adrenalina boa”, se sentia bem, olhava para todos, sorria... só estava um pouco tensa por conta da disposição da coreografia, pois a professora Habiba sempre chamava a atenção e dizia que ela saía do alinhamento. Olhava um pouco para o lado para conferir e continuava. A Professora Habiba sorria, estava muito feliz. Ver as alunas no palco, realmente, não tinha preço. Nessas horas, parece que os “pequenos problemas” inerentes a sua profissão se esvaíam a cada minuto daquela coreografia. Deu tudo
certo, ninguém nem percebeu o giro errado da Trancinha, é tão normal isso acontecer em apresentações... ela mesma, já errou tanto! Passados eternos quatro minutos e meio.... tantannnn! Chegou o final da coreografia! Pose final, sorrisos paras as fotos... ufa! Saindo do palco, aquele burburinho interno e externo, a professora se preparava para recebê-las com abraços e sorrisos... sabia que aquela sensação era única. Todas se abraçavam e sorriam naquela confusão gostosa de todas falando ao mesmo tempo, quando a Professora Habiba deu falta de Trancinha. “Cadê ela?”, “Alguém viu?”. Trancinha apareceu com os olhos inchados. Estava com vergonha, tinha a impressão de que todos estavam olhando para ela e gostaria de abrir um buraco no chão e sumir! Encontrou a Professora Habiba só pra se despedir, não se sentia bem para ficar no evento nem mais um minuto. A professora sabia que, naquele momento, não adiantava conversar muito com Trancinha, pois ela não ia ouví-la direito. A única solução naquele momento era abraçá-la, sorrir, deixar claro que a questão não tinha toda aquela dimensão que a aluna colocava, mas era preciso deixar o tempo passar um pouco, pois situações como aquela traziam amadurecimento pessoal, desde que fossem tratadas com calma e sabedoria. Acompanhe os capítulos da novelinha Shimmie em nosso site. Rhazi Manat é bailarina, professora e coreógrafa. rhazi@shimmie.com.br
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www.shimmie.com.br agosto/setembro 2011
PENSAMENTOS
Saber dançar te faz
PROFESSORA? por SAHIRA FATIN ilustração iSTOCKPHOTO
Quando você dança, seu propósito não é chegar a determinado lugar. É aproveitar cada passo do caminho. Wayne Dyer, escritor
foto ADELITA CHOHFI 66
www.shimmie.com.br agosto/setembro 2011