Filhos da Mãe

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Filhos da Mãe

Nos palcos e socalcos da vida...

FILHOS DA MÃE

Nos palcos e socalcos da vida…

Romance

FICHA TÉCNICA

título: Filhos da Mãe – Nos palcos e socalcos da vida…

autor: Maceamuno

edição: edições Vírgula ® (Chancela do Sítio do Livro)

revisão: Patrícia Espinha

grafismo de capa: Ângela Espinha

paginação: Alda Teixeira

1.ª Edição

Lisboa, julho, 2024

isbn: 978-989-8986-81-8

depósito legal: 525031/23

© Maceamuno

Todos os direitos de propriedade reservados, em conformidade com a legislação vigente. A reprodução, a digitalização ou a divulgação, por qualquer meio, não autorizadas, de partes do conteúdo desta obra ou do seu todo constituem delito penal e estão sujeitas às sanções previstas na Lei.

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Esta é uma obra de ficção, pelo que, nomes, personagens, lugares ou situações constantes no seu conteúdo são ficcionados pelo seu/sua autor/a e qualquer eventual semelhança com, ou alusão a pessoas reais, vivas ou mortas, designações comerciais ou outras, bem como acontecimentos ou situações reais serão mera coincidência.

publicação e comercialização:

www.sitiodolivro.pt publicar@sitiodolivro.pt (+351) 211 932 500

DEDICO a presente narrativa a todos aqueles que gostam de ler. Pois, eu considero três maneiras de se cultivar: viajar (i, ler (ii, ouvir (iii. Ouvir, é ouvindo pessoas que acrescentam valor.

Ler é viajar! Viajar para lugares certos e incertos, conhecidos e desconhecidos, possíveis e impossíveis, reais e inimagináveis...

É viajar sentado, sem pagar passagem nem correr perigos.

Há quem diga que existem livros maus. Eu penso que não há livros maus porque se o livro é mau, então, não é livro. O Autor.

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OBRIGADO a todos aqueles que leram esta estória mesmo na forja

e, por ela, de algum modo, torceram.

Graças a Deus, ela está aqui!

Já não me pertence!

Pertence a todos.

O Autor

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NOTAS DO AUTOR

FILHOS DA MÃE é uma narrativa do género romance. É pura ficção que pretende encaixar-se perfeitamente em factos que parecem reais ou que podem ocorrer. As pessoas, os nomes, as coisas e as circunstâncias espácio-temporais, etc., etc., etc., são também produto de pura cogitação e adaptação. Eu sou o criador e cada um que ler este livro recriará, certamente, modelos próprios, seguramente, frutos de uma grata e fértil imaginação.

Por isso, qualquer semelhança é pura coincidência.

O autor.

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SEM VOLTA

Enxerguei incontáveis/ trilhos indecifráveis

Escolher carreiros/ invisíveis/ escurecidos/ orvalhados?!

Pelos caminhos meter pés/ rachados pés / que por aí além descalços/ vadiar iriam/ decidi!

Então/ carreiro/ caminho/ minha estrada/ mais não era não…

Tão pouco a requerida/ auto-estrada/ onde as pessoas de facto/ andar de fato/ sapato/ gravatas/ e grinaldas/ podiam!

Auto-estrada/ não havia não/ ao menos estrada/ nem caminho/ nem carreiro/ nem trilho não/ de volta/ nem nada em volta! Maceamuno

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CAPÍTULO I (Prolepse!)

Ana Mirelli das Graças Mwaramuassa Nâmpidho, aceita

João Mucongonhole Mbelua como esposo na riqueza e na pobreza; na saúde e na doença; respeitar-lhe, ser-lhe fiel.

Aceito! Aceito! Aceito!...

João Mucongonhole Mbelua, aceita Ana Mirelli das Graças Mwaramuassa Nâmpidho como esposa na riqueza e na pobreza; na saúde e na doença; amá-la, cuidá-la, respeitá-la.

Aceito! Aceito! Aceito!

Em nome da República de Moçambique, eu declaro-os, a partir de já, mulher e marido.

…! — Muitos aplausos e muitos thungulo. Obrigado! Os nubentes podem beijar-se.

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CAPÍTULO II

(É um menino!)

O dia acordou lento e preguiçoso como se tivesse adormecido sob a ressaca de uma pândega. Aquelas pândegas perniciosas cujos efeitos levam os mais convencidos e ousados concorrentes à ebriedade a crerem que, afinal de contas, não são mais do que patetas. Contudo, havia naquele dia algo inexplicavelmente sui generis: o sol brilhava como se estivesse a rir às gargalhadas sem que alguém o pudesse ouvir, parecendo que quem o visse e ouvisse, mesmo sem querer, iria pôr-se a rir pueril e contagiosamente.

A Mamã Afidjina estava na cozinha a terminar alguns arranjos para o mais esperado parto no histórico da família Mbelua, o qual nada tinha que indiciasse que fosse a acontecer tão breve e inesperadamente como agora, contrariamente, tudo, indubitavelmente, indicava.

A parteira Shaiene veio com a intenção de verificar o estado da Violante, a parturiente. Viu e constatou com imprevisível espavento que ela estava com fortes sintomas de um parto iminente. Ela contorcia-se de dores intermitentes que se agudizaram progressivamente desde o meio da noite, tendo se prolongado até ao amanhecer. A parteira fixou os seus olhos perscrutadores nos da Violante e perguntou-lhe:

Como estás, Técnica Violante?

Eish! Estou com muitas dores, senhora parteira Shaiene. Sinto vontade de ir à retrete. E, quando estou lá, nada acontece, Preview

mas fica aquela sensação meio enganosa de insatisfação como se tivesse deixado de saborear a melhor parte de uma sobremesa.

Ummm! Mamã Afidjina! Mamã Afidjina! — gritou a parteira Shaiene.

Estou aqui, parteira Shaiene?

Preciso de ter comigo aquele material que, por precaução, havia pedido que mantivesse à mão para qualquer emergência.

Pois, não! É para já.

Obrigada, Mamã Afidjina.

O que aconteceu, senhora parteira?

Tudo indica que é chegada a hora. Vai abrir a sala da dança há muito aguardada. — explicou a parteira Shaiane, gracejando para variar e disfarçar aquele nervosismo que insiste em marcar presença nestes momentos cruciais.

Mamã Afidjina estranhou, mas não demoonstrou nem se precipitou a comentar.

De súbito, ela já não sabia mais se estava feliz ou triste. Não demorou a perceber que, afinal de contas, os dois sentimentos, tristeza e alegria, moravam tão perto um do outro que se acotovelavam continuamente enciumados. Tão juntos assim como duas narinas da mesma face, tanto alegres quanto amuadas:

Ela não vai à maternidade, senhora parteira?

Desejo ou dúvida ou simplesmente uma questão retórica?! Naquele momento, Mamã Afidjina inferiu que não sabia se tinha feito aquela pergunta com o intuito de saber a resposta ou para ganhar um tempo de que não dispunha mais.

Definitivamente, não! Não vai dar tempo para levar a sua filha à maternidade, mesmo se já tivéssemos a ambulância aí na porta esperando por ela. Preview

A parteira Shaiene concluiu o check-up rápido e de confirmação que efectuara usando o seu arguto olhar profissional e de lince, bem como as suas mãos de fada muito experientes nessa prática. Finalmente, muito preocupada, declarou:

Sinto muito! Decididamente, teremos que realizar o parto aqui mesmo e agora.

Mamã Afidjina viu-se completamente agoniada. Pernas tremeluzentes como se, de repente, lhe tivesse sido extraído o sopro vital. Ficou, evidentemente, confundida e, ao mesmo tempo, atarefada a mexer em qualquer coisa que se colocasse diante dela. Ela já estava com uma voluntariosa vontade de fazer xixi ou outra coisa parecida.

Como estão a minha filha e o meu neto, parteira? Preview

Mamã Afidjina estava ainda na cozinha pensando no que deveria levar à parteira, quando ouviu um choro noviço, indeciso e impaciente de uma criatura que parecia estar por acidente em lugar errado e na hora incerta.

Então, ela não sentiu mais vontade de ir ao banheiro, mas não sabia mais o que fazer primeiro, se rezar a Santa das Dores ou a Santa das Graças ou se ia para lá a correr a fim de saber o que se passava naquele minúsculo quarto que tinha virado santuário.

Sim, onde nasce um neto ou uma neta só pode ser um Santuário, um local da Natividade como aquele lugar onde nasceu o Menino Jesus.

Mamã Afidjina não aguardou por tempo nenhum e percebeu, com súbito contentamento, a exclamação da parteira Shaiene: Nasceu! É um menino!

Meu Deus do céu! Ámen!

Tranquilize-se, Mamã Afidjina. A sua filha está bem e o filhinho dela também.

Deus seja louvado!

Naquele instante, naquele improvisado presépio, tudo parou: o tempo, o lugar, o som… Autêntica zona de imponderabilidade. Pareceu que tudo simplesmente congelara.

A parteira Shaiene quebrou a magia daquele instante e tranquilizou, comentando:

A criança chorou, sabe? Não precisou levar tatau (chapadinha) no rabo como algumas têm exigido quando acabam de nascer.

Aquele quarto minúsculo, habitualmente, permanecia parcamente iluminado pela luz do sol. A luz do sol costumava entrar à força pelas frinchas da porta como um intruso desesperado, já que, Preview

* * *

Estava ali o bebé recém-nascido, com três quilos e quatrocentos gramas. Fora um trabalho de parto pouco exigente para a parteira, mas esgotante, desesperador e dorido para a caloira parturiente Violante.

Era ainda manhã cedo quando se ouviu o choro daquela criança cuja voz titubeante era como se estivesse a dizer: “Pronto, já estou aqui. Podem ficar tranquilos.”

Agora, a jovem mãe e o filho recém-nascido estavam ali, naquela improvisada sala de parto, em casa da Mamã Afidjina, como era carinhosamente chamada a senhora Efigénia.

Um quarto pequeno, que mais parecia uma cela escancarada de um livre prisioneiro do espaço. Aqueles eram os aposentos da senhora Violante, técnica de saúde no Hospital do Posto Administrativo de Namanjavira.

para conferir mais espaço, a referida porta tinha de estar sempre fechada.

Sem pedir licença, entrava também o ar gratuito pela única janela quando esta ficava aberta. Havia, contudo, a luz que se infiltrava entre a cobertura de zinco e a parede revestida de matope extraído do murrumuché.

Neste caso, com a luz teimosa e insistente entrava também o ar silencioso e discreto, cuidando para que não fosse reconhecido, mas simplesmente sentido.

Sobre a cama feita de tábuas de madeira da terceira, tinha um colchão e duas almofadas enchidas de folhas secas de espigas de milho cuidadosamente esmiuçadas muito finas. Era uma cama perfeitamente arrumada com lençóis desbotados de capulana estampada e tom claro mas limpos e bem cheirosos.

As moscas durante o dia e os mosquitos à noite constituíam as visitas indesejáveis sempre desconvidadas, mas teimosamente assíduas e pontuais.

Foi assim que Violante se queixou: Mãe, a mosquiteira... Mosquiteira?

A mosquiteira que a mamã guardou no baú. Há aqui moscas muito impacientes rondando o ambiente. À noite serão os mosquitos de sempre, sempre impiedosos e sanguinários. Deixa estar, filha. Eu vou buscar e montar a bendita mosquiteira. — prontificou-se Mbelua, o pai da Violante que raramente abandonava a cabeceira do netinho. — Não quero ver o meu neto à mercê desses bichos malvados.

Só falta amamentar e dar banho ao neto dele. — a Mamã

Afidjina falou baixinho para a Violante, e ambas riram-se divertidas. Preview

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CAPÍTULO III

(Nâmpidho)

Nâmpidho era daqueles homens dos quais só se fala neles. Aquele de que se diz homem com “agá maiúsculo”. Tinha reputação, muita influência e era manda-mola (endinheirado). Apesar de tudo, uma linda e respeitável família, constituída pela esposa, um invejável primogénito, o Mussassa, e uma filha magistral, a Ukwela. A esposa era uma professora do ensino primário e leccionava na Escola Primária da sede do distrito do Alto Molocue, onde desempenhava as funções de Directora da Escola.

Era a senhora Professora Florinda, sempre viçosa e esplendorosa como a flor mais bela do jardim mais precioso. Amável e prestável, sorriso doce, olhar hipnotizante, um estar confortante e cativante.

Nâmpidho era empresário, um agente económico, com muitas posses, diga-se lá de passagem, a classe emergente de ricos. Actuava com grande visibilidade na área da construção civil. Para além disso, tinha muitas participações financeiras em empreendimentos a nível local, provincial e nacional, especialmente nas transacções relacionadas com as pedras preciosas, comercialização agrícola, micro-crédito e participações em empresas do ramo dos hidrocarbonetos. Como se diz, era daqueles seres humanos que sentiam de longe o cheiro do dinheiro, estivesse onde estivesse.

Nâmpidho! Grandalhão, escuro, carapinha escassa que já fora preta, olhos perscrutantes e interrogadores. Ah, o nariz, digo a sério! Tinha nariz que dava a impressão de que estava a toda a hora procurando cheirar qualquer coisa no ar. Nariz negróide achatado de chato.

Ele fazia parte da lista dos homens mais falados mas pouco ou nada conhecidos. Aquelas enigmas lendárias da mitologia, que começam do nada, porém, num piscar de olhos, viram referência certa e incontornável. Os seus mais ou menos 50 anos de idade ainda não tinham revelado marcas de cansaço e caducidade física.

Numa metáfora, dizia-se sobre ele que tinha duas cabeças, as quais frequentemente pensavam e agiam ao mesmo tempo contrariamente aos restantes homens que, quando uma pensava, a outra entrava compulsivamente de férias. Era uma clara alusão ao seu ser granhão e carácter boémio e conquistador do género oposto. Tal é assim, que era frequente ouvir as pessoas dizerem:

É o senhor Nâmpidho!

Ele próprio...

Ei pá, é cafum! Não escapa nada…

A dona F lorinda é um monumento de paciência.

O que há-de fazer a coitada da santa mulher?

Pois! Quando estão em causa a estabilidade financeira e o bem-estar dos filhos, qualquer um engole sapos!

E que sapos, meu anjo da guarda!

Naquele momento, Nâmpidho conduzia veloz e tranquilamente o seu predilecto Land Rover de regresso da cidade de Nampula: “Preciso de chegar a tempo do corte do bolo. Caso contrário, Flor Linda — de Florinda — não me vai perdoar e o meu filho Mussassa vai ficar embaraçado. Pois, a quem entregaria ele a primeira fatia do bolo?” Preview

Nâmpidho já não tinha muito tempo para chegar a casa, lavar as mãos e, principalmente, participar na festa do aniversário natalício do seu Mussassa, o primogénito e único filho varão. Não pude espantar a seguinte questão sempre presente: “A Florinda podia ter feito um esforçozinho para mais um rapaz, não podia?”

Claro que não. Ele bem sabia e disso lembrava-se com aperto no peito e nó na garganta, tudo o que havia ocorrido naquele inolvidável e sombrio serviço de um parto complicado.

O nascimento da sua filha Ukwela, a sua filha, havia colocado em risco grave a vida da sua Florinda. Nunca se esquecia daqueles dias tenebrosos, aflitivos como as noites do Ciclone Tropical Freddy.

Insistindo, Nâmpidho desabafara: Não, Doutor! — monologando: “... sinto muito! Queria ver se você estivesse na minha pele ... — Eu estou desesperado. Não sei Preview

A Florinda estivera entregue aos cuidados intensivos do Hospital Provincial de Nampula, a lutar pela sua vida e pela vida do ser vivo que ela trazia no ventre como um tesouro que estava proibida de deixar de entregar ao legítimo dono, custasse o que custasse.

Lembrava-se, Nâmpidho, que havia chegado a implicar com o Médico-chefe do hospital por aquilo que ele, tomado pelo desespero e angústia, classificara de falta de profissionalismo, incompetência e desumanidade.

Lembrava-se ainda de que se dirigira ao Médico-chefe lamentando, nos seguintes termos: Doutor, a minha esposa está em serviço de parto desde a tarde de ontem, Sexta-feira.

E o Médico, compenetrado, dissera: Eu sei, senhor Nâmpidho. Acompanho pessoalmente o caso desde a primeira hora. Sinto muito.

o que fazer. Coloco-me à mercê dos vossos esforços. Mas dizei-me que salvarão as duas minhas preciosidades.

Neste momento está-se à mercê de Deus, senhor Nâmpidho, e não à mercê dos médicos. A equipa médica está a fazer tudo o que pode. Por ora, só se atina uma única saída. — explicara-se o médico paciente, mas profundamente sensibilizado.

Equivocado, Nâmpidho replicara:

Doutor, por favor, o que espera para sair por essa saída? Eu quero a minha mulher e a minha filha Nivaldinha comigo em casa, sãs e salvas.

É esse, exactamente, o problema, senhor Nâmpidho! A única saída clínica é esta: Ou a mãe ou a criança. Por enquanto, não há como salvar as duas. A família tem que…!

Nãooo! Não pode ser assim, nãooo! — Nâmpidho desesperara-se e bradara que nem um lobo perdido no meio da savana sombria e adormecida da reserva gileana (do Gilé)..

Ele estava tão arraigado naquele passado que teimosa e insistentemente trazia à tona sempre que, para isso, lhe fosse dado um pretexto qualquer que fosse.

Naquele preciso instante, efectuou uma travagem perigosamente brusca. Acabava de ouvir, o não dele próprio, não no pensamento mas num ruidoso e nervoso grito que fizera irreflectidamente:

Nãaaaaaoooo!

Continuou a ouvir o seu “nãooo…” que se mesclava com o chiar dos pneus do seu predilecto Land Rover. Sentiu as rodas derraparem. Um grupo de pivetes, que estava a brincar na berma da estrada como um bando de pássaros espiolhando qualquer coisa que ludibriasse o estômago que roncava sem parar, tinha-se posto em fuga obliterando-se misteriosamente como se tivessem evapoPreview

rado ou sido deglutidos pelo capim que verdejava de favor a berma da estrada.

Era quase certíssimo que cada uma daquelas crianças em fuga houvesse lembrado, em algum momento, da estória do pintainho teimoso que, invariavelmente, as mães costumam contar aos filhos que não seguem as recomendações dos seus pais, sendo uma dessas recomendações não brincar na berma da estrada.

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Pode comprá-lo, clicando aqui: sitiodolivro.pt/Filhos-da-Mae

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