Poemas Negros de Tristan Tzara

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O e A S E G O S

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POEMAS NEGROS


Para a Rita Taborda Duarte que o paraĂ­so vem nos ritmos do que se ama


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P M N R

O e A S E G O S

eeee antologia (selecção e adaptação) Tristan Tzara tradução & ilustrações Pedro Proença WAF BOOKS 2017


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LURITCHA (NORTE DA AUSTRÁLIA)

o canguru

ele espalha a cauda que mexe pela cauda espalha a erva faz tropeçá-los a erva utungu ambos aqui na boa planície ambos aqui na boa terra bebem para curvar-se para ajoelhar-se para molhar-se os seixos fazem clique no riacho eles comem flores beijam suas línguas dobram as caudas

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na montanha branca a montanha branca rapidamente eles

hop

talvez seja pouco talvez seja o fogo que se espalha ao subir o monte são barrigas debaixo de uma árvore mulga lá fica o seu covil o seu covil eles esgravatam a terra e atiram-na pra longe com os seus paus a oeste eles trazem as notícias outra lua pois é torna-se caminho lua que os homens deixam corpos vermelhos

vermelhos

rocha de granito

aí fica

as ponteagudas caudas as ponteagudas caudas vão para a caverna


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seus longos desgrenhados cabelos caiem caiem eles correm eles correm sob as árvores punpu onde estão aquelas àrvores de goma a bater com a cauda a bater com a cauda contra as àrvores da goma de espessa casca eles dão patadas no caminho

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FIJI (MELANÉSIA) tu, rastejante serpente digna-te a vir cá já a canção das mulheres

convida-te

envia a onda do Vento Sul que Rukuratusenileba possa ondular

leva o penduricalho buli para enfeitar a rapariga

toma o remo curto e deixa-nos ambos a remar para o ínicio da passagem

buli: concha

sobre ela


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DE VUNIVUTU Luduruku aproxima-se lentamente.

crianças, o que há de novo? Deus da montanha, dá-me novidades!

a meio da manhã afogou-se afogou-se deu o último suspiro e a água encheu seu ventre coro: que se afaste o medo não é? cantemos!

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WAPARE (TANZÂNIA) komboi - komboi hoi há uma vaca que tem que ser ordenhada — hoi a floresta Gonja está aberta sem hesitar cai sobre um homem o que tu comeste na noite passada do teu cunhado hee hee a centopéia devora casa e jardim

uh hee uh Hee

os homens da tribo Schube sim da tribo Schube os homens dão-me a festa — que festa? — a festa da floresta, para que meu filho também possa penetrar na floresta para que eu possa levá-lo de volta à sua mãe, para que ele também possa frequentar as mulheres como os outros eu vou-me

descasca-me uma batata


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a marmota tem morangos horerehehe haramnyanga he he a mulher aqui é a criança ele chegou com o gado horerehehe a mulher aqui é a criança ele chegou com o gado horerehehe haramnyanga he he mulher estamos a trazer o teu filho esquece as tuas preocupações o teu filho está aqui.

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CANÇÃO DAS RAPARIGAS eu passo sempre à tua frente à tua frente Karishoto só à tua frente então queima queima para mim Hende muyombeke meu filho foi reduzido eu trazia o oráculo hee um pequeno oráculo para a criança Hinda Kulunghi meu filho está curado


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HERERO - OWE HERERO (S. W. ÁFRICA)

um conto Omumborombongo

Diz-se que os homens vêm de Omumborombongo que fica em Kaoko e que há uma árvore muito grande e há um buraco e é a origem dos homens. e os homens quando vêem para Omumborombongo têm fogo e sacrificam lá e invocam-no e aquele que passa em frente que ele não volte a passar em frente com um homem ou então morra e que ele não blasfeme quando chegar à árvore aqui há algum sacrifício vidro e colares de metal mas outros sacrificam animais de sacrifício isso é o que nos contam. e nós vamos escutando-te escutando-te que lá pelo mar em Kaoka chamam-lhe omundjavaira mas o gado pequeno diz-se que sai de uma rocha tal como os bois e as criaturas que vivem com os homens e estas coisas são contadas como um mistério e estas coisas são contadas como um mistério

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NAURA [NAURU (MICRONÉSIA)?]

casamento

Nós subimos e chegamos ao topo em fila. Eu olho a partir do cume da montanha Yoai. Recebi um dente bom seremos pedras de tamanho igual, ficaremos do mesmo tamanho, porque tu levas a nossa filha, ambos são da mesma idade, o seu marido deverá ser esse Tereregea deixa-o ser bom como Tanuinuorro, bom, bom, como Tanuibobo.


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HAIN TENY (MADAGASCAR) [?] a água no penedo — vista de longe brilha se tentas puxá-la não encontras nenhuma não desates o parentesco porque o parentesco é como os figos se os abres há formigas os pais dos outros ajuntam a água na pedra vista de longe brilha se um a puxa o outro não a encontra — — — —

diz-me ó soleira diz-me ó porta Rasoavangaina esteve aqui? ela esteve aqui anteontem e quais foram as suas palavras? tu e ela, disse ela, são as gotas de água na folha arum que alegres se fitam

irritados eles rolam pelo o chão juntos — onde vamos lavar os lambas? — em Ankatso


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— o que iremos usar para jogar com limões limas? quando o tempo de lavar chegar iremos ficar perfumados se calhar julgas-te a grande pedra que o cinzel não cortará se calhar julgas-te a grande pedra que a água não cortará ou julgas ser o pincel seco que o fogo não queimará quando encontrarás tu o ferreiro que não se queima? quando encontrarás tu o aguadeiro que não se molha? quando encontrarás tu o que veja o fogo e que não sue?


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SOUBIYA (ZAMBEZIA)

— — — — — — — — — — —

canção do Tchabalanda viemos para casar Tchabalanda com quais queres casar Tchabalanda que me ouçam só a mim Tchabalanda eles estavam em casa Tchabalanda trá-los Tchabalanda abre-os Tchabalanda eles estão fechados fechados Tchabalanda a quem é que esta pertence Tchabalanda esta é a minha única criança Tchabalanda a quem é que esta pertence Tchabalanda esta pertence-te a ti Tchabalanda

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BATATELA (ZAIRE)

canção de luto do Ba-Totela

quando uma pessoa morre os homens trazem seus pequenos tambores mães de Monga yo yo rezem por Monga a guerra esmagou-o como é que a guerra o esmagou? chora minha garganta mães de Monga yo yo rezem por Monga

a guerra esmagou-o oh como é que a guerra o esmagou?

quando acabarem o choro eles dançam e cantam durante todo o dia


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EWE (GANA)

com o ferro virado para o fogo bate o ferreiro pensem nisto ferreiros da Terra: vão deixá-lo livre Akuesihu disse:

vão deixá-lo livre ainda este ano!

quando Akuesihu estava doente os feiticeiros disseram: ele vai morrer! mas a preguiça mata o papagaio-carniça até o abutre diz

é isso uma questão de corpo!

dizem que a vassoura que serve para varrer o moínho não é boa para a rua

ele irá sobreviver este ano!

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MOSSI (MALI-ALTO VOLTA)

canção para a nomeação do chefe da aldeia

aquele que não foi eleito irá ajuntar os amendoins sua naba é como o filho do verde azulado ele não tem medo do frio ele brinca na água vem conhecer o elefante

para cumprimentá-lo

se alguém quiser matar o crocodilo a serpente chega imediatamente


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LOUNJI [ÁFRICA DO SUL?]

canção dos pescadores

peixe peixe que animal comeu o meu filho? um animal com cauda barulhenta peixe peixe com a cauda barulhenta que animal com cauda barulhenta vou comer hoje?

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CANÇÃO DAS CRIANÇAS DE LIBUNDA

os hipopótamos comem as folhas de abóbora as toupeiras comem as folhas de batata o hipopótamo é filho das multidões ele mergulha em águas profundas a areia é traiçoeira quando ele anda por aí a nadar


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ARUNTA (NORTE DA AUSTRÁLIA)

canção do cacadu

aqui pontas dos galhos com certeza aqui grãos misturado com certeza mete-os no lugar cavado montes montados ali muitos montes postos acolá montes montados ali enormes montes postos acolá amontoados profundos grandes amontoados entornar num amontoado grãos germinados grãos germinados amêndoas germinadas vertem-se para tostar amêndoas germinadas vertem-se para tostar sementes germinadas querem esfregar grãos germinados querem lamber arrodeando nos montes de areia arrodeando na areia as vagens estão lá com cicatrizes chicoteados há tantos lá dormindo lá em vagens estão dispostas com cicatrizes colocados em ordem em linhas

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“morde a sério ó ó branco cacadu muito muito come a sério ó ó branco cacadu”!


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LURITCHA (NORTE DA AUSTRÁLIA) no oeste nuvens vegetam vão-se espairecer no leste a flor desdobra-se a nuvem branca desdobra-se ramos de visco — fluxo de urina visco ramos relâmpagos fluem espessas àrvores de ilbara assassinadas vehee chorando imóvel espalha-se o vasto fogo comichoso o fogo que viu o fogo comichar carrega madeira para o fogo a ampliar o covil o relâmpago racha e parte a água abre o barro ele ruge continuamente relampejante o trovão mantem o rancor

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CANÇÃO DA SERPENTE enrolada atira-se adiante torcida atira-se adiante a pele de cobra sobe

para o céu

o coração bate continuamente a cauda bate continuamente a cauda quer extinguir-se a cauda quer mudar-se a tremer


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UM HERÓI É ENGOLIDO NO OESTE Um herói é engolido no oeste por um monstro de água. A besta sai com ele para o leste. Durante esse tempo ele acende o fogo na barriga, e corta um pedaço de coração pendurado porque está com fome. Ele percebe que o peixe desliza sobre a terra; imediatamente começa a cortar o animal de dentro para fora; depois escorrega e escapa. Na barriga do peixe estava tão quente que todo o seu cabelo caiu. O herói liberta ao mesmo tempo todos aqueles que tinham sido engolidos antes e que também escapam. O herói corta a barriga do peixe do rei e desliza para fora. Ele desliza para fora e vê um relâmpago. Ele senta-se senta-se e pensa: “estou maravilhado onde estou?”, diz ele. Então o sol levantou-se de uma só vez e atirou-se para o outro lado.


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NTUCA [ÁFRICA]

inverno tropical

a cor recompõe fluxos entre espaços tal como um enforcado líquido assim balança o arco-íris os vermes da luz circulam na tua diarreia lá onde o clarinetes crescem mulher grávida toucanongonda como a bola verde mulher grávida culilibulala produz o satélite o sino desliza sob o barco verde bola a arder a cidade abaixo: chamas-que-atam acariciam a ferida centrífuga coça coça fortemente – eleva as barrigas e infunde o ácido das plantas o feldspato ele na tua velocidade interior anjo mac mac mecânico o mecânico das necrologias ela atira à cabeça do marido, uma tigela de vitriol vamos lá em direção a outras meeeeeteeeooorooooloooogias no Camboja por exemplo enquanto o sol desliza tangente da atmosfera em poupaganda eu deslizo aureola ganda ganda gandapalalou


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a patinar a ir ao zoolรณgico dos mamutes desatentos

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MAORI (NOVA ZELÂNDIA)

Toto-Vaca

I. Ka Tangi te tivi Kivi Ka Tangi te moho moho Ka Tangi te tike ka Tangi te tike labrego ele poko anahe para tikoko tikoko Haere i te hara tikoko ko te taoura te rangi kaouaea me kaye kivhea kaouaea a-ki tetake takenotou ehaou Toia Haou Riri ia para Haou Riri ia para


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a ia ake te levar takenotou II. ko ia rimou ere ha kaouaea totara ere ha kaouaea poukatea ere ha kaouaea homai Tetou kaouaea Khia vhitikia kaouaea takou takapou kaouaea hihie hahae pipie tatae apitia ha ko te aqui ha kotetimata e - ko te tiko pohue e - ko te aitanga uma mata e - te comeu aitanga hoe-manuko

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III koaoukoaou hitaoue do ho hanga te hitaoue touroukitourouki paneke paneke oioi te toki kaouaea takitakina ia hetikaokao hetaraho hepararera kekeke ke hepararera ke ke ke ke

Tzara utilizou este texto como um poema sonoro.


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ILHAS KAI (PACÍFICO?)

canção do ausente

inimigo (eu sou) (com) aldeia inimiga inimigo da aldeia ali inimigo inimigo vai e diz (a vitória) o nome dos amigos é como um rumor rumores amigos — a sua mãe arenga na festa da dança a sua mãe pigarreia na festa da dança a festa a sua mãe e tudo o que pigarreia na festa da dança na festa seus amigos dirão como um rumor seus amigos têm a certeza sobre o que dizem como rumor (mulher de) Kadan vai reconhecer seu longo cabelo os longos cabelos arrastando vão atropelar a nossa terra que range sob os pés grades sob os pés

deserta é a sua casa vazia

o pombo talvez fique para vigiar a casa mas age como se outra pessoa não guardasse nossa casa guardada é a nossa casa Babooi está em Ceram


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Babooi está em Ceram e não queres saber de Baboi ele então escolheu Movien de Amboine Amboine constroi na tua casa seu quarto casa quarto construido em tua casa seu quarto seu quarto a tua tarefa é ir onde o voltarás a encontrar até para um holandês a sua tarefa é ir procurá-lo? Mter o holandês os guardas vão encontrá-lo onde é que vão encontrá-lo? irão pela casa adentro? a casa dentro do país que eles visitam

final

vou visitar algo longe Aios e Keij irei longe longe vamos contratar o barco de fogo que se move por meio de rodas por meio de rodas vamos ancorar o nosso N’ammco no recife eu sou um passageiro que segue os outros que seguem a mulher de Reenro a filha mais nova de boas familias a mulher de Reenro mulher a mulher o mais jovem sangue


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o mais jovem peito pendurado que pela primeira vez chega a Dobo adorada pela primeira vez chega a Dobo ele fica a contemplar estranhos que se entregam ao comércio os estrangeiros e os holandeses fazem o seu comércio o comércio dá a um gajo o tesouro mas para mim nenhum dinheiro para mim nenhum dinheiro eu embalo as mãos vazias mãos vazias mas o leme está lá eu procuro-o o leme e a vela vão lá eu procuro-os eu desejo o moscatel que está cerca da água de Bongraad a flor que está cerca da água de Bongraad perfume espalha-se por todo o lado vindo de Bal

final

antepassados venham e vigiem eu vos ofereço ó antepassados cujos espíritos residem aqui ó espíritos do mar aberto ide lá protejam os marinheiros que são todos de boa gente

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EWE (GANA) o pássaro que viu canta a criança de Tseutse está morta ela deveria comer dizem eles eu não quero comer diz ela o próprio Deus agradeceu-lhes e disse ela devia comer mas Tseutse recusou-se e disse eu nunca vou comer então a terra cumprimentou-os e disse que ela deveria comer mas Tseutse disse

nunca vou comer

ela desejou Foufou mas disse se é para comer não quero o que cobiçava era a paparoca mas disse se é para comer não quero no entanto roubou a fruta madura e comeu-a


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SOTHO (ÁFRICA DO SUL) Mosimoli Mosimotsane coloca o jarro na tua cabeça deixa-me ajudar-te tu enganaste-me Mosimole Mosimotsane teu pai e tua mãe tem (moussu) (moussu) com a mó o hipopótamo e o pequeno crocodilo queriam fazer de mim um animal eu não queria eles disseram tens que ser um homem mas eu não queria eles disseram-me tens que ser um pássaro com asas para voar mas eu não queria e finalmente pensaram que seria melhor dizerem-me que eu seria uma mulher e então concordei

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CHAGA (TANZÂNIA)

canção do pastor

mercados de homens são guerras e batalhas mercados de homens são lanças brilhando o escudo do pai está lá na estrada o escudo do pai está lá no caminho sim a guerra não conhece a filha do homem pobre sim o lance não sabe nada sobre a mulher do homem rico


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KINGA [ÁFRICA?] tu deixaste a àgua a borbulhar na cabaça Doudura Doudura tu és minha irmã? tu és a pessoa que me acusou? e tu atiraste-me ao ar depois? veio uma chuva dilacerante e levou-me para o Talsenkoung

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NAURI (ÁFRICA) Quem quer atirar o Zigendung? Zigendung Que eu quero atirar ao céu Céu Pode ser que alguma àgua caia sobre mim alguma àgua Que erva queimada possa crescer um pouco erva fresca Que a minha velha vaca possa comer velha vaca Quero matá-la aí para os abutres os abutres de aí Para que eles me dêem as penas penas Aqueles que alvejarei com minhas flechas flechas Quero caçar bois do inimigo bois E receber a minha mulher mulher Que ela me dê uma criança criança Que apanhe os meus piolhos piolhos que já velho me vá e com eles morra


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A DANÇA DAS MULHERES UNTADAS

novos sinais pequeno colocar

colocar

cabeça

esticar sinais

novos sinais

pontos brancos sentem-se ao longo

de faixas largas

gêmeos

amontoados dizem

gêmeos

no monte dizem

sentem-se as raparigas

gritam alto

ao céu para falam

em voz alta

depois

mulheres alinhadas

avançam

em linha recta

nos carreiros de àgua

caminham em volta

de lagos de sal

com margens firmes

os carreiros de àgua

altos firmes


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planos de água

ervas verdes

vem a tocha

vem

pés

rápidos vêm

as mulheres antigas

vêm

erva espessa

sai

da espessura da vegetação sai para fora ao caminho dos deuses

para ficar sempre

os carreiros

abrem-nos

através das fendas rochosas abrem-nos os carreiros

abrem-nos

sou mulher antiga

eu suspiro pela minha casa

do abismo

eu gostaria de voltar

na alegria

eu suspiro pela casa

aos arbustos

eu suspiro pela casa

na garganta

eu desejo

na barriga

eu suspiro pela casa


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na barriga

eu tremo constantemente

na alegria

eu tremo

na alegria

eu estou de luto

na barriga

eu estou de luto

as raparigas

tremem constantemente

as raparigas

férteis

chamas de fogo

são dobradas e dobradas

borda da rocha

é abobadada é abobadada

o trilho das alturas

é angulado é angulado

a folhagem do eucalipto

é abobadada é abobadada

tronco da agia

é dobrado

tronco da agia

é dobrada é dobrado

a água

é abobadada é abobadada

o curso do rio

é dobrada é dobrado

o compromisso

aproxima-se

as mulheres antigas

avançam

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as filas

avançam

andando andando rápido

numa linha firme

num monte

sentam-se

em blocos de rochas

sentam-se

a chama de fogo

avança

a grande chama o carreiro em roda

aproxima-se

a chama Inteer angoulba

fica em pé imóvel

a chama de fogo

fica em pé


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KINGA [ÁFRICA?]

canção de louvor para o chefe

Bawhoe sim sim sim sim sim

meu senhor! meu amigo minha mãe meu Deus (contador/distribuidor) meu distribuidor de bênçãos

tu dás uma cabra gorda aha e então ela dá à luz e tu tu não pedes que ela volte (fingir) tu não vais pedi-la de volta que o mundo se vai destroçar ó tu mãe das florestas das cabras o que semeaste me ofereceste como a um deus que é como a pedra que está enterrada e nunca incha


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COUCOUTLE

canção de guerra

eu sou Coucoutle os guerreiros passam e cantam o hino de batalha a linha de animais passou perto de mim passou desprezando a minha infância e parou à porta de Bonkoukou eu sou o guerreiro negro a minha mãe é Bosselesso vou saltar como um leão como aquele que come as virgens pelas florestas de Foubassequoi Mapasta está comigo Mapasta filho de Tele nós fomo-nos entoando a canção do Tial Ramakoala meu tio chora: Coucoutle onde é que lutamos? vamos antes combater os fogos de Matosse chegamos ...


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eles lançam as suas lanças eles esgotam-se em vão o pai de Moatla saltita entre eles ele fere um homem no braço em frente dos olhos de sua mãe quem o vir cair que pergunte onde está a cabeça do filho de Sebegoane ela rolou para o centro da sua terra vitorioso entrei em sua casa e purifiquei-me no meio de seu curral e o meu olho continua rodeado pela argila da vitória o escudo de Coucoutle foi perfurado os dos inimigos estão intactos porque esses são escudos de homens cobardes eu sou o pó branco após a chuva pronto a voltar apara os meus filhos eu rujo eu preciso de uma presa eu vejo rebanhos a fugir através do grosso mato da planície irei tirá-los ao pastor com o escudo branco e amarelo subo às rochas elevadas de Macate vejo a vaca branca correndo no meio do rebanho

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Makone deixará de desprezar a minha moca o mato cresce nos seus prados desertos o vento varre os telhados de palha das suas barracas destruídas o zumbido dos mosquitos é o único barulho ouvido na sua aldeia outrora ruidosa cansado e morrendo de sede visitei Entele a sua mulher fabricava um leite delicioso cuja branca e espumosa espuma tem o gosto da saliva de um miudo peguei num pedaço de pote partido para marcar o vaso que súbito esvaziei a vaca branca que eu conquistei tem uma cabeça preta seu peito é vasto e alto ela amamentou a filha de Matagame eu vou e oferecê-la ao meu chefe o nome do meu chefe é Makao e Makao é Makao! eu juro-o sobre o boi manchado

Mamassike


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CÂNTICOS DE GUERRA DE GOLOANE Goloane vai para a batalha ele sai com Lerzie ele corre em direção ao inimigo aquele que era alvo de más linguas aquele que nunca quis obedecer esse insulta o seu pequeno escudo vermelho embora ainda seja o velho escudo do boi de Goloane como é que Moscheh vem e diz — pára de provocar Goloane o veterano? seja como for, aqui vêm os cavalos ... das batalhas Goloane volta num cavalo cinzento com vermelho as tuas canções de triunfo vão para as montanhas elas ainda entram no vale onde o inimigo se ajoelha perante ti ó covardes guerreiros! eles oram! eles pedem comida eles fazem tentativas! vamos dar aos nossos aliados

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aos guerreiros de Makaba aqueles que nunca vimos atacar-nos Goloane regressa côxo das batalhas e vem com a sua perna a escorrer uma carrada de sangue negro escapa da perna do herói do companheiro de Kantsoape ele agarra no ombro de uma vitela Goloane filho de Makao representante do Malissee que ninguém se atreva a insultá-lo Ramakamane protesta ele suspira diz que a sua vitela quebrou seu ombro branco o companheiro dos bravos Goloane mediu-se contra Empapang e Kabane a lança é atirada Goloane evita-a com habilidade e o ferrão de Kabane aloja-se no chão estes não irão regressar a seus mestres o boi sem chifres não será vendido


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hoje a guerra eclodiu mais terrível (do que nunca) é a guerra de Pontsam e Masetelie servo de Makato Goloane derrubou um rei ele atingiu o guerreiro com o escudo amarelo tu vês isso abateu guerreiros cobardemente fraternos mantendo-se imóvel numa pedra porque é que seu irmão não vai e tira as flores com que lhes ornaram suas cabeças? Goloane, os teus louvores são como a neblina espessa que antecede as chuvas

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“vamos lutar com o escudo retirado desse boi que foi sacrificado por nós que é Jesus Cristo”

Cristão de Baronga


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BARONGA (MOÇAMBIQUE) O lago seca nas suas margens O elefante morre de pequena flecha Há guinchos do pássaro verde Tu vais morrer com a tua mentira Eu continuo a esculpir um pedaço de pau-ferro E ainda penso nisso O ruído de uma presa de elefante rachado faz A ira de um homem faminto A cabaça que estende seus ramos sobre a planície Um chefe de arrastando-se através do centro da aldeia. O ruído estridente do caule de sorgo seca A ira de um homem faminto A pequena árvore coberta de pombos selvagens Teu pai, coberto de pulseiras pesadas A folha de palmeira de múltiplos folíolos O velho cambaleante passou o rio Pessoas contra a parede Ah se eu morresse Um pau pequeno com uma maça na ponto recusar comida um ao outro na mesma aldeia, é uma falta pela qual se pode ser multado. Eu atirei meu Kouakoua para longe ele rolou até ao fim do mundo Eu aceitei as picaretas

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que vieram do Ba-labi.

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o padre ladrão comeu todo o meu milho agora voltou ele já recebeu de mim para quem podemos fugir? a fome é dura de roer agora vamos para Mougondja ou para Modjadji a famosa rainha feiticeira-da-chuva que vive no Norte ou para Maoueoue para quem podemos fugir? eyeyé! é! é! é!

*****

não queres comprar uma mulher nova das nossas? depois tua filha irá ficar com um terreno no valor de quinze pratas Entrança a vesicúla da cabra nos nossos cabelos Então regressaremos a casa (e as mulheres passando repararão o que estivemos a festejar)


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CANÇÃO DE RONGUE o belo dançarino de finos quadris — ainda não tenho quem dance comigo (ah essas raparigas) o meu coração entristece — não importa ó meu irmão Noua Koubyele porque ele brilha tanto tanto quanto um pedaço de prata branca N’ouahangoua! N’ouahangoua! quando se vislumbram as tuas estreitas ancas tu és o que executa com perfeição as inumeras canções de Rongue

*****

tu danças, Guilela! tu danças e a tua cintura não é mais espessa do que um pedaço de corda filho de Tschirubeni dança dança que é sempre pouco e jamais estaremos fartos de dançar


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MAORI (NOVA ZELÂNDIA)

Toto Vaca

— Grita Kivi (o pássaro) — Kivi —Grita Moko (o pássaro) — Grita Tike (o pássaro) — Tike

Uma barriga só Gubeth, ihm auf gubelt ihm agarra-o na estrada é o segundo ano porque meus homens é o (...)

Atenção: Esta é uma versão inicial da “Vaca Toto”


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CANĂ‡ĂƒO PARA TATUAR UM HOMEM estamos juntos comemos juntos vemos os sinais os olhos o nariz de cada tava enrolamento dependurado para a direita para a esquerda amam gorduras

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BARONGA (MOÇAMBIQUE) refeição de ciclamen este chefe daqui é ruim dois ratos perseguem-se em torno do monte das térmitas os dois chefes têm a lingua demasiado afiada


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CANÇÃO DOS CHIFRES DO ANTÍLOPE agarro num anel e ofereço-o a uma rapariga ah, como brilha, ‘l’chaka! — mãe, aqui estão os Bangoni vamos ver o que se passa com os miúdos na montanha ah, como brilha, Tchaka!

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o belo pássaro com o pescoço de coral na relva raparigas untando-se de ocre

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A CANÇÃO DOS COMERCIANTES hoho hoho tu levas-nos em nome de nossa mãe hoho heho parte o prato e vamos para casa o gêmeo do elefante não abandona seu pequenote


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O CAULE DO CÂNHAMO os Zulus andam numa só fila caminhei ao longo de uma vasta planície para trazer Nemaleyam de volta acasa Eu arei um campo enorme e plantei lá apenas uma ervilha eu encontrei duas espigas de milho numa cesta eu encontrei dois Makhoga que saíam para Khodme encontramos uma árvore que amadurece amadurece ela só tem uma amêndoa de sobra encontramos um homem branco que perde peso perde peso ele só tem um cabelo de barba de sobra caminho à volta da minha cabana e vou cortar meu ramo de acácia caminho à volta da minha cabana e vou desenterrar minha presa de elefante


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O CASAMENTO DE CHEFES bem vocês os chefes de N pouma convosco vamos assinar e cá estamos reunidos e achamos que sim temos que contentar o chefe e dar-lhe uma mulher cá da terra não querem outro negócio vocês os chefes ao falarem-nos disso têm estado acima das obrigações e que outras palavras poderíamos acrescentar? não há mais nada a dizer mas então digam-nos lá o que é temos que vos dar a vocês que vivem na capital?


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YAO (MOÇAMBIQUE) vamos ficar apertados

nós os velhos

o que é uma guerra, o que é? eles disseram: o siô Sulia ainda não nasceu? então o Massiliu chega os Gemehore foram esmagados (abundantemente) dpois fugiram mas os alemães vieram e lá está o perigo toda a madeira foi queimada as formigas foram queimadas as cabras foram queimadas as galinhas foram queimadas todas as pessoas foram mortas veio a cobrança de impostos eles tinham que arrecadar moedas aos centos mas não foi suficiente o coração ficou estrangulado pleno de angústia nós preferimos ficar do outro lado de Lunga

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siô Sulia vai telegrafar para o subprefecto para cortar a lã das minhas costas para sacar-me carradas de dinheiro

ele veio

agora estou cansado — Os crânios não brincam só o que tem cabelo brinca ó Chakalakala a criança de Deus viajou para o pai mostrou o caminho para o pai Koumampaye foi para o leito onde Chenampuya trabalhava o campo veio para o país e para o seu pai então eles dispararam e deram-lhe a aldeia e ele ficou em casa


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WANYAMWEZI (TANZĂ‚NIA) nĂłs disparamos disparamos com os olhos sobre Mamuki disparamos com os olhos sobre Wambunga disparamos com os olhos sobre Mamuki disparamos com os olhos Ki! disparamos com os olhos sobre Wawnera disparamos com os olhos Ki! disparamos com os olhos sobre o Wakumbma disparamos com os olhos

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YAO (MOÇAMBIQUE) viagem de Lindi ele partiu para Mossassi e gritou com todas as suas forças: informem o Bwana Mkubwa: a guerra está aqui e eu fui-me sem olhar para trás informem o Akiden Mataora: guerra está aqui e eu toquei o tambor de guerra. então fomos para Mossassi; os M’wera entregaram-se completamente a Lindi eles receberam como premissão: volta para a tua terreola planta maçarocas


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CANÇÃO PARA UMA MULHER tu ó àrvore, chamam-te Sayalassi alegria traz-me aquela rapariga como sinal de que tem que ser assim olha bem pois martelo estas palavras em ti

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WANYAMWEZI (TANZÂNIA) andamos noite e dia até que o dia clareou e na margem ancoramos havia baharias pela costa os marinheiros disseram: vocês Scheme do interior vocês cuspiram-se até à morte porém aqui estamos em Lindihealthy e dizemos: vocês insultaram o deus mas nós nós chegamos saudaveis todos na mais perfeita saúde


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BASUTO (BOTSWANA) esses pássaros brancos salpicados de preto o que é que eles comem lá em cima? eles comem a gordura a gordura da zebra da zebra de cores malhadas com as narinas barulhentas com os pés rápidos é tão distante o chovisco engrossará quando levantar e haverá um peito que ressoará a Leão

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YAO (MOÇAMBIQUE) tu ó meu discípulo, agora estás circuncidado a teu pai e tua mãe honra-os. não os visites sem te teres feito anunciar caso contrário podes surpreendê-los com ternos abraços aquela que é jovem não temas! durmam juntos banhem-se juntos quando estiveres preparado deixa que te esfregue quando estiveres preparado deixa que te agradeça Masakam depois responde Mashaba na lua nova, tem cuidado nessa altura podes ficar doente por causa da coabitação durante a menstruação surgem muitas doenças


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UNYAGO (TANZร NIA)

danรงa

vamos deixar vamos deixar

vamos deixar o meu filho querido vamos deixar o meu filho querido

a curuja uiva em Shamba

cedinho a cestinha de Livile levar-se-รก para fora da casa

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WAURU — COSTA LESTE DE ÀFRICA as adolescentes ficam lá em cima ficam na cadeira Debanne o Debanne lá de cima orienta os saltos do teu barco do mar para a costa fica agarrado às partes intimas da ... fode-a nas partes intimas raiva como trovões e relâmpagos rosna trovões rosna trovões saltando do seu sexo. ...ó! vê aberta sua cona bebe o vinho de palma sua espuma bebe o vinho de palma … seu sexo fede como o fel do tubarão o fel do tubarão fede atrozmente e tudo o que derrama a partir dele e hee

eu quero ir a Tararuru ir buscar Tararuru para abrir abrir para cheirar cheirar escolher as flores sacudir as pétalas hee olhar aquele clitoris


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DANÇA vamos lá toca a mexer mulher olha o que é teu eu não o pendurei porque estava ocupado a tentar secar-me fiz-te uma promessa e estou confiante massajando com ungentos esperei por ti tu meu pequeno peixe de prata porque quanto mais me esfregava com unguentos mais me espalhava sempre confiei em ti com unguentos esfreguei as minhas velhas nozes eles pertencem-te meu colar todos queriam ver a rapariga esplendorosa como um colar bela como o sol tudo nela é esplendor ó como o dos peixes prateados na água és linda minha miúda Ebo Ebo o peixe prateado veio do recife ele veio Ebo Ebo ela vislumbrou sobre o fundo do mar Ebo ela nada em Baweln Ebo Ebo ela nada de costas Ebo ela nada de costas a puberdade canta para as tuas raparigas


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CANTO DA PUBERDADE vocês jovens todas juntas. levantem-se e venham aqui fazer com que o sol nasça óó as ondas aproximam-se desfraldando e irrompem num rugido estrondoso e desenrugam a água e refluiem, refluiem em direção à grande rocha e nós dançamos à volta de ti para ti uma cesta cai da rocha ainda te lembras como nós pescamos com a rede a rede?


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DANÇA

(os homens dividam-se em dois grupos) tu sussurras ao ouvido que devo ir ter contigo

o que é que tu queres de mim? o que é que tu queres de mim?

não me olhes assim ou então vão olhar-te e magoar-te com dentes de tubarão

o que é que tu queres de mim? o que é que tu queres?

hoje aproximei-me e irei contigo enrola as tuas saias enrola as tuas saias de alto céu vem ver vem ver vem ver

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dois Ebos jogam juntos um Ebo é forte

mas o outro é fraco

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POEMAS NEGROS

DANÇA nós saímos pela ilha cantantes e lá vamos dançar (eu quero ir para onde se dança) e porque todos vieram ver o espetáculo só queremos ir onde se se dança vem cá nós saímos pela ilha e cantamos nós damos gritinhos de alegria não nos conseguimos sequer conter de prazer e colocamos os adornos sobre os membros devagar devagar ah estamos ocupadas com o peso avançando pouco a pouco aguentamo-nos numa perna nós as raparigas todas juntas na praia nós as raparigas todas juntas na praia esticar há que esticar hoje pode ser que alguma de nós consiga levar tudo para a casa das raparigas mas que nimguém nos toque no sexo


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A CANÇÃO DE TRGATTROGEL mulher do sul mulher do norte chega aqui chega aqui e vê a quantidade acabadas e guardadas de latas de doce pandanus de melão pandanus e nozes maduras no lado norte no lado norte Eoradeta Eoradeta acorda, acorda eu não dormi a noite toda tu gemes e tu lamentas-te toma um poucio de àgua e bebe porque estás cheia de sede vem, ainda mais perto amanhece e a alvorada faz-se dia purifica a tua boca escuta vamos para sul escuta vamos para o sul como um casal juntos e lá embaixo divertir-nos-emos como borboletas

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CANÇÃO DE CASAMENTO vamos com ela mas voltaremos a casa onde vais tu onde é que tu vais? eles trazem-te a cesta e o baú

minha mãe minha mãe!

lembras-te quando o esmagaste eles farão com que esmagues mais minha mãe quando estiveres pífia no chão eles voltarão a fazê-lo minha mãe nós somos um pequeno grupo de meninas somos poucas e cá vamos nós só para conseguir um naco de carne do espeto pois não sabemos onde arranjar algum ó minha irmã e ela arranjar-nos-á alguma do seu marido para onde vamos arrastando o gancho atrás de nós? Weare detestava as pessoas caminhavamos na infelicidade uma infelicidade que feria a nossa casa


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vai vêr mas coxa e reclinada no teu bastão a avó berra longe ...ela faz kowe kowe kowe! venham cá abaixo meninas vamos beber um pouco de água no regato eles recusam a chapa do moinho quando ela o empresta eles recusam o almofariz e o pilão eles dizem-lhe vai e trá-las para tua casa e volta e esmaga teu esposo ela esconde qualquer coisa essa mulher e as coisas que ela diz! estamos mortas estamos perdidas! tu és quem manda na aldeia? não nos dás àgua para que possamos beber? não conseguimos ouvir a àgua do poço queremos beber cerveja e espíritos não queremos nenhuma parte do que Koue faz nós queremos o bicho que trouxeram com a corda ééé eh! vejam como ele nos afasta quando ele nos vê ele vai e esconde-se atrás das casas

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nós queremos algo que satisfaça o coração nós exigimos gordura muito gorda

tu és uma cobra tu és cão tu fazes oua-oua


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EWE (GANA) — DIALECTO GÉ

Canção do cantor Holonu-Adinyo de Anecho leopardo coberto de carraças não fujas do caçador somos carneiros resistentes escapamos à persuasão o feiticeiro clama não se agarrem à obscuridade, ò seguidores Kuaku chama-vos Adinyo está disposto a levar-nos à cidade Adigo é certo que parece cidade é verdade mas o que é que aí é teu quando Alovohu veio veio Hotuso todos sabemos que foste e viveste em Anecho teu tio Gbadoe roubou aos franceses e tomaram Gbadoe e prenderam-no e amarraram-no com grilhões bateram em Gbadoe até à execreção tu saíste e apareceste em Togo

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eles levaram a criança e a mãe nas suas cabeças eles foram lá para vendê-las mas a cidade expulsou-te para longe saíste dali e estás em Glidy o chicote de Kloma dura tanto quanto uma carabina for uma carabina dinamarquesa de pé à noite na estrada e agora estás em Dyete e lá vives numas furdas filha da puta filha de um porco tu estás na estrada comes porcos o leopardo alvejado não foge do caçador nós somos carneiros que não temem a batalha o sacerdote feiticeiro clama Adynyo desafia-nos a cidade de Adygo é uma cidade isso é verdade mas o que é que te importa…


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CANÇÃO DO CANTOR KANYI EM ADYDO

ingratidão

eu perdou-vos ó mulheres malvadas vós desgraçai-vos em Lomé Kanyi filho da miséria tomou o caminho da infelicidade ele já anda por vós ó tamboretes Kanyi tornou-se mais uma vez um navio de guerra entre os cantores Latevi disse: ainda que o assunto pareça resolvido os cantores de Abalo disseram que ele acolheu uma palavra que ele chegou ele veio ele chegou a Tonu em Tonu a Terra gemeu não digas nem mais uma palavra Kanyi já tomou o caminho da infelicidade porém de novo os homens ainda estão cheios de desejos no dia em que Kanyi morrer eles irão casar-se com sua viúva o carneiro não morre tão facilmente disse Tonu: o carneiro não morre e podem os seus chifres ser quebrados facilmente?

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CANÇÃO DA RAPARIGA DE ANECHO PARA UM RAPAZ usaste-me uma vez usaste-me uma vez cobriste a árvore com as roupas a formiga comeu ayo oho usaste-me uma vez usaste-me uma vez cobriste a árvore com as roupas a formiga comeu ayo oho


POEMAS NEGROS

CANÇÃO DE DESPEDIDA DA RAPARIGA DE ANECHO eu desprezo-te eu desprezo-te

toma lá toma lá

há um tesouro ao longe que fala à minha alma e te enfurece eu desprezo-te toma lá eu desprezo-te mata-me se me quiseres matar vende-me se me quiseres vender prega-me se me quiseres pregar assa-me se me quiseres assar talha-me se me quiseres talhar corta-me se me quiseres cortar

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CÂNTICOS DE LOUVOUR DO CANTOR KANYI I ele ergue-se como uma pedra e que ninguém se meça contra ele Aziagbenyo diz ser rei é como se fosse uma questão de dinheiro eles dizem é claro que se Ayite reinou como rei Chico e Antonio seriam seus servidores em Anecho II ima coisa que nunca aconteceu acontecerá decorrerá um dia Kuadyo regressará ao reino dos mortos voltará a ter a sua voz diz o inimigo reunido o fetiche não cozinha pedra o povo de Anecho está ao lado do peixe as pessoas de Adyavo suspiram o povo do país abaixo irá para o reino dos mortos


POEMAS NEGROS

ele demorou-se e Taarao era seu nome — nos espaços do mundo inacabado nem terra, nem céu nem mar existia ainda nem criaturas lá de cima Taarao chama em novas formas Taarao vaga ele Taarao, é o fundamento da raiz é o fundamento da rocha

Taarao Taarao Taarao Taarao Taarao Taarao

elabora o distante irrompe como luz reina nas profundezas é tudo à volta está cá por baixo é sabedoria

nascido na terra do Havaí o Hawaii grande e sagrado como invólucro de Taarao

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YAO (MOÇAMBIQUE)

Chungulugula

Em Mtarika — no velho chefe Wayao — viu-se uma grande maravilha: os grãos U sanye, os frutos vermelhos choraram na cesta em que estavam. E aconteceu assim. Eles tinham cortado os Usanye (grãos) no “Schambe” e tinham-nos colocado numa cesta. E quando estavam a ser esmagados, os grãos começaram a chorar e eles gemeram na cesta. O povo não sabia de onde esses gritos vinham e atirou os grãos Usanye fora da cesta para examinar a cesta de cada lado. Masnão encontraram nada. Então voltaram a pôr os grãos U sanye na cesta e mais uma vez o grito surgiu e todas as pessoas fugiram com medo e foram procurar outras pessoas. Estas também examinaram a cesta e não encontraram nada. E todos se foram embora, muito surpresos. Mas quando voltaram para casa, de repente a massa começou a dançar; os grandes mbales e as conchas sonoras também começaram a dançar: e a ongola de cem pés começou a construir casas. Na manhã seguinte, toda a gente se reuniu para falar sobre o que tudo isso significava. E três dias depois Mtarika morreu. Era um presságio.


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SUAHILI (TANZÂNIA)

canção do carregadores

começa hoje começa hoje esta manhã cedinho iremos falar com Deus escava escava filha de Hemedi abandona o trabalho no campo de cravinho escava escava iremos para a Mamã da Yaya hoje na Mamã de Yaya iremoss beber Kassawa e vinho de palma doce em Mamã Ya ya é

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POEMAS NEGROS

ZANZIBAR ó mamre de mi ky safamo-nos de Wahha, ha ha os wawinza já não nos vão atormentar mais oh oh Mionwu não conseguirá mais tecidos de nós hy hy e Kiala nunca mais nos verá he he


POEMAS NEGROS

BASUTO (BOTSWANA)

canção dos construtores

a ee ea ee ea ee ee, ea ee, eaee, a ee ea ee ee, ea ee, ea, ee ee, ea ee ee, construímos os extremos do conselho contruímos para o chefe construímos para o chefe.

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POEMAS NEGROS

WANYAMWEZI (TANZÂNIA)

canções da desistência

I quando se trata de trabalhar eu sou preguiçoso mas quando se trata de comer ah para comer sou rápido II vem a chuva está aqui — estou cansado estou cansado de trabalhar vamos apressar o trabalho de sentar e comer III podias tirar-me a curta medida das pulseiras ó rei podias-me fundir umas pulseiras estilo europeu que o tambor de dança te está a chamar IV Yamalila oh ele é um caçador de elefantes vamos comer contigo gente desdentada, já não somos capazes de peneirar o grão para os outros já não aguentamos mais


POEMAS NEGROS

SUAHILI (TANZÂNIA) para svnngiyoto svnng para svnngiyoto svnng vocês ó Maassiti juntem-se a nós na svnng sentem-se e svnng quando o tempo do milho doce baila então queremos svnng o fresco painço o doço milho e nós svnng de alegria de svnng a minha mãe disse-me para apanhar as galinhas mas não consigo agarrá-las e para aqui estou sem pé e o arroz da minha mãe é comido pelas aves isch isch

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TAHITI (POLINÉSIA FRANCESA)

a canção da lagosta

Varo Varo mexe a tua cauda para que alguém possa agarrar-te pela cabeça ou pelas pernas engoliste bom pedaço de peixe se és macho vem à tona se és fêmea vem à tona um espirito persegue-te rápido um espirito persegue-te rápido


POEMAS NEGROS

MAORI (NOVA ZELÂNDIA) Tukiwaka agora puxa agora empurra agora mergulha agora mantém frente a frente no caminho a caminho da Waipa agora arrasta teu barco de espigões de vento ó não são belos puxa depressa puxa depressa arrasta arrasta pia canta uma canção empurra um remo na água profundamente um curso longo ai ai um puxão no remo um homem maduro afirma-se pela arte de remar mais longe dobra o cabo para o mar para o mar

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CANÇÃO PARA TATUAR UM HOMEM aqui estamos reunidos para festejar vemos os sinais nos olhos no nariz de Tutetawa arabescos sinuosos os pés do lagarto grava-os com o cinzel de Mataora não tenhas a nostalgia das mulheres a olharem para ti quero apanhar as folhas novas do Warawara sou o mestre de seus esplêndidos sinais ao homem que te paga bem tatua-o artisticamente ao homem que não te paga não lhe faças belas tatuagens deixa-o resmungar resmungar

levanta-te Tangaroa ergue-te Tangaroa


POEMAS NEGROS

CANÇÃO PARA O TRANSPORTE DE TRONCOS

Puhwa (Hari)

puxa o Tainui puxa o Arawa atira-o ao mar o relâmpago atingiu seu objetivo caiu no meu dia sagrado

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MAORI (NOVA ZELÂNDIA)

Waka Tota

Kiwi Kiwi Moho Moho Tieke Tieke sobe no ar

grita o pássaro grita o pássaro grita o pássaro uma barriga apenas eleva-se no ar

continua o seu caminho sobe no ar já vai no segundo ano Kauaea cá está o apanhador de homens Kauaea arranja espaço e arrastá-o Kauaea arrasto para onde Kauaea ah a raiz a raiz de Tou Heh o vento arrasta mais vento foribundo


POEMAS NEGROS

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arrasta mais a raiz a raiz da Tou empurra, Rimo Kauaea vai Totara Kauaea vai Pukatea Kauaea dรก-me o Tou Kauaea dรก-me o Maro Kauaea puxa puxa (a corda de iรงar) Kauaea minha barriga kauaea kihi e haha e pipi e tata e apitia ha juntos ha eu a corda ha eu a lanรงa eu o silex crianรงa eu o filho da Manuka-remo eu sou eu sou


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POEMAS NEGROS

morta é a coisa uma longa procissão vai deslizando vai deslizando a afundar-te a afundar-te brande o machado Kauaea só um galo só um pássaro Taraho só um pato ke ke ke ke só um pato ke ke ke ke


E



No primeiro número da revista Dada, publicado em Julho de 1917 é públicado o poema a Canção do Cacadou e anunciada uma Antologia de Poemas Negros organizada por Tristan Tzara e cuja totalidade nunca veio a saír em livro enquanto em vida do poeta esta é uma primeira versão para as Waf Books finalizada em Junho de 2017 em comemoração do centenário da revista Dada tradução design ilustrações & tipografia de Pedro Proença


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