Jorge Fazenda Lourenço «Jorge de Sena, 939 Randolph Road: Exílio, Erotismo, Escatologia»

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Jorge Fazenda Lourenço

Jorge de Sena, 939 Randolph Road: Exílio, erotismo, escatologia

D O C U M E N TA


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© JORGE FAZENDA LOURENÇO, 2021 © SISTEMA SOLAR (DOCUMENTA) RUA PASSOS MANUEL, 67 B 1150-258 LISBOA 1.ª EDIÇÃO, ABRIL DE 2021 ISBN 978-989-9006-79-9 NA CAPA: RICHARD DIEBENKORN, SEAWALL, 1957 REVISÃO: LUÍS GUERRA DEPÓSITO LEGAL: 482342/21 IMPRESSÃO E ACABAMENTO: ULZAMA


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Índice geral

A. 939 Randolph Road, Santa Barbara, Ca. ..................................

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1. Jorge de Sena e a diáspora, ou o Portugal disperso .................... 2. Portugal no exílio de Jorge de Sena ........................................... 3. Uma correspondência no exílio: Jorge de Sena e João Sarmento Pimentel ................................................ 4. Envelhecendo na América, 1965-68: algumas observações ....... 5. Chartres e a peregrinação europeia de 1968 ............................. 6. Quando o irónico é político. Sobre três poemas de exílio .......... 7. Notas soltas sobre «Raízes» ....................................................... 8. Erotismo e escatologia: inquirições senianas ............................. 9. Exílio e erotismo: a primeira meditação à beira do Pacífico .......

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B. Hope Ave., Calvary Cemetery, Santa Barbara ...........................

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apêndice. A posteridade de Jorge de Sena está nas mãos de cada um de nós ....................................................................

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Notas a alguns textos ......................................................................... Obras citadas ................................................................................... Índice dos textos de Jorge de Sena ...................................................... Índice de nomes ................................................................................

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A. 939 Randolph Road, Santa Barbara, Ca.

Aqui, prolonga-se o tempo numa atenção de luz e dor que as roseiras de muita água, orto de corpo prodigioso, ao repouso convidam o viajante. Dentro, cruzado o amplo pórtico de cachos rosa de uma brava glicínia, mãos há que na vida tecem o amor de alongar-se o amor, luz na luz em tempo cerzida. É por essas mãos, ó viandante, que o silêncio abre a tua voz.


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B. Hope Ave., Calvary Cemetery, Santa Barbara

Entre montanhas e mar um caminho de palmeiras perfiladas imperiais em áleo manto de veludos verde e tu de bronze ao vento repousado em nome que ali é chão de tudo começo e centro de colinas que ao mar abraçam o teu à flor da terra gravado que mais fundo sagra em velas perfiladas vento os mastros verdes que saúdam


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apêndice A posteridade de Jorge de Sena está nas mãos de cada um de nós

Não tendo embora conhecido Jorge de Sena, acabou por manter com ele um trato próximo, íntimo. Quando é que se iniciou esta convivência? Como é que tudo começou? Jorge de Sena era para mim um poeta de que já tinha ouvido falar. Até que, no final dos anos 70, saiu uma sucessão fabulosa de obras suas: Os Grão-Capitães, em 1976; a edição isolada de O Físico Prodigioso, a sequência Sobre Esta Praia…, e a reedição de Poesia-I, em 1977; as duas Dialécticas da Literatura, em 77 e 78; Antigas e Novas Andanças do Demónio, Poesia-II e Poesia-III, em 1978; e, finalmente, Sinais de Fogo, em 1979. Fiquei completamente varado pelo poeta; e digo poeta, porque em tudo o que ele escreveu é sempre legível o trabalho de um poeta. E em 1982 comecei a escrever sobre «o meu poeta». Precisava de extravasar toda aquela admiração. E o que escreveu? Em geral, pequenas críticas aos livros que Mécia de Sena estava publicando depois da morte dele, faz agora 40 anos. O entusiasmo dos textos devia ser grande (a qualidade não sei), de tal modo que a Mécia quis saber de mim junto do Jacinto Baptista, que fora meu professor de jornalismo e me aceitara como colaborador do semanário O Ponto (um jornal esquecido). Foi, portanto, através do Jacinto Baptista, o jornalista mais culto que eu conheci, que eu entrei em contacto epistolar com Mécia de Sena, que vim a conhecer, pessoalmente, quando ela veio a Portugal, em 1984. A partir desse ano, e de uma forma gradual, como numa relação que se vai construindo e crescendo, fui ficando seu colaborador cada vez mais próximo. E temos uma longa correspondência. Em 1988, a Mécia desafiou-me a ir para Santa Barbara trabalhar no espólio do marido e estudar na Universidade da Califórnia, onde estive A posteridade de Jorge de Sena está nas mãos de cada um de nós

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cinco anos. E aí a nossa cumplicidade aprofundou-se, num contacto, afectivo, quase quotidiano. Soube que, entretanto, deixou de manter contacto com Mécia de Sena. O que aconteceu? A última vez que estive com Mécia de Sena, foi em 2011, em Santa Barbara, para acertarmos pormenores de próximas edições da obra de Jorge de Sena. Mécia de Sena nasceu a 16 de Março de 1920. O peso dos anos era já então evidente. Continuámos a corresponder-nos por carta e a falar de vez em quando ao telefone. Numa das nossas últimas conversas, recordando os nossos mais de 30 anos de colaboração, Mécia de Sena falou-me de «como nos tínhamos feito um ao outro». Até que, em meados de 2015, começaram a surgir barreiras à comunicação impostas pela família. Mécia de Sena estaria num processo de demência, desencadeado ou acelerado por uma queda numa época de Natal. Entretanto, a família obtém a sua interdição legal, considerando-a incapacitada para a condução da obra e não oferecendo qualquer mediação aos seus amigos, mesmo aos mais chegados. Um corte. Abrupto. Cruel. Como quem apaga alguém. Para sempre. Disse já que quanto mais lê e escreve sobre Sena mais o seu desconhecimento dele aumenta. Quer explicar? O que eu tenho percebido é que o conhecimento de uma obra como a de Jorge de Sena cresce com o conhecimento que vamos tendo de nós próprios e da humanidade de que somos feitos, incluindo nela a literatura e as artes, numa espécie de inter-relação que é singular a cada leitor, e que faz da obra do poeta um objecto singular também para ele, leitor. Nesse sentido, quanto mais conhecemos, mais fica por conhecer; mais ignorantes somos do objecto que queremos compreender. É como numa relação amorosa: quanto mais conhecemos a pessoa amada, menos sabemos dela, e, por isso, mais desejamos conhecê-la, e conhecê-la mais profundamente, pois esta forma de conhecimento é também uma forma de autoconhecimento.

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O Jorge Fazenda Lourenço é o que habitualmente chamamos um especialista em Jorge de Sena. Por cá, não é raro encontrarmos especialistas com uma ideia muito própria da literatura: um vasto domínio dividido em leiras, ou canteirinhos, com cercas à volta, uma espécie de feudos. E que ninguém se lembre de as galgar!, entrando assim em propriedade privada. Revê-se no retrato ou torce-lhe o nariz? Bem, como já reparou pela resposta anterior, eu não me vejo como especialista de nada, embora o meu ego seja impressionável. Se a palavra não estivesse tão depreciada, eu diria que sou um amador da obra (sublinho, da obra) de Jorge de Sena. Aceitemos, portanto, que sou um estudioso. Talvez por ter andado tresmalhado em Medicina, ligo muito a ideia de especialista à ideia de órgão e de doença. Jorge de Sena não é, para mim, uma doença. É uma das pessoas mais vivas da minha vida. Não é uma doença nem é uma obsessão que me impeça de apreciar outros criadores. Antes pelo contrário. Foi Jorge de Sena que me levou a descobrir uma infinidade de poetas, pintores, músicos e pensadores por ele traduzidos e estudados, ou com os quais estabeleceu um diálogo poético, criativo, como em Metamorfoses e Arte de Música. Os seus trabalhos, de maior ou menor fôlego, têm provado que o discurso académico pode ser claro sem perder a densidade. Este esforço foi importante na divulgação da obra de Sena? A tentativa de aliar clareza e densidade creio que pode ser lida em todos os textos meus, que não são apenas sobre Jorge de Sena. Pode estar relacionada com a minha faceta de professor de literatura. É, sem dúvida, resultado de uma aprendizagem, mas não é uma atitude estudada, com esta ou aquela finalidade. A clareza de exposição torna a densidade mais clara; e a densidade do pensamento busca as profundezas da claridade. De resto, não me considero um divulgador da obra de Jorge de Sena, e também não um académico (palavra que, para mim, ainda tem conotações serôdias). Eu sou um estudioso e, portanto, um leitor, mesmo quando estou na sala de aula, e o que procuro é transmitir o prazer e a dor de sentir e de pensar com os versos e as prosas de outra pessoa, e como nisso há uma responsabilidade política (cidadã), ética e estética.

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Mesmo quem de Jorge de Sena conhece apenas aqueles poemas mais célebres, estará bem familiarizado com o «retrato falado» que dele chegou, incólume, até ao século XXI: um ser irascível, feroz, sarcástico, nem sempre capaz de se manter na circunferência da compostura, um autor com o sentimento da genialidade própria, que se celebrava a si mesmo, que não se coibiu sequer de indicar em que secções da história literária portuguesa merecia ser citado, louvado e ensaiado. Convenhamos que não é uma imagem muito simpática… Sim, conheço bem a «lenda negra» de Jorge de Sena. Mas conheço igualmente um sem-número de pessoas, de diferentes países, que ficaram com uma percepção dele completamente diferente: um homem amável, cortês, solidário, atento aos outros, respeitador de diferenças ideológicas, políticas, comportamentais. E, sim, por vezes o contrário disto. Sobretudo intolerante face à miséria, sobretudo intelectual, à traição, à falsidade, à mediocridade, à intolerância de uns quantos. Por certo que Jorge de Sena foi um homem com defeitos e qualidades, como cada um de nós. E quanto a modéstias, se estão bem recordados, o único modelo de modéstia de todo o século vinte português foi o ditador de Santa Comba. Eu sempre achei que, quanto mais contraditória, mais interessante uma pessoa é. Desde que, é claro, não tenhamos de viver com ela quotidianamente. E contudo, a sua obra revela uma cuidada atenção ao outro, às fragilidades da condição humana, à urgência de amor e de liberdade como princípios fundadores da dignidade humana, como é raro encontrar-se. Terá aquela imagem contribuído para uma certa posição de desvantagem de Jorge de Sena, face, por exemplo, a uma Sophia ou a um Eugénio de Andrade, muito mais presentes na nossa cena literária? As comparações são sempre difíceis, porque delicadas. Mas não creio que seja esse o ponto. Repare que Jorge de Sena viveu exilado durante quase 19 anos, desde Agosto de 1959, com vindas esporádicas a Portugal, a partir de 1968, vindas essas que acabavam por, paradoxalmente, servir de reforço à sua condição de exilado. Este é, aliás, um dos muitos paradoxos da condição de exilado. Embora estivesse presente na nossa «república das letras» como poeta publicado, é sempre mais vantajoso, em termos sociais, que é o domínio da

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«cena literária», estar em cena, e não fora de cena. Estar dentro, e não fora, do palco. Nunca foi fácil a relação de Jorge de Sena com a crítica, que começou por considerá-lo «infinitamente mais inteligente que poeta propriamente dito». Que queria isto dizer? Era o sinal de uma incompreensão? Sim, incompreensão, sobretudo, em relação à poesia, confundindo-a com o lirismo sentimental. E, é claro, um estratagema para desvalorizar a poesia de Jorge de Sena, fingindo elogiar os seus dotes de crítico literário. Afinal, ele não era engenheiro civil? Fiz já a crítica dessa crítica num texto incluído em Matéria Cúmplice, de 2012. O preconceito tinha, aliás, o condão de juntar Jorge de Sena a nomes maiores da poesia portuguesa, como Luís de Camões e Fernando Pessoa. Poucos poetas terão produzido, como Jorge de Sena, uma imagem tão viva, tão magoada do exílio. O que é que nele era diferente? Não sendo o único, Jorge de Sena é um dos grandes poetas do exílio, na longa tradição que vem de Ovídio e Dante, e seguramente um dos maiores da língua portuguesa. Como diz Edward Said, o exílio é uma condição terminal. A poesia de exílio de Jorge de Sena dá continuidade, como também no caso de Camões e da sua glosa do Salmo 137, àquele canto de exílio ansiando por uma Jerusalém celeste ou terrestre, pelo regresso a paraísos perdidos, pela restauração de uma condição divina que não é deste mundo. Exílio interior, exílio político (físico, existencial) e exílio metafísico, exílio dentro e fora da pátria, em Portugal, no Brasil, nos Estados Unidos, eis a conjunção de exílios que diz o poeta Jorge de Sena: «exílios exilados de exilada terra». Mécia de Sena abriu-lhe o espólio e a biblioteca de Jorge de Sena. O que por lá encontrou: o caos, a ordem ou qualquer coisa de intermédio? Eu cheguei a Santa Barbara em Março de 1988. Já sabia, pela correspondência que vínhamos mantendo, que Mécia de Sena estava a organizar de forma profissional, criteriosa, o espólio de Jorge de Sena, o que lhe permitiu, em apeA posteridade de Jorge de Sena está nas mãos de cada um de nós

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nas dez anos, publicar novos ou reeditar mais de trinta livros, o que dá uma média anual e um ritmo de trabalho impressionantes, para mais numa época em que as provas tipográficas circulavam ainda por correio postal. Todos os volumes, editados ou a editar, ou ainda em projecto, organizados em pastas individuais, os manuscritos dactilografados e fotocopiados, para suprir acidentes ou extravios, e as pastas arrumadas em grandes arquivadores de metal, com gavetas. Dezenas. No escritório, no quarto, na lavandaria, no corredor que ligava este compartimento à cozinha. Todos os géneros literários, incluindo a vasta correspondência, com cada pasta para o seu destinatário, mas também o arquivo fotográfico, cronologicamente organizado, ou mesmo pastas e arquivadores cheios de programas de conferências, congressos e outras actividades em que Jorge de Sena participara de algum modo. E ainda programas de concertos musicais, objectos pessoais, relativos ou não à vida profissional, como escritor e professor. Tudo o que, parecendo menor, ajudaria (ajudará?) a dar um contexto, a tornar mais viva, a obra e a vida do seu bem-amado Jorge de Sena. É verdade que a casa de Santa Barbara era uma espécie de centro editorial para a publicação das obras do poeta? Sim. Quando em 1988 cheguei a Santa Barbara, encontrei, no número 939 da Randolph Road, um verdadeiro centro de investigação e edição da obra de Jorge de Sena, que, ainda por cima, oferecia pensão completa a quem necessitasse. Mécia de Sena foi (será sempre) não só a figura tutelar de várias gerações de investigadores, de diferentes nacionalidades, como a grande editora de Jorge de Sena, tendo realizado um notabilíssimo trabalho intelectual, produzindo um vasto conjunto de prefácios, introduções e notas críticas, fundamentais para o entendimento da sua obra, com grande influência na recepção crítica que ela vem tendo desde 1978. Sabemos que Jorge de Sena traçou a régua e esquadro um programa de posteridade que o empenho de Mécia de Sena, e o seu próprio, haveriam de continuar. Passados 40 anos da morte do poeta, podemos dizer que esse plano deu certo? Ou será Sena ainda um poeta demasiado contemporâneo para podermos avaliar?

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Traçar a régua e esquadro um programa de posteridade, por parte de Jorge de Sena, é uma expressão totalmente desadequada, e até cruel, que vi já utilizada por outra gente. Acontece que, após o grave ataque cardíaco que Jorge de Sena sofreu em 1976, e perante a extrema fragilidade da sua saúde, o poeta começa a preparar a publicação da sua obra com a consciência de um tempo limitado de vida, como, infelizmente, se veio a verificar. Para além dos livros publicados em 1977-78, o que ele conseguiu organizar foi muito pouco, como se calcula. Depois é que vem o planeamento de Mécia de Sena. A posteridade de uma obra é uma consequência, não se antecipa. A posteridade de Jorge de Sena está nas mãos de cada um de nós. É responsabilidade de todos e de cada um. A posteridade de um autor é uma questão literária, mas é também uma questão política, de cidadania. Excerto de uma entrevista a Teresa Carvalho para o jornal i (Lisboa, 4 de Junho de 2018)

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Notas a alguns textos

Jorge de Sena e a diáspora, ou o Portugal disperso. Uma primeira versão deste texto saiu em Jorge de Sena: Novas Perspectivas, 30 Anos Depois (Lisboa: Universidade Católica Editora, 2009), com o título de «Jorge de Sena e o Portugal disperso». O texto actual, com o presente título, havia sido entregue para publicação nas actas do Congresso Internacional sobre a Diáspora Portuguesa, realizado em Outubro de 2008, na Universidade de Lisboa: Portugal pelo Mundo Disperso (Lisboa: Tinta da China, 2013), coordenação de Teresa Cid, Teresa F. A. Alves, Irene Maria F. Blayer e Francisco Cota Fagundes. Foi, entretanto, incluído em Matéria Cúmplice. Para Jorge de Sena (Lisboa: Guimarães, 2012).

Portugal no exílio de Jorge de Sena. Este texto é uma versão abreviada da minha apresentação de Rever Portugal: Textos Políticos e Afins (Lisboa: Guimarães, 2011), tendo sido incluído em Matéria Cúmplice. Para Jorge de Sena (Lisboa: Guimarães, 2012).

Uma correspondência no exílio: Jorge de Sena e João Sarmento Pimentel. Este texto foi escrito para o colóquio-exposição Sarmento Pimentel: Um Século de História, organizado por Maria Estela Guedes, na Associação 25 de Abril, Lisboa, 26 de Abril de 2017, tendo sido relido, na Fundação Calouste Gulbenkian, na Jornada Jorge de Sena, realizada em 22 de Janeiro de 2019. A correspondência entre Jorge de Sena e João Sarmento Pimentel teve, entretanto, publicação.

Envelhecendo na América, 1965-68: algumas observações. Este texto foi originalmente escrito, em Janeiro de 2020, com o título «Ageing in America: Some Remarks on Jorge de Sena’s Poetry of Exile, 1965-68», para o volume, no prelo, American Studies Over_Seas (In Honor of Teresa F.A. Alves and Teresa Cid, a convite de Margarida Vale de Gato. A actual versão portuguesa amplia o texto inglês nalgumas passagens e citações.

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Chartres e a peregrinação europeia de 1968. Este texto teve uma primeira versão em francês, apresentada em Lyon, em 17 de Setembro de 2015, numa conferência sobre Jorge de Sena, a convite de Maria de Fátima Mendes, então Cônsul-Geral de Portugal naquela cidade, e patrocinada pelo Instituto Camões. Novas versões foram apresentadas, no âmbito das comemorações do centenário de Jorge de Sena, no F(O)LIO, Festival Literário Internacional de Óbidos, no dia 19 de Outubro, no Casino da Figueira da Foz, no dia 16 de Novembro, e em Braga, na Universidade do Minho, no encerramento do XXI Colóquio de Outono, «Sena hoje. Colóquio comemorativo do nascimento de Jorge de Sena», no dia 22 de Novembro de 2019.

Quando o irónico é político. Sobre três poemas de exílio. Uma primeira versão deste texto, «Quando o irónico é político», foi lida, em português, no dia 23 de Janeiro de 2014, na 4th Graduate Conference in Culture Studies, «Irony: framing (post)modernity», a convite de estudantes da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa, tendo ficado inédita. Uma segunda versão foi lida no ciclo de conferências «100 Anos de Poesia», da Academia das Ciências de Lisboa, Instituto de Estudos Académicos Adriano Moreira, em 29 de Maio de 2018. A actual terceira versão foi publicada na revista Colóquio-Letras, n.º 200, Janeiro-Abril de 2019, num dossier sobre o poeta, com o título «Quando o irónico é político. Sobre três poemas de exílio de Jorge de Sena».

Notas soltas sobre «Raízes». Este texto desenvolve uma longa nota já existente em «Quando o irónico é político», Colóquio-Letras, n.º 200, Janeiro-Abril de 2019.

Erotismo e escatologia: inquirições senianas. Este texto foi lido na sessão de entrega do Prémio Jorge de Sena 2012, atribuído ao livro Matéria Cúmplice, em 4 de Junho de 2013, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e teve publicação, em 2017, em A Dinâmica dos Olhares: Cem Anos de Literatura e Cultura em Portugal, org. Ernesto Rodrigues e Rui Sousa, publicação em formato digital do Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Foi expurgado dos dois primeiros parágrafos.

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Exílio e erotismo: a primeira meditação à beira do Pacífico Texto escrito, sem título, em Maio de 2002, para Século de Ouro: Antologia Crítica da Poesia Portuguesa do Século XX, org. Osvaldo Silvestre e Pedro Serra (Braga, Coimbra e Lisboa: Angelus Novus e Cotovia, 2002).

A posteridade de Jorge de Sena está nas mãos de cada um de nós. Excertos de uma entrevista concedida a Teresa Carvalho para o jornal i, publicada em 4 de Junho de 2018. A versão impressa é mais curta que a versão digital, que pode ser lida em https://ionline.sapo.pt/artigo/614575. A autora do questionário permitiu esta reprodução selectiva. Todos os textos foram revistos, com excepção para a entrevista, eliminando lapsos de escrita e tentando não desvirtuar os momentos que presidiram à sua composição. Algumas repetições de ideias, citações e referências revelaram-se inevitáveis. Como inevitável se mostrou retomar ideias que venho expondo no decurso de quase quarenta anos de trabalhos sobre a obra de Jorge de Sena.

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Obras citadas

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Obras citadas

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Índice dos textos de Jorge de Sena Indicam-se a negro as páginas em que os poemas estão integralmente transcritos

A Casa em Frente ou Melancolias de um Voyeur, 50 A Grã-Canária, 100 A João Sarmento Pimentel, tendo dele recebido a medalha comemorativa do seu não regresso à pressuposta pátria, 64 À Memória de Adolfo Casais Monteiro, 93 À Memória de Kazantzakis, e a Quantos Fizeram o Filme Zorba the Greek, 53 A Morta, de Rembrandt, 104 A Morte, o Espaço, a Eternidade, 104, 107-109 A Paul Fort (†20/4/60), 75 América, América, I Love You, 50 Amor (verbete), 112 Ao Comandante João Sarmento Pimentel, 46-48 Arte de Música, 54, 73, 125 Artemidoro, 118 As Evidências, 73, 104, 117

Elegia por Certo, 53 Elogio da Vida Monástica, 58 Em Creta, com o Minotauro, 23, 58, 64, 65-67, 75, 92, 104 Envelhecer, 53 Epígrafe para a Arte de Furtar, 60, 67, 94 Epílogo (1969), 49, 60 Espiral, 105 Eternidade, 104 Exorcismos, 33, 70, 73, 82, 97 Ganimedes, 49, 60 Génesis (sonetos), 104 Génesis, 104 Glória, 104, 108 Glosa de Guido Cavalcanti, 64 História do Peixe-Pato, 118

Babel e Sião (verbete), 112 Café Cheio de Militares em Luanda, 34 Caim (conto), 13, 104 Camões na Ilha de Moçambique, 34, 101 Carta a Meus Filhos sobre os Fuzilamentos de Goya, 104 Chartres ou as Pazes com a Europa, 58, 61, 74, 75, 77-78 Conheço o Sal… e Outros Poemas, 33, 70, 73, 94 De Docta Ignorantia, 104 Dedicácias, 79 Discurso da Guarda, 11, 15, 34 Discurso do Prémio Etna-Taormina, 104 Do Trópico de Capricórnio aos Grandes Lagos, 53

Índice dos textos de Jorge de Sena

Indignação Extemporânea Ouvindo o Improviso, Opus 142, n.º 2, de Schubert, 51 Lamento de Don Juan, 53 Metamorfose (Fidelidade), 100, 116 Metamorfoses, 54, 55, 73, 103, 104, 118, 125 Na Igreja dos Jesuítas em Luanda, 51, 83, 85-86, 87, 90, 91, 93 «Nel mezzo del camin...», 109 Noções de Linguística, 51, 83-84, 86, 87, 90 O Desejado Túmulo, 101 O Ecumenismo Lusitano ou a Dupla Nacionalidade, 22, 51, 81, 83, 88, 89-90

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O Físico Prodigioso, 100, 101, 104, 106, 123 O Indesejado (António, Rei), 14 Os Grão-Capitães: Uma Sequência de Contos, 123 Os Filhos Levam Muito Tempo a Crescer, 109 Os Trabalhos e os Dias, 75 Os Vivos e os Mortos ou Homenagem a Rilke, 63 Para Eu Murmurar à Hora da Morte, 109 Paráfrase de Melina Mercouri, 26 Paraíso Perdido, 13, 104 Peregrinatio ad loca infecta, 33, 49, 52-54, 59, 60, 70, 71, 73, 88, 97, 103, 118 Poesia do Século XX: De Thomas Hardy a C.V. Cattaneo, 53 Post-Scriptum, 104 Post-Scriptum (1960), 73 Primavera, 99 40 Anos de Servidão, 113

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«Quem fala de partir…», 51 Raízes, 45, 51, 61, 91, 93, 94-95, 98 Relatório, 63 Sabendo da Morte de 4 Estudantes em Kent State University, Ohio, 50 Sequências, 79 Ser-se imigrante e como, 11, 18, 21 Sete Sonetos da Visão Perpétua, 118 Sinais de Fogo, 100, 123 Sobre Esta Praia… Oito Meditações à beira do Pacífico, 12, 13, 51, 73, 104, 111-119, 123; Meditação I, 113-114 Super flumina Babylonis, 113 Testemunho pessoal sobre viver nos Estados Unidos da América, 19, 49, 55 Traditions Change, 20

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Índice de nomes

Andrade, Eugénio de, 57, 62, 68, 69, 126 Andresen, Sophia de Mello Breyner, 55, 62-64, 67, 71, 126 Andringa, Diana, 26 Aragão, Augusto, 32 Aristóteles, 90 Arowele, A.P.J., 13 Athanassakis, Apostolos N., 50 Baptista, Jacinto, 39, 123 Barrès, Maurice, 94-96 Barthes, Roland, 91 Baudelaire, Charles, 76, 80 Baumann, Martin, 13 Beauvoir, Simone de, 49 Belo, Ruy, 88 Bloch, Ernst, 102, 104, 106 Boniface, Pascal, 15 Borges, Anselmo, 109 Brito, Carlos, 26 Brodsky, Joseph, 56 Brunel, Pierre, 106 Burensteinas, Patrick, 74 Caetano, Marcelo, 33, 43 Camões, Luís de, 11, 12, 15, 17, 34, 40, 51, 62, 73, 93-95, 101, 108, 112, 113, 115, 117, 127 Castro, Paulo de, 41 Cavalcanti, Guido, 64 Cavaleiro de Oliveira, 43 Centro Republicano Português (São Paulo), 30, 31 Chareyron, Nicole, 71 Chateaubriand, François-René de, 71, 111 Chevalier, Jean, 89, 101

Índice de nomes

Cícero, 97 Cinatti, Ruy, 74, 75 Clifford, James, 97 Cortesão, Jaime, 30 Couto, Rui Ribeiro, 25 Critério, 27 Cruz, Carlos, 32 Cruz, São João da, 109 Cunhal, Álvaro, 45 D’Angelo, Paolo, 82 Dantas, A. de Araújo, 36 Dante Alighieri, 72, 127 Delgado, Humberto, 29, 30, 42 Derrida, Jacques, 106 Diário de Lisboa, 21, 96 Diário de Notícias, 26 Diário Popular, 34 Dias, Eduardo Mayone, 17, 23 Dias, Gonçalves, 115 Eliade, Mircea, 104 Fabri, Felix, 71 Fagundes, Francisco Cota, 17 Ferreira, Vergílio, 12, 13, 112 Fiddes, Paul, 106 Filipe, Daniel, 14 Flusser, Vilém, 98 França, José-Augusto, 62, 68 Frye, Northrop, 79, 106 Galvão, Henrique, 41, 42 Gheerbrant, Alain, 101 Gide, André, 94-96

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Goffman, Erving, 12 Gottardi, Ana Maria, 79, 80 Grilo, Isabel dos Anjos Alves Rodrigues Teles, 34 Guillén, Claudio, 13 Hazard, Paul, 70 Hegel, G.W.F., 106, 109 Henrique, infante, 30 Hermet, Guy, 96 Hervieu-Léger, Danièle, 72 Hutcheon, Linda, 81, 82 Inácio, Hermínio da Palma, 41 Jornal do Fundão, 26 Kermode, Frank, 106 Knott, Kim, 11 Lakritz, Andrew, 87 Lapa, Manuel Rodrigues, 43 Lázaro Carreter, Fernando, 90 Le Goff, Jacques, 72 Leach, Edmund, 106 Leal, Francisco Cunha, 26 Lee, Guy, 116 Lemos, Fernando, 29, 41, 115 Lourenço, Eduardo, 16-18, 62, 69, 70, 77 Luz, Vieira da, 26 Marx, Karl, 106 Maurras, Charles, 96 McLoughlin, Séan, 11 Meredith, George, 79 MFA, Movimento das Forças Armadas, 45 Miguéis, José Rodrigues, 17, 18, 95 Moneo, Ignacio, 21 Moniz, Júlio Botelho, 41 Monteiro, Adolfo Casais, 22, 25, 29, 32, 41, 74, 93 Morais, João Manuel Tito de, 31, 32 Movimento Nacional Independente, 42

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MUD, Movimento de Unidade Democrática, 25 Muecke, Douglas, 80, 81 Mundo Literário, 25 Neves, João Alves das, 32 Nicolau de Cusa, 104 Nietzsche, Friedrich, 109 Nouss, Alexis, 59, 67, 96, 98 Novais, Paulo Dias de, 85, 86 Novalis, 80 O Estado de S. Paulo, 30 O Globo (Lisboa), 25 O Ponto, 123 O Tempo e o Modo, 33, 50, 68 Ovídio, 116, 117, 127 Pacúvio, 97 Partido Comunista Português, 26, 31 Partido Socialista, 36 Péguy, Charles, 61, 75, 77 Peregrinatio ad loca sancta, 71, 88, 103 Pessanha, Camilo, 95 Pessoa, Fernando, 30, 40, 95, 127 Picasso, Pablo, 81 PIDE, Polícia Internacional e de Defesa do Estado, 33, 43, 61, 62 Pimentel, Francisco Sarmento, 41 Pimentel, João Sarmento, 20, 29, 32, 39-46, 56, 62, 64, 95 Pinho, Helder, 22 Pinto, Fernão Mendes, 94, 95 Platão, 100 Portugal, José Blanc de, 57, 107 Portugal Democrático, 20, 25, 29-32, 41, 42, 61 Proust, Marcel, 111 Queiroz, Eça de, 94, 95 Ramos, Vítor, 29, 32 Rêgo, Victor da Cunha, 32 Ricœur, Paul, 106

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Rilke, Rainer Maria, 63 Rimbaud, Arthur, 112 Rodrigues, Miguel Urbano, 30 Rorty, Richard, 82, 92 Said, Edward W., 11, 20, 58, 127 Salazar, António de Oliveira, 26, 30-32, 43 Santos, Gilda, 39 Saraiva, António José, 26 Schlegel, Friedrich, 80 Schoentjes, Pierre, 81 Seabra, José Augusto, 64 Seara Nova, 40 Sena, Mécia de, 17, 25, 29, 39, 45, 68-70, 74, 79, 102, 123, 124, 127-129 Sérgio, António, 26 Serra, Manuel, 41 Sertório, Manuel, 32 Simões, João Gaspar, 84

Índice de nomes

Soares, Fernando Luso, 26 Sociedade Portuguesa de Escritores, 25 Spivak, Gayatri, 87 Tito, imperador, 12 Torres, Alexandre Pinheiro, 13 Torres Queiruga, Andrés, 109 UDP, Unidade Democrática Portuguesa, 20, 31, 32, 41, 42, 61 Valéry, Paul, 65, 107 Vasconcelos, Taborda de, 73, 88 Verde, Cesário, 91 Veyne, Paul, 106 Vicente, Gil, 81 Vieira, padre António, 95 Yeats, W.B., 52, 53

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