Joana Villaverde, «Animals’ Nightmare»

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Ao meu pai, com quem gostaria muito de ter conversado sobre este lugar do planeta Terra. To my father, whom I would very much like to have talked to about this place on planet Earth.

Joana Villaverde, artista plรกstica, nasceu em Lisboa em 1970, vive e trabalha em Avis, Alentejo, desde 2012 Joana Villaverde, a visual artist, was born in Lisbon in 1970, lives and works in Avis, Alentejo, since 2012


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Joana Villaverde ANIMALS’ NIGHTMARE

D O C U M E N TA


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Este texto é sobre um trabalho na vida, ou vice-versa, não faço distinções. A experiência, o que vi e vivi durante as minhas estadas na Palestina. Experiência que fez transformar o trabalho, a forma como o devia apresentar, como o devia dar a ver, como o devia fazer. Este trabalho é sobre dignidade. Quis mostrar aquilo que vi, que senti, mostrar como a vida não se passa igual em todos os lugares. Este trabalho é sobre pessoas, é sobre a vida, é sobre a morte, é sobre como a vida e a morte estão tão perto. Em forma de livro sinto que devia contar uma história, como se contam as histórias aos meninos à noite. É o que tento fazer aqui, só que esta história não é só para meninos. Tento explicar o que me leva, o que me levou a amar a Palestina. Sou artista plástica, não sou nem política, nem diplomata, nem historiadora, nem economista, nem académica; sou de alguma forma mais livre. Ao caminho para chegar à liberdade chamo resistir, e é duro. É a resistência, a força, a coragem, o calor do povo palestiniano, a sua não-condescendência, que me ligam à Palestina e, portanto, ligaram também o meu trabalho. O amor normalmente não se explica, ou explica-se mal, tem-se! Este trabalho é sobre amor. É o único assunto que conheço.

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Não sei muito bem como é que foi, como é que começou. Sei que estava cansada de trabalhar o meu desassossego, eu e a dificuldade, tudo em desenho, como gosto, riscar e gastar energia física. Infantilmente não tinha percebido que falei sempre do mesmo assunto, em círculos; falava de resistir, de criar, de trabalhar. Falava do desassossego que a atenção provoca. O Alentejo onde vivo, as oliveiras, o Mediterrâneo, o calor, as pessoas empurraram-me para a Palestina. No meio de livros, filmes, documentários, choquei com o documentário/entrevista realizado por Graça Castanheira a Suad Amiry, para a televisão portuguesa, RTP, inserido na série da sua autoria O tempo e o modo. Li os livros de Suad, pedi à Graça o contacto, queria contar-lhe: — Estou a fazer um trabalho em que lhe roubo o título de um capítulo («Animals’ Nightmare») do livro Nothing to lose but your life. Neste livro Suad retrata o dia-a-dia de um trabalhador palestiniano e acompanha um grupo de homens no caminho diário para o trabalho obrigatoriamente clandestino em Israel. Esta viagem, que podia demorar 18 minutos, dura 18 horas e muitas das vezes dura mesmo a vida dos que são assassinados no caminho. Nothing to lose but your life é um retrato da vida quotidiana dos trabalhadores palestinianos. No capítulo «Animals’ Nightmare», os animais imploram justiça a Al Gore: Nós, membros da fauna e da flora da Palestina, perante Deus imploramos a Al Gore, e a todos os amantes da natureza, que intercedam em nosso nome. Ao construir este monstro [o muro de segregação] a humanidade viola todas as convenções internacionais sobre o meio ambiente e causa danos sem precedentes: Destrói os nossos habitats naturais. Bloqueia os nossos caminhos sobre o solo e debaixo dele. Demole os nossos abrigos e árvores, as grutas e os subterrâneos separam-nos dos nossos entes que ficaram do outro lado do muro.

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Priva-nos dos nossos meios de subsistência e das nossas terras de pastagem. Provoca a extinção de algumas espécies raras. Nós, os subscritores, rezámos, falámos e suplicámos a Deus vezes sem conta. Uma vez Ele enviou-nos uma mensagem secreta dizendo: Peço desculpa por não ter sido capaz de atender a esta situação tão delicada. Muito pouco posso fazer pelo vosso sofrimento na minha Terra Sagrada, pelo menos neste ciclo da vida, talvez num outro. As suas palavras de tristeza levaram muitos de nós ao desespero e a cometer suicídio. Enviei a Suad o projecto, com algumas pinturas já feitas, Gazelas a esbarrar no muro, bichos a esbarrar no muro, pessoas em forma de animais a esbarrar no muro. Todos dentro de uma jaula. — Posso? Queria saber de si, a sua opinião, posso continuar? Querida Joana, Tudo o que eu posso dizer é que o teu projecto encheu de lágrimas os meus olhos. Agradeço estas maravilhosas e extremamente comoventes pinturas e instalação artística. Sinto-me honrada, orgulhosa e feliz por saber que o meu trabalho inspirou alguém no mundo. Isso dá-me esperança e encoraja-me a continuar a escrever… Como sabes, eu adoro animais e toca-me profundamente vê-los como objecto do teu trabalho. Brava. A Suad tem hoje uma das primeiras Gazelas que pintei. Não a apresentei em nenhuma das exposições de Animals’ Nightmare, nem na de Avis em Abril de 2015, nem na de Lisboa na Appleton Square em Fevereiro de 2016. Está muito bem entregue, foi para onde devia.

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Foi a Suad que me indicou, que me sugeriu concorrer à residência artística da Qattan Foundation. Era obrigatório ir lá, era fundamental saber se estava a trabalhar no sentido certo. Fui onde faz muito tempo que as coisas se passam às avessas. Quis saber como, o que é que move, com que força, onde a vai buscar um artista, um criador, duma parte do mundo sempre em guerra desde que nasceu. As preocupações serão as mesmas? Quase de certeza que não. Existem seres humanos, existem crianças, existem artistas, existem intelectuais, existem camponeses, pedreiros, comerciantes, existem médicos, existem aldrabões, existem idiotas, existem pessoas bonitas e pessoas feias, existem pessoas pelo mundo fora. Calhou-me encontrar um sítio bonito, que se vê muito mal, é invisível. Estive na Palestina com o apoio da Fundação José Saramago em Junho e Julho de 2014. Foram dois meses difíceis para a Palestina. Morreram mais de 2100 pessoas no ataque a Gaza. Por ter estado presente estive perto, estive ao lado, vi e senti. Experienciei a dureza. A importância de ser solidário. Senti a dor de voltar as costas. Tive a certeza de que o mundo é muito pequeno. A minha responsabilidade crescia todos os dias. No meu trabalho tinha de lá estar esse sentido, esse estar ao lado e qualquer coisa perto, muito perto do que senti. — Como é que transformo o assunto que estou a tratar num objecto artístico? É como? Este trabalho é sobre um amor, um love affair entre dois lugares, comigo pelo meio. É um trabalho sobre resistência, é sobre ser artista hoje e resistir.

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Depois deste caminho concluí que as perguntas iniciais são impossíveis de responder. Como, o que é que move, com que força, onde a vai buscar um artista, um criador, duma parte do mundo sempre em guerra desde que nasceu. As preocupações serão as mesmas? Pensei que pudesse responder; não posso. Não posso porque não vivo na Palestina, não sou palestiniana, o meu olhar será sempre um olhar de fora. No entanto, quanto mais fui avançando no trabalho, mais perto fiquei. Perto, no sentido de estar ao lado, mas ao lado não significa estar dentro: fiquei mais perto de saber que ficarei sempre de fora. E aprendi que de fora posso alguma coisa. O Alentejo, o Mediterrâneo, as oliveiras, o calor, as pessoas, toda a paisagem me parece tão semelhante, tão perto da Palestina, que vou tentar juntá-los. O Alentejo e a Palestina. Cheguei a Portugal com o corpo e o coração ligados àquele lugar, julgo que para sempre. O projecto mudou, claro que mudou, foi por isso que quis ir lá, queria saber se estava no caminho certo. Não estava. Soltei todos os meus animais da jaula, as minhas pinturas bonitas e pequenas. Deixei a ideia de jaula. Construir o lugar, o espaço, o sentir do espaço era o trabalho. Queria um espaço bonito e livre, como muitas vezes, paradoxalmente, me senti, com o vento a bater-me na cara dentro das carrinhas Ford amarelas, os táxis colectivos que nos levam de uma terra a outra. Larguei as pinturas e desenhos, quase todos a grafite e óleo sobre papel, pelas duas salas. Na de Avis e na de Lisboa, a Appleton Square. Em Avis, numa antiga cavalariça, prendi a porta por forma a ser difícil a entrada, como é difícil a entrada na Palestina.

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Caminho para Sebastia. Way to Sebastia.

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Jenin. The Freedom Theatre, Jenin.

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Caminho para Belém. Way to Bethlehem. O muro de segregação, fim de tarde, Belém. The segregation wall, dusk, Bethlehem.

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O Peugeot 404 frente à Igreja da Natividade, Belém. Peugeot 404 in front of the Nativity Church, Bethlehem.

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Cervo, estrada N244, Avis, Alentejo. Stag, N244 road, Avis, Alentejo.

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This is a text about work in life, or vice versa. I don’t distinguish between the two. My experience; what I saw and lived through during my stays in Palestine. An experience that transformed my work; how I should present it, how I should display it, how I should do it. This work is about dignity. I wanted to show what I saw, what I felt. To show how life does not go on in the same way in every place. This work is about people, it is about life, it is about death, it is about how life and death are so closely linked. I feel I should tell a story in much the same way children are told stories at bedtime. That is what I am trying to do here, except this is not just a children’s story. I want to explain what makes me, what made me, love Palestine. I am a visual artist, not a politician, not a diplomat, nor historian, economist, or academic. I am, in a way, much freer. I call the road that leads to freedom resistance. And it is harsh. It is the resistance, strength, courage and warmth of the Palestinian people, their non-condescension, that connect me to Palestine and, therefore, to my work as well. Love cannot usually be explained or, if it is, it is explained badly. Love is what someone has! This work is about love. That is all I know.

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I am not entirely sure how it happened, how it started. I know I was tired of working alongside my unease, I was tired of kneading my disquiet drawing, with my penchant for heavily-etched lines, uses up a lot of physical energy. Childishly, I hadn’t realised that I was speaking round and round in circles saying the same thing over and over. Speaking about resisting, creating, working. I was speaking about the disquiet constant attention provokes. The Alentejo, where I live, the olive trees, the Mediterranean, the heat, the people all propelled me to Palestine. In amongst various books, films, documentaries, I came across a documentary/interview about/with Suad Amiry directed by Graça Castanheira for Portuguese television (RTP). It was part of a series she had devised called: O tempo e o modo. I read Suad’s books, I asked Graça how I might contact her, I wanted to tell her: — I stole the title of one of your chapters (“Animals’ Nightmare”) from the book Nothing to lose but your life for a project I was working on. In this book, Suad portrays the day-to-day life of a Palestinian worker. She accompanies a group of men on the daily trek to their inevitably unauthorised work in Israel. This journey, which should take 18 minutes, can take as many as 18 hours. Indeed, it many times takes the lives of those murdered along the way. Nothing to lose but your life is a portrayal of the day-to-day lives of Palestinian workers. In the chapter, “Animals’ Nightmare”, the animals plead with Al Gore for justice: We, members of the fauna and flora of Palestine, before God call on Al Gore, and all nature lovers, to intervene on our behalf.

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By constructing this monster [the segregation wall], mankind has violated all international environmental conventions and caused unprecedented damage: Destroyed our natural habitats. Blocked our natural paths above and below ground. Demolished our nesting places and trees, caves and sub-terrains separated us from our beloved ones on the other side of the wall. Deprived us of our livelihood and our grazing grounds. Resulting in the extinction of a few rare species. We the undersigned have prayed, told and begged God so many times. He once sent a secret message that read: I apologize for not being able to address this very sensitive issue. I can’t do much about your suffering in my Holy Land, at least not in this life cycle but perhaps in another. His sorrowful words made many of us despair and commit suicide. I sent an outline of my project to Suad, together with some of the already completed paintings. Gazelles careering into the wall, animals careering into the wall, people in the shape of animals careering into the wall. All of them inside a cage. — May I? I’d like to hear from you, to get your opinion. Can I go on? My dear Joana, All I can tell you is that your project brought tears to my eyes. I thank you for these splendid and extremely moving paintings and art installation. I am honoured, proud, and happy to know that my work has inspired someone somewhere. That gives me hope and encourages me to keep on writing… As you know, I am an animal lover and it truly moves me to see them as the subject of your work. Brava nice.

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Sem título, 2014, colagem, grafite sobre papel, 44,5 × 21 cm, colecção particular. Untitled, 2014, collage, graphite on papet, 44,5 × 21 cm, private collection. Sem título, 2014, óleo sobre cartão, 26,5 × 12,3 cm, colecção particular. Untitled, 2014, oil on cardboard, 26,5 × 12,3 cm, private collection. pp. 44-45: Gazela em Ramallah, 2014, óleo e grafite sobre 36 folhas de papel, 110 × 170 cm, colecção particular. pp. 44-45: Gazela em Ramallah, 2014, oil and graphite on 36 paper sheets, 110 × 170 cm, private collection. pp. 46-47: Vista da exposição Animals’ Nightmare», Abril-Maio 2015, Avis, Alentejo. pp. 46-47: Animals’ Nightmare exhibition views, April-May 2015, Avis, Alentejo.

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Se U Ra R


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Sem título, 2014, óleo sobre cartão, 25,8 × 46,5 cm, colecção particular. Untitled, 2014, oil on cardboard, 25,8 × 46,5 cm, private collection. Ramallah, 2014, grafite sobre papel, 21 × 29,7 cm, colecção particular. Ramallah, 2014, graphite on paper, 21 × 29,7 cm, private collection.

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Este livro foi publicado a propósito da residência artística de Joana Villaverde na Qattan Foundation em Ramallah na Palestina, nos meses de Junho e Julho de 2014. Da residência resultaram duas exibições da exposição Animals’ Nightmare: cavalariça do futuro Fórum Cultural de Avis (Abril a Maio de 2015) e na Appleton Square em Lisboa (Janeiro a Fevereiro de 2016) This book was published following Joana Villaverde’s artist residency at the Qattan Foundation, in Ramallah, Palestine, throughout June and July, 2014. The residency resulted in two shows of the exhibition Animals’ Nightmare, held at the stables of the future Fórum Cultural de Avis (April to May, 2015) and the Appleton Square in Lisbon (January to February, 2016)


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Agradecimentos | Acknowledgements | 00000000 Município de Avis, Qattan Foundation, Fundação José Saramago, International Academy of Art Palestine, Riwaq Foundation, Fundação Carmona e Costa, Appleton Square, Suad Amiry, Maria da Graça Carmona e Costa, Manuel Costa Cabral, José Pedro Croft, Vera Appleton, Pílar del Rio, Graça Castanheira, Alexandra Lucas Coelho, Lisa Katz, Fabrice Ziegler, Shahd Wadi, Melinda Eltenton, Jorge Lobo Mesquita, Marta Abrantes Mendes, Micaela Miranda, Nabeel Al Aree, Lydia Reinhold, José Filipe Moraes Cabral, Nuno Silva, Joaquim Monteiro, Manuel Coelho, Clara Jost, Daisy Eltenton, Ana Cristina Cachola, Leonor Lloret, Sérgio Gato, Francisco Soares, Marco Pires, Manuel Rosa, Carolina e Constança Villaverde Rosado, Marta Mateus, Hani Amra, Ziad Khalaf, Mahmoud Hashhash, Kifah Fanni, Mari Martens, Kajsa Martens, Tania Nasir, Tina Sherwell, Patrícia Garcia Pereira


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Créditos fotográficos | Photographic credits |): capa | cover | Marco Pires pp. 2-32 Joana Villaverde pp. 44-54 Fabrice Ziegler pp. 61-73 Marco Pires pp. 83, 86-87 Joana Villaverde


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© Joana Villaverde, 2017 © Sistema Solar Crl (chancela Documenta) Tradução de português para inglês | translation from portuguese into english | Melinda Eltenton Tradução de português para árabe | translation from portuguese into arab | (árabe) Shahd Wadi

Outubro | October | 2017 ISBN 978-989-8833-19-8 Depósito legal | Legal deposit |

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Pré-impressão, impressão e acabamento | Prepress, printing and binding | Gráfica Maiadouro SA Rua Padre Luís Campos, 586 e 686 (Vermoim) 4471-909 Maia Portugal


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Al Cementerio, 2014, vídeo 3’5’’em loop, som, colecção quARTel, Fernando Ribeiro. Al Cementerio, 2014, 3’5’’ video, loop, sound, quARTel collection, Fernando Ribeiro. p. 62: Sem título, 2014, óleo sobre pá de ferro, colecção particular. p. 62: Untitled, 2014, oil on metal shovel, private collection. pp. 63-67: Peugeot 404 (pormenor da escultura), 2015, carroçaria, óleo sobre 200 pás inox, som e luz autónomos, 164 × 149 × 459 cm. pp. 63-67: Peugeot 404 (sculpture detail), 2015, car body, oil on 200 stainless steel shovels, autonomous sound and light, 164 × 149 × 459 cm. pp. 68-71: Vistas da exposição Animals’ Nightmare, Janeiro-Fevereiro 2016, Appleton Square, Lisboa. pp. 68-71: Animals’ Nightmare exhibition views, January-February 2016, Appleton Square, Lisbon.

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Gazela em Avis, 2015, óleo e grafite sobre 36 folhas de papel, 110 × 170 cm. Gazela em Avis, 2015, oil and graphite on 36 paper sheets, 110 × 170 cm. p. 83: Escada na cidade velha, Jerusalém. p. 83: Stairs in the old city, Jerusalem. pp. 86-87: Caminho para Nablus. pp. 86-87: Way to Nablus.

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