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título: O Valente
Soldado Lodião (De Janeiro de 1974 a Novembro de 1975) M. A. Soares edição: Edições Ex-Libris ® (Chancela Sítio do Livro) autor: João
Patrícia Espinha Paulo Resende capa: Ângela Espinha imagem de capa: Pormenor de um cartaz editado pela Comissão Organizadora das Comemorações do 25 de Abril, Dia da Liberdade, em 1979, sobre um desenho original de Dionísio Ferrador da Ponte, de 13 anos, que deu origem nesse ano a um postal ilustrado dos CTT revisão:
1.ª edição Lisboa, outubro 2020 isbn:
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paginação:
978‑989-8867-97-1 471105/20
depósito legal:
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© João M. A. Soares
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publicação e comercialização:
www.sitiodolivro.pt publicar@sitiodolivro.pt (+351) 211 932 500
NOTA: Por opção do autor, este livro foi impresso em papel de fibra virgem, de origem portuguesa e não respeita o Novo Acordo Ortográfico de 1990.
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(De Janeiro de 1974 a Novembro de 1975)
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PRÓLOGO
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Quando, em 2015, compilei os textos dispersos – e diversos – do Lodião Bíbulo (no Trequelambeco de Orelhas, editado em Setembro de 2016), “tropecei” em documentos que registam, quer em forma de diário não organizado quer em forma de relato ou notas soltas, as vivências do Lodião na sua passagem pelo serviço militar obrigatório (na “tropa” como se dizia na época) no período de Janeiro de 1974 a Novembro de 1975. As datas dizem tudo, ou muito, sobre o interesse desses registos. Notei, por outro lado, que o tempo entretanto volvido desdramatiza o que então parecia trágico e coloca na sua verdadeira dimensão muitos dos heróis da época. Mais me apercebi que talvez pelo facto de o Lodião Bíbulo ser um “maçarico” à data da maioria dos acontecimentos relatados e de ser pouco dado a grupos e “amizades castrenses”, alguns dos registos pessoais que deixou diferem, por vezes (poucas), de relatos que encontramos mais tarde, deixados também na primeira pessoa, por alguns dos protagonistas citados. Estes casos singulares – e a utilidade de comentar eventos posteriores de que tive conhecimento – são, pois, objecto de parágrafos ou notas minhas, no próprio texto, inseridas em itálico e terminadas com a indicação (NdA), ou seja, “Nota do Autor” (do Livro…).
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O que não há dúvida é que este período pôs fim às deambulações “artísticas” do Lodião para o ver reincarnado num novo personagem: o 146-69-7-69 (os espaços correspondem ao ritmo que o Lodião usava para memorizar este longo número de oito algarismos), cuja verve e cujo poder de observação me levaram a baptizar esta publicação – inspirada no título e na figura criada por Jaroslav Hasek – como, “O Valente Soldado Lodião”. Para garantir o completo e absoluto anonimato da pessoa que decidiu “esconder-se” por detrás do pseudónimo “Lodião Bíbulo” (cuja explicação e étimo coloquei no Prefácio do Trequelambeco), decidi recorrer à “falsidade electrónica” (ou, mais rigorosamente, à “falsidade digital”), hoje tão fácil de usar e algo com que os mais atentos se deparam, quase diariamente, nalguns meios formais e informais de Comunicação Social – e arranjei maneira de substituir a cara e os dados pessoais do Lodião pela minha cara e pelos meus dados, em todas as fotos e documentos onde eles constavam e que agora figuram no presente livro. No final e no respectivo Anexo podem os Leitores encontrar a cópia do original do “Relatório da Operação Fim Regime” (dactilografada e assinada em 29 de Abril de 1974 por Salgueiro Maia) – que já encontrei transcrita na notável e rigorosa Separata do jornal Público, que, sob a Direcção de José Manuel Fernandes, com coordenação de Adelino Gomes e com Carlos Beato (que acedeu a prefaciar a presente edição) como Consultor, foi publicada por ocasião dos 25 anos do 25 de Abril de 1974 – e a cópia do adiante mencionado “Caderno Reivindicativo da EPC” que é, ela própria, precedida por uma Nota Introdutória e Explicativa do respectivo Autor ( José Pestana), escrita propositadamente para esta publicação, mais de 46 anos depois e que ilustra com perfeição e humor umas quantas descrições do texto do Lodião.
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Decidi dispor ao longo do texto fotos de viaturas idênticas às que integravam a Coluna de Santarém (referidas nesta compilação) e também alguns documentos fotográficos em que o sujeito principal foi o Lodião. Não resisti a colocar também como Anexo um texto deste “autor/compilador”, publicado na Revista da CAP (e, por isso, com uma óbvia “conotação agro-florestal”) que redigi por ocasião dos 40 anos da mesma efeméride. No Epílogo encontram os Leitores mais pacientes umas quantas e justificadas Dedicatórias. Dou aqui natural destaque às que são destinadas ao ofensivo e descarado abandono a que ficou e está sujeito o espaço que serviu de palco a grande parte desta vivência do Soldado Lodião – a “Escola Prática de Cavalaria, em Santarém” –, e cujo estado merece ser visto in loco ou no inacreditável, verdadeiro e arrepiante programa “Abandonados”, da SIC, de 2015, disponível no Youtube. O conjunto corresponde, afinal, à homenagem discreta de um vulgar Autor a uma invulgar personagem que não desejo esquecer. João M. A. Soares
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PREFÁCIO
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Caros Leitores, Quis a generosidade do Autor que eu tivesse merecido ser desafiado para prefaciar a publicação das Memórias da sua (do Lodião…) passagem pela vida militar, enquanto Soldado Cadete, e Aspirante a Oficial Miliciano (ASPOFMIL) da Arma de Cavalaria, na EPC em Santarém onde viria, por mérito militar e pessoal, a ser o primeiro classificado na Especialidade de Carros de Combate M47. Fiz alguma resistência ao cumprimento de tão nobre e honrosa missão que me estava a ser solicitada, mas o Autor não me deu ouvidos. Ambos fomos Militares Milicianos na Escola Prática de Cavalaria, em Santarém. Ambos fomos Adjuntos do Grande Capitão Salgueiro Maia. O João no Esquadrão de Carros de Combate e eu no 1.º Esquadrão de Instrução, do Curso para Oficiais Milicianos.
Ambos participámos na “Operação Fim Regime” em 25 de Abril de 1974, em que, como é sabido, a Unidade Militar de Santarém teve um papel de grande destaque, contribuindo decisivamente para o fim da ditadura e para a devolução da Liberdade ao nosso Povo.
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Eu, como Comandante do 6.º Pelotão (que às ordens de Salgueiro Maia fez as rajadas de aviso para a fachada do Convento do Carmo) que na madrugada libertadora de Abril rumou a Lisboa. Ele e outros camaradas de armas, tiveram que ficar em Santarém, para assegurar a nossa retaguarda, caso a Operação Militar não tivesse o desfecho vitorioso que veio a ter. Ambos fomos “activistas” progressistas do processo de democratização das fileiras militares. O João mais ideólogo e eu mais operacional. A publicação em apreço não é apenas um relato da vida militar do seu Autor, mas antes, e também, o testemunho pormenorizado e objectivo das vivências do Autor, em especial no pós-25 de Abril, incluindo o chamado PREC em 1975 e a surpreendente presença de José Afonso e da “Vila Morena”, na EPC, após os insistentes pedidos do nosso Comandante Fernando José Salgueiro Maia.
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Devo testemunhar que foi um momento verdadeiramente inesquecível, a vários títulos, especialmente porque Zeca Afonso até não morria de amores por “fardas”. Passados mais de 40 anos, foi para mim gratificante recordar episódios vividos na primeira pessoa, muito bem documentados, belissimamente descritos e superiormente comentados. É um texto magnífico que não se limita a descrever a passagem pela “tropa”, mas antes também a ser acrescentador de um olhar crítico sobre a interação dos diversos agentes, no “Portugal de Abril Desamordaçado”, tenham sido eles protagonistas, civis, militares ou religiosos. Gostei, gostei mesmo muito, e fiquei ainda a apreciar mais a postura cívica, democrática e cidadã, do antigo ASPOFMIL de Carros de Combate, João Soares de seu nome, que de forma
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rigorosa, bem-humorada e esclarecedora, nos transporta para uma época em que os Militares Milicianos, é bom que se diga, ajudaram, e muito, a escrever as páginas do regresso de Portugal à Liberdade, após 48 anos de Ditadura.
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Foi bom ter podido falar e escrever não só sobre os tempos de tropa do Miliciano Soares, mas também lembrar o Camarada de Armas, o Engenheiro Agrónomo (e profissional Florestal…), João Soares, um Quadro Superior altamente qualificado, rigoroso, delicado, simples e que serviu este Portugal de Abril no Alto Cargo de Director Geral das Florestas, e lembrar especialmente o amigo clarividente, liderante e fraterno com quem foi grato partilhar tantos dias e algumas noites, na caminhada para os primeiros passos do renascimento da nossa Democracia. Parabéns Caríssimo Amigo João, muitos parabéns e obrigado por me teres dado a oportunidade de conhecer melhor as tuas memórias na “arte de bem cavalgar” na EPC em Santarém. Vivam os Militares Milicianos de Abril! Carlos Beato
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LODIÃO E A INFANTARIA
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(Os pontos e as descrições que se seguem decorrem de uma pesquisa exaustiva que fiz das notas, papéis soltos e correspondência para amigos, onde o Lodião Bíbulo foi descrevendo, sem cuidar de garantir um fio condutor, este novo período da sua vida.) (NdA). DE 14 DE JANEIRO A 14 DE ABRIL DE 1974
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• O Lodião Bíbulo foi à inspecção militar em 25 de Junho de 1968, no então Distrito de Recrutamento Militar nº 11, na Avenida de Berna, em Lisboa, onde hoje está instalada a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa… e foi considerado “Apurado (sic) para todo o Serviço Militar”.
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1 e 2 – Cédula de Recenseamento de 1968
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• Ficou desde logo intrigado com a designação de “apurado”: é que não fora “tornado puro”, não “fervera até ficar mais concentrado”, não se apresentara “vestido com esmero”, não se tinha “aperfeiçoado” (muito menos para este efeito…), não era “muito sensível” e, seguramente, não fora “escolhido como melhor” (pelo menos, não era de acreditar…). Com tantos significados para a expressão lá encontrou um a contento: “Tinha sido alvo de escolha ou selecção”! Restava-lhe pois ficar contente e agradecido pela mercê da dita escolha… • Mas, mal-agradecido, tratou antes de se esforçar para poder beneficiar de todos os adiamentos legais e previstos, até os esgotar, e só recebeu ordem para se apresentar nas fileiras castrenses, em Mafra, na Escola Prática de
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Infantaria (EPI), no dia 14 de Janeiro de 1974. Aí chegado (com mais umas centenas de novos recrutas) recebeu uma catrefa de elegantes roupas, botas (dois pares), barrete (conhecido por “quico”), boina e mais dois cintos (“arreios”, como lhe disseram que se chamavam…), tendo igualmente direito a um par de lençóis, um cobertor e uma colcha branca de algodão. Lá amarinhou (ele e os outros) pelas escadas do Convento acima (correspondentes a um segundo ou terceiro andar de um prédio de apartamentos), exercitando o seu equilíbrio com a pilha deste notável enxoval… mais a maleta (felizmente pequena) que levara de casa, com as suas coisas mais “pessoais”. Tinham-lhe dado instruções para vestir uma das fardas (a de “trabalho”!) e escrever com uma esferográfica (que não tinha levado) o seu apelido, num bocado de fita de nastro grossa que já vinha cosida à farda, por cima do bolso direito. Neste processo, conheceu (com os restantes camaradas) o Furriel miliciano (Rosado, de seu nome) que iria comandar o seu pelotão (duas dúzias de mancebos) durante os três meses da instrução e ouviu alarmado que “de ora em diante cada recruta deve saber na ponta da língua o seu número mecanográfico”! Ele e os restantes tentaram saber que número era esse e verificaram que tal número tinha sido atribuído a cada um no momento da inspecção (já lá iam uns anitos), e constava da carta- convocatória que receberam.
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3 – Identificação do Lodião
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• Verificou – aterrorizado – que o dito número mecanográfico era um verdadeiro comboio: 14669769!!!... oito algarismos! (os “grandes” números telefónicos tinham passado, recentemente, a ter seis ou sete…). • Já fardado e na camarata que lhe fora atribuída (no último andar do Convento), onde passou a partilhar o “quarto” com quase meia centena de recrutas, o Lodião começou de imediato a esforçar-se por decorar o maldito número mecanográfico… mas era interrompido a toda a hora: gente nova que ia chegando, conversas sobre a escolha e qualidade da cama (beliches metálicos com cabeceiras tubulares dotados de uma enxerga limpa em cima de uma rede/colchão de arame mais ou menos silencioso) e noções
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sobre a técnica de fazer a cama sem deixar uma só ruga na coberta impediam-lhe a necessária concentração. Aflito com o tempo que passava (tinham sido mandados para um pátio gigante do Convento a que todos chamavam “Parada”), eis que irrompe pela camarata o Furriel instrutor com um molho de fitas de plástico, amarelas, agrafadas de forma a ficarem numa espécie de larga pulseira para colocar entre o ombro e o sovaco esquerdos, que distribuiu a cada um das duas dúzias de mancebos que ficaram a constituir o 5.º pelotão da 5.ª Companhia (a “amarela”, neste caso) de Instrução. Logo de seguida, ficou a saber que havia cinco Companhias de Instrução, cada uma com a sua cor, formadas por cinco pelotões, eles próprios constituídos por vinte e quatro recrutas cada um. Ou seja, 600 indivíduos, com habilitações iguais ou superiores ao então sétimo ano do liceu, iriam ser os seus companheiros nos três meses seguintes. Todos eles tinham recebido e colocado na passadeira do ombro direito da farda de caqui, um pedaço de pano (da mesma cor) onde brilhava (pouco, porque era de metal baço) uma estrela prateada de cinco pontas. Lodião e os outros passaram então à categoria de Cadetes instruendos do 1.º ciclo do COM (Curso de Oficiais Milicianos). O primeiro susto militar (porque foi já depois de fardado) foi a descida apressada das gastas escadarias de pedra, desde a camarata até à parada: é que o chão estava húmido aqui e molhado acolá (parecia gordurento) e as novas botas de grossas solas de borracha ameaçavam escorregadelas desastrosas, prometendo entorses, quedas ou fracturas!
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• Tendo aprendido “a formar” na parada (alinhando pelos parceiros de lado, por trás e pela frente) à voz de comando do Furriel Rosado, Lodião percebeu que, sendo “velho” em relação à idade habitual das incorporações, não era mesmo assim o mais velho daquele grupo. • Um arquitecto, pai recente de dois gémeos, assistente na Faculdade e já a ganhar bom dinheiro num conceituado atelier de arquitectura, era o mais revoltado com o ter de estar ali a “aturar os disparates” do Furriel Rosado. • Um médico, fisicamente igual ao Vasco Santana e igualmente bem-humorado, mostrava à evidência que não tinha sido feito para uma recruta numa Escola de Infantaria, “passando” receitas (prescrições, como hoje se diz) comezinhas, à esquerda e à direita. • Um outro médico, baixinho e pequenino, que se apresentara (quando chegou à civil) com um colete vermelho sangue e era uma figura muito parecida com um cartoon que aparecia em revistas brasileiras (e algumas portuguesas) sob o nome de “O Amigo da Onça”. Tentava evitar todos os exercícios físicos dizendo que não era capaz e que podia magoar as mãos (o que o impediria de vir a ser cirurgião). • Um futuro engenheiro civil, apresentando evidentes sinais de alheamento e distracção que o impediam de ouvir as ordens e instruções e de agir como os restantes membros do pelotão, passou a ser, de imediato, o alvo de todos os recrutas mais próximos (da 5.ª Companhia e não só), que chamavam “para o ar”, a toda a hora, “Oh Palhoto!” (era esse o seu nome), agravando a sua distracção, na medida em que rodava a cabeça com ansiedade – desconcentrando-se
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com os movimentos que devia fazer e saindo inevitavelmente da formação, quando estavam a marchar –, perguntando à volta: “Quem me chama? Quem me chama?”, situação a que se seguiam gargalhadas e dichotes que deixavam os instrutores em fúria… Um conhecido e charmoso locutor, apresentador de programas de música moderna na nova onda FM da rádio (ainda não se chamavam jornalistas), de seu nome José Nuno Martins, que era muito “respeitado”, na sua qualidade de figura pública, pelo respectivo Furriel instrutor. Um advogado com escritório estabelecido, silencioso e metido com a sua vida. Um jovem (não tão jovem assim) também “apurado para todo o serviço” e que, quando fechava os olhos (e os mantinha fechados), começava a cair de imediato, lenta mas desamparadamente, para a frente e para a direita (onde era apanhado pelos colegas, em delírio, antes de se estampar no chão), demonstrando assim que não devia ter “merecido” a “escolha ou selecção” para todo o serviço militar (ficou livre desse serviço após várias juntas médicas, uns meses depois). Um filho-família de um importante e abastado clã industrial do Norte que só falava de automóveis e dos seus recordes de velocidade média entre Mafra e o Porto e o Porto e Mafra. E mais uns quantos que o Lodião foi (ou não foi) conhecendo ou descobrindo mais tarde daquele tão heterogéneo agregado. A conclusão parecia óbvia: aquele particular pelotão tinha sido especialmente concebido para juntar nele todos os
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