A REVISTA DAS ESCOLAS PARTICULARES DO PARANÁ
Aprender com o passado para construir melhor o futuro
Presidente e expresidente do Sinepe/ PR fazem uma retrospectiva sobre reflexos da pandemia.
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Humanização como tendência
Principais tendencias de comunicação e marketing para as escolas durante e no pós-pandemia.
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Gestão desafiadora
Crise da Covid-19 trouxe obstáculos, mas também deixou ensinamentos sobre a administração das escolas.
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Número 41 | Ano 11 jan/fev/mar 2021 Publicação Sinepe/PR
Ín d ice
REVISTA ESCADA . Publicação Periódica de caráter inform ativo com circulação dirigida e gratuita. Desenvolvida para o Sin epe/PR. Conteúdo e Com ercializa çã o V 3COM Projeto gráf ico e Ilustra ções V 3COM Jornalista Responsável Ari Lem os | MTB 5954 Com ercial Paulo Grein com ercial@revista esca da.com.br (41) 99886 - 0099. Críticas e Sugestões ari@v3com.com.br Os ar tigos assin ados são de responsabilidade de seus autores e n ão expressam, n ecessariam ente, a opinião desta revista. Conselh o editorial Douglas Oliani Rocimar Santos Oliani Carm em Murara Ever ton Droh om eretski Fatima Chueire Hollan da Marcio Mocellin
EDITOR I AL
06 APRENDER COM O PASSADO PARA CONSTRUIR MELHOR O FUTURO
E N TR EVI STA DO MÊ S
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Movimentação e reestruturação
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Aliado da Retomada
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Aprender para ensinar
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Rogério Mainardes Humanização como tendência
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Conf ira os Eventos do Sinepe/PR
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Desenvolver a Fluência Digital
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Gestão Desaf iadora
ED I TORIAL
O retorn o da n ossa Esca da
Douglas Oliani Presidente do Sinepe/PR
Reestruturamos a Revista Escada para que possamos abordar grandes temas para a educação. Seja sobre o aspecto da gestão das escolas ou das práticas pedagógicas, estaremos sempre focados em tratar assuntos que realmente venham a contribuir, oferecendo argumentos para auxiliar na criticidade do nosso público leitor.
estratégias das escolas. Já no campo de gestão e administração das instituições, outro time notável foi selecionado para dar suas colaborações: os professores José Pio Martins, Ademar Pereira e Everton Drohomeretski reforçam a necessidade de planejamento e apresentam perspectivas para o ano de 2021.
Nesta primeira edição de 2021, como não tivemos nenhum movimento da Revista em 2020, em razão do momento pandêmico, trazemos uma matéria especial que retrata os desafios que atravessamos como instituição.
Ainda contamos com a participação da professora Amábile Pacios, conselheira e vice-presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, e do professor Carlos Azeitona, apresentador do Programa Mais Educador, discorrendo sobre ensino híbrido e muito mais conteúdo de qualidade que certamente será útil não apenas ao corpo diretivo das instituições de ensino, mas também para todo o corpo docente.
Os reflexos econômicos causados pela pandemia devem continuar afetando a sociedade como um todo ainda durante algum tempo. Cientes disso, produzimos duas matérias para auxiliar na gestão, a começar por uma entrevista pingue-pongue com o nosso diretor de Marketing, Rogério Mainardes, que tem muita experiência profissional e pode muito bem ajudar a nortear as
Boa leitura a todos!
EXPE DI E N T E
SINEPE/PR Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná www.sinepepr.org.br | www.facebook.com/sinepepr
CONSELHO DIRETOR - GESTÃO 2020-2022
Adriana Veríssimo Karam Koleski Durval Antunes Filho Ir. Maria Zorzi Dorojara da Silva Ribas Valdecir Cavalheiro Magdal Justino Frigotto Volnei Jorge Sandri Rogério Pedrozo Mainardes
CONSELHEIROS 1.º Conselheiro 2.º Conselheiro 3.º Conselheiro 4.º Conselheiro 5.º Conselheiro 6.º Conselheiro 7.º Conselheiro 8.º Conselheiro 9.º Conselheiro 10.º Conselheiro 11.º Conselheiro 12.º Conselheiro 13.º Conselheiro 14.º Conselheiro 15.º Conselheiro 16.º Conselheiro 17.º Conselheiro
Francis Wagner Ferreira Ronaldo Campos Cavalheri Dinamara Pereira Machado Acedriana Vicente Vogel Cristiane Mello David
CONSELHO FISCAL Efetivos Suplentes Dilceméri Padilha de Liz Marta Regina Andre Orlando Serbena Gisele Matovani Pinheiro Luiz Antônio Michaliszyn Filho José Mário de Jesus
DIRETORIA EXECUTIVA Presidente Douglas Oliani 1.º Vice-Presidente Sérgio Herrero Moraes 2.º Vice-Presidente Paulo Arns da Cunha Diretor Administrativo Haroldo Andriguetto Junior Diretor Econômico/Financeiro Rosa Maria Cianci Vianna de Barros Diretor de Legislação e Normas Nilson Izaias Pegorini Diretor de Planejamento Carmem Regina Murara DIRETORIA DE ENSINO Diretor de Ensino Superior Diretor de Ensino Médio/Técnico Diretor de Ensino Fundamental Diretor de Ensino da Educação Infantil Diretor de Ensino dos Cursos Livres Diretor de Ensino dos Cursos de Idiomas Diretor de Ensino das Academias Diretor de Marketing Diretor de Ensino da Educação Profissional Técnica de Nível Médio Diretor de dos Cursos Pré-Vestibulares Diretor de EaD Diretor de Sistemas de Ensino Diretor de Ensino de Pós-Graduação
Fábio Hauagge do Prado Cristiano Vinícius Frizon Pe. José Alves de Melo Neto Raquel Adriano M. Maciel de Camargo Everton Drohomeretski Leonora Maria J. M. Rossato Pucci Artur Gustavo Rial Rocimar Santos Oliani Josiane Domingas Bertoja Jaime Maurício Marinero Vanegas Raphael Bonatto Fernando Luiz Fruet Ribeiro Osni Mongruel Júnior Fabrício Pretto Guerra Gelson Luiz Uecker Bruno Ramos Neves Branco Liya Regina Mikami
DELEGADOS REPRESENTANTES - FENEP Ademar Batista Pereira Douglas Oliani
DIRETORIAS REGIONAIS REGIONAL CAMPOS GERAIS Diretor Presidente - Osni Mongruel Junior Diretor de Ensino Superior - Patrício Vasconcelos e José Sebastião Fagundes Cunha Filho Diretor de Ensino da Educação Básica - Rosângela Graboski e Valquíria Koehler de Oliveira Diretor de Ensino da Educação Infantil - Bianca Von Holleben Pereira e Carla Moresco Diretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas Paul Chaves Watkins REGIONAL CATARATAS Diretor Presidente - Artur Gustavo Rial Diretor de Ensino Superior - Fábio Hauagge do Prado Diretor de Ensino da Educação Básica - Antonio Neves
Diretor de Ensino da Educação Infantil - Ana Paula Krefta Diretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas Lucimar Neis REGIONAL CENTRAL Diretor Presidente - Dilceméri Padilha de Liz Diretor de Ensino Superior - Roberto Sene Diretor de Ensino da Educação Básica - Cristiane Siqueira de Macedo e Juelina Marcondes Simão Diretor de Ensino da Educação Infantil - Ir. Roselha Vandersen e Ir. Sirlene N. Costa Diretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas Marcos Aurélio Lemos de Mattos REGIONAL SUDOESTE Diretor Presidente - Fabricio Pretto Guerra Diretor de Ensino Superior - Ivone Maria Pretto Guerra
Diretor de Ensino da Educação Básica - Velamar Cargnin Diretor de Ensino da Educação Infantil - Márcia Fornazari Abasto Diretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas Vanessa Pretto Guerra Stefani REGIONAL OESTE Diretora Presidente - Marta Regina Andre Diretora de Educação Infantil - Marcia Lima Ambrosi Diretor de Educação Básica - Edmilson Martins (Titular) Diretor de Educação Básica - Valmir Gomes (Suplente) Diretor de Ensino Superior - Gelson Luiz Uecker Cursos Livres/idiomas - Denise Veronese
CAPA
A pren de r com o pa s s a d o para co n st ru i r m e l h o r o f u t u ro Sin epe/PR faz balan ço dos prin cipais ensinam entos de 2020 e e len ca perspec tivas para o amanhã
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O período de pandemia do novo coronavírus foi marcado por mudanças drásticas nas escolas: necessidade de adequação tecnológica, adesão a protocolos de segurança sanitária e novos modelos de ensino. Nesse cenário, o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná (Sinepe/PR) desempenhou um papel fundamental para o funcionamento das instituições. Em 2020, o foco foi a reorganização, sendo que o sindicato se aproximou ainda mais da Secretaria de Educação estadual. Em novembro de 2020, o Sinepe/PR atuou pela retomada das aulas presenciais para crianças de 0 a 10 anos na capital paranaense. O retorno das aulas presenciais para o ano letivo de 2021 também é resultado de diálogo da entidade com o setor público. “Foi um ano no qual trabalhamos muito mais em comparação a períodos anteriores, mesmo não estando trabalhando presencialmente. 2020 foi um ano de muita luta e de colheitas bastante interessantes”, diz a ex-presidente Sinepe/PR, Esther Cristina Pereira. Outra conquista do sindicato foi a junção com o Sindicato das Escolas Particulares de Cascavel e Região (Sinpef), do Oeste paranaense, resultado de uma demanda de vários anos. “A situação uniu muito a categoria. Agora estamos mais próximos, falando a mesma linguagem”, destaca Esther. A ampliação do diálogo também deu o tom da relação do Sinepe/PR com os gestores e as regionais do estado do Paraná. O objetivo foi
segurar as demandas negativas do Poder Público e oferecer suporte para os gestores no momento delicado da crise desencadeada pela Covid-19. “Nos aproximamos muito dos gestores, criamos grupos para tornar a comunicação mais rápida para responder cada demanda que surgia diuturnamente”, reforça a ex-presidente. Segundo Esther, foi necessário viver um dia após o outro, com planejamento pedagógico severo, bem como planejamento financeiro. A necessidade de planejamento financeiro, aliás, tornou-se mais evidente para as escolas no período de crise. “Não dá para conceber um cenário no qual uma escola trabalhe o mês e receba as mensalidades do mês para viver o mês. A instituição de ensino privada é um negócio, e como qualquer empresa precisa ter um caixa bem sustentado, uma organização financeira. Muitas das escolas que fecharam o fizeram porque não tinham uma estrutura financeira organizada de forma suficiente”, ressalta Esther. DE OLHO NO FUTURO Para 2021, a expectativa do Sinepe/PR é continuar a mediação entre gestores e Poder Público, além de oferecer apoio jurídico, pedagógico e trabalhista e capacitar as escolas para as próximas fases da retomada do cotidiano escolar. “Junto com o Sinepe/PR, as escolas estão sendo preparadas para o amanhã”, diz o atual presidente do sindicato, Douglas Oliani. Planejar para o amanhã, na perspectiva da entidade, é desenvolver um planejamento tendo
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como objetivo o futuro próximo, levando em consideração a incerteza do momento atual. “Temos uma agenda, um projeto, mas no momento atual ainda é difícil planejar para o ano por completo”, explica Oliani. Nesse cenário, as decisões são contingenciais e os projetos avançam aos poucos. Modelos tradicionais de planejamento anual não comportam o momento de imprevisibilidade ocasionado pela pandemia. Até mesmo regulações mudam rapidamente: até o começo do ano, as escolas particulares, junto com as escolas estaduais e municipais, deveriam fazer escalonamento dos dias de aulas presenciais. No começo de fevereiro, contudo, nova resolução da Secretaria da Saúde do estado passou a eximir as es-
colas particulares do escalonamento. Para o presidente do Sinepe/PR, esse é um exemplo de como o cenário passa por mudanças constantes e imprevisíveis com a pandemia. Além disso, as ações planejadas para 2021 são alinhadas ao contexto local: cada uma das regionais do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná tem diferentes indicadores e perfis, o que exige planejamentos pensados de acordo com suas demandas específicas. Mesmo assim, o Sinepe/PR já tem ações planejadas para a capacitação dos profissionais de educação, voltadas ao momento de pandemia de Covid-19. “As ações são de
“Junto com o Sinepe/PR, as escolas estão sendo preparadas para o amanhã” Douglas Oliani
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capacitação dos professores, como eventos que tratem a respeito dos períodos que vamos enfrentar daqui por diante”, destaca o presidente da entidade. Para Oliani, a perspectiva de imunização contra a Covid-19 é a promessa de retomada do cotidiano escolar e das operações das instituições de ensino. A expectativa, com a vacinação, é de um retorno à completa normalidade até o final de 2021. “Vamos começar a ter um mundo um pouco mais ajustado até o fim deste ano, no qual a presencialidade nas escolas poderá ser um pouco maior do que estamos verificando neste início de 2021”, defende Oliani.
“2020 foi um ano de muita luta e de colheitas bastante interessantes”
CAMPO LEGISLATIVO Ao mesmo tempo, o momento atual traz a oportunidade de repensar a infraestrutura das escolas e inovações tecnológicas para a educação em todos os segmentos, desde os anos iniciais da Educação Básica até o Ensino Superior. Com uma menor presença dos alunos nas escolas e maior desenvolvimento tecnológico, a expectativa do sindicato para os próximos anos é de modificar por completo os procedimentos e, até mesmo, a regulação da área educacional. Antecipar a vacinação para professores, técni-
Esther Cristina Pereira
cos administrativos e trabalhadores indiretos ligados à escola, como motorista de van escolar, é fundamental para que se tenha uma retomada ainda mais segura. “A imunização trará uma tranquilidade um pouco maior às aulas presenciais”, defende Oliani.
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Ali a do d a reto m a d a Ensi n o hí brido d es p onta com o a lte rn a tiva n este m om ento em q ue a pan de m ia de Cov i d-19 ain da s e faz pres ente
Após um ano letivo de ensino remoto devido à necessidade de isolamento social trazida pela pandemia de Covid-19, as escolas começam a retomar a presencialidade de forma gradual. Aliando os recursos da modalidade a distância e do ensino presencial, o ensino híbrido surge como opção para o momento atual. Trata-se de modalidade que combina práticas presenciais e remotas, usando ou não a tecnologia. O foco do ensino híbrido é a personalização do ensino. “O ensino híbrido se apoia em uma metodolo-
gia que respeita os ritmos de aprendizagem dos alunos e potencializa suas habilidades”, explica o professor Carlos Azeitona, apresentador do Programa Mais Educador e diretor executivo da Intellectu-m. Essa modalidade se diferencia do ensino remoto na medida em que oferece a possibilidade de a família levar a criança ou o adolescente para a escola, para que o estudante tenha aulas presenciais. Os dias de ensino presencial podem ser organizados pelos pais ou pela instituição, que define um escalonamento de acordo com
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critérios próprios. “No ano passado, ainda não havia essa possibilidade; era tudo remoto. Agora, com o ensino híbrido, a família pode escolher se prefere a turma online ou a presencial”, explica a professora Amábile Pacios, conselheira e vice-presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação. No ensino híbrido, a metodologia é ponto central. Para que a modalidade funcione, o ensino precisa ser interdisciplinar, com protagonismo do aluno e planejamento sólido. “Para aplicar ensino híbrido ou qualquer outra metodologia é preciso um bom planejamento. Se isso não estiver presente, nada funciona”, aponta Azeitona. Para que o modelo dê certo, a escola deve oferecer recursos adequados para a melhor experiência do estudante: tecnologia, rede de segurança e professores capacitados. Também é necessário tomar cuidado para que as atividades não dependam excessivamente das tecnologias da informação, para que o aluno tenha a opção de realizá-las longe das telas.
o professor Azeitona. Além disso, na realidade brasileira, o ensino híbrido enfrenta algumas dificuldades para se solidificar como opção viável. Da estrutura precária nas escolas públicas à falta de capacitação dos professores, os desafios estão presentes em todo o território nacional. Mesmo no contexto das escolas particulares, o ensino híbrido corre o risco de se tornar um mero modismo. “Hoje, a escola que não fala de ensino híbrido parece que está fora do mercado, mas o modelo é uma coisa antiga, não é de hoje”, destaca o professor Azeitona. “A preocupação é a escola falar que está fazendo ensino híbrido, mas não estar, de fato.” Por outro lado, algumas demandas da educação não comportam o ensino híbrido como algo permanente. É o caso da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Nessas fases de aprendizagem, quando o contato entre alunos e educadores deve ser mais próximo, é difícil e improvável que o ensino híbrido permaneça, segundo os especialistas. Mesmo assim, após o fim da pandemia, a expectativa é de que alguns aspectos do ensino híbrido permaneçam mesmo com o retorno à presencialidade. “Tenho visto muitas escolas que vão manter simulados, apresentações de trabalho e defesa de tese na forma online. No Ensino Fundamental II e no Ensino Médio, atividades como apresentações de trabalho, conselho de classe e reunião de pais funcionaram bem na forma online e devem permanecer assim”, destaca Amábile.
DIFICULDADES Apesar das vantagens em contexto de pandemia e isolamento social, o ensino híbrido tem pontos negativos, como a socialização limitada e o maior confinamento da criança. A socialização está presente, inclusive, na Base Nacional Curricular Comum (BNCC), que preconiza o eixo socioemocional da aprendizagem, que ocorre com as interações. “Por mais que o aluno fique em casa, a socialização é fundamental”, explica
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A pren de r pa ra ensi na r Qu a l i f i ca çã o con s tante é f un dam en ta l pa ra p ro fe s sores m an terem a qualid a de d a s a ula s Um momento de muitas transformações e incertezas exige que o docente se reinvente de acordo com o que o setor educacional propõe para a atualidade. Nesse contexto, profissionais da educação devem estar em constante aperfeiçoamento em relação às práticas pedagógicas. “Em virtude da pandemia [do novo coronavírus], o professor sofreu diversos impactos na forma de ensinar, enquanto o aluno foi impactado quanto ao modo de aprender”, destaca a psicóloga e psicopedagoga Rocimar Santos Oliani. A especialista comenta que o aluno de hoje é autogerenciado e o professor é mais dinâmico e proativo, diante das diversas funções necessárias para enfrentar os desafios apre-
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sentados pelas novas tecnologias e metodologias de ensino. Nessa realidade, a maior qualificação profissional se traduz em qualidade de ensino. Hoje, oferecer um ensino de qualidade é crucial para assegurar que as crianças e jovens tenham suas necessidades atendidas em um cenário no qual a incerteza é regra. “Mais que capacitação, o momento é de atualização e aperfeiçoamento de nossas visões, dos nossos fundamentos e práticas”, opina a psicopedagoga Laura Monte Serrat Barbosa. Qualificação é importante para profissionais de todas as áreas, mas possui relevância específica para educadores devido à natureza do seu trabalho: professores qualificados oferecem melhores ferramentas para os estudantes, que sentem os resultados de um ensino de qualidade. DE PROFESSORES A ESTUDANTES Com a formação continuada, os docentes se tornam alunos em busca de novos conhecimentos e metodologias para aperfeiçoar a sua prática pedagógica. O resultado são aulas com maiores trocas de conhecimento, mais produtivas, dinâmicas e atra-
tivas para os estudantes. A qualificação dos professores se dá por meio de congressos, simpósios, cursos livres, cursos de formação, programas de pós-graduação, entre outros. Os formatos são amplos, tanto em capacitação presencial quanto EaD, além de lives e roda de conversas, por exemplo. “O mais importante é participar e não ficar acomodado diante de um leque de informações importantes para a trajetória profissional do professor”, destaca Rocimar. As ações podem ocorrer tanto dentro das instituições de ensino superior quanto fora delas, em um processo de formação continuada. O que importa é discutir de forma constante os distintos aspectos da constituição dos professores como profissionais com conhecimento em metodologias e em relações intra, inter e transpessoais. “Estar preparado, atualizado e em constante movimento de aprendizagem torna a nossa profissão ativa, atual, profunda e ampliada. Isso
nos deixa mais seguros e aptos a interagir com os alunos e com as mudanças rápidas que o mundo de hoje nos impõe”, diz Laura. Muitas iniciativas de qualificação para professores, porém, ainda carecem de abordagens mais holísticas, que considerem a totalidade do profissional da educação. “Trata-se do ser global, total, integral, que também possui sensibilidade, sensações, percepções e sentimentos que precisam ser atualizados neste mundo do instantâneo”, explica Laura. O erro, segundo a psicopedagoga, é se preocupar muito mais com os conteúdos e com o “como fazer”, como os métodos a serem utilizados e os materiais didáticos mais indicados, do que com as questões relacionais, a preparação do professor como uma pessoa com sensibilidades. “Em sua maioria, esquecem-se do aperfeiçoamento pessoal e relacional, de um espaço para complementar o ser, tão preconizado no campo da educação”, aponta Laura.
AGENDA Por meio de seu cronograma de eventos anual, o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná (Sinepe/PR) vai promover, durante todo o ano de 2021, diversas iniciativas de formação continuada voltadas a gestores e corpo docente, em formato de simpósios, palestras, lives e, em breve, um canal para oportunizar orientações, informações e notícias atualizadas às escolas associadas. Os patrocinadores e apoiadores do sindicato, que estarão presentes em todos os eventos promovidos pelo Sinepe/PR em 2021, são:
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Desenvolver a fluência digital, uma das mais importantes competências Se algumas de nossas escolas já estão navegando na Educação 4.0 – alinhada às demandas da Indústria 4.0, como inteligência artificial, robótica, programação, espaços maker, gameficação do ensino –, no outro extremo temos escolas cuja única “revolução” se limita a passar do quadro de giz para a lousa branca – que em tom jocoso se diz Educação 2.0. Evidentemente, transformar essa realidade das escolas brasileiras demanda vultosos investimentos, uma política de longo prazo e uma intensa capacitação de professores e gestores, para que, ao longo da trajetória escolar, todos os alunos desenvolvam a fluência digital, uma das mais importantes competências do mundo contemporâneo. Em visita oficial de nove dias ao Vale do Silício em 2018, praticamente em todas as palestras a fluência digital foi enaltecida e apresentada como requisito indispensável para sobrevivência no mundo atual, o que restou ainda mais evidente durante a atual pandemia. Assim como a internet foi um poderoso agente de transformação em nosso modus vivendi et operandi – a ponto de alguns dividirem a histó-
ria em a.w. (antes da web) e d.w. (depois da web) –, muito mais disruptivo e célere será o impacto da Indústria 4.0 na vida e no trabalho. E cabe à escola preparar seus alunos para esse cenário já inserido em nosso cotidiano, dando a eles capacidades e habilidades necessárias para atender às novas demandas do mercado de trabalho. No ambiente virtual de aprendizagem, desenvolvem-se características muito valorizadas: disciplina pessoal, gestão do tempo, autodidatismo, fluência digital, foco, maturidade para não embicar para o sedutor mundo digital das redes sociais e outras distrações. Um estudo que mensura a competitividade entre os países feito pelo IMD, conceituada escola de negócios da Suíça, coloca o Brasil na 57ª posição entre 63 economias, sendo que não estamos democratizando oportunidades com as novas tecnologias. Escola e governo precisam assumir as relevantes responsabilidades que lhes cabem, para que as transformações pelas quais o mundo passa sejam oportunidades em vez de obstáculos, inclusão em vez de exclusão, diminuição das desigualdades em vez da intensificação delas.
Ja c i r J. Ven tu ri, au to r d e 3 livro s e m e mb ro d o Co n s e lh o Es ta d u al de Ed uc a ç ã o, fo i p ro fe s s o r e d ire to r d e e s co las p ú b lic as e p riva das.
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E NTREVISTA DO MÊS
R ogério Main ardes
Huma n i z a ç ã o com o te n d ê n c ia Especialista com enta prin cipais ten dências de comunica çã o e marketin g para as escolas durante e n o pós-pan demia
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“A escola terá um papel fundamental no resgate dos valores fundamentais da vida em sociedade, daqueles valores que constroem a cidadania e a vida ética. Também será fundamental ensinar e exercitar uma nova convivência, com a responsabilidade do cuidado e do amor ao próximo.” É o que afirma Rogério Mainardes, diretor de marketing do Sinepe/PR, e que possui larga experiência nas áreas educacional e da comunicação. Atuou por mais de 30 anos no Grupo Positivo e foi seu Diretor Corporativo de Marketing. Foi também, por 8 anos, Diretor Corporativo de Marketing da RPC – Rede Paranaense de Comunicação, atual GRPCOM, grupo que é integrado pelas emissoras afiliadas da Rede Globo no Paraná, jornal Gazeta do Povo, emissoras de rádio e portais na Internet. Atuou como membro de Conselhos de Administração Empresarial, Professor, Palestrante e Consultor na área de Marketing de Serviços. Recentemente, criou e também está coordenando a “Clínica de Marketing Educacional” do Programa ESCOLA SEGURA. Nesta entrevista, Rogério fala sobre as principais tendências de comunicação e marketing para as escolas neste momento em que a pandemia do Covid-19 ainda se faz presente, bem como para período de pós-pandemia. Na visão de
Mainardes, a boa comunicação tem papel fundamental para dar vida à escola. Confira: Quais foram as principais mudanças trazidas pela pandemia de Covid-19 no campo educacional? A pandemia promoveu uma grande avaliação das escolas e uma profunda reflexão das famílias sobre o valor das instituições de ensino. O período mostrou aos pais a verdade das escolas: aquelas que de fato estavam preparadas e comprometidas com a educação e aquelas que tinham apenas um discurso mercadológico. Os pais conheceram os professores nas aulas à distância, avaliaram e se aproximaram muito do ensino oferecido e pelo qual estavam pagando mensalidades. Nesta aproximação, muitos encontraram professores despreparados, desorganização de muitas instituições e falta de comprometimento com a educação e o ensino. Por outro lado, muitas instituições ganharam pontos na avaliação e ofereceram segurança, pois apresentaram a excelência organizacional, criatividade e o preparo de suas equipes. Quais mudanças verificadas nas escolas durante a pandemia vieram
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“A pandemia e a ausência dos alunos no ambiente escolar está sendo uma grande oportunidade para os profissionais perceberem que não basta a propaganda ou a linguagem publicitária na comunicação: é necessário adequar o conteúdo”
para ficar e devem permanecer mesmo em tempos de normalidade? A normalidade que virá não será mais a mesma que havia antes da pandemia. Não há dúvidas de que o ensino ganhou, definitivamente, novas ferramentas e, com isso, obrigou-se a ser mais eficaz. O aprendizado se dará, definitivamente, num contexto de “edutretenimento”. O ensino precisa ser dinâmico, atraente e divertido para prender a atenção do aluno. Os processos educacionais ganharam velocidade e os professores tiveram que aprender a se comunicar de forma mais objetiva, rápida e criativa. Surge, assim, um novo perfil de professor, que não poderá ser considerado apenas pelo domínio do conteúdo da matéria, mas também pela sua capacidade de se comunicar à distância. Os profissionais da educação que não estão preparados para trabalhar com as novas tecnologias ficarão para trás.
maior integração entre todos os setores das escolas. A pandemia e a ausência dos alunos no ambiente escolar está sendo uma grande oportunidade para os profissionais perceberem que não basta a propaganda ou a linguagem publicitária na comunicação: é necessário adequar o conteúdo. Surgiu, então, a oportunidade desses profissionais vivenciarem mais os processos pedagógicos, as angústias dos clientes. Foi necessário usar muita criatividade para melhorar a comunicação, apresentar os verdadeiros propósitos das instituições e tangibilizar a segurança de que os clientes – pais e alunos – fizeram a escolha certa.
Em que medida o enfoque do marketing das escolas mudou com a pandemia? Imagino que tenha havido mudanças em relação aos pais, alunos e até mesmo ao público externo, correto? No momento em que estamos vivendo a necessidade da comunicação é extrema, bem como deve haver uma
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Além disso, a palavra “comunicação”, na sua essência, quer dizer “tornar comum”. É preciso refletir e saber o que desejamos “tornar comum”. Agora, é necessário filtrar informações, reforçar valores e estabelecer a coerência do discurso com aquilo que é praticado e relevante no processo educacional. A partir de um foco prioritário para o público interno, alunos já matriculados e suas famílias, é preciso ver o que é possível transparecer para o público externo. Este público está se tornando cada dia mais crítico com as mensagens publicitárias, pois todas as fraquezas das escolas foram expostas, mas aquelas que tinham seus valores sólidos, que investiam de fato na qualidade dos seus serviços, foram fortalecidas.
das de que a escola deve melhorar sua comunicação continuamente, buscar uma maior eficácia de seus serviços. Se isso acontecer, as consequências também impactarão no universo do marketing, que é o conjunto de ações realizadas com objetivo mercadológico. Qual é o papel do marketing para mostrar que as escolas estão preparadas para receber os alunos de volta em segurança? O marketing de uma escola se constrói com atenção aos detalhes, com a capacidade de oferecer um bom atendimento, com uma qualidade de serviços que garanta a satisfação dos alunos e famílias. É necessário prestar muita atenção aos detalhes, compreender a insegurança de todos diante do contexto de uma pandemia como essa que estamos vivendo e procurar agir com velocidade nas informações e orientações das medidas tomadas. Tudo isto faz parte do pacote de serviços de marketing de uma organização educacional. O marketing não é apenas a propaganda.
Em que medida a comunicação e o marketing dos ensinos completamente remotos, como os adotados no ano passado, e híbridos, adotados a partir deste ano, diferem-se? A comunicação deve permear todos os ambientes e serviços de uma instituição educacional, pois ela é o elemento fundamental no contexto dos serviços educacionais, e deve ser um processo contínuo. A boa comunicação dá vida à escola, tanto no ambiente presencial quanto no ensino remoto. Não há dúvi-
Que tendências de marketing e comunicação devemos observar nas escolas a partir de 2021? A maior tendência é a humanização
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Para os profissionais da comunicação, a área de educação é um bom campo a ser explorado? Faltam profissionais qualificados? A área vai necessitar cada vez mais de bons profissionais de comunicação, que ofereçam suporte aos setores pedagógicos e administrativos. Esses profissionais deverão compreender com mais profundidade e interesse o que é a educação, o valor dos serviços educacionais e a missão de uma escola. Não basta ter técnicas de comunicação publicitária ou conhecer as novas técnicas de captação de alunos; é preciso se dar por inteiro no processo educacional que acontece no longo prazo.
das escolas. As escolas se automatizaram e nossos alunos e suas famílias estão sentindo muita falta de humanidade ao viverem o afastamento, com apego demasiado aos processos tecnológicos da informação. As novas gerações estão vivendo um tempo de muito individualismo, e a pandemia ainda trouxe a perda temporária do convívio escolar. A escola terá um papel fundamental no resgate dos valores fundamentais da vida em sociedade, daqueles valores que constroem a cidadania e a vida ética. Também será fundamental ensinar e exercitar uma nova convivência com a responsabilidade do cuidado e do amor ao próximo.
“O marketing de uma escola se constrói com atenção aos detalhes, com a capacidade de oferecer um bom atendimento, com uma qualidade de serviços que garanta a satisfação dos alunos e famílias. ”
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NOT Í CI A S RÁPI DAS 25.mar.2021 | 19h
Live | Canal Sinepe/PR Youtube As defasagens de conteúdos e a importância da avaliação diagnóstica para os segmentos educacionais. Palestrante: Prof.ª Giselle Mazuroski
31.mar.2021 | 19h
Live | Canal Sinepe/PR Youtube Motivação aos professores de Educação Infantil para uma prática inovadora. Palestrante: Prof.ª Andreia Godoy
NOVAS ASSOCIADAS
12.abr.2021 | 19h
Centro de Educação Infantil Semear, de Ponta Grossa
Colégio Nossa Senhora da Gloria, de Francisco Beltrão
Live | Canal Sinepe/PR Youtube
Escola Angelo Zeglin Palu, de Mandirituba
O Novo Ensino Médio e seus desafios Palestrantes: Prof.ª Fátima Chueire Hollanda e Prof.ª Naura Manci Muniz Santos
Escola Crescer e Saber, de Curitiba Bilingual Minds, de Curitiba Centro de Educação Infantil Kamu Kids, de Curitiba
15.abr.2021 | 19h
Live | Canal Sinepe/PR Youtube O ensino híbrido e os desafios para o educador – Aprendizagem criativa em salas de aulas virtuais .
Centro de Educação Infantil Pequeninos, de São José dos Pinhais
Palestrante: Prof João Nascimento
PATR O C Í N I O 22.abr.2021 | 19h
Live | Canal Sinepe/PR Youtube A LDGP aplicada ao cenário da Educação Palestrantes: Dr. Luís Cesar Esmanhotto e Dr. Juliano Siqueira de Oliveira
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Ges tã o des a f i a d o ra Crise da Covid-19 trouxe obstá culos, mas também deixou ensinam entos sobre a a dministra çã o das escolas A pandemia do novo coronavírus, que chegou ao Brasil nos primeiros meses de 2020, trouxe desafios e mudanças em todas as áreas, da saúde à educação, passando pelo comércio e indústria. O retrato não é diferente no segmento de gestão de escolas. Além dos desafios operacionais e educacionais, como dificuldades na realização de avaliações, cumprimento do conteúdo programático e isolamento das crianças e jovens, cuja socialização foi profundamente afetada, a gestão escolar também enfrentou
desafios para sair “do vermelho”. “Todo o plano inicial para 2020 foi jogado no chão no dia 20 de março [quando as aulas foram suspensas], o que trouxe um grande desafio para o gestor”, destaca o professor Ademar Batista Pereira, acrescentando que a gestão escolar precisou se adaptar rapidamente a novos modelos, novas demandas e a um cenário de incertezas sem prazo para acabar. Mas ao mesmo tempo em que traz obstáculos, o período de crise proporciona ensinamentos, tanto educacionais e pedagógicos quanto sobre como sobreviver financeiramente, sem ir à falência, em uma situação de pandemia na qual o isolamento social foi a principal medida tomada. No campo educacional, as escolas tiveram que revisar seus modelos de Prof. Ademar Batista Pereira ensino e adotar novas ferramentas e metodolo-
“Todo o plano inicial para 2020 foi jogado no chão no dia 20 de março, o que trouxe um grande desafio para o gestor”
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gias, sem perder a qualidade. Ao mesmo tempo, a necessidade de isolamento dos estudantes resultou em um maior contato dos pais com o cotidiano educacional, o que fez com que o papel fundamental da escola ficasse mais claro. “Todos aprendemos que a escola, enquanto instituição, é crucial. As famílias entenderam,
“Cortar custos é fácil, mas cortar custos de uma forma com que você consiga garantir a qualidade do ensino é mais desafiador” Prof. Everton Drohomeretski
principalmente na seara da escola privada, que a escola é fundamental para o bom funcionamento da sociedade”, aponta Pereira. No campo financeiro, as instituições de ensino privadas enfrentam dificuldades desde o começo da crise de Covid-19. No ano passado, a maioria das escolas particulares perdeu cerca de 10% dos alunos, devido à redução de renda causada pela crise financeira, que afetou muitas famílias, segundo dados coletados pela Editora do Brasil. O resultado é uma menor entrada de receita nas escolas, que devem adotar medidas de contenção e reorganizar suas operações para sobreviver durante a crise. Apesar disso, a ges-
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tão precisa saber onde cortar custos sem prejudicar a qualidade do ensino oferecido pela instituição. “Cortar custos é fácil, mas cortar custos de uma forma com que você consiga garantir a qualidade do ensino é mais desafiador”, ressalta o pró-reitor de Ensino Pesquisa e Extensão da FAE Centro Universitário, Everton Drohomeretski. A evasão causou prejuízos elevados para as escolas privadas, que dependem das mensalidades que arrecadam para se manter, explica o professor José Pio Martins, reitor da Universidade Positivo (UP) e comentarista econômico da Rádio CBN Curitiba. “As escolas têm que fazer ajustes e adotar um
plano de emergência diante da gravidade da crise. 2020 foi um ano dramático. O grande desafio foi sobre como evitar a derrocada financeira: aguentar o ano e ter saúde financeira para sobreviver e se recuperar quando a normalidade voltar”, diz. PERSPECTIVAS PARA 2021 O ano de 2021 começa com aprendizados a respeito de como sobreviver na crise causada pela pandemia, uma vez que a incerteza econômica vai continuar sendo parte do cotidiano. Para os gestores, o caminho é seguir 2021, porém com os aprendizados obtidos em 2020. “O ano de 2020 nos ensinou muito; não foi um ano perdido, mas de muito aprendizado”, res-
salta Drohomeretski. Para o professor Ademar Batista Pereira, é necessário planejar 2021 com as condições que se tem. “A superação vai ocorrer ao longo do tempo. Não existe uma coisa rápida; tudo na escola é um processo”, acrescenta. A chave para sobreviver à crise é usá-la a seu favor: reconstruir o cotidiano das escolas, recuperar atividades perdidas e fortalecer as estruturas empresariais e pedagógicas, utilizando a crise para melhorar a eficiência em termos de gestão e operação cotidiana. “A grande palavra do momento é ‘reconstrução’”, diz o professor Pio Martins. “Isso se faz com duas coisas: determinação e muito trabalho. Agora, uma coisa é importante entender: usar a
“Agora, uma coisa é importante entender: usar a crise para melhorar a eficiência em termos de gestão e operação cotidiana” Prof. José Pio Martins
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crise para melhorar a eficiência em termos de gestão e operação cotidiana”, completa.