Magnésio Um Nutriente Essencial na Produção Agrícola
Edição: Edições Ex-Libris ® (chancela Sítio do Livro) Título: Magnésio – Um Nutriente Essencial na Produção Agrícola Autores: Rui M. A. Machado e Pedro F. Alpendre Capa: Patrícia Andrade Paginação: Sítio do Livro 1.ª Edição Lisboa, Março de 2015 ISBN: 978-989-8714-42-8 Depósito legal: 388871/15 © Rui M. A. Machado e Pedro F. Alpendre PUBLICAÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO:
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Índice
Prefácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 1. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 2. Magnésio no solo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 3. Magnésio na planta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.1. Funções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.2. Absorção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.3. Deficiência de magnésio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.3.1. Análise foliar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.3.2. Diagnóstico visual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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4. Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Prefácio Maria do Rosário Gamito de Oliveira (Professora Catedrática) No presente trabalho os autores fazem uma revisão actualizada sobre a problemática da fertilidade do solo relativa ao magnésio, chamando a atenção para aspectos como os factores ambientais e mecanismos que afectam a sua disponibilidade no solo. A absorção de magnésio pelas plantas e o seu papel na fisiologia e no crescimento das mesmas são também explicados. Por último, são descritos e ilustrados os sintomas visuais da deficiência de magnésio nas plantas. Os autores fazem uma abordagem do tema que, embora assente em bases científicas, suportadas por uma série de citações, se apresenta de fácil compreensão. O enquadramento pedagógico, resultante da experiência que o ensino destas matérias proporcionou aos autores, faz com que este trabalho possa ser recomendado para alunos na área da Agronomia, mas também possa ser usado por técnicos e agricultores. Universidade de Évora, Dezembro de 2014 Universidade de Évora, ICAAM – Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas, Departamento de Fitotecnia 5
1. Introdução
O magnésio está envolvido em numerosos processos fisiológicos e bioquímicos que afectam o crescimento e o desenvolvimento das plantas e, apesar de ser classificado tradicionalmente como macronutriente secundário, a sua extracção pelas culturas pode ser similar ou superior à do fósforo. A sua aplicação em forma de adubo é cada vez mais necessária devido ao aumento da agricultura intensiva, à utilização cada vez mais generalizada da rega gota-a-gota, com a consequente redução do volume de solo explorado pelas raízes (Machado et al., 2003) e um menor fluxo de massa de Mg do solo em direcção às raízes, e ainda devido à considerável área de solos ácidos ou em processo de acidificação. Aproximadamente 30% da superfície terrestre não coberta por gelo (Uexküll et al., 1995) e 83% dos solos agrícolas portugueses (Carvalho, 2012) apresentam um pH (H2O) < 5,5. Paralelamente, no contexto de aquecimento global, o fornecimento adequado de magnésio às plantas é fundamental, porque aumenta a resistência das plantas a condições de stress abiótico, como: o excesso de calor, a elevada intensidade luminosa (Cakmak e Kirkby, 2008; Mengutay et al., 2013) e o défice hídrico. 7
O presente trabalho tem como objectivo fornecer um conjunto de conhecimentos essenciais sobre os factores que afectam a disponibilidade de magnésio no solo e a sua absorção pela planta, o papel do nutriente na fisiologia e no crescimento das plantas e a descrição dos sintomas visuais da deficiência nas plantas.
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2. Magnésio no solo
O magnésio no solo encontra-se em diferentes compostos minerais do material originário, incorporado na matéria orgânica, na solução do solo e adsorvido no complexo de troca (Figura 1). As reservas deste nutriente no solo são muito variáveis e reflectem as condições de formação do solo, podendo, em solos normais, variar entre 500 e 2000 kg ha-1 (White, 1997), o que representa valores entre 0,7% e 3% do peso do solo (Prasad e Power, 1997). O magnésio do solo encontra-se em minerais: (a) primários, ferro-magnesianos, como: a biotite, a horneblenda, a olivina e a serpentina; (b) secundários, como: a clorite e a vermiculite; e (c) em sais inorgânicos (sulfatos e carbonatos) como a dolomite [(CaMg(CO3)2] (Mills e Jones, 1991) quando o material originário dos solos é constituído por rochas calcárias. A dolomite, quando presente nos solos, é uma fonte muito importante de magnésio (Mengel e Kirkby, 1978). O magnésio nos minerais do solo fica disponível para as plantas após a meteorização e a libertação por dissociação na forma iónica (Mg2+). O magnésio encontra-se em compostos de diferentes graus de meteorização e de libertação, sendo os silicatos as formas de mais lenta taxa de 9