Formação em foco
Com dificuldades em suprir a demanda nacional por professores, Conselho Nacional de Educação elabora diretrizes para estabelecer avanços no setor
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ENTREVISTA Futuro em debate
Naura Nanci Muniz Santos, representante do Sinepe/ PR na Conae, analisa as expectativas para o próximo Plano Nacional de Educação (PNE)
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Dois turnos
Ensino integral tem sido tema de discussões do Poder Público nos últimos anos e Ministério da Educação deseja 25% dos alunos matriculados nesse modelo
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Número 56 | Ano 11 maio 2024
Publicação Sinepe/PR
A REVISTA DAS ESCOLAS PARTICULARES DO PARANÁ
Índice
REVISTA ESCADA
Publicação periódica de caráter informativo, com circulação dirigida e gratuita, desenvolvida para o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná.
Conteúdo e comercialização V3COM
Projeto gráfico e ilustrações V3COM
Design gráfico e arte final Marcelo Winck
Pauta, redação e revisão Jorge de Sousa Milena Campos Nathalie Oda
Jornalista responsável Ari Lemos | MTB 5954
Críticas e sugestões ari@v3com.com.br
Conselho editorial
Carmem Murara
Everton Drohomeretski
Fatima Chueire Hollanda
Marcio Mocellin
Haroldo Andriguetto Júnior
Adriana Veríssimo Karam Koleski
Os artigos assinados são de responsabilidade dos seus autores e não expressam, necessariamente, a opinião desta revista.
Com dificuldades em suprir a demanda nacional por professores, Conselho Nacional de Educação elabora diretrizes para estabelecer avanços no setor
Estudos apontam que 17% dos jovens entre 13 e 17 anos já fizeram o uso de cigarros eletrônicos
Por Wanda Camargo, educadora e assessora da presidência do Complexo de Ensino Superior do Brasil – UniBrasil 12 FORMAÇÃO EM FOCO
Mesmo com venda proibida no Brasil, consumo do chamado “vape” cresce entre adolescentes e exige atenção da comunidade acadêmica
ENTREVISTA DO MÊS
Dois turnos
Ensino integral tem sido tema de discussões do Poder Público nos últimos anos e Ministério da Educação deseja 25% dos alunos matriculados nesse modelo
ARTIGO DO MÊS
Escolas e o decréscimo das matrículas
Futuro em debate
Naura Nanci Muniz Santos, representante do Sinepe/PR na Conae, analisa as expectativas para o próximo Plano Nacional de Educação (PNE)
Língua inglesa na tenra idade
Especialistas apontam a importância do contato de crianças com o idioma durante a educação infantil
Sintonia fina Mudanças nas necessidades do mercado de trabalho exigem dos graduandos e instituições de ensino adaptação e maior integração com as empresas
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Sergio Herrero Moraes
Presidente do Sinepe/PR
Caros leitores e leitoras,
O nosso setor se transforma e se atualiza cada dia mais. As novas gerações trazem uma dinâmica que movimenta diversas áreas envolvidas na jornada que é direito de todos: a educação!
Dos anos iniciais ao ensino superior, trazemos nesta nova edição temas necessários para o entendimento sobre o contexto em que estamos inseridos.
Olhando para fora da sala de aula, tratamos sobre as expectativas para o próximo Plano Nacional de Educação, com uma análise acurada de Naura Nanci Muniz Santos. Da mesma forma, trazemos as atualizações sobre as discussões em andamento no Poder Público sobre o ensino integral e sua efetividade nas instituições brasileiras.
Ainda sob uma perspectiva macro desse cenário, levantamos a problemática da escassez de professores e as diretrizes elaboradas pelo Conselho Nacional de Educação, em busca de novos caminhos para essa realidade. Enquanto,
na outra ponta, o decréscimo de matrículas em âmbito nacional é avaliado por Wanda Camargo em uma nova editoria da revista Escada. Passamos, ainda, por assuntos relevantes para todos os profissionais que trabalham frente a frente com estudantes, na exposição sobre a gravidade do uso de cigarros eletrônicos entre os adolescentes e jovens e a necessidade de conscientização desse público sobre as consequências desse vício.
Sem deixar de lado as oportunidades existentes na educação infantil, falamos também sobre a aquisição da língua inglesa nos primeiros anos dentro das escolas, com foco na facilidade de absorção de novas informações relativas à linguagem e os impactos positivos que esse ensino gera para o futuro dos alunos.
Que a leitura a seguir seja uma contribuição e um momento de análise e reflexão sobre o trabalho na educação. Boa leitura!
Sergio Herrero Moraes
EDITORIAL
SINEPE/PR
Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná www.sinepepr.org.br | www.facebook.com/sinepepr
CONSELHO DIRETOR
- GESTÃO 2022/2024
DIRETORIA EXECUTIVA
Presidente Sergio Herrero Moraes
1.º Vice-Presidente Haroldo Andriguetto Júnior
2.º Vice-Presidente Celso Maurício Hartmann
Diretor Administrativo Everton Drohomeretski
Diretor Econômico/Financeiro Cristiano Vinícius Frizon
Diretor de Legislação e Normas Nilson Izaias Pegorini
Diretor de Planejamento Carmem Regina Murara
DIRETORIA DE ENSINO
Diretor de Ensino Superior Adriana Veríssimo Karam Koleski
Diretor de Ensino Médio Felipe Mazzoni Pierzynski
Diretor de Ensino Fundamental Ir. Maria Zorzi
Diretor de Ensino da Ed. Infantil Dorojara da Silva Ribas
Diretor de Ensino dos Cursos Livres Valdecir Cavalheiro
Diretor de Ensino dos Cursos de Idiomas Magdal Justino Frigotto
Diretor de Marketing Rogério Pedrozo Mainardes
Diretor de Ensino da Educação Profissional
Técnica de Nível Médio
Carolina Caramico Berg
Diretor dos Cursos Pré-Vestibulares Fernando Luiz Fruet Ribeiro
Diretor da EaD Dinamara Pereira Machado
Diretor de Sistemas de Ensino
Acedriana Vicente Vogel
Diretor de Ensino de Pós-Graduação Ana Lucia Cardoso Ribeiro
CONSELHEIROS
1.º Conselheiro Fábio Hauagge do Prado
2.º Conselheiro José Mário de Jesus
3.º Conselheiro Angela Silvana Basso
4.º Conselheiro Raquel Adriano Momm Maciel de Camargo
5.º Conselheiro Durval Antunes Filho
6.º Conselheiro Leonora Maria Josefina Mongelós Rossato Pucci
7.º Conselheiro Artur Gustavo Rial
8.º Conselheiro Newton Andrade da Silva Júnior
9.º Conselheiro Josiane Domingas Bertoja
10.º Conselheiro Ricardo de Albuquerque Todeschini
12.º Conselheiro Guilherme Isensee Andrade
13.º Conselheiro Osni Mongruel Junior
14.º Conselheiro Fabrício Pretto Guerra
15.º Conselheiro Marcelo Ivan Melek
16.º Conselheiro Jose Luiz Coimbra Drummond
17.º Conselheiro Daniela Ferreira Correa
CONSELHO FISCAL
Efetivos Suplentes
Dilceméri Padilha de Liz Marta Regina Andre
Marcelo Pereira da Cruz Gisele Mantovani Pinheiro
Luiz Antônio Michaliszyn Filho Charles Pereira Lustosa Santos
DELEGADOS REPRESENTANTES - FENEP
Ademar Batista Pereira
Sergio Herrero Moraes
DIRETORIAS REGIONAIS
REGIONAL CAMPOS GERAIS
Diretor Presidente - Osni Mongruel Junior
Diretor de Ensino Superior - Patrício Vasconcelos e José Sebastião Fagundes Cunha Filho
Diretor de Ensino da Educação Básica - Rosângela Graboski e Valquíria Koehler de Oliveira
Diretor de Ensino da Educação Infantil - Bianca
Von Holleben Pereira e Carla Moresco
Diretor de Ensino dos Cursos Livres/IdiomasPaul Chaves Watkins
REGIONAL CATARATAS
Diretor Presidente - Artur Gustavo Rial
Diretor de Ensino Superior - Fábio Hauagge do Prado
Diretora de Ensino da Educação Básica - Edite Larssen
Diretor de Ensino da Educação Infantil - Ana
Paula Krefta
Diretor de Ensino dos Cursos Livres/IdiomasEleceu Barz
REGIONAL CENTRAL
Diretor Presidente - Dilceméri Padilha de Liz
Diretor de Ensino Superior - Roberto Sene
Diretor de Ensino da Educação Básica - Cristiane
Siqueira de Macedo e Juelina Marcondes Simão
Diretor de Ensino da Educação Infantil - Ir. Roselha Vandersen e Ir. Sirlene N. Costa
Diretor de Ensino dos Cursos Livres/IdiomasMarcos Aurélio Lemos de Mattos
REGIONAL SUDOESTE
Diretor Presidente - Fabricio Pretto Guerra
Diretor de Ensino Superior - Ivone Maria Pretto Guerra
Diretor de Ensino da Educação Básica - Velamar Cargnin
Diretor de Ensino da Educação Infantil - Márcia
Fornazari Abasto
Diretor de Ensino dos Cursos Livres/IdiomasVanessa Pretto Guerra Stefani
REGIONAL OESTE
Diretora Presidente - Marta Regina Andre
Diretora de Educação Infantil - Sônia Regina Spengler Xavier
Diretor de Educação Básica - Valmir Gomes
Diretor de Ensino Superior - Gelson Luiz Uecker Cursos Livres/idiomas - Denise Veronese
REGIONAL LITORAL
Diretor Presidente - Luiz Antonio Michaliszyn Filho
Diretor de Ensino Superior - Ivan de Medeiros Petry Maciel
Diretor de Ensino da Educação - Básica (Ensino Fundamental)- Selma Alves Ferreira
Diretor de Ensino da Educação Básica (Ensino Médio) - Mirian da Silva Ferreira Alves
Diretor de Ensino da Educação Infantil - Lilian R. M. Borba
Diretor de Ensino dos Cursos Livres/IdiomasLiliane C. Alberton Silva
EXPEDIENTE
Estudos apontam que 17% dos jovens entre 13 e 17 anos já fizeram o uso de cigarros eletrônicos
Mesmo com venda proibida no Brasil, consumo do chamado “vape” cresce entre adolescentes e exige atenção da comunidade acadêmica
Por Jorge de Sousa
O consumo de cigarros eletrônicos tem crescido no Brasil nos últimos anos. Estudo da Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul, diz que um em cada cinco jovens fazem uso do “vape” e que esse hábito é mais frequente entre pessoas de 18 a 24 anos. No entanto, entre os adolescentes, esse cenário não é diferente. Números da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar - PeNSE, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que quase 17% dos jovens com idade entre 13 e 17 anos já utilizaram o dispositivo ao menos uma vez.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) explica que, ao contrário do cigarro tradicional, na versão eletrônica a folha de tabaco não é queimada. No lugar dessa planta processada são utilizados líquidos para serem vaporizados e posteriormente inalados pelos usuários. Essas substâncias contêm nicotina (também presente nos
cigarros tradicionais), mas têm como diferencial a possibilidade da adição de essências, como as frutadas e adocicadas. “Os principais danos, para os jovens, são os pulmonares: o uso de cigarros eletrônicos tem sido associado a problemas respiratórios, como bronquite, pneumonia e lesões nos pulmões. Podemos citar também os riscos de vício, porque os cigarros eletrônicos contêm nicotina. Além disso, o impacto no desenvolvimento cerebral: a exposição à nicotina durante a adolescência pode prejudicar funções cognitivas, aprendizado e memória”, explica a secretária municipal da Saúde de Curitiba, Beatriz Battistella Nadas.
A regulamentação no país
A venda dos cigarros eletrônicos é proibida no Brasil. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fez uma consulta pública entre dezembro de 2023 e
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“Os adolescentes estão em formação e precisam de orientação e acompanhamento. Mesmo que pareçam resistir às orientações dos adultos, geralmente anseiam por limites”
Celso Maurício Hartmann 2º vice-presidente do Sinepe/PR
fevereiro de 2024 e os resultados apontaram que 65% dos 1.158 profissionais de saúde ouvidos se posicionaram de forma contrária à liberação do produto. Ao todo, quase 14 mil pessoas enviaram respostas ao questionário e 59% declararam ser favoráveis à mudança da legislação atual - o que pode resultar na legalização dos vapes.
Esses resultados estão sendo analisados pela gerência técnica da Anvisa, que posteriormente irá enviar os dados e o parecer técnico para a Advocacia Geral da União (AGU). Por mais que a consulta pública tenha resultado em uma maioria favorável à liberação do produto, esse resultado não precisa ser seguido pela agência.
A conscientização do público adolescente
Enquanto não existem mudanças em relação à regulamentação dos cigarros eletrônicos no país, é importante que os jovens entendam os riscos da utilização dos produtos. Para esse trabalho, a união da comunidade acadêmica com os pais e responsáveis pode ser funda-
mental para evitar a prática na adolescência. “Essa participação deve prever diálogo constante, conscientização, monitoramento, orientação e apoio. É importante lembrar que os adolescentes estão em formação e precisam de orientação e acompanhamento. Mesmo que pareçam resistir às orientações dos adultos, os adolescentes geralmente anseiam por limites, conselhos construtivos e supervisão dos pais e professores”, explica o 2º vice-presidente do Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe/PR), Celso Maurício Hartmann.
A Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba (SMS) também reforça a importância dessa união entre pais e responsáveis com as instituições de ensino. Para isso, promove o programa Saúde na Escola, que leva informações sobre os riscos do tabagismo para as escolas públicas e unidades de saúde da capital paranaense. Em 2024, há expectativa de ampliar o projeto para integrar ações com instituições de ensino superior.
“Os profissionais da educação devem estar atualizados sobre os riscos do tabagismo, principalmente sobre os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs) e o Narguile. Isso deve ser levado a rodas de conversa com o público jovem para sensibilização sobre o combate, controle e cessação do tabagismo. Entender a epidemia do tabagismo é de extrema relevância para que ações intersetoriais sejam realizadas de maneira mais efetiva e para que essa temática possa ser bem trabalhada no dia a dia das escolas, ao ser incluída na grade curricular”, complementa a secretária.
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Dois turnos
Ensino integral tem sido tema de discussões do Poder Público nos últimos anos e Ministério da Educação deseja 25% dos alunos matriculados nesse modelo
Por Jorge de Sousa
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A educação em tempo integral tem sido tema de debate no Poder Público nos últimos anos. Em 2023, o governo sancionou a Lei n. 14.640/2023, que instituiu o programa Escola em Tempo Integral. O projeto prevê investimentos de até R$ 4 bilhões para que a rede pública de ensino tenha ao menos 3,2 milhões de novos estudantes nesse modelo até 2026. O foco é que os estudantes permaneçam em atividades escolares de, no mínimo, 7 horas por dia ou 35 horas por semana. A previsão é de que até 50% das escolas públicas brasileiras e 25% dos estudantes da educação básica estejam integrados a esse modelo. Caberá aos estados e municípios a responsabilidade de atingir esses indicadores, em suas respectivas localidades. Somente em 2023, foram repassados R$ 2 bilhões via Ministério da Educação (MEC) para a viabilização do projeto. Todos que fizeram a adesão ao programa integram o Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle (Simec), que será a plataforma responsável por todo o acompanhamento do avanço do ensino integral no país.
“As escolas públicas investem na
capacitação contínua de professores, estabelecem uma relação próxima com os pais e com toda a comunidade escolar”
Carmem Murara Diretora de Planejamento do Sinepe/PR
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Dados do Censo Escolar 2023, divulgados pelo MEC em fevereiro de 2024, apontam que no primeiro ano de implantação do programa Escola em Tempo Integral houve um aumento de estudantes nesse modelo de ensino para os anos iniciais (1º ao 5º), anos finais (6º ao 9º) e no ensino médio, mas a taxa de alunos matriculados fechou em 21,9%, abaixo da meta de 25%.
Como forma de ampliar o conjunto de normas sobre a educação integral no Brasil, em 2024, o PL 788/2024 foi aprovado no Senado Federal. Atualmente, o projeto de lei está sob análise na Câmara dos Deputados e o texto dessa proposta prevê que, além do mínimo de horas exigidas nessa modalidade, os centros de ensino também garantam aos estudantes infraestrutura adequada, como por exemplo, laboratórios, quadras esportivas, salas multiuso, além de recursos para pesquisa e tecnologia.
O PL 788/2024 ainda prevê que os profissionais de educação tenham contrato exclusivo com uma única instituição de ensino, além de possibilitar maior integração com centros de ensino superior e profissional. Essa parceria envolveria a oferta de atividades de cultura, lazer, esporte, ciências, tecnologia, entre outras. Dentro desse cenário de investimentos, é preciso analisar quais devem ser as prioridades do Poder Público. Para a diretora de Planejamento do Sindica-
to das Escolas Particulares (Sinepe/PR) e diretora de Relações Institucionais e Governamentais do Grupo Marista, Carmem Murara, a infraestrutura e a capacitação dos profissionais de educação requerem maior atenção.
“Não há infraestrutura necessária nas escolas, com falta de salas de aula bem equipadas, faltam investimentos em laboratórios, espaços para prática de esportes e atividades culturais, bibliotecas, áreas de convivência. Faltam, inclusive, professores. Uma educação integral
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pressupõe investimento na capacitação continuada de professores. Falta levar ao ensino público uma melhor metodologia pedagógica e educacional e introduzir o sistema de ensino”, pontua.
Educação privada e o ensino integral
Em meio às discussões sobre a ampliação da disponibilidade do ensino integral no Brasil, a educação privada apresenta bons exemplos ao Poder Público.
Na última edição do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa),
as escolas particulares nacionais registraram média de 456 com 1.437 alunos avaliados e ficaram entre as 30 melhores educações nas três categorias avaliadas: letramento em leitura, letramento matemático e letramento científico.
“As escolas privadas, em sua grande maioria, contam hoje com uma gestão altamente eficiente, caso contrário não sobrevivem. Elas investem na capacitação contínua de professores, estabelecem uma relação próxima com os pais e com toda a comunidade escolar, elas buscam bons e eficientes sistemas de ensino para promover a educação integral”, prossegue Murara.
Como comparação, a educação pública brasileira ficou abaixo das 50 melhores posições e com desempenho abaixo dos 50% do nível básico em todos os três quesitos analisados pelo Pisa. A próxima edição do levantamento será realizada em 2025, na qual será possível avaliar se os recentes investimentos do Poder Público no ensino integral poderão resultar em melhores índices.
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“O Poder Público poderia, não apenas se inspirar, mas formar parcerias com o Ensino Privado para poder avançar e ganhar escala nacional para a promoção de uma educação de qualidade. Os governos, sejam eles Federal, Estadual ou Municipal, precisam olhar para as escolas particulares como aliadas na promoção da educação neste país”, finaliza a diretora.
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Escolas e o decréscimo das matrículas
Por Wanda Camargo
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Escolas brasileiras relatam, de forma geral, o menor número de matrículas em seus vários níveis, o que já vinha acontecendo antes da pandemia e tornou-se mais visível nos últimos tempos. Causador de uma verdadeira batalha pela captação de alunos, com consequências saudáveis (criatividade em suas comunicações, aumento de recursos de infraestrutura e pessoal mais titulado), e também funestas (práticas predatórias, promessas irrealizáveis, valorização dos professores lenientes em detrimento dos mais exigentes), o fenômeno tem várias causas.
É preciso lembrar de uma pesquisa realizada pelo jornal “Folha de São Paulo”, a qual, tendo valor de alerta, perguntou a jovens cursando o ensino médio o fator a que eles atribuíam a perspectiva de um futuro profissional de sucesso, obtendo como resposta, na grande maioria dos casos, a “religião”. Depois disso, vinham causas como indicações de amigos ou parentes e, finalmente, o “estudo”.
Aparentemente, está criada nos jovens a ilusão de confiar – de braços cruzados – numa solução miraculosa; ser saudavelmente religioso não implica em inatividade. No entanto, outro fator que apresenta possibilidade de interferência é do menor número de matrículas ser devido ao menor número de crianças em idade escolar, como consequência do decréscimo populacional
nessa faixa etária.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registra que, de acordo com os dados coletados nos domicílios brasileiros, a população brasileira está mais velha e mais feminina, e que estamos em um processo de envelhecimento. O total de crianças com até 14 anos de idade no Brasil recuou em 12,6% entre 2010 e 2022, com Sul e Sudeste com população mais envelhecida em relação a Norte e Nordeste. Embora tenhamos, há algum tempo atrás, tido a notícia de seis bilhões de pessoas no mundo, hoje, alguns prognósticos avaliam um decrescimento ao longo dos próximos anos, já que o declínio da fecundidade tem sido observado tanto nos países do Terceiro Mundo, que adotaram políticas governamentais de redução da natalidade, quanto
Wanda Camargo Educadora e assessora da presidência do Complexo de Ensino Superior do Brasil –UniBrasil
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naqueles que não as formularam explicitamente, numa velocidade surpreendente, igualando as taxas de países mais desenvolvidos, os quais não apresentam patamares de reposição populacional ou estão em decrescimento como a do Brasil.
Exceto naqueles países fortemente influenciados por governos autoritários e teocráticos, a expectativa é de que o declínio do crescimento vegetativo implicará na emergência do mesmo padrão demográfico e familiar observado pela mudança de uma situação agrário-tradicional para a urbano-industrial, prevalecendo as estruturas sociais desses tipos de sociedade: famílias nucleares, com poucos membros.
O declínio da mortalidade é reflexo da redução de mortes precoces pelas melhorias de alimentação, higiene e novas técnicas preventivas, saúde pública, políticas de saneamento e trabalho menos insalubre, aos maiores cuidados com os recém-nascidos, diminuindo as taxas de mortalidade. Nesse cenário, seguido do declínio da fecundidade, estamos evidentemente em um novo modelo de convivência, com maior interesse por especialização e com a saída das mulheres para o trabalho fora de casa. Hoje, famílias extensas e proles numerosas são cada vez mais raras.
A disseminação e o fácil acesso às in-
DO MÊS 14
ARTIGO
formações do modo de vida das classes mais altas e escolarizadas, suas formas de organização interna, a valorização dos complementos educacionais não formais – escolas de idiomas, treinamentos esportivos, cursos e viagens culturais - e, inclusive, as práticas estéticas complementares terminam por reduzir a procriação, mesmo nas camadas mais pauperizadas e menos escolarizadas, adaptando-as aos novos códigos de condutas e saberes.
Tais transformações sociais se mostram como irreversíveis e parecem conduzir a um padrão familiar global único, com a possível exceção de alguns poucos países que, por motivos religiosos, desdenham os métodos contraceptivos e os benefícios do conforto doméstico.
E, exatamente por este motivo, cresce a demanda por um novo processo educativo mais completo, racional e de melhor efetividade. Poucos filhos, no entanto, educados com alta qualidade, exigem escolas melhores em infraestrutura, ótimos professores e funcionários administrativos, além de metodologias de ensino eficazes. Um desafio a ser enfrentado.
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Formação em foco
Com dificuldades em suprir a demanda nacional por professores, Conselho Nacional de Educação elabora diretrizes para estabelecer avanços no setor
Por Jorge de Sousa
A formação de professores tem sido encarada como um problema para diversas instituições de educação no mundo. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), para que a educação básica universal seja alcançada até 2030, é preciso que 24,4 milhões de professores no ensino primário e cerca de 44,4 milhões de docentes no nível secundário sejam formados globalmente. No Brasil, esse cenário também é alarmante. Estudo divulgado pelo Instituto Semesp aponta que, até 2040, a educação brasileira pode sofrer um ‘apagão’ e apresentar um déficit de até 235 mil docentes na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e também no Ensino Médio. Para a diretora de EAD do Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe/PR), Dinamara Perei-
ra Machado, é preciso ter uma visão global para iniciar a resolução dos problemas nessa formação.
“A avaliação de professores em larga escala é feita pela educação à distância. Hoje, dos professores no Brasil, 90% são formados assim. Mas precisamos também cuidar da aplicação da metodologia. Além disso, entender que essa questão não está apenas direcionada ao EAD. Também é um problema nos cursos presenciais. É um problema dessa cultura nos estágios e da prática nos cursos de licenciatura. Temos que quebrar esse padrão cultural para melhorar a formação de professores”, complementa.
O Conselho Nacional de Educação (CNE) tem trabalhado nos últimos anos junto a agentes educacionais, como professores, diretores, alunos, especialistas e gestores, para
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elaborar novas diretrizes para a formação de docentes. O CNE entregou neste ano ao Ministério da Educação a resolução nº 4/2024, que contém o resultado dessas discussões e aguarda a homologação do documento para a implementação das propostas.
“Acredito que o tema da formação de professores esteja sendo colocado em pauta, porque estamos em um momento muito frágil, devido a poucas pessoas querendo seguir essa profissão no país. O Brasil já está com um ‘apagão’ de professores e a tendência é só piorar esse cenário. Precisamos primeiramente buscar a vocação dos jovens e das pessoas que querem se colocar no mercado de trabalho como professores”, explica Amábile Pacios, presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CNE/MEC).
Dentre as propostas estabelecidas pelo CNE estão:
• Carga horária mínima de 3,2 mil horas na formação dentro dos cursos de licenciatura, distribuídas em três grupos de conhecimentos adquiridos durante a graduação;
• Formação específica para educadores que desejam atuar nas áreas pedagógicas, administrativas, entre outras;
• Criação do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) para avaliar a formação dos docentes;
• Regras para segunda licenciatura para docentes e, no caso de graduados, estabelece a necessidade da formação pedagógica.
A partir do momento em que é possível identificar e atingir esse público interessado em seguir a carreira, é essencial transformar a jornada do estudante em relação à prática da profissão. “Precisamos ter um entendimento muito claro sobre o que são as práticas nos cursos de licenciatura. Os estágios supervisionados, por exemplo, precisam ser tratados com muita seriedade”, ressalta Dinamara. Apenas com um olhar cuidadoso voltado para esses períodos de aprendizagem, é possível desenvolver nos formandos a valiosa habilidade do “saber ensinar”.
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Língua inglesa na tenra idade
Especialistas apontam a importância do contato de crianças com o idioma durante a educação infantil
Por Nathalie Oda
O aprendizado da língua materna é um processo natural para as crianças. Entre a escuta ativa de conversas e a exploração das possibilidades de comunicação, a jornada de alfabetização é iniciada em casa, na tenra idade, e se completa nas instituições de ensino, com profissionais especializados. Da mesma forma, a aquisição de uma segunda língua pode ser feita de forma instintiva, já que na fase da educação infantil as crianças estão mais suscetíveis à assimilação de informações relacionadas à linguagem. Magdal Justino Frigotto, diretor de Ensino dos Cursos de Idiomas do Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe/PR), destaca que as crianças têm uma tendência maior a absorver os estímulos externos que são apresentados e esse processo acontece, até mesmo, de forma inconsciente, como na alfabetização na língua materna. “O item mais importante é que a criança tem muita exposição à língua materna - ela ouve isso todos os dias, o tempo todo, quando os pais falam diretamente com ela, quando outras pessoas se comunicam, etc. Isso se torna um processo subconsciente. Aprender uma segunda língua é parte do mesmo processo”, adiciona.
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Nos primeiros estágios de desenvolvimento, os estudantes da educação infantil espelham as habilidades de pronúncia, de vocalização e de coordenação motora dos adultos e dos colegas. Assim, o aperfeiçoamento se dá por tentativa e erro, com a condução de especialistas, mas de forma contínua em todos os ambientes e esferas sociais em que a criança está inserida.
“Antes dos 7 anos de idade, nossa capacidade de aquisição de língua está em crescimento. Por isso, qualquer oportunidade que a criança tenha de ter acesso a mais de um idioma trará chances de sucesso ainda maiores do que na vida adulta”, observa Ana Andrea Abreu Landeiro, diretora da Maple Bear São José dos Pinhais.
Devido a essa maior recepção de novas informações, os alunos podem iniciar o desenvolvimento da língua portuguesa paralelamente à língua inglesa, por exemplo. Ao explorar os nomes das frutas, cores e objetos, o cérebro, aos poucos, assimila o segundo idioma e, com o exercício constante, leva à formação de frases e à possibilidade de raciocínio nos dois idiomas.
“Começar esse aprendizado na infância faz com que a criança tenha mais chances de adquirir uma pronúncia natural, além de desenvolver o raciocínio lógico e a convivência social”, conta Frigotto. De acordo com o especialista, o aprendizado funciona melhor quando inserido em um contexto relevante para o aluno, de forma natural, multissensorial e marcante para a vida do estudante. Quando essa jornada é iniciada nos anos iniciais de ensino, pode ter um impacto relevante no futuro da criança. “De uma forma
geral, quando essa segunda língua é o inglês, eles têm um impacto direto, que é de maiores oportunidades: bolsas de estudo em escolas ou universidades renomadas quando mais jovens; oportunidades de viagens internacionais; conseguir se comunicar internacionalmente; se candidatar a uma maior gama de empregos - incluindo cargos de alto escalão”, diz o diretor.
Ao mesmo tempo, os impactos secundários, segundo Frigotto, não são menos importantes e incluem o conhecimento de outras culturas, o aprendizado sob novas perspectivas e uma visão mais ampla de mundo. No entanto, para isso, é necessário que o desenvolvimento seja acompanhado de profissionais capacitados com o auxílio de metodologias que se adequam à idade e que aproximam o novo idioma do dia a dia da criança.
Para Isabel Buhrer, coordenadora pedagógica da Maple Bear São José dos Pinhais, durante os momentos de brincadeira, a criança está em seu estado mais favorável para absorver conhecimento. “O cérebro infantil é extremamente flexível em relação à linguagem e, normalmente, as crianças também são curiosas para entender o que está acontecendo ao seu redor”, complementa.
“Começar esse aprendizado na infância faz com que a criança tenha mais chances de adquirir uma pronúncia natural, além de desenvolver o raciocínio lógico e a convivência social”
Magdal Justino Frigotto
Diretor de Ensino dos Cursos de Idiomas do Sinepe/PR
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Sintonia fina
Mudanças nas necessidades do mercado de trabalho exigem dos graduandos e instituições de ensino adaptação e maior integração com as empresas
Por Jorge de Sousa
Desde a pandemia da Covid-19, as atualizações do mercado de trabalho se tornaram ainda mais constantes. Habilidades como criatividade, inovação e relacionamento interpessoal têm ganhado espaço, motivadas pelo crescimento do trabalho remoto e híbrido em todo o mundo. Pesquisa da JLL apontou que, somente no Brasil, 86% das empresas permitem que os funcionários exerçam, em pelo menos dois dias da semana, as atividades do trabalho fora do escritório, no chamado “sistema flexível”.
Assim, é importante que as instituições de ensino superior (IES) estejam atentas às constantes demandas do mercado para formar profissionais cada vez mais qualificados. Em caso contrário, essa “falta de comunicação” pode gerar dificuldades aos recém-graduados na busca por
melhores oportunidades de trabalho.
Para o presidente do Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe/PR) e diretor da Faculdade Herrero, Sergio Herrero Moraes, as instituições de ensino não podem ser passivas nessa relação com o mercado e precisam estabelecer ações para integrar o mercado de trabalho com o ambiente acadêmico.
“Programas de estágio com oportunidades de desenvolvimento em atividades práticas, cursos de extensão e pós-graduação, workshops e seminários sobre habilidades de buscas de empregos, orientação na elaboração do currículo, parcerias com empresas para estágio, comunicação com os egressos, serviços de empregabilidade no site da IES, incentivos à participação em feiras de empregos e eventos de networking são algumas das
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práticas que podem ser desenvolvidas”, explica.
Já para o pró-reitor de Ensino, Pesquisa e Extensão na FAE Centro Universitário e diretor administrativo do Sinepe/PR, Everton Drohomeretski, a educação brasileira precisa se inspirar em exemplos internacionais para melhor convergir com as demandas do mercado de trabalho. Um dos exemplos citados pelo especialista é a revolução no ensino superior dos Estados Unidos que, desde a década de 1960, permite maior integração da indústria com as universidades.
“É comum indústrias farmacêuticas desenvolverem pesquisas com os estudantes no ambiente acadêmico. Assim, as empresas observam os graduandos com melhores olhos, porque sabem que eles têm competências úteis. Ainda temos no Brasil uma visão muito tradicional de um mundo que mudou consideravelmente nos últimos anos. Se você pensar no ano de 2015, a última coisa que se esperava de um profissional de tecnologia da informação (TI) era relacionamento interpessoal. Hoje, é preciso que ele sinta a necessidade e apresente soluções ao usuário”, complementa.
Proatividade = emprego
Se as instituições de ensino podem buscar maior integração com o mercado de trabalho para oferecer melhores oportunidades aos estudantes, também cabe aos jovens maior proatividade. Analisar as competências exigidas pelo mercado e buscar qualificações, bem como procurar estágios e vivências que permitam maior integração com o dia a dia no trabalho são fundamentais para o exercício profissional durante e após a graduação. “Eu vejo que existe uma caminhada profissional que todos fazem. O estudante nem sempre vai conseguir a primeira oportunidade profissional
diretamente na área. Ele terá que fazer estágios e outras atividades durante o período da graduação. Hoje, o mercado apresenta oportunidades mais amplas, mas também mais complexas. Eu vejo que também precisamos entender que essa caminhada profissional se faz por meio da experiência”, analisa Adriana Karam, diretora do Ensino Superior do Sinepe/PR. Nesse cenário, as decisões tomadas pelos estudantes durante a graduação são fundamentais para o ingresso no mercado de trabalho. Dados do levantamento ABMES/Symplicity de Empregabilidade 2023 (IASE) apontam que 62,8% dos entrevistados estão em atuação na área respectiva à formação, enquanto 75,6% estão com algum vínculo empregatício.
“Quando o estudante começa a universidade, é como se ele entrasse em um buffet. É preciso que ele experimente tudo, mas todos correm para a sobremesa. E é por isso que acontece essa diferença entre a necessidade do mercado com o número de profissionais. Se todos estão disputando a sobremesa, ninguém está com o brócolis. Por isso, quem conseguir se tornar um grande especialista nessas áreas que mais ninguém quer vai sair na frente dos demais, ter maiores oportunidades e melhores remunerações”, finaliza Drohomeretski.
“Eu vejo que também precisamos entender que essa caminhada profissional se faz por meio da experiência”
Adriana
Karam
Diretora
do Ensino Superior do Sinepe/PR
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Futuro em debate
Naura Nanci Muniz Santos, representante do Sinepe/PR na Conae, analisa as expectativas para o próximo Plano Nacional de Educação (PNE)
Por Jorge de Sousa
2024 será um ano decisivo para a educação nacional devido à aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE) no Congresso Nacional. As bases para a elaboração da proposta foram debatidas durante a Conferência Nacional de Educação (Conae) 2024, realizada no mês de janeiro, e foram entregues ao Ministério da Educação (MEC).
O MEC é o responsável por transformar essas bases em um Projeto de Lei - que posteriormente é encaminhado para o Congresso Nacional. Dentro da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, o tema deve ser debatido pelas comissões internas e contar com a participação de agentes públicos e privados da educação nacional.
O PNE é o documento mais importante da educação nacional. O plano tem validade de dez anos e estabelece quais metas devem ser alcançadas pelo Brasil nesse período, bem como as estratégias que serão desenvolvidas para a concretização desses objetivos.
Naura Nanci Muniz Santos foi a representante do Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe/PR) na Conae 2024 e concedeu uma entrevista à Revista Escada sobre as expectativas para o próximo PNE.
Qual a importância do PNE e quais os principais impactos que esse plano promove na educação nacional?
Naura Nanci Muniz Santos: O Plano Nacional de Educação é o documento que estabelece bases conceituais para a política nacional de educação para o período de dez anos. Ele permite unidade nacional às ações educacionais nas três esferas: municipal, estadual e federal. Dele decorrem os Planos Estaduais e Municipais de Educação que asseguram direitos iguais a todos os brasileiros no âmbito da educação, tanto pública como privada.
Daí sua importância como instrumento legal garantidor de direitos, tanto na Educação Básica como no Ensino Superior, na permanente busca da redução de desigualdades sociais, da consciência e responsabilidade ambiental e na construção da cultura democrática.
ENTREVISTA DO MÊS
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O novo PNE foi amplamente discutido pela Conae e teve como tema “Plano Nacional de Educação (2024-2034) – política de estado para a garantia da educação como direito humano, com justiça social e desenvolvimento socioambiental sustentável”.
Apesar do PNE em vigor ter obtido um resultado menor de 50% em suas metas e estratégias, a reflexão sobre este fato merece a atenção de todos os envolvidos.
Na sua visão, quais as principais pautas que devem ser prioridade para esse próximo PNE e por quais motivos elas merecem destaque?
Naura Nanci Muniz Santos: O documento-base para o PNE trouxe 7 eixos relevantes para discussão:
• Sistema Nacional de Educação – como articulador de ações integradas e intersetoriais, em regime de colaboração interfederativa;
• Garantia do direito de todos à educação de qualidade social;
• Educação, Direitos Humanos, Equidade, Inclusão e Diversidade – combate à discriminação;
• Gestão democrática e educação de qualidade;
• Valorização dos profissionais da educação;
• Financiamento público da educação pública;
• Educação comprometida com a justiça social, a proteção da biodiversidade e o desenvolvimento socioambiental sustentável. Como podemos constatar, todos os temas são relevantes para a educação, especialmente no que se refere à inclusão de todos os estudantes e à preocupação com a garantia da vida com qualidade no planeta e o enfrentamento das desigualdades.
Como você tem avaliado a participação da educação privada na elaboração deste PNE? Você acredita que o ensino parti-
cular tem contribuições importantes para a educação pública?
Naura Nanci Muniz Santos: As instituições privadas foram convidadas a participar dos debates, junto com as redes públicas de educação e inúmeros movimentos sociais. Foram poucos representantes, mas tiveram espaço para apresentar suas preocupações e os principais desafios:
• Novo Ensino Médio – adequações na atual legislação;
• Educação à Distância – regulamentação e qualidade dos cursos, especialmente no Ensino Superior;
• Inclusão de alunos com dificuldades para aprendizagem e interação social.
Recentemente, a educação pública brasileira teve resultados negativos na última edição do Pisa. Como você avalia essa questão e como as políticas contidas no PNE podem auxiliar o país a reverter esse quadro?
Naura Nanci Muniz Santos: O Brasil registra, desde que instituídas as avaliações externas, um histórico de resultados negativos. São muitos os fatores que contribuem para isso na educação pública, desde a falta de infraestrutura até o descompromisso de alguns gestores com o fazer pedagógico e o sistema de avaliação de estudantes, cursos e instituições.
Já o desempenho das instituições privadas tem sido melhor, embora estas participem em número pouco expressivo. Acredito que incentivar o aumento dessa participação seria uma boa estratégia para elevar os índices nacionais.
O PNE é uma carta de intenções, traz metas e estratégias que podem contribuir com a melhoria da qualidade da educação, porém, precisa ser encarado com seriedade, pois não temos resposta para a questão: “Se não for cumprido, quem será responsabilizado e qual será a punição pelo não cumprimento?”.
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Calendário de eventos
ORIENTAÇÕES BASEADAS NO CÉREBRO PARA TRANSFORMAR ENSINO EM APRENDIZAGEM
Quando: Informações no site do Sinepe/PR
Onde: Regionais Cataratas, Oeste, Sudoeste, Central e Campos Gerais
Palestrante: Paulo Tomazinho
CURSO - O DIREITO DO TRABALHO NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO
Quando: 2, 9, 16 e 22 de maio, às 8h30
Onde: Sinepe/PR, em Curitiba
Palestrante: Dr. Diego Felipe M. Donosco
FORMAÇÃO DE PROFESSORES: NOVAS DIRETRIZES, NA VISÃO DO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO
Quando: 13 de maio, às 14h
Onde: Sinepe/PR, em Curitiba
Palestrante: Conselheiras do CNE, Amábile Pácios e Márcia
Sebastiani
REGULAÇÃO EMOCIONAL NA ESCOLA
Quando: 16 de maio, às 19h
Onde: Sinepe/PR, em Curitiba
Palestrante: Gilber Machado
COMO LIDAR COM A RELAÇÃO ESCOLA-FAMÍLIA EM TEMPOS DE GRUPO DE WHATSAPP, A PARTIR DE FUNDAMENTOS DA NEUROCIÊNCIA
Quando: 28 de maio, às 19h30
Onde: Teatro Bom Jesus, em Curitiba
Palestrante: SOS Educação
Novas associadas
• 27/02/2024 | CEI Sítio do Pica Pau Amarelo, de São José dos Pinhais
• 17/04/2024 | Centro Educacional Ápice, da Fazenda Rio Grande
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Selo Escola Legal 2024
Para auxiliar pais e alunos na busca por instituições de ensino particular devidamente regularizadas perante os órgãos oficiais, o Sinepe/PR lança a edição 2024 do selo “Escola Legal”. Associadas podem solicitar seus selos por meio do www. sinepepr.org.br
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