Revista Escada - Edição 47

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A REVISTA DAS ESCOLAS PARTICULARES DO PARANÁ

Saúde mental em foco

Cuidar do bem-estar dos professores é o primeiro passo para se ter um ensino de qualidade .

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As dúvidas e desafios do Novo Ensino Médio U m do s d e sta q u es da m u d a n ç a fo i a i n cl u s ã o do Pro j eto d e Vi d a , vo lt a d o a a p ri m o ra r a s com petê n c i a s so c i o e m o c i o n a i s d o s a d o l e s ce nte s

Reformular para avançar

Para Claudia Costin, só será possível reverter os prejuízos causados pela pandemia no quadro educacional se for formulada uma nova agenda do ensino

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Número 47 | Ano 11 jul/ago/set 2022 Publicação Sinepe/PR

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Ín d ice

REVISTA ESCADA . Publicação Periódica de caráter inform ativo com circulação dirigida e gratuita. Desenvolvida para o Sin epe/PR. Conteúdo e Com ercialização V3COM Projeto gráf ico e Ilustrações V3COM Diagram ação e ar te - f in al Marcelo Winck | V3COM Jorn alista Responsável Ari Lemos | MTB 5954 Jorn alistas Maria Luiza Piccoli Vasques | MTB 011538 Camila Acordi Natalia Basso Sophia Cabral Foto de capa Paula Soares Fotografia Críticas e Sugestões ari@v3com.com.br Os ar tigos assin ados são de responsabilidade de seus autores e n ão expressam, n ecessariam ente, a opinião desta revista. Conselh o editorial Douglas Oliani Rocimar Santos Oliani Carmem Murara Everton Drohomeretski Fatima Chueire Hollanda Marcio Mocellin


EDITOR I AL

10 A S D Ú VIDAS E D ESAFIO S D O NOVO ENSINO M ÉD IO

E N TR EVI STA DO MÊ S

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Respeito e tolerância

O papel da educação no combate à intolerância religiosa

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Saúde mental em foco

Cuidar do bem-estar dos professores é o primeiro passo para se ter um ensino de qualidade

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Quando o aluno exige demais de si mesmo

Quase 19 milhões de brasileiros sof rem com algum tipo de transtorno de ansiedade, segundo dados da OMS

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Reformular para avançar

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Lição de casa, ter ou não ter?

O debate sobre os tradicionais deveres de casa ainda divide educadores

Para Claudia Costin, só será possível reverter os prejuízos causados pela pandemia no quadro educacional se for formulada uma nova agenda do ensino


ED I TORIAL

Douglas Oliani Presidente do Sinepe/PR

Passados os primeiros seis meses de 2022, é possível as-

O momento é de parar, respirar e avaliar. No contexto atual

similarmos, na prática, os impactos dos últimos dois

em que chegamos compreendendo revisadas e recupera-

anos sobre o ensino de modo geral. Inclusão digital, au-

das em grande e, em maior parte, das perdas educacionais

las híbridas, novas dinâmicas educacionais, o novo ensi-

advindas da pandemia, é chegada a hora de lançarmos

no médio e o impedimento do convívio social - devido ao

para o futuro os novos desafios. As escolas particulares es-

isolamento - são alguns dos fatores que deixam clara a in-

tarão focadas nas próximas etapas do novo ensino médio

fluência do período pandêmico no dia a dia pedagógico.

que modificará as metodologias de ensino a partir do Fundamental I e II. Concomitante às metodologias também

Nesta edição da Revista Escada, do Sinepe/PR, procuramos

será necessário revisitar os nossos métodos e sistemas de

entender melhor de que forma tais mudanças vêm afetan-

avaliação da aprendizagem e para tanto teremos que tra-

do a rotina em sala de aula. Para tanto, um balanço rápi-

balhar sob a ótica de novos paradigmas. Outro detalhe

do sobre como o novo ensino médio tem sido assimilado

importante será sobre como serão avaliados nossos estu-

pelos educadores, na prática, mostra-se bastante esclare-

dantes nos próximos processos avaliativos como o ENEM,

cedor. Na seara dos impactos provocados pela pandemia

entre outros… e não resta dúvida de que será necessário

na saúde mental, buscamos elencar algumas alternati-

nos prepararmos para estas etapas e assim focalizando

vas para garantir a otimização do ensino de modo a pre-

principalmente a gestão profissionalizada das escolas.

servar tal aspecto emocional dos principais agentes da educação: os professores. Também traremos discussões

Nosso agradecimento a todos, e uma ótima leitura.

importantes a respeito da implementação de políticas

Forte abraço.

de diversidade e tolerância religiosa no ambiente escolar, além de questionamentos sobre o papel do dever de casa no aprendizado, armadilhas da personalidade perfeccionista e o uso da tecnologia no ambiente acadêmico.

Boa leitura a todos.


EXPE DI E N T E

SINEPE/PR Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná www.sinepepr.org.br | www.facebook.com/sinepepr

CONSELHO DIRETOR - GESTÃO 2020-2022

Adriana Veríssimo Karam Koleski Durval Antunes Filho Ir. Maria Zorzi Dorojara da Silva Ribas Valdecir Cavalheiro Magdal Justino Frigotto Volnei Jorge Sandri Rogério Pedrozo Mainardes

CONSELHEIROS 1.º Conselheiro 2.º Conselheiro 3.º Conselheiro 4.º Conselheiro 5.º Conselheiro 6.º Conselheiro 7.º Conselheiro 8.º Conselheiro 9.º Conselheiro 10.º Conselheiro 11.º Conselheiro 12.º Conselheiro 13.º Conselheiro 14.º Conselheiro 15.º Conselheiro 16.º Conselheiro 17.º Conselheiro

Mauricio Ribeiro Ronaldo Campos Cavalheri Dinamara Pereira Machado Acedriana Vicente Vogel Cristiane Mello David

CONSELHO FISCAL Efetivos Suplentes Dilceméri Padilha de Liz Marta Regina Andre Orlando Serbena Gisele Matovani Pinheiro Luiz Antônio Michaliszyn Filho José Mário de Jesus

DIRETORIA EXECUTIVA Presidente Douglas Oliani 1.º Vice-Presidente Sérgio Herrero Moraes 2.º Vice-Presidente Celso Hartmann Diretor Administrativo Haroldo Andriguetto Junior Diretor Econômico/Financeiro Rosa Maria Cianci Vianna de Barros Diretor de Legislação e Normas Nilson Izaias Pegorini Diretor de Planejamento Carmem Regina Murara DIRETORIA DE ENSINO Diretor de Ensino Superior Diretor de Ensino Médio/Técnico Diretor de Ensino Fundamental Diretor de Ensino da Educação Infantil Diretor de Ensino dos Cursos Livres Diretor de Ensino dos Cursos de Idiomas Diretor de Ensino das Academias Diretor de Marketing Diretor de Ensino da Educação Profissional Técnica de Nível Médio Diretor de dos Cursos Pré-Vestibulares Diretor de EaD Diretor de Sistemas de Ensino Diretor de Ensino de Pós-Graduação

Fábio Hauagge do Prado Cristiano Vinícius Frizon Pe. José Alves de Melo Neto Raquel Adriano M. Maciel de Camargo Everton Drohomeretski Leonora Maria J. M. Rossato Pucci Artur Gustavo Rial Rocimar Santos Oliani Josiane Domingas Bertoja Jaime Maurício Marinero Vanegas Raphael Bonatto Fernando Luiz Fruet Ribeiro Osni Mongruel Júnior Fabrício Pretto Guerra Gelson Luiz Uecker Bruno Ramos Neves Branco Silmara Marchioretto

DELEGADOS REPRESENTANTES - FENEP Ademar Batista Pereira Douglas Oliani

DIRETORIAS REGIONAIS REGIONAL CAMPOS GERAIS Diretor Presidente - Osni Mongruel Junior Diretor de Ensino Superior - Patrício Vasconcelos e José Sebastião Fagundes Cunha Filho Diretor de Ensino da Educação Básica - Rosângela Graboski e Valquíria Koehler de Oliveira Diretor de Ensino da Educação Infantil - Bianca Von Holleben Pereira e Carla Moresco Diretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas Paul Chaves Watkins REGIONAL CATARATAS Diretor Presidente - Artur Gustavo Rial Diretor de Ensino Superior - Fábio Hauagge do Prado Diretora de Ensino da Educação Básica - Edite Larssen Diretor de Ensino da Educação Infantil - Ana Paula Krefta Diretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas Lucimar Neis

REGIONAL CENTRAL Diretor Presidente - Dilceméri Padilha de Liz Diretor de Ensino Superior - Roberto Sene Diretor de Ensino da Educação Básica - Cristiane Siqueira de Macedo e Juelina Marcondes Simão Diretor de Ensino da Educação Infantil - Ir. Roselha Vandersen e Ir. Sirlene N. Costa Diretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas Marcos Aurélio Lemos de Mattos REGIONAL SUDOESTE Diretor Presidente - Fabricio Pretto Guerra Diretor de Ensino Superior - Ivone Maria Pretto Guerra Diretor de Ensino da Educação Básica - Velamar Cargnin Diretor de Ensino da Educação Infantil - Márcia Fornazari Abasto Diretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas Vanessa Pretto Guerra Stefani

REGIONAL OESTE Diretora Presidente - Marta Regina Andre Diretora de Educação Infantil - Sônia Regina Spengler Xavier Diretor de Educação Básica - Valmir Gomes Diretor de Ensino Superior - Gelson Luiz Uecker Cursos Livres/idiomas - Denise Veronese REGIONAL LITORAL Diretor Presidente - Luiz Antonio Michaliszyn Filho Diretor de Ensino Superior - Ivan de Medeiros Petry Maciel Diretor de Ensino da Educação - Básica (Ensino Fundamental)- Selma Alves Ferreira Diretor de Ensino da Educação Básica (Ensino Médio) - Mirian da Silva Ferreira Alves Diretor de Ensino da Educação Infantil - Lilian R. M. Borba Diretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas Liliane C. Alberton Silva


R es p ei to e tolerâ n c i a O pa pel da edu ca ç ã o n o co mbate à i ntolerân ci a religios a Foto: unsplash.com

Por Camila Acordi

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Dados divulgados no início deste ano indicam que em 2021 o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos recebeu 586 denúncias de intolerância religiosa. Trata-se de um aumento de 141% em comparação com o ano anterior. O Paraná é um dos estados com maior registro de casos, muitos relacionados a religiões de matriz africana, como umbanda e candomblé. Nesse cenário, a educação é crucial para se ter uma estratégia de combate à intolerância. Para a mestre em Educação, doutora em Teologia e professora de Cultura Religiosa na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Edile Maria Fracaro Rodrigues, compreender o outro é o primeiro passo. Isso porque é preciso conhecer para poder respeitar e a escola tem um papel fundamental na criação de um espaço de troca. Esse ambiente pode ser proporcionado pelas aulas de Ensino Religioso.

cer conceitos a partir da realidade de cada um, pois o indivíduo conhece o mundo a partir de si mesmo. É preciso, portanto, incentivar e fomentar a solidariedade, sem atos celebrativos, mas a partir de um espaço de convivência. Para estudantes mais velhos, como os que já estão na universidade, estabelecer debates sobre intolerância religiosa é essencial. “Nas aulas, sempre busco trazer questões atuais para que os alunos criem uma visão crítica sobre o assunto e, assim, compreendam suas próprias ações”, comenta a docente da PUCPR.

“O Ensino Religioso sempre foi um tema muito debatido e passou por várias fases, desde o modelo confessional até o inter-religioso”, comenta Edile. “A disciplina faz parte de todas as nossas constituições republicanas, está estabelecida em lei e deve respeitar a singularidade de cada estudante”. A educação religiosa, ao contrário do que muitos podem imaginar, não deve ter caráter doutrinador, mas estabelecer discussões sobre liberdade religiosa e respeito. Cada nível escolar possui um método diferente de abordagem. Para os pequenos, é preciso estabele-

nos separa. Essa é a regra de ouro das religiões, é o fio condutor que consta nos princípios e valores de todas as doutrinas”, destaca a professora. Deve-se, portanto, incentivar a liberdade individual de cada um – sempre respeitando o próximo –, estimular o pensamento ético, moral e responsável, estimular a percepção da religião como cultura e expressão de uma comunidade e vê-la como igual. Dessa forma, a escola estabelece oportunidades para um futuro no qual o preconceito religioso não tenha lugar.

Espaço de acolhimento Como o Brasil é marcado pela diversidade de religiões e culturas, a escola é o ambiente ideal para a promoção do respeito. Segundo Edile, o papel das instituições de ensino não é negar a paixão religiosa, mas compreendê-la como componente identitário, que merece respeito. “Deve-se buscar o que nos une e não o que

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Saúde mental em foco Cu i d a r do bem - es tar dos profes s ore s é o prim e iro pa s s o para se ter um ens in o d e q ua lida de Por Rafaela Morozetti

Foto: shutterstock.com

Nos últimos tempos, a capacidade de adaptação foi fundamental para a sociedade conseguir manter sua rotina e obrigações, sobretudo no meio acadêmico. Durante o período mais grave da pandemia do Covid-19, pais e alunos tiveram que lidar com a nova forma de ensino que o isolamento social trouxe. Com a volta do modelo presencial, estudantes se veem ansiosos e esgotados depois de um longo período longe das salas de aula - ao menos fisicamente. Enquanto todos passam por uma fase de adaptação, os professores sentem a exaustão na pele, já que estão na linha de frente desse movimento e precisam lidar com as transformações da educação. Ressalte-se que a relação professor-aluno é uma das mais importantes da vida de um indivíduo, desde a Educação Infantil até o Ensino Superior. A expectativa que o docente deposita no estudante está diretamente relacionada ao rendimento e sucesso do aluno.

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Segundo Clovis Amorim, psicólogo, psicoterapeuta e professor do curso de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), a empatia dos educadores é um dos fatores mais fundamentais para o processo de ensino e aprendizagem. Ao mesmo tempo, profissionais exaustos não são capazes de gerar as relações motivadoras e prazerosas que aumentam o interesse dos jovens no processo pedagógico. “Há diversos fatores que podem afetar a saúde mental dos professores, do comportamento dos alunos à precarização das condições de trabalho. Sobrecarga de tarefas, salário baixo e excesso de burocracia, por exemplo, são possíveis motivos da degradação do bem-estar de um profissional”, pontua.

“Um professor adoecido, desanimado, insatisfeito e exausto dificilmente será bom, independentemente do seu currículo”, afirma a pedagoga. Os alunos também podem ser grandes aliados da saúde mental dos professores. A empatia necessária, citada pelo professor Clovis anteriormente, precisa vir dos dois lados. Quando os estudantes demonstram interesse e solidariedade em relação aos desafios que os educadores enfrentam, o ensino se torna mais prazeroso e, consequentemente, mais proveitoso para todos. Disciplina, respeito e participação também são princípios essenciais à rotina das aulas.

Próximos passos Com todos os desafios e dificuldades que o ensino a distância trouxe, é imaginado que o retorno às atividades presenciais ocorra de forma fácil e rápida, mas não é bem assim. O ensino presencial tem muitas vantagens, claro, mas caso os professores e alunos não tenham assistência durante mais uma mudança, os resultados não serão tão bons quanto o esperado. Recentemente, Josy Cristine Martins, da UP, percebeu o aumento de casos de ansiedade, depressão e incertezas nas salas de aula. “A melhora ou não do bem-estar do professor envolve aspectos que vão muito além da quarentena. Se retornarmos para a mesma realidade de antes, não acredito que haverá, de fato, uma melhora”, afirma a profissional. Por isso, mais do que nunca, é preciso aproveitar a proximidade que as atividades presenciais proporcionam para prestar apoio e compreender os desafios de cada um.

Como podemos ajudar? O principal suporte dado aos professores deve vir das próprias instituições de ensino. Uma saída, de acordo com Amorim, é oferecer autonomia e liberdade aos educadores, de modo que consigam participar da elaboração do projeto de ensino, criando uma gestão democrática e participativa. Especialmente no pós-pandemia, é preciso agir individualmente, ou seja, estar atento a possíveis mudanças no comportamento de cada profissional para poder prestar o apoio necessário. A psicóloga e professora Josy Cristine Martins, responsável pelo curso de Psicologia da Universidade Positivo (UP), acredita que priorizar a saúde mental dos educadores é o primeiro passo para se ter um ensino de qualidade.

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As dúvidas e desaf ios do Novo Ensino Médio Um dos desta ques da mudan ça foi a in clusã o do Projeto de Vida, volta do a aprim orar as competên cias socioem ocionais dos a dolescentes Por Natalia Basso

Aprovada em 2017, a Reforma do Ensino Médio trouxe o aumento da carga horária e uma matriz curricular mais flexível. Além disso, o Ministério da Educação (MEC) definiu os conteúdos a serem ofertados no Novo Ensino Médio, que começou a ser implementado nas escolas do país de forma progressiva neste ano.

Um dos destaques do formato foi a inclusão, no currículo, do chamado Projeto de Vida, que busca desenvolver de forma integrada as áreas acadêmica, profissional, social e pessoal do adolescente, baseadas no aprimoramento de competências socioemocionais. Na prática, a professora de Projeto de Vida e

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Empreendedorismo do Colégio Cinder, de Lajedo (PE), Jennefer Azevedo da Silva, comenta que a principal mudança trazida pelo Novo Ensino Médio foi a forma de organizar a prática pedagógica. “Nos anos anteriores, tínhamos uma base, um direcionamento. Agora, com os Itinerários Formativos, as coisas mudaram. Os conteúdos vêm ‘misturados’ porque a abordagem é interdisciplinar. Isso acontece, por exemplo, com os componentes curriculares Português, Literatura e Arte. O novo formato nos instiga a pesquisar e sempre aprimorar nossa metodologia e prática pedagógica”, conta. A professora conta que vê vantagens no novo formato. Segundo ela, um dos pontos positivos observados foi o fato de que os livros estão menos conteudistas no que se refere aos Itinerários Formativos. Na Formação Geral Básica (FGB), por sua vez, há muito conteúdo, gerando bimestres apertados e outros mais folgados. De acordo com Jennefer, nesse cenário, é preciso trabalhar com equilíbrio. Alguns pontos, contudo, ainda estão sendo descobertos e melhorados no dia a dia do novo currículo. “Os estudantes estão se adaptando e percebo que esse processo foi mais rápido com os Itinerários Formativos. Já com a Formação Geral Básica, no início, os jovens ficaram um pouco mais tensos, mas está melhorando com o passar do tempo. Acredito que um dos pontos a serem revistos é a quantidade de questões. Se pudermos reduzir um pouco isso, poderemos tornar o aprendizado mais leve”, revela a docente.

Na visão do aluno Questionada sobre o que é o Novo Ensino Médio, a aluna Maria Clara Cordeiro dos Santos, do 1° ano do Ensino Médio do Colégio Cinder, citou alguns pontos, como novas matérias, como Empreendedorismo e Projeto de Vida, e que talvez haja mudanças no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), com a adição de questões abertas. O que a estudante comenta, entretanto, é que gostaria de aprender mais por meio da união da teoria com a prática. “Queria que os professores buscassem sempre uma forma didática de repassar o assunto e que conciliassem a teoria à prática, promovendo uma interação com ambientes diferentes”, explica, acrescentando que, para ela, o currículo atual ainda não preenche todos os requisitos que considera necessários para sua formação. “Creio que a instituição de ensino poderia adicionar matérias relacionadas a primeiros socorros e educação bancária, por exemplo”, finaliza.

“Os estudantes estão se adaptando e percebo que esse processo foi mais rápido com os Itinerários Formativos. Já com a Formação Geral Básica, no início, os jovens ficaram um pouco mais tensos, mas está melhorando com o passar do tempo.”. Jennefer Azevedo da Silva, professora do Colégio Cinder, de Lajedo (PE)

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Quando o aluno exige demais de si mesmo Quase 19 milhões de brasileiros sof rem com algum tipo de transtorno de ansiedade, segundo dados da OMS Por Natalia Basso

No ambiente acadêmico, o excesso de preocupação com o desempenho escolar, boas notas e resultados é um dos maiores problemas dos estudantes. Em abril deste ano, um episódio com um grupo de alunos de uma escola no Recife (PE) jogou ainda mais luz sobre esse cenário, quando estudantes foram atendidos com sintomas de crise de ansiedade, como falta de ar e taquicardia. No Brasil, porém, essa é a realidade de grande parcela da sociedade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 18,6 milhões de brasi-

leiros sofrem com algum tipo de transtorno de ansiedade. Trata-se da maior taxa do planeta. Para poder ajudar os jovens em idade escolar, pais e professores devem estar atentos, inclusive em relação às suas próprias atitudes, a fim de não agravar o problema. Psicopedagoga da escola Interpares, de Curitiba (PR), e consultora da Plataforma Educacional Famifaré, Dayse Campos explica que os erros mais comuns são o excesso de exigência e o exagero na cobrança sem empatia.

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“Pais que cobram demais da criança acabam dando a entender que qualquer coisa que ela faça é pouco. Isso gera um nível alto de insatisfação, tanto para os pais quanto para o aluno. Sabe aquela história de que a criança chega com uma nota 8,9 e os pais dizem que ela não fez mais que a obrigação? É um equívoco, porque a criança fez, sim, mais que a obrigação, ela está acima da média. É preciso, então, ensiná-la a valorizar suas conquistas e as dos outros. Do contrário, a criança fará tanto esforço para agradar que não vai sobrar energia mental para outras tarefas”, pontua. Segundo a especialista, as características do perfeccionismo podem aparecer ainda no período conhecido como primeira infância, durante a Educação Infantil. “Na escola Interpares, por exemplo, ficamos muito atentos a alguns comportamentos que as crianças apresentam, como procrastinação, quando vão deixando as coisas para depois ou empurrando para os outros responsabilidades que são suas, como guardar seus pertences na mochila ou organizar os brinquedos. Já com as crianças maiores, ficamos atentas ao tempo de resposta. Crianças perfeccionistas costumam a ser mais lentas na aprendizagem porque levam tanto tempo pensando em tudo o que precisam fazer para serem perfeitas que acabam não fazendo a atividade ou entregando as respostas pela metade”, afirma. Além disso, três características são comuns a esse perfil de aluno. A primeira é que as crianças perfeccionistas tendem a não saber brincar, porque o ato de brincar não tem uma exatidão e crianças perfeccionistas não gostam de mo-

mentos lúdicos e criativos. A segunda é que as crianças perfeccionistas apresentam baixa autoestima, porque estão sempre se comparando e exigindo que o adulto olhe para os defeitos dos outros e, assim, não olhe para ela. A terceira, por fim, é que crianças perfeccionistas apresentam inflexibilidade de pensamento. Nas pequenas, parece uma birra, enquanto nas grandes parece uma “preguiça de pensar”, pois não aprofundam seus pensamentos e ideias por acreditarem que já sabem muito. Estar atento aos sinais, portanto, é fundamental para procurar ajuda de um profissional o quanto antes. “É uma pena que os pais procurem atendimento para as crianças somente quando eles não aguentam mais, quando já tentaram de tudo, quando estão esgotados, em sofrimento. O momento certo para procurar um psicólogo é assim que os primeiros sinais forem identificados”, reforça Dayse. A psicopedagoga ainda ressalta alguns pontos que podem ser desenvolvidos pela escola e pelos pais para ajudar os estudantes com esse perfil. “A instituição de ensino pode auxiliar, principalmente, promovendo situações de brincadeira e desafiando os jovens a pensarem diferente, flexibilizando as ideias e comportamentos. Aos pais, cabe observar o quão perfeccionistas os filhos são, o quão inflexíveis eles são, pois o comportamento de uma criança nunca é de responsabilidade exclusiva da criança. Tudo o que ela faz é sustentado por alguém. Se ela apresenta características perfeccionistas, é porque há pessoas no seu entorno com esse mesmo padrão de funcionamento”, conclui.

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A lição de casa é uma rotina para crianças e adolescentes não apenas do Brasil, mas do mundo todo, tendo essas atividades a função de ajudar a fixar o assunto visto em sala de aula. O debate sobre a importância dos deveres, contudo, ainda divide pedagogos e professores. Afinal, as tarefas de casa realmente são necessárias? Doutor em Letras e professor de Pedagogia da Universidade Positivo (UP), Benedito Costa Neto explica que as atividades enviadas pela escola para serem realizadas em casa têm como uma de suas funções unir a educação formal da instituição de ensino à educação informal da família. De acordo com o especialista, o “casamento” entre esses dois tipos de educação é que vai permitir à criança se desenvolver plenamente. Além disso, o dever de casa atua como uma espécie de monitor de aprendizagem.

Lição de casa, ter ou não ter?

“Quando os pais participam da realização do dever de casa, como é o recomendado para as crianças menores, a lição se torna uma forma dos responsáveis identificarem possíveis problemas de compreensão de conteúdo. Quando isso acontece, é necessário entrar em contato com a escola imediatamente”, destaca Costa Neto. No momento da lição, é possível perceber sinais como problemas de grafia, de coordenação e de atenção, para citar alguns, ajudando a identificar questões como Transtorno do Déficit de Atenção com Hi-

O debate sobre os tradicionais deveres de casa ainda divide educadores

Por Camila Acordi

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Benedito Costa Neto, Doutor em Letras e professor de Pedagogia da Universidade Positivo (UP)

passar uma atividade que envolva pesquisa online se o estudante não tiver computador em casa. O doutor em Letras também comenta que, no caso das crianças, as tarefas não devem se restringir à ludicidade. “Pinturas e recortes já deveriam ser uma atividade desenvolvida por lazer pelas famílias. O intuito do dever de casa é fixar o conteúdo aprendido em sala, e não apenas entreter”, pontua. Em casa, manter uma rotina é essencial para um bom aprendizado. É necessário que a família esteja atenta também ao espaço onde os filhos fazem a lição. “Uma criança com a agenda exageradamente cheia é inadequada para a educação, mas não ter uma programação da semana também se torna um empecilho para a dedicação dos pequenos”, diz o especialista. O ideal é propor um momento de 40 minutos a 1 hora para a realização dos deveres de casa, em um ambiente o mais silencioso possível. A presença dos pais também é recomendada para o acompanhamento do aprendizado.

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Foto: shutterstock.com

“Os educadores precisam ter noção dos alunos que têm. Saber os gostos e atividades de lazer que os estudantes apreciam é uma das estratégias para fomentar a curiosidade do aluno.”

peratividade (TDAH), perda de audição e até mesmo falhas na metodologia utilizada pela escola. Com uma reunião escolar e avaliação do quadro, chega-se às medidas que devem ser tomadas. A linha tênue entre o dever de casa ser ou não uma desmotivação é traçada de acordo com o tipo de tarefa estipulada. É preciso ter ciência de que ele é necessário, mas que não deve se tornar um fardo impossível de ser realizado pelos estudantes. “Os educadores precisam ter noção dos alunos que têm. Saber os gostos e atividades de lazer que os estudantes apreciam é uma das estratégias para fomentar a curiosidade do aluno. Assim, são elaborados exercícios que unem o conteúdo da sala de aula com as preferências da turma”, aponta o professor da UP. Para a família, uma forma válida de proporcionar uma atividade extraclasse é realizar visitações a museus, parques e bibliotecas. Às vezes, para os pais, é difícil suprir a educação fora do ambiente escolar. Procurar eventos gratuitos e que fomentem a curiosidade dos filhos, portanto, é uma boa forma de passar tempo de qualidade com a criança ou adolescente e contribuir com a sua educação formal. Segundo Costa Neto, para estipular um dever de casa que vá ser proveitoso para o estudante é fundamental que os professores conheçam a realidade dos alunos e de suas famílias. De nada adianta, por exemplo,


E N T R EVISTA D O MÊS

Foto: Divulgação

Se por um lado a pandemia acelerou a inclusão digital de alunos e professores, por outro, acentuou problemas educacionais e sociais no Brasil. Para as crianças, o afastamento da escola enquanto espaço físico dificultou a aprendizagem e a convivência. Já para os estudantes do Ensino Médio, os dois anos letivos com salas de aula fechadas e rodízio de alunos levaram ao aumento do abandono escolar e menor entrada no Ensino Superior, o que salientou ainda mais a desigualdade educacional brasileira. Em entrevista à Revista Escada, a diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais (CEIPE) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e ex-diretora global de educação do Banco Mundial, Claudia Costin, apontou alguns prejuízos causados pela pandemia na aprendizagem e indicou caminhos para que, com o tempo, a educação brasileira possa avançar em qualidade.

Reformular para avançar Para Claudia Costin, só será possível rever ter os prejuízos causa dos pela pan demia n o qua dro educa cional se for formula da uma n ova a gen da do ensin o Por Sophia Cabral

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mento por conta da pandemia trouxe prejuízos de saúde mental, de aprendizado e de desenvolvimento integral, incluindo habilidades socioemocionais. Já para os mais velhos, houve crises até mais graves, porque o adolescente tem que fazer uma certa ruptura com seus pais, começando a valorizar cada vez mais suas relações de amizade para poder construir sua própria identidade. Se ele conviveu exclusivamente com seus pais ou sequer ficou com eles, imerso em atividades voltadas às telas, terá prejuízos importantes na construção da sua própria identidade. Isso não apenas na aprendizagem no sentido mais cognitivo, de desenvolver competências, capacidades de leitura, de repertório cultural variado e uma mente investigativa, mas também na constituição de sua identidade e individualidade.

Ainda que a pandemia de Covid-19 tenha acelerado o uso de tecnologias no ensino, o afastamento da escola dificultou a aprendizagem, a alfabetização e a convivência, sobretudo para crianças e adolescentes. Como esses efeitos impactam na retomada? A escola é um local de transmissão de conhecimentos, mas não apenas isso. É por meio da escola que aprendemos a viver em uma sociedade mais ampla, viver para além da família. O isolamento das crianças – para além de problemas de saúde mental e risco de violência doméstica –, prejudica o aprendizado, uma vez que elas aprendem muito com seus colegas. Uma criança da Educação Infantil aprende a falar na relação com adultos, naturalmente, mas também na convivência com outras crianças. A brincadeira, aliás, é um mecanismo muito importante para o aprendizado de regras de convivência. Afastar a criança do ambiente de convivência com outras crianças e da supervisão de educadores prejudica o desenvolvimento integral. Em relação às crianças mais vulneráveis, a não imersão em um ambiente no qual a fala é um pouco mais sofisticada, em que há um livro, faz falta. Segundo pesquisadores, a Educação Infantil é um dos mecanismos mais importantes para nivelar diferenças de origem socioeconômica no desempenho escolar futuro. Para resumir: o afasta-

Um dos principais papéis das instituições de ensino é o de desenvolver habilidades emocionais e de convivência junto às crianças. Como o maior uso de tecnologias durante a pandemia pode ter afetado esse processo? A tecnologia em si não é boa ou ruim. Traz alguns danos quando utilizada de modo exagerado, mas também promove ganhos. Um dos legados positivos da pandemia – se é que podemos falar assim – foi justamente o fato de que houve uma ace-

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leração da inclusão digital de estudantes e professores. Com essa necessidade de garantir a continuidade da aprendizagem, foi preciso aprender outras formas de ensino que depois puderam ser incorporadas no formato presencial. Muitos alunos também aprenderam a pesquisar melhor, descobriram outras formas de interação, desenvolveram mais autonomia ao estudar. Se a escola souber usar isso a seu favor, vai ser muito interessante, inclusive no conceito de sala de aula invertida.

não comparecessem na primeira edição. Na segunda, sequer se inscreveram. Além disso, houve uma brutal evasão, principalmente no Ensino Médio. Nesse sentido, se olharmos para o ingresso no Ensino Superior, há uma grande preocupação. Se pegarmos os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), menos de 21% dos adultos brasileiros de 25 a 34 anos fizeram curso superior. Lógico que tudo isso pode ser resolvido se houver uma recomposição das aprendizagens perdidas e se o Brasil avançar em uma agenda do Ensino Médio que visa colocar as escolas em turno único e período integral, tanto para resolver os problemas das perdas de aprendizagem quanto no sentido de avançar para uma educação mais efetiva, de maior qualidade. Somente assim poderemos reverter esse quadro. Não há, por conseguinte, uma “bala de prata”, um segredo único. Temos que melhorar a política educacional no Brasil e ter um Ensino Médio que funcione, de fato. Nesse sentido, o Novo Ensino Médio irá construir alguns caminhos que, embora desafiadores, são melhores, porque aumentam a carga horária e dão a possibilidade de o jovem escolher seu itinerário formativo e se aprofundar em uma área. A pior coisa que pode existir para a qualidade da educação é ter 13 matérias obrigatórias espremidas em quatro horas de aula.

A pandemia também afetou o ingresso de jovens nas universidades, especialmente com a mudança na aplicação das provas do Enem. Como recuperar isso? E como diminuir a segregação e incluir jovens que tiveram menos condições de preparo e estudo por conta da pandemia? Infelizmente, vivemos uma crise muito grave na educação brasileira. Foram dois anos letivos praticamente inteiros de escolas fechadas ou com rodízio de alunos. Isso fez com que a aprendizagem fosse gravemente prejudicada e a desigualdade educacional brasileira, que já era grande, ficasse ainda pior. Essa falta de estudo em casa ou esse estudo insuficiente, que aconteceu principalmente com parte dos alunos de escolas públicas, fez com que muitos, apesar de terem se inscrito para o Enem,

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SAT [similar ao Enem], mas pedem também uma carta na qual o aluno escreve o motivo para querer entrar naquela universidade. O ensino equivalente ao que chamamos de graduação é mais curto. Normalmente, os cursos são de dois ou três anos e há o mestrado, que também tende a ser mais curto, e depois o doutorado. A meu ver, Harvard tem o mérito de tentar manter um corpo de alunos diverso, tanto do ponto de vista étnico como também de experiências de vida. Valorizam muito o fato de o estudante ter vivido uma experiência transformadora, inclusive no sentido social. Ter sido voluntário em uma área de grande vulnerabilidade, por exemplo, é algo que traz muito prestígio para o acesso. Na Faculdade de Educação, onde sou professora visitante, vi que os alunos são muito interessados em aprender e têm uma carga de demandas muito alta, com exigências acadêmicas de leitura e pesquisa muito elevadas.

Qual é a sua percepção sobre a formação dos docentes brasileiros? É evidente que os professores não estão bem preparados. Por outro lado, é nas crises que a gente mais avança. É importante lembrar que a formação inicial do professor no Brasil ainda é predominantemente teórica; ela não prepara para a mais complexa das profissões, que é a de professor. Vamos ter que mudar isso. O Conselho Nacional de Educação [CNE] aprovou, em 2019, as novas diretrizes de formação docente, seja a formação inicial ou continuada, que incorporam pontos como o maior diálogo entre teoria e prática. Agora, os professores vão, de alguma maneira, usar na sua prática aquilo que eles puderam aprender nesse período tão desafiador, colocar mais a “mão na massa” e utilizar metodologias mais ativas.

A sra. leciona em uma das melhores universidades do mundo, a Faculdade de Educação de Harvard. Que diferenças destacaria entre o sistema de ensino norte-americano e o brasileiro?

Agora, os professores vão, de alguma maneira, usar na sua prática aquilo que eles puderam aprender nesse período tão desafiador, colocar mais a “mão na massa” e utilizar metodologias mais ativas.

O sistema de Ensino Superior tem algumas diferenças. Nos Estados Unidos, não há um exame unificado de acesso à universidade, o que traz mais autonomia para as instituições selecionarem os alunos, tornando claras suas regras de admissão. Eles lançam mão de um exame chamado

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Acabou o recesso: e o que você fez? Por Maria Luiza Piccoli

As férias de julho passaram voando e, é na hora de voltar às atividades, que muita gente se dá conta de que não descansou como deveria. Se este foi seu caso, calma! Nem tudo está perdido. A hora é de assimilar o que poderia ter sido diferente e programar as próximas férias. Se o assunto é garantir o descanso, várias sugestões de atividades - como passeios ao ar livre, viagens e práticas que envolvam o convívio familiar - garantem a ‘reciclagem mental’ antes do retorno às atividades letivas. Outra sugestão que pode ser uma boa alternativa pra quem não vai poder viajar neste verão, são as boas e velhas colônias de férias, que podem salvar não somente os alunos, mas também pais e professores. Segundo a psicóloga e psicopedagoga do Sinepe/PR, Rocimar Santos Oliani, atividades ao ar livre e ocupação do tempo “ocioso” com atividades físicas e recreativas, contribuem para o desenvolvimento emocional e social, por oferecer momentos de aprendizagem, de partilha e de desenvolvimento de capacidades de liderança e tomada de decisões - habilidades essenciais para a otimização da aprendizagem e convívio dos estudantes no período letivo. VANTAGEM DA COLÔNIA DE FÉRIAS PARA OS PAIS Além de serem uma ótima alternativa para os pais que têm que trabalhar e precisam de uma companhia para os filhos durante o dia, as colônias de férias representam um ambiente seguro justamente por

contar com supervisão de monitores e profissionais - possibilitando aos pais trabalharem com tranquilidade sabendo que os pequenos estão curtindo as férias em segurança e também, desenvolvendo habilidades importantes para o desenvolvimento através das diversas atividades lúdicas ofertadas. VANTAGEM DA COLÔNIA DE FÉRIAS PARA OS PROFESSORES Para Rocimar, as colônias de férias são excelentes para oportunizar a integração de crianças de forma espontânea, prazerosa e educativa e assim, a criança possa se expressar através do lúdico incluindo o brincar, teatro, jogos entre outros momentos importantes para o aprendizado da criança. Através de múltiplas atividades fora do contexto de sala, as crianças entendem como funcionam os processos de interação, desenvolvem maior facilidade de aprendizado e organização de pensamentos, aperfeiçoando a escrita e aprendendo a trabalhar em equipe: resultados obtidos diretamente em sala de aula. “As férias representam momentos de excelência para o desenvolvimento da expressão e criatividade da criança. Essa liberdade é essencial ao seu crescimento psicológico e emocional oportunizando um desenvolvimento mais saudável e feliz. Por outro lado, as férias são um período importante para fortalecer o vínculo afetivo entre pais e filhos”, afirma.

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Cal e n d á ri o de evento s Evento: Covid-19 e Doenças Respiratórias na Infância e Adolescência Quando: 07 de julho às 19h Formato: Podcast Palestrante: Dra Elaine Kuzuo - Médica Pediatra Evento: Curso de Berçarista e Atendente Infantil Cuidar e Educar Quando: 14/07/2022 Formato: Podcast - Apresentação e Coordenação: Rocimar Santos Oliani ( Psicóloga e Psicopedagoga) - Palestrantes: Dra Andréa Peterman Chatagnier Sperandio( odontopediatra), Francielly Bestel ( enfermeira Padrão), Andréia Godoy Nogueira ( Pedagoga), Luciana Lima( Psicóloga), Gisele Mazuroski ( Pedagoga) e Luciane Marcos ( Psicóloga e Psicopedagoga). Realização: SINEPE-PR Evento: Superdotação e Altas Habilidades Quando: 21 de julho às 19h Formato: Podcast Palestrante: Consultora Educacional e Pesquisadora Maria Lúcia Sabatella Evento: Desafios para uma atuação estratégica no Ensino Superior Quando: 04 de agosto às 19h Formato: Podcast Palestrante: Prof. José Pio Martins Evento: Docentes e a Síndrome de Burnout Quando: 18 de agosto às 19h Formato: Podcast Palestrante: Psicólogo e Filósofo Davi Sidnei Lima Evento: Administrando Conflitos no Âmbito Escolar Quando: 25 de agosto às 19h Formato: Podcast Palestrante: Filósofo e Professor João Viesser Assista pelo canal do Sinepe/PR no Youtube – “Sindicato das Escolas Particulares”

Novas associ a d as

• Escola Sementinha Pré-Escolar e 1º Grau • Degraus do Saber Ltda • Talau Braga Educação Infantil Ltda • CEI Ame - Ensino Cristão Ltda • Moonshot Treinamento Ltda

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Rocimar Santos Oliani, Diretora de Eventos do Sinepe/PR.



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