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Que afinidades podem encontrar-se entre a ficção e as ideias-chave da cibercultura, como os mundos virtuais ou o conceito de pós-humano? Sabê-lo foi o objetivo do projeto de investigação «A Ficção e as Raízes de Cibercultura», acolhido pelo CECL e financiado pela FCT. Neste volume, que reúne textos do colóquio integrado nesse projeto, apresentados pela equipa e por outros investigadores no universo lusófono, destaca-se a diversidade de abordagens e de respostas. Seja em textos obscuros de finais do século XIX e início do XX, no previsível género da ficção científica, em autores canónicos como Forster, Beckett e Borges, ou noutros meios de expressão como o cinema, abre-se aqui um rico mas ainda pouco explorado terreno de pesquisa sobre o imaginário tecnológico contemporâneo e o seu passado recente. organização de Jorge Martins Rosa
CIBERCULTURA E FICÇÃO
CIBERCULTURA E FICÇÃO
CIBERCULTURA E FICÇÃO
Aline Ferreira | Ana Barroso | António Fernando Cascais | Artur Matos Alves | Niel Cardoso | Ermelinda Maria Araújo Ferreira | Filipe Soares Branco da Costa Luz | Gonçalo Furtado | Herlander Elias | Ieda Tucherman | Isabel Brison | João Rosmaninho Duarte Silva | Jorge Martins Rosa | José da Costa Ramos | Manuel Bogalheiro | Margarida Medeiros | Maria Augusta Babo | Maria do Rosário Monteiro | Patrícia Proença | Paulo da Silva Quadros | Paulo Tavares | Pedro de Andrade | Raquel Botelho | Rui Pereira Jorge | Sandra Bettencourt |
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© SISTEMA SOLAR, CRL (DOCUMENTA) RUA PASSOS MANUEL, 67 B, 1150-258 LISBOA © CENTRO DE ESTUDOS DE COMUNICAÇÃO E LINGUAGENS, 2012 textos © AUTORES 1.ª EDIÇÃO, OUTUBRO 2012 ISBN 978-989-8618-09-2
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NOTA INTRODUTÓRIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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O R I G ENS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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D O C ÂNONE AOS GÉNEROS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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A F I C ÇÃO EM IMAGENS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 3 1 I F THI S GO ES O N … . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 8 7 E S PA ÇOS DA FICÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 4 5 E N T R E PASSADO E FUTURO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 9 7
NOTAS BIOGRÁFICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 7 1
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NOTA INTRODUTÓRIA Jorge Martins Rosa Investigador principal do projeto «A Ficção e as Raízes da Cibercultura» Organizador
No meu doutoramento, analisei a obra de um dos mais conhecidos autores de ficção científica, Philip K. Dick, em busca de afinidades entre os seus contos e novelas e algumas das ideias-chave da cibercultura: os mundos artificiais e ilusórios (ou «virtuais», adjetivo que se tornou o mais comum), a necessidade de repensar o conceito de humano perante máquinas cada vez mais complexas, «inteligentes» e, no limite, «empáticas», a própria definição dessa inteligência como capacidade de processar informação. Apesar de em muitos aspectos único e inimitável, na sua vida e na escrita (pelo menos até o cyberpunk ter vulgarizado, à sua maneira, algumas dessas abordagens e respetivos gadgets), não pude deixar de interrogar-me se Dick teria sido um caso assim tão isolado de alguém que detetou algumas tendências — na técnica, mas acima de tudo no imaginário cultural — e, por via da inevitável interação entre autor e leitor(es), contribuiu para que estas se disseminassem a ponto de, cerca de década e meia decorrida sobre a sua morte, em 1982, se terem vulgarizado. Seria contudo necessário procurar esses autores e essas narrativas, indo além de Dick e de mais meia dúzia de nomes associados ao género — tratar-se-ia, aliás, de uma investigação pobre se me limitasse a autores e títulos repetidamente citados ou regularmente republicados, em particular no caso das obras com a extensão de livros. Foi com esse objetivo em mente, privilegiando a ficção curta publicada nos pulps e afins, mas sem esquecer outras formas de expressão, e aplicando um conjunto de outras balizas, de que destaco apenas a temporal — sempre títulos publicados antes de 1970, década em que já facilNota Introdutória
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mente se encontram parentes próximos do cyberpunk —, que concebi o projeto de investigação, entretanto financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, intitulado «A Ficção e as Raízes de Cibercultura». Além das tarefas atribuídas à equipa que me acompanhou neste objetivo e o estendeu a outros campos — tarefas sobre as quais não me alargarei aqui, até porque esse trabalho se espelha nos artigos aqui presentes, numa percentagem significativa da autoria dos seus membros —, houve desde o início a vontade de descobrir até que ponto se tratava de um trabalho isolado, pelo menos dentro das fronteiras nacionais e do restante universo lusófono, ou se, pelo contrário, outros partilhavam do mesmo tipo de interesses, ainda que só lhes concedessem uma fração do tempo dedicado à pesquisa. Incógnita ainda maior por neste caso se tratar de uma temática transversal às divisões disciplinares, mesmo que com um peso significativo das Ciências da Comunicação e das Literaturas e Culturas. Estava por isso no plano do projeto, desde o seu esboço inicial, a realização de um colóquio, com participantes maioritariamente selecionados a partir dum call for papers, além dos membros da equipa e do ocasional convite, em que todos pudessem descobrir afinidades de investigação e — objetivo que nunca pode ser descurado — comunicá-las ao público. O resultado, como pode adivinhar-se pela espessura deste volume com os textos então apresentados (mais alguns cujos autores se viram impossibilitados de participar, e que surgem aqui pela primeira vez), superou as expectativas mais otimistas, e não só pelo seu número. À medida que os resumos das propostas iam chegando e a sua qualidade era avaliada, algumas tendências se desenharam, ora esperadas — como a de trazer à discussão autores considerados canónicos, como E.M. Forster, Calvino, Beckett ou Borges, fora desse quase ghetto que são as literaturas de género, ou a de contemplar os meios audiovisuais de expressão —, ora imprevistas, inclusive pela sua forte incidência, destacando-se um interessante grupo de comunicações que procurou mostrar as pontes entre literatura, geografia e arquitetura. As sessões temáticas, aqui tornadas nas grandes divisões da coletânea, espelham bem essa diversidade, das close readings a alguns textos mais ou menos obscuros de finais do século XIX e início do XX, até às reflexões mais socializantes, umas vezes com uma perspetiva de síntese, outras detendo o olhar em títulos individuais mas exempla10
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res, sobre o imaginário tecnológico e as suas ramificações sociais e políticas, neste caso maioritariamente distópicas. Também a variedade (geográfica, de formações e de graus nessa formação académica) dos participantes foi motivo de regozijo. Quisemos aqui colocá-los num plano de igualdade, sejam docentes e investigadores universitários com um extenso curriculum ou mestres que há pouco defenderam a sua dissertação e ainda não estão associados a nenhuma universidade ou centro de investigação, até porque a lógica no interior de cada temática é mais importante do que qualquer hierarquia. Esta coletânea de artigos, que esperamos possa ter uma utilidade e uma longevidade muito além das circunstâncias que estiveram na sua origem, não pode contudo delas dissociar-se. Seria por isso um ato de infidelidade se, além da menção ao colóquio, nesta breve nota introdutória não fosse dado o devido reconhecimento a todos aqueles que permitiram que ele tivesse cumprido e mesmo superado os objetivos iniciais. Esses agradecimentos vão, primeiro que tudo, para o Centro de Estudos de Comunicação e Linguagens (CECL), instituição de acolhimento do projeto, que tem assegurado, mesmo em períodos mais sombrios para a ciência e investigação neste país, as condições para prosseguir com os meus interesses de pesquisa. Imprescindível também o agradecimento ao Conselho Científico da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (em particular, pela sua presença na sessão de abertura e ao longo do evento, à colega Ana Paiva Morais), que autorizou a realização do colóquio no mais nobre dos seus auditórios. E, porque as instituições não sobrevivem sem pessoas que mostrem a sua dedicação, agradeço a título individual à Rita Conde, do secretariado do CECL, e em especial ao Ricardo Santos, bolseiro deste projeto de investigação que assegurou, enquanto continuava a prestar apoio à pesquisa, uma parte significativa das tarefas logísticas, da recepção dos resumos, contacto com os participantes e seu acolhimento, à primeira revisão dos textos que de seguida podem ler.
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NOTAS BIOGRÁFICAS
Margarida Medeiros Licenciada em Filosofia e doutorada em Ciências da Comunicação. Leciona, como professora auxiliar convidada na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH-UNL), nas áreas de Cultura Visual e de Teoria da Fotografia. Entre as suas publicações contam-se o livro Fotografia e Narcisismo: O Auto-Retrato Contemporâneo (Assírio & Alvim, 2000), e Fotografia e Verdade: Uma História de Fantasmas (Assírio & Alvim, 2010). Ieda Tucherman Possui, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), graduação (1973), mestrado (1979) e doutorado em Comunicação (1991). Atualmente é professora associada II da UFRJ, pesquisadora bolsista do Conselho Nacional de Pesquisa em Ciência e Tecnologia (CNPq) e coordenadora do grupo de pesquisa «Corpo e Imaginário Tecnológico». Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Teoria da Comunicação, Filosofia e Estética, atuando principalmente nos temas corpo, comunicação, tecnologia, subjetividade e cultura. Aline Ferreira Professora associada na Universidade de Aveiro, onde leciona Literatura Inglesa. As suas principais áreas de interesse incluem as intersecções entre a literatura e a ciência e a literatura e as artes visuais, as utopias feministas e as biodistopias. O seu livro I Am the Other: Literary Negotiations of Human Cloning foi publicado pela Greenwood Press em 2005. Publicações recentes incluem artigos sobre utopias feministas, distopias biotecnológicas e bioarte.
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Artur Matos Alves Doutorado em Ciências da Comunicação, na especialidade de Comunicação, Sistemas e Tecnologias pela FCSH-UNL. É atualmente professor auxiliar na Universidade Atlântica, onde leciona disciplinas da área dos estudos sobre ciência, tecnologia e sociedade, bem como outras ciências sociais. Entre os seus principais interesses de investigação contam-se as tecnologias emergentes, o pós-humanismo, a filosofia da tecnologia e as ciências cognitivas. Investigador do projeto «A Ficção e as Raízes da Cibercultura» (PTDC/CLELLI/099000/2008), financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Isabel Brison Nasceu em 1980 em Lisboa, onde vive e trabalha como artista plástica e investigadora independente. Licenciou-se em Artes Plásticas (Escultura) na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa e é mestre em Ciências da Comunicação (Comunicação e Artes) pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Maria Augusta Babo Professora associada do Departamento de Ciências da Comunicação da FCSH-UNL. Responsável pelas unidades curriculares «Textualidades», «Crítica e Leitura» e, no mestrado, «Culturas do Eu» e corresponsável por «Práticas e Representações do Corpo». Participa em colóquios e seminários nas áreas da Semiótica, da Cultura e da Textualidade. A sua lição de agregação, «Em Segredo: A Confissão como Relação Interdiscursiva», foi publicada na revista Comunicação e Sociedade, da Universidade do Minho. Investigadora do projeto «A Ficção e as Raízes da Cibercultura» (PTDC/CLE-LLI/099000/2008), financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Rui Pereira Jorge Licenciado em Filosofia e mestre em Ciências da Comunicação, encontrando-se atualmente a finalizar uma tese de doutoramento sobre música e tecnologia. Possui formação musical e na área da edição e produção de som. Tem desenvolvido trabalhos como músico e sound designer, nomeadamente música para cinema, música para crianças, música eletrónica e experimentação sonora. Paralelamente a esta atividade, tem desenvolvido investigação sobre cultura do som, música e estética. É docente da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias nas áreas da música, cultura do som e sonoplastia. Ermelinda Maria Araújo Ferreira Doutora em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e pela Universidade de Lisboa. Professora do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal de Pernambuco e pesquisadora do CNPq.
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Paulo da Silva Quadros Mestre em Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, Brasil e doutor em Educação pela FE dessa mesma universidade. É pesquisador filiado atualmente no Grupo de Pesquisa Cibernética Pedagógica (ECA-USP), no Grupo de Cidades Inteligentes (Laboratório de Sistemas Integrados da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo) e no Instituto de Matemática e Arte de São Paulo, e membro do Grupo de Pesquisa em Inteligência, Games e Simulação. Diretor da Divisão de Cooperação Internacional do IMA-SP (Instituto de Matemática e Arte de São Paulo). Patrícia Proença Licenciou-se em Design de Comunicação pela Parsons School of Design em Nova Iorque, em 1990. Obteve o grau de Mestre em Ciências da Comunicação (Comunicação e Artes) na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UNL, em janeiro de 2012. É designer de comunicação. Filipe da Costa Luz Licenciado em Design Industrial pelo IADE, mestre em Ciências da Comunicação (2006) pela FCSH-UNL com uma dissertação intitulada Mediação Digital como Jogo: Transparência e Imersão e atualmente doutorando em Ciências da Comunicação na FCSH-UNL. É subdiretor das licenciaturas em Animação Digital e em Aplicações Multimédia e Videojogos da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias e coordenador executivo do MovLab: Laboratório de Tecnologias de Interação e Interfaces. Ana Barroso Doutoranda de Estudos Artísticos (Estudos do Cinema e do Audiovisual) na Universidade de Lisboa, onde prepara uma tese sobre violência juvenil no cinema. A par da investigação, desenvolve também um trabalho criativo em videoarte. Manuel Bogalheiro Licenciatura e Mestrado em Ciências da Comunicação pela Universidade da Beira Interior com uma dissertação intitulada «O Papel da Técnica no Controlo da Experiência: As Sociedades Preventivas como Produto de uma Mutação Tecnológico-Política». Presentemente é doutorando em Ciências da Comunicação (Cultura Contemporânea e Novas Tecnologias), com um projeto de tese sobre o impacto da técnica nos objetos estéticos. Daniel Cardoso Doutorando em Ciências da Comunicação na FCSH-UNL, com mestrado na mesma instituição e área (Cultura Contemporânea e Novas Tecnologias), sobre o poliamor. Colabora com o projeto EU Kids Online desde 2007, tendo a seu cargo o desenho e maNotas Biográficas
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nutenção do website da equipa portuguesa, bem como outras atividades de assistente de investigação. Participou num projeto financiado pela FCT de análise aos media sobre a participação feminina na esfera pública on-line, bem como num projeto sobre a representação da mulher nas revistas masculinas e femininas em Portugal. Leciona na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Licenciado também em Ciências da Comunicação na FCSH-UNL. Pedro de Andrade Professor na FBAUL. Investigador do CECL, FCSH-UNL. Coordenador do projeto de pesquisa «Comunicação Pública da Arte: O Caso dos Museus de Arte Locais/Globais», apoiado pela FCT. Membro do Conselho Editorial da Revista de Comunicação e Linguagens. Membro do Comité de Rédaction da revista LORETO, Ministère de la Culture e Université Libre de Bruxelles. Diretor da revista Atalaia. Autor de 112 textos (artigos de revista, livros, papers de congresso), além de múltiplas conferências e entrevistas, obras e eventos no cinema, nas artes visuais e digitais e no ciberespaço/cibertempo. Paulo Tavares É professor de Português e de Inglês, atualmente bolseiro da FCT, a desenvolver uma tese de doutoramento na área dos Estudos Literários. É investigador do CETAPS (Centre for English, Translation and Anglo-Portuguese Studies, da FCSH-UNL) e colaborador do Centro de Estudos de Comunicações e Linguagens. Publicou três livros de poesia (Pêndulo, Quasi Edições, 2007; Minimal Existencial, Artefacto, 2010 e Linhas de Hartmann, &etc, 2011). É editor das Edições Artefacto e da revista Agio: Cadernos de Ideias, Textos e Imagens. Investigador do projeto «A Ficção e as Raízes da Cibercultura» (PTDC/CLELLI/099000/2008), financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. João Rosmaninho Duarte Silva É arquiteto pela Universidade do Minho (2002) e mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa (2009). Docente na Escola de Arquitetura da Universidade do Minho desde 2002, onde desenvolve atualmente o doutoramento. É programador convidado do Café Falado (Tema: Arquitetura) no Centro Cultural Vila Flor, e co-coordenador da PechaKucha Night Guimarães. Publicou artigos na Trajectos: Revista de Comunicação, Cultura e Educação, na coleção Opúsculos e na Diacrítica: Série Ciências da Literatura. Sandra Bettencourt Bolseira de Investigação do projeto CILM: Cidade e (In)segurança na Literatura e nos Media, do Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de 374
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Lisboa. Licenciada em Estudos Artísticos e mestre em Estudos Literários e Culturais pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. José da Costa Ramos Investigador do Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa e bolseiro de doutoramento da FCT. Economista e com um mestrado na área do urbanismo, foi Presidente do ICAM e da Tóbis e candidato à Câmara Municipal de Lisboa pelo Movimento Esperança Portugal. Os seus interesses de ação e investigação situam-se na intersecção entre tecnologia, cultura e política e a sua tese de doutoramento tem o título Sem Rima nem Razão: Migrantes, Espaço Público e Ciberespaço. Gonçalo Furtado Licenciado pela Universidade do Porto, mestre pela Universidade Politécnica da Catalunha e doutorado pela University College of London. Autor de vários livros sobre cibercultura, arquitetura e novas tecnologias. Atualmente é professor de teoria de arquitetura e design na Universidade do Porto, em programas de mestrado e doutoramento. No passado, colaborou pontualmente com a pós-graduação de Animação e Ilustração do IADE, e com a disciplina de Semiótica da ESAD. Recebeu vários prémios internacionais, com destaque para um «Highly Recommended Paper Award» da WOSC e um «Outstading Scholarly Contribution Award». António Fernando Cascais Docente no Departamento de Ciências da Comunicação na Universidade Nova de Lisboa. Investigador responsável dos projetos «Modelos e Práticas de Comunicação da Ciência em Portugal» e «História da Cultura Visual da Medicina em Portugal». Organizou os números da Revista de Comunicação e Linguagens dedicados aos temas «Mediação dos Saberes», «Michel Foucault. Uma Analítica da Experiência», e «Corpo, Técnica, Subjectividades». Organizou os livros Indisciplinar a Teoria (Fenda, 2004), e A Sida por um Fio (Vega, 1997). Investigador do projeto «A Ficção e as Raízes da Cibercultura» (PTDC/CLE-LLI/099000/2008), financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Jorge Martins Rosa Professor auxiliar no Departamento de Ciências da Comunicação da FCSH-UNL, onde leciona, entre outras unidades, os seminários «Modos da Ficção», «Cibercultura» e «Cultura Pop». O seu doutoramento, na especialidade de Comunicação e Cultura, procurou estabelecer ligações entre a obra de Philip K. Dick e a retórica discursiva da cibercultura contemporânea. No projeto financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia «A Ficção e as Raízes da Cibercultura» (PTDC/CLE-LLI/099000/2008), de que foi o investigador principal, alargou esta pesquisa a outras obras e autores publicados entre 1870 e 1970. Notas Biográficas
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Maria do Rosário Monteiro Professora do Departamento de Estudos Portugueses da FCSH-UNL, com doutoramento em Ciências Literárias (Literatura Comparada), com uma tese intitulada A Simbólica do Espaço em The Lord of the Rings e Earthsea. Entre as suas áreas de interesse contam-se a Literatura Comparada, a História das Ideias, as Utopias Literárias e a Teoria Literária. Raquel Botelho Licenciada em Ciências da Comunicação e jornalista. É docente no curso de Comunicação Social na Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (Instituto Politécnico de Tomar). Doutoranda na FCSH-UNL em Ciências da Comunicação (Cultura Contemporânea e Novas Tecnologias). Investigadora do projeto «A Ficção e as Raízes da Cibercultura» (PTDC/CLELLI/099000/2008), financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Herlander Elias Mestrado concluído na FCSH-UNL, sobre videojogos, e doutorado pela Universidade da Beira Interior com a tese A Galáxia de Anime: A Animação Japonesa como New Media. A paixão pela cultura digital e pela cultura da imagem, bem como pela ficção científica, leva-o a escolher o ensaio e a teoria como veículos de comunicação. Docente na Universidade da Beira Interior desde 2007.
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Jorge Martins Rosa NOTA INTRODUTÓRIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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O R I G ENS Margarida Medeiros FEITIÇO E FEITICEIRO ver através dos olhos dos outros na mesa do laboratório. . . . . . . . .
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Ieda Tucherman IMAGINÁRIO TECNOLÓGICO NO FINAL DO SÉCULO XIX encontros perturbadores entre atores humanos e não humanos . . . 27 Aline Ferreira CÉREBROS EM TANQUES E CORPOS TROCADOS a génese de uma fantasia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Artur Matos Alves FACES DA TIRANIA NA ERA PÓS-HUMANA The Machine Stops de E.M. Forster . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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D O C ÂNONE AOS GÉNEROS Isabel Brison CÉREBROS EM CAIXAS MECÂNICAS cyborgs avant la lettre em H.P. Lovecraft e C.L. Moore . . . . . . . . . .
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Maria Augusta Babo O LUGAR DO LEITOR NUMA ARQUEOLOGIA DA CIBERLITERATURA estudo de casos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Rui Pereira Jorge KRAPP’S LAST TAPE DE SAMUEL BECKETT E A CONSTRUÇÃO DE NARRATIVAS. . . . . . . . . . . . . . . . 109 Ermelinda Maria Araújo Ferreira JOSÉ SARAMAGO E A FICÇÃO CIENTÍFICA EM PORTUGAL. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119 A F I C ÇÃO EM IMAGENS Paulo da Silva Quadros STAR TREK: LITERATURA, FILOSOFIA, CIÊNCIA E TECNOLOGIA campos hibridizantes de tensão entre o imaginário e a realidade ficcional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133 Patrícia Proença O MUNDO DE PERKY PAT E AS IMAGENS STOCK . . . . . . . 145 Filipe da Costa Luz SF E ANIMÉ os monstros encantadores do ground zero . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159 380
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Ana Barroso NEW FRONTIERS, OLD VALUES representações de colonialismo e racismo em Do Androids Dream of Electric Sheep? e Blade Runner . . . . . . . . 171 I F T H I S GOES ON… Manuel Bogalheiro O LUGAR DA DISTOPIA FACE AO COLAPSO DA UTOPIA para uma projeção crítica do futuro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 189 Daniel Cardoso FICÇÃO CIENTÍFICA (SOCIAL) as ténues fronteiras entre real e ficção. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 203 Pedro de Andrade FICÇÃO CIENTÍFICA E «POSTLITERATE SOCIETY». . . . . . . 215 Paulo Tavares OS LIVROS SEM LEITORES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 233 E S PA Ç OS DA FICÇÃO João Rosmaninho Duarte Silva VISÕES ARQUITETÓNICAS DO FUTURO NA FIÇCÃO três propostas de leitura espacial para Fahrenheit 451 . . . . . . . . . . . 247 Sandra Bettencourt ESPAÇOS CIBERNÉTICOS «El Aleph», Los Angeles, anarquitetura e realidade aumentada . . . . 259 José da Costa Ramos UMA GRACIOSA LENTIDÃO, UM PRINCÍPIO DE ÊXTASE o real, o virtual e o espelho n’«O Aleph» de Jorge Luis Borges . . . . 271 Índice
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Gonçalo Furtado O ESPAÇO NA CIBERCULTURA pressupostos e promessas na produção ficcional (sci-fi e arquitetura). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 283 E N T R E PASSADO E FUTURO António Fernando Cascais O CORPO METAMÓRFICO NA FICÇÃO CIENTÍFICA . . . . 299 Jorge Martins Rosa CRISES DE IDENTIDADE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 315 Maria do Rosário Monteiro PEOPLE E UNDERPEOPLE ou involuções e evoluções da humanidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 331 Raquel Botelho NÃO, AINDA NÃO NOS TELETRANSPORTAMOS. . . . . . . . 341 Herlander Elias REFLEXOS DO PASSADO o velho é o novo «novo» . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 355 Notas Biográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 371
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REVISÃO: ANTÓNIO LAMPREIA / ANDRÉ BAPTISTA
DEPÓSITO LEGAL 350406/12 ESTE LIVRO FOI IMPRESSO NA GUIDE – ARTES GRÁFICAS, LDA RUA HERÓIS DE CHAIMITE, 14 ODIVELAS
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Que afinidades podem encontrar-se entre a ficção e as ideias-chave da cibercultura, como os mundos virtuais ou o conceito de pós-humano? Sabê-lo foi o objetivo do projeto de investigação «A Ficção e as Raízes de Cibercultura», acolhido pelo CECL e financiado pela FCT. Neste volume, que reúne textos do colóquio integrado nesse projeto, apresentados pela equipa e por outros investigadores no universo lusófono, destaca-se a diversidade de abordagens e de respostas. Seja em textos obscuros de finais do século XIX e início do XX, no previsível género da ficção científica, em autores canónicos como Forster, Beckett e Borges, ou noutros meios de expressão como o cinema, abre-se aqui um rico mas ainda pouco explorado terreno de pesquisa sobre o imaginário tecnológico contemporâneo e o seu passado recente. organização de Jorge Martins Rosa
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CIBERCULTURA E FICÇÃO
CIBERCULTURA E FICÇÃO
Aline Ferreira | Ana Barroso | António Fernando Cascais | Artur Matos Alves | Niel Cardoso | Ermelinda Maria Araújo Ferreira | Filipe Soares Branco da Costa Luz | Gonçalo Furtado | Herlander Elias | Ieda Tucherman | Isabel Brison | João Rosmaninho Duarte Silva | Jorge Martins Rosa | José da Costa Ramos | Manuel Bogalheiro | Margarida Medeiros | Maria Augusta Babo | Maria do Rosário Monteiro | Patrícia Proença | Paulo da Silva Quadros | Paulo Tavares | Pedro de Andrade | Raquel Botelho | Rui Pereira Jorge | Sandra Bettencourt |
D O C U M E N TA