Revista Escada - Edição 48

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A REVISTA DAS ESCOLAS PARTICULARES DO PARANÁ Número 48 | Ano 11 out/nov 2022 Publicação Sinepe/PR ENTREVISTA Os caminhos e desafios para o desenvolvimento científico no Brasil Página 16 Habilidades socioemocionais em pauta A ideia de um ensino que foca somente em competências técnicas ficou para trás Página 12 Página 08 Num contexto em que 78% dos brasileiros dizem estar endividados, educação financeira é fundamental Um futuro sem dívidas

Índice

Marcelo
Jornalista Responsável Ari Lemos | MTB 5954 Jornalistas Maria Luiza Piccoli Vasques | MTB 011538 Camila Acordi Natalia Basso Sophia Cabral Foto
capa Paula Soares Fotografia Críticas
Douglas
Rocimar Santos Oliani Carmem Murara Everton Drohomeretski Fatima Chueire Hollanda Marcio Mocellin
REVISTA ESCADA. Publicação Periódica de caráter informativo com circulação dirigida e gratuita. Desenvolvida para o Sinepe/PR. Conteúdo e Comercialização V3COM Projeto gráfico e Ilustrações V3COM Diagramação e arte-final
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e Sugestões ari@v3com.com.br Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, a opinião desta revista. Conselho editorial
Oliani

EDITORIAL ENTREVISTA DO MÊS

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UM FUTURO SEM DÍVIDAS

Num contexto em que 78% dos brasileiros dizem estar endividados, educação financeira é fundamental

Conversar é preciso

Feedback é importante aliado da gestão escolar para aprimorar o processo de ensino e aprendizagem

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Habilidades socioemocionais em pauta

A ideia de um ensino que foca somente em competências técnicas ficou para trás

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Atualização constante

Formação continuada deve fazer parte da rotina dos professores

É preciso desmistificar as exatas Por que muitas crianças e jovens não gostam de Matemática e números?

Os caminhos e desafios para o desenvolvimento científico no Brasil

Professor e pesquisador da PUCPR, Marcelo Távora Mira é o entrevistado desta edição da Escada

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Prezados leitores, Nesta penúltima edição de 2022 da Revista Escada, vamos abordar questões extremamente relevantes para a Gestão Escolar: educação financeira, a importância das habilidades socioemocionais e da formação continuada dos professo res, a desmistificação da área de exatas e o desenvolvimen to científico no Brasil.

A entrevista pingue-pongue desta edição foi realizada com o professor e pesquisador Marcelo Távora Mira, cientista nacional de Produtividade Nível 2 CNPq e responsável por processos de internacionalização da PUCPR. No bate-papo, Mira pontua as necessidades para o desenvolvimento cien tífico brasileiro e a manutenção dos pesquisadores no país.

Já a matemática e mestre em Tecnologia Rita Carolino contri bui com nossa publicação com um tema para lá de necessário: a desmistificação da Matemática, tão importante para que pos samos avançar qualitativamente na Educação e, consequente mente, nas avaliações educacionais e de aprendizagem. Como dica para os gestores, trazemos uma conversa com a doutora em Educação e coordenadora do curso de Pedago gia da Universidade Positivo, profª Valéria Brasil, que explica os benefícios de um feedback construtivo como importan

te aliado da gestão escolar e no aprimoramento do proces so de ensino e aprendizagem, destacando, principalmente, o caráter estratégico para aproximar o trabalho do docente dos objetivos da instituição de ensino.

O periódico contempla ainda uma matéria, da qual partici pa a pedagoga e profª Alessandra Langoski Lima, que abor da a educação financeira, ou a ausência dela, no país e o papel da inclusão, em 2020, de temas como orçamento, pla nejamento, juros e investimento na Base Nacional Comum Curricular para corrigir tal distorção, por meio da educação. Também damos espaço para tratar as soft skills, que cada vez mais ganham relevância no currículo educacional e pro fissional, numa matéria com a especialista em Desenvolvi mento Humano e Gestão de Pessoas Ana Maria Del Pino. Por fim, temos uma matéria da qual participa a doutora em Educação Física e membro do Centro de Ensino e Aprendi zagem da PUCPR profª Bárbara Maria Camilotti, acerca da importância da capacitação continuada para a prática do magistério em qualquer que seja o nível. Eis a nossa edição de número 48. Sendo assim, aproveito o momento para me despedir de nossos leitores como presi dente do Sinepe/PR, desejando a todos, mais uma vez, uma boa leitura!

EDITORIAL
Douglas Oliani Presidente do Sinepe/PR Douglas Oliani

SINEPE/PR

Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná www.sinepepr.org.br | www.facebook.com/sinepepr

CONSELHO DIRETOR - GESTÃO 2020-2022

DIRETORIA EXECUTIVA

Presidente Douglas Oliani

1.º Vice-Presidente Sérgio Herrero Moraes

2.º Vice-Presidente Celso Hartmann

Diretor Administrativo Haroldo Andriguetto Junior Diretor Econômico/Financeiro Rosa Maria Cianci Vianna de Barros

Diretor de Legislação e Normas Nilson Izaias Pegorini

Diretor de Planejamento Carmem Regina Murara

DIRETORIA DE ENSINO

Diretor de Ensino Superior Adriana Veríssimo Karam Koleski

Diretor de Ensino Médio/Técnico Durval Antunes Filho

Diretor de Ensino Fundamental Ir. Maria Zorzi

Diretor de Ensino da Educação Infantil Dorojara da Silva Ribas

Diretor de Ensino dos Cursos Livres Valdecir Cavalheiro

Diretor de Ensino dos Cursos de Idiomas Magdal Justino Frigotto

Diretor de Ensino das Academias Volnei Jorge Sandri

Diretor de Marketing Rogério Pedrozo Mainardes

Diretor de Ensino da Educação Profissional Técnica de Nível Médio Mauricio Ribeiro

Diretor de dos Cursos Pré-Vestibulares Ronaldo Campos Cavalheri Diretor de EaD Dinamara Pereira Machado

Diretor de Sistemas de Ensino Acedriana Vicente Vogel Diretor de Ensino de Pós-Graduação Cristiane Mello David

CONSELHEIROS

1.º Conselheiro Fábio Hauagge do Prado

2.º Conselheiro Cristiano Vinícius Frizon

3.º Conselheiro Pe. José Alves de Melo Neto

4.º Conselheiro Raquel Adriano M. Maciel de Camargo

5.º Conselheiro Everton Drohomeretski

6.º Conselheiro Leonora Maria J. M. Rossato Pucci

7.º Conselheiro Artur Gustavo Rial

8.º Conselheiro Rocimar Santos Oliani

9.º Conselheiro Josiane Domingas Bertoja

10.º Conselheiro Jaime Maurício Marinero Vanegas

11.º Conselheiro Raphael Bonatto

12.º Conselheiro Fernando Luiz Fruet Ribeiro

13.º Conselheiro Osni Mongruel Júnior

14.º Conselheiro Fabrício Pretto Guerra

15.º Conselheiro Gelson Luiz Uecker

16.º Conselheiro Bruno Ramos Neves Branco

17.º Conselheiro Silmara Marchioretto

CONSELHO FISCAL

Efetivos Suplentes

Dilceméri Padilha de Liz Marta Regina Andre Orlando Serbena Gisele Matovani Pinheiro Luiz Antônio Michaliszyn Filho José Mário de Jesus

DELEGADOS REPRESENTANTES - FENEP

Ademar Batista Pereira Douglas Oliani

DIRETORIAS REGIONAIS

REGIONAL CAMPOS GERAIS

Diretor Presidente - Osni Mongruel Junior Diretor de Ensino Superior - Patrício Vasconcelos e José Sebastião Fagundes Cunha Filho

Diretor de Ensino da Educação Básica - Rosângela Graboski e Valquíria Koehler de Oliveira

Diretor de Ensino da Educação Infantil - Bianca Von Holleben Pereira e Carla Moresco

Diretor de Ensino dos Cursos Livres/IdiomasPaul Chaves Watkins

REGIONAL CATARATAS

Diretor Presidente - Artur Gustavo Rial

Diretor de Ensino Superior - Fábio Hauagge do Prado Diretora de Ensino da Educação Básica - Edite Larssen Diretor de Ensino da Educação Infantil - Ana Paula Krefta

Diretor de Ensino dos Cursos Livres/IdiomasLucimar Neis

REGIONAL

CENTRAL

Diretor Presidente - Dilceméri Padilha de Liz Diretor de Ensino Superior - Roberto Sene Diretor de Ensino da Educação Básica - Cristiane Siqueira de Macedo e Juelina Marcondes Simão Diretor de Ensino da Educação Infantil - Ir. Roselha Vandersen e Ir. Sirlene N. Costa

Diretor de Ensino dos Cursos Livres/IdiomasMarcos Aurélio Lemos de Mattos

REGIONAL SUDOESTE

Diretor Presidente - Fabricio Pretto Guerra

Diretor de Ensino Superior - Ivone Maria Pretto Guerra

Diretor de Ensino da Educação Básica - Velamar Cargnin

Diretor de Ensino da Educação Infantil - Márcia Fornazari Abasto

Diretor de Ensino dos Cursos Livres/IdiomasVanessa Pretto Guerra Stefani

REGIONAL OESTE

Diretora Presidente - Marta Regina Andre

Diretora de Educação Infantil - Sônia Regina Spengler Xavier

Diretor de Educação Básica - Valmir Gomes

Diretor de Ensino Superior - Gelson Luiz Uecker Cursos Livres/idiomas - Denise Veronese

REGIONAL LITORAL

Diretor Presidente - Luiz Antonio Michaliszyn Filho

Diretor de Ensino Superior - Ivan de Medeiros Petry Maciel

Diretor de Ensino da Educação - Básica (Ensino Fundamental)- Selma Alves Ferreira

Diretor de Ensino da Educação Básica (Ensino Médio) - Mirian da Silva Ferreira Alves

Diretor de Ensino da Educação Infantil - Lilian R. M. Borba

Diretor de Ensino dos Cursos Livres/IdiomasLiliane C. Alberton Silva

EXPEDIENTE

Conversar é preciso

Feedback é importante aliado da gestão escolar para aprimorar o processo de ensino e aprendizagem

Foto: unsplash.com
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Mesmo parecendo um estrangeirismo recente no mar de termos corporativos, o feedback tem uma história antiga e remonta à Revolução In dustrial – iniciada no século 18 –, quando James Watt usou a ferramenta para compreender os desperdícios de combustíveis nas máquinas a partir de respostas dos níveis da maquinaria. Útil em diversos meios, o feedback, que con siste na comunicação de uma resposta em re lação a determinado acontecimento, pode ser um grande aliado da gestão escolar. “A escola constrói sua unidade pedagógica por meio do trabalho de todos os profissionais. Nes se contexto, os feedbacks construtivos pontuam os caminhos a serem construídos, incentivam os pontos assertivos e reconduzem aspectos que, por vezes, necessitam ser redimensiona dos”, comenta Valéria Brasil, doutora em Edu cação e coordenadora do curso de Pedagogia da Universidade Positivo (UP).

Para realizar um feedback construtivo, a espe cialista afirma que é preciso compreender que a avaliação do processo não é definida por um mo mento específico, numa lógica de “apagar incên dios”. Numa gestão bem planejada, o feedback precisa ser entendido como uma ferramenta contínua, que faz parte do cotidiano dos gestores. Valéria destaca algumas estratégias para que se desenvolva um ambiente escolar coerente, como realizar o acompanhamento do professor recém-chegado ao ambiente escolar. “Nessa fase, o docente está em adaptação quanto às diretrizes da unidade escolar. Assim, o acompanhamento pelos gestores é funda mental para que o profissional se aproxime do ideário pedagógico constituído pela institui ção”, pontua a professora da UP.

Quando o educador já está integrado, realizar avaliações sobre o seu trabalho é fundamental, pois é nesse momento que os profissionais siste matizam seus propósitos e intenções pedagógi

cas e demonstram sua intencionalidade didática. Com a avaliação, é possível aproximar o trabalho do docente dos objetivos da instituição.

Completando o ciclo de acompanhamento, analisar os resultados avaliativos dos alunos é outra boa oportunidade para que os professo res possam refletir sobre o que vem sendo de senvolvido. Isso porque a verificação minucio sa dos processos educativos para a tomada de decisões em sala de aula permite um gerencia mento de iniciativas mais assertivas, produzin do resultados melhores.

Sinais como baixo aproveitamento dos alunos; dificuldades do professor na gestão de sala de aula; docentes que demonstram esgotamento físico ou mental; saúde fragilizada; reclamações dos pais, alunos ou professores; desentendi mentos entre alunos; e dificuldades na relação professor/aluno demonstram a necessidade de repensar as estratégias utilizadas.

“A sala dos professores é um bom parâmetro de escuta da gestão para acompanhamento do trabalho docente realizado. Podemos nos surpreender com as conversas e diálogos que ocorrem nesse espaço”, acrescenta Valéria.

Compartilhar experiências entre colegas e am pliar olhares para novas metodologias de ensino é uma forma de melhorar o rendimento escolar das classes, além da autoavaliação constante em sala de aula através de respostas diárias de estímulos pelos alunos.

A escola, ao perceber a necessidade de altera ção de estratégias de ensino, deve incluir estu dantes e pais em um plano de ação pedagó gico. Valéria esclarece, contudo, que algumas escolas não compartilham a necessidade per cebida por medo de serem notadas em suas fraquezas. Para isso, é preciso desmistificar a ideia de “fragilidade” e envolver os alunos e fa mílias para a busca de um melhor resultado em conjunto com o corpo docente.

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Um futuro sem dívidas

Num contexto em que 78% dos brasileiros dizem estar endividados, educação financeira é fundamental

Por

Orçamento, planejamento, juros e investimentos são temas que, desde 2020, conforme previsão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), os currículos da educação básica – da Educação In fantil ao Ensino Médio – precisam abordar. Com a educação financeira entre as competências de ensino exigidas, as temáticas são trabalhadas a partir de uma abordagem transversal, ou seja, integrando diferentes disciplinas. Mas em um país altamente endividado, como é possível aplicar as definições da BNCC para uma mudança efetiva na sociedade? Para a pe dagoga, professora auxiliar do Colégio Positivo e professora regente do Colégio Fênix Alessandra Langoski Lima, a chave está em uma integração entre comunidade e escola. “A partir do momento em que se começa a fo mentar nas crianças e adolescentes a cultura do uso consciente do dinheiro, esse nível de ina dimplência tende a diminuir, porque há a cons ciência do quanto se pode gastar e de como usar o dinheiro. E isso deve ser iniciado desde cedo, numa parceria entre escola, pais e comunidade”, afirma a especialista.

Foto: shutterstock.com 8

De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confe deração Nacional do Comércio de Bens, Servi ços e Turismo (CNC), o endividamento e a ina dimplência bateram recorde no Brasil em julho deste ano, com o cartão de crédito despontando como o maior vilão do grupo. A parcela das famí lias que se autodeclararam endividadas chegou a 78%. Ao mesmo tempo, as que afirmaram ter dívidas em atraso chegaram a 29%, também um recorde da Peic.

Para Alessandra, a combinação entre os conteú dos apresentados em sala e a aplicação em casa pode formar cidadãos mais conscientes em rela ção ao uso do dinheiro, com uma nova mentali dade para o futuro.

“Os pais têm o papel de colocar a educação fi nanceira em prática, no dia a dia. Em sala, de monstramos a teoria, mas quem vai dar os meios são os pais em casa, em situações de mercado, farmácia ou de ir a uma padaria, para realmente levar a questão para a realidade dos estudantes”, pontua, acrescentando que quando a criança leva informações para dentro de casa, os pais tendem a absorver, procurar mais referências e refletir sobre essas mudanças, o que gera um efeito cascata positivo.

Da implantação à prática efetiva Como costuma ocorrer com todos os novos componentes curriculares, a implantação da te mática da educação financeira nas escolas teve seu período de adaptação. Hoje, as atividades já fazem parte da rotina das instituições em um ensino transversal. Para crianças de 7 e 8 anos de idade, por exem plo, Alessandra explica que o ensino deve ocor

rer a partir de casos práticos que demonstrem a realidade num nível que possa ser compreen dido pelos alunos. Para lidar com o sistema mo netário, a pedagoga utiliza a simulação de um supermercado. Com cada item precificado, os estudantes se dividem entre consumidores e responsáveis pelo caixa, tendo que lidar com a dinâmica da compra.

“Eles devem saber lidar com o valor que têm, so mar as cédulas, subtrair para devolver troco e to das as outras questões que envolvem a compra.

Para eles, essas situações são maravilhosas, por que brincam, divertem-se e fazem uso de tudo o que temos ensinado”, explica.

A pedagoga também recorre à cantina da escola. Em data combinada com os pais, as crianças le vam um valor previamente determinado e no dia devem escolher algum produto que custe menos ou seja do mesmo valor que a quantia levada. Para as demais idades, a metodologia funciona basicamente da mesma maneira, sempre adap tando as situações para cada faixa etária. Con ceitos como juros e porcentagem são ensinados a partir do 5º ano, junto com outras abordagens de cálculo.

“Simulamos uma compra em que é possível pa gar parcelado, mas, claro, com juros. Assim, en sinamos o que seria esse juro, bem como seus riscos e consequências”, conta Alessandra. De qualquer forma, a especialista ressalta que, independentemente da idade, o ensino só é efe tivo a partir da integração com a comunidade. Com ações que envolvam o grupo social do qual o aluno participa (a família, geralmente) é possí vel atingir os objetivos e até expandir a educação financeira para os familiares.

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Habilidades socioemocionais em pauta

A ideia de um ensino que foca somente em competências técnicas ficou para trás

As competências emocionais estão ganhan do cada vez mais relevância no currículo, tanto escolar quanto profissional. Habilida des como comunicação e resolução de pro blemas hoje são tão importantes quanto a capacidade técnica. Uma competência não anula a outra, mas ambas podem ser traba lhadas juntas para uma melhoria geral do ensino, conforme prevê a Base Nacional Co mum Curricular (BNCC).

A BNCC foi homologada em 2017 com o ob jetivo de determinar as habilidades e com petências que devem ser aplicadas no mo delo de ensino brasileiro. Com isso, a ideia é oferecer uma formação integral e demo crática aos alunos, desde a Educação In fantil até o Ensino Médio. É necessário que os conteúdos ministrados sigam a mesma base tanto para a rede pública de ensino quanto para a privada.

Foto: shutterstock.com 10

Em outras palavras, o novo modelo de educa ção pretende acabar com a mentalidade de decorar um conteúdo apenas para passar de ano. O que se almeja é que os alunos consi gam aproveitar o aprendizado no seu dia a dia e, por isso, as matérias vão além da técnica.

A especialista em Desenvolvimento Huma no e Gestão de Pessoas Ana Maria Del Pino considera a BNCC “um novo olhar ao ser hu mano”. Segundo ela, o suporte educacional deve servir ao processo de preparação do jo vem em todas as suas instâncias – e não so mente no aspecto profissional. “É um olhar consequente da evolução da crian ça e do jovem, para que eles compreendam o que lhes faz feliz, compreendam as questões que alimentam sua criatividade”, afirma. Para suprir o aprendizado integral dos jo vens, a BNCC organizou dez competências que devem guiar a educação brasileira: 1. Conhecimento;

Pensamento científico, crítico e criativo;

teoria, é fácil reconhecer a importância das competências socioemocionais. A questão é como aplicar os novos conteúdos na prática. “É preciso que o professor que está em sala de aula também se modifique para que, en tão, o aluno aprenda”, destaca Ana Maria.

O primeiro passo, dessa forma, é capacitar os professores, já que eles são os responsáveis por acompanhar os jovens nessa jornada edu cacional. As instituições de ensino precisam oferecer capacitações aos educadores para que eles entendam as normas da BNCC fora da teoria. Além disso, os diretores das institui ções e os responsáveis pelos alunos devem se atualizar constantemente sobre as novas dinâmicas curriculares, já que também estão envolvidos na jornada de aprendizagem.

“O professor sair do papel de ‘provedor’ do conhecimento e reconhecer que o proces so de ensino e aprendizagem é uma troca e que a decisão da forma do aprender pode ser construída em conjunto, seria, no míni mo, um bom começo”, finaliza Ana Maria.

e cidadania.

Essas são as habilidades que devem ser apli cadas na escola para que os jovens consigam resolver as demandas e os problemas da vida cotidiana e do mundo do trabalho. Em

2.
3. Repertório cultural; 4. Comunicação; 5. Cultura digital; 6. Trabalho e projeto de vida; 7. Argumentação; 8. Autoconhecimento e autocuidado; 9. Empatia e cooperação; 10. Responsabilidade
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É preciso que o professor que está em sala de aula também se modifique para que, então, o aluno aprenda”, destaca a especialista em Desenvolvimento Humano e Gestão de Pessoas, Ana Maria Del Pino.

É preciso desmistificar as exatas

Por que muitas crianças e jovens não gostam de Matemática e números?

“Eu odeio Matemática”. Todos já ouviram – e muitos talvez até falaram – essa frase pelo menos uma vez na vida. A dificuldade, e o desinteresse que vem como consequência, em exatas é muito comum entre os estu dantes, da Educação Infantil até o Ensino Superior. O que já era um senso comum foi comprovado pelo Programa Internacio nal de Avaliação de Estudantes (Pisa) deste ano, que atestou que o desempenho mate mático dos alunos brasileiros é um dos pio res do mundo. No índice, os estudantes do país tiveram uma das menores pon tuações referentes à com preensão do conteúdo ma temático e à capacidade de aplicar esse conhecimento na resolução de problemas contextualiza dos. O mau desempenho nas provas faz com que os estudantes tenham cada vez mais desprezo pelos números. De acordo com a matemática e mestre em Tecnologia Rita Carolino, o problema é a forma como a Matemática é apresentada.

“Na Educação Infantil, você aprende Ma temática de forma útil para o dia a dia. O problema é depois, quando os jovens não veem mais significado”, afirma.

Segundo Rita, enquanto os números se resumem às contas simples, é possível ga nhar o interesse dos alunos por conta da usabilidade na rotina. Quando as operações ficam mais complexas, contudo, os alunos

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Por Rafaela Morozetti

deixam de ver sentido no ensino. Ocorre que os números não servem apenas para resolver problemas matemáticos. A Mate mática contribui para o desenvolvimento do pensamento crítico, da comunicação e da criatividade dos jovens. A carência des sas competências pode afetar a vida pes soal e profissional dos estudantes.

Ainda, Rita levanta outra questão causada pela aversão aos números: a falta de profis sionais qualificados em determinadas áreas. Por conta da má experiência na formação escolar, muitos estudantes procuram cursos superiores que não envolvem cálculos. Isso faz com que o mercado das atividades que trabalham com números sofra com um dé ficit de profissionais preparados. Os recruta dores da área de Tecnologia, por exemplo, têm enfrentado desafios em relação à quan tidade de candidatos. A conta não fecha. Por outro lado, Rita acredita que o modelo de aprendizagem está mudando de forma positiva. Há um movimento muito grande, inclusive regulatório, referente à transfor mação da visão do ensino, uma vez que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) implementou normas para aumentar a qualidade da educação no país. “A partir do momento em que você fala das competências, você está falando do empre go e do uso das coisas, e não mais de apren der só por aprender”, afirma a especialista. Há algumas ferramentas, especialmente as tecnológicas, mas não somente, que po

dem ajudar no desenvolvimento das meto dologias de aprendizado. Rita destaca o uso da gamificação, que pode deixar o ensino mais prazeroso. Por meio dessa técnica, os professores podem criar cenários onde o aluno pode estar fazendo compras, usando juros, trabalhando com fração, etc. A gami ficação é uma estratégia certeira especial mente para a faixa etária jovem, já que é comum que crianças e adolescentes se in teressem por games.

De fato, há um movimento de mudança no modelo de ensino como um todo, mas o de sinteresse por cálculos continua sendo um impasse que não pode ser esquecido. Rita acredita que “o fato das pessoas não se sen tirem capazes de aprender a área de exatas é um problema muito sério da educação bra sileira”. Não é normal que a grande maioria dos estudantes sinta dificuldade na mesma matéria. As soluções dos problemas vão con tinuar sendo as mesmas, mas é a fórmula de ensino que precisa ser transformada.

“Na Educação Infantil, você aprende Matemática de forma útil para o dia a dia. O problema é depois, quando os jovens não veem mais significado”, afirma a matemática e mestre em Tecnologia Rita Carolino.

Foto: shutterstock.com
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Um dos papéis fundamentais da ciência é enriquecer, intelectual e culturalmente, a so ciedade, fomentando conhecimento, solucio nando problemas e construindo pontes. No Brasil, contudo, ainda há um longo caminho a percorrer quando o assunto é produção científica. Mais do que financiamentos, cria ção de políticas públicas ou iniciativas de des burocratização para o seu desenvolvimento, conquistar a cumplicidade da população é a chave para garantir um sucesso científico de longo prazo – e a boa comunicação pode ser o início para uma mudança. Em entrevista à Revista Escada, Marcelo Tá vora Mira, diretor de Internacionalização da Pontifícia Universidade do Paraná (PUCPR), cientista nacional de Produtividade Nível 2 do CNPq e coordenador dos programas de pós -graduação profissional em Medicina da Ca pes, apontou os desafios de se fazer pesquisa no país, a importância de fomentar a interna cionalização e os riscos da emigração de pro fissionais qualificados para outras nações.

Os caminhos e desafios para o desenvolvimento científico no Brasil

ENTREVISTA DO MÊS
Professor e pesquisador da PUCPR, Marcelo Távora Mira é o entrevistado desta edição da Escada Por Sophia Cabral
Foto: Divulgação 14

Em 2019 e 2020, as universidades públicas do país tiveram queda de 18,8% no número de estudantes que conseguiram concluir a graduação. Qual é o reflexo desses números para o futuro do país?

De fato, as universidades observaram essa queda. Eu, como professor de uma univer sidade privada sem fins lucrativos, digo que para nós foi mais dramático ainda. Não sa bemos ao certo qual foi o real impacto da pandemia; as pessoas se assustaram muito e acabaram “puxando o freio de mão” em relação a muitas coisas. Mas essa pode ser uma explicação confortável e simplificada do que está acontecendo.

Na própria PUCPR, falando com mais segu rança, já estávamos vendo uma queda no interesse dos alunos em se matricular na universidade no período pré-pandemia e a universidade vem se esforçando para tentar entender esse fenômeno. Uma das possibi lidades é que, talvez, estejamos realmente vendo um movimento de perda da relevância do diploma de ensino superior. Na percepção dessas pessoas, o diploma não é tão impor tante para a carreira. Ou, ainda, estão perce bendo que a formação que as universidades estão fornecendo não é aquela necessária para ter sucesso em determinadas áreas. Ouvimos falar, por exemplo, das grandes em pregadoras, das big techs dos Estados Uni dos, para as quais o diploma não é tão impor tante, que o que conta mais são as soft skills, habilidades que não se ensinam nas universi dades e que a própria empresa pode desen volver. Não sei se esse fenômeno já chegou no Brasil, mas ele existe. Assim, penso ser importante que as universidades entendam

que isso existe de fato, que talvez a pande mia não explique todo esse movimento. De qualquer forma, historicamente, perce bemos que depois de grandes crises um dos primeiros setores que se recupera é a educa ção, porque as pessoas percebem que, pas sado o momento difícil, como a pandemia que vivemos, é interessante se requalificar, veem que pode ser uma boa se reposicio nar. Então, estou cautelosamente otimista.

O uso de tecnologia nas instituições de ensino foi impulsionado pela pandemia, sendo incorporado permanentemente ao cotidiano das universidades. Desde então, como essa aplicação tem sido benéfica para alunos e docentes? Quais são os desafios? Toda grande mudança gera tensão e, quase sempre, traz aspectos positivos e negativos. De fato, essa introdução da tecnologia mas sivamente no ensino, mais especificamente no ensino superior, deslumbrou muita gen te e abriu perspectivas muito interessantes. Tenho participado de bancas de defesa de tese na Holanda, França, coisa que no pe ríodo pré-pandemia seria muito mais difícil de acontecer porque envolveria mobilidade internacional. Outro ponto é que hoje pode mos criar simpósios, como o de internacio nalização que fazemos na PUCPR, e convi dar palestrantes do mundo inteiro. Agora, tem um outro lado. Muitos profes sores não conseguiam reproduzir a mesma experiência com as aulas online. Vimos que, passado aquele momento de adaptação e às vezes até de euforia, começaram a per ceber que todo mundo fica com a câmera desligada, que parece que o professor não

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está falando para ninguém. Se antes já era difícil capturar a atenção dos alunos na sala de aula, imagine assim. Os docentes se sen tiam desestimulados.

Eventos híbridos também, com uma parte das pessoas no ambiente presencial e outra parte no virtual, acho que não funcionam bem. Pessoas que poderiam estar no local se acomodaram e assistiram de casa ou dei xaram para ver a gravação depois. Não con seguimos recuperar aquela “pegada” dos simpósios de antes, com auditórios cheios, participantes interagindo. Agora, penso que a tendência seja de não se fazer mais híbrido. Penso que, como tudo na vida, é uma ques tão de se chegar a um equilíbrio. Temos, sim, que usar as tecnologias, mas não em detrimento do contato presencial.

Segundo levantamento da FGV Social, 47% dos jovens brasileiros entre 15 e 29 anos que rem deixar o Brasil. Ao mesmo tempo, a emigração de profissionais qualificados tem se intensificado. Ainda, 92% dos profissionais brasileiros consultados por um levantamento de 2020 do Boston Consulting Group de sejam trabalhar fora ou já estão trabalhando. Como encarar essa situação? Infelizmente, não tenho uma visão otimista. Eu trabalho com internacionalização do ensi no superior há um bom tempo e acho exce lente que tenhamos alunos interessados em fazer intercâmbios, dupla diplomação, cur sos de curta duração. Mas a fuga de cérebros jovens é um fenômeno que me assusta de mais. As pessoas não estão indo estudar fora porque vão buscar uma melhor qualificação, pois temos excelentes universidades aqui no

Brasil. Talvez isso reflita uma desesperança com o futuro do país e acho que a sociedade não está devidamente atenta a isso.

Um acadêmico que deseja realizar parte de seus estudos fora do país deve seguir quais passos?

Em primeiro lugar, ficar atento, porque uma das principais limitações é o dinheiro. Em outras palavras: talvez as pessoas desistam de buscar uma formação no exterior porque acham que vão ter que bancar os estudos, mas há vários financiamentos por aí, opor tunidades de bolsa no mundo inteiro, para todos os níveis e áreas. Inclusive, o dinheiro não é, necessariamente, brasileiro, porque as universidades estrangeiras têm interesse em atrair estudantes de outros países e ofer tam bolsas. Todas as boas instituições nor te-americanas oferecem praticamente um salário para seus doutorandos. Reforço, ainda, que as pessoas têm que pen sar global. Não existe uma profissão no Bra sil e outra no exterior. É importante derrubar as fronteiras; as perspectivas mudam com pletamente e as oportunidades aparecem.

Quais são os principais obstáculos para o crescimento da pesquisa científica no Brasil? E que ações podem reduzir essas barreiras?

O Brasil é uma força considerável para a produção científica global. Poderíamos me lhorar, é claro, mas não estamos mal nos nú meros. Isso se deve ao trabalho dos nossos cientistas e de entidades públicas governa mentais ou não que, historicamente, contri buíram muito para isso. É um sistema que é

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muito bem-sucedido e o Brasil é admirado no mundo inteiro por esse sistema. O que aconteceu recentemente é que o dinheiro minguou. O Brasil tem uma característica diferente de países da América do Norte, por exemplo. Aqui, a pesquisa é muito concen trada na academia e depende do dinheiro público, enquanto nos Estados Unidos está mais focada na indústria, no setor produtivo. Além disso, o Brasil é muito travado em ter mos de legislação, digo isso pela minha ex periência como pesquisador, que tem mais de 20 anos.

A resposta simples para resolver essas ques tões seria a criação de uma política de Esta do que se proteja das mudanças de governo, que mire o longo prazo, que estabeleça um ambiente mais favorável à pesquisa. Isso todo mundo sabe e quer. Agora, conquistar a cum plicidade da população é a chave para esse processo, porque é o povo que paga a pesqui sa, o financiamento é público. Essas pessoas precisam entender como o dinheiro delas está sendo investido, como a produção cien tífica é importante. Esse é o grande desafio.

Acredita que uma aproximação entre po pulação e empresas privadas das universi dades pode aumentar o apoio da sociedade pela produção científica e, por fim, a contribuição para que mais investimentos sejam destinados à pesquisa?

Acho que é fundamental, mas vou acres centar duas coisas. Primeiro, o risco da fal sa dicotomia entre ciência básica e ciência aplicada. A gente vê muito nos círculos, in clusive acadêmicos, as pessoas saindo muito vocalmente em defesa da ciência aplicada,

falando que não adianta fazer pesquisa ape nas para estudar, que se deve fazer pesquisa aplicada à população com um retorno mais imediato. Acho muito errada e arriscada essa posição. Costumo dizer que, para mim, a dicotomia que existe é entre boa ciência e má ciência. E toda boa ciência é relevan te para a população, seja ela básica, aplica da ou como quiser chamar. Isso, portanto, é uma coisa que devemos superar. Outra coisa é o papel dos comunicadores, que são fundamentais. Nós, cientistas, mui tas vezes, não sabemos nos comunicar muito bem e precisamos da ajuda de quem sabe. E os jornalistas e comunicadores de uma for ma geral podem ajudar muito nisso, inclusi ve encarando esse desafio como uma ciên cia: o desafio de como comunicar uma boa ciência para a população em geral. Eu tenho tentado, em minhas iniciativas, sempre que submeto algum projeto para tentar finan ciamento, colocar um jornalista em minha equipe, que fica encarregado de nos ajudar a divulgar o trabalho que estamos fazendo.

As pessoas não estão indo estudar fora porque vão buscar uma melhor qualificação, pois temos excelentes universidades aqui no Brasil. Talvez isso reflita uma desesperança com o futuro do país e acho que a sociedade não está devidamente atenta a isso.

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Atualização constante

Formação continuada deve fazer parte da rotina dos professores

A formação continuada, também conhecida como li felong learning, é a atitude contínua de buscar novos conhecimentos e aprimoramento profissional. Quan do o conceito é aplicado dentro do ambiente edu cacional, com professores que procuram se manter atualizados no âmbito da aprendizagem, a escola se torna uma instituição mais atualizada e com maior potencial de crescimento, além de influenciar direta mente no rendimento dos estudantes. Bárbara Maria Camilotti, doutora em Educação Físi ca e membro do Centro de Ensino e Aprendizagem (CrEAre) da Pontifícia Universidade Católica do Pa raná (PUCPR), explica que a formação continuada é importante porque o ensino e aprendizagem é um processo que está em constante mudança. “Tradicionalmente, tínhamos o professor como de tentor do conhecimento, sendo que o conhecimento era transmitido por meio de aulas expositivas”, co menta. “Atualmente, o estudante possui papel ativo na sua aprendizagem e há diversas metodologias de ensino que estimulam o aluno a desenvolver o prota gonismo da sua educação”.

Por isso, é necessário se adaptar não somente aos no vos conhecimentos específicos da área de formação, mas ao tipo de metodologia exigida para as novas ge rações, como o uso de dispositivos eletrônicos e supor te da internet nas salas de aula. Isso porque, segundo Bárbara, o perfil do estudante também mudou. Hoje, os alunos são “nativos digitais” e o uso de tecnologias como apoio à aprendizagem se tornou fundamental.

Para seguir no caminho da formação, a especialista aponta estratégias como a observação e reflexão da própria prática docente.

“Assim, é possível trazer informações riquíssimas acerca da efetividade das estratégias de aprendiza gem definidas pelo professor e estimular modifica ções ao longo do processo, quando os objetivos da aprendizagem não estão sendo alcançados”, salienta.

A troca de informações entre colegas também é fun damental para uma ajuda mútua. Participar de simpó sios, congressos e formações, seja no formato online ou presencial, é uma dica. As tecnologias digitais permi tem até mesmo formações internacionais na modali dade remota, agregando novos conhecimentos e uma diversidade de olhares para a prática docente.

A semana de planejamento acadêmico é outro pe ríodo estratégico, no qual podem ser promovidas for mações presenciais de acordo com as necessidades dos professores e das instituições de ensino.

Para Bárbara, a falta da formação continuada tem um reflexo direto e negativo no engajamento e na apren dizagem do estudante, que está em constante con tato com a Internet e outros estímulos de distração. “É papel do professor encontrar meios para engajar os estudantes e tornar as aulas mais estimulantes e atrativas, para, então, tornar a aprendizagem efetiva. Talvez você já tenha utilizado a frase ‘eu ensinei, mas o estudante não aprendeu’. Você já se perguntou por que o estudante não aprendeu?”, questiona.

Por 18
Camila Acordi

Associadas podem solicitar o selo “Escola Legal” 2023

Chegou a época de matrícula (ou a rema trícula) dos estudantes para o ano letivo de 2023. Para orientar pais e alunos na busca de instituições de ensino particular devidamen te regularizadas perante os órgãos oficiais, o Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe/ PR) lança a edição 2023 do selo “Escola Legal”.

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