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António Luís de Sousa Henriques Seco nasceu na Casa de Antuzede (arredores de Coimbra), em 22 de janeiro de 1822, e faleceu em Coimbra, em 4 de dezembro de 1892. Doutorado em Direito em 1843, só em 1855 foi despachado Lente substituto, alcançando em 1861 a cátedra de Direito Penal. De 1881 até à sua jubilação, em 1885, foi Diretor da Faculdade de Direito. Publicou diversas obras jurídicas, em especial no domínio do Direito Penal, mas também da História do Direito, Direito Romano e Administração Pública. Por escolha da Junta Governativa do Porto (1847), exerceu funções de Governador Civil de Coimbra, cargo que voltou a desempenhar, após a Regeneração, em 1851 e em 1853-1854. Presidente da Câmara Municipal de Coimbra, em 1862-1863. Eleito diversas vezes Deputado às Cortes (1845, 1857, 1858, 1860), pelo Partido Histórico, com intervenções em defesa dos interesses da região de Coimbra, e como convicto defensor da abolição da pena de morte. Foi nomeado Par do Reino, em 1881. Ingressou na Maçonaria, em 1844, na loja Filadélfia, com o nome simbólico de Viriato, e na Carbonária Lusitana, em 1848, com o nome de Cicioso. Colaborou nos jornais A Oposição Nacional (em 1844), O Observador (de 1847 a 1854), O Conimbricense (em 1854 e 1855), A Época (em 1856), O Constitucional (em 1859), O Progressista (em 1871) e na Revista de Legislação e de Jurisprudência (de 1871 a 1876). Foi sócio do Instituto de Coimbra. Em 1880 e 1889 editou os dois volumes das suas Memórias do Tempo Passado e Presente para Lição dos Vindouros. Legou a sua valiosa biblioteca à Câmara Municipal de Coimbra, com o propósito de servir de fundamento à criação de uma Biblioteca Municipal.
António Luís de Sousa Henriques Seco, Presidente da Câmara Municipal de Coimbra (1863).
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Joaquim Martins de Carvalho
Os Assassinos da Beira
No bicentenário do nascimento de Joaquim Martins de Carvalho (Coimbra, 1822 - 1898), após a reedição dos seus Apontamentos para a História Contemporânea (1868) e, em anexo, de A Nossa Aliada! (1883), coloca-se ao dispor do público a sua última recolha de textos: Os Assassinos da Beira - Novos Apontamentos para a História Contemporânea (1890), retrato fiel da sua corajosa e pertinaz campanha na imprensa (O Observador e O Conimbricense) contra o banditismo que, após o termo da guerra civil, grassou na Beira, muitas vezes com o apoio das diversas forças políticas. Nessa campanha, o principal aliado de Joaquim Martins de Carvalho foi o Doutor António Luís de Sousa Henriques Seco (Antuzede, 1822 - Coimbra, 1892), também na imprensa, mas sobretudo como Governador Civil de Coimbra e Deputado às Cortes, do que deixou circunstanciado relato nos dois volumes das suas Memórias do Tempo Passado e Presente para Lição dos Vindouros (1880 e 1889), de que se reproduzem as passagens mais pertinentes.
Joaquim Martins de Carvalho
Os Assassinos da Beira Recolha de textos, introdução e notas por
Mário Araújo Torres
Joaquim Martins de Carvalho nasceu em Coimbra, em 19 de novembro de 1822, e aí faleceu em 18 de outubro de 1898. Órfão muito jovem, o regime de morgadio então vigente determinou que a parte substancial do património familiar fosse encabeçada no filho primogénito, Venceslau Martins de Carvalho. Como filho segundo, fora Joaquim Martins de Carvalho destinado à carreira eclesiástica, ao que ele resistiu. A sua única instrução formal consistiu na frequência, durante um ano, em 1833, da aula de Latim no Colégio das Artes, então dirigido pelos jesuítas. Deve-se ao seu abnegado esforço de autodidata, a aquisição de vastíssimos conhecimentos, sobretudo nas áreas da história e da bibliografia. Na sua juventude, exerceu as modestas profissões de empregado comercial e de latoeiro, que lhe valeu o epíteto de Doutor Latas ou Lord Latas. Convicto lutador liberal, esteve vários meses preso na cadeia do Limoeiro, em 1847, como membro do Partido popular (patuleio) contra o cabralismo. Depois de libertado, dedicou-se ao jornalismo, essencialmente no Observador (1847-1854), a que sucedeu, logo em janeiro de 1854, O Conimbricense, de que foi proprietário, diretor e principal redator, até à sua morte, em 1898. Liberal progressista, foi membro da Maçonaria e da Carbonária Lusitana. Foi promotor do associativismo, sobretudo no sentido do progresso económico da região de Coimbra e da defesa das classes laboriosas, nos domínios da instrução e do mutualismo. Foi membro de diversas instituições científicas, designadamente a Academia das Ciências de Lisboa e o Instituto de Coimbra. Em vida publicou dois livros, com seleção de artigos e estudos seus saídos em O Conimbricense: Apontamentos para a História Contemporânea e Os Assassinos da Beira.