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COM LUZ E SOMBRA SE TECEM AS MEMÓRIAS
Laura Teles tem como amiga a “mesa do canto" de um café que habitualmente frequentava. Depois de assistir à morte dramática do companheiro, em África, regressa a Portugal e com os pais compra uma pequena herdade no Baixo Alentejo, próximo de Baleizão. Com o passar dos anos descobre que ainda é possível amar.
COM LUZ E SOMBRA SE TECEM AS MEMÓRIAS ROMANCE
CARMO BAIÃO
Maria do Carmo Morais Baião, natural de Baleizão em Beja, nasceu a 3 de Janeiro de 1960. Estudou Jornalismo no CenJor no Porto, e posteriormente concluiu o curso de Turismo em Viana do Castelo. Mas foi no hospital Amadora-Sintra que desenvolveu a sua actividade profissional durante duas décadas. Ao trabalhar nesta unidade hospitalar com pessoas das mais variadas faixas etárias, fragilizadas física e psicologicamente, despertou nela o verdadeiro significado da condição humana, alertando-a para uma sociedade cada vez mais desumanizada onde velhos e crianças são vistos como um empecilho às sociedades modernas. Em setembro de 2019 apresentou o seu primeiro livro de prosa poética intitulado “Dançam Corpos em Almas Inquietas" publicado pelas edições Vieira da Silva.
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luz e sombra se tecem as memórias Baião edição: Edições Vírgula® (Chancela Sítio do Livro) autor: Carmo
capa:
Ângela Espinha Paulo Resende
paginação:
1.ª edição Lisboa, abril 2021 isbn:
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título: Com
978‑989-8986-40-5 480932/21
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depósito legal:
© Carmo Baião
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“A memória é essencial, visto que a literatura está feita de sonhos e os sonhos fazem-se combinando recordações.” José Luís Borges
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"Tu eras também uma pequena folha que tremia no meu peito. O vento da vida pôs-te ali. A princípio não te vi: não soube que ias comigo, até que as tuas raízes atravessaram o meu peito, se uniram aos fios do meu sangue, falaram pela minha boca, floresceram comigo.” Pablo Neruda “Os versos do Capitão”
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Capítulo 1
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Um homem alto, magro, de tez morena, olhos muito negros, queixo aquilino, cabelos grisalhos, mostrando já alguns sinais de calvície e impecavelmente barbeado, aproximou-se da mesa do canto do café Central. Afastou suavemente a cadeira onde se veio a sentar, puxando-a depois para a frente com os mesmos gestos delicados. A mesa olhava-o de soslaio. Quem seria esta criatura que de ar enigmático pousava gentilmente os antebraços sobre si? Conhecedora de todos os frequentadores daquele espaço só podia concluir que era um cliente de passagem. O homem sentou-se e pediu um café. De facto, era a primeira vez que entrava naquele bar, preferia espaços abertos, ao ar livre, onde pudesse perscrutar o pulsar da vida, depois de passar dias a fio encerrado em salas de aulas e bibliotecas. A mesa voltou a espantar-se com a delicadeza daqueles dedos distintos e esguios. Não resistiu a tanta gentileza e deixou sair um desabafo. – Quem me dera que todos os clientes me tratassem assim, com bons modos. Nota-se que o senhor respeita e dá valor às coisas mais simples, como eu, uma simples mesa de café. E continuou: – Aqui do lugar onde me encontro já presenciei conversas de alcoviteiras, namoros felizes, relações desavindas, casamentos 9
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que acabam, advogados de ambas as partes que aqui se reúnem para tentarem acordos milionários, pessoas que não aguentam a crise e são obrigadas a fecharem as suas lojas, outras que tentam recomeçar. Enfim vidas que a vida dá muitas voltas. Você por exemplo deve achar-me completamente doida varrida, aposto que em toda a sua vida nunca ouviu os lamentos de uma mesa de café prestes a entrar em depressão. (bem sei que as mesas não falam, na realidade só o Homem tem o dom da palavra). – Compreendo muito bem o seu estado de espírito, assegurou o desconhecido. Atónita, a mesa estremeceu. Não esperava que um humano falasse com ela e muito menos com tanta amabilidade! Foi então que o seu interlocutor, lhe explicou que havia vários tipos de realidade. Mesmo entre dois seres humanos, perante a mesma situação, pode haver duas realidades distintas. E que apesar do Homem ler, escrever e falar várias línguas, ainda não aprendeu a utilizar este meio, a fala, de que só ele é capaz, para sanar conflitos e feridas, preferindo recorrer aos actos mais primitivos como imposição das suas ideias através do medo, das guerras e de outras formas de coação. A mesa, de olhos esbugalhados, encheu orgulhosamente o peito de ar e exclamou: – Então acredita em mim! Finalmente tinha encontrado uma pessoa com quem podia partilhar os seus sentimentos. – Mas é claro que acredito, e tem todos os motivos para se sentir orgulhosa. Sabe que a beleza está muitas vezes na simplicidade das coisas. Da forma como a vemos. Mas deixemo-nos de filosofias e passemos às apresentações, rematou o cavalheiro. 10
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– Chamo-me Afonso Domingos e ironicamente sou professor de filosofia. – Muito prazer, respondeu a mesa, infelizmente não preciso de um filósofo, mas sim de um psiquiatra. Acho que me chamo Canto, disse atabalhoadamente, pois em toda a sua vida era a primeira vez que se interessavam por ela. – Acha? Não tem, portanto, a certeza de ser esse o seu nome? – Bom, desde que para aqui vim, já lá vão duas dezenas de anos, que me arrumaram neste canto e sempre que os proprietários se referem a mim dizem que é para a mesa do canto, daí deduzir que é esse o meu nome. – Bem pensado, sim senhor, mas diga-me porque necessita de um psiquiatra, inquiriu o filósofo com alguma curiosidade. – Então não foi o senhor que começou esta conversa dizendo que o ser e o não ser existem? Ora aí está, eu também sou sensível a tudo o que me rodeia, desde as injustiças sociais à falta de valores. Muitas das pessoas que aqui se sentam ou falam das suas infelicidades, ou então cortam na casaca de conhecidos e amigos. Ninguém fica impune, nem o governo, nem os clubes de futebol. Aqui tudo serve de discussão. Tudo é esmiuçado até à exaustão. Agora imagine o senhor professor como está a minha pobre cabeça, lastimou-se Canto. – Por exemplo está a ver aquele casal, acolá na mesa quadrada? – Qual? Perguntou o professor levantando as sobrancelhas. – Aquele alto, loiro, com a barba ligeiramente por fazer e com camisa azul, acompanhado daquela jovem mulher de cabelos compridos e ondulados com algumas nuances loiras? insistia a mesa. – Sim, sim estou a ver, o que têm eles? 11
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– Não sei explicar. São diferentes, pronto. Ele há muito que aqui vem, mora perto, conheço a família, tem sotaque estrangeiro porque esteve muito tempo ausente de Portugal, agora a mulher, raramente aparecia por aqui. Andam sempre com livros e dossiers atrás. Normalmente escolhem-me, mas hoje como estava aqui o senhor professor, ficaram lá fora. Bem que eu faço os possíveis para perceber alguma coisa do que dizem, mas falam tão baixinho e os meus ouvidos já não são o que eram! Lamentou-se. O filósofo, que ouvira atentamente o desabafo da mesa, respondeu-lhe com a serenidade de mestre entendido nestes problemas existenciais. – Cara amiga, vou dar-lhe um conselho. Sempre que se sentir triste, deprimida, pense mais em si e no ser maravilhoso que é. Deixe os outros. Abstraia-se das suas conversas a maior parte são de escárnio e maldizer e preocupe-se mais consigo. Aposto que hoje ainda não se viu ao espelho, porque se o tivesse feito via em si um brilho e uma suavidade invejáveis. Alheie-se dos que aqui se sentam com maus pensamentos e procure tirar partido daqueles que a procuram com alegria no rosto, com harmonia na alma. Vai ver que encontrará a sua paz interior. A mesa emocionada e com os olhos a lacrimejarem agradeceu tamanha amabilidade. Finalmente sentia-se importante! De simples objecto passou a senhora dona Canto! E tudo isto graças a este homem, a quem ela assegurou ter uma dívida de gratidão para o resto da vida. Afonso Domingos, por seu lado, prometeu visitá-la mais vezes.
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Capítulo 2
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Para Henry, os dias pareciam-lhe todos iguais. Aquela era mais uma manhã em que se dirigia ao centro da vila que o viu nascer, mas também o viu partir ainda muito criança, para uma longa travessia no deserto. Essa passagem custou-lhe quarenta e dois anos de vida, um casamento falhado e o regresso sem fama nem glória à sua terra natal. Todavia este afastamento deu-lhe também sabedoria, conhecimento, paciência e astúcia para lidar com situações adversas, mas deu-lhe também prudência. Em excesso, talvez, levando-o a fechar-se na sua própria concha. E porque o mundo é composto de mudança muitos governos mudaram e com eles mudaram muitas políticas sociais, económicas, de saúde e educação. O nosso homem, habituado a percorrer meio mundo tinha plena consciência deste estado de coisas. Contudo não podia ficar indiferente à desertificação da sua vila, outrora famosa pelo clima excepcional, rico em iodo, eficaz contra os problemas de ossos. Apesar de não ser uma praia de banhos com extenso areal, devido aos muitos rochedos, durante os meses de verão era procurada por pessoas mais idosas que vinham de vários pontos do país em busca de uma cura milagrosa. Para isso em muito contribuíram os dois melhores hospitais ortopédicos que havia na altura, e as longas horas passadas sobre as rochas da praia. 13
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Nos dias que correm, a vila e a praia quase perderam o estatuto muito por culpa da ação do Homem sobre a Natureza. À semelhança do que acontece um pouco por todo o país, também este pequeno oásis estava a envelhecer. O comércio tradicional desapareceu devido a rendas exorbitantes que os comerciantes têm que pagar por um exíguo espaço, daí que o encerramento de lojas, aconteça a um ritmo alucinante. Em contrapartida proliferam as grandes superfícies e lojas chinesas. Privilegiando o que é genuinamente português ou não fosse ele um acérrimo defensor da cultura portuguesa além-fronteiras não ficou indiferente a tamanha mudança. Os olhos dele brilharam ao avistar Laura. Como estava só, sentado numa cadeira de Canto, esperava que ela viesse fazer-lhe companhia, contudo, Laura escolheu outra mesa. Depois das habituais saudações pediu um café. Henry, desapontado, deitou-lhe um olhar interrogatório, como se perguntasse o porquê deste afastamento. Não se viam há alguns dias. Ele sentia saudades da forma jornalística (na opinião dele) como era confrontado com os mais diversos assuntos. Embora a vontade de se aproximar dela fosse muita, o bom senso dizia-lhe para se deixar ficar. Rapidamente Canto foi invadida por outros amigos de Henry, enquanto ele, por seu lado, permanecia ausente nas conversas. Canto observou o desapontamento do homem. Também ela, já se habituara a ver os dois juntos, carregados de livros filosofando sobre coisas incompreensíveis para um simples não-ser, que afinal também era ser. Este casal era o único que lhe fazia sentir o bater do coração, se é que matéria tem coração… – Henry está tudo bem consigo? Perguntou Matilde que não 14
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estava habituada a grandes silêncios do amigo. – Sim, está tudo bem, limitou-se a responder. – Hoje o Henry está tão taciturno, observou Teresa. E com toda a delicadeza que lhe era conhecida, conseguiu arranjar uma forma elegante de escapar a um possível e desconfortável interrogatório. Desculpando-se com assuntos importantes que teriam de ser tratados impreterivelmente naquele dia, despediu-se de todos e saiu. Nessa noite, não conseguiu dormir. Pela sua cabeça passou um turbilhão de perguntas. E logo ele que nunca fugira a desafios. Mas este envolvia uma mulher e ele sentia-se pouco à vontade quando se encontrava a sós com o sexo oposto, particularmente se correspondia ao seu conceito de mulher ideal. Com meio século de vida as mulheres continuavam a intimidá-lo. As mulheres, sempre as mulheres!
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Capítulo 3
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Henry e Lizzie, uma inglesa, conhecerem-se através de amigos comuns. Embora a rapariga o tentasse evitar ele nunca desistiu, até conseguir um encontro a dois. A sua pele muito branca realçando dois enormes olhos azuis, cativavam-no. Mas eram os seus seios, fortes, rijos e pontiagudos, parecendo apontar em sua direcção, que o faziam delirar. De noite sonhava que os tocava e se apoderava deles fazendo-os florir. Via em Lizzie uma alma livre despida de preconceitos e não só, também liberta de alguma roupa interior, nomeadamente o sutiã, deixando os homens de queixo caído e entregues a ideias e fantasias pecaminosas. Mas tudo isto o encantava. Por sua vez, ela embora não simpatizasse de imediato com o português, a sua paciência e elegância acabaram por conquistá-la. Elizabeth Sunders, ou Lizzie como a família e amigos a tratavam, tinha na altura vinte e quatro anos. Formada em belas artes, as suas principais paixões eram desenhar retratos a carvão, pintar gravuras com temas polémicos e andar a cavalo. Vivia com os pais numa luxuosa casa em Hampstead, um dos bairros mais chiques da capital londrina. Seu pai pertencia ao corpo diplomático britânico representado em Pretória, onde se encontrava por um período de cinco anos. Lizzie, filha única do casal, estava assim habituada a ter 17
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uma vida faustosa e glamorosa, em que os seus desejos rapidamente eram satisfeitos, devido à bolsa recheada dos pais. Após um namoro relâmpago, de três meses, casaram. A lua de mel foi passada numa ilha paradisíaca da Tailândia, oferta dos pais de Lizzie. Henry, lembra-se de na altura ter aceitado a oferta deveras constrangido, pois não queria de forma alguma que os sogros pensassem que era um oportunista, um caça fortunas. Quando regressaram da viagem começaram os problemas. Os pais à revelia de Henry compraram-lhe um requintado apartamento na cidade e um carro novo. Este, mostrou de imediato o seu desagrado, e informou os sogros de que a partir daquele momento ele e Lizzie, teriam uma vida de acordo com os seus rendimentos. A relação complicou-se mais quando a jovem esposa insistia em fazer várias viagens a Londres e a Paris. Henry acompanhou-a duas ou três vezes, mas depois teve uma longa conversa com ela, fazendo-a sentir que com o que ganhava não era possível fazer uma vida tão luxuosa. Lizzie amuava. Mas não se dava por vencida. Corria de seguida para casa dos pais queixando-se do avarento do marido e que assim não estava a aguentar, pois ele não lhe proporcionava a vida que ela sempre tivera. Os pais, depois de ouvirem as suas lamentações passavam-lhe mais um cheque de uma quantia simpática, o suficiente para Lizzie regressar a casa feliz. Sabendo que o marido não aprovava esta situação, abriu uma conta só em seu nome. Meses mais tarde Henry descobriu e foi motivo para mais uma discussão, das muitas que vinham a ter, numa tarde em que ela lhe comunicou que ia a mais uma vez a Londres. 18
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Nessa tarde, Henry finalmente percebeu que tinha cometido um grande erro casando-se com uma mulher mimada e egocêntrica. Lizzie, desculpando-se que o clima quente da África do Sul prejudicava a sua saúde, viajava com alguma frequência para a Europa. Entretanto os seus pais, também regressaram a Inglaterra. Foi num desses momentos, em que se encontrou sozinho na sua casa de Pretória, que Henry decidiu ter uma conversa telefónica com a mulher. Depois pegou numa pequena mala e saiu de casa. Elizabeth regressou a Pretória apenas para tratar das formalidades do divórcio, e vender a casa. Por seu lado Henry, refugiou-se num quarto de hotel até o sentimento de mágoa lhe passar.
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Capítulo 4
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Depois da separação, passou pela cabeça de Henry enveredar por outro caminho, talvez o de missionário. O divórcio deixou-lhe marcas difíceis de apagar. Um dia deslocou-se até St. Francis Bay (Baía de São Francisco) batizado por Bartolomeu Dias em 1488 (segundo F. s. capão), e do cimo de um rochedo atirou para o fundo do oceano todo o amor, paixão e raiva que lhe inflamavam o peito, jurando nunca mais voltar a apaixonar-se. Durante um longo período de reflexão, decidiu finalmente dedicar-se a alguns negócios que possuía no ramo informático e de telecomunicações, isto é, o lado mais racional do seu ser, lutando ao mesmo tempo pela sua “portugalidade”, pelo empenho na divulgação da cultura e bravura do povo lusitano que “por mares nunca dantes navegados, passaram inda além da Taprobana”. Passou a pente fino todos os livros sobre os descobrimentos portugueses. Procurou avidamente os mapas onde assinalou a passagem dos destemidos navegadores lusos. mostrar ao mundo que os portugueses são um povo de coragem, de determinação, de inteligência e de grande humanismo, muito diferentes de outros povos colonizadores. Sorriu ao concluir esta ideia. Tinha total convicção que Laura a refutaria, argumentando que não havia nem há colonizações pacíficas e que os europeus destruíram civilizações inteiras. 21