Jorge Queiroz, Debaixo das pedras da calçada, a praia! - excerto

Page 1

texto de João Miguel Fernandes Jorge

JORGE QUEIROZ Debaixo das pedras da calçada, a praia!

JORGE QUEIROZ Debaixo das pedras da calçada, a praia!

JORGE QUEIROZ Debaixo das pedras da calçada, a praia!

D O C U M E N TA FUNDAÇÃO CARMONA E COSTA


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

12/10/12

12:36

Page 88


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

12/10/12

12:34

Page 3

Jorge Queiroz DEBAIXO DAS PEDRAS DA CALÇADA, A PRAIA !

texto

João Miguel Fernandes Jorge

D O C U M E N TA FU N D A Ç Ã O C A R M O NA E C O STA


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

12/10/12

12:34

Page 4

agradecimentos / aknowledgements Corinne Prat Galeria Helga de Alvear, Madrid Marta Gerveno Nathalia Obadia Gallery, Paris Rui Victorino Sikkema Jenkins & Co., Nova Iorque

Este livro foi publicado por ocasião da exposição Jorge Queiroz – Debaixo das pedras da calçada, a praia! realizada no âmbito do Programa de Apoio à Arte Contemporânea / fcc entre 24-10-2012 e 02-02-2013 This book was published on the occasion of the exhibition Jorge Queiroz – Debaixo das pedras da calçada, a praia! under the patronage of the Contemporary Art Support Programme / fcc from 24-10-2012 to 02-02-2013

Coordenação da produção / Production Coordination Tradução / Translation Fotografia / Photography

Design gráfico / Graphic Design Revisão / Proofreading

Pedro Valdez Cardoso / fcc José Gabriel Flores Nuno Moreira cortesia Galería Helga de Alvear, Madrid cortesia Galerie Nathalia Obadia, Paris Manuel Rosa Helena Bento, Helena Roldão

© Fundação Carmona e Costa, Rua Soeiro Pereira Gomes, Lt. 1 – 6.º D, 1600-196 Lisboa © Sistema Solar, Crl. (Documenta), Rua Passos Manuel, 67 B, 1150-258 Lisboa texto © João Miguel Fernandes Jorge imagem © Jorge Queiroz 1.ª edição Outubro 2012 / Published in October 2012 ISBN 978-989-8618-18-4

Tiragem / Print run 800 exemplares Depósito legal / Legal depot 350098/12 Impressão / Printing DPI – Cromotipo, Lda. Rua Passos Manuel, 78 A, 1150-260 Lisboa


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

12/10/12

12:34

Page 5

A ARTE DO DESENHO EM JORGE QUEIROZ

Num texto anterior que escrevi sobre Donnerstag e outros desenhos (Chiado 8 – Arte Contemporânea, 2010) — a sair em próximo livro —, começo por dizer que não há que procurar significações nem figuras no desenho de Jorge Queiroz. As sombras, as manchas, a linha, a cor instrumentalizam a destruição, o ruir, o explodir de um mecanismo interno. O mundo do desenho está aqui tomado como conquista, como um processo da (in)comunicação (im)possível do seu próprio tempo, da sua própria mensurabilidade e reflexão. Em 2010, os desenhos mostrados em Donnerstag representavam apenas uma passagem fria e ideal entre todo o desenho anterior que dele conhecia; passagem que se retoma nos trabalhos que nos são mostrados, agora, no Outono de 2012, nas salas da Fundação Carmona e Costa. O desenho perpassa de uma a outra folha. Todavia, antes de deixarmos o nosso olhar correr na superfície de um a outro papel, e se nos detivermos na grandeza de uma (de qualquer) destas invocações (deixem-me chamar invocação a cada um destes desenhos), poderemos aperceber-nos que trazem consigo uma arte imemorial, que dá existência a um universo solene e silencioso povoado de figuras sublimes, que convidam a um clima de melancolia. Traços, riscos, cores, sombras em errância, como que arrependidas de terem sido sombras de objectos, fantasmas imóveis, sem substância directa. Digo «directa», pois o seu grau de existência apenas participa de um invocar. Neste momento são coisas, entes, luminosidades desenhadas, mas que pertencem ao domínio daqueles sombrios objectos ou seres que sabemos poderem estar (e que, com um pouco de sorte, até poderemos visionar) no caminho mais recôndito de um bosque, na sala vazia de uma biblioteca ou entre a multidão num museu; ou mesmo em noite em que sigamos de carro, sozinhos, ocupe o lugar ao nosso lado, como criatura passageira, mas capaz de nos levar a pensar e a desenhar o que jamais ocorreu em parte alguma e que é, no entender de Schiller, aquilo que nunca envelhece. É por este lado carregado de vislumbres imutáveis, gerador de um tipo de beleza saturada de baudelairianas Fleurs du mal, imóveis — tão capazes de fluir na sua impassibilidade e de se diluir no magma de dissonâncias que guarda a obscura fundura do desenho —, impenetráveis, largas de olhos


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

12/10/12

12:34

Page 6

e puras como espelhos rombos, que surgem as imagens de Jorge Queiroz, mesmo quando repousam sobre gestos convulsivos de agonia. O desenho é uma constante necessidade, um poço infindo que reflecte uma paisagem, também infinda. Para o desenho desliza o título da exposição, Debaixo das pedras da calçada, a praia! Uma frase que o Maio de 68 relembrou e que não creio andar longe de nos dizer que a vida é curta, a arte é longa, a ocasião fugitiva e o julgamento difícil. Bios, techné, kairos, peira, krisis. Grânulos de areia, todos eles praticáveis (bem mais correcto seria usar a palavra do seu oposto, impraticável) ao rés da praia que se move sob «as pedras da calçada». Espaço de mudança incerto, duração da vida que não é mais do que um sopro, existência e lugar em que se vive de recursos, dia-a-dia, mais escassos; tempo presente que pesa e se desfaz, ponto vital de um corpo sobre o qual recai a acção de separar; o processo, o desenlace. A ponta de uma espada a ferir, a contingência, o movediço que encontramos nas areias da praia, a tenuidade — a par da irrupção da incerteza e do acidente e também de um humor cruel — desenvolvem-se como um recitativo, como uma visão sobre a instabilidade do mundo e do modo como residem no fluente desenhar os cinco termos gregos. Krisis é a criação do (universo) do próprio desenho. Peira, a forma como ele em si mesmo, dentro dos seus limites, se experimenta e como a si mesmo se seduz. Kairos representa a sua capacidade de resposta (a do seu espaço e tempo pessoal) a um tempo presente da arte. Techné implica um principium individuationis: dele fala-nos Schopenhauer (O Mundo como Representação, Livro Terceiro), quando nos refere que este princípio transcende as ideias e é independente do mundo dos fenómenos, e que poderia subsistir mesmo se o mundo não existisse. Assim também a vida — Bios — de cada um destes desenhos tem consigo uma imagem tão acabada da vontade, que à semelhança de uma célula neuronal (mancha ou figura ou mínima explosão colorida) abre numa complexa rede de conexões e circuitos, de flutuações, de campos de forças, de uma pluralidade de humores e de um calibrado cenário de acidentes. Estes entram no desenho sob uma tensão de energias, sob uma dinâmica que se tece ao redor do imaginado momento do seu fazer e da presença simultânea de percepções de tempo intuídas e vividas pelo seu feitor — de onde o seu desenho está a cada instante onerado por ocasiões fugitivas, por heterogéneos tempos de vida e por uma arritmia aleatória, rebelde a qualquer sentido de reunificação.

Debaixo das pedras da calçada, a praia! reúne trabalhos de 2009 a 2012. As suas dimensões vão de 40 × 30 cm a 152 × 220 cm. Para esta exposição, Jorge Queiroz criou um trabalho específico para


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

12/10/12

12:34

Page 7

as suas salas. Trata-se de um extenso desenho — um papel de parede padronizado — que envia para a imagem de uns cães encontrados durante um passeio. Fiquemo-nos com as palavras de Queiroz sobre a origem desse papel: «A partir de uma imagem de cães que andaram comigo toda uma manhã e depois desapareceram. Foi há uns quatro anos, e por sorte tinha uma câmara comigo e tudo aconteceu por ter acordado muito cedo e não haver mais ninguém. Foi perto de uma praia. Nunca mais vi essa foto. Quando a voltei a encontrar, acrescentei-lhe umas linhas, uns papéis redondos e uns riscos; depois a imagem, a mesma imagem vai variando como um cinema.» O papel, com as imagens dos «cães» que se repetem ao longo da parede, disponibiliza-se a receber sobre si, como todo o papel de parede, a espaços, desenhos. Desenhos que já foram mostrados em exposições anteriores (Bruxelas e Madrid) ou inéditos. Os «cães», riscos, manchas que se dispõem em intervalos padronizados a receber sobre si o presente inteiro dos desenhos. Os «cães» pelas palavras de Jorge Queiroz soubemos que foram um acaso num passeio matinal. Mas depressa se tornaram, na sua repetição desenhada (a par de uma colagem, de riscos e de manchas), uma necessidade, em que a sua presentificação faz apelo a um continuado processo e a uma experimentação que vai deixando marcas compulsivas e inevitáveis. Os «cães» num emaranhado de riscos repetem-se, tal como nos desenhos se repete em carência, desejo e malogrado afecto a figura humana. Que se desfaz e corrói nas suas variadas configurações. Que é um fantasma mental à procura de ser ainda uma coisa mais abstracta ou a procurar uma qualquer saída sob o visível de uma marca que seja real. Num dos desenhos um «olho» iridescente introduz-se como um génio maligno freudiano que expande a sua resistência compulsiva para além de todo o princípio do prazer. Esse «olho», pulsão da morte, ameaça como um cogito actuante sobre a sucessão do desenho e comparo-o ao terrífico e doloroso olhar da personagem Grendel, no filme Beowulf (2007), de Robert Zemeckis. A rede incandescente de um fotograma do maligno Grendel (proveniente de uma lenda nórdica do século V, fixada no século XI num poema anglo-saxónico), que nos dá um corpo a desfazer-se em sangue e nervos, não anda longe do labirinto movente destas imagens. Trata-se também aqui de uma interioridade que nunca afastou a ideia e a presença de um corpo físico, que consulta no âmago do desenho a incerteza dos seus limites e da sua representação. Por isso, temos sempre a entrar pelo desenho a sensibilidade de uma figura ausente, de um acidente, de uma rápida mudança, de uma fractura do tempo e de uma fractura desse mesmo corpo. Desenhar como quem observa um corpo. Creio que será o mais correcto. Um corpo físico a que acresce o corpo da memória; que é a sua fórmula de sobrevivência e o seu pathos de possibilidade de existir enquanto tempestade e mesmo depois dos mun-


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

12/10/12

12:34

Page 8

dos todos lhe escaparem — e não será uma marca de fogo, uma via de saída, uma possibilidade de fuga o que nos mostra a porta fechada destes desenhos? A carvão, lápis de cor, guache, objectos e seres estão aí, podem ser interrogados, antes que se diluam na implosão identitária que é a contenção dispersiva do desenho.

Um dos desenhos deixa cair uma espécie de película sobre uma cena idílica. Em tons róseos, de gravura de conto de fadas, onde um cão deambula por entre as personagens. Um «lápis», como se fosse uma seta, atravessa a unicidade do acontecimento. Risca, sem riscar, a impressão, a globalidade narrativa. O «lápis» intervém na intriga, corresponde à soberaneidade do artista, que quebra a passagem do correr de um tempo estanque na imagem da arte como natureza e instituição, e nela faz descer a sua hybris, de forma a provocar os múltiplos ecos de um processo que guarda uma tensão de forças. O «lápis» é um primeiro existente. Unidade de duas forças elementares — atracção e repulsão — que o artista possui e que transpõe a seu bel-prazer para a cena a desenhar ou já por si mesmo desenhada. O que dá, como resultado, desenho no desenho, desenho sobre o desenho, palimpsesto do desenho, rasura constante do desenho e arquivo de memória, isto é, tempo dentro do tempo guardado no espaço físico do desenho; e deste modo ocorre a essência misteriosa do desenho, o seu lado passivo, que é a sua energia original passada; assim tem existência a enigmática matéria do desenho — a sua presença actuante, e que julgamos final —, assim nos surge o escondido e o evidente, através da essência espiritual da matéria. Há uma peça musical de Arvo Pärt, Lamentate (piano e orquestra, 2002) que foi composta para homenagear a escultura Marsyas (2002) de Anish Kapoor. Quase me apetecia começar por dizer: esqueçamo-nos da gigantesca escultura instalada na Tate Modern. Mas não, pois a sua harmonia de ser orgânico e de serpente naturalista, à Laocoon, serve-me como imagem hipostasiada de uma «ansiedade diante do espaço» freudiana, transposta para o espaço e tempo da arte, de que nos falam Aby Warburg ou Wilhelm Worringer. O vermelho da escultura de Kapoor facilmente criará esse sentimento de temor, reforçado pela escuridão e sombra dentro dos próprios organismo e cor vermelha. Mas a peça musical de Pärt nos seus muitos andamentos (entre eles: Fragile, Pregando, Solitudine — stato d’animo, Consolante, Stridendo), quase a oiço sobrepor-se a esta impenetrabilidade carregada de alma do mundo, verdadeiro caos de todas as coisas (ecos e cores — chão de areia e ervas altas percorrido por dois cães que numa manhã seguiram Jorge Queiroz) que resulta no vasto corpo de desenho agora reunido.


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

12/10/12

12:34

Page 9

Quanto a Marsyas, o sátiro que provocou Apolo, querendo ultrapassá-lo em qualidade harmónica quando tocava flauta de dois tubos, acabou desfeito em sangue pelo deus, que desse modo condenou a sua hybris. O excesso é quase sempre a forma pela qual a extensão interior (do desenho) se desenvolve. Também aqui a figura corroída (próxima de um imaginário de Kafka, de Beckett ou de um fio condutor originado em Heródoto ou Ovídio) tem dentro de si uma aranha oculta que quer lançar o seu próprio desenho dentro do desenho. Uma trama enredadora de viscosidades: de algo que está escondido no mais profundo. Por isso, a figura constantemente desfigurada não é mais do que Marsyas corroído pelo perfeito Apolo, que reside no todo do desenho.

Quem assiste a um espectáculo recebe força. E mesmo que Jorge Queiroz nos diga: — Isto é aquilo. Isto não é outra coisa senão aquilo. O aquilo que o seu desenho nos oferece é bem mais rico do que aquilo que é imediatamente expresso. Isto é: a é mais a do que o a captado. É assim com o desenho; podemos encontrar-nos perto de uma obscura profundidade que unicamente é expressada, sem nunca, todavia, ser apenas expressão. João Miguel Fernandes Jorge


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

12/10/12

12:34

Page 10


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

12/10/12

12:34

Page 11

11


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

12/10/12

12:34

Page 10


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

12/10/12

12:34

Page 13

13


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

12/10/12

12:34

Page 14


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

12/10/12

12:34

Page 15

15


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

12/10/12

12:34

Page 16


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

12/10/12

12:34

Page 37


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

12/10/12

12:34

Page 38


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

12/10/12

12:35

Page 39

39


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

12/10/12

12:34

Page 10


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

12/10/12

12:35

Page 59

59


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

60

12/10/12

12:35

Page 60


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

12/10/12

12:35

Page 61

61


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

62

12/10/12

12:35

Page 62


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

12/10/12

12:36

Page 63

63


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

12/10/12

12:34

Page 10


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

12/10/12

12:36

Page 77

77


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

78

12/10/12

12:36

Page 78


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

12/10/12

12:36

Page 79

79


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

12/10/12

12:34

Page 10


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

12/10/12

12:36

Page 80

lista de obras list of works

capa e contracapa Debaixo das pedras da calçada, a praia! 2012 duas fotografias impressão digital sobre papel fotográfico / pdigital printing on photografic paper 30 × 40 cm 1-2

11

13

15

17

19

21

25

27

sem título / untitled 2011 guache e lápis sobre papel / gouache and pencil on paper 176 × 156 cm

29

sem título / untitled 2010 barra de óleo, grafite, guache, lápis e lápis de cor sobre papel / oil stick, graphite, gouache, pencil e coloured pencil on paper 166 × 144 cm

verso da capa papel de parede / wallpaper 2,50 × 50 m sem título / untitled 2009 guache e lápis sobre papel / gouache and pencil on paper 30,5 × 40,5 cm sem título / untitled 2009 guache e lápis sobre papel / gouache and pencil on paper 30,5 × 40,5 cm sem título / untitled 2009 barra de óleo e lápis sobre papel / oil stick and pencil on paper 30,5 × 40,5 cm

31

33

sem título / untitled 2009 guache e lápis sobre papel / gouache and pencil on paper 30,5 × 40,5 cm sem título / untitled 2009 guache e lápis sobre papel / gouache and pencil on paper 30,5 × 40,5 cm sem título / untitled 2009 guache e lápis sobre papel / gouache and pencil on paper 30,5 × 40,5 cm

22-23 sem título / untitled 2010 barra de óleo, guache, lápis e lápis de cor sobre papel / oil stick, gouache, pencil and coloured pencil on paper 168 × 140,5 cm Cortesia / Courtesy of Sikkema Jenkins & Co., Nova Iorque

sem título / untitled 2010 aguarela, grafite, guache, lápis e pastel sobre papel / watercolour, graphite, gouache, pencil and pastel on paper 168 × 140,5 cm

35

sem título / untitled 2010 barra de óleo, grafite, guache, lápis e pastel de óleo sobre papel / oil stick, graphite, gouache, pencil e oil pastel on paper 158 × 168,5 cm sem título / untitled 2011 barra de óleo, grafite, guache, lápis e tinta sobre papel / oil stick, graphite, gouache, pencil and ink on paper 151 × 108 cm sem título / untitled 2011 barra de óleo, grafite, guache, lápis e tinta sobre papel / oil stick, graphite, gouache, pencil and ink on paper 187 × 155,5 cm

36-51 sem título / untitled 2009 grafite, guache, lápis, lápis de cor, pastel de óleo e tinta-da-china sobre papel / graphite, gouache, pencil, colourdes pencil, oil pastel and indian ink on paper 169 × 155,5 cm 52-53 sem título / untitled 2009 aguarela, caneta, guache, lápis e lápis de cor sobre papel / watercolour,

pen, gouache, pencil and coloured pencil on paper 106 × 222 cm 54-55 sem título / untitled 2008 guache, lápis e pastel de óleo sobre papel / gouache, pencil and oil pastel on paper 52 × 233 cm 57

sem título / untitled 2010 grafite e lápis sobre papel / graphite and pencil on paper 110,2 × 157 cm

58

sem título / untitled 2009 gravura, guache, lápis de cor e pastel de óleo sobre papel / engraving, gouache, coloured pencil and oil pastel on paper 74 × 54 cm

59

sem título / untitled 2009 gravura, guache, lápis, lápis de cor e pastel de óleo sobre papel / engraving, gouache, pencil, coloured pencil and oil pastel on paper 74 × 54 cm

60-63 sem título / untitled 2009 aguarela, gravura, lápis e pastel de óleo sobre papel / watercolour, engraving, pencil and oil pastel on paper 74 × 54 cm 64-75 sem título / untitled 2010 grupo de 20 desenhos / set of 20 drawings carvão e guache sobre papel / charcoal and gouache on paper 167 × 115 × 4 cm 78-79 duas imagens do papel de parede / untitled 2012 fotografia sobre papel / photo on paper 29,7 × 21 cm (cada) 88

verso da contracapa papel de parede / wallpaper 2,50 × 50 m


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

12/10/12

12:34

Page 10


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

12/10/12

12:36

Page 81

THE ART OF DRAWING IN JORGE QUEIROZ

In a previous text I wrote on Donnerstag e outros desenhos (Chiado 8 – Arte Contemporânea, 2010) — to be included in a forthcoming book —, I begin by stating that one must not look for meanings or figures in Jorge Queiroz’s drawing. Shadows, patches, line and colour instrumentalise the destruction, the crumbling, the explosion of an internal mechanism. The world of drawing is taken here as a conquest, as a process of the (im)possible (in)communication of its own time, of its own measurability and reflection. In 2010, the drawings shown in Donnerstag represented simply a cold, ideal passage through all the previous drawings of his I knew; this passage is resumed in the works now shown to us, in the autumn of 2012, in the rooms of the Carmona e Costa Foundation. Drawing glides from sheet to sheet. However, if, before we allow our gaze to run over the surface from piece to piece, we linger awhile on the greatness of one (any one) of these invocations (let me call each one of these drawings an invocation), we will be able to realise that they carry within themselves an immemorial art, which brings into existence a solemn and silent universe peopled with sublime figures, inviting a melancholy atmosphere. Dashes, lines, colours, shadows that wander, as if regretful of having been shadows of objects, immobile ghosts, devoid of direct substance. I say ‘direct,’ because their degree of existence is simply part of an invoking. In this moment, they are things, entities, luminosities that, in spite of being drawn, belong in the realm of those shadowy objects or beings we know may lurk (and, with a little luck, we may even glimpse) in a wood’s most recondite path, in a library’s empty room or among the crowd visiting a museum; it may even happen that, while driving at night, one of them may sit next to us, as a passenger creature that is capable of leading us to think and draw something that has never occurred anywhere and is, according to Schiller, the only thing that never grows old. It is out of this sphere, heavy with immutable glimpses and generating a form of beauty saturated with Baudelairean Fleurs du mal, as immobile — so capable of flowing in their impassibility and diluting themselves in the magma of dissonances that guards the drawing’s obscure depth —,


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

12/10/12

12:36

Page 82

impenetrable, wide-eyed and pure as dulled mirrors, that Jorge Queiroz’s images emerge, even when couched on convulsive gestures of agony. Drawing is a constant necessity, an endless well on which an equally endless landscape is reflected. Towards drawing, glides the exhibition’s title: Por debaixo das pedras da calçada a praia [Under the cobblestones, the beach]. A sentence revived by May ’68 and which, I think, is close to telling us that life is short, and art long, occasion is fleeting and judgment difficult. Bios, techné, kairos, peira, krisis. Tiny grains of sand, all of them practicable (it would be much more correct to use the word of its opposite, impracticable) on the beach that moves under ‘the cobblestones.’ Uncertain space of change, life’s duration that is no more than a breath, existence and place where sustenance is drawn from resources that grow scarcer day by day; present time that weighs down and crumbles, vital spot of a body tasked with the action of separating; the process, the outcome. The tip of a sword as it wounds, contingence, the movement we find in the beach’s sands, tenuousness – alongside the irruption of uncertainty and accident, and also a cruel humour – all develop like a recitative, like a vision of the instability of both the world and the way the five Greek terms live in the fluent drawing. Krisis is the creation of (the universe of ) the drawing itself. Peira is the way how it, in itself, within its limits, experiences and seduces itself. Kairos represents its capacity to respond (out of its personal space and time) to a present time of art. Techné implies a principium individuationis: Schopenhauer (The World as Representation, Book 3) tells us of it by explaining that this principle transcends ideas, is independent from the world of phenomena and could subsist even if the world did not exist. Similarly, the life — Bios — of each one of these drawings also carries in itself such a complete image of the will, that like a neuronal cell (a patch, figure or minimal colourful explosion), it opens itself into a complex web of connections and circuits, fluctuations, force fields, a plurality of humours and a calibrated scenery for accidents. The latter enter the drawing under a tension of energies, a dynamic that weaves itself around the imagined moment of its making and the simultaneous presence of perceptions of time intuited and lived by its maker — hence why his drawing is permanently burdened by fleeting occasions, heterogeneous life times and a random arrhythmia, which refuses any feeling of reunification.

Por debaixo das pedras da calçada a praia gathers works from 2009 to 2012, whose sizes range from 40 × 30 cm to 152 × 220 cm. Jorge Queiroz has created a piece specifically for the rooms of


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

12/10/12

12:36

Page 83

this exhibition. It is an extensive drawing — a patterned wall paper — that evokes the image of some dogs encountered during a walk. Queiroz said the following about the origin of that wall paper: ‘It’s from the image of some dogs that walked with me for a whole morning and then vanished. It happened about four years ago; luckily, I had a camera with me, and all this happened because I had woken up very early and there was no one around. It was near a beach. I never saw that photo again. When I finally found it, I added some lines, some round pieces of paper and a few dashes; then the image, the same image keeps on changing like a movie.’ The paper, with the images of the ‘dogs’ repeating themselves along the wall, takes upon itself, as befits a wall paper, several drawings, here and there. Drawings that have either been already shown in previous exhibitions (Brussels and Madrid), or have their first public showing here. These ‘dogs,’ dashes and spots are organized into patterned intervals, to take upon themselves the full present of the drawings. As Jorge Queiroz informs us, the ‘dogs’ were a morning walk’s chance event. However, their drawn repetition (alongside a collage, dashes and spots) quickly turned them into a necessity, in which their presentification resorts to a continuing process and an experimentation that leaves compulsive, inevitable marks in its wake. The ‘dogs’ repeat themselves in a tangle of lines, just as in the drawings the human figure repeats itself in need, desire and unrequited affection, in a variety of dissolving and corroding configurations. That figure is a mental ghost that tries to become something even more abstract, or is searching for some way out, beneath the visibility of a mark that is real. In one of the drawings, an iridescent ‘eye’ appears as a Freudian evil genie that expands its compulsive resistance beyond the whole principle of pleasure. That ‘eye,’ death drive incarnate, threatens the drawing’s succession like an active cogito, and I compare it to the horrific and painful gaze of Grendel, in Robert Zemeckis’ film Beowulf (2007). The incandescent web in a screenshot of the malignant Grendel (who has his origin in a 5th-century Nordic legend, written down in the 11th century as an Anglo-Saxon poem), showing us a body coming apart as blood and gristle, is not very distant from the agitated labyrinth in these images. Once again, we are faced with an inner self that has never done away with the notion and presence of a physical body, that searches the drawing’s depths to gauge the uncertainty of its limits and representation. That is why the drawing is constantly being entered by the awareness of an absent figure, of an accident, of a sudden change, of a fracture of time and a fracture of the body itself. To draw as if one were scrutinising a body, I believe that is the most correct way of putting it. A physical body to which is added the body of


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

12/10/12

12:36

Page 84

memory, that is both its means of survival and its pathos of a possible existence as a storm, even after all worlds had evaded it – and what does the closed door in these drawings show us, but a mark of fire, a way out, a possibility of escape? In charcoal, coloured pencil and gouache, objects and beings are present and can be interrogated, before melting into the identitary implosion of the drawing’s dispersive restraint.

One of the drawings casts a kind of film over an idyllic scene, rosy-hued like a print from a fairy-tale book, among whose characters a dog wanders. Arrow-like, a ‘pencil’ transfixes the entire event. It traces, without tracing, the impression, the narrative whole. The ‘pencil’ takes part in the plot, in which it represents the artist’s sovereignty, which breaks the flow of a time isolated within the image of art as nature and institution, and brings down upon it its hybris, so as to unleash the multiple echoes of a process that contains a conflict of forces. The ‘pencil’ is a first existent. It combines two elementary forces — attraction and repulsion — which the artist possesses and transposes as he sees fit onto the scene already drawn or yet to be so. The outcome of this is drawing in drawing, drawing on drawing, drawing palimpsest, constant erasing of the drawing and memory archive, that is to say, time within the time kept in the drawing’s physical space; thus emerges the drawing’s mysterious essence, its passive side, which is its past original energy; thus comes into existence the drawing’s enigmatic matter — its active presence, which we believe to be final —, thus the hidden and the evident manifest themselves before us, through matter’s spiritual essence. Lamentate (piano and orchestra, 2002) is a musical piece by Arvo Pärt, composed in tribute to Anish Kapoor’s sculpture Marsyas (2002). At first, I almost felt like saying: let us forget the gigantic sculpture in the Tate Modern. But no, for its Laocoon-like harmony of organic being and naturalistic serpent is useful to me as the hypostasised image of a Freudian ‘anxiety regarding space’ transposed into the space and time of art, as discussed by Aby Warburg or Wilhelm Worringer. The red colour of Kapoor’s piece can easily generate that feeling of dread, reinforced by the darkness and shadow within the sculpture’s very organic form and hue. Yet I can almost hear Pärt’s musical piece, in its many movements (among them: Fragile, Pregando, Solitudine-stato d’animo, Consolante, Stridendo), superimpose itself on this anima mundi-suffused impenetrability, this veritable chaos of all things (echoes and colours — sandy ground and tall grasses through which wan-


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

12/10/12

12:36

Page 85

der two dogs that, on a certain morning, followed Jorge Queiroz), out of which came the vast body of drawings gathered here. As for Marsyas, the satyr who defied Apollo by trying to surpass him in harmonic ability with his two-reed flute, his fate was to be bloodily torn by the god himself, who thus punished the challenger’s hybris. Generally, excess is the way in which (the drawing’s) inner extension develops itself. Here, too, the corroded figure (close to the visions of Kafka and Beckett or to a lineage that began in Herodotus or Ovid) carries within itself a hidden spider that intends to cast its own drawing within the drawing. A tangling web of viscosities: of something concealed in the deepest depths. For this reason, the constantly disfigured figure is nothing more than Marsyas corroded by perfect Apollo, who makes the whole of the drawing his home.

Those who witness a spectacle are strengthened by it. And, even should Jorge Queiroz tell us: ‘This is that. This is nothing but that,’ the that his drawing offers us is a lot richer than what is directly expressed. In other words: a is more a than the a we see. So it is with drawing: we may find ourselves in the presence of an obscure depth that is purely expressed, without, however, ever being purely expression.

João Miguel Fernandes Jorge


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

12/10/12

12:34

Page 10


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

12/10/12

12:36

Page 86

jorge queiroz

N. 1966, Lisboa, Portugal. Vive e trabalha em Berlim. 2004 Résidence Künstlerhaus Bethanien, Berlim 1997 / 99 Master of Fine Arts at School of Visual Arts, Nova Iorque 1992 / 93 Curso Avançado no Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual, Lisboa 1991 Plano de Estudos Completo em Pintura, Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual, Lisboa

EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS (selecção) 2012 Debaixo das pedras da calçada, a praia!, Fundação Carmona e Costa, Lisboa 2011 Jorge Queiroz: Symmetrical Owl, Galerie Nathalie Obadia, Bruxelas 2010 Donnerstag e outros desenhos, Chiado 8 – Arte Contemporânea, Lisboa. Sikkema Jenkins & Co., Nova Iorque 2009 Galería Helga de Alvear, Madrid 2008 Thomas Dane Gallery, Londres 2007 Jorge Queiroz, Museu de Serralves, Porto Galerie Nathalie Obadia, Paris 2006 Horst-Janssen-Museum, Oldenburg 2004 Studio Guenzani, Milão Jorge Queiroz: Work on Paper, Galerie Nathalie Obadia, Paris Künstlerhaus Bethanien GmbH, Berlim 2002 Slow Motion, Caldas da Rainha Galeria Quadrado Azul, Porto

2001 Midway Initiative Gallery, Saint Paul, MN Derek Eller Gallery, Nova Iorque 1999 Galeria Presença, Porto 1995 Galeria Alda Cortez, Lisboa EXPOSIÇÕES COLECTIVAS 2012 De la Generosidad – Obras de la Colección Helga de Alvear, CGAC – Centro Galego de Arte Contemporánea, Santiago de Compostela Arte Portuguesa do Século XX 1960-2010, MNAC – Museu do Chiado, Lisboa 2011 Drawing 2011 – Biennial Fundraiser, The Drawing Room, Londres Recordações da Casa Rosa – António Areal, Jorge Queiroz e Paula Rego na Colecção da Fundação de Serralves – Museu de Serralves, Porto Le Beau est toujours bizarre, C.B. – FRAC – Haute-Normandie, Sotteville-lès-Rouen 2010 Portraits, Galerie Nathalie Obadia, Bruxelas Awake Are Only the Spirits – On Ghosts and their Media, CoCA – Centre of Contemporary Art, Torun


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

12/10/12

12:36

Page 87

Solo Papel, OTR espacio de arte, Madrid Collection / Porto: Museu Serralves, Domaine de Kerguéhennec – Centre d’Art Contemporain, Bignan Nathalie Obadia zu Gast bei Esther Schipper, Esther Schipper, Berlim 2009 (Des)Accords Communs, FRAC – Haute-Normandie, Sotteville-lès-Rouen Une Place au soleil, Galerie Nathalie Obadia, Paris Wach sind nur Geister, HMKV – Hartware MedienKunstVerein, Dortmund Drawing 2009 – Biennial Fundraiser, The Drawing Room, Londres LÁ FORA – Artistas Portugueses, Museu da Electricidade / Fundação EDP, Lisboa 2008 Anatomie | les peaux du dessin – collection Florence et Daniel Guerlain, FRAC – Picardie, Amiens Group Show, Galerie Nathalie Obadia, Bruxelas Multiple Directions (A retrospective exhibition of the Chiado Museum’s Collection), MNAC – Museu do Chiado, Lisboa Angela Bulloch – Jorque Queiroz, Galería Helga de Alvear, Madrid Corpo Intermitente, Museu de Angra de Heroísmo, Angra do Heroísmo 2007 Résidents, Espace Fondation EDF, Paris Portugal Agora – À propos des lieux d’origine, MUDAM – Musée d’Art Moderne Grand-Duc Jean, Luxemburgo 2006 Retratos e Figuras na Colecção do Museu do Chiado, MNAC – Museu do Chiado, Lisboa Gegen den Strich, Künstlerhaus Bethanien, Berlim I’m Yours Now, Sikkema Jenkins & Co., Nova Iorque En Voyage, FRAC – Île-de-France / Le Plateau, Paris Jorge Queiroz / Etienne Zack, Thomas Dane Gallery, Londres Arte Portugués Contemporáneo, Círculo de Bellas Artes de Madrid, Madrid 4. Berlin Biennale für Zeitgenössische Kunst, Berlim Territorio Oeste, MACUF – Museo de Arte Contemporáneo Unión Fenosa, A Coruña

2005 Works on Paper, Galerie Max Hetzler, Berlim Desenhos A-Z, Galeria Porta 33, Funchal 2004 Arte Portugués y Español de los 90, Centro Atlántico de Arte Moderno (CAAM), Las Palmas de Gran Canaria Group Exhibition, press to exit project space, Skopje 26.° Bienal de São Paulo, Bienal de São Paulo, São Paulo Group Show, Studio Guenzani, Mailand 2003 Colecção de Arte Contemporânea da Caixa Geral de Depósitos, MEIAC – Museo Extremeño e Iberoamericano de Arte Contemporáneo, Badajoz 50th International Art Exhibition Venice Biennale, La Biennale di Venezia, Venedig União Latina Prize, Fundação Caixa Geral de Depósitos – Culturgest, Lisboa 2002 1986-2002: ZOOM – Colecção FLAD, Museu de Serralves – Museu de Arte Contemporânea, Porto Expect the World – moi non plus, Sparwasser HQ – Forum for Contemporary Art, Berlim 2001 Santiago Cucullu & Jorge Queiroz, Midway Contemporary Art, Minneapolis, MN Rotterdam Porto, Galerie Delta, Roterdão 2000 Colecção do Banco Privado, Museu de Serralves – Museu de Arte Contemporânea, Porto Back to Nature, Derek Eller Gallery, Nova Iorque


P_Jorge Queiroz.qxp:24x27cm

12/10/12

12:36

Page 88


texto de João Miguel Fernandes Jorge

JORGE QUEIROZ Debaixo das pedras da calçada, a praia!

JORGE QUEIROZ Debaixo das pedras da calçada, a praia!

JORGE QUEIROZ Debaixo das pedras da calçada, a praia!

D O C U M E N TA FUNDAÇÃO CARMONA E COSTA


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.