![](https://assets.isu.pub/document-structure/220919105501-a3ff7ff3024bb5144f2e1192fbab176f/v1/3436f80370bd11789c9d4879bbdc7ea7.jpeg)
www.sistemasolar.pt
DESENVOLVIMENTOSUSTENTÁVEL
Alfredo M. Pereira
João Manuel Bernardo José M. Belbute
José Manuel Martins Manuel
Cristina Conceição Elsa Lamy Fernando Capela e Silva
MiguelMariaMargaridaManuelaCollares-PereiraVilhenaSimõesMariaIlhéuRaquelLucasMarianaValenteRochadeSousa
coordenação e apresentação Manuel Collares-Pereira prefácio Viriato
DOCUMENTASoromenho-Marques
DESENVOLVIMENTOSUSTENTÁVELVerdadeeconsequências
Prefácio | A encruzilhada da crise global do ambiente e clima: entre o desenvolvimento sustentável e o colapso ...................... 9 Viriato ApresentaçãoSoromenho-Marques..................................................... 13 Manuel Collares-Pereira
7Índice | índice
capítulo 1 O caminho para o Desenvolvimento Sustentável .................. 17 Manuel Collares-Pereira
capítulo 2
Futuro e sustentabilidade: percepções, visões, ficções .............. 43 João Manuel Bernardo capítulo 3 Desenvolvimento sustentável e a abordagem «Uma Saúde» ........ 99 Fernando Capela e Silva, Margarida Simões, Manuela Vilhena capítulo 4 Alimentação saudável e sustentável: o papel da Dieta Mediterrânica ... 133 Elsa Lamy, Cristina Conceição, Maria Raquel Lucas, Fernando Capela e Silva
capítulo 8
capítulo 5
capítulo 6
Cenários de referência para as emissões de CO 2 com origem na queima de combustíveis fósseis e produção de cimento: emissões globais, e os seis maiores emitentes e Portugal ......... 167 José M. Belbute, Alfredo M. Pereira
capítulo 7
Notas biográficas ................................................. 313
Dizer adeus ao jardim das delícias terrestres: uma introdução benigna à 6.ª Expulsão ........................ 253 José Manuel Martins
Alterações climáticas: desafio global de longo prazo, soluções locais e globais do curto e longo prazo ................. 219 Miguel Rocha de Sousa
Modos de afecção, conspirando com as ribeiras.................... 197 Maria Ilhéu, Mariana Valente
8 | Índice
«O desenvolvimento sustentável é aquele capaz de satisfazer as necessida des do pressente sem comprometer a capacidades das gerações futuras poderem satisfazer as suas». A história breve do conceito de desenvolvimento sustentável (DS) é bastante conhecida. Ganhou direito de cidade no quadro das Nações Unidas em 1987, no famoso Relatório Brundtland, sobre Ambiente e Desenvolvimento. Já em 1980, na World Conservation Strategy da IUCN, a maior e mais respeitada organização dedicada à conservação da natureza e biodiversidade, o DS ensaiava uma modesta aparição. As suas raízes, todavia, são muito anteriores, manifestando a até agora inconciliável tensão entre os dois conceitos que o constituem: a dinâmica de crescimento e intensificação, ligada
A encruzilhada da crise global do ambiente e clima: entre o desenvolvimento sustentável e o colapso
Viriato Soromenho-Marques
Um grupo de professores e investigadores da Universidade de Évora, sob a coordenação de Manuel Collares-Pereira, decidiu juntar esforços para pensar o maior problema do nosso tempo. Diria mesmo, a questão magna da histó ria humana: saber se a humanidade é capaz de travar, primeiro, e reformar, depois, o seu actual modelo entrópico de habitação da Terra. Os autores abordam, na pluralidade das suas formações académicas e visões do mundo, a verdadeira constelação de problemas, paradoxos e equívocos que surgem em torno da procura de alternativas ao nosso presente modelo de civilização, dominado por uma economia globalizada de crescimento, insistentemente designada como «economia de mercado». Não é um engano inocente, pois, na verdade, o mercado é uma realidade económica multimilenar, coincidente com a história humana, como as longas rotas mercantis muito anteriores às grandes civilizações fluviais e talassocráticas o provam. Aquilo que depa ramos como obstáculo à nossa sobrevivência num planeta habitável é a rota suicidária de uma economia de crescimento exponencial, que atrelou à sua insaciável voracidade não apenas o mercado, mas os ecossistemas planetários e a sociedade no seu conjunto.
9Prefácio |
prefácio
a uma leitura mais restrita do significado de «desenvolvimento», contrastando com a noção de equilíbrio e durabilidade, associada ao campo semântico do adjectivo «sustentável». Muito antes do conceito de DS, John Stuart Mill (1848) apelava para a necessidade de a economia não violar as leis da física. Seríamos obrigados, alertava o filósofo britânico, a uma economia de «estado estacionário», gerindo com rigor os activos naturais finitos do planeta (1). Se não o fizermos por deliberação, seremos empurrados para isso pela força inven cível das leis físicas. Mais de um século depois, Karl Polanyi (1944), Kenneth Boulding (1966), ou a equipa do MIT trabalhando para o Clube de Roma glosava na sua obra de 1972 (Os Limites do Crescimento) os temas cruciais da rota de colisão entre ecologia e economia (2).
Nas últimas três décadas, o aparente paradoxo conceptual do DS foi secundado por uma dolorosa confirmação empírica. Apesar de todos os sucessos obtidos, devido às políticas de «modernização ecológica» (M. Jänicke, 2008) promovidas pelos Estados e empresas mais inovadoras, a saúde ontológica da Terra agravou-se enormemente. É verdade que hoje, por cada unidade do PIB, as economias consomem menos energia e matérias-primas — como nos demonstram economistas, como Weizäcker ou Lovins, que procuram levar o uso eficiente dos recursos a um limite tendencialmente utópico — con tudo o crescimento exponencial do volume agregado de produção e consumo — num mercado mundial avesso a todas as formas de regulação baseadas em valores ambientais e sociais — rapidamente tornou irrisório o ganho obtido (3). A crise global do ambiente é muito mais do que a emergência climática, como a pandemia de Covid-19 o atesta. Contudo, a singularidade climática em aceleração — medida na concentração de partes por milhão de volume do dióxido de carbono na atmosfera (ppmv) — oferece-nos um indicador de síntese do abismo onde, colectivamente, mergulhámos. Os 45ºC registados no Árctico russo em Junho de 2020 são um sintoma de mudanças cujo significado escapa ainda às opiniões públicas. Em Maio de 1972, na véspera da primeira conferência da ONU sobre Ambiente Humano, a concentração global de CO2 na atmosfera era de 330,07 ppmv. Em 1988, ano em que se criou o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), esse valor subira para 355,86. Em Maio de 2021, mesmo com a economia mundial em pausa pandémica intermitente, o mostrador indicava uns exorbitantes 419,20 ppmv!
10 | Viriato Soromenho-Marques
A actualidade do Paradoxo de Jevons está bem patente em muitas áreas da economia real contemporânea, para não dizer em todas. Acompanho Darrin Qualman, a propósito de o crescimento exorbitante do transporte aéreo de passageiros ser uma contundente demonstração da validade do Paradoxo de Jevons: Entre 1960 e 2016 a eficiência das companhias aéreas no uso de combustível quase quadruplicou (dados do IPCC). Isso levou à diminuição em 60% do custo de viajar para os passageiros. A combinação de bilhetes
11Prefácio |
Um dos autores que mais luz lançou sobre o problema especificamente económico do crescimento, foi William Stanley Jevons (1865-1882). Em 1865 publicou um influente ensaio sobre um tema que desde o final do século XVIII preocupava na Grã-Bretanha alguns meios intelectuais, nos negócios, mas também nas ciências, em particular na geologia: o risco, considerado mais tarde ou mais cedo inevitável, da escassez de carvão poder levar à paralisia económica e à turbulência social. Jevons, contudo, não escolheu como ângulo o tema da escassez física do carvão, mas o mecanismo que conduz ao risco de escassez económica do recurso. Aquilo que hoje é conhecido em economia como o «Paradoxo de Jevons» (também conhecido como rebound effect) é um dos principais argumentos racionais que desmentem os adeptos da teoria de que o aperfeiçoamento tecnológico e os automatismos de um mercado entregue a si próprio (desregulado, no que às políticas públicas diz respeito) resolveriam o problema da escassez dos recursos. Jevons formula um paradoxo que não pode ser respondido nem pelos neoliberais, nem pelos economistas da «desvinculação» (decoupling) acima aludidos, entre aumento da riqueza e consumo de energia e matérias-primas, através do incremento cada vez maior da eficiência, que, no limite utópico, apontaria para uma «economia circular» (3). Tomando o exemplo do carvão, Jevons chamou a atenção para o facto de que embora há mais de um século todos os avanços tecnológicos nos motores «tivessem sido dirigidos para a economia no consumo de carvão, contudo o uso do motor e as quantidades de carvão consumidas aumentaram pari passu com o seu desempenho económico». Por outras palavras: os ganhos de eficiência no uso do carvão, tornavam o seu consumo mais barato e isso permitia o aumento da procura numa dinâmica expansiva motivada pelo estrito mecanismo automático e incondicional da dialéctica da oferta e da procura (4).
3. Ernst von Weizäcker, Amory B. Lovins e L. Hunter Lovins, Factor Four. Doubling Wealth, Halving Resource Use, London, Earthsan, 1998.
4. William S. Jevons, The Coal Question. An Inquiry Concerning the Progress of the Nation, and the Probable Exhaustion of our Coal Mines, London, MacMillan, 2th ed. 1866. Ver também: «On the probable exhaustion of our coal mines» in R.D. Collison Black (ed.), Papers and Correspondence of William Stanley Jevons, London, MacMillan, 1868, vol. 7, pp. 28-35.
Não perceber — numa altura em que a crise ambiental e climática está em disruptiva e acelerada expansão — que o crescimento ilimitado, esse pos tulado sagrado da escola neoliberal, constitui o problema cuja resolução será fundamental para a nossa sobrevivência colectiva como civilização humana, é mais do que um défice de competência epistémica. Persistir no crescimento exponencial, em vez de colocar a nossa imaginação política e social na pista para a sua domesticação, no quadro dos limites biofísicos da nossa morada planetária, é um profundo sinal de indiferença ética perante a maior crise existencial que a humanidade alguma vez já enfrentou. Os autores deste livro alertam-nos, no âmbito das suas respectivas competências epistémicas e sensibilidade cívica, para a inescapável realidade e o incontornável desafio que cada vez mais se adensa perante nós: se não formos capazes de mudar o actual modo de habitar a Terra, crescendo como cidadãos e dominando as pulsões do consumismo desmesurado, será o próprio colapso a encarregar-se de restaurar o equilíbrio destruído. Nessa altura será demasiado tarde para arrependimentos.
2. Kenneth E. Boulding, «The economics of the coming spaceship Earth», Environmental Quality in a Growing Economy, H. Jarrett (ed.), Washington, D.C., The John Hopkins Press, 1966, pp. 3-14.
5. Darrin Qualman, «Efficiency, the Jevons Paradox, and the limits to economic growth», 18/8/2017. https://www.darrinqualman.com/efficiency-jevons-paradox/
12 | Viriato Soromenho-Marques baratos, com o aumento da população com poder de compra conduziu a que, globalmente, entre 1960 e 2016, o número de passageiros transportados tivesse aumentado 50 vezes (5).
Referências
1. John Stuart Mill, Principles of Political Economy with some of their Applications to Social Philosophy, (1.ª ed.: 1848), New York, Reprints of Economic Classics, Augustus M. Kelley, 1965.
Foram-seevitar.reunindo vários colegas da Universidade de Évora que aceita ram o desafio de contribuir para uma obra contendo abordagens vindas de sensibilidades distintas, capaz de provocar outros (alunos, professores, a so ciedade civil em geral) a pensarem connosco e para além de nós. A Universidade em diálogo com a Sociedade Civil.
13Apresentação | apresentação Manuel Collares-Pereira
O tema é de espectro muito largo, mas alguns aspectos parecem prioritá rios e ao alcance das nossas contribuições potencias, como ponto de partida.
A ameaça das alterações climáticas é muito forte sobre o Ambiente e a Biodiversidade, mas também sobre a Economia e a Sociedade, pelas disrupções que se criarão e pelas desigualdades que se acentuarão, se não reagirmos a tempo.Reconhece-se hoje, já, uma necessidade de acção em muitos sectores e mui tos países começam a esboçar (pelo menos no papel das boas intenções) uma vontade de percorrer um caminho diferente. Mas é ainda pouco! É como quem vê um bom filme, percebe a mensagem, manifesta-se até preocupado, mas no fim levanta-se, sai do cinema e vai para casa, para a vidinha de sempre.
Esta é uma publicação a «várias mãos» sobre as questões relacionadas com o Desenvolvimento Sustentável: a iminência de estarmos prestes a cruzar «pontos sem regresso», na área do Clima, e que nos enviarão, e aos nossos descendentes, para situações potencialmente catastróficas, as quais temos obrigação (moral!) de procurar
O ponto é que não pode mais haver «vidinha de sempre», a nível indi vidual e colectivo, político, etc.
A política europeia vai estabelecendo objectivos para daqui a trinta anos, que estão correctos (se pecam é por defeito), Acordos — Kyoto, Paris — fazem-se e vão esbarrando, e a acção que tudo isto vai determinando é ainda para «bocas sem dentes»…
as petrolíferas continuam a prever um aumento da procura de combustíveis líquidos (apesar dos Veículos Eléctricos que já apregoam como tec nologia do futuro!) como se nada se estivesse a passar. Veja-se como isso se traduz em anúncios na TV, «fake» anúncios de abordagem eco…?! Isto é, o cidadão sai do cinema e vai para casa, de automóvel a combustível, tranquilo, como sempre…
Como se isto não bastasse, ainda temos de sofrer líderes como o que acabou de ser votado para fora da Casa Branca, capazes de fazer o Mundo regredir muitos e muitos anos, apenas nos poucos que dura o seu mandato.
2. Todos temos de compreender que somos os consumidores, no final de todas as linhas. Responsáveis, pois.
É aqui que a Greta tem razão! Falta uma consciencialização profunda e perceber como chegamos a um verdadeiro apelo «às armas!», para lá daquele apelo que as elites bem-pensantes e informadas vão fazendo.
1. O indivíduo é o mais importante: isto não se passa só no ecrã (pequeno ou grande) das grandes decisões políticas; é preciso uma Cultura adequada e a Cultura está (é) com as pessoas;
Veja-seApresentaçãocomo
Gostávamos que este livro (este desafio) ajudasse o leitor a perceber melhor a sua própria apatia e algumas formas de sair dela.
14 |
Estes temas integram o politicamente incorrecto…? É como se não existissem?! Mas existem, e de que maneira, para o planeta, que, tal como os vírus, não faz política e devolve com juros a que lhe fazem.
Entusiasma-nos a ideia de podermos, com a nossa publicação, contribuir para explicar que:
Pensamos que com este livro recolhemos contribuições que tocam temáticas várias e conexas (neste complexo de crises e de incógnitas que configura a nossa contemporaneidade pós-tudo e suspensa sobre a corda bamba de uma última vontade de pensar e de agir, sobre um poço de suspeição, descrença e indiferença). Por exemplo a questão das acelerações tecnológicas, entre o fatal, o titânico e o salvífico (ex., os 5G). Ou temas de sensibilidade social. Ou de demografia: o hemisfério sul cresceu entre três e sete vezes mais em setenta anos… o que, como desigualdade sul/sul [da empinada curva demográfica] que vem sobrepor-se à desigualdade norte/sul, é uma maneira segura de produzir fome, pobreza, subdesenvolvimento, bodes expiatórios e… migrações.
O caminho para o Desenvolvimento Sustentável exige uma mobilização de fundo que sabemos poder existir (veja-se o esforço individual e global no caso Covid), e que nos facilitará a decisão e o esforço de actuar, sobretudo o esforço pessoal, logo à saída do cinema.
Junho de 2021
Mas, o mais importante é a questão do Desenvolvimento Sustentável. Isto é, a acção para a cura das Alterações Climáticas tem de estar associada à pos tura (à cultura) do futuro e no futuro. Porque, se a humanidade tem de saber controlar-se para não pisar o risco traçado pelo Clima, depois tem de conti nuar a desenvolver-se (toda ela, entenda-se, i.e., incluindo pobres, perseguidos, explorados, etc.) o que vai conduzir-nos perto de muitos outros riscos para não pisar, neste planeta único, finito, de recursos finitos e de capacidades finitas de encaixe para os nossos desmandos, em escalas de tempo e espaço relevantes.
15Apresentação |
As nossas contribuições para este livro não foram organizadas entre si, nem aparecem numa ordem predefinida. Cada uma contribui para a pintura de um quadro de preocupações e de atitudes, aqui e ali esboçando possíveis saídas e caminhos a percorrer.
É como uma pintura impressionista, com os seus matizes e cores, que trazemos das nossas especialidades, da Energia e da Física até áreas tão diversas como são a Educação, a Saúde, a Biologia, a Economia, a Ecologia, a Filosofia, a Sociologia…
A todos desejamos uma boa viagem na nossa companhia.Évora,
3. Todos temos de actuar e, de alguma forma, fazer parte da acção, da solução, até que esta se transforme numa segunda natureza, por assim dizer (uma nova Cultura!).
Esperamos que o simples facto de juntarmos os nossos diversos pontos de vista, vai certamente estimular outras contribuições e contribuir para a dinâmica que urge criar.
Nota: este livro foi escrito antes da realização do COP26 em Glasgow e, por isso, não faz qualquer referência aos acordos alcançados, aliás bem na linha do que aqui se explica, propõe e defende.
Alfredo Marvão Pereira, economista e professor universitário, recebeu o seu Ph.D. e o seu M.Sc. em Economia pela Stanford University em 1987. É professor catedrático na William & Mary, Virginia, EUA, desde 1995, com o título de Thomas Vaughan Professor of Economics and Public Policy. Os seus principais interesses de investigação e de ensino residem na área da economia do sector público, especificamente em questões de tributação, reforma da segurança social, e políticas de investimentos em infra-estruturas. Nos anos mais recentes o seu enfoque tem sido sobre ques tões ambientais, em particular sobre estratégias macroeconómicas de descarbonização através de impostos sobre as emissões de dióxido de carbono.
notas biográficas
Elsa Lamy
É doutorada em Zootecnia pela Universidade de Évora (2009) e mestre em Doenças Metabólicas e Comportamento Alimentar pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (2014). É investigadora auxiliar (ao abrigo do programa de contratação de doutorados CEEC individual da FCT) no MED – Instituto Mediterrâneo de Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento, Univer sidade de Évora e tem colaborado na leccionação da disciplina de Fisiologia do Comportamento
Tendo servido frequentemente, nas últimas três décadas, como assessor em matérias de política económica de várias organizações internacionais, bem como de sucessivos governos portugueses. Deu um contributo técnico definitivo para a introdução, em 2015, do imposto sobre o carbono em Portugal. É autor de mais de cento e vinte artigos de investigação publicados em revistas internacionais e de vários livros sobre questões de política económica. Apesar de estar radicado nos Estados Unidos há quase quarenta anos, a maior parte da sua investigação incide sobre questões de política económica em Portugal.
Cristina Maria dos Santos Conceição é doutorada em Ciências Agrárias na Universidade de Évora, é Professora associada no Departamento de Zootecnia, da Escola de Ciência e Tecnologia da Universidade de Évora, investigadora do MED, MED – Instituto Mediterrâneo de Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento, Universidade de Évora. As suas áreas de ensino e investigação inserem-se nas áreas dos sistemas integrados de produção animal, sistemas de produção e trans formação de leite de grandes e pequenos ruminantes de uma forma sustentável, numa óptica de economia circular, valorização dos recursos, avaliação sensorial dos produtos agroalimentares e intenção de compra e requisitos de especificidade dos consumidores. Coordenadora Institucional de vários projectos de investigação, e membro da equipa de outros, é autora ou co-autora de vários capítulos de livros e artigos científicos em periódicos internacionais indexados. Orientou e orienta estágios em contexto empresarial, alunos de mestrado e alunos de doutoramento.
Cristina Conceição
Alfredo M. Pereira
313Notas biográficas |
Fernando Manuel Salvado Capela e Silva é doutorado em Biologia pela Universidade de Évora. Professor associado no Departamento de Ciências Médicas e da Saúde, da Escola Superior de Saúde e Desenvolvimento Humano da Universidade de Évora, é investigador (Membro Integrado) no MED – Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento, Universidade de Évora. As suas áreas de interesse são a biologia dos tecidos orais; determinantes das escolhas alimen tares e seus efeitos na saúde das pessoas e populações; alimentação, saúde e sociedade e abordagem «Uma Saúde». Tem desenvolvido investigação na área de escolhas alimentares e tem participado em diversos projectos, sendo autor de vários capítulos de livros e artigos científicos em periódicos internacionais indexados e com factor de impacto [ORCID: 0000-0001-8301-7702; ID do autor Scopus: 23484534000; ID do investigador: L-3261-2014]
José Manuel Belbute fez o seu doutoramento em 1997 pela Universidade de Évora e o seu mestra do em 1991, pelo Instituto Superior de Economia e Gestão, da Universidade (Técnica) de Lisboa. É professor catedrático no departamento de Economia da Universidade de Évora, onde iniciou funções como assistente em 1987. Os seus principais interesses de investigação e de ensino residem na área da Macroeconomia, e em particular no crescimento económico e na sua articulação com a problemática do desenvolvimento sustentável. Nos últimos quinze anos tem dedicado especial atenção ao às políticas macroeconómicas de combate e mitigação das alterações climáticas, assim como da avaliação e medição dos custos associados aos objetivos da neutralidade carbónica.
314 | Notas biográficas
João Manuel Bernardo Ecólogo, professor no Departamento de Paisagem, Ambiente e Ordenamento da Universidade de Évora, tendo colaborado com outras universidades em ensinos graduados e pós-graduados. Responsável por formações de pós-graduados em ecologia humana e sustentabilidade. Ensina e publica nas áreas da ecologia aquática e da ecologia humana. Tem participado em diversos projectos no domínio dos recursos hídricos e da gestão e conservação de ecossistemas aquáticos. Foi consultor do Instituto da Água e colaborou com a administração central nos domínios da conservação da natureza, ecologia de águas interiores e salobras e caudais ecológicos. Participou na elaboração do primeiro Plano Nacional da Água. Como representante do governo português participou na implementação da Directiva-Quadro da Água da União Europeia relativamente à qualidade ecológica, tendo integrado diversos grupos de trabalho e coordenado o grupo da Intercalibração de rios mediterrânicos.
É autor de mais de trinta publicações científicas em revistas internacionais com revisão anónima por pares, sobre temáticas que se encontram na fronteira entre a Economia e o Ambiente. Grande parte da sua produção científica incide sobre temas nacionais.
Fernando Capela e Silva
José M. Belbute
Alimentar, da referida instituição, desde a sua criação em 2016. As suas áreas de interesse são as determinantes biológicas do comportamento alimentar, trabalhando fundamentalmente na área da percepção oral e da bioquímica salivar associada a essa percepção. Orientou diversos alunos de doutoramento, mestrado e licenciatura nas referidas áreas. É editora associada de quatro revistas (duas em Nutrição e duas em Ciência Animal), sendo autora de dois livros e vários capítulos de livros e artigos científicos em periódicos internacionais indexados e com factor de impacto. Está, actualmente, na co-coordenação da Rede de Instituições de Ensino Superior para a Promoção e Salvaguarda da Dieta Mediterrânica [ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9370-1337]
Tem uma extensa obra de investigação em Energia Solar, como especialista em Óptica e Ter modinâmica. É o autor dos livros As Energias Renováveis: a Opção Inadiável (1998) e Jeremias e o Desenvolvimento Sustentável (2020) e de um grande número de publicações científicas (>260) em áreas como «Non Imaging Optics», Electricidade Solar por Via Térmica e PV, Iluminação e Fotocatálise, Estatística da Radiação Solar, Engenharia de Sistemas Solares para Aquecimento de Água, Aquecimento e Arrefecimento Ambiente, Frio por Absorção, Secagem Solar, Lagos Solares, Estufas Solares e Cocção Solar. Foi proponente e Coordenador de muito projectos nacionais e europeus, incluindo o actual programa H2020. Representou Portugal inúmeras vezes em instâncias ID europeias.
É doutorada em Biologia pelo Instituto de Tecnologia Química e Biológica da Universidade Nova, mestre em Epidemiologia pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova e licen
Foi Editor Associado da Solar Energy (Elsevier).
315Notas biográficas |
É membro da Academia de Engenharia (Portugal) e membro honorário da Academia Mexicana de Energia. É membro da Academia das Ciências de Lisboa.
Manuela Vilhena
Manuel Pedro Ivens Collares-Pereira, Engenheiro Electrotécnico (IST-1974) e Ph.D. em Física (Universidade de Chicago, 1979), com Agregação (UNL). Desde Abril de 2019 está na situação de reformado e é Consultor Científico da Vanguard Properties, desde Outubro de 2021. Anteriormen te: Investigador Coordenador da Cátedra de Energias Renováveis, Universidade de Évora até 2019, onde também foi Presidente do Conselho Científico do IIFA (Instituto de Investigação e Formação Avançada) e, depois, seu Director. Fundador (em 2012) e Presidente do Instituto Português de Energia Solar, até ao presente. De 1996 a 2010, foi Professor Catedrático Convidado no Departamento de Física do IST. Investigador Coordenador no INETI-LNEG até 2006, no Departamento de Ener gias Renováveis. Fundador e duas vezes Presidente do CCE, Centro para a Conservação de Energia (a actual ADENE). Fundador e duas vezes Presidente da SPES, Sociedade Portuguesa de Energia Solar (Secção Portuguesa da ISES) e Presidente da ACTD – Associação para a Ciência Tecnologia e Desenvolvimento. Foi fundador e CSO de várias empresas na área da Energia.
José Manuel Barrisco Martins é professor auxiliar no Departamento de Filosofia da Universidade de Évora e membro do Centro de Filosofia de Lisboa e do Centro Práxis da UBI. Lecciona e investiga sobretudo na área da Estética e da Teoria da Arte, repartindo os seus interesses e actividades por sobre a multiplicidade dos campos artísticos. Apresenta-se regularmente, na qualidade de ama dor, em recitais de piano comentados. Nos anos mais recentes, vem desenvolvendo investigação e organizando conferências na área de Filosofia e Cinema, prolongadas em iniciativas no campo da cinefilia. Desde 1990 vem acompanhando o gráfico científico do fim do mundo e observando o electroencefalograma inalterável de uma humanidade impávida e universalmente demissionária.
Recebeu vários prémios, com destaque para o prémio «Heating and Cooling Award for Lifetime Achievement» da Agência Internacional de Energia (IEA).
Manuel Collares-Pereira
José Manuel Martins
É membro (fundador) integrado do Center for Advanced Studies in Management and Econo mics of the Universidade de Évora (CEFAGE-UE) e participa regularmente em conferências internacionais apresentando os resultados da sua investigação. Tem ampla experiência de gestão de projectos de investigação.
316 | Notas biográficas
Margarida Simões
Doutorada em Ciências Veterinárias pela Universidade de Lisboa; Mestre em Biologia da Con servação pela Universidade de Évora; Licenciada em Medicina Veterinária pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, e Licenciada em Enfermagem pela Escola de Superior de Enfermagem de Coimbra. Foi docente do Departamento de Medicina Veterinária da Universi dade de Évora, nas áreas de Saúde Pública e Doenças Infecciosas, presentemente em formação especializada em Saúde Pública e Microbiologia pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças. Membro integrado do Comprehensive Health Research Centre (CHRC), os seus interesses focam-se no estudo de zoonoses numa abordagem de «Uma Saúde, Saúde Pública», e estratégias de educação e profissionalização [ORCID https://orcid.org/0000-0003-0997-5683].
Maria Ilhéu
ciada em Medicina Veterinária pela Universidade Eduardo Mondlane em Maputo, Moçambique (reconhecido pela Faculdade de Medicina Veterinária de Lisboa, Portugal). É professora associada com agregação no Departamento de Medicina Veterinária na Universidade de Évora, membro integrado do MED – Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento, da Universidade de Évora.
Foi coordenadora do Projecto Alfa Europeaid/126-821/C/ACT/RAL «The SAPUVETNET III – Project»: Contributing to the millennium development goals through the one health concept» de 2008 a 2012.
É doutorada em Gestão pela Universidade de Évora, é professora associada com agregação no Departamento de Gestao da Escola de Ciências Sociais da Universidade de Évora, investigadora (membro integrado) no CEFAGE – Centro de Estudos de Formação Avançada em Gestão e Economia da Universidade de Évora, e professora visitante da Universidade de Varsóvia, Polónia. As suas áreas de interesse são os agro-negócios e sustentabilidade, marketing e compor tamento do consumidor, cadeias agro-alimentares e desenvolvimento rural. Tem desenvolvido extensa investigação nas áreas de gestão, marketing e comportamento do consumidor e participado em diversos projectos, incluindo estudos transnacionais com a América Latina, Ásia, África e Europa. É revisora em vários periódicos indexados na Scopus e ISI, editou seis livros, sendo autora de vários capítulos de livros e artigos científicos em periódicos internacionais indexados e com factor de impacto [ORCID: 0000-0002-5731-767X] e outras publicações. Pertence à
É membro das redes internacionais NEOH (COST TD 1404), CYSTINET (COST TD 1302), SAPUVETNET III, CYTED e REALP.
É directora do Mestrado «Uma Saúde: Saúde Pública Humana e Animal» e regente das Unidades curriculares de Epidemiologia, Higiene e Saúde Pública e Medicina Preventiva e Saúde Pública do Mestrado Integrado em Medicina Veterinária da Universidade de Évora.
Docente do Departamento de Paisagem, Ambiente e Ordenamento da Universidade de Évora e investigadora do MED-UE. É doutorada em Ecologia e Ambiente, tendo coordenado diversos projectos científicos na área da Conservação dos Ecossistemas. É autora de um conjunto de publicações científicas no domínio da Ecologia de Rios e da Educação Ambiental. Nos últimos anos tem-se dedicado a projectos interdisciplinares no âmbito da Reconciliação Ecológica e da Educação para a Sustentabilidade com ênfase no resgate da ligação Humano-Natureza e a pro jectos de curadoria de Arte Pública de cariz ambiental.
Maria Raquel Lucas
As suas áreas de especialização são a macroeconomia, a economia política, o crescimento e desen volvimento económico, a reforma da terra, as organizações internacionais, ambos com um foco teórico e aplicado à Europa e América Latina.
Mariana Valente
317Notas biográficas |
É doutorado em Economia pela Universidade de Évora e mestre e licenciado em Economia pela NOVASBE, Portugal. É professor auxiliar no Departamento de Economia na Universidade de Évora, membro integrado do CICP – Centro de Investigação em Ciência Política, e membro do CEFAGE – Centro de Estudos de Formação Avançada em Gestão e Economia, da Universidade de Évora. Foi igualmente director de departamento durante cinco anos.
Os seus últimos livros co-editados são Globalization and Agriculture: Redefining Unequal Development, pela Rowman & Littlefield, USA, e Challenges and Opportunities for Eurozone Governance, também com uma tradução portuguesa, pela Sílabo. Co-editou, em 2021, Economic Globalization and Governance, pela Springer.
Foi membro da Avaliação do Impacte do «Cédula da Terra» com o Banco Mundial e o Ministério da Agricultura do Brasil. Foi seleccionado para o painel de audição do primeiro-ministro de Portugal sobre a retoma da actividade económica no pós-Covid-19, em 14 de Abril de 2020 e, sobre o PRR — Plano de Recuperação e Resiliência, em 12 de Outubro de 2020. É um leitor voraz, gosta de se exercitar, nomeadamente, de correr e fazer ciclismo ocasional.
comissão coordenadora do programa de Doutoramento em Agronegócios e Sustentabilidade e directora de dois programas de mestrado, em Economia e Gestão Aplicadas e em Gestão da Qualidade e Marketing Agroalimentar e, até ao momento, supervisionou mais de cem alunos de doutoramento e de mestrado, nacionais e internacionais.
Departamento de Física da Universidade de Évora e Instituto de História Contemporânea — grupo Ciência, Estudos de História, Filosofia e Cultura Científica — pólo da Universidade de Évora. Doutorada em Ciências da Educação; mestre em Educação e Desenvolvimento; licenciada em Física.
Miguel Rocha de Sousa
A sua investigação centra-se na valorização pedagógica da História e Filosofia da Ciência, com destaque, nos últimos anos, para a concepção e experiência de caminhos pedagógicos de apro ximação afectiva, cognitiva e cultural ao mundo natural. A interdisciplinaridade e o trabalho em cooperação com investigadores de outras áreas científicas são dimensões a assinalar nas suas práticas de investigação.
Sobre as alterações climáticas publicou vários capítulos de livro, sendo o mais recente: Caleiro A.B., de Sousa M.R., de Oliveira I.A. (2019) «Global Development and Climate Change: A Game Theory Approach». In: Sequeira T., Reis L. (eds.) Climate Change and Global Development. Springer, Cham, 15-31. http://dx.doi.org/10.1007/978-3-030-02662-2_2
Coordenação editorial: Manuel Collares-Pereira Revisão: Luís Guerra Capa: fotografia de MR
Textos © dos Autores, 2022 Imagens © dos Autores, 2022 © Sistema Solar, Crl (chancela Documenta) Rua Passos Manuel, 67 B 1150-258 Lisboa
1.ª edição, Julho de 2022 ISBN 978-989-8833-86-0
Depósito legal: 502442/22 Impressão e acabamento: Ulzama
![](https://assets.isu.pub/document-structure/220919105501-a3ff7ff3024bb5144f2e1192fbab176f/v1/cbbb7a940bd0eba32002f0f9fe652b15.jpeg)