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Este livro foi publicado por ocasião dos X ENCONTROS MÁRIO CESARINY realizados na Fundação Cupertino de Miranda, em Vila Nova de Famalicão de 24 a 26 de Novembro de 2016
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MÁRIO CESARINY E O VIRGEM NEGRA OU
A MORTE DO AUTOR E O NASCIMENTO DO ACTOR
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Fernando Cabral Martins MĂ RIO CESARINY E O VIRGEM NEGRA OU
A MORTE DO AUTOR E O NASCIMENTO DO ACTOR
D O C U M E N TA
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© SISTEMA SOLAR (DOCUMENTA), 2016 RUA PASSOS MANUEL, 67 B, 1150-258 LISBOA © FERNANDO CABRAL MARTINS imagens © FUNDAÇÃO CUPERTINO DE MIRANDA 1.ª EDIÇÃO, NOVEMBRO 2016 ISBN 978-989-8834-45-4 CAPA: MÁRIO CESARINY, HOMENAGEM A FERNANDO PESSOA OCULTISTA, PÁGINAS DE UM CADERNO DE ESBOÇOS PARA ESCULTURA, S/D, COLECÇÃO FUNDAÇÃO CUPERTINO DE MIRANDA REVISÃO: ANTÓNIO D’ANDRADE
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La gloria es una incomprensión y quizá la peor. Jorge Luis Borges
strong poets keep returning from the dead Harold Bloom
O poeta é o autor do poema e é também um actor, um prestidigitador. Mário Cesariny
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DEPOIS DO MODERNISMO
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A edição de Pessoa sociologicamente considerada A obra de Pessoa está ainda, a bem dizer, inédita quando a sua publicação em livro começa a fazer-se na Ática, em 1942. Nesse momento, sete anos depois da sua morte, apenas é conhecida uma pequeníssima parte do que escreveu — embora se contem textos com a importância das odes sensacionistas e horacianas, da «Tabacaria», da Mensagem e de boa parte do «Guardador de Rebanhos». Repare-se no que Vitorino Nemésio escreve na sua breve apresentação de um volume de inéditos de Fernando Pessoa, na Ática, em 1955: «O autor que, dando-nos uma das maiores lições pessoais que se conhecem sobre a intemporalidade da obra de arte incomovível ao êxito e a pureza gratuita da vida espiritual genuína, consentiu em morrer praticamente inédito…». E completa assim: «Só um autêntico espírito de cumeeira, da estirpe de Camões, Goethe ou Rilke, poderia permitir-se gesto tão raro e puro»1. Assim, depois de 1942 vão-se sucedendo as edições, com um ponto alto no Livro do Desassossego, em 1982. E, ao longo dos anos 80, já traduzido em muitas línguas, o conhecimento de Pessoa ganha uma dimensão universal. Pelo que, em 1994, o Cânone Ocidental de Harold Bloom inclui o seu nome. Não é, pois, por acaso objectivo que no subtítulo de O Virgem Negra surge a expressão elucidativa Fernando Pessoa Explicado às Criancinhas Naturais & Estrangeiras. 1
Poesias Inéditas (1930-1935), p. 12.
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Até hoje, 2016, as edições de inéditos de Pessoa têm vindo a lume com regularidade, e tudo indica que assim continuará, pois ainda falta publicar uma parte considerável dos seus escritos. Pessoa é um autor que só existe depois de morto. Podia ser uma história de Jorge Luis Borges. E também se sabe que as edições antigas dos seus livos têm vindo a sofrer alterações e correcções, e que continuarão sempre a ser precisas edições revistas. A singularidade de Pessoa parece pairar como um espectro sobre a cultura portuguesa. O caso do Livro do Desassossego é especial: quarenta anos depois do início da série de poesia da Ática, é um livro extenso, ainda que a sua primeira edição tenha recolhido apenas parte dos textos que hoje o integram. Pessoa revela ser, quase meio século depois da sua morte, um prosador de primeira grandeza. A geração surrealista recebe o impacto da publicação dos livros de Pessoa ao longo dos anos 40, e poetas como Mário Cesariny e Jorge de Sena participam de modo decisivo na construção da grande aura de Pessoa, poeta que é para eles tão revelador como para Pessoa o fora o Cesário Verde da edição de 1911 do Livro de Cesário Verde. Também Sophia de Mello Breyner Andresen estabelece com Pessoa um diálogo constante, e por esse diálogo se transforma, ampliando o que fora o Sensacionismo até um conceito de natureza divina que nunca perde uma irredutível humanidade. E Sophia nunca chega a sentir o esmagamento que tal confrontação acaba por induzir nos seus contemporâneos, como acontece com Jorge de Sena, que de uma devoção crítica inicial passa, nos últimos anos, a uma rejeição simples. Isto embora Fernando Pessoa não tenha sido objecto do vitríolo de Jorge de Sena nas Dedicácias só postumamente publicadas (em 1999), que é outro exemplo, com O Virgem Negra (de 1989), da grande veia satírica que alimenta a literatura portuguesa,
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dos cancioneiros medievais a Nemésio e Almada, de João de Deus a Gil Vicente, Tolentino, Junqueiro, Eça, Camilo, Alexandre O’Neill ou Mário de Carvalho. Os anos 80 assistirão talvez ao clímax da fortuna crítica e da euforia editorial de Pessoa — e são também um momento de mutação crítica. São anos que avolumam uma resistência extrema a Pessoa por parte dos escritores portugueses. Por um lado, resistindo à sua consagração oficial, bem como à sôfrega monumentalização política que dele é feita nesses anos. Por outro lado, resolvendo de modo expedito o grande desafio em que Pessoa se tornara. Tudo começara em 1950, com a entrevista ao Primeiro de Janeiro de Teixeira de Pascoaes, o mais prestigiado poeta da altura: «não digo que Fernando Pessoa não foi mau poeta. Digo que não foi poeta, isto é, nem bom nem mau poeta»1. E há em 1958 o infausto acerto de contas do Neo-Realismo com aquele poeta inominável: Fernando Pessoa — Poeta da Hora Absurda, de Mário Sacramento — que, aliás, serve de mote para um dos mais longos poemas-montagem de O Virgem Negra. O próprio Vergílio Ferreira, num artigo da Vértice em 1959 sobre o livro de Mário Sacramento, concorda em geral com ele, explicando que Pessoa é «um poeta esgotado», e que acha o seu culto «absurdista» muito irritante2. Depois, em 1982, o mesmo Vergílio Ferreira caracteriza a teorização literária de Pessoa como pobre e falha3. Em 1985, Armindo Rodrigues, poeta com alguma relevância, afirma que Sá-Carneiro lhe interessa muito mais que Pessoa, o qual 1 Cit. in José Blanco, «Fernando Pessoa: Nem Tudo São Rosas”, p. 329. Este artigo sobre os detractores de Pessoa, muito curiosamente, não refere sequer O Virgem Negra. 2 «Carta a Mário Sacramento sobre o Seu Pessoa», pp. 98-99. 3 «Fernando Pessoa: Nem Tudo São Rosas», p. 332.
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«Tem coisas perfeitamente horríveis», e há-de mais tarde escrever uma frase que colide com a mais elementar lição dos factos: «Pessoa é artificioso, quase invariavelmente hábil, mas não raro desastrado,… e, mais do que tudo, esperto estratego da sua glória»1. Como é possível que alguém que pouco publicou, em dezenas de anos de uma vida solitária e frustre, seja o «esperto estratego da sua glória»? No final de 1982, simbolicamente datado de 30 de Novembro, o aniversário da morte, é distribuído um folheto de quatro páginas com um título ironicamente pessoano: Fernando Pessoa, o Cadáver Adiado que Procria. Assinado por Antígona (nome de jovem editora que publica em 1981, com grande sucesso de vendas, O Banqueiro Anarquista), diz o seguinte: É que só saberá ler e escrever quem souber viver. E Pessoa, sempre falhado, denuncia a sua impotência salazarista quando escreve: «O meu horror às mulheres reais que têm sexo é a estrada por onde fui ao teu encontro» [Livro do Desassossego]. No aniversário do óbito do poeta da nacionalidade e da morte, data adrede marcada para a iconoclastia, ousemos, com a biqueira da bota, empurrá-lo mais fundo na cova que o envolve. A história nos agradecerá uma tal acção profiláctica.
Tal manifesto parece quase criminalizar a publicação do Livro do Desassossego. E cita a propósito, de resto sem a valorizar muito, uma interessante passagem de Agustina Bessa Luís em que se justifica a «celebridade de Pessoa» por ser um «aflorar ligeiro sobre o sentido profundo das coisas», em suma, por ser superficial e fácil. 1
Ibid.
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Eugénio de Andrade vai no mesmo sentido: é, em 1983, o poema «A Vitorino Nemésio, Alguns Anos Depois»: Ninguém te lê os versos, tão admiráveis alguns, e a prosa não tem muitos leitores, embora todos reconheçam, mesmo os que nunca te leram, que é magnífica. A moda é o Pessoa, coitado: dá para tudo; e a culpa é dele, com aquela comovente incapacidade para ser ele próprio. De nada lhe serviu ter dito e redito que a fama era para as actrizes. Que vocação de carneiro têm as maiorias: não há fúfia universitária ou machão fardado que não diga que a pátria é a língua ou a puta que os pariu. Não, contigo isso não pegou. Durante anos e anos arrumaram-te na prateleira: eras o Cavaleiro das Tristes Figuras. Conversão ao catolicismo, fretes ao estado novo, prémios do sni não ajudavam muito a que te lesse, além de haver outros poetas a festejar, por sinal bem medíocres, mas «democratas convictos», coisa que dizem que não foste. Isto de morrer pela pátria não é para todos e tu, decidamente, para a morte não tinhas nenhuma inclinação. Afinal, além dos alciões a quem davas os olhos, só tinhas versos, e alguns bem maus, Depois do Modernismo
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coisa aliás de pequeníssima importância, como exemplarmente, depois de morto, provou Pessoa, que está, como se sabe, no paraíso. Coitado, pensava ter tempo para pôr ordem na arca, mas a morte veio antes da hora. Contigo ao menos isso não aconteceu, bebias menos, pudeste arrumar a casa. Nada disto te importa já, e de resto que lêem esses que lêem quando lêem?1
Numa dicção que lembra irresistivelmente a de Álvaro de Campos, esta evocação de Nemésio desliza inevitavelmente para Pessoa e para a «moda» Pessoa, e isso mostra bem a que ponto ela é, em 1983, saturante. Depois, há o caso do humorista José Sesinando2. Ele próprio parodia no seu caso o desdobramento de nomes de Pessoa, pois ele é o mesmo que assina José Palla e Carmo quando traduz poesia em inglês ou escreve sobre literatura. Mas, em 1985, escreve dois livros que publica em poucos exemplares copiografados: um, Olha, Daisy: 50 Variações sobre o «Soneto já Antigo» de Fernando Pessoa — o outro Heteropsicografia: 65 Variações sobre a Autopsicografia de Fernando Pessoa. São, tal como anunciado nos títulos, variações humorísticas. Eis um exemplo, retirado do primeiro deles:
Eugénio de Andrade, Poesia, pp. 243-244. De quem José Barreto republica e apresenta em 2015 um artigo paródico de 1990, largamente citado por José Sesinando na sua coluna do JL e assinado por Tristão E. Vosset. 1 2
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soneto do eremita Estou só, por mais que queira. Não consigo Desfitar os olhos do magnífico cenário Das montanhas que me cercam. Está comigo Como único companheiro, este canário Cujo canto se ouve constantemente, incerto e vário. Como autores, trouxe o Camilo, o Eça de Queirós, O Pessoa, o Pessanha e o Mário de Sá-Carneiro. E é assim que nós passamos o tempo aqui neste vago e solitário lugar, ermo e seco, na serra que me aperta. Tenho saudades do mundo. É extraordinário O sentido que vou tendo de uma perca: Refiro-me à Imprensa, ao jornal diário Para saber ao certo o que me cerca.
Esta é, por um lado, uma forma benévola de paródia, mas, por outro lado, é indicadora de uma importância especial, no repertório dos leitores, do «Soneto já Antigo» de Álvaro de Campos, tal como da «Autopsicografia» que é o objecto dos 65 pastiches facetos do outro volume. Muito citar Pessoa, muito o estudar, eis o espalhafato cultural que desperta uma vontade irresistível de o reduzir a objecto de gozo, de o ridicularizar.
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Desenho de Bernardo Marques
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Em 1985, Mário de Carvalho, ficcionista de primeira linha, escreve num artigo intitulado «Tanto Pessoa Já Enjoa»: «Há por aí um festival à volta do Fernando Pessoa, um alarido tremendo a envolver Pessoa — o qual, a nosso ver, é um grande pretexto para justificar o total desinteresse que existe pelo conjunto dos poetas vivos»1. E Vasco Graça Moura, em 1988, explica numa entrevista: «O Pessoa irrita-me em grande parte… Mas, mais do que isso, irrita-me a liturgia, o exercício sacralizante em redor da sua figura»2. Assim, pode dizer-se que a reacção anti-comemorativa e anti-institucional, de quem parece querer reivindicar um Pessoa intocado pelo poder político, nem sempre separa Pessoa da «pessoanofilia». Quanto a um poeta como João Cabral de Melo Neto, dos mais canónicos da poesia em português, declara, numa entrevista à Folha de S. Paulo em 1991, que «O mal que Pessoa fez à literatura é imenso. Aquela coisa “inspirada”, caudalosa, criou uma legião de poetastros que acreditam na inspiração metafísica»3. Um outro grande poeta, desta vez Allen Ginsberg, nome essencial da beat generation, escreve em 1994 uma ode, «Salutations to Fernando Pessoa», que desfere uma «violenta diatribe contra o poeta português»4 — mesmo que tal ode insultuosa também possa entender-se como o reconhecimento da importância de Pessoa, em clave grotesca de emulação. Neste contexto, O Virgem Negra, publicado em 1989 e republicado com emendas e acrescentos em 1996, torna-se o elaborado grito de toda uma literatura, natural e estrangeira, que se vê incapaz de assistir impávida à intervenção constante no mundo dos vivos de um Id., ibid. Id., p. 331. 3 José Blanco, «Fernando Pessoa: Nem Tudo São Rosas», p. 335. 4 Id., ibid. 1 2
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poeta morto. Mas é também, e mais uma vez, a celebração do génio como a mais monstruosa das presenças.
Pascoaes e Pessoa Na já citada entrevista n’O Primeiro de Janeiro em 1950, Teixeira de Pascoaes explica que Pessoa era «um grande talento» e que «como crítico e como ironista não houve ninguém que o igualasse», mas, simplesmente, não era poeta: «Veja a “Tabacaria”: não passa duma brincadeira. Que poesia há ali? Não há nenhuma, como não há nada… nem sequer cigarros!… Fernando Pessoa tentou intelectualizar a poesia e isso é a morte dela»1. De facto, esta declaração compreende-se melhor tomando em linha de conta o facto de Teixeira de Pascoaes ser reconhecido como o grande poeta português durante a primeira metade do século XX. Nesse sentido milita, aliás, o próprio Pessoa, valorizando a poesia de Teixeira de Pascoaes (nos artigos «A Nova Poesia Portuguesa», de 1912) em moldes que são os da modernidade mais candente, e que o próprio Pessoa desenvolverá, nos seus próprios termos, com aquilo a que chama Sensacionismo. No entanto, a situação em 1950 começa a não ser de todo a mesma. A correlação de forças poéticas, para falar com acento bloomiano, implica uma deslocação: o lugar de Pascoaes passa a ser ocupado por Pessoa. De resto, na sua grande biografia de 1951, a aliança dos anos 10 entre Pessoa e Pascoaes é considerada por Gaspar Simões como um equívoco. E em 1955, na Tetracórnio, uma re1
Cit. por Jacinto do Prado Coelho, p. 189.
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vista editada por José-Augusto França, à pergunta de inquérito sobre «Quais os livros que vale a pena ler», os 21 escritores que respondem citam sempre a obra completa de Fernando Pessoa — com uma única excepção, José Osório de Oliveira, que se limita a citar o Pessoa ortónimo. Quanto a Teixeira de Pascoaes, ou é apenas referido ocasionalmente ou nem sequer é referido. A resposta do jovem Eugénio de Andrade, que em 1983 escreverá o poema que atrás se leu, chega mesmo a dizer que «os poemas de Fernando Pessoa» lhe parecem «isolados na sua grandeza» no quadro da poesia portuguesa contemporânea. Isto mostra que Teixeira de Pascoaes pode estar a reagir mal à crescente valorização, a que ainda assiste, da obra de Pessoa. O que ajuda a aceitar que um poeta com a sua altura possa ser de tal modo cego perante um poema com a dimensão de «Tabacaria». É uma recusa de ler, que se expressa pela caracterização do poema como «uma brincadeira». Mas é a este tipo de reacção que se pode, desde logo, aproximar de O Virgem Negra. A importância que toma a figura de Pessoa, no panorama da cultura portuguesa e mundial dos anos 80, desperta a animosidade de um poeta que recusa a banalização que lhe está associada. E, no entanto, a atitude de Mário Cesariny é diametralmente oposta à de Teixeira de Pascoaes, pois nele não interfere um choque estético ou uma impenetrabilidade conceptual, oriundos de uma mudança de episteme poética. Mário Cesariny sente Pessoa como grande poeta, cuja presença ele é o primeiro a celebrar. Pelo que se pode dizer que é muito mais desconfortável e também muito mais interessante a sua posição, que parte de uma leitura apaixonada para chegar a uma recusa radical — pelo menos na primeira edição de O Virgem Negra, no final da prodigiosa década de 80. Depois do Modernismo
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E resta saber se tal recusa é mesmo radical. Talvez seja só a recusa da institucionalização de Orpheu, como se lê em Bernardo Pinto de Almeida: «no deserto aberto pela desratização geral, essa voz solene e dramática, rindo de si e de tudo, essa voz que resta, límpida e demencial, é provavelmente a única capaz de ressuscitar Orpheu»1. Ela é, de facto e de modo explícito, a recusa da «hagiografia pessoana», crítica, jornalística, académica, oficial. Ganha aqui especial interesse um certo pequeno texto de Mário Cesariny, sobretudo pela data em que é escrito e publicado, 1992. Aqui se transcreve quase integralmente — respeitando-lhe as singularidades formais: Uma notícia de verdadeira grandêsa, no despacho em que vai a hagiografia pessoana: é enfim publicada em língua inglêsa, em tradução de Jonathan Griffin, a «Mensagem» de Fernando Pessoa. Ultimada há talvez não menos de vinte anos, foi o seu aparecimento retardado por motivos que podem supôr-se vários, entre os quais, agora, talvez só valha a pena apontar a perplexidade ante os textos políticos, ou de «filosofia política», ou filosofícia da racionalite aguda em que Pessoa é exímio e Griffin entendeu consultar para seguro do prefácio que ainda nos anos 80 preparava. «Il est (êle, Pessoa) un peu loufoque…», dizia, metido naquela floresta de razões rumo a razão nenhuma que é o supremo encanto da lógica fernandina. Não tendo ainda recebido o livro, não sei que rumo deu Griffin ao espinho do prefácio — se o confirmou ou, antes, desestiu dêle. Mas sei de certeza certa que o que Pessoa deve à língua inglêsa — o seu profundo, contínuo amor por ela — é aqui magnificamente — 1
A Phala 51, 1996.
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Cartaz (s/d)
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Colaboração com Francisco de Goya y Lucientes sobre Oleogravura do Museu do Prado, 1974
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Homenagem a Pascoaes, 1972
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Mรกrio de Sรก-Carneiro Raptando Maria Helena Vieira da Silva, 1972
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S/tĂtulo, s/d (inclui ode de Ricardo Reis)
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Nesta pĂĄgina e na seguinte: A Teixeira de Pascoaes: / O Universo Menino / O Velho da Montanha / O Rei do Mar, dĂptico, 1979
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O ACONTECIMENTO S U R R E A L I S TA
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O título O Virgem Negra Que significa este título, para além de paródia óbvia do «Esfinge gorda» de Sá-Carneiro, com o mesmo erro deliberado no género do substantivo? A peste negra — ou a fome negra — são expressões que permitem conferir ao adjectivo um valor superlativo. Negro é, então, o que é muito intenso. Mas — e se pensarmos no Diário Negro de Luiz Pacheco? Referirá então esse adjectivo aquilo que é inconfessável, secreto, obscuro? Ou «virgem negra» será antes um jogo de imagens, à maneira surrealista da intersecção dos opostos, preto e branco? Talvez seja antes desta outra equação que depende: a ideia da impessoalidade do sujeito poético conduz à imagem de um «homem que nunca foi», e daí à ideia de «viúvo», que é a palavra de Sophia («Cíclades»: «Ó viúvo de ti mesmo»1). Ora, é dessa imagem do Pessoa «viúvo» que decorre o negro como cor simbólica. E, no entanto, é do próprio Cesariny uma descrição da desaparição do sujeito poético na Modernidade que tem tudo de positivo: O mundo implantado por Lautréamont, como pelo Rimbaud das Iluminações, nasceu da impessoalização do instrumento de inquirição poética, limpo do sentimento das coisas, cósmico, não-antropomórfico. É no sentido das coisas, não na especulação sentimental, exterior 1
Obra Poética, p. 653.
O Acontecimento Surrealista
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a elas, que o poeta se descobre mago, exactamente porque em «estado segundo», em jogo libertário do pensamento e da acção.1
Numa primeira leitura, portanto, não há no título um elemento crítico negativo evidente. Até parece haver alguma coisa de heróico, de fantástico e de nocturno no adjectivo «negra», associado a uma figura da imaginação popular. O Virgem Negra é um título que acentua o insólito surrealista, e não se reduz a um slogan que indique em exclusivo a orientação semântica da sátira que se pressente.
As duas edições de O Virgem Negra O Virgem Negra, do ponto de vista bibliográfico, é um livro duplo. São enormes as diferenças entre a primeira edição de 1989 e a segunda de 1996, «revista e aumentada», uma delas sendo a própria mudança de título. O primeiro é, na sua forma completa, típica do folheto de cordel: O Virgem Negra. Fernando Pessoa Explicado às Criancinhas Naturais & Estrangeiras por M. C. V. Who Knows Enough About It. Seguido de Louvor e Desratização de Álvaro de Campos pelo Mesmo no Mesmo Lugar. Com 2 Cartas de Raul Leal (Enoch) ao Heterónimo; e a Gravura da Universidade. Escrito e Compilado de Jun. 1987 a Set. 1988. O título da segunda edição é significativamente reduzido: O Virgem Negra. Fernando Pessoa Explicado às Criancinhas Naturais e Estrangeiras por M. C. V. 1
As Mãos na Água a Cabeça no Mar, pp. 67-68.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Mário Cesariny, catálogo de exposição, org. João Lima Pinharanda e Perfecto E. Cuadrado, Lisboa, EDP/Assírio & Alvim, 2004 Pirâmide 1, Lisboa, 1959 Relâmpago 36-37, Lisboa, 2015 Tetracórnio — Antologia de Inéditos de Autores Portugueses Contemporâneos, Lisboa, 1955 Almeida, Bernardo Pinto de, «Mário Cesariny Explicado aos Nativos ou: O Virgem Negra, Modo de Usar», A Phala 51, Dezembro de 1996 —, Mário Cesariny, Lisboa, Caminho, 2005 Andrade, Eugénio de, Poesia, Porto, Fundação Eugénio de Andrade, 2000 Andresen, Sophia de Mello Breyner, Quatre Poètes Portugais, Paris, Fundação Calouste Gulbenkian e PUF, 1970 —, Antologia (1975), 4.ª ed. aumentada, Lisboa, Moraes Editores, 1978 —, Jorge de Sena, Correspondência 1959-1978, Lisboa, Caminho, 2006 —, Obra Poética, ed. Carlos Mendes de Sousa (2010), 3.ª ed., Lisboa, Assírio & Alvim, 2015 —, Dual (1972), 5.ª ed., Lisboa, Assírio & Alvim, 2014 Azevedo, Fernando José Fraga de, Texto Literário e Ensino da Língua. A Escrita Surrealista de Mário Cesariny, Braga, Universidade do Minho, 2002 —, «Transgressão e marginalidade em Mário Cesariny: a escrita como testemunho de um desejo de superação», Literatura e Pluralidade Cultural. Actas do 3.º Congresso Nacional da Associação Portuguesa de Literatura Comparada, Lisboa, Colibri, 2000 Barrento, João, O Género Intranquilo, Lisboa, Assírio & Alvim, 2010 Benjamin, Walter, «Le Surréalisme. Le Dernier Instantané de l’Intelligentsia Européenne», trad. Maurice de Gandillac, Oeuvres II (1972), Paris, Gallimard, 2000 Bettencourt, Edmundo de, Poemas de Edmundo de Bettencourt, ed. Herberto Helder, Lisboa, Portugália, 1963 Blanco, José, «Nem Tudo São Rosas», in Literatura Culta e Popular em Portugal e no Brasil. Homenagem a Arnaldo Saraiva, Porto, Afrontamento, 2011 Bloom, Harold, The Anxiety of Influence (1973), Londres, Oxford University Press, 1975 —, The Western Canon (1994), Londres, Papermac, 1995
Referências Bibliográficas
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ÍNDICE ONOMÁSTICO
Alighieri, Dante, 43 Almeida, Bernardo Pinto de, 22, 32 Alvarez, Dominguez, 27 Andrade, Eugénio de, 15, 16, 21, 99 Andresen, Sophia de Mello Breyner, 12, 67, 85, 112-113, 119, 121-122, 124-126 Apollinaire, Guillaume, 56 Artaud, Antonin, 104 Azevedo, Fernando José Fraga de, 91 Bakunine, 28 Barrento, João, 57 Barreto, José, 16, 23 Baudelaire, Charles, 30, 32, 45 Bellour, Raymond, 57 Benjamin, Walter, 28, 46 Bettencourt, Edmundo de, 27, 129 Blake, William, 26, 32 Blanco, José, 13, 19 Bloom, Harold, 11, 128 Bochicchio, Maria, 54 Borges, Jorge Luis, 12 Bosch, Hieronymus, 44 Botto, António, 26 Brandão, Raul, 95 Breton, André, 26, 28-29, 36, 44, 52, 57-58, 96, 99, 103 Brueghel, Pieter, 44 Caeiro, Alberto, 95, 108, 119-120 Camões, Luís, 11 Campos, Álvaro de, 17, 25, 32, 34, 36, 38
Índice Onomástico
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Campos, Álvaro de, 56, 58, 62, 66, 87, 94-96, 101-102, 108, 113, 120, 124, 128 Carmo, José Palla e, 16 Carvalho, Joaquim de, 65 Carvalho, Mário de, 13, 19 Castelo Branco, Camilo, 13, 17 Centeno, Y.K., 97 Correia, Natália, 54 Crowley, Aleister, 92 Cruz, Gastão, 37 Cuadrado, Perfecto E., 52 D. Dinis, 60 Dacosta, António, 27, 29 Dancy, Serge, 57 Dantas, Júlio, 100 Deus, João de, 13 Dias, Saúl, 25 Dionísio, Mário, 36 Disney, Walt, 48 Duchamp, Marcel, 29 Eliot, T.S., 56 Eloy, Mário, 27 Ferreira, Virgílio, 13 Fish, Stanley, 95 Forte, António José, 31 Foucault, Michel, 43-44 França, José-Augusto, 21 Franco, António Cândido, 88
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Freitas, Lima de, 33 Friedrich, Hugo, 30 Garrett, Almeida, 92 Ginsberg, Allen, 19 Goethe, J.W., 11, 32 Gonçalves, Eurico, 52 Graça Moura, Vasco, 19 Greenberg, Clement, 45 Griffin, Jonathan, 22 Guibert, Armand, 68 Guisado, Alfredo, 24 Gullar, Ferreira, 105, 112 Helder, Herberto, 27, 45, 49, 64, 99, 126-127 Horácio, 32 Hutcheon, Linda, 101 Jarry, Alfred, 54 Jorge, Luiza Neto, 34 Julio, 25, 27 Junqueiro, Guerra, 13 Kafka, Franz, 127 Kamenezky, Eliezer, 97 Keats, John, 121 Lapa, Rodrigues, 61 Lautréamont, Conde de, 56, 85, 103-104 Leal, Gomes, 54, 64, 87, 95, 126 Leal, Raul, 24, 26, 49, 54, 87, 101 Leiria, Mário Henrique, 31, 53 Lima, Ângelo de, 31, 46, 95 Lima, Manuel de, 28, 59 Lisboa, António Maria, 31, 43, 53, 69 Lourenço, Eduardo, 27, 124, 126 Luciente, Francisco de Goya y, 72 Luís, Agustina Bessa, 14
Mallarmé, Stéphane, 30, 31, 45, 116 Marinho, Maria de Fátima, 101 Marques de Pombal, 60 Marx, Karl, 45 Mendes, Miguel Gonçalves, 48 Mitrani, Nora, 65, 69, 103, 104 Monteiro, Adolfo Casais, 69, 126-128 Montesquieu, 117 Mourão-Ferreira, David, 68, 97 Negreiros, José de Almada, 13, 23, 25, 28-29, 31-33, 46-51, 54, 59, 61, 66-67, 100-101, 110-111, 115, 129 Nemésio, Vitorino, 11, 13, 15-16, 126 Nerval, Gérard de, 106 Neto, João Cabral de Melo, 19 Nietzsche, Friedrich, 70 O’Neill, Alexandre, 13, 31, 35-36, 57, 64, 95, 112 Oliveira, Carlos de, 126 Oliveira, José Osório de, 21 Oliveira, Manoel de, 27, 56, 57 Oom, Pedro, 28, 31, 35, 53 Pacheco, Luiz, 24, 35, 50, 54, 85 Pacheko, José, 24 Palma-Ferreira, João, 59 Pascoaes, Teixeira de, 13, 21, 29, 31, 59, 63, 65, 67-69, 73, 76, 88, 105 Paz, Octavio, 68 Pedro, António, 27-28, 31 Perrone-Moisés, Leyla, 115-116 Pessanha, Camilo, 17, 46 Pina, Manuel António, 97 Pinto, Cândido Costa, 29 Pinto, Fernão Mendes, 59 Pintor, Santa-Rita, 24-25, 54 Post, H. Houwens, 51
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Índice Onomástico
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Pound, Ezra, 56, 96 Prado Coelho, Jacinto do, 20 Quadros, António, 68 Queirós, Eça, 13, 17 Quental, Antero, 124 Régio, José, 27, 129 Reis, Ricardo, 75, 95, 108, 112-115, 122 Reverdy, Pierre, 55, 66 Ribeiro, Bernardim, 59 Rilke, Rainer Maria, 11 Rimbaud, Arthur, 30, 32, 45, 65, 85, 98, 103-105 Rodrigues, Armindo, 13 Rodrigues, João, 30 Rosa, António Ramos, 128 Rosa, Jorge, 110 Rossetti, Cristina Georgina, 26 Ruttmann, Walter, 56 Sá-Carneiro, Mário de, 17, 24, 29, 32, 36, 44, 46-47, 51-52, 69, 74, 87, 95, 98, 101, 107, 129-130 Sacramento, Mário, 13 Sade, D.A.F., 33-34 Sampaio, Ernesto, 29-30 Saramago, José, 112, 114-115 Sartre, Jean-Paul, 99 Seixas, Artur do Cruzeiro, 53 Sena, Jorge de, 12, 67-68, 112-113, 115-118, 128
Índice Onomástico
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Sesinando, José, 16 Shakespeare, William, 32 Silva, Agostinho da, 67 Silva, Maria Helena Vieira da, 64, 74, 96 Simões, João Gaspar, 20, 47-48, 67, 87-88, 128 Sousa-Cardoso, Amadeo, 24, 129 Spitzer, Leo, 56 Swedenborg, 106 Szenes, Arpad, 64, 96 Tavares, Maria Andresen de Sousa, 119 Tchen, Adelaide Ginga, 58 Teixeira, Judith, 26 Tolentino, Nicolau, 13 Torga, Miguel, 129 Vasconcelos, Jorge Ferreira de, 59 Vasconcelos, Leite de, 61 Vasconcelos, Maria Amélia, 96 Verde, Cesário, 12 Vertov, Dziga, 56 Vicente, Gil, 13 Vieira, Afonso Lopes, 61 Vosset, Tristão E., 16, 23 Wallenstein, Carlos, 38 Whitman, Walt, 56 Wilde, Oscar, 54 Willer, Cláudio, 91
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ÍNDICE GERAL
Depois do Modernismo A edição de Pessoa sociologicamente considerada . . . Pascoaes e Pessoa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A Vanguarda de Orpheu e do Surrealismo . . . . . . . . . História do Abjeccionismo português . . . . . . . . . . . . De um Surrealismo sem fronteiras . . . . . . . . . . . . . . O Sensacionismo como síntese da tradição . . . . . . . . O Super-realismo de Corpo Visível . . . . . . . . . . . . . . Reabilitar o quotidiano em 1952 . . . . . . . . . . . . . . . Um marginal no centro da cidade . . . . . . . . . . . . . . . Viagem a Elsinore com Mário de Sá-Carneiro . . . . . . O Surrealismo português não é bretoniano . . . . . . . . Forma e performance no Modernismo . . . . . . . . . . . A presença e a Vanguarda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O Surrealismo e a Neovanguarda . . . . . . . . . . . . . . . As «palavras-actos» e a «simulação emocionada» . . . . . A imagem e a montagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Uma arte de cordel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Nobilíssima Visão ou paródia nobilíssima . . . . . . . . . . Cesariny, Pascoaes, Pessoa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Pessoa ou o mito da inteligência sem corpo . . . . . . . .
11 20 23 26 30 31 33 36 38 41 44 45 47 49 53 55 58 62 64 67
O A c o n t e c i m e n t o S u r r e a l i s ta O título O Virgem Negra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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As duas edições de O Virgem Negra . . . . . . . . . . . . . . O poema como reescrita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O poema como releitura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Da intenção do leitor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Pessoa e Eros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Para resgatar Pessoa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Para celebrar Orpheu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Nora Mitrani e a liberdade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Introdução ao autoractor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O autor torna-se actor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Almada e o desenho do autor . . . . . . . . . . . . . . . . . . Sophia e Jorge de Sena . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Saramago e o autor-personagem . . . . . . . . . . . . . . . . Jorge de Sena e o Surrealismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . Sophia e Odysseus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Pessoa e Sophia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Herberto e os pseudónimos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O estilo não é o homem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Cesariny e «o Esfinge gorda» . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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Referências Bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133 Indice Onomástico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145
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