Revista do Sindprevs/SC | ANO III | Nยบ 10 . Novembro de 2015
O grito que estava esquecido
GESTÃO RENOVAR, UNIR E AVANÇAR (2014 - 2017) Luciano Wolffenbüttel Véras Coordenação Geral Clarice Ana Pozzo
Diretora da Secretaria-Geral Rosi Massignani
Diretora da Secretaria-Geral Maria Goreti dos Santos
Diretora do Depto. Administrativo e Financeiro Marialva Ribeiro Chies de Moraes
Diretora do Depto. Administrativo e Financeiro Giulio Césare da Silva Tártaro
Diretor do Depto. de Política e Organização de Base Guilherme Azevedo
Diretor do Depto. de Política e Organização de Base Fernando Domingos da Silveira
Diretor do Depto. de Formação Sindical e Estudos Sócio-Econômicos Vanderléa Regina de Jesus Ramos
Diretora do Depto. de Formação Sindical e Estudos Sócio-Econômicos Viviane de Carvalho Fogaça
Diretora do Depto. de Comunicação Maria Lúcia Bittencourt da Silva
Diretora do Depto. de Comunicação Roberto Machado de Oliveira Diretor do Depto. Jurídico Rosemeri Nagela de Jesus
Diretora do Depto. Jurídico Célia Momm
Diretora do Depto. de Aposentados e Pensionistas Eni Marcos de Medeiros
Diretora do Depto. de Aposentados e Pensionistas Silvia Mara Mayer Teixeira Furtado
Diretora do Depto. de Política de Seguridade e Saúde do Trabalhador Ana Maria Pereira Vieira
Diretora do Depto. de Política de Seguridade e Saúde do Trabalhador Rosemary da Silva Neves Destefanis
Diretora do Depto. Sócio-Cultural e Esportivo Maria Helena Pedrini Walter
Diretora do Depto. Sócio-Cultural e Esportivo Marco Carlos Kohls
Diretor do Depto. de Relações Intersindicais e Relações de Trabalho João Paulo Silvestre
Diretor do Depto. de Relações Intersindicais e Relações de Trabalho Conselho Fiscal:
Titulares: Luiz Roberto Doneda, Marilda Lima e Ari José Becker Suplentes: Alvani Borges e Yolanda Medeiros
Editorial
Redes sociais Twitter: @sindprevs
Facebook: Sindprevs/SC
www.sindprevs-sc.org.br
Existem perguntas que nos acompa-
ram o país e o próprio serviço público
nham durante toda a vida e algumas de-
federal, servindo de exemplo a todos os
las nos são verdadeiramente essenciais.
trabalhadores.
Interrogações ajudam na compreensão
Esta revista é a memória viva de 85
da realidade e propiciam mudanças e
dias de lucidez, de despertar. Mais do
avanços significativos quando respon-
que isto, é uma homenagem a todos
didas. Durante muito tempo esquece-
que tiveram a coragem de se erguer
mos de olhar a nossa volta, de perce-
contra um inimigo aparentemente mui-
ber as limitações, as incongruências e
to maior, poderoso e ardiloso. A todos
a perversidade de dias, meses, anos de
que sabem que o verdadeiro poder
trabalho em condições humilhantes e
não reside em atacar, mas em resistir...
indignas. Sem questionamentos, não
na luta, nos sonhos, na união. Aos que,
percebemos que gradativamente íamos
sábios, não desejam o confronto, mas
perdendo não só nossa identidade, mas
se preparam conscientes e firmes para
a capacidade de nos percebermos cole-
ele. Aos que hoje se levantaram e, cons-
tivamente, de sentirmos a dor do outro
cientes de seu valor, nunca mais ficarão
e o ambiente em que estávamos. Mui-
de joelhos pois colocaram a luta pelos
to sutilmente foram nos tirando a von-
direitos de todos acima dos interesses e
tade de lutar e a substituindo por uma
desejos de poucos.
indignação velada, paciente, que tudo
O Sindprevs/SC tem orgulho de ofe-
suporta, tudo aguenta, ainda que com
recer essa modesta contribuição como
certo desconforto. Melancolicamente
lembrete de que a verdadeira força
o tempo nos arrastou de forma lenta e
sempre esteve e estará na união dos
vazia e então, num despertar, finalmen-
trabalhadores e trabalhadoras, para que
te percebemos que perdemos muito
nunca nos esqueçamos de que somos
mais. Em algum momento entre o can-
nós os excluídos, os explorados, os pá-
saço e sofrimento, entre o dia a dia e
rias da terra que podem e devem alterar
a perspectiva ilusória de algo melhor,
a realidade, o trabalho e o mundo. Pas-
roubaram nossos espíritos e com eles
samos de observadores para artífices da
nossos sonhos.
história e temos a responsabilidade de
Sem que nossos algozes e o sistema
perpetuar essas conquistas, recordando
que eles mantém se dessem conta, uma
aos que chegam que enfrentar é pos-
força foi crescendo no seio dos trabalha-
sível, resistir é necessário, questionar é
dores. De repente as dificuldades foram
imperativo e lutar é essencial.
se tornando alimento; as precariedades gogia, legalismos e arbitrariedades diá-
“Apenas quando somos instruídos pela realidade é que podemos mudá-la.”
rias foram forjadas as armas que varre-
Bertolt Brecht
e imposições, combustível; e da dema-
Fale com o Sindicato Rua: Angelo La Porta, 85, Centro 88020-600 - Florianópolis - SC Fone/Fax: (48) 3224-7899
Atendimento externo: das 9h às 18h
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Expediente Previsão é a revista do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência do Serviço Federal no Estado de Santa Catarina. Edição, textos, editoração e fotos: Rosangela Bion de Assis (Mtb 00390/SC JP); Marcela Cornelli (Mtb 00921/SC JP) e Clarissa Peixoto (Mtb 0003609/SC JP) Projeto gráfico: Cristiane Cardoso Ilustrações e logotipo: Frank Maia Capa: Frank Maia Tiragem: 6.000 exemplares
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Sumário
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A mobilização dos servidores pressionou as negociações com o governo
Greve dos servidores do MS colocou a categoria em condições de negociar com o governo a pauta específica da Seguridade Social.
23
Compartindo o pão, as experiências e as lutas nas ocupações A greve da unidade entre os novos e os antigos servidores.
18
Uma greve que ficará na história Veja a retrospectiva da greve que mobilizou a categoria durante 85 dias em 2015.
O grito que estava esquecido Como muito bem definiu o servidor Ramiro Zancanaro Pieczkowski, da APS DJ Chapecó, greve “é liberdade, é rebeldia, é coragem, é sentimento. É um dos momentos em que o trabalhador estabelece uma relação horizontal com seu empregador, como meio de emancipação de seus direitos e de sua dignidade.” Por isso, durante a greve, toda a estrutura, todos os recursos e toda a energia do Sindicato são direcionados para esses dias de confronto. Entre 7 de julho e 29 de setembro de 2015, os servidores do INSS e do Ministério da Saúde, ou do Seguro e da Seguridade Social, realizaram uma greve histórica de 85 dias. A greve paralisou 27 estados, com uma adesão de 80%, e obteve ganhos econômicos mas, a maior conquista foi reunificar a categoria de norte a sul, e recuperar a unidade dos trabalhadores. Essa edição especial da Revista Previsão, em sua 10ª edição, recupera os principais momentos, muitas imagens, depoimentos dos servidores; mostra a emoção e as dificuldades dos que lutam. Essa edição tem a pretensão de ser um documento para o futuro, para os trabalhadores que ainda virão e precisarão saber o que foi feito, porque os servidores não se acomodaram e foram para o confronto, porque se uniram para recuperar a dignidade e a esperança. 4 | Previsão | novembro 2015
06
32
27
Servidores reivindicam acordo salarial para as Agências Reguladoras Devisa/Fenasps realiza Encontro Nacional para discutir situação da categoria.
Uma vitória na luta de classes
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Nas passeatas, concentrações e reuniões, os lutadores dessa greve foram reencontrando o poder da luta coletiva.
Novas mídias, novas greves Há muito o que aprender sobre a utilização das novas mídias na organização da classe trabalhadora.
Agenda novembro
janeiro
18 a 21 | 21º Curso Anual do Núcleo
04 | Assembleia Estadual Geral do
04 | Retorno ao expediente normal
Piratininga de Comunicação, no Rio
Sindprevs/SC, às 13 horas (primeira
do Sindprevs/SC
de Janeiro
convocação), no auditório da Fecesc (Avenida Mauro Ramos, nº1.624, Centro, Fpolis)
dezembro
12 | Abertura da Temporada
03 | Plenária Sindical de Base do Sindprevs/SC (dirigida aos Diretores de Base e Representantes dos
2015/2016 no Complexo Esportivo e de Lazer Ademir Rosa, em Ponta das Canas
Aposentados e Penionistas), às 9 horas, no auditório da Fecesc (Avenida Mauro Ramos, nº1.624, Centro, Fpolis)
março 13 | Encerramento da Temporada 2015/2016 no Complexo Esportivo e de Lazer Ademir Rosa, em Ponta das Canas
23/12 a 01/01 | Recesso de fim de ano no Sindprevs/SC
Veja no sítio do Sindprevs/SC www.sindprevs.org.br, informação de qualidade sobre servidores públicos, País, América Latina e Mundo
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Capa
O grito que estava esquecido Lutam melhor os que têm belos sonhos. Che Guevara
por Marcela Cornelli jornalista do Sindprevs/SC
“Bem mais do que reajuste salarial, lutamos por mudanças sociais e sabemos da importância que a Previdência tem para o País e para os brasileiros. Para mim, as greves sempre foram mais do que as reinvindicações como servidora.”
Sônia Maria de Souza Vieira Gex Fpolis
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N
imprensa2@sindprevs-sc.org.br
o dia 7 de julho inicia uma das mais fortes greves de norte a Sul do País no Seguro Social. O Ministério da Saúde também deflagrou greve em alguns estados. Em um cenário político e econômico desfavorável para a classe trabalhadora, somente após 50 dias de greve o governo apresentou uma primeira proposta. Após 80 dias de greve, os delegados dos estados, presentes na Plenária Nacional Permanente, realizada dia 25 de setembro em Brasília, aprovaram a suspensão da greve do Seguro Social. Foram 85 dias de luta, enfrentamentos e muita negociação em Brasília. A greve da Seguridade Social seguiu por mais uma semana. As greves no Seguro e na Seguridade Social foram deflagradas devido às dificuldades e degradantes condições de trabalho enfrentadas no dia a dia dos trabalhadores. Foi o último recurso para serem ouvidos pelo governo. E deu certo. “O movimento sindical busca fortalecer a unidade na luta, construindo uma pauta unificada. Apesar de que, desde 2003, no governo Lula, as negociações das pautas específicas serem usadas como forma de fragmentar o movimento, nessa greve a pauta unificada dos Servidores Públicos Federais foi novamente entregue ao governo. Como não houve retorno, alguns setores dos federais entraram em greve, entre eles o Seguro Social e uma parte da Seguridade Social, forçando o governo a negociar a pauta unificada, como também as específicas”, explica Vera Lúcia da Silva Santos, ex-dirigente do Sindprevs/SC e diretora da Fenasps. “Foi uma das greves mais importantes já realizadas nesta década,
paralisando 27 estados. A dimensão deste movimento ultrapassou as fronteiras das reivindicações, mudou a concepção que os trabalhadores tinham de si mesmos, levando-os a uma nova consciência de classe, que mudará definitivamente o processo de trabalho no Seguro Social”, diz Moacir Lopez, da Direção da Fenasps. Enfrentamento numa conjuntura desfavorável “Foi uma greve que recuperou a vontade de lutar dos trabalhadores. Muitos pela primeira vez e outros já calejados dos enfrentamentos de outras greves. Essa greve é muito parecida com as greves que fizemos nos anos 80. À época, ganhávamos somente a complementação do salário mínimo no contracheque, não tínhamos nada a perder, não tínhamos outra opção. O mesmo aconteceu agora. Os servidores, cansados pela falta de valorização, não tiveram outra saída a não ser a greve”, opina Valmir Braz de Souza, ex-coordenador geral do Sindprevs/SC e Diretor da Fenasps. Para Valmir, o que mais marcou nesta greve foram as ocupações que ocorreram nas gerências nos estados e também no prédio da Presidência do INSS em Brasília. “Estes atos ajudaram a pressionar o governo e levaram à vitória essa greve. Foi uma greve com enfrentamentos, e o que víamos nestes enfrentamentos eram servidores novos e mais velhos, lado a lado, com a mesma garra de lutar por seus direitos.” Um dos diferenciais desta greve é que ela foi realizada diante de uma conjuntura desfavorável à classe trabalhadora, diante da crise econômica, ajustes fiscais do governo, profundos ataques às conquistas da classe
Ato durante caravana a Brasília, realizada entre 22 e 24 de agosto
Alimentação durante a caravana a Brasília, realizada entre 22 e 24 de agosto
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Participantes da caravana de julho
“O que mais marcou nesta greve foi o comprometimento dos lutadores, que entenderam que a greve se faz nas ruas, nas praças, ocupando aquilo que é seu por direito: o local de trabalho. Dizendo não, lutando onde seria mais fácil ceder, ver que uma nova geração passou a acreditar em seu potencial de lutar.” Moacir Lopez, Diretor da Fenasps
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trabalhadora. O governo alterou a forma de concessão de pensões, seguro-desemprego e seguro-defeso. Fez cortes nos orçamentos da saúde e da Previdência, mas não deixou de ajudar os banqueiros e os empresários. Não cobrou os mais de R$ 300 bilhões dos sonegadores e dos fraudadores da Previdência Social. “A greve se constituiu em uma importante vitória da categoria. Se realizou em uma conjuntura difícil, tendo em vista o agravamento da crise econômica e o acirramento da crise política que, ao mesmo tempo, fragilizaram o governo, mas aumentaram a coesão das forças políticas ligadas aos patrões em torno do ajuste fiscal, centrado no ataque aos direitos dos trabalhadores e, principalmente, dos Servidores Públicos Federais”, avalia José dos Campos Ferreira (Zé Campos), também diretor da Fenasps. “É preciso lembrar ainda que as vésperas do dia 7 de julho, a Presidenta do INSS reunida com representantes da Fenasps e com alguns servidores representando os estados demonstrou que não tinha nenhuma preocupação com as reivindicações da categoria, dispensando 15 minutos contados no relógio para conversar e dizendo que, se estava difícil cumprir as metas dos índices do Reat em 30 horas, que então trabalhássemos 40 horas. Antes da greve, a Diretoria do INSS não acreditava que a categoria pudesse ter voz ativa, que pudesse questionar ou tomar qualquer medida prática contra os seus ditames. A conquista da greve é que, mantida nossa união e mobilização, o INSS não será mais o mesmo”, afirma Zé Campos. “Vimos a confiança dos novos servidores nas representações sindicais, tanto nos sindicatos estaduais, quanto na Fenasps, e estes não mediram consequências ao entrar na luta, pois os mesmos sofrem na pele as mesmas pressões que os antigos sofrem. Com isso, os sindicatos também ganharam mais filiados e se fortaleceram”, avalia Vera Lúcia da Silva Santos.
Ganhos reais e ganhos futuros Na avaliação da Fenasps, essa greve teve importantes ganhos reais e financeiros, tanto para o Seguro Social quanto para a Seguridade Social, como, permitir o cálculo das aposentadorias pela média dos 60 meses dos pontos aferidos nas gratificações; instituir Comitê Nacional para retomar a discussão de Carreiras; mudar o processo de trabalho, pela primeira vez em 25 anos desde que o INSS foi criado os servidores poderão discutir e propor alterações no plano de ação e com a suspensão dos indicadores do Reat, manter viva a luta e buscar solução definitiva para a jornada de trabalho. O governo também recuou da proposta de reajuste em quatro anos, reduzindo para dois anos e concordando em aplicar 10,8% em duas parcelas para expansão da folha de pagamento; aceitou a incorporação das Gratificações pela média dos pontos dos últimos cinco anos começando em 2017, 2018 e 2019, que, conforme cálculos do governo para o conjunto dos servidores públicos, vai custar R$ 3,5 bilhões anuais; além da fixação em 70 pontos nos vencimentos básicos da Gratificação de Desempenho e não mais 30 pontos; do reposicionamento na carreira dos servidores prejudicados com a modificação do interstício de 12 para 18 meses, que nos cálculos do INSS, o custo é de R$ 90 milhões. Além disso, assim que for aprovado o PL de Anistia (PLS 630/2015) será feito o pagamento dos dias parados em função da greve de 2009 cuja reposição do trabalho foi feita, como reconhece o próprio INSS, e serão retomadas imediatamente as discussões da ON 06/SEGEP/MP, de 18 de março de 2013, para permitir a concessão do adicional de insalubridade para todos os servidores e modificação na IN 74. Sem dúvida essa greve também deixou um importante legado político para o futuro dos trabalhadores da Seguridade Social e do Seguro Social. “Não há dúvida de que avançamos, embora menos do que precisávamos e que a greve merecia, mas a luta dos trabalhadores nunca termina e continuaremos em busca do atendimento na íntegra das nossas reivindicações, principalmente das 30 horas para todos, da integralidade de vencimentos entre ativos e aposentados e da constituição de uma verda-
“A principal conquista da greve foi o resgate da tradição de luta da categoria. Foi o fato de milhares de colegas terem chegado à conclusão de que não há nada a esperar do atual governo, e dificilmente de outros, dada a atual configuração das principais forças políticas em atividade no País. Não tem como mensurar o significado da dedicação, desprendimento e determinação de centenas de colegas que não só aderiram à greve, mas também trabalharam para que ela fosse vitoriosa, participando e conduzindo as ações dos comandos de greve estaduais e nacional da Fenasps” Zé Campos,
Protesto em Brasília, durante caravana realizada entre 10 e 13 de agosto
Diretor da Fenasps novembro 2015 | Previsão | 9
deira carreira do Seguro Social, que reconheça a complexidade da atividade que exercemos, a única no poder Executivo que, ao mesmo tempo, reconhece direitos do cidadão e ordena despesas. Reivindicações essas que têm que ser conquistadas para combater o assédio e democratizar os processos de trabalho no INSS”, avalia Zé Campos. A Greve encerrou, mas a luta continua.
“Em sua definição mais usual, greve é a interrupção coletiva do trabalho como forma de reivindicação. Mas representa muito mais do que isto. Greve é luta, é liberdade, é rebeldia, é coragem, é sentimento. É um dos momentos em que o trabalhador estabelece uma relação horizontal com seu empregador, como meio de emancipação de seus direitos e de sua dignidade. Reconquistamos nesta greve um de nossos mais importantes direitos, que antes haviam nos usurpado: a aposentadoria digna. Como disse Rui Barbosa, ‘quem não luta por seus direitos não é digno deles’”. Ramiro Zancanaro Pieczkowski, APS DJ Chapecó.
Passeata em Brasília, realizada durante a caravana entre 21 e 22 de julho
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Seguridade Social
Passeata dia 6 de agosto, em Florianópolis
A mobilização dos servidores pressionou as negociações com o governo
A
greve dos servidores do Ministério da Saúde colocou a categoria em condições de negociar com o governo a pauta de reivindicação específica da Seguridade Social já encaminhada na Mesa Setorial de Negociação Permanente do Ministério da Saúde (MSNP/MS). O processo de negociação da Seguridade Social também ocorreu no Ministério do Planejamento, com a participação das três entidades nacionais – Fenasps, CNTSS e Condsef, e contemplado nas negociações com o Fórum
de entidades dos SPFs. As entidades que compõem a MSNP/MS encaminharam documento pressionando o ministro da Saúde, Arthur Chioro, a exigir do Ministério do Planejamento o atendimento da reivindicação da reestruturação das tabelas da Carreira da Previdência, Saúde e Trabalho (CPST). Proposta assinada por Chioro, em 10 de março de 2015, e protocolada no Ministério do Planejamento em 11 de março, conforme Ofício 097. A proposta de reestruturar as tabelas das Carreiras da Previdência,
por Rosangela Bion de Assis jornalista do Sindprevs/SC
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Passeata em 24 de julho, em Florianópolis
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tou 30 dias, o movimento estava forte em todos os estados e no Distrito Federal, e foram realizadas grandes mobilizações nos estados e em Brasília. Nesse dia 5 de agosto, representantes da Fenasps estiveram reunidos com representantes do Ministério da Saúde e da MSNP/MS, buscando envolver os representantes dos ministérios da Previdencia e do Trabalho, que constituem a CPST, na negociação da reestruturação Manifestação em Brasília, realizada durante a caravana entre 10 e 13 de agosto de tabelas da carreira. No dia 11 de agosto, aproSaúde e Trabalho (CPST) foi formuximadamente dois mil traba“Só o fato da greve ter lada na Mesa Setorial para resgatar lhadores da base da Fenasps realisurgido da base, diante um pouco do poder aquisitivo dos zaram diversas atividades e atos, em da atual conjuntura, já a trabalhadores, criando uma gratifi- Brasília, na Direção Geral do INSS, cação para estimular o servidor a se ministérios do Planejamento, torna legítima e vitorio- fixar nesses órgãos, que tem sofrido nos da Saúde, do Trabalho, no Congressa. As conquistas foram um esvaziamento sem precedentes. so Nacional, inclusive com visitas a gabinetes de parlamentares. No importantes, mas o Atos, marchas e pressões dia seguinte, os caravaneiros realimais importante foi ter A greve dos servidores do Segu- zaram atividades em frente ao Mifomentado a união dos ro e Seguridade Social iniciou-se nistério da Saúde e foram recebidos em 7 de julho, fortalecendo setores servidores. Ela também dos SPFs que já se encontravam em pela Coordenadora-Geral de Gestão de Pessoas, com o objetivo de estafoi fundamental pela greve e que, além dos itens específi- belecer processo de negociação da necessidade que havia cos, reivindicavam a pauta geral dos pauta de reivindicações da Carreira SPFs. da Seguridade Social. Na semana sede melhorar a carreiDia 21 de julho, aconteceu a pri- guinte, com 44 dias da greve, reprera. Não dava mais para meira reunião da pauta específica sentantes dos Comandos Nacional e dos trabalhadores do Seguro e da suportar. Eu nem estava Seguridade Social com o Ministério estaduais realizaram atividades de rua em frente às sedes dos minisno INSS em 2009, mas do Planejamento, ao ser pressiona- térios do Planejamento e da Saúde, vivia sob a sombra do do por uma Marcha Nacional, dos em Brasília. Paralelamente aos atos, trabalhadores do Seguro Social e da realizada uma audiência na Casa fantasma, que foi enter- Seguridade Social em Brasília. No foi Civil, no dia 19 de agosto. rado por dia 22 de julho também foram reA semana entre 17 e 21 de agosalizados, em frente ao Ministério da to, foi de intensa mobilização nos essa greve.” Saúde, um ato com esses servidores estados e em Brasília, com atos e Leonardo da base da Fenasps e devido a pres- audiências na sede do INSS, nos miMeira, APS são uma comissão foi recebida em nistérios da Previdência, da Saúde, audiência com a Gestão de Pessoas do Trabalho, do Planejamento, na Florianópolis- do Ministério da Saúde. Procuradoria Geral da República, Quando a greve nacional comple- no Congresso Nacional, no Palácio -Centro 12 | Previsão | novembro 2015
do Planalto e vigília em frente ao Palácio da Alvorada. Tanta pressão fez o governo acenar com o envio de um documento específico para a Seguridade Social. Governo corta os salários 26 e 27 de agosto ficarão marcados na memória dos trabalhadores do Seguro e da Seguridade Social em greve que estiveram em Brasília, realizando intensas atividades. No dia 26, os servidores realizaram uma ocupação sem precedentes na sede do INSS, com subsequentes marcha ao Ministério da Previdência e audiência com o Ministro e no dia 27, ocuparam o Ministério do Planejamento, desde as 4h da madrugada, com trabalhadores e estudantes, que pleiteavam mais verbas para a educação federal, bloqueando todos os acessos ao prédio. Nas audiências que resultaram desses atos, o Comando Nacional de Geve da Fenasps (CNGF), considerou inaceitável a atitude do governo de, durante o processo de negociação, realizar o corte de ponto dos trabalhadores. Em protesto contra a falta de avanço na negociação e o corte de ponto, novas ocupações e vigílias acontecem nos dias 9 e 10 de setembro. No decorrer dessa semana, os membros do Comando Nacional de Greve da Fenasps voltam a buscar a intermediação dos deputados e senadores. A criação da Mesa Interministerial, com caráter de Comitê, com a responsabilidade de discutir e implementar as propostas de reestruturação da carreira dos ministérios da Previdência, Saúde e Trabalho, foi reivindicada pelas Entidades Nacionais representativas dos servidores da base da Seguridade So-
cial, na reunião realizada em 14 de setembro. No dia 23, o governo se comprometeu a oficializar o Comitê. Após 86 dias de greve, no dia 30 de setembro, a Fenasps e as entidades nacionais foram recebidas em audiência na Secretaria de Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento (SRT/MPOG) para análise e debate da proposta apresentada pelo governo em relação à pauta de reivindicações e à reposição dos dias parados da Seguridade Social. Os representantes do Comando Nacional reapresentaram a pauta específica, por inteiro, reforçando a necessidade de se estabelecer uma política que coloque a questão da paridade entre ativos e aposentados como prioridade, já que a proposta apresentada na pauta geral pelo governo contempla somente os servidores que se aposentaram após 2004. Termo de Acordo A Fenasps, juntamente com outras entidades nacionais, assinou o termo de acordo contendo as propostas apresentadas pelo governo, que não respondem à expectativa da categoria e mostram que os servidores precisam estar mobilizados se quiserem conquistar a carreira digna para os trabalhadores da Seguridade Social. O CNGF avalia como um avanço importante a formalização do comitê que tem como tarefa a reestruturação da carreira da PST. Após caloroso debate, as entidades conseguiram avançar para a proposta de reposição do trabalho acumulado durante o período da greve. A SRT/MPOG enviará aos ministérios da Previdência, da Saúde e do Trabalho orientações a serem adotadas após 5 de outubro. Todo
“A maior conquista desta greve é que conseguimos arrancar do governo pautas históricas como a incorporação das gratificações, que na minha opinião foi a principal vitória no campo financeiro. Politicamente, o grande ganho foi a vinda dos novos servidores do INSS e Ministério da Saúde para o movimento. Com isso, eles se aproximaram mais do sindicato e começaram a conhecer a sua história e a entender o papel do sindicato”. Valmir Braz de Souza ex-
-dirigente do Sindprevs/SC e diretor da Fenasps.
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“A greve foi imprescindível diante das necessidades. O movimento nadou contra a maré e demonstrou a consciência e o amadurecimento dos servidores antigos e novos. Foi uma greve criativa, em que os servidores estiveram unidos. As conquistas foram positivas diante da conjuntura nacional.” Vera Lúcia Wolff, APS
Florianópolis-Centro
servidor que, no retorno ao trabalho, enfrentar qualquer tipo de problemas, deve entrar em contato pelo e-mail criado pela Fenasps retornodagreve@fenasps.org.br, para denúncias de ações de assédio moral e antissindicais nos estados. O Comando Nacional de Greve da Fenasps (CNGF) realizou reunião, dia 1°de outubro, com representantes do Ministério de Saúde e da Mesa Setorial de Negociação Permanente para tratar de questões relativas ao acordo firmado com o Planejamento. Foi proposto discutir na mesa setorial a ampliação do prazo para os servidores que participaram da greve em 2012 reporem o período da greve. Foi solicitado o quantitativo de servidores que serão contemplados com a incorporação da Gratificação pela média de cinco anos. Os representantes do Comando Nacional foram informados que hoje há
20 mil servidores do MS em abono de permanência. Eles propuseram discutir a reposição do serviço em sistema de mutirão, buscar uma solução para a concessão do adicional de insalubridade e para as 30 horas para os servidores cedidos ao SUS. Em relação a situação dos servidores cedidos a Receita Federal do Brasil, ao Ministério Público Federal, a Procuradoria Geral Especializada, ao Tribunal Regional Eleitoral e ao Ministério da Previdência, punidos com código 28 (falta injustificada), será enviado comunicado aos gestores para que seja anotado código de greve nas fichas funcionais. Também será orientada a reposição do período da greve conforme estabelecido no acordo firmado entre governo e entidades. Fonte: Com dados dos Informativos do Comando Nacional de Greve da Fenasps
Participantes da caravana a Brasília, realizada entre 21 e 22 de julho
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Greve na Saúde em SC
“Se eu não lutar, quem vai lutar por mim?”
C
omeçou no dia 17 de julho, a primeira greve dos trabalhadores do Hospital Florianópolis (HF) desde que a sua gestão foi entregue à SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina), uma Organização Social. Exatos 10 dias após o início da greve nacional da categoria, que ocorreu em 7 de julho. Após reunião com membros do Comando Estadual de Greve do Sindprevs/SC, no auditório do Hospital, os servidores aprovaram a adesão à greve nacional. Eliana Martins Ribeiro da Silva, da Clínica Cirúrgica; Célia Regina Farias de Andrade, do Centro Material de Esterilização; Jorge Tadeu Dutra, do Serviço de Arquivo Médico e Estatística; e Nadir Cecília Fernando Kalbusch, do Ambulatório, reuniram-se no dia 14 de outubro para conversar sobre a greve 2015, para esta edição especial da revista Previsão. Eles fizeram parte do pequeno e corajoso grupo de oito servidores federais do HF que aderiram à paralisação. Atualmente, 54 servidores federais trabalham no Hospital ao lado de servidores estaduais, municipais e terceirizados, totalizando cerca de 700 trabalhadores. Essa realidade, colocada pelo SUS (Sistema Único de Saúde), dificulta enormemente a mobilização dos trabalhadores da Saúde. Assim que os servidores se reuniram na sala do Serviço de Arquivo Médico e Estatísticas, o primeiro lembrado foi o infarto sofrido pela Marília durante a greve, no dia 19 de agosto. Marília Elza da Silveira do Amorim, da Farmácia, estava excessivamente estressada, nos dias que antecederam o infarto. Ela já havia sofrido um, há oito anos atrás, seguido de cirurgia cardíaca. Desta vez, ela necessitou de duas angioplastias e ainda terá que fazer uma terceira. Marília espera mudar de setor, quando for liberada pelo médico para retornar. No mesmo dia que Marília infartou, a enfermeira Alda Lúcia de Oliveira Bropp faleceu. Essa é a realidade de um grupo de servidores em que a maioria tem mais 30 anos de serviços prestados, em locais insalubres, que lutam por melhores condições de trabalho e aguardam melhores condições de remuneração para se aposentarem. “Todos deveriam ir pra Brasília” Tadeu falou da insegurança inicial gerada pelo fato do Hospital ser gerido por uma Organização Social. “Muitos tiveram medo de aderir e não ter local de trabalho para retornar, mas a OS respeitou nosso direito de greve.” Conta Célia que avisou no seu setor que iria paralisar e teve a consideração dos demais, que não são servidores federais. Nadir avalia que foi válido. “Como estávamos em número menor, sempre tínhamos que lembrar que estávamos ali. E estávamos para o que der e vier. E valeu o risco. Se eu não lutar, quem vai lutar por mim?” Célia explicou que foi muito importante a conquista da integralização da GDPST, que re-
por Rosangela Bion de Assis jornalista do Sindprevs/SC
imprensa@sindprevs-sc.org.br
“Os servidores forçaram a administração a olhá-los com outros olhos. Eles perderam o medo de enfrentar suas chefias, cruzaram os braços e disseram: vamos à luta! A unidade da categoria foi muito importante nessa greve. Os trabalhadores olharam uns nos olhos dos outros, se sensibilizaram, enfim, voltaram a ser pessoas.” Vera Lúcia da Silva Santos,
ex-dirigente do Sindprevs/SC e diretora da Fenasps.
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presenta cerca de 50% do salário do servidor da Saúde. “Quando integralizar, muitos poderão se aposentar. Eu não me conformava com o fato de perder tudo isso na aposentadoria, depois de uma vida inteira de dedicação.” “Todos deveriam ir pra Brasília ver o que nós enfrentamos lá, até gás de pimenta jogaram na gente. São 27 horas de ônibus”, desabafou Eliane. “Nós invadimos corredores. A gente queria lutar pelos nossos direitos. Eu voltei a ter orgulho de ser servidora pública”, encerra emocionada. Nesta greve, o Segad (Serviço de Gestão Administrativa de Santa Catarina), que funciona na Pereira Oliveira, chegou a encaminhar para Brasília o corte do ponto dos servidores do HF que aderiram à greve, mas o desconto foi revertido pelo Comando Nacional de Greve, após negociações realizadas em Brasília.
“Esta gestão veio com a responsabilidade de assegurar e avançar o legado construído. Iniciamos com a greve na porta e os trabalhadores entenderam nossas propostas e confiaram na direção. Foi a união de todos que nos deu a força necessária para enfrentar os problemas e organizar o movimento. Acho que todos saímos fortalecidos ao entender a alienação que o local de trabalho impunha e orgulhosos da união que conquistamos.” Luciano Wolffenbüttel Véras,
coordenador do Sindprevs/SC
Servidores do HF durante entrevista
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É preciso resgatar a motivação Durante a greve de 2015, os servidores do prédio do Ministério da Saúde da Pereira Oliveira, que atualmente abriga o Núcleo Estadual, Advocacia Geral da União, Datasus, Anvisa, Serviço de Auditoria do SUS (Seaud) e Divisão de Convênios (Dicon), mantiveram-se em Estado de Greve. Os trabalhadores foram muito pressionados após o fim da histórica greve de 2012, de 59 dias no Ministério da Saúde e 47 dias na Anvisa, a mais forte após a implantação do SUS. A implantação do controle eletrônico do ponto, a compensação de todas as horas paralisadas e a cobrança em pecúnia do período da greve não compensado até a data da aposentadoria desmobilizaram os servidores da Saúde. João Olímpio Ferreira e Maria Nilza Maria, ambos do Ministério da Saúde/PO, avaliam que será preciso reconstruir a mobilização dos servidores da saúde e revalorizar o instrumento da greve. Para João, os servidores estão sentindo-se desvalorizados e divididos. Nilza complementa, “há gratificações muito diferenciadas, os servidores novos estão tentando ir para órgãos públicos melhor remunerados.” Para Zuleide Medeiros Garcia, é necessário resgatar a motivação que os unia em 2012. “Precisamos escolher as palavras certas, as pessoas certas nos locais de trabalho e começar logo, não podemos esperar um novo indicativo de greve para começar isso, porque não haverá conquista sem luta.” As conquistas A greve de 2015 na Saúde, embora nacionalmente diferenciada da greve do INSS, por vários fatores, teve uma conquista importante que foi a criação do Comitê de Reestruturação da Carreira da Previdência Saúde e Trabalho, uma reivindicação histórica, que terá como missão construir um Plano de Carreiras que contemple ativos e aposentados. A Fenasps, em todas as reuniões de negociação, reforçou ao governo que não abre mão de uma política de paridade incluindo todos os aposentados e pensionistas. Também o Termo de Acordo assinado em relação à pauta geral dos SPFs, incluí ganhos financeiros para a Seguridade Social, embora não tenha atingido o percentual reivindicado pelos trabalhadores. Em relação a pauta específica, formalizada na Mesa Setorial de Negociação Permanente do Ministério da Saúde, aprovada pelos Ministérios das carreiras da Previdencia, da Saúde e do Trabalho e entregue ao Mpog, a Fenasps orienta que será necessário manter a pressão, para que se concretize mais uma conquista, como nos “velhos” tempos. João Olímpio e Maria Nilza.
Poesia
Teimosia O horizonte se apresenta escuro, Novamente.
Por Zuleide Medeiros servidora do Ministério da Saúde, em 18/09/2015
E as nuvens negras, Que antes ameaçavam nunca chover, São agora temporais, Chovendo em todos os dias, Sobre a insegurança e a incredibilidade De um povo que, em sua maioria, Planta a honestidade E uma crença persistente De que tudo vai mudar. Esperança ou teimosia De buscar em seres Extra realidade, O que na ciência e na política sem máscaras, Há muito já nos teria permitido não somente o esperar...
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Retrospectiva - 07/07 à 29/09/2015
Uma greve que 30/09 | Retorno ao trabalho. Fim da greve no INSS e MS em Santa Catarina. 28/09 | Assembleia Estadual Geral aprova o retorno ao trabalho no dia 30/09. 28/09 | Formado Grupo de Trabalho no INSS para orientar o retorno pós greve. 23/09 | Assembleia Estadual encaminha proposta do fim da greve do INSS e MS vinculada à decisão da Plenária da Fenasps.
23 e 24/09 | Plenária da Fenasps mantida em aberto para o fechamento das negociações com o Governo.
23/09 | Reunião Estadual dos Servidores do MS para discutir a pauta específica.
18/09 | Assembleia Estadual Geral delibera a manutenção da greve.
18/09 | Audiência pública na Câmara de Vereadores de Florianópolis discute a valorização do servidor público federal. 18/09 | Fim da ocupação da Superintendência Regional Sul.
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ficará na história 14-18/09 | Ocupação com acampamento da Superintendência Regional Sul do INSS em Florianópolis pelos servidores dos Estados de SC, RS e PR contra o corte de ponto. 10/09 | Assembleia Geral no 57º dia da greve decide pela manutenção do movimento mesmo com o corte de ponto que afetou cerca de 200 servidores em SC.
10 e 11/09 | Concentração e ocupação da Superintendência Regional Sul do INSS pelos servidores de Santa Catarina.
28/08 | Servidores mantém concentração na PO contra o corte de ponto.
27/08 | Ato conjunto dos servidores do PR, SC e RS em frente à Superintendência Regional Sul em Florianópolis. As portas foram lacradas. 27/08 | Passeata dos servidores públicos federais, com a participação de servidores do Ministério da Saúde e INSS do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul até o Ticen, em Florianópolis.
26/08 | Lançada Campanha Nacional #SomosTodosJoãoPaulo em apoio ao Diretor do Sindprevs/SC, João Paulo, criminalizado na greve e intimado para audiência na Polícia Federal, em Brasília. novembro 2015 | Previsão | 19
Retrospectiva - 07/07 à 29/09/2015 22-24/08 | Caravana a Brasília e Jornada de Lutas: servidores lacram as entradas do Ministério da Previdência e exigem o avanço das negociações por parte do governo. 20/08 | 12º Encontro dos Aposentados e Pensionistas do Sindprevs/SC lança Carta de Bombinhas/SC em apoio à Greve.
18/08 | Servidores em greve agitam as ruas de Blumenau e interrompem a BR 470.
14/08 | Concentração na PO e Reunião com o Superintendente Regional Sul do INSS. 12/08 | Plenária Nacional da Fenasps delibera por manter e ampliar a greve nacional, que chega ao seu 36° .
10-13/08 | Caravana à Brasília: atos são violentamente reprimidos pela polícia. 06/08 | Concentração na PO e ato estadual dos SPFs.
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04/08 | Arrastão da greve do MS no HF e na Policlínica do Continente. 31/07 | Caravana de Greve realiza Ato Regional em Joinville com participação dos grevistas também da Grande Florianópolis.
29/07 | Greve Nacional atinge todos os estados. 29-31/07 | Caravana da Greve passa pelo Planalto e Meio Oeste catarinense nas APSs de Lages, Curitibanos, Campos Novos, Videira, Caçador, Fraiburgo e Porto União. 24/07 | Assembleia Geral e passeata, sob chuva, mostram a força da categoria.
21 e 22/07 | Caravana à Brasília: servidores públicos federais fazem marcha unificada.
16/07 | Sindprevs participa de sessão da Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul.
17/07 | Ato Regional em Criciúma: arrastão amplia a adesão à greve no Sul do Estado.
13/07 | Pela manhã Ato na APS FlorianópolisContinente e à tarde Reunião no Hospital Florianópolis aprova adesão à greve.
08/07 | Lançada a primeira edição de 2015 do Boletim de Greve do Sindprevs/SC, neste ano também disponibilizado via redes sociais, com destaque para o whatsapp.
07/07 | A greve inicia com grande adesão nas diversas regiões do estado. Na saúde, adesão em Florianópolis e São Miguel do Oeste. Anvisa realiza paralisação de 24h.
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Ganhos de greve “Apesar da greve ter se estendido por tempo além do esperado e dos objetivos não terem sido 100% alcançados, eu avalio que saímos vencedores, sendo as maiores conquistas, no meu ponto de vista, a alteração da IN 74 e do cálculo da Gdass na aposentadoria. Quero parabenizar à todos que lutaram, e principalmente aos que abandonaram suas famílias e foram a Brasília fazer vigílias e participar de intermináveis negociações, lutando até a exaustão para que tudo isso acontecesse. Parabéns guerreiros.”
Sônia Canto Dario, INSS Gex Criciúma
Passeata em Florianópolis em 24 de julho
Conquistas para o Seguro e para a Seguridade Social • Reajuste salarial de 10,8% - 5,5% em agosto de 2016; - 5,5% em janeiro de 2017 • Reajuste nos benefícios para o Seguro e a Seguridade Social Auxílio Alimentação Atual R$ 373,00 – vai para R$ 458,00 em janeiro de 2016 • Auxílio pré-escolar Atual R$ 73,07 – vai para R$ 321,00 em janeiro de 2016 • Valor per capta médio do plano de saúde Valor médio atual R$ 117,78 – vai para R$ 145,00 em janeiro de 2016. • Melhorias nas gratificações para o Seguro Social (Gdass) e na Seguridade Social (GDPST) Nas Gratificações de Desempenho foi estabelecida a média de pontos para efeito de aposentadoria dos servidores que atenderem os requisitos dos artigos 3º, 6º e 6º-A da Emenda Constitucional nº 41 de 2003, introduzido pela Emenda Constitucional nº 70/2012, e artigo 3º da pela Emenda Constitucional nº47 de 2005, e que exerceram a referida gratificação por período igual ou superior a
Ato Unificado em Blumenau, em 18 de agosto
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60 meses antes do ato de concessão da aposentadoria.
Coragem
Compartindo o pão, as experiências e as lutas nas ocupações por Marcela Cornelli jornalista do Sindprevs/SC
imprensa2@sindprevs-sc.org.br
S
ônia Maria de Souza Vieira, 56 anos, entrou no serviço público em 1986. “Ainda se chamava Inamps e eu trabalhava no setor chamado de Coordenadoria Regional de Pessoal”. Participar das greves já faz parte da sua vida desde essa época. “Nos primeiros três meses, após ser redistribuída para o INSS, já participei na minha primeira greve”. Em 2015, a história de Sônia não foi
“Entrei na greve no primeiro dia, sem pensar qual seria a adesão ao movimento. Eu não aguentava mais as avaliações. Eu detesto fazer greve mas penso que, quando o Sindicato aprova a paralisação, todos têm que lutar. Foi maravilhoso ver a união dos servidores; a garra e o comprometimento dos novos.” Maria Celina Peres Goulart, APS Florianópolis-Centro
Durante a caravana a Brasília, realizada entre 22 a 24 de agosto
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“Foi a minha primeira experiência e foi muito válida. Você não entra na greve por uma causa individual, o coletivo é o que supera, é o que vale a pena. Cada um estava no seu posto de trabalho e com a greve a gente conseguiu resgatar o sentimento de unidade e a esperança. As conquistas materiais foram positivas, principalmente para permitir que os servidores possam se aposentar; mas não foram tão importantes quanto o senso de equipe que surgiu, e esse sentimento de que as coisas podem e devem melhorar.”
Mariáh Rodrigues Alves de
Araújo, Gerência Exec Fpolis, 24 | Previsão | novembro 2015
diferente. Ela e muitos colegas do INSS e do Ministério da Saúde de todo o País realizaram umas das mais fortes greves da categoria com 85 dias de duração. Sônia, como muitos colegas de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, ficou uma semana acampada na Superintendência Regional Sul do INSS, em Florianópolis. “Só saía para tomar banho e logo retornava”. Edivane de Jesus, 31 anos, entrou no INSS em 2009. Fez sua primeira greve em 2015, faz parte dos novos servidores da Previdência que lutaram bravamente, lado a lado, com os servidores mais antigos, para garantir direitos a todos. Edivane também participou da ocupação na Superintendência Regional Sul. Dois perfis que mostram o que foi esta greve: a greve da unidade entre os novos e os antigos servidores. Para impedir o corte de ponto As ocupações das Gerências e Superintendências em todo o País foram um dos pontos de confronto nessa greve, mas necessários para
as negociações avançarem e, mais que isso, para impedir o arbitrário corte de ponto dos servidores por parte do governo. Em Santa Catarina, os servidores também ocuparam as Gerências de Blumenau e Criciúma. Em Brasília, houve ocupações no prédio do INSS, quando os servidores fecharam a porta com correntes e na gerência do DF. “Dos fatos mais marcantes dessa greve estão as ocupações que ocorreram nas gerências nos estados e também no prédio da Presidência do INSS em Brasília. Esses atos ajudaram a pressionar o governo e levar à vitória a greve. Foi uma greve difícil com enfrentamentos, em que víamos servidores novos e mais velhos, lado a lado, com a mesma garra de lutar por seus direitos”, avalia Valmir Braz de Souza, diretor da Fenasps. No dia 27 de agosto foi realizado o ato conjunto dos servidores do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul em frente à Superintendência Regional Sul do INSS. As portas foram lacradas. A medida foi tomada após o corte dos
Ato Unificado na Superintendência Regional Sul do INSS em14 de setembro
Ato Unificado dos três estados do Sul, na Superintendência Regional em14 de setembro
salários. “Quando perguntávamos qual o critério da punição, já que a greve não foi considerada ilegal, ninguém nos respondia”, conta Sonia. “Os colegas do Rio Grande do Sul e Paraná vieram ajudar, vieram ativos e aposentados, na maioria aposentadas”. Cheias de garra, umas destas aposentadas chegou a ser agredida por um servidor que tentou forçar a entrada no prédio e teve que fazer boletim de ocorrência. Tanto em Brasília, quanto nos estados, foi repudiada a atitude violenta e machista do servidor. “Partilhávamos tudo”, lembra Sônia. “Tínhamos colchonetes espalhados pelo chão dos corredores, sendo que as salas ficavam trancadas. Decidíamos tudo coletivamente, desde o que iríamos comer às atividades que faríamos no outro dia”, conta. Edivane também tem a lembrança da coletividade como a mais forte de tudo o que se passou na greve. “De manhã organizávamo-nos para comprar o pão. Os colegas do Rio Grande do Sul
fizeram um churrasco da greve em frente à Superintendência. À noite, fazíamos jogos coletivos para passar o tempo”. A greve é um instrumento quando não somos ouvidos “Esta greve foi muito importante para mim e para minha vida laboral. Eu atendo idosos, deficientes físicos, pessoas adoecidas. Essas pessoas precisam pegar senha para serem atendidas no prédio da APS ao lado de onde trabalho, pois não há espaço na APS para a sala da assistência social. Eles não podem nem usar o banheiro mais próximo da minha sala. Eu vejo o sofrimento deles. E buscar mais condições de trabalho para atender melhor essas pessoas foi um dos motivos que me levou à greve”, diz Edivane. “Desde o princípio eu estava consciente do papel que tínhamos nesta greve e o sindicato nos deu total apoio e suporte. A greve é um instrumento quando não somos ouvidos. E as ocupações só vieram
“Esta foi uma das greves mais organizadas, com forte participação da base. Nesta greve surgiram verdadeiros guerreiros que se destacaram na base, no comando estadual e até nacional. Uma das grandes preocupações que nós tínhamos era a falta da participação dos colegas mais novos mas, devido ao tratamento dado pelo governo e principalmente pela instituição, o sentimento de revolta e de querer mudar a sua realidade falou mais alto.” Denilson
Pereira da
Silva - APS
Araranguá
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depois do corte dos salários. Para toda ação, há uma reação”, afirma Sônia. “A união faz a força. Este governo não representa os trabalhadores, representa os banqueiros e empresários. Se não lutarmos agora vamos sofrer no futuro quando nos aposentarmos”, complementa. Edivane, mesmo sendo uma das servidoras da nova geração que encaram a responsabilidade de estar à
“Foi uma das greves mais fortes que eu participei nesses 20 anos de Previdência. A base aguentou a pressão e surgiram lideranças jovens, algumas em estágio probatório, como aconteceu comigo em 1994. O pessoal mais novo abraçou a causa e aguentou firme. Eles demonstraram sabedoria e conhecimento de causa. O Sindicato precisa disso pra se renovar e se manter.”
frente do movimento, acredita que um dos maiores ganhos da greve foi a incorporação das gratificações para que servidores que já estejam em tempo de aposentadoria possam fazê-lo. “Têm colegas com 46, 47 anos de serviço e esperando para se aposentar. Mais importante que os ganhos imediatos, tivemos conquistas que não foram individuais e sim coletivas, para todos”.
Servidora do Sindisprev/RS durante Ato Unificado
Servidores na APS Blumenau
gues, APS Florianópolis-
-Continente
Fotos enviadas pelos servidores
Áureo João Fonseca Rodri-
Servidores na Superintendênci Regional Sul do INSS
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Saúde do Trabalhador Passeata em Blumenau, em 18 de agosto
Uma vitória na luta de classes por Elisa Ferreira Psicóloga e Assessora do Departamento de Saúde do Trabalhador do Sindprevs/SC
lis.elisa@hotmail.com
N
o início da exploração capitalista, os trabalhadores realizavam jornadas diárias de 12, 15 e até de 18 horas de trabalho durante os 365 dias do ano. Nesse período o trabalho artesanal, onde o homem era detentor de todo o processo, deu lugar ao processo industrial com profundas modificações sociais. Não havia direitos, só deveres que custavam a saúde e a vida de homens, mulheres e crianças. Com a Revolução Industrial, surgiu uma nova situação: o trabalho em ambientes fechados, às vezes confinados, a que se chamou de fábricas. O êxodo rural, as questões urbanas de saneamento e a miséria se juntaram a outro grande problema: as péssimas condições de trabalho alterando o perfil de adoecimento que passou a incluir acidentes e doenças nas áreas fabris, como por exemplo, o tifo europeu (na época chamado febre das fábricas). A maioria da mão de obra era composta de mulheres e crianças que sofriam a agressão de diversos
“Essa foi a minha primeira greve. Desde o início, acreditei na necessidade de romper com o atual modelo de gestão, devido à grande desigualdade com que são tratados os servidores. Nossa maior conquista, na minha opinião, é justamente o nosso maior legado: consciência.” Natália M de Souza, INSS
APS Jaraguá do Sul
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Alegria, energia e encontro durante as passeatas
“Essa greve foi um divisor de águas. Separou os homens dos meninos, as mulheres das meninas; separou os amigos dos inimigos. Estávamos dopados e acordamos. Foi maravilhoso! Nós vencemos! De hoje em diante vamos dar um basta, não será como antigamente. Vamos criar Comissões de Trabalhadores em todas as APSs e vamos cobrar dos gestores tudo o que nos adoece. Vamos criar uma nova Previdência. Agora temos um Sindicato fortíssimo. Essa gestão passou por um batismo de fogo. Que o Sindicato continue nesta linha, com essas pessoas maravilhosas. Nessa greve eu vi pessoas que nunca haviam feito greve antes. A participação dos servidores novos foi fundamental e quebramos o paradigma da greve de 2009. Foi especial! Nessa greve nós resgatamos a capacidade de lutar”. Paulo César Farias, APS São José
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agentes, oriundos do processo e/ ou do ambiente de trabalho. Essa era a realidade da classe trabalhadora até 1840, quando os operários começaram a se organizar e a lutar. A primeira reivindicação foi a redução da jornada de trabalho para 10 horas. Não é possível dizer quantos morreram reivindicando direitos nesses 175 anos que se passaram. No século 21, uma das principais bandeiras de luta da classe trabalhadora continua sendo a redução da jornada de trabalho. Um dos itens da pauta reivindicada pelos servidores do Ministério da Saúde, INSS e Anvisa, na greve de 2015, foi a jornada de 6 horas, sem redução salarial. Valorização pelo conhecimento e excelência do trabalho Ao longo da história os trabalhadores questionaram o que estava posto pelos patrões como impossível de mudar. Eles se organizam para melhorar suas condições de trabalho, para proteger a sua saúde e para ser protagonista dos processos de produção. Fica nítido o papel do próprio trabalhador como ator social, dinâmico, sofrendo e reagindo às pressões do capital, e desenvolvendo ele próprio, mecanismos de controle social para um novo tempo e modelo de organização do processo de trabalho. Nesse contexto, a Saúde do Trabalhador surgiu como um novo enfoque de proteção de homens e mulheres, à luz da pressão do capital. Com esse pensamento, o Departamento de Saúde do Trabalhador do Sindprevs/SC tem atuado, desde 2010, quando foi estruturado o programa “Bem Estar é
Saúde”. Ao longo destes cinco anos, seminários, campanhas, reuniões, dinâmicas, vistorias, levantamento da situação dos locais de trabalho, pesquisas e programas de TV levaram para a categoria informações sobre a urgência da luta para estabelecer condições reais para que o servidor se sinta bem em seu local de trabalho. Na greve deste ano, nas várias reuniões realizadas pelo estado, com a presença da assessoria, o pedido dos trabalhadores era o mesmo: dignidade, condições adequadas para realizar suas atividades diárias e valorização por todo acúmulo de conhecimento e excelência de seu trabalho. O poder público importou do setor privado um modelo de gestão que estabeleceu metas, atreladas às avaliações e até à definição da jornada de trabalho. Os trabalhadores até tentaram se adequar ao modelo, mas o mundo real não permite que um servidor público atinja um patamar que não para de subir, sem condições de trabalho dignas e sem poder dialogar e sugerir saídas. Nesse quadro de adoecimento e de total desrespeito, começa a greve nacional da categoria. A greve possibilitou um momento coletivo, onde as pessoas puderam compartilhar suas vidas e suas histórias no serviço público. Os mais antigos puderam contar como era e todos puderam conversar sobre tudo que desejam mudar em seus locais de trabalho. Rodas de conversa e compartilhamento de momentos áridos, tensos, mas também muito solidários, enfim, um momento precioso em torno do que mais importa: a reivindicação do valor que possui cada trabalha-
“Eu nunca participei de uma greve, sempre ocupei cargos de chefia e não imaginava que fosse tão organizada. Aqui na Palhoça a gente sufocou Kelly, à direita de tanto trabalhar. O Plano de Ação era bonito, mas as metas e a demanda não pararam de aumentar, não há concurso e por isso a gente também lutou por melhores condições de trabalho. Eu gostaria de fazer um elogio especial pra Cleuzinha. Aqui, ela foi nossa referência e não mediu esforços no Comando Estadual”. Kelly Berger, APS Palhoça
Servidores cantam e criam durante as manifestações e concentrações
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dor do INSS, do Ministério da Saúde e da Anvisa. Sem esse momento talvez o despertar não fosse possível
Concentração na PO, 06 de agosto
Greve solidária Durante a greve, os servidores arrecadaram agasalhos e alimentos não perecíveis. Todo o resultado da campanha foi enviado para os desabrigados pelo tornado que atingiu Xanxerê
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Uma força transformadora Nas passeatas, concentrações, reuniões, ou preparando um lanche coletivo, os lutadores dessa greve foram reencontrando o poder da luta coletiva. A categoria recuperou a dignidade histórica construída na luta pelo movimento sindical e ainda pautou o essencial: melhorar as condições de trabalho e proteger a saúde dos trabalhadores no serviço público federal. O servidor precisa ser respeitado em seu fazer, recuperar sua dignidade enquanto ser social, tendo seu trabalho reconhecido e valorizado, que seja implantada uma política séria de atenção a sua saúde, articulada com a reorganização de seus processos e condições de trabalho. A greve foi vitoriosa, os servidores precisam voltar de cabeça erguida, certos de que fizeram história, de que deflagraram um novo momento no serviço público. Que esse retorno possibilite a reorganização dos processos de trabalho e que essa ação seja protagonizada pelos trabalhadores, atores essenciais na feitura de um novo e digno ambiente de trabalho. Os trabalhadores precisam se apropriar desse momento, das suas possibilidades e manter a união conquistada pelo grupo. Será fundamental para isso reorganizar os locais de trabalho no pós-greve. Evitar que tudo que foi construído caia no esquecimento. A greve despertou e construiu um espírito de solidariedade e união necessário para enfrentar os passos seguintes, as lutas seguintes. Momento potente na organização das pautas coletivas, articuladas em redes e sustentadas pelo desejo comum de mudança. Que os trabalhadores possam sensibilizar os que não aderiram à greve a refletir sobre as conquistas desse momento, mostrando que o conjunto dos trabalhadores tem muita força, uma força capaz de mudar a realidade.
“Pensar o trabalho é pensar o trabalhadorpotência: o que transgride e consegue superar dificuldades imprevistas.”
Resistência e transgressão Pensar juntos um trabalho vivo, fonte de prazer e emancipação requer um olhar arguto, inconformado, requer a junção dos trabalhadores em fóruns e espaços que contraponham a realidade que aí está. Espaços que legitimem e fortaleçam cotidianamente o direito que todo trabalhador e trabalhadora possui na proteção de sua saúde, em tensionamento constante a uma sociedade hostil e injusta na garantia de direitos. Propor mudanças na forma de ser e de fazer o trabalho resulta na confrontação com o novo e com todo tipo de problemas que precisam ser geridos a partir daí. Evidencia-se a fluidez do trabalho e a potencialidade do sujeito traba-
Banda da greve, durante o Ato Unificado em 27 de agosto, em Florianópolis
lhador na possibilidade de novas organizações, na implementação de modos originais de operar a realidade e na criação de novas entidades coletivas. A vida no trabalho permite a troca de saberes, as experimentações, a confrontação com a descoberta, o inusitado. Pensar o trabalho é pensar o trabalhador-potência: o que transgride e também o que consegue superar dificuldades imprevistas, como a cultura burocrática e hierarquizada do serviço público federal. Que esse momento pós-greve mantenha acesa a chama da indignação e transforme os trabalhadores em potência organizada em cada local de trabalho um espaço microtransgressor, fonte de criatividade e também de resistência. Que surja da vontade desses trabalhadores ambientes cada vez mais vivos de dignidade, bem estar e satisfação em um grande e imprescindível trabalho social realizado por cada trabalhador do serviço público federal.
“Antes da greve, a Agência da Palhoça era totalmente desagregada, as pessoas não se olhavam. Quando o Sindicato realizou a reunião aqui, não havia perspectiva de adesão. No dia 7 de julho, fui a primeira a ficar na frente da APS, logo outros foram chegando e em pouco tempo já éramos 10, com a Agência fechada. Foi a greve da integração, mesmo entre grevistas e não grevistas. Todos se conheceram, usaram a mesma camiseta, retornaram unidos e todas
“Para mim o mais importante dessa greve foi o resgate da categoria e da coletividade. A greve fez conhecermos os colegas e nos sentirmos parte de um todo. Nessa greve estreitamos os laços e fizemos bons amigos” Edivane de Jesus, APS Florianópolis-Centro
as conquistas foram positivas.” Cleusa Maria Pereira, APS Palhoça
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Devisa
Servidores reivindicam acordo salarial para as Agências Reguladoras
O
Servidores da Anvisa participam do Ato Unificado dos SPFs, em 6 de agosto, em Florianópolis
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Devisa/Fenasps realizou Encontro Nacional no dia 24 de outubro em Brasília e participou de várias atividades e debates naquela semana. Dia 25 de outubro, os membros do Departamento também participaram da Plenária Nacional da Fenasps, em Brasília. No dia 24 de outubro foram debatidos os seguintes temas: regionalização de PAFs (Portos Aeroportos e Fronteiras); ponto eletrônico; Mesa Setorial com Mpog; incorporação das Gratificações; subsídio; capacitação; concurso público; novo Encontro Devisa em novembro; e tratar dos assuntos da Anvisa no Ministério da Saúde. Foi solicitado à Fenasps elaborar e encaminhar, com urgência, um ofício ao SRT (Secretaria de Rela-
ções de Trabalho)/Mpog solicitando agendamento de audiência para tratar do acordo salarial, no âmbito das Agências Reguladoras. A expectativa é que o governo ofereça o reajuste de 10,8%, em 2 anos, e demais itens oferecidos ao INSS e Ministério da Saúde. Com relação ao ponto eletrônico, deverá ser elaborada uma minuta, a ser analisada pela Dicol (Diretoria Colegiada), orientando o funcionamento do ponto biométrico, pois os aparelhos estão sendo instalados e está previsto o início de operação para o próximo ano. Solidariedade de classe Durante a maior parte da greve nacional dos servidores do Seguro e da Seguridade Social, os membros do Devisa integraram o Comando Nacional da Fenasps e participaram de audiências no Ministério da Saúde, com a direção da Fenasps e demais entidades nacionais. Os servidores da Anvisa não aderiram à mobilização nacional esse ano mas, seguem firmes na luta, acompanhando as assembleias estaduais e fóruns da categoria. Mesmo sem paralisar, os trabalhadores foram solidários aos servidores do INSS e do Ministério da Saúde e participaram das atividades, concentrações e do Comando de Greve Estadual. Dia 29 de julho, os membros do Devisa estiveram reunidos, na sede
Processo de trabalho e Planejamento Os membros do Devisa/Fenasps participaram, em Brasília, da reunião do Fórum de Entidades da Regulação que atuam na fiscalização federal, como Receita Federal do Brasil, Ministério da Agricultura, Polícia Rodoviária Federal e Agências Reguladoras, entre outras. Nessa reunião, realizada no Sindicato dos Fiscais Agropecuários, em Brasília, em setembro, foi aprovado o encaminhamento conjunto das entidades representativas dos servidores desse setor, incluindo o Sindprevs/SC, de elaborar um docu-
mento reiterando a necessidade de uma audiência com o Mpog. Dia 22 de outubro, os membros do Devisa estiveram reunidos com a diretoria colegiada da Anvisa, na sede do órgão em Brasília, discutindo diversos pontos da pauta interna com a gestão, destacando a área de Portos ,Aeroportos e Fronteiras. A proposta da gestão é realizar reuniões conjuntas com a participação de representantes das entidades sindicais e dos servidores para definir estratégias, planejamento, processo de trabalho e regulamentação do controle de frequência específico para essa área, descentralizada nos estados. Os dois diretores da Diretoria Executiva Colegiada do Sindprevs/SC sempre buscam contribuir nessas questões decisivas para a categoria. Os membros do Devisa estão reivindicando junto a Anvisa promover um Encontro Nacional voltado para os servidores de PAFs, em parceria com outras entidades sindicais nacionais. Importante destacar que a Anvisa está com um grande déficit de trabalhadores nos estados. Com o pacote anunciado pelo governo federal, muitos trabalhadores devem requerer a aposentadoria e a situação ficará ainda mais crítica se não for realizado concurso público e outras medidas para essa área estratégica do serviço público federal. Fonte: com informações do Devisa/Fenasps
Durante atividades em Brasília, realizadas entre 21 e 22 de julho
Reunião do Devisa/Fenasps no Sinagências, durante a greve.
Foto enviada por servidor
da Fenasps, preparando a audiência de negociação específica das Agências Reguladoras, que aconteceu naquele dia na SRT/Mpog com representantes da Fenasps, da CNTSS e do Sinagências. Na reunião, o Governo reiterou a proposta de aplicar aos servidores das Agências Reguladoras o mesmo percentual apresentado ao Fórum dos Federais. Nenhum dos pontos da pauta específica, apresentada em maio, foi respondido sob a alegação de que a crise econômica e a atual conjuntura do país impossibilitam o atendimento das reivindicações. No dia seguinte, o Devisa visitou a Secretaria de Portos da Presidência da República, para entregar o dossiê relativo ao Porto de São Sebastião e solicitar audiência com o Ministro de Portos, Edinho Araújo. Ainda no dia 30 de julho, os membros do Devisa, reunidos na sede da Fenasps, aprovaram: solicitar audiência com o novo diretor-presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa da Silva Junior; solicitar audiência com o ministro da Saúde, Arthur Chioro; e realizar ações para mobilizar a categoria nos estados.
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Comunicação
Novas mídias, novas greves por Marcela Cornelli jornalista do Sindprevs/SC
“Pra mim, essa foi a melhor greve que já fizemos. Foi o ápice. A conquista da incorporação da Gdass foi importante para 70% dos servidores que já possuem tempo para se aposentar e para os novos também, que ali na frente vão usufruir desse ganho.” Pedro
Walkiu, APS Tubarão
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U
m dos maiores diferenciais desta greve foi, sem dúvida, a intensificação do uso das redes sociais, principalmente do Whatsapp. Por grupos nacionais, regionais e/ou locais essa ferramenta acelerou o envio de informações para a base dos sindicatos, mas, principalmente, ajudou na auto organização dos trabalhadores. Até onde esta ferramenta mobilizou ou desmobilizou? Não se pode medir ainda a influência do uso das redes e das novas mídias na organização da luta de classes e na organização dos trabalhadores, nem se ela veio para ficar, porém não se pode ignorar que o movimento grevista avançou e, por vezes, refluiu, perpassando pelas redes sociais. Segundo dados da Pesquisa Brasileira de Mídia 2015 (PBM 2015) divulgada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, metade dos brasileiros usa internet regularmente. Entre os internautas, 92% estão conectados por meio de redes sociais, sendo as mais utilizadas o Facebook (83%), o Whatsapp (58%) e o Youtube (17%). O Twitter foi mencionado por apenas 5% dos entrevistados. O uso de aparelhos celulares para acessar a internet (66%) já compete com o uso de computadores (71%). Na greve, as notícias chegavam primeiro pelo Whatsapp. Resultados das negociações em Brasília, que antes chegavam uniformizados pela Federação, a Fenasps e os sindicatos, nessa greve choviam pelo Whatsapp
pessoais dos dirigentes sindicais, alcançando a base com rapidez. Em Santa Catarina, não foi diferente. “O contato pessoal é a melhor forma de comunicação pra mim, depois o whats. Pelo whats, ficamos sabendo de tudo logo após as reuniões. É um espaço público, onde todos podem se manifestar, até os que eram contra ou nem estavam na greve. Os relatos dos membros do Comando de Greve Estadual foram importantíssimos e totalmente confiáveis”, diz Paulo César Farias, da APS São José. O Whatsapp começou como uma febre e muitos acreditavam que substituiria a luta presencial, reuniões e mesmo as orientações do Comando de Greve e do Sindicato. Em alguns momentos, tornou-se um fator desmobilizante, levando ao desencontro de informações e gerando dúvidas sobre o avanço nas negociações e sobre o potencial do movimento. Dois lados de uma mesma moeda. As atividades de greve eram rapidamente chamadas pelos grupos. Uma tecnologia a não ser ignorada, a ser levada a sério. Com um potencial incrível, mas que pode ser usada tanto para organizar como para confundir o movimento. Houve quem defendesse durante à greve o pensamento de que o Whatsapp substituiria as direções sindicais. Será?
“Essa greve foi sensacional. Nossos ganhos, incorporação da Gdass, aumento do Vale, retorno da progressão, queda da IN74, foram do tamanho da nossa mobilização. Ela foi grande, mas se a adesão fosse de 100% nós teríamos conquistado mais em menos tempo.”
Confiança nas “pessoas do Sindicato” Aos poucos, observou-se a importância da comunicação pelas redes sociais, mas também a necessidade de se buscar as informações confiáveis junto às mídias do Sindicato e/ou Diretores de Base e integrantes dos comando locais e estaduais da greve. “Nessa greve a comunicação foi maior. Eu não tenho Face, mas acompanhei o site, recebi os boletins eletrônicos e pelo Whatsapp recebia informação em tempo real. A tecnologia do Whatsapp uniu virtualmente os Norma Cancelier, APS trabalhadores da Gerência de Florianópolis. Tenho muita confiança nas Florianópolis-Continente informações que vêm dos diretores e dos meios de comunicação do Sindicato”, disse Paulo César Bittencourt, da APS Biguaçú. Elda Maria Fios Rodrigues Fabro, da APS Palhoça, conta que “tudo a gente ficava sabendo pelo whats. O site aqui não tem como acessar. Tenho 100% de confiança nas informações que vêm do Sindicato”. “No Whatsapp eu acompanhei principalmente os grupos da APS e da Gerência, sempre checando quem falava, peneirando as pessoas que eram do Sindicato. Seria bem melhor se as pessoas colocassem só o necessário, tivessem consciência ao enviar as informações, para não provocar intrigas desnecessárias,” Maria Celina Peres Goulart, da APS Florianópolis/Centro “Também me informava pelo grupos do watts, mas sempre procurava as pessoas do Sindicato”, Kelly BerDurante a greve, a equipe do Saúde é Tudo gravou dois programas e um vídeo ger, disse APS Palhoça. novembro 2015 | Previsão | 35
Elda ao centro
“Eu tenho 40 anos de serviço e antes da greve a situação era desumana, eu não tinha perspectiva de me aposentar. Agora estou orgulhosa e feliz, realizamos uma greve organizada, planejada. Foi tudo muito lindo! É minha primeira greve aqui na Palhoça e foi muito bom o respeito entre quem entrou e quem não entrou na greve. Também avalio que todos ganharam, os novos e os antigos. Claro que não conquistamos tudo, nunca se consegue tudo com uma greve, mas o maior ganho foi reconquistar o respeito pela Greve. Todos entendemos que não há outra forma de luta possível.”
Desafio comunicacional Para a comunicação do Sindicato foi um grande desafio: rapidez e agilidade, sem deixar de levar em conta princípios básicos do jornalismo como credibilidade, checagem de dados, fontes e principalmente qualidade de informações e imagens. O uso das redes sociais na greve foi assunto debatido durante oo 3º Seminário Unificado de Imprensa Sindical, realizado por um coletivo de jornalistas sindicais, entre eles a assessoria do Sindprevs/SC, com apoio de diversos sindicatos. O seminário aconteceu durante a greve e debateu o uso das mídias na mobilização da classe trabalhadora e o novo perfil dos trabalhadores. As palestras estão na íntegra disponíveis no site do Sindprevs/SC, em Vídeos. Assunto esse não esgotável aqui. Para darmos um pontapé nesta discussão com a base do Sindprevs/SC, a Revista Previsão entrevistou alguns servidores que falaram sobre o uso dessas novas mídias nessa greve. Alguns depoimentos citamos ao longo da matéria. A maioria dos entrevistados têm celular e usam o aplicativo Whatsapp como principal fonte de informação. Avaliaram como a ferramenta mais rápida e que mais integrou e informou os trabalhadores em tempo real. No entanto, todos os entrevistados disseram que não dá pra acreditar em tudo o que é postado, que alguns colocam coisas “nada a ver” e outros até provocam intrigas e postam informações desencontradas. Os trabalhadores disseram que têm maior credibilidade as informações postadas por Diretores de Base e membros do Comando Estadual e Direção do Sindprevs/ SC. Todos afirmaram confiar muito no que era divulgado pelos dirigentes sindicais nos grupos. O site, Facebook e boletim eletrônico do Sindicato foram muito bem avaliados pelos servidores, mas estes disseram que “demoravam um pouco” para serem atualizados. Muitos comentaram que a maior limitação do site é que não podem ser visualizados no local de trabalho e muitos disseram que
Elda Maria Fios Rodrigues Fabro, APS Palhoça
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Grevistas conectados.
Uma arte, mil aplicações A “arte da vaquinha”, como ficou mais conhecida a criação do ilustrador e chargista Frank Maia, acabou transformando-se na marca registrada da Greve de 2015. Criada inicialmente para a Campanha Salarial dos SPFs, a marca identificou nacionalmente os trabalhadores de Santa Catarina.
Confecção de cartazes durante a ocupação do RH da Superintendência Regional
a participação é a melhor forma de se informar, sendo que quem vai para as caravanas, atos, concentrações e assembleias fica sabendo de tudo. “As mídias sociais funcionaram porque informam na hora. O site demora pra atualizar”, comentou Norma Cancelier, da APS Florianópolis/Continente. Já o colega da mesma APS, Áureo João Fonseca Rodrigues, relatou que “como não tenho Whatsapp, me informava pelo boletim eletrônico e pelo site. As informações que vêm do Sindicato têm muita credibilidade.” Credibilidade e contato pessoal “Como eu participei das concentrações, caravanas e assembleias sempre estive bem informada. Também acompanhei os boletins eletrônicos, confiava no que era divulgado, não houve omissão”, avalia Vera Wolff, da APS Florianópolis/Centro. “O Sindprevs/SC tem uma comunicação de ponta. Me informei pelo whats, face e site. É claro que não dá pra acreditar em tudo o que é postado, mas penso que é uma importante ferramenta de informação, que deve ser utilizada pelos Diretores de Base”, apontou Leonardo Meira, da APS Florianópolis/Centro. Ainda há muito o que aprender sobre a utilização dessas novas mídias que vieram para ficar e nos ajudam a construir novas formas de organização da classe trabalhadora. Sigamos em frente por uma comunicação da classe trabalhadora que faça a luta contra hegemônica com a imprensa da burguesia. Fonte: com entrevistas de Rosangela Bion de Assis
“A greve uniu mais o pessoal. Pela tecnologia do Whatsapp nós ficávamos sabendo de tudo em tempo real e ainda passamos a conhecer os demais trabalhadores de toda Gerência Florianópolis.”
Durante a greve o Departamento de Comunicação do Sindprevs/SC produziu: • 34 Boletins de Greve •2 camisetas • 16 documentos no botão da greve do site • Boletins Fique por Dentro diários • 8 Faixas • 25 artes para o Facebook • Cartazes • 2 programas especiais Saúde é Tudo. Assista no site do Sindprevs/SC em: Programa Saúde é Tudo • vídeo “Agora é Greve”. Assista no site do Sindprevs/SC em: Vídeos • Atualizações do site, face, twitter, watsapp diárias • Mais de 6mil fotos, sem contar as realizadas com celular para redes sociais • 67 Informativos do Comando Nacional de Greve divulgados.
Paulo César Bittencourt, APS Biguaçú novembro 2015 | Previsão | 37
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Sensibilidade e emoção Fotos: Clarissa Peixoto jornalista do Sindprevs/SC
imprensa3@sindprevs-sc.org.br
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urante a greve, a jornalista do Sindprevs/ SC, Clarissa Peixoto, produziu dois ensaios fotográficos: o primeiro durante a passeata realizada em 24 de julho e o segundo durante a Assembleia Estadual Geral em 1º de setembro. Com olhar sensível, ela captou momentos de pura emoção e alegria de trabalhadoras e trabalhadores que não sabiam que estavam sendo observados pela lente atenta da jornalista.
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Veja o ensaio completo no sítio do Sindprevs/SC, na Galeria de Fotos em: Assembleia Estadual Geral 01.09.2015
Veja todas as coberturas fotográficas realizadas durante a greve 2015 no sítio do Sindprevs/SC, na Galeria de Fotos
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Veja o ensaio completo no sítio do Sindprevs/SC, a Galeria de Fotos em: Greve: Assembleia e Passeata - Florianópolis, 24 de julho de 2015
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