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JOSÉ MANUEL GONÇALVES SILVA (MONNET)

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FICHA TÉCNICA edição: edições Ex-Libris ® (Chancela Sítio do Livro) título: O Iscariote autor: José Manuel Gonçalves Silva (Monnet) revisão: Sandra Lopes paginação: Alda Teixeira capa: Patrícia Andrade 1.ª Edição Setembro 2015 isbn: 978-989-8714-51-0 depósito legal: © José Manuel Gonçalves Silva

publicação e comercialização:

Rua da Assunção n.º 42, 5.º Piso, Sala 35 | 1100-044 Lisboa www.sitiodolivro.pt

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In nomine Patris

A Palavra secreta.

Um homem a quem apedrejaram.

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Voe ridentibus

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udas era filho de Simão, um ilustre homem adinheirado de Judeia, que, por muito tempo, foi discípulo exemplar de João Baptista e reconhecido por todos, nessa altura, como homem honesto e buscador assíduo da verdade, procurando-a através da independência completa, sem importarem os meios, ou qualidades de luta.

Tudo o que aprendeu enquanto foi caminhante por este mundo, foi fruto da sua enorme capacidade de ter podido e sabido enfrentar sozinho os desafios de uma vida entregue a diversos caminhos percorridos.

Considerado por muitos como um homem solitário e pobre de ações mas rico em erros acumulados (segundo a maior parte dos seus críticos), pela sua má vontade de possuir um espírito caritativo e forte. Mas apesar de todas essas mal-aventuradas críticas, é verdade que Judas sempre fora um homem cheio de dúvidas. Foram essas dúvidas que o impulsionaram para essas suas desilusões ao longo da vida.

Foi o que no final lhe proporcionou o caminho legítimo da verdade, embora muita da verdade ainda hiberne. Vive escondida de todos nós, porque a verdade foi usurpada, dissimulada, ficando tudo no oculto por razões humanas e não divinas.

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Quando conheceu Jesus, o Mestre, descobriu a dor intensa, e por muitos anos colou-se a seu lado como sua sombra. Com o Mestre encontra o valor do amor e reconhece que afinal o amor é infinito, que faz parte da luz vinda de Deus, luz essa que se derrama à volta de todos nós, enche as pessoas sem pedir nada, simplesmente porque o verdadeiro amor não pede, mas dá.

Sempre dá mais do que o mesmo amor merece.

Todos nós sabemos, desde o princípio, que a sua existência não foi justificada humanamente, antes porém foi considerado um falso, um vende Cristo, um traidor, um cobarde e assassino, mas perante o Pai essa nossa crítica foi e sempre será injusta.

Apesar do peso da própria dor, onde humanamente parece não haver nada em troca, onde os louvores se viram para uma traição não justificada, onde não aparece aos olhos do nosso mundo a justificação precisa em parte alguma da sua obra, em tudo isso há um porquê no querer do Pai. Ele justifica a obra.

Como grande erudito que era, falava várias línguas além do hebreu. Sabia sírio, aramaico, grego comum, latim, siríaco e muitos outros dialetos usados por beduínos e homens das caravanas, também foi muito conhecedor de economia da sua época, sendo um bom contabilista.

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Muito antes da morte de João (Baptista), Judas Iscariote juntou-se aos discípulos de Jesus, quase pela mesma altura que outros dois, também do grupo de João, se juntaram a Este.

Era magro, não era muito alto, era de uma estatura comum para o tempo de então. Tinha cabelos negros, sempre brilhantes, devido ao uso do sumo de limão e azeite, (assim era costume nesses tempos). Usava bigode e barba, andava sempre muito bem ajeitado, como todos os homens cultos dessa altura. Não por vaidade mas pelo gosto de se apresentar bem.

Sumamente honesto e, mais do que tudo, de poucas falas, escutando mais do que falando, sempre muito apegado aos Mestres, primeiro João, depois Jesus, mostrando-se um excecional aluno.

O Mestre, sabedor da sua escolha, compreendia-o, tinha sempre algo para lhe ensinar, durante todo o tempo que esteve com Ele, Judas foi sempre o homem da sua confiança porque desde o princípio, Jesus era sabedor de que só ele faria cumprir o que estava escrito nos Livros da Lei e no querer do Pai. Era necessário que Jesus fosse condenado, morresse, para que houvesse a Ressurreição.

“A semente que cai à terra e não morre não dá nada, mas a que cai à terra e morre dará fruto”. (João Evangelista)

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Falando de Judas, ele nunca foi folgazão, sempre teve poucos amigos, nunca teve uma vida de excessos. Tinha um coração de jovem apaixonado, onde brilhava uma vontade ardente e tenaz para ser melhor conhecedor de todos os mistérios que abrangessem tudo o que era divino.

Esteve muitos anos em Atenas, estudou com os melhores mestres, fez muitos bons amigos nessa escola na Grécia. Foi conhecedor profundo da política e doutrina de Aristóteles e de muitos outros, esteve em Damasco, e, sempre com espírito de procura pela verdade, foi navegando num mundo que o levou a renunciar a tudo e a dedicar-se ao estudo bíblico.

Foi conhecedor da Cabala, e de outras seitas judaicas da altura, mas nunca parou, seguiu caminhando com passos firmes e inteligentes, os dois anos que passou com João Baptista, cheios de desolações e fracassos, não foram suficientes para que o derrubassem e abandonasse tudo isso.

O espírito de vontade inquebrável, por conhecer o caminho da verdade, chegou no dia em que se encontrou com o próprio Mestre Jesus. Desde esse dia seguiu-o e tornou-se seu apóstolo.

Aqui sublinho que Judas andava simplesmente à procura da verdade, não procurando Deus, como poderão compreender, Judas sabia que não necessitaria procurar a Deus.

Para Iscariote, Deus estava em todas as partes. Está em nós, em todos os momentos da vida. Somos parte Dele, ele 12

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somente procurava a verdade, a verdade de poder reclama-Lo como Pai Supremo.

Há muitas controvérsias acerca de Judas Iscariote, uma, a maior, é a de ser retratado como o maior traidor de todos os tempos.

Atraiçoou Jesus.

Por isso, até hoje, a qualquer traidor também podemos chamar de Judas. E Lucas, sem querer, escorrega e diz uma pequena parte da verdade, no entanto, escondendo a maior parte dessa mesma verdade. Talvez por medo... ou por ter sido avisado... talvez por arrependimento...

Quem saberá?

A verdade permanecerá escondida até que a mentira seja descoberta.

“E caindo de cabeça, rebentou-se pelo meio, e derramaram-se todas as suas entranhas.” (Lucas – Act. A.-1, 16-23)

Pouco a pouco vamos conhecendo a verdade.

“A verdade é como a ignorância, enquanto está escondida, descansa em si mesma, mas quando é revelada é reconhecida e glorificada.” (Evangelho de Maria)

Apareceram papiros, pergaminhos, e cada vez seguem aparecendo muitos mais.

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Primeiro foram os de 1769, publicados em 1892.

No ano 1896 encontram-se os Evangelhos de Maria Madalena.

Em 1945 outros Evangelhos apócrifos foram encontrados, e são conhecidos por Manuscritos de Nag Hammadi.

São 52 livros, hoje com o nome de Biblioteca Gnóstica de Nag Hammadi.

Nos arredores de Djebel-el-Tarif foram encontrados em 1970, no Alto Egito, um códice em papiro conhecido por “Códice Techacos”, que narra o Evangelho de Judas e outros quatro textos chamados “Livro de Alógenos” (O Estrangeiro), o Evangelho de Judas, uma versão da carta de Pedro a Filipe, e um texto intitulado “Santiago”.

Começam as revelações e provas de uma verdade que por muitos anos hibernou nas entranhas desta terra inóspita e insatisfeita, cruel e cobarde, com uma multidão sempre procurando esconder a luz a todos os que buscam a verdade.

A luz e a palavra estão escondidas ao homem comum.

Pouco a pouco, Judas será restabelecido como exemplo de dedicação ao filho de Deus vivo, Jesus.

Foi ele o discípulo a quem Jesus entregou, com todo o seu amor, o maior de todos os trabalhos na história da humanidade.

De momento ainda são poucas as vozes, mas já há fumo.

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José Manuel Gonçalves Silva Sem Judas Iscariote o Cristianismo não teria

uma base firme, porque não teria havido a cruci-

ficação nem a ressurreição!

Judas Iscariote foi a pedra mais fundamental

do Cristianismo.

Veritas odium parit

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O ISCARIOTE “No princípio existia a palavra, e a palavra estava junto a Deus, a palavra era Deus. Ela estava no princípio junto a Deus. Tudo se fez por ela e sem ela nada se fez. O que se fez nela foi a vida.” (João Evangelista)

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udas saiu de onde estava e, desesperado, seguiu sem rumo ignorando a tempestade de areia.

Desceu o monte, meteu-se por uma ruela qualquer e saiu da cidade, ia à toa, nem soube porque tomou esse caminho. Quando se sentiu longe de todos, num campo quase deserto, ao longo do Vale de Cedrón, sentou-se e chorou desesperadamente. Foi nessa altura de dor que foi apanhado desprevenido e atacado por um grupo de rebeldes.

Não ofereceu resistência, embora estivesse armado, ergueu-se, viu que eram cinco, respirou fundo e disse: – Também já chegou a minha hora.

Um deles aproximou-se e com o punhal deferiu-lhe um golpe na barriga no sentido longitudinal.

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recordar toda uma vida, onde, em cada segundo, há um começo igual ao que acabou, como rotina, selando uma luta em movimento contínuo pronta a percorrer atalhos e veredas, sem nunca terminar, enquanto caminhamos por esta terra de desatinos, falsidades, enganos e paixões. Os vereditos de destinos e carismas falsificados são os que mais se mostram. Há que sofrer muito para podermos chegar a uma só verdade que, infelizmente, procura distanciar-se de nós por todas as leis materiais e humanas, só sendo inteiramente revelada no dia em que formos chamados ao Pai Eterno.

O querer viver em paz, arrecadou nele o apetite pela presença de Deus em todo o seu redor, para ele eram e foram as iguarias das diferentes seitas que lhe embelezaram a alma em todo o seu caminho percorrido, chamando-o, desesperadamente, até as benditas ensinanças da Glória Divina. Uma doutrina tão diferente daquela que lhe foi ensinada por um dos seus Mestres, João Baptista.

Jesus, o seu grande e último Mestre, era diferente. Meigo, bondoso, acolhedor, cheio de um tal amor que iluminava o espírito de quem se encontrava ao seu redor, enchendo-os de graça e de paz serena e interminável.

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O Mestre nunca fez diferenças entre as pessoas, independentemente da sua raça. Para Ele todos eram filhos do Pai. Ver Jesus era ver amor, curava as chagas usando as próprias chagas.

Recordava-se de quando o vira pela primeira vez, fora junto ao riacho que desaguava no Jordão, quando, o então seu Mestre, João batizava. Algo inexplicável se passou para que ele reparasse em Jesus, foi precisamente na altura em que Jesus se dirigia a esse riacho para que também fosse batizado.

Viu aparecer, inesperadamente, sem aviso algum, algo como o centro de um ciclone. Uma muralha de nuvens espessas fazendo de espiral, transformando o ar que se respirava. Espalhava-se ao seu redor um perfume de uma paz imensa e acolhedora, imagem essa que ficou para ele inesquecível.

Viu como João, seu Mestre, ficou perturbado, as suas mãos tremiam. Reconheceu como também ficou marcado, e como também todo o seu corpo tremeu, não pelo frio, nem por esse ar abafado e silencioso que reinava nesse momento à sua volta, nem pelo perfume estático de paz e amor. Foi pelo bálsamo de luz de compreensão que nesse momento iluminou todo o seu coração transportando todo o seu ser a um êxtase total.

Foi dessa onda de paz plena que, de uma maneira inexplicável, resvalou do interior das nuvens algo mágico. Algo como uma luz vinda sem explicação alguma, desceu como um relâmpago iluminando Jesus. Foi uma luz bela e pura, 24

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tão pura que não existem palavras para descrever toda essa pureza. Refletia mil cores, e tingiu um círculo à sua volta.

Do âmago dessa luz brotou um trono, e uma voz meiga e firme fez-se ouvir: – Este é o meu Filho muito amado.

Nem todos os que estavam presentes ouviram essa voz, como nem todos tiveram também a felicidade de ver essa luz tão bela que teve início no interior da nuvem, mas ele foi um dos felizardos, e dava graças a Deus Pai por lhe ter concedido essa graça.

Com tudo isto, somente mais tarde é que se apercebeu, através de um amigo que estava a seu lado na altura, quando lhe mencionou horas depois, sobre a luz radiante que tinha englobado Jesus, e a voz no seio da nuvem, e o amigo lhe respondeu que não tinha visto nenhuma luz nem ouvido voz alguma, que nem todos tinham sido escolhidos. Foi nesta altura que compreendeu e o seu ser se revelou.

Jesus era o verdadeiro Mestre, o Messias.

A partir desse dia, uma voz contínua e meiga passou a fazer parte da sua vida quotidiana. Paulatinamente, essa voz foi penetrando e enraizando-se no coração.

A voz repetia-se como um eco, era contínua. Batia no seu peito quase sem parar, vinda sem ele saber donde, compassadamente, continuava sussurrando-lhe, dando-lhe força e vontade.

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Essa voz meiga, transmitia-lhe ao mesmo tempo uma alegria incalculável, alimentando-lhe a alma, quase sempre com as mesmas frases: “Se queres saber a verdade segue o Mestre, ele é o verdadeiro caminho, nenhum outro caminho leva ao Pai Eterno senão o Dele”.

Foi um seguidor assíduo, e recordava-se de como nesse dia se aproximou do Mestre. Muito vagarosamente, quase com medo de ser rejeitado. Estudou qual a melhor maneira, seguindo o que lhe ditava o seu espírito, e foi-se aproximando até que o tocou.

Quando Jesus sentiu que alguém o tinha tocado voltou-se, vendo Judas sorriu-lhe, foi quando tomou coragem, e sem perder tempo lhe disse: – Sei quem és e de onde vens, tu vens do Reino Imortal de Barbelo, e não sou digno de pronunciar o nome daquele que te enviou.

Jesus sorriu-lhe e disse: – Tu és o Iscariote, discípulo de João, desde há muito que espero por ti, vem e segue-me.

Desde esse dia, Jesus acolheu-o como um amigo, pouco tempo depois como discípulo e a partir daí os dois tornaram-se inseparáveis.

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m dia Judas Iscariote teve um sonho. Nesse dia levantou-se muito antes que os dourados raios do sol começassem a pintar o horizonte para perfumar a terra. Estava nervoso. Havia algo de premonitório com esse seu sonho, estava preocupado.

Desejoso de se encontrar com o Mestre, esperou-o em desespero. As horas teimosas não corriam como normalmente, pareciam paradas e o seu sofrimento aumentava.

O Sol sempre no mesmo cantinho, como se tudo estivesse conspirando contra ele, o vento nem soprava, nem uma nuvem no céu, tudo parecia parado.

Ele continuava embebido no seu sonho, algo lhe dizia que alguma coisa se iria passar. Era um presságio? Que poderia significar tudo isso?

Qual o motivo desse sonho?

O Sol já ia quase perpendicular, era um pouco antes do meio-dia, quando finalmente se encontrou com o Mestre.

Contou-lhe o seu sonho, dizendo-lhe como tudo isso o acompanhou, como se de um fantasma se tratasse, martirizando-o por toda a noite:

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– Mestre, sonhei que Tu e um anjo, do qual o nome nunca me foi revelado no sonho, me levaram pelas mãos a uma estrela muito distante. Ao chegarmos lá vi que todo o meu corpo era formado de luz, uma luz clara e brilhante, mas ao olhar para Ti, vi que a Tua era a luz mais bela que iluminava todo o firmamento, e não só irradiava luz como também irradiava um êxtase de amar e paz. À volta da tua cabeça tinhas uma coroa de rosas brancas e puras, delas saía uma outra luz focando os Céus em forma de raios, fazendo uma gigantesca coroa no imenso Universo.

Ao nosso lado seguia uma outra luz, era a luz do anjo que nos acompanhava, era como uma lua de guia, mas ele não tinha coroa nem asas como descrevem nos livros. A sua túnica era de um linho muito branco e fino, tão delicada como jamais alguma vez vi. Do seu corpo vibrava uma música, muito harmoniosa e pura, semeando paz e castidade por onde passávamos.

Esse anjo mostrou-me os 365 universos, com todas as belezas que circulavam à sua volta, e mesmo visto de longe não encontro palavras para Te descrever tudo o que me foi mostrado e revelado neste sonho.

Disse-me que era tudo criação do Pai, que tudo isso estava lá desde o princípio do princípio dos tempos. O anjo levou-me a uma estrela, que, segundo ele, estava esperando por mim desde que foi criada. E disse-me: “Esta estrela um dia será a tua residência”.

Quando chegámos, tudo era formoso, estávamos a flutuar no ar, como se não tivéssemos peso algum. Até onde a minha vista alcançava via uma grande imensidão de anjos cantando: 28

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Deus Pai Omnipotente, Fonte do amor, Criador absoluto do Universo, Luz amor e paz.

Outros acompanhavam com harpas de cordas de ouro, instrumentos brilhantes e belos, violas incrustadas de pérolas, flautas do mais puro marfim e muitos outros instrumentos nunca vistos por estes pobres olhos, que por isso não lhes pode dar nome.

Eram todos belos e brilhantes, emitindo uns sons que se expandiam no firmamento, sincronicamente, fazendo uma sinfonia belíssima.

Não haverá humano que alguma vez possa imitá-la com instrumento algum.

Toda essa sinfonia, era tão melodiosa que somente escutando éramos levados até o infinito.

Disse-me o anjo que todas essas ondas de sons harmoniosos iam-se incrustar aos corações de cada humano, a uns mais do que outros, deixando lá o selo da existência e do Poder Divino.

Ao fundo, como numa planície sem limites, formavam uma grande multidão até que se perdiam de vista.

Estes anjos estavam alinhados como grandes exércitos, parecendo dividir-se em legiões. Como legiões, cada uma delas vestia túnicas de diferentes cores. As cores que melhor pude distinguir foram: Azul celeste brilhante.

Verde-mar.

Rosado brilhante.

Branco.

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