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M E N A K U N T U A L A
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G R I O T COLECTÂNEA DE POEMAS
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N E O A F R I C A N I S TA S
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FICHA TÉCNICA TÍTULO:
GRIOT – Colectânea de Poemas Neoafricanistas Menakuntuala ® EDIÇÃO: Edições Ex-Libris (Chancela Sítio do Livro) AUTOR:
REVISÃO:
Liliana Simões Ângela Espinha PAGINAÇÃO: Alda Teixeira
ISBN:
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1.a Edição Lisboa, agosto 2020
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CAPA:
978-989-9028-02-9 471410/20
DEPÓSITO LEGAL:
© EMERSON SOUSA
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AGRADECIMENTOS
Aproveitando desse modo, para agradecer á Ngana
Nzambi pela luz, sabedoria e discernimento que me têm
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recaído nos últimos tempos, pois tamanha veracidade, con-
vicção e eloquência, que tenho apresentado nos meus últimos trabalhos, não são de tamanha e insignificante explicação
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humana... somos pequenos demais para entender o propósito do Criador.
Agradecer também aos meus pais, que sempre investiram
na minha formação, compreendendo e estimulando o meu crescimento e desenvolvimento identitário enquanto Homem
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e Intelectual Negro.
Muito obrigado mesmo! Claramente que, não poderia deixar de agradecer aos
meus companheiros de luta e vanguarda do Bloco Liberal, que têm incansavelmente estudado soluções para os proble-
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mas de Angola e que, vêm sacrificando suas juventudes e mocidades em prole de um Futuro melhor para o seu Povo. Nós... chegaremos lá! E agora, um especial agradecimento aos meus irmãos e irmãs africanos, meus amigos presentes e de internet, sem
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esquecer do meu mano Lucerna do Moco, que com os seus poemas suavizaremos essa viagem.
Que o nosso destino nos mantenha Serenos, Fortes e Uni-
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dos, para que possamos juntos, ERGUER ÁFRICA!
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Por África... e pelos Africanos!
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De onde vim?
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Que faço aqui? E para onde vou?
A palavra cartográfica é m e m ó r i a.
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O espaço é c u l t u r a l. O tempo é f u t u r o.
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E o futuro é a g o r a!
O futuro s o m o s n ó s. O futuro é a g o r a!
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Lucerna do Moco (Poeta e Griot)
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BREVES CONSIDERAÇÕES
Para que todos nós, jovens africanos, possamos com-
preender a nossa luta, temos primeiro que relembrar algumas coisas importantes. Para alguns já é facto, mas para outros,
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servirá de avivamento e refresh de memória, para que juntos possamos embarcar numa viagem de comunhão ideológica,
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totalmente Africana e centrada nos Africanos.
O Pan-africanismo enquanto movimento político, visava
metas consolidadas na descolonização do Continente africano, bem como a construção da Unidade dos Povos de Africa, sendo ela Institucional ou Governamental. Não entrando muito em teses de Marcus Garvey ou de W. Du
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Bois, tentarei resumir as duas linhas que defenderam durante sua hegemonia de ativismo e contributo na nossa luta, mas quero deixar claro, os reais motivos e metas alcançadas pelo movimento Pan-africanista. Se o Pan-africanismo defendia a descolonização de África, quer dizer que conseguiu atingir a sua meta... certo? Sim, mas
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quanto á outra meta, que visava a construção da Unidade Africana, será que conseguimos materializá-la? Não sei. Após as primeiras independências africanas, falando aqui um pouco de Kwame Nkrumah do Ghana, ou então de Patrice Lumumba no Congo, vimos os nossos líderes de
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libertação a serem perseguidos e assassinados por agências externas. Mas porquê foram mortos?
Boa pergunta, um povo livre e com o seu libertador
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imponderado, seria uma arma muito poderosa para o início
da luta que teremos de seguir agora: Libertar as Mentes. Pior que isso, o sentimento de pertença e de seguir o seu próprio
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caminho, criava embaraço na agenda Ocidental, Imperialista e Eurocentrista.
Esses e outros líderes não morreram atoa, eles foram mor-
tos, porque defendiam o seu Povo Unido contra qualquer
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outro Povo.
Sabemos também, que a maior parte dos primeiros líde-
res africanos, como Tomas Sankara e Kadhafi tinham pulso forte, enfrentavam o Imperialismo de frente e desejavam o pior pesadelo deles: uma União Africana.
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Uma vez que, vários líderes africanos, avançassem com propostas como, uma ligação Comercial e aduaneira entre os nossos países, com uma força Militar Forte e numerosa, nenhuma outra região teria chances para ludibriar o nosso desenvolvimento e protagonismo na geopolítica global.
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A luta do Pan-africanismo não fracassou, muito pelo contrário, estimulou o nosso opressor Imperialista a mudar de armas..., mas isso os precursores do movimento pan-afri-
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canista não previram.
Novos tempos, desafios novos, por isso urge a necessidade de reestruturar, inovar e atualizar os nossas formas de lutar
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contra essa Agenda de epistemicídio negro, propagado sistematicamente pelas Agências Imperialistas e Ocidentais. Segundo, o nosso mestre filósofo Cheik Anta Diop, na sua
teoria sobre o Povo do Sol (nós africanos) e o Povo do Gelo (os europeus), ele evidencia uma pré-disposição do segundo
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povo, em ser violento e implacável na sua intervenção civilizacional. E isso porque, a sua evolução como espécie, propiciou a efetivação da violência como seu modo atuante para alcançar seus fins.
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E se olharmos, para a história do Continente Europeu, veremos que em 2 mil anos que eles resolvem ou tratavam os seus assuntos com bastante violência, destruição e selvajaria. Os desafios contemporâneos meus irmãos, vai exigir mais criatividade, ousadia, resiliência psicológica e bastante empe-
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nho da nossa parte... não será fácil, mas será necessário.
Temos de começar a criar capacidade de interpretar os sinais, para que possamos criar sementes para os desafios
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futuros, porque sem uma Agenda de atuação e desenvolvi-
mento atualizada, estaremos a entregar as futuras gerações á um endividamento muito grande com os Imperialistas, que
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viciosamente têm se apropriado das nossas riquezas.
Agora que compreendemos a ineficiência ou aplicabili-
dade, do Pan-africanismo num mundo repleto de obstáculos e desafios muito diferentes da sua época de idealização, vamos compreender então a nossa Ideologia de luta africana
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contemporânea.
Falando também do propósito, de me fazer desenvolver
essa teoria Neoafricanista, vem claramente da necessidade de dar solução as nossas formas de fazer política, de governas o povo e de gerir as nossas riquezas.
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Como escritor, pesquisador, analista político e consultor de políticas públicas, sempre me neguei á acreditar que nós africanos teríamos de imitar ou importar “Ismos” criados por Imperialistas para governar ou gerir nossos recursos. Os modelos políticos que tentamos a todo o custo implementar em Africa, não irão funcionar na sua aplicabilidade pois não
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representam ou espelham os anseios do nosso povo.
Quando Karl Max e Hengel pensaram no Comunismo ou Marxismo, não espelharam os nossos aspetos culturais e
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sociais. O mesmo poderei falar dos Liberalismos e Socialismos do séc. XIX e XX, que foram baseados numa experiên-
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cia Eurocêntrica baseada na exploração das nossas riquezas. Isso nunca irá funcionar ou satisfazer os nossos anseios,
ponham isso na cabeça. Já se perguntaram o porquê, de ter sempre contestação de eleições ou acusações de fraudes eleitorais em África?
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É um claro sinal de que, alguma coisa não vai bem. Não
são os políticos de um todo, mas é o sistema que favorece o dá vitória somente á aqueles, que detêm o poder da máquina apoiada pelos criadores do sistema... os Imperialistas. Basta olharmos para os Golpes de Estados que já aconteceram na República Centro Africana ou na Guiné, que logo
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compreenderemos que, precisamos de pensar numa forma de ter governos legítimos e que representam de facto a maior vontade do povo. Enquanto o sistema político vigente vigorar em África, líderes da nossa causa de luta.
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que foi criado pelos Imperialistas, nunca teremos verdadeiros
Em suma, o Pan-africanismo quando foi criado, visava a
luta contra o Imperialismo e consequentemente o colonia-
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lismo. Conseguinte, alcançamos as nossas Independências
sendo uma vitória contra narrativa Imperialista e colonialista, mas o Pan-africanismo não previu o combate contemporâneo
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do Neo colonialismo.
Com o Neo-africanismo, eu venho defender uma reforma
política e Administrativa nos solos africanos, dando uma forma de governos descentralizado e com representatividade autóctone e tradicional, mas incluindo a sociedade civil na
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fiscalização da gestão pública.
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Na terra dos Homens Pretos...
Na terra dos Homens Pretos, havia Luz.
Lá, na terra dos Homens Pretos, havia Amor.
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Faz muito tempo, que na terra dos Homens Preto, havia Ciência.
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Mas lá, na terra dos Homens Pretos... Não havia dor.
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Menakuntuala
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