Poemas
Edição: edições Parténon® Título: Poemas Autora: Maria Manuel Xisto de Sousa Monsanto Capa: Maria Manuela Frade Bruno de Sousa Paginação: Sítio do Livro 1.ª Edição Lisboa, Fevereiro de 2016 ISBN: 978-989-99472-5-2 Depósito legal: 402548/15 © Maria Manuel Xisto de Sousa Monsanto PUBLICAÇÃO:
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Maria Manuel Xisto de Sousa Monsanto
Poemas
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Introdução Maria Manuel Xisto de Sousa Monsanto nasceu na Figueira da Foz em 1956 e reside em Cascais há cerca de 35 anos. Foi para Angola em 1964 onde frequentou o Liceu Nacional Salvador Correia, em Luanda e publicou algumas das suas poesias no jornal “O ESTUDANTE”, órgão dos alunos deste Liceu, fundado em 9 de setembro de 1933. Fez parte da última equipa de “O ESTUDANTE”-1973-1974, e regressou a Portugal em 1984. Frequentou em Lisboa, os cursos do Instituto de Serviço Social e Sociologia que não terminou. Dedica-se atualmente à culinária e à cerâmica.
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Oferta Hoje amigo... Hoje é dia d’ofertar Não trago pão nem ouro ou prata nem sequer um manto a cobrir teu corpo nu Não… Comigo Só o desejo d’amar a ti… e tu mais além toda a gente. Apenas anseio uma vida mais humana… mais feliz! A ti criança vadia o olhar já maduro, cavado, esfomeado ofereço o campo verde, fresco, puro a primavera em flor e o luar nocturno. Talvez consigas amenizar o mundo! A ti Mulher angustiada o riso cristalino do teu filho Sereno como a madrugada Para ti Coração insensível, duro as dores de todos a recordar que não és tudo! E a ti, amigo ofereço a minha lealdade ainda que receba ingratidão… Indiferença. A ti militante ávido de sangue a paz contida na harmonia segura do universo e aqueles olhos suplicando mudos uma réstea de clemência Ainda para ti Estéril pobre sem sonhos minha dádiva de poesia simples e que um pouco de música vá alegrar tua alma inútil, fria! … 11
Poema com Amor a um Camarada Nas horas feitas de lágrimas habitadas em desespero A tua palavra amiga, camarada desabrochou a ternura Rejuvenesceram as raízes as mais profundas as verdadeiras Hoje minha mão imatura sim na tua é flor, esperança, cravo rubro Um beijo camarada Com amor É longo o caminho paciente, difícil, consciente mas firme eu sei Mas no momento convergente no espaço terra felicidade tornar-me-às MULHER CAMARADA
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Cantarei até que o sol se levante gritarei até que a voz me falte chorarei até que as lágrimas sequem cantarei até que se faça luz
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Aqui e agora No tempo e no espaço Contigo camarada por ti Homem Mulher e Criança Lutei e continuarei a lutar Olhos sem lágrimas por vezes calada Força nas mãos Dou vida à vida Na construção do Homem Novo Não há barreiras suficientemente fortes As correntes quebrar-se-ão na palavra Revolução
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Meu amor Quando todas as mãos se unirem no trabalho na construção de um mundo novo, Quando em cada face de criança resplandecer a alegria do novo dia Quando Mulher e Homem lado a lado no fundamental e concreto da vida estiverem unidos Quando não houver mais lágrima no mundo e sim a plenitude da vida porque lutamos
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Grito de Revolta Rebentar pelas correntes Comer um caco de vidro Matar a própria mãe Iludir o melhor amigo Dormir com o primeiro Homem Gritar até perder a voz Fugir para o Polo Norte Estar só no amazonas Dizer não ao único emprego Queimar com a ponta do cigarro Tomar os comprimidos da Farmácia Recusar o verdadeiro Amor…
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Ilusão Olhos líquidos de ternura Um sorriso franco, assim aberto Único verdadeiro Alegria repleta Tesoiro d’alma flor-botão A eclodir liberta Liberta… Um gesto no ar, incerto Buscar o desconhecido Mas confiadamente Correr… Cabelos lançados ao vento Cada passo Um sonho E o sol a arder bem cá dentro Num mundo de sensações Recordo Criança Como te perdi ? Ainda Uma vaga doce esperança Ressuscitar após O desalento, O viver ilusão (Quem a não vive ?) Criança… Quando te deixarei ? Hoje Amargurada… A dúvida… … encruzilhada Que me tornarei ? 17
Eu Beija-flor Pedra Gelo Vulcão Violeta Montanha Vidro Aço Fantasia Alucinação Ternura Ferro Água Betão Desejo Perdição
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Sou a calma nervosa estilhaรงada que verte abismos de sol poente Sou o fogo que afaga o lago azul/verde do mar Sou sim ! Sou e nรฃo sou
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