Escrita e Imagem

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Esta publicação foi desenvolvida no âmbito da investigação realizada no Centro de Estudos Comparatistas (UIDB/00509/2020) e no Instituto de Literatura Comparada (UIDB/00500/2020), Unidades I&D financiadas por fundos nacionais através da FCT — Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P.

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EsCrITa E ImagEm

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Amândio Reis Ana Bela Morais Fernando Guerreiro Golgona Anghel Jeffrey Childs Joana Matos Frias João Oliveira Duarte José Bértolo Luís Mendonça Maria Filomena Molder Mariana Pinto dos Santos Mário Avelar Osvaldo Manuel Silvestre Pedro Eiras Rita Benis Rosa Maria Martelo Silvina Rodrigues Lopes

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EsCrITa E ImagEm organização e nota introdutória

Elisabete Marques Rita Benis

DOCUmENTa

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© sIsTEma sOLar, CrL (DOCUmENTa), 2020 rUa PassOs maNUEL, 67 B, 1150-258 LIsBOa © DOs aUTOrEs 1.ª EDIÇÃO, DEZEmBrO DE 2020 IsBN 978-989-9006-67-6 Na CaPa: FOTOgrama DE UNE HISTOIRE DE VENT, JOrIs IVENs, 1988. © CaPI FILms rEVIsÃO: LUÍs gUErra DEPÓsITO LEgaL 478108/20 ImPrEssÃO E aCaBamENTO: sErsILITO TraVEssa sÁ E mELO, 209 4470-083 maIa POrTUgaL

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ÍNDICE

Nota introdutória . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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EsCrITa E CINEma Amândio Reis Escritores no cinema: sophia e monteiro, Camilo e Oliveira . . . . .

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Ana Bela Morais Spider: na teia da escrita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Fernando Guerreiro a cauda do pavão: forma e escrita no Wuxia (a prose poem) . . . . . . .

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Golgona Anghel raul Brandão e manoel de Oliveira: «a alma descarnada das coisas»

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Jeffrey Childs a arte do film noir . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Luís Mendonça a crítica como diálogo ou os «face-a-filme» de serge Daney e Louis skorecki . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Mário Avelar Uma súbita erupção da cor: uma leitura dos derradeiros planos de Andrei Rublev . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Osvaldo Manuel Silvestre «Or would you rather be a fish?»: sobre Paterson, de Jim Jarmusch

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Rita Benis argumento cinematográfico e imagem em movimento: sobre o uso (leitura) que dá vida ao escrito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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POEsIa E ImagEm Joana Matos Frias Poesia, câmara escura: a geometria turva das imagens . . . . . . . . . . . .

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João Oliveira Duarte a afirmação da imagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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José Bértolo Vanguardas cinematográficas dos anos 20 e a resistência pela poesia

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Maria Filomena Molder Escrever na pedra, escrever na água. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Mariana Pinto dos Santos Escrever com tesouras. a poesia-colagem de rui Pires Cabral . . . .

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Pedro Eiras É na página que ondeia tudo: sobre o legível e o visível em «manucure» de mário de sá-Carneiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Rosa Maria Martelo Lugares da imagem na poesia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Silvina Rodrigues Lopes Confiscação, inscrição e perplexidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Notas biográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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NOTa INTrODUTÓrIa

O presente volume é uma antologia de ensaios resultante de uma série de encontros abertos ao público, realizados no Outono de 2018, em formato de seminário, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Enquadrado no âmbito das actividades do Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e do Instituto de Literatura Comparada margarida Losa, sediado na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, o seminário constituiu um espaço partilhado de debate e reflexão sobre as relações entre a escrita e a imagem. Era um dos seus propósitos promover, a partir dos dois termos titulares, o questionamento e a análise das correspondências e das tensões entre diferentes práticas artísticas, bem como averiguar os efeitos dessa problematização na discussão de géneros, hierarquizações, categorizações, identificações. Cremos que o livro dá corpo a essas mesmas preocupações. Nos diversos ensaios que o compõem, assiste-se à investigação das contaminações ou intercâmbios entre diversos media, ao estudo de objectos híbridos, ou à observação da coexistência dos dois regimes, visível e dizível, aquando da recepção dos objectos. a organização deste livro, como não poderia deixar de ser, acompanha as confluências descobertas nos diferentes contributos. Tendo-se observado que as propostas oscilavam entre duas artes, a saber, o cinema e a poesia, optámos por criar duas secções, «Escrita e Cinema» e «Poesia e Imagem». Conforme se poderá adivinhar, estas partes não poderão deixar de exibir afinidades e cruzamentos, não existindo um limite estrito e rígido entre elas. Tal característica não corresponde, a nosso ver e de acordo com a nossa motivação original, tanto a uma fragilidade quanto à abertura a sentidos e a pensares. Nota introdutória |

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a primeira secção, «Escrita e Cinema», é dedicada às várias modalidades da escrita do e no cinema, estando contempladas nos diferentes ensaios que a compõem a pré-produção (argumento), a produção (adaptação/inadaptação, alusão, citação, entre outros) e a pós-produção (recepção crítica). Inicia-se ela com o texto de Amândio Reis sobre os filmes Sophia de Mello Breyner Andresen (1968), de João César monteiro, e O Dia do Desespero (1992), de manoel de Oliveira. a partir destes filmes o autor trabalha a ideia de «inadaptação», que, conforme esclarece, implica uma transposição pela qual o texto escrito é indiciado e não uma conversão (adaptação) pela qual se dá o apagamento de quaisquer indícios da matriz literária. Ana Bela Morais, por sua vez, analisa Spider (2002), de David Cronenberg, defendendo a ideia de que a escrita, particularmente a escrita diarística do protagonista, é um dispositivo cinematográfico central através do qual as fronteiras entre real e ficção, memória e fantasia, são esbatidas, daí resultando a fragmentação da identidade do escritor, do enredo e mesmo do filme, que se assemelha a uma rede de fios entrelaçados, ou seja, a uma teia. O género cinematográfico Wuxia, que convoca as artes marciais e a fantasia medieval, será o centro gravitacional das reflexões de Fernando Guerreiro. segundo o ensaísta, as coreografias dos corpos e dos objectos poderão ser lidas à luz da associação entre performatividade e caligrafia. Para robustecer a sua proposta, examina alguns dos filmes mais emblemáticos do género, como A Maldição da Flor Dourada (2006), de Zhang Yimou, ou A Assassina (2015), de Hou Hsiao-Hsien. O Gebo e a Sombra (2012), de manoel de Oliveira, adaptação homónima de uma peça de raul Brandão, é o filme abordado por Golgona Anghel. se Brandão escreve assombrado ou acompanhado pelos mortos, conforme algumas das suas declarações parecem sugerir, o filme de manoel de Oliveira, segundo a autora, configura visualmente o limiar entre os dois mundos, o dos vivos e o dos mortos. Desenvolvendo uma reflexão sobre o tema da representação no film noir, Jeffrey Childs mostra como neste género cinematográfico tal problemática é assinalada através da presença de objectos de arte nos filmes e, mais relevante ainda, de gestos e de relações que as personagens assumem e que tendencialmente associamos a modos de lidar com objectos artísticos, nomeadamente com textos literários. a compulsão hermenêutica de algumas personagens sobre outras seria, a esse título, 10

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exemplar. É o que se passa em Laura (1944), de Otto Preminger. Laura é objecto da narrativa e da escrita de Lydecker, bem como da leitura crítica, isto é, da investigação (criminal), de mcPherson. Luís Mendonça debruça-se sobre a prática de escrita de dois afamados críticos de cinema franceses, serge Daney e Louis skorecki. Passando em revista alguns dos momentos mais emblemáticos da vida e do pensamento destes dois autores, mendonça mostra como o seu amor pelo cinema os leva a experimentar as mais diversas expressões escritas, recorrendo nomeadamente a um género com longa tradição filosófica e literária, o diálogo (ficcionado). Já Mário Avelar faz um conjunto de observações sobre a plurivocalidade simbólica do filme Andrei Rublev (1966), de andrei Tarkovsky, que associa à dimensão poética do mesmo. O ensaio de Osvaldo Manuel Silvestre incide sobre o filme Paterson (2017), de Jim Jarmusch, revendo o que nele surge como dimensão política e autoral. No que diz respeito à autoral, destaca o momento em que a personagem Paterson descobre que o caderno em que escreve os seus poemas foi destruído pelo seu cão, para assim compreender que não basta escrever para se ser um autor. Por fim, Rita Benis analisa o argumento do ponto de vista da sua recepção, ou seja, considerando o espectador-leitor, que, nesse processo de experimentar o texto em movimento, exponencia as virtualidades de uma escrita em acontecimento. a segunda parte deste volume incide sobre as várias articulações entre poesia e imagem, compreendendo tanto a investigação sobre a interferência da poesia em artes da imagem (pintura, cinema) quanto a análise das diversas estratégicas retóricas, semânticas ou gráficas que conferem um carácter eminentemente visual ou imagético aos textos poéticos. O conjunto abre com o ensaio de Joana Matos Frias sobre Corpo Agrário (1970) e Os Campos Visuais (1973), de Nuno guimarães. Lendo alguns poemas deste autor à luz da poética cesariana e de alguns contributos teóricos sobre a imagem, a autora encontra neles uma espécie de questionamento dos processos perceptivos e seus dispositivos mediadores, que, por sua vez, origina uma reflexão poetológica sobre a representação. Já o texto de João Oliveira Duarte trata de pintura. Instigado pelo quadro de Diego Velásquez Las Hilanderas (1657), o ensaísta faz uma digressão sobre o mito de aracne. analisa as diferentes descrições da personagem nas obras de Homero e Ovídio, OdisNota introdutória |

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seia e Metamorfoses respectivamente, constratando-as com a imagem proposta pelo pintor. José Bértolo, por sua vez, investiga as vanguardas cinematográficas dos anos 20, meditando na aproximação estabelecida por alguns cineastas da época entre o cinema e a poesia. segundo o ensaísta, substituindo nos seus filmes a narrativa, ainda de cariz acentuadamente textual, pela imagem, estes realizadores viabilizam uma reflexão sobre o cinema — o cinema da poesia. Num exercício escrito que acompanha o fluxo da criação de Carlos de Oliveira, Maria Filomena Molder faz uma leitura dos poemas do autor, em particular dos que constituem o livro Micropaisagem, pela qual surpreende a íntima correspondência entre imagens e palavras no gesto poético. Mariana Pinto dos Santos analisa alguns dos mais recentes trabalhos de rui Pires Cabral, que, desde 2012, abandonou a escrita convencional enveredando por criações híbridas que combinam imagem e palavra. De acordo com esta autora, a prática do artista resulta num novo tipo de poesia, no qual a intercepção das palavras e imagens produzem um imaginário poético que joga à margem das artes visuais, mas nunca abandona a ética da escrita poética. Na medida em que «manucure» (1915), de mário de sá-Carneiro, cruza o legível e o visível, pois trata-se de uma imagem feita de palavras, Pedro Eiras procura averiguar os desafios suscitados por este texto híbrido, que não só levanta problemas de identificação e de categorização como obriga a redefinir ou a reinventar os modos da sua recepção. Rosa Martelo passa em revista as formas de articulação entre palavra e imagem em diferentes propostas poéticas — poemas-objecto (surrealistas); imagem entendida no plano retórico (articulada com a metáfora); poemas visuais; écfrase; entre outras. a partir dessa análise conclui que a poesia dificilmente dispensa a imagem, o que varia é a conceptualização que dela se faz. O livro termina com um ensaio de Silvina Rodrigues Lopes. sublinhando a centralidade do conceito de «diferendo» proposto por Jean-François Lyotard, a autora procura pensar escrita e imagem a partir do que as aproxima, a saber, a ausência/vazio ou descoincidência que as faz diferir de si-mesmas e que corresponde a uma abertura, isto é, ao seu permanente acontecer. Não podemos encerrar esta pequena nota introdutória sem referir o fotograma retirado de Une histoire de vent (1988), de Joris Ivens e de marceline Loridan, que 12

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compõe a capa deste volume, e ao qual não teríamos tido acesso não fosse a preciosa colaboração de Inês Oliveira e de Paulo Cunha. No nosso entender, ele ilustra o que pretendíamos das sessões que marcaram aqueles fins de tarde, no Outono de 2018. Nele, escrita e imagem aparecem simultâneas ao olho interpretante. É a justaposição das duas que abre espaço a renovadas leituras e, por conseguinte, ao pensamento.

Elisabete Marques Rita Benis

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EsCrITa E CINEma

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POEsIa E ImagEm

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NOTas BIOgrÁFICas

Amândio Reis Doutorou-se em 2020, na Universidade de Lisboa, no âmbito do PhDComp — Programa Internacional FCT de Doutoramento em Estudos Comparatistas (Universidades de Lisboa, Bolonha e Lovaina), com uma tese intitulada Writing the Unknown: Fiction, Reality, and the Supernatural in the Late-Nineteenth Century Short Story (Machado, James, Maupassant). Centrando-se maioritariamente em questões de ficcionalidade e de representação da escrita, o seu trabalho e as suas publicações mais recentes incidem sobre a teorização e a análise do conto e da narrativa breve, bem como sobre relações entre literatura e cinema.

Ana Bela Morais Investigadora auxiliar contratada na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde desenvolve o projecto «Censura e Cinema no Espaço Ibérico, de 1968 à actualidade», no cluster Diálogos Ibéricos e Ibero-americanos, sendo coordenadora do grupo LOCUs do Centro de Estudos Comparatistas. Ensina História do Cinema e Cinema e Literatura na mesma Faculdade. Entre outras publicações é autora do livro Censura ao Erotismo e Violência. Cinema no Portugal Marcelista (1968-1974) (2017), co-editou Los Limites del Hispanismo. New Methods, New Frontiers, New Genres (2017) e publicou «Portugal no contexto marcelista. a receção de filmes brasileiros (1968-1974)», Revista de História das Ideias (2020).

Notas biográficas |

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Elisabete Marques É investigadora no Instituto de Literatura Comparada margarida Losa (Faculdade de Letras da Universidade do Porto) e na Universidade de Harvard. Enquanto investigadora, está a desenvolver um projecto financiado pela FCT (sFrH/BPD/115342/2016) sobre as relações entre Literatura e Cinema. É co-editora do livro Estética e Política entre as Artes (Edições 70).

Fernando Guerreiro Docente da Faculdade de Letras de Lisboa e investigador do Projecto rIaL — realidade e Imaginação nas artes e na Literatura do Centro de Estudos Comparatistas. Publicou, entre outros, sobre cinema, os livros Cinema El Dorado. Cinema e Modernidade (2015) e Imagens Roubadas (2016).

Golgona Anghel Professora auxiliar no Departamento de Estudos Portugueses da Faculdade de Ciências sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e investigadora no Instituto de Estudos de Literatura e Tradição da mesma Faculdade. Licenciou-se em 2003, em Estudos Portugueses e Espanhóis, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde, mais tarde, iria concluir o doutoramento (2009) em Literatura Portuguesa Contemporânea. Publicou alguns livros de ensaios — Eis-me Acordado muito Tempo depois de Mim — Uma Biografia de Al Berto (Quasi Edições, 2006), Cronos Decide Morrer, Viva Aiôn — Leituras do Tempo em Al Berto (Língua morta, 2013), A Forma Custa Caro — Exercícios Inconformados (Documenta, 2018) — e preparou uma edição diplomática dos Diários do poeta al Berto (assírio & alvim, 2012). Nas horas vagas, escreve também poesia: Vim porque Me Pagavam, (mariposa azual, 2011), Como Uma Flor de Plástico na Montra de Um Talho (assírio & alvim, 2013), Nadar na Piscina dos Pequenos (assírio & alvim, 2017).

Jeffrey Childs Professor associado do Departamento de Humanidades na Universidade aberta e investigador integrado no Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras 266

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da Universidade de Lisboa, onde participa em duas linhas de investigação: O Cinema e o mundo — Estudos sobre Espaço e Cinema e rIaL — realidade e Imaginação nas artes e na Literatura. Em 2016-2017, foi investigador convidado no Departamento de Estudos Visuais e ambientais na Universidade de Harvard. Entre as suas publicações, incluem-se trabalhos sobre mark strand, Wallace stevens, ralph Waldo Emerson, Edward Hopper e D.W. griffith. Em 2018, publicou uma tradução da obra poética do poeta simbolista português Camilo Pessanha (Clepsydra — The Poetry of Camilo Pessanha [Lisbon Poets & Co.]) e, mais recentemente, coordenou a publicação do livro Espelhos do Film Noir (Documenta, 2019).

Joana Matos Frias É professora associada na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e investigadora do grupo Intermedialidades do Instituto de Literatura Comparada margarida Losa. autora do livro O Erro de Hamlet: Poesia e Dialética em Murilo Mendes (Prémio de Ensaio murilo mendes), responsável pelas antologias Um Beijo Que Tivesse Um Blue, de ana Cristina Cesar, e Passagens: Poesia, Artes Plásticas; co-responsável (com Luís adriano Carlos) pela edição fac-similada dos Cadernos de Poesia, e (com rosa maria martelo e Luís miguel Queirós) pela antologia Poemas com Cinema. Tem publicado estudos no campo dos Estudos Interartes e de Intermedialidade, e a sua actividade crítica tem-se repartido por autores das literaturas portuguesa e brasileira modernas e contemporâneas. Em 2014-2015, publicou as colectâneas de ensaios Repto, Rapto e Cinefilia e Cinefobia no Modernismo Português; em 2018, publicou O Murmúrio das Imagens (grande Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho/aPE).

João Oliveira Duarte Licenciado em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Tirou o mestrado em Estética na Universidade Nova onde se encontra a concluir um doutoramento em História de arte. Bolseiro FCT, publicou diversos artigos em revistas científicas. Faz crítica literária em diversos lugares, onde se destacam a Colóquio-Letras, a Electra e o Jornal i. Notas biográficas |

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José Bértolo Doutorado pela Universidade de Lisboa (2019). É investigador do Centro de Estudos Comparatistas, onde integra o projecto rIaL — realidade e Imaginação nas artes e na Literatura, que co-fundou. Publicou, na Documenta, Imagens em Fuga: Os Fantasmas de François Truffaut (2016), Sobreimpressões: Leituras de Filmes (2019) e Espectros do Cinema: Manoel de Oliveira e João Pedro Rodrigues (2020). Co-organizou os volumes A Escrita do Cinema: Ensaios (com Clara rowland, Documenta, 2015), Morte e Espectralidade nas Artes e na Literatura (com Fernando guerreiro, Húmus, 2019) e Imitações da Vida: Cinema Clássico Americano (com Fernando guerreiro e Clara rowland, Bookbuilders, 2020). Com margarida medeiros, editou o n.º 53 da Revista de Comunicação e Linguagens, dedicado ao tópico «Photography, Cinema, and the ghostly».

Luís Mendonça Co-editor do site À pala de Walsh, programador na Cinemateca Portuguesa — museu do Cinema e docente na área do cinema e da fotografia. Doutorou-se na NOVa FCsH com a tese Fotografia e Cinema Moderno: Os Cineastas Amadores do Pós-Guerra (Edições Colibri, 2017).

Maria Filomena Molder Professora catedrática de Estética da Universidade Nova de Lisboa. Publicou vários livros sobre a relação entre artes, poesia e filosofia. alguns deles receberam o Prémio PEN Clube para o Ensaio (Semear na Neve. Estudos sobre Walter Benjamin, 2000; O Químico e o Alquimista. Benjamin, Leitor de Baudelaire, 2012; Dia Alegre, Dia Pensante, Dias Fatais, 2018) e o Prémio aICa (Rebuçados Venezianos, 2017). Última publicação: nova edição de O Absoluto Que Pertence à Terra, 2020. Escreveu também sobre artistas, principalmente no contexto português contemporâneo, e sobre arte, literatura e filosofia em revistas internacionais, como La Part de l’Oeil, Rue Descartes, Lettre International, Electra e Diaphanes.

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Mariana Pinto Dos Santos Historiadora da arte e curadora independente, doutorada em História e Teoria pela Facultat de Belles arts — Universitat de Barcelona. É investigadora integrada do Instituto de História da arte da NOVa FCsH, onde coordena o grupo de Investigação «Teoria da arte, Historiografia e Crítica». É autora do livro Vanguarda & Outras Loas — Percurso Teórico de Ernesto de Sousa (2007, 2.ª ed. no prelo) e de diversos estudos e ensaios publicados em catálogos, livros e revistas internacionais, sobre história da arte contemporânea, modernidade e modernismo, teoria e historiografia da arte. É co-editora da Obra Literária de almada Negreiros (assírio & alvim). É co-responsável pelo projecto de investigação «modernismos Ibéricos e o Imaginário Primitivista» (2018-22) (PTDC/ arT-HIs/29837/2017). É editora, com rui miguel ribeiro, nas Edições do saguão desde 2017.

Mário Avelar Professor catedrático em estudos ingleses e americanos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. O seu livro mais recente intitula-se Poesia e Artes Visuais — Confessionalismo e écfrase (Imprensa Nacional — Casa da moeda, 2018).

Osvaldo Manuel Silvestre Professor associado da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Dedica-se à teoria da literatura, aos estudos brasileiros e aos estudos fílmicos. É coordenador do Instituto de Estudos Brasileiros da sua Faculdade. O seu último livro publicado é o volume, co-organizado com rita Patrício, Conferências do Cinquentenário da Teoria da Literatura de Vítor Aguiar e Silva (Braga, Uminho Editora, 2020).

Pedro Eiras Professor de Literatura Portuguesa na Universidade do Porto, investigador do Instituto de Literatura Comparada margarida Losa, membro da rede Internacional de Pesquisa LyraCompoetics. Desde 2005, publicou diversos livros de Notas biográficas |

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ensaios sobre literatura portuguesa dos séculos XX e XXI, estudos interartísticos, questões de ética. Entre os mais recentes: This Is the Way the World Ends (2020), O Riso de Momo — Ensaio sobre Pedro Proença (2018), […] — Ensaio sobre os Mestres (2017), Constelações 2 — Estudos Comparatistas (2016), Platão no Rolls-Royce — Ensaio sobre Literatura e Técnica (2015). Presentemente, desenvolve pesquisas sobre a representação e o imaginário do fim do mundo.

Rita Benis Investigadora integrada do Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, bolseira da FCT, encontra-se a concluir o doutoramento sobre o argumento cinematográfico em manoel de Oliveira. a sua experiência na docência tem-se focado sobretudo na escrita e no cinema: argumento Cinematográfico (FLUL) e História do Cinema (Universidade moderna). Co-editou a revista electrónica Falso Movimento — Estudos sobre Escrita e Cinema. Tem traduzido e publicado diversos textos sobre escrita e cinema. argumentista de cinema premiada, trabalha desde 2000 na escrita de argumentos e na realização. Colaborou, entre outros, com Teresa Villaverde, margarida gil, Jorge Cramez, Inês Oliveira, antónio da Cunha Telles, Vincent gallo e Catherine Breillat.

Rosa Maria Martelo Professora catedrática da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, investigadora do Instituto de Literatura Comparada margarida Losa e ensaísta. Tem estudado a poesia portuguesa, as poéticas modernas e contemporâneas, e os diálogos da poesia com as artes visuais e audiovisuais. Publicou alguns livros de poesia e vários livros de ensaios, entre os quais O Cinema da Poesia (2012, 2.ª ed., 2017) e Os Nomes da Obra — Herberto Helder ou o Poema Contínuo (2016). Organizou a Antologia Dialogante de Poesia Portuguesa (2020) e co-dirige a revista Elyra (www.elyra.org).

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Silvina Rodrigues Lopes Professora catedrática jubilada da Faculdade de Ciências sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. É autora de, entre outros, os seguintes livros: Tão Simples como Isso, Aprendizagem do Incerto, E Se-Pára, A Legitimação em Literatura, Teoria da Des-Possessão (sobre textos de Maria Gabriela Llansol), Agustina Bessa-Luís — As Hipóteses do Romance, Carlos de Oliveira — O Testemunho Inadiável, Sobretudo as Vozes, A Inocência do Devir — Ensaio a partir da Obra de Herberto Helder, Exercícios de Aproximação, Literatura, Defesa do Atrito, A Anomalia Poética e A Estranheza-em-Comum. Foi co-directora da revista Intervalo.

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