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Aida Estela Castro Carlos Natálio Catarina Patrício Hermínio Martins João Ribas José A. Bragança de Miranda José Gomes Pinto Luís Cláudio Ribeiro Luís Mendonça Manuel Bogalheiro
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crítica das mediações totais perspectivas expandidas dos media
edição, coordenação e introdução
Manuel Bogalheiro
docUmeNta
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© sistema soLar, crL (docUmeNta), 2021 rUa Passos maNUeL, 67 B, 1150-258 LisBoa © dos aUtores 1.ª ediçÃo: JUNHo de 2021 isBN 978-989-9006-83-6 reVisÃo: LUís GUerra dePÓsito LeGaL 483029/21 imPressÃo e acaBameNto: acd PriNt, sa rUa marQUesa d’aLorNa, 25-19 2620-271 ramada
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íNdice
Manuel Bogalheiro introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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cap í t u lo i . Mediações Totais: Entre a Natureza e a Metafísica Hermínio Martins reflexões sobre a metafísica da informação e as perspectivas para a humanidade à sua luz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . João Ribas o nosso sublime: as nuvens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . José Gomes Pinto Fazer imagens da natureza: a paisagem como meio . . . . . . . . . . . . . . . . . . Catarina Patrício a geoestética (de Baalbek a Palmira) e a terra como objecto político .
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cap í t u l o i i . Aparelhos e Fenómenos Luís Cláudio Ribeiro Para uma arqueologia dos meios sonoros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Luís Mendonça da técnica à estética fotofílmicas: o erro como brincadeira . . . . . . . . . . . Carlos Natálio os espectros do cinema: entre o dispositivo e o fenómeno . . . . . . . . . . . índice |
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cap í t u l o i i i . Contra o Dispositivo José A. Bragança de Miranda a constelação da técnica: para uma crítica da essência da técnica em Heidegger . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Aida Estela Castro do objecto técnico ao objecto selvagem: o objecto no centro da prática artística . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Manuel Bogalheiro Para lá dos meios e dos fins: um epítome da ontologia dos media. . . . .
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Notas biográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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iNtrodUçÃo
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The history of media is the history of the productive impossibility of capturing what exists. John Durham Peters
o conceito de media — cuja história remontará ao entendimento que os gregos antigos projectaram na noção de entre (μεταξύ, metaxu), como intermediário que se oculta no gesto de negociar, como terceiro termo, a relação entre dois pólos, mantendo-os, simultaneamente, em contacto e à distância, ligados e separados — apenas há pouco menos de duzentos anos terá adquirido a sua acepção moderna1. Não deixando cair alguma da carga conceptual da sua etimologia original — nomeadamente no que toca a representar qualquer coisa que está no centro (entre-dois), mas também que está na periferia, que envolve e constitui um ambiente — os media deixaram de ser apenas da ordem das substâncias diáfanas, dos passos silogísticos ou das operações ontológicas, como nos gregos antigos, e adquiriram uma consistência física, uma materialidade própria, ou seja, os media foram enformados em aparelhos técnicos que, do fonógrafo à máquina fotográfica, do telégrafo ao cinematógrafo, perscrutavam o real e o devolviam reconfigurado, provocando ora espanto, ora estranheza. o século XX haveria de generalizar o conceito, fazendo dele uma categoria que poderia concentrar em si os grandes traços da época. o século dos meios de comunicação de massa estabilizaria, assim, a semântica do conceito, associando-o a modelos de transmissão e de recepção de informação descodificável, a paradigmas de multiplicação do poder e, enfim, à produção de uma totalizante matriz simbólica de auto-reconhecimento cultural. 1
cf. John Guillory. «Genesis of the media concept». Critical Inquiry, 36, 2010. introdução |
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É a crise desta noção estável e circunscrita do conceito de media — crise que se foi manifestando desde o final do século passado com a generalização dos computadores e a abstracção progressiva dos seus comandos — que constitui o mote deste livro. com a digitalização geral da experiência, com a possibilidade de todos os objectos poderem ser meios de inscrição, transmissão ou processamento de informação, um certo conceito de media chega ao fim. a resposta passa por uma necessária expansão do conceito, uma expansão que indague os media para além dos emissores e receptores de conteúdo, dos temas dos programas veiculados ou dos efeitos das opiniões. a crise da circunscrição categorial dos media ao seu estatuto cultural, enquanto meios de comunicação de massa, é também uma libertação da potência dos media, uma potência que se revela no modo próprio de existência dos media, com a sua materialidade específica, as suas determinações para lá dos usos que deles fazemos, e os rearticula com a natureza, a técnica, e também o humano, sem que se esgotem em nenhuma destas esferas. a expansão do conceito de media que aqui se discute é, no entanto, atravessada por fortes ambivalências. No momento em que nada parece escapar às mediações técnicas e em que, nessa totalidade, a noção de media se dissolve ao ser generalizável a todos os campos da experiência, as especificações do conceito parecem ser cada vez menos claras. dito de outro modo, apesar de suster, alicerçar, acelerar, intensificar, condensar ou ampliar a experiência, não havendo dúvidas dos seus efeitos e das suas acções, a esfera medialógica é difusa, inesgotável, inapropriável e, porventura — não obstante todos os exercícios de analítica de dados — irrepresentável. Não é, todavia, por esta dificuldade que as imagens da esfera dos media deixam de emergir e de se popularizar. seja na metáfora da rede, da nuvem, da máquina universal, da mnometecnologia geral, do meta-medium ou do big data, seja na suposta concretização da ubiquidade de Paul Valéry ou na noosfera de teilhard de chardin, as configurações holísticas vão proliferando e apontando o aparelhamento geral da experiência como uma nova natureza, uma nova metafísica, um novo sublime, dependendo da metaforização que se queira fazer do cenário. Partindo deste problema de fundo, mesmo que não se pretenda neste volume fazer uma análise historicista da evolução do conceito de media, tem-se em vista, com o conjunto de textos que aqui apresentamos, identificar acepções expandidas do conceito, ao mesmo tempo que se propõem campos de pensa8
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mento, menos ou mais marginais, para discutir as ramificações contemporâneas dos media. esses campos são, entre outros, os da natureza ou da metafísica, da arte, do dispositivo, da ciência contemporânea, da teoria da técnica, da ética das imagens, da concepção planetária e ecológica, da crítica da instrumentalidade e também, incontornavelmente, dos meios sonoros, do cinema, da fotografia ou do computador como meta-medium. todos estes campos surgem como territórios medialógicos, ou seja, territórios nos quais se expõem, ou se encobrem, tipos particulares de mediações que procuram ser questionadas por cada uma das abordagens aqui propostas. em suma, trata-se de indagar a condição medialógica da contemporaneidade e expor uma das suas principais implicações: assumir que os media determinam as bases de toda a experiência é, antes de mais, assumir que os media constituem as condições materiais e fenomenológicas a partir das quais os próprios media e o real são reconhecíveis e pensáveis. Uma crítica da mediação enquanto totalidade implica reconhecer que os media constituem a infra-estrutura de determinação da experiência, mas implica também reconhecer que essa infra-estrutura se encontra saturada por processos de individuação e de objectos potentes e instáveis, no limiar do desvio, da imprevisibilidade e da entropia, compondo uma imagem do real viva, não antecipável e constantemente remodelável. *** de modo a contemplar as diferentes faces deste debate, o presente volume divide-se em três capítulos. No primeiro capítulo, intitulado «mediações totais: entre a Natureza e a metafísica», o conceito de media é abordado através do que podemos chamar figuras da totalidade, isto é, imagens e metáforas que se oferecem para explicar, ao mesmo tempo que elas próprias são postas em causa, a hipótese da mediação total da experiência. No primeiro texto, «reflexões sobre a metafísica da informação e as perspectivas para a humanidade à sua luz», Hermínio martins debate o papel tecnomórfico das tecnologias da informação e da comunicação, não apenas em relação às materialidades e às operações do real, mas também em relação aos modos possíveis de pensar, comunicar e enunciar esse real, já por si sempre mediado. caracterizando a noção de metatecnologia e reflectindo sobre a evolução da ciência introdução |
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contemporânea ou do paradigma da energia, o autor discute o conceito de metafísica como aquele que poderá descrever a ideia do mundo enquanto informação. No segundo texto, «o nosso sublime: as nuvens», João ribas utiliza outra imagem, a da nuvem, para, também enquanto imagem total, reconstituir a evolução técnica, mas também estética e política, das tecnologias de informação desde o pós-Guerra até ao presente. ao remeter para o conceito de sublime, e para as noções inerentes do irrepresentável e do inconcebível, o autor questiona o alcance da nuvem enquanto metáfora tecnológica para naturalizar as percepções culturais das redes tecnológicas ou a materialidade das imagens digitais. em «Fazer imagens da natureza: a paisagem como meio», José Gomes Pinto contextualiza a pintura de paisagem através do discurso cultural alemão do século XiX e questiona-a como um medium de acesso à natureza. No horizonte de tal questão debate-se tanto a dimensão de potência da natureza, enquanto totalidade viva de relações universais, como a possibilidade (ou impossibilidade) de um dispositivo, técnico ou estético, poder representar ou apropriar essa potência. No quarto texto, «a geoestética (de Baalbek a Palmira) e a terra como objecto político» de catarina Patrício, é a própria terra que é ensaiada como hiperobjecto medialógico, num exercício em que ao mesmo tempo que é destacado o impulso tectónico e estético dos humanos para a criação de estruturas que marcam a sua presença no planeta — antropofósseis — é também relativizado o seu papel, perante as novas mediações puramente sintéticas, a contingência da natureza e os próprios objectos que excedem os investimentos de apreensão dos humanos. No segundo capítulo, intitulado «aparelhos e Fenómenos», cada texto centra-se num medium particular, questionando e desmontando aquilo que pode sustentar a correspondência que se estabeleceu na modernidade tardia entre media e aparelho. Luís cláudio ribeiro, com «Para uma arqueologia dos meios sonoros», centra-se num momento fundamental da modernidade técnica, o da invenção e do desenvolvimento dos primeiros meios de gravação, reprodução e transmissão do som, para aí identificar a matriz dos media contemporâneos. traçando uma pré-história da fonografia e contextualizando a revolução da electricidade, o autor liga o aparecimento dos meios sonoros a novas subjectivações da técnica, da natureza, do planeta e do próprio sujeito. em «da técnica à estética fotofílmicas: o erro como brincadeira», 10
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Luís mendonça explora os traços de uma relação com o aparelho fotográfico, que se perfila como um potencial espaço lúdico e experimental, no qual se pode resistir ou lutar contra a própria automaticidade do dispositivo. em causa está a tensão entre o programa do aparelho e as suas possibilidades de ruptura numa circularidade na qual Homem e media se constituem mutuamente. carlos Natálio, com «os espectros do cinema: entre o dispositivo e o fenómeno», analisa o cinema enquanto medium simultaneamente técnico e psíquico cuja mecânica tem uma especial propensão para produzir fenómenos espectrais, isto é, fenómenos de ausência-presença nos quais a própria noção do dispositivo cinematográfico desaparece. No último capítulo, intitulado «contra o dispositivo», a teoria dos media é expandida para o campo alargado da teoria da técnica e dos objectos. em âmbitos próprios, os três textos que aí se reúnem procuram sustentar posições de alteridade que superem a perspectiva instrumental da técnica e abram um entendimento dos objectos e dos media baseado naquilo que possuem de ingovernável. José a. Bragança de miranda, com «a constelação da técnica: para uma crítica da essência da técnica em Heidegger» procura, a partir de uma revisão do pensamento do autor alemão, expurgar o entendimento da técnica da sua perspectiva fáctica e positiva, assim como do modelo do dispositivo (Ge-stell) enquanto redução das potencialidades da natureza e dos objectos. como alternativa, o autor enuncia a hipótese de uma produtividade geral — da natureza, da história, dos sujeitos e dos objectos — que não coincide absolutamente com o empírico e que excede qualquer possibilidade de ser controlada e verdadeiramente antecipada pelas leis humanas. tratar-se-á, assim, de uma produtividade constelar marcada pelo excesso de tudo aquilo que — a todo o momento, numa espécie paradoxal de automatismo espontâneo — está permanentemente a entrar no real, a ser distribuído e produzido, desencadeando formas com a mesma naturalidade com que as destrói. aida estela castro, com «do objecto técnico ao objecto selvagem: o objecto no centro da prática artística», reclama uma dimensão autónoma, inesgotável e selvagem dos objectos que os liberta das lógicas utilitaristas e os oferece, enquanto entidades abertas, ao exercício especulativo da arte. Por fim, manuel Bogalheiro, num texto intitulado «Para lá dos meios e dos fins: um epítome da ontologia dos media», ensaia um mapeamento dos sentidos ontológicos da introdução |
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noção de media, partindo da desagregação do conceito com a informatização generalizada para, através de uma análise materialista, reabilitar uma autonomia dos media para além dos dispositivos de causas e efeitos humanamente determinados. *** Um sincero agradecimento a todos os autores pela forma generosa como abraçaram o tema de fundo, o reapropriaram e o expandiram nas suas abordagens; às tradutoras de alguns dos textos, catarina Patrício e cláudia Gonçalves, e à soPcom — associação Portuguesa de ciências da comunicação, pelo apoio para a publicação. Não poderia deixar de agradecer em especial a José Gomes Pinto e a José a. Bragança de miranda, pelo incentivo para este projecto e, acima de tudo, pelo estímulo das ideias, muitas das quais viriam a animar o espírito dos problemas deste livro.
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Notas BioGrÁFicas
Aida Estela Castro (Porto, 1979) é doutorada em ciências da comunicação: comunicação e artes pela Faculdade de ciências sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, com a tese «mapeamento do espaço entre arte e ciência na cultura contemporânea: Ligação e intervalo» (2019), na qual tenta aproximar o pensamento de Hermínio martins às práticas artísticas. Bolseira da Fundação para a ciência e a tecnologia (2012-2016). É professora auxiliar convidada na secção multimédia da Faculdade de Belas-artes da Universidade do Porto, investigadora do icNoVa e colaboradora do i2ads. membro fundador do colectivo embankment e da Plataforma ma nos quais desenvolveu projectos sobre as ligações técnicas e os imaginários da arte. trabalha com maria mire numa dupla artística que recentemente preparou a edição da revista Interact — Revista Online de Arte, Cultura e Tecnologia do icNoVa, Interact #34 sobre o tema «dead Link: mediações das práticas artísticas» (2021). Carlos Natálio (Lisboa, 1980) é professor e investigador de cinema, integrado no centro de investigação em ciência e tecnologia das artes (citar), da escola das artes (ea) da Universidade católica Portuguesa — Porto. desde 2019 que integra como programador o comité de selecção de longas metragens do festival indieLisboa. É crítico de cinema e membro fundador do site de cinefilia À pala de Walsh. É licenciado em cinema e em direito, e doutorado em ciências da comunicação com uma tese sobre educação para o cinema, tendo colaborado ao longo dos anos em vários projectos internacionais nessa área (CinEd; Shortcut; Moving Cinema), coordenados em Portugal pela associação os Filhos de Lumière. É autor de vários cadernos pedagógicos, nomeadamente sobre filmes de Pedro costa, manoel de oliveira ou João salaviza. É vice-presidente da aim — associação de investigadores da imagem em movimento. Catarina Patrício é artista visual, investigadora integrada no cicaNt e professora auxiliar na escola de comunicação, arquitectura, artes e tecnologias da informação da Universidade Lusófona de Humanidades e tecnologias. doutorada em ciências da comunicação pela Faculdade de ciências sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FcsH-UNL), entre 2015 e 2020 foi bolseira Fct em pós-doutoramento no icNoVa. mestre em antropologia dos movimentos sociais pela FcsH-UNL, é licenciada em Pintura pela Faculdade de Belas-artes de Lisboa (1998-2003). expõe e publica regularmente. Hermínio Martins (1934-2015) foi um cientista social de largo espectro de interesses. Natural de moçambique, estudou na London school of economics. em 1971 integrou o st. antony’s Notas biográficas |
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college (oxford), de que se tornaria emeritus Fellow em 2001. investigador coordenador convidado do instituto de ciências sociais, recebeu o doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Lisboa (2006). a sua última obra, Experimentum Humanum: Civilização Tecnológica e Condição Humana (2011), é considerada um marco no pensamento sociológico contemporâneo.
João Ribas é diretor executivo do redcat (roy and edna disney/calarts theatre), em Los angeles, e vice-presidente para as parcerias culturais do california institute of the arts (calarts). dirigiu o museu de arte contemporânea de serralves, instituição onde também desempenhou o cargo de director-adjunto e curador sénior (2014-2018). Foi curador do mit List Visual arts center (20092013) e do drawing center, Nova iorque (2007-2009). Venceu quatro prémios consecutivos da aica (2008-2011) e o emily Hall tremaine exhibition award (2010). Foi também o curador da 4.ª Bienal do Ural (2017) e da representação portuguesa na 58.ª Bienal de Veneza (2019). os seus textos encontram-se publicados em inúmeras publicações, tais como a Artforum, Afterall, Artnews, Frieze, Mousse, The Exhibitionist, e Spike. o seu livro In the Holocene, editado pela sternberg Press (2014), propõe a arte como uma forma de ciência especulativa. Leccionou na Universidade de Yale, na rhode island school of design, na school of Visual arts, na Universidade católica do Porto, e na Universidade Lusófona do Porto. José A. Bragança de Miranda é doutorado em ciências da comunicação pela Universidade Nova de Lisboa (1990), com agregação em «teoria da cultura» (2000) na mesma Universidade. É professor associado do departamento de ciências da comunicação da Universidade Nova de Lisboa, colaborando desde 1992 como professor catedrático convidado na Universidade Lusófona de Lisboa. tem leccionado nas áreas da teoria da cultura e das artes contemporâneas, da teoria dos Media e da cibercultura. É investigador do centro de estudos de comunicação e Linguagens (cecL). É autor de vários livros, a saber: Analítica da Actualidade, Teoria da Cultura, Corpo e Imagem, Política e Modernidade, entre outros. José Gomes Pinto é professor catedrático da escola de comunicação, arquitectura, artes e tecnologias da informação (ecati) da Universidade Lusófona de Lisboa. doutorou-se em Filosofia pela Universidade de salamanca, na especialidade de estética e teoria das artes, com uma tese intitulada «Natureza Humana e artifício em david Hume: elementos para uma compreensão estética das novas tecnologias» (2002). Fez estudos de pós-doutoramento em teoria dos Media na Universidade de Humboldt, Berlim, sob a supervisão de Friedrich Kittler. É subdirector da ecati, onde tem desempenhado diversos cargos de direcção. tem variados trabalhos publicados sobre estética e teoria da arte, teoria dos Media, Filosofia da técnica e Filosofia da comunicação. organizou, com José a. Bragança de miranda, o volume «carl einstein: reflexões sobre arte e estética» (2012) e, com maria teresa cruz, o livro Artes Tecnológicas e a Rede Internet em Portugal (2009). Luís Cláudio Ribeiro é professor e director do departamento de ciências da comunicação da Universidade Lusófona, em Lisboa, e da licenciatura e mestrado em tecnologias do som. doutorado (FcsH-Universidade Nova de Lisboa) e agregado (UBi-covilhã) em ciências da comunicação, desenvolve investigação no campo da epistemologia dos Media e do som. as suas publicações focam-se na identificação e caracterização das alterações produzidas pelos mediadores sonoros na sociedade contemporânea: O Mundo É Uma Paisagem Devastada pela Harmonia (Vega, 2011), O Som Moderno — Novas Formas de Criação e Escuta (edições Lusófonas, 2011) e Funda222
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mento e Imersão (ed.) (orfeu Negro, 2019). É autor de artigos em livros internacionais, destacando-se «empathy and the Urban environment» in Redes Sociales, Tecnologías Digitales y Narrativas Interactivas en la Sociedad de la Información (mcGraw Hill, 2019) e «el audible dibujo de las ciudades: otras sensaciones y otras metodologias» in Metodologias 4 (editorial Frágua, 2018). É investigador principal dos projectos Lisbon sound map (Fct, 2011-2014); a técnica e os Media como Problema: da representação ao pensamento (cic-diGitaL, 2017-2018); experiência aural, território e comunidade (Fct, 2018-2021).
Luís Mendonça co-editor do site À pala de Walsh, programador na cinemateca Portuguesa — museu do cinema e docente na área do cinema e da fotografia. doutorou-se na Faculdade de ciências sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FcsH-UNL) com a tese Fotografia e Cinema Moderno: Os Cineastas Amadores do Pós-Guerra (colibri, 2017). dá aulas na área do cinema e da fotografia no instituto Português de Fotografia e na FcsH-UNL. Manuel Bogalheiro é professor auxiliar na Faculdade de comunicação, artes, arquitectura e tecnologias da informação (Fcaati) da Universidade Lusófona do Porto (ULP) e professor auxiliar convidado na Faculdade de ciências sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. É doutorado em ciências da comunicação, especialidade de cultura contemporânea e Novas tecnologias (FcsH-UNL), com uma tese intitulada «materialidade e tecnicidade: investigação sobre a objectualidade técnica», tendo sido bolseiro Fct. É investigador integrado no centro de investigação em comunicação aplicada, cultura e Novas tecnologias (cicaNt), membro do comité científico do projecto europeu financiado «ca2re+ collective evaluation of design driven doctoral training» e é o representante dos jovens investigadores da secção de Filosofia da comunicação da european communication research and education association (ecrea). integrou, entre 2017 e 2021, a direcção do doutoramento em arte dos media (ULP/ULHt). investiga e publica nas áreas da filosofia da técnica, das materialidades dos media e da teoria da cultura.
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