Os Números da Guerra

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OS NÚMEROS DA GUERRA CEP NAS TRINCHEIRAS DA FLANDRES FRANCESA (1917-1918) MANUEL DO NASCIMENTO

OS NÚMEROS DA GUERRA

(1917-1918)

MANUEL DO NASCIMENTO
CEP NAS TRINCHEIRAS DA FLANDRES FRANCESA
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FICHA TÉCNICA

título: Os Números da Guerra – CEP nas Trincheiras da Flandres Francesa (1917-1918)

autor: Manuel do Nascimento

edição: Edições Ex-Libris ® (Chancela do Sítio do Livro)

revisão: Patrícia Espinha

imagem de capa: Arnaldo Garcês (Trincheiras em Neuve-Chapelle 1917)

arranjo de capa: Ângela Espinha

paginação: Alda Teixeira

Lisboa, julho 2023

isbn: 978-989-9028-84-5

depósito legal: 516027/23

© Manuel do Nascimento

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publicação e comercialização: www.sitiodolivro.pt publicar@sitiodolivro.pt

(+351) 211 932 500

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Obras do mesmo autor

– Présence Française au Portugal (versão francesa), Paris, 2023

Présence Portugaise en France (versão francesa), Paris, 2022

Da ditadura ao Estado Novo (1926-1974), Lisboa, 2022

– O 9 de Abril de 1918 foi um desastre? Lisboa, 2021

– Chronologie Commentée de Napoléon 1769-1821 (versão francesa), Paris, 2020

– Por Uma Vida Melhor – Memória de Vivências, Lisboa, 2020

– Les Oubliés de la Guerre des Flandres – Les soldats portugais dans la bataille de La Lys – 9 avril 1918 (versão francesa), Paris, 2018

– Nem tudo acontece por acaso, Colibri, Lisboa, 2017

– Histoire du Portugal – Une chronologie (versão francesa), Paris, 2016

– Première Guerre Mondial (centenaire 1914-2014), Les Portugais des tranchèes et la main d’œuvre portugaise à la demande de l’État français (versão francesa),

Paris, 2014

História de Portugal – Uma cronologia (versão francesa), 3 volumes, Lisboa, 2013

– D. Afonso Henriques – Assim Nasceu Portugal, Leiria, 2012

– Troisième Invasion Napoléonienne – Bicentenaire 1810-2010 (versão francesa), Paris, 2010

– Revolução dos Cravos em Portugal – Cronologia de um combate pacífico (versão bilingue português/francês), Paris, 2008

A Batalha de La Lys – 9 de abril de 1918 (versão bilingue português/francês),

Paris, 2008

Em Luta contra o Estado salazarista, Norton de Matos, uma certa ideia de Portugal (versão bilingue português/francês), Paris, 2007

– Cronologia da História de Portugal (versão bilingue português/francês), Paris, 2001

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PREÂMBULO

Cada livro tem uma alma, a de quem o escreve e a de quem o lê. Depois da conferência de Berlim 1884/1885, a Alemanha esforçou-se por construir um império colonial: em 1898 (30 de agosto), com a assinatura de um tratado (dito secreto) entre a Inglaterra e a Alemanha, prevendo a partilha de Angola e de Moçambique entre elas; depois entre 1912-1913, onde a Inglaterra e a Alemanha concluíam acordos secretos sobre a partilha das colónias portuguesas.

A ameaça era real, mas com o desencadear da própria guerra em 1914, esses acordos anglos-germânicos nunca chegaram a concretizar-se.

Em 1914, o governo democrático português era chefiado por Bernardino Machado.

A Primeira Grande Guerra deflagrou na Europa nos primeiros dias de agosto de 1914, onde se iniciou com a invasão da Bélgica pela Alemanha a 2 de agosto. A 4 de agosto, o governo inglês entrega uma nota ao governo alemão em que declarava defender a neutralidade da Bélgica e a observação do Tratado de Francfort de 1871, do qual a Alemanha era igualmente signatária.

Segundo o diplomata português Teixeira Gomes em Londres, este recebeu indicações do governo inglês que pedia com instância ao governo português para se abster de publicar qualquer declaração de neutralidade, sendo que esta posição se manteve (nem neutral, nem beligerante) até 9 de março de 1916, no âmbito ao apresamento dos navios alemães surtos nos portos portugueses, a Alemanha declara guerra a Portugal.

Depois da implantação da República, Portugal conhecia a ambição do rei Afonso XIII de Espanha em anexar Portugal, mas contava também com o apoio da Inglaterra. Portanto, Portugal sabia que a entrada no conflito ao lado dos Aliados era uma garantia de proteção contra as pretenções espanholas.

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A estratégia intervencionista de Bernardino Machado era a de assegurar os objetivos nacionais, a integridade do império e um lugar no concerto das nações e a consolidação da República Portuguesa.

A guerra em Angola e Moçambique começou bastante cedo, porque a Alemanha instalara-se nos territórios vizinhos das colónias portuguesas. As primeiras expedições portuguesas para Angola e Moçambique partiram de Lisboa a 11 de setembro de 1914, apenas um mês depois da invasão da Bélgica pela Alemanha, onde o primeiro incidente de guerra entre Portugal e a Alemanha aconteceu a 24 de agosto de 1914 na guarnição portuguesa de Maziúda no norte de Moçambique, que é atacada por forças alemãs da vizinha África Oriental alemã.

O incidente de Naulila a 19 de outubro de 1914 e o ataque alemão a Cuangar a 30 de outubro deixa bem claro que o inimigo eram as tropas alemãs.

A ação das tropas alemãs no interior de Moçambique estendeu-se até aos finais de setembro de 1918.

8 Manuel do Nascimento
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OS NÚMEROS DA GUERRA

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CEP NAS TRINCHEIRAS DA FLANDRES FRANCESA (1917-1918)
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PORTUGAL NA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL TEATRO DE OPERAÇÕES EUROPEU (1914-1918)

1916 – O ano da organização do CEP para França

A Mobilização Militar

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Em 1917, o CEP ficava com a seguinte organização: Quartel-General do Corpo

Quartel-General da 1.ª Divisão

Quartel-General da 2.ª Divisão

Infantaria:

1.ª, 2.ª, 3.ª, 4.ª, 5.ª e 6.ª Brigadas Cada Infantaria englobando um Quartel-General; 4 Batalhões de Infantaria e uma Bateria de Morteiros Ligeiros de 75 mm

1.ª Brigada (da 1.ª Divisão):

Era constituída pelo Batalhão de Infantaria n.º 21 (Covilhã); Batalhão de Infantaria n.º 22 (Portalegre); Batalhão de Infantaria n.º 28 (Figueira da Foz) e Batalhão de Infantaria n.º 34 (Mangualde)

2.ª Brigada (da 1.ª Divisão):

Era constituída pelo Batalhão de Infantaria n.º 7 (Leiria); Batalhão de Infantaria n.º 23 (Coimbra); Batalhão de Infantaria n.º 24 (Aveiro) e Batalhão de Infantaria n.º 35 (Coimbra)

3.ª Brigada (da 1.ª Divisão):

Era constituída pelo Batalhão de Infantaria n.º 9 (Lamego); Batalhão de Infantaria n.º 12 (Guarda); Batalhão de Infantaria n.º 14 (Viseu) e Batalhão de Infantaria n.º 15 (Tomar)

4.ª Brigada (da 2.ª Divisão):

Era constituída pelo Batalhão de Infantaria n.º 3 (Viana do Castelo); Batalhão de Infantaria n.º 8 (Braga); Batalhão de Infantaria n.º 20 (Guimarães) e Batalhão de Infantaria n.º 29 (Braga)

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5.ª Brigada (da 2.ª Divisão):

Era constituída pelo Batalhão de Infantaria n.º 4 (Faro); Batalhão de Infantaria n.º 10 (Bragança); Batalhão de Infantaria n.º 13 (Vila Real) e Batalhão de Infantaria n.º 17 (Beja)

6.ª Brigada (da 2.ª Divisão):

Era constituída pelo Batalhão de Infantaria n.º 1 (Lisboa); Batalhão de Infantaria n.º 2 (Lisboa); Batalhão de Infantaria n.º 5 (Lisboa) e Batalhão de Infantaria n.º 11 (Évora)

Artilharia:

1.º, 2.º, 3.º, 4.º, 5.º e 6.º Grupos de Baterias de Artilharia

Cada Grupo englobando 3 Baterias de 8 Peças de 75 mm e uma Bateria de 4 Obuses de 114 mm

1.ª, 2.ª, 3.ª, 4.ª, 5.ª e 6.ª Baterias de Morteiros Médios de 152 mm

1.ª e 2.ª Baterias de Morteiros Pesados de 236 mm

Engenharia:

Companhia de Telegrafistas de Corpo

1.ª e 2.ª Companhias Divisionárias de Telegrafistas

Secção de Telegrafia sem Fios englobando 2 subsecções divisionárias

1.ª e 2.ª Companhias de Sapadores de Corpo

1.ª, 2.ª, 3.ª, 4.ª, 5.ª e 6.ª Companhias Divisionárias de Sapadores Mineiros

Secção de Pombais Militares

Batalhão de Mineiros

1.º e 2.º Grupos de Companhias de Pioneiros

Metralhadoras:

1.º, 2.º, 3.º, 4.º, 5.º e 6.º Grupos de Metralhadoras, cada um englobando 2

Baterias de Metralhadoras Pesadas de 7,7 mm

Serviço de Saúde:

1.ª, 2.ª, 3.ª, 4.ª e 5.ª Ambulâncias

1.ª e 2.ª Colunas Automóveis de Transporte de Feridos

1.ª, 2.ª, 3.ª, 4.ª, 5.ª e 6.ª Secções Hipomóveis de Transporte de Feridos

14 Manuel do Nascimento
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Outros:

Grupo de Esquadrões de Cavalaria, transformado em Grupo de Companhias de Ciclistas

1.ª e 2.ª Secções Divisionárias de Observadores

1.ª e 2.ª Secções Móveis Veterinárias

1.º e 2.º Trens Divisionários

1.º e 2.º Grupos Automóveis

1.ª e 2.ª Companhias de Serviços Auxiliares

Base de Retaguarda:

Quartel-General da Base

1.º, 2.º e 3.º Depósitos de Infantaria

Depósito de Cavalaria

Depósito de Remonta

Depósito Misto

Depósito(s) Disciplinar(es)

Tribunal de Guerra da Base

C.M.C.A.

Hospital Cirúrgico

Hospital de Medicina e Depósito de Convalescentes

Estação de Evacuação

Depósito de Material de Engenharia

Depósito de Material de Guerra

Depósito de Material Sanitário

Depósito de Material Veterinário

Depósito de Material de Subsistências

Depósito de Material de Fardamento e Aquartelamento

Depósito de Material de Bagagens

Oficina de Montagem de Munições de 75 mm

Corpo de Artilharia Pesada:

Englobando 2 grupos, cada um com uma Bateria de Obuses de 233 mm;

uma Bateria de Obuses de 202 mm e uma Bateria de Obuses de 152 mm

Os Números da Guerra Flandres Francesa 1917-1918 15
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Batalhão de Sapadores de Caminhos de Ferro

Companhia de Projetores de Campanha

Foi ainda também criado um Corpo de Aviação que não chegou a ser ativado, sendo os seus pilotos integrados em unidades de aviação britânicas e francesas.

Através de uma convenção celebrada em 3 de janeiro de 1917, o Corpo Expedicionário Português (CEP) ficou subordinado à British Expeditionary Force (BEF).

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Quadro efetivo do CEP de 9 de abril de 1918

Corpo Expedicionário Português (CEP) 9 abril de 1918

1.ª Divisão

General Gomes da Costa

1.ª Brigada B.I. 21 Covilhã

B.I. 22 Portalegre

B.I. 28 Figueira da Foz

B.I. 34 Mangualde

2.ª Brigada B.I. 7 Leiria

B.I. 23 Coimbra

B.I. 24 Aveiro

B.I. 35 Coimbra

3.ª Brigada B.I. 9 Lamego

B.I. 12 Guarda

B.I. 14 Viseu

B.I. 15 Tomar

CEP

2.ª Divisão

General Simas Machado ... General Gomes da Costa (por interino)

9 de abril de 1918 (Batalha de La Lys)

4.ª Brigada B.I. 3 Viana do Castelo

B.I. 8 Braga

B.I. 20 Guimarães

B.I. 29 Braga

5.ª Brigada B.I. 4 Faro

B.I. 10 Bragança

B.I. 13 Vila Real

B.I. 17 Beja

6.ª Brigada B.I. 1 Lisboa

B.I. 2 Lisboa

B.I. 5 Lisboa

B.I. 11 Évora

B. I. Batalhão de Infantaria

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QUADRO 1

Quadro efetivo do CEP de 9 de abril de 1918 (2.ª Divisão)

Fonte: “A Batalha de La Lys” General Gomes da Costa

QUADRO 2

Quadro efetivo do CEP de 9 de abril de 1918 (Efetivos de Mobilização da Divisão Reforçada)

Fonte: “A 2.ª Divisão Portuguesa na Batalha de La Lys” Major Vasco Lourenço

QUADRO 3

Efetivos da 2.ª Divisão

Fonte: General Gomes da Costa (Batalha de La Lys), pág. 34

a 9 de abril de 1918

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Pág. 34 Oficiais Praças Total 627 18.000 18.627 Pág. 43 689 20.350 21.039
Pág. 53 Oficiais Praças Total 1.102 25.582 26.684 Pág. 43 689 20.350 21.039
Oficiais 627 Praças 18.000 Efetivos
Faltas Oficias 400 Praças 7.000 Preview
Os Números da Guerra Flandres Francesa 1917-1918 19 QUADRO 4 Efetivos da 2.ª Divisão Fonte: General Gomes da Costa (Batalha de La Lys), pág. 43 Oficiais 689 Praças 19.374 Efetivos a 9 de abril de 1918 Oficiais Praças Faltas Oficias 413 Praças 6.208 QUADRO 5 Efetivos da 2.ª Divisão Fonte: Major Vasco de Carvalho (2ª Divisão na Batalha de La Lys), pág. 53 Oficiais 1.102 Praças 25.582 Efetivos a 9 de abril de 1918 Oficiais 689 Praças 19.374 Faltas Oficias 413 Praças 6.208 QUADRO 6 Efetivos do CEP Fonte: Costa Dias (Flandres), pág. 270 Oficiais 3.404 Praças 61.762 Efetivos a 9 de abril de 1918 Faltas Oficias Praças Preview
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Os Números da Guerra Flandres Francesa 1917-1918 21
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Mapa de França (Flandres – teatro das operações)

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