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Clube Dos Pensantes Incógnitos
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FICHA TÉCNICA
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capa: Ângela Espinha paginação: Alda Teixeira
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título: Clube Dos Pensantes Incógnitos – Livro 2 O Feliz Casal e a Poção Fora de Prazo autor texto e ilustrações: Filipe Costa Nunes edição: edições Vírgula® (Chancela Sítio do Livro)
Lisboa, junho 2021
isbn: 978-989-8986-43-6 depósito legal: 483231/21
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© Filipe Costa Nunes
Todos os direitos de propriedade reservados, em conformidade com a legislação vigente. A reprodução, a digitalização ou a divulgação, por qualquer meio, não autorizadas, de partes do conteúdo desta obra ou do seu todo constituem delito penal e estão sujeitas às sanções previstas na Lei.
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publicação e comercialização:
www.sitiodolivro.pt publicar@sitiodolivro.pt (+351) 211 932 500
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Clube Dos Pensantes Incógnitos Livro 2
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O FELIZ CASAL EA POÇÃO FORA DE PRAZO
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PRÓLOGO
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Quando os Pensantes Incógnitos começaram a seguir a história do pai árvore Leandro e da mãe Leonor, nunca imaginaram que o Pardalão iria fazer as coisas acontecer no Castelo assustador e assombrado da Bruxa Loba Malvada, de modo a tornar a história ainda mais interessante. Como membros do Clube dos Pensantes Incógnitos, o 1.º e o 2.º incógnito, conseguiram permanecer incógnitos do início ao fim, mas será que neste livro o mesmo vai acontecer? Será que vão continuar a ser apenas dois, ou mais algum incógnito se vai juntar ao Clube? Conseguirão eles continuar a observar, fazendo apenas algumas saídas evasivas, a fim de recolherem amostras que acham úteis? Ou a sua diretiva vai mudar? A aventura que tiveram no Castelo foi bastante produtiva. Eles conseguiram recolher várias amostras bastante estranhas, como luz de um Fantasma gravador, plasma líquido do mesmo, sementes da cozinha do Mestre Cozinheiro, queijo preferido de um roedor indesejado, uma onda sónica libertada por um monstro chamado Monstroncelo. Uma amostra muito importante, que nunca pensaram recolher, uma gota preciosa proveniente do Elixir do Jarro e o seu aroma característico. Eles também recolheram uma amostra de duas faíscas. Uma faísca de uma ação destrutiva e uma faísca de uma ação construtiva, como um beijo apaixonado. Depois das faíscas recolheram fogo abrasador, derivado da combinação das faíscas e para finalizar a recolha, uma preciosa pena encantada da cauda do Pardalão Valentão, o pardal das penas encantadas que faz as coisas acontecer. Todas as recolhas que fizeram, foram feitas debaixo do nariz dos protagonistas, utilizando recipientes próprios para cada 7
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recolha, que depois foram guardadas num ambiente controlado, dentro de uma nave em que viajam e que lhes proporciona tudo para as suas observações e experiências. Com o desenrolar dos acontecimentos, o Castelo vem a descobrir que não é assim tão assustador e muito menos assombrado, uma vez que apenas tem um Fantasma, que estava bem escondido no fundo de um Baú e que por lá vai permanecer, assim como os seus segredos sobre a adolescência da Bruxa Loba Malvada. Inconscientemente, o Castelo tem assistido às aventuras do Pardalão, uma personagem que se fez de convidado no interior das suas paredes e que tem feito as coisas acontecer, de modo a levar o objetivo da sua intrusão até ao fim. Inevitavelmente, o Castelo tem deixado que personagens andem livremente no seu interior, não fazendo nada para lhes barrar o caminho. Ele até está a gostar do que vai acontecendo à medida que a história avança, parece que ele tem ficado mais leve. Enquanto a sua dona não chega e os intrusos por lá permanecem, o Castelo confessa que se tem divertido bastante. Até descobriu salas que não sabia existirem no seu interior… No interior do Castelo, o grupo amigo conhece o Cabeça de Abóbora. Ele é encontrado na sala dos falhados. Ele odeia receber visitas, principalmente quando está deitado no Berço, um objeto mágico que tranquiliza a sua verdadeira natureza, que adormece os seus pensamentos nefastos, sobre o qual o grupo amigo quer ter mais informações. Desafiado a sair do conforto do Berço, o Cabeça de Abóbora fica com um porte robusto, os seus braços e pernas parecem troncos, capazes de massacrar os seus oponentes tanto fisicamente, como psicologicamente, sem precisar de qualquer justificação. Quando está em modo odioso, ele considera-se o terror do lugar, um gabarola convencido, capaz de provocar o caos, mas no fundo, ele sente-se velho, inseguro e só tem essa atitude para não derrubar o seu ego e acharem que ele é fraco, ou mesmo um falhado, que tem as piores decisões possíveis. Resumindo, ele gostava de ter amigos de verdade ao seu lado… 8
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Voltando aos pensantes incógnitos, depois de fazerem as suas observações ao grupo amigo, tirarem as suas notas e fazer algumas recolhas de amostras estranhas, deixam o Castelo da Bruxa Loba Malvada juntamente com eles e colam-se às aventuras do feliz casal, que continua acompanhado do fornecedor de frutas e da Carripana. Para onde será que a Carripana os vai levar desta vez? Com certeza para lugares onde vão encontrar e ajudar novas personagens, onde vão descobrir coisas interessantes sobre eles mesmos, ultrapassar desafios e descobrir que em grupo são mais fáceis de passar… e possivelmente encontrar uma nova vilã.
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Parte 1
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SAIR PELA PORTA PRINCIPAL
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SOL
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O Sol adora entrar na mesma história que o feliz casal. Ele tem tendência a segui-los, para saber antes de todos, o que lhes vai acontecer, esperando que não seja nada de complicado ou impossível resolver. Outra personagem que ele gosta de seguir é o veloz Pardalão. O Sol acha que ele é iluminado por uma imaginação extraordinária, nunca se sabendo o que pode sair da sua iluminada cabeça. O Sol fica satisfeito por saber que ele está do lado dos bons. Seria impossível prever o que poderia acontecer se o bravo Pardalão começasse a conspirar para o lado da Malvada. Contudo, uma coisa o Sol tem a certeza, ele iria desfazer bastantes nós na sua vida. O Sol vai permanecer eficiente no seu lugar, zeloso com as suas funções e feliz, porque se sente divertido com todos os acontecimentos que lhe dão o que observar, no tempo em que ilumina os seus dias.
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1 UM FUNDO FALSO NO BERÇO
COISAS QUE ACONTECERAM
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Depois de passar por tantos desafios, dentro do Castelo da Bruxa Loba Malvada, o Pardalão Valentão e os amigos que o acompanham, a Fada Borboleta restabelecida, o príncipe Ratito que ainda não usou a sua nova espada para a violência, a princesa MariaNeta, princesa bailarina que anseia bailar muito mais do que já teve a oportunidade, mas que ainda não o disse em voz alta, o Barretão sempre disposto a plotar em coisas que podem ajudar a desenvolver a história onde entram e na qual estão a gostar de entrar, ajudando assim o Pardalão na sua missão de fazer as coisas acontecer. O primeiro objetivo do Pardalão, quando entrou no Castelo assustador e assombrado da Bruxa Loba Malvada, era encontrar o maior número de personagens e tentar libertá-los ou convencê-los a deixar o Castelo. No entanto, com o desenrolar dos acontecimentos, muitos lugares dentro do Castelo, que antes eram medonhos e assustadores, foram modificados para lugares convidativos e acolhedores e assim muitas personagens decidem ficar, uma vez que não se sentem mal nesses lugares e também porque muitos desses lugares estão propícios a festas com muitas personagens interessantes. O Pardalão nem quer tentar imaginar o que a Malvada vai fazer quando chegar ao Castelo e vir o seu lar cheio de modificações. Bem! Ele já providenciou um momento para ela relaxar e descontrair, dizendo a uns Cadeirões, umas Poltronas e uns Sofás, para se espalharem pelos cantos do Castelo, a fim de dar à Bruxa, alguns segundos de descontração, antes de ela ver o que aconteceu e desatar a insultar tudo e todos, se encontrar alguém. Felizmente, quem ela mais costumava insultar, já está livre e a voar pelo céu azul, com o Sol sorridente, iluminando o seu cami15
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nho até uma Aldeia que se considera a Aldeia mais mágica desta história. São eles o Caldeirão Saltitão e o Pedestal Destal, que se encontram com o Heli, o Helicóptero Tagarela e o Barbudo Anão, o seu piloto de serviço e amigo de confiança, que quis ser libertado para se juntar ao seu amigo e às Vassouras Quebradas Voadoras. Sem o Caldeirão, o Pedestal e a lembrança do Pedestal fazer com que o Caldeirão engolisse todos os seus amigos livros, que se encontravam na biblioteca, a Malvada fica com menos alguns recursos para fazer e elaborar as suas tão malévolas Poções, das quais a pior é a Poção da infelicidade, capaz de deixar o alvo da Poção tão infeliz, que muda de forma. Cada personagem que é atingida por essa Poção muda de forma conforme a sua personalidade. Logo, cada alvo fica com uma forma diferente, pois não há muitas personalidades iguais. Contudo, a personagem com mais valor e aquela que era crucial libertar do Castelo, era a Fada Borboleta aprisionada numa gaiola. Ela tem o dom de prever quando bebés vão nascer. Esta história desenrola-se em volta de uns bebés muito especiais que ainda não nasceram e que não sabem que há personagens que estão a fazer de tudo para que eles nasçam em segurança e mais importante ainda, fazer com que a Bruxa Loba Malvada não lhes ponha as garras em cima, motivada pela sua sede de poder. O Pardalão Valentão é uma das personagens que até então tem mais feito para que isso aconteça e ao que parece, por onde ele tem andado, voado e saltitado, há sempre mais alguma pista, mais alguma informação que aparece referente a bebés, que ele quer investigar e desvendar, nem que seja para descobrir que a Malvada, em tempos, não foi assim tão má como a pintam.
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COMENTÁRIO 121 DOS 2 PENSANTES INCÓGNITOS:
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1.º Incógnito: Finalmente! Porque demoraste tanto? Recolher um bocadinho de ranheta é assim tão complicado? Questiona. 2.º Incógnito: Se visses esta ranheta de perto, davas-me um desconto… 1.º Incógnito: Eu dou-te um desconto é nos carolos que te estou a pensar dar… Fica de olho neles. Quero ver se esta ranheta é o que estou a pensar! E se nos pode ser útil. Declara. 2.º Incógnito: Essa ranheta tem vida própria! Tem cuidado. Acho que ele não ouviu o que disse… se é só para ficar de olho neles, então não deve haver problema se colocar uma musiquinha! As missões de recolha deixam-me stressado… felizmente tenho as minhas músicas de relaxamento. Tagarela para ele mesmo.
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SERÁ A PRÓXIMA DECISÃO, ACERTADA?
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O Pardalão Valentão nunca pensou que o Castelo da Malvada fosse tão grande, cheio de corredores misteriosos, com personagens que depois de se conhecerem, se revelam afáveis e amistosas. Amigos que foram ali colocados para não deixarem passar ou para atrasar os movimentos de possíveis curiosos e desmotivar quem quer que fosse passar por ali. Todos eles não estavam à espera de conhecer o Pardalão e os companheiros que o acompanham e que formam o grupo amigo. Motivados pelo sucesso das suas investigações e por uma refinada forma de comunicar com todos os que encontram pelo caminho, vão passando por vários obstáculos que os leva até uma sala circular, onde encontram marcas, referências a um Berço, que pode vir a dizer que talvez houve ou esteve para haver a presença de um bebé no Castelo. Isso é o que o Pardalão quer descobrir com a ajuda dos amigos que o acompanham. Após a descoberta da marca, descobrem que o Berço está à guarda de uma personagem chamada Cabeça de Abóbora e é 17
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aqui, no lugar onde ele se encontra, uma sala chamada a sala dos falhados, que mais uma parte da história continua. O Pardalão e os seus amigos descobrem que o Berço, de um certo modo, está a servir de calmante, de pacificador que embala a verdadeira natureza do Cabeça de Abóbora. Segundo ele, o Berço está a camuflar o monstro que se encontra no seu interior, a embalar os seus pensamentos nefastos, a tentar adormecê-los. O Pardalão não está lá muito satisfeito com esta informação e tenta fazer com que o Cabeça de Abóbora saia do Berço, com a finalidade de o poder observar melhor e quem sabe, fazer com que o Berço fale com ele, uma vez que até ao momento ainda não se pronunciou, nem há qualquer indício de que ele seja um ser falante, na forma de um objeto mágico. Como tudo aponta para que o Pardalão esteja a conseguir com que o Cabeça de Abóbora saia do Berço, pode estar a segundos de provocar uma tragédia, uma vez que as informações que ele tem são que a personagem à sua frente foi em tempos, o braço direito da Loba Malvada. Logo, só pode ser o mais terrível dos seus monstros. Porém, numa possível cena de pancadaria, onde os participantes vão ser mais de uma centena contra um apenas, as coisas podem estar equilibradas, pois ali o único violento e que adora violência é o próprio Cabeça de Abóbora. No entanto, se ele descobriu o Berço para se deitar nele e acalmar, isso não quer dizer que ele pode estar um pouco farto de fazer cenas tristes e malucas, que prejudicam os outros? Será que o Pardalão está a fazer o acertado, quando convida o Cabeça de Abóbora a sair do Berço? O tentar ver a forma aterradora do Abóbora pode ser um capricho do Valentão, que lhe pode sair muito caro, mas se ele não sair do Berço, como pode descobrir mais coisas sobre ele? Até agora, o líder do grupo amigo só tem tomado decisões acertadas, e saído delas ileso. Será que esta vai deixá-lo depenado? Cheio de nódoas negras? A ele e aos amigos?
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COMENTÁRIO 122 DOS 2 PENSANTES INCÓGNITOS:
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1.º Incógnito: Bolas! Esta ranheta está completamente inanimada… acho que precisa estar perto do Cabeça de Abóbora para ficar animada… ou então haver uma maior quantidade. Observa. Assim não me serve para nada, contudo vou guardar uma amostra. Nunca se sabe se pode vir a ser útil… também não disse que o cabeçudo abobresco ia ficar longe dela… Bah! O que estou para aqui a dizer? Não admitimos clandestinos na nossa nave… 2.º Incógnito: Disseste alguma coisa, Primeiro?
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O SÚBITO DESAPARECIMENTO DO PARDALÃO E DA FADA BORBOLETA
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Dentro da sala dos falhados, onde o grupo amigo se encontra com o Cabeça de Abóbora cada vez mais decidido a sair do Berço e onde as paredes estão decoradas com a ranheta amarelada do mesmo, há fortes indícios de que a ranheta não é apenas ranheta e o Cabeça de Abóbora pode ser realmente um ser muito mau, bastante irracional. – Se as paredes forem abaixo, se o Berço se partir, se ficares sem penas, a Fada sem asas, os teus outros amigos sem dentes, incluindo o que trás a espada, a culpa é inteiramente tua, ser voador e provocador de monstros. – diz o Cabeça de Abóbora, já levantado mas ainda dentro do Berço e prestes a colocar os seus dois pés fora do mesmo. Assim que o Cabeça de Abóbora põe o seu segundo pé fora do Berço, começa a ter umas terríveis convulsões e a sua ranheta, colada à parede da sala dos falhados, incompreensivelmente, começa a palpitar, parecendo que está a ganhar forma. – Não estou a gostar nada disto. – comenta o príncipe Ratito, continuando sem desembainhar a sua espada e esperando que o Pardalão saiba o que está a fazer. Por falar em Pardalão? Onde é que ele está? Como foi possível ele mover-se tão depressa? Assim como a Fada Borboleta? 19
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O príncipe Ratito, a princesa MariaNeta e o Barretão, estão a ver o Cabeça de Abóbora e as suas convulsões, assim como o palpitar da ranheta amarelada e começam a ficar baralhados com a situação. – Isto não pode correr bem. – deixa escapar a princesa MariaNeta, abraçando-se ao seu marido, que continua sem desembainhar a sua espada. O príncipe Ratito continua com a esperança de que a situação que o Pardalão acaba de criar, ainda se resolva sem violência e também que ainda tenha com ele um pouco de Boa Sorte. Bem que vão precisar! O súbito desaparecimento do Pardalão e da Fada Borboleta, não se deve ao facto de eles se terem acobardado e deixarem os príncipes e o Barretão entregues à sua sorte, mas sim porque eles, neste preciso momento, se encontram no interior do Berço, tentando descobrir se ele consegue falar ou se tem algum mecanismo ou botão que o acione, enquanto o Cabeça de Abóbora não muda para o monstro que tem dentro dele, e continua com convulsões. – Por favor, Berço! Isto é uma emergência! Posso contar-te esta história de diversas formas e maneiras, semeando pelo meio pedidos vários, a fim de dares o teu contributo neste momento em que estamos quase desesperados em saber mais sobre ti, numa corrida quase em contra relógio, onde o Cabeça de Abóbora e a sua ranheta amarelada está quase a transformar-se nos nossos piores pesadelos e num cenário onde querem participar com muito terror e uma incrível vontade de destruir tudo em volta, apreciando os atos que fazem, para nos deixarem infelizes. – implora o pardal das penas encantadas. De seguida, o Berço começa a ter impulsos nervosos, como se quisesse falar mas não consegue. Ou está limitado ou então foi estimulado em não o fazer por um feitiço qualquer que o impede de falar e assim revelar o seu segredo, dizendo alto e bom som porque é que se encontra no Castelo da Bruxa Loba Malvada, principal inimiga dos inocentes bebés.
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COMENTÁRIO 123 DOS 2 PENSANTES INCÓGNITOS:
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2.º incógnito: Oh! Oh! Esta é boa! Será que vi bem? O Pardalão e a Fada Borboleta estão a esconder-se? Não tinha o pardal das penas encantadas como um cobardolas. Graceja. 1.º Incógnito: Se tivesses as orelhas destapadas, dava para perceberes que o pardal e a companheira foram fazer uma pequena exploração ao interior do Berço, para descobrirem antes de nós, algo interessante. Diz, dando uma palmada no cachaço do seu parceiro. 2.º Incógnito: Grande susto! Pensei que ias demorar mais a analisar a ranheta. Alguma coisa de interessante? Pergunta, tentando controlar um impulso de levar um dedo ao nariz. 1.º Incógnito: Nada de excecional. Ao contrário do que pode estar para acontecer na sala dos falhados...
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VÁ LÁ BERÇO! VÁ LÁ!
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Dentro da sala dos falhados, o Cabeça de Abóbora continua a ter umas terríveis convulsões, cada vez mais assustadoras. Só não começa a espumar da boca, porque não tem saliva, mas sim uma espécie de sumo ou doce de abóbora, que escorre pelo canto da sua boca, que começa a ter uns contornos irados e cheios de ódio, assim como uns olhos que ficam semicerrados e mais bicudos nas pontas. Quase parece que a qualquer momento vão começar a chispar lágrimas de ácido exasperado com cheiro a incrédula malvadez. Nada de bom vai acontecer quando acabarem as convulsões. O príncipe Ratito e a princesa MariaNeta, abraçados um ao outro, continuam esperançados de que a Boa Sorte os livre de qualquer calamidade e que o Pardalão diga o que fazer a seguir, vendo que ele se encontra no interior do Berço com a Fada Borboleta, a saltitar de impaciência ou então a fazer algo inexplicável que pode ter uma reação significativa e gratificante para o mesmo. 21
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Por sua vez, o Barretão começa a plotar e com uma dúzia de PLOT’S consegue formar um círculo de proteção em volta dos seus príncipes. Contudo, espera por mais indicações do Pardalão. Entretanto, observa com olhos de ver a ranheta amarelada nas paredes que continua a palpitar e se contorce, parecendo crescer em forma de cogumelo, para depois se moldar numa enganadora e engraçada forma de umas Cabeças de Abóbora em miniatura, rondando umas seis dezenas de novas cabeças, todas com ar arrogante e prontas a descolarem-se da parede e começar a saltitar por ali, fazendo o máximo de estrago. Quem sabe, talvez também explodir e provocar por ali danos permanentes? O Pardalão pode estar com a Fadaboleta no interior do Berço, mas está atento ao Cabeça de Abóbora e à sua ranheta decorativa. Por isso, tem plena noção de que as coisas podem azedar a qualquer momento e não é preciso ser um adivinho para comunicar isso à sua parceira de aventura, enquanto saltita com ela, tentando despoletar mais impulsos ao Berço, para ver se ele desbloqueia a sua língua, que infelizmente se encontra impedida de falar, mas isso é um pormenor que o Pardalão quer contornar, aproveitando o nervosismo do Berço e a sua vontade de ajudar. – Vá lá Berço! Vá lá! – exclama o Pardalão, continuando a saltitar, tentando estimular o Berço, passando-lhe um pouco da sua energia positiva e quem sabe também um pouco de Boa Sorte, que se colou a ele por andar perto do príncipe Ratito. – Vá lá Berço! Vá lá! – exclama também a Fada Borboleta, imitando o Pardalão, com a única diferença de que ela começa a brilhar. – Faz de conta que nada de mau está a acontecer à tua volta, que o Cabeça de Abóbora e a sua ranheta não se estão a transformar em algo odioso, vil e infame, cheio de… mau! Isso não interessa a ninguém. Faz de conta que o que está a acontecer é uma brincadeira e que tu és o brinquedo onde nós estamos a brincar. Solta a tua mente, alivia os teus pensamentos e prossegue neste impulso, para depois repousares...
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COMENTÁRIO 124 DOS 2 PENSANTES INCÓGNITOS:
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2.º Incógnito: Na minha opinião, estão todos às aranhas! O príncipe tem a espada, mas tem medo de a usar e os Barretões, por muitos que plotem, se sentirem a confiança do príncipe, não vão saber que forma adotar para ser mais adequada a proteção dos pombinhos. Comenta. 1.º Incógnito: Por outras palavras… parece que ninguém ali sabe o que fazer ou o que esperar sem a orientação do pardal das penas encantadas… 2.º Incógnito: Sabias que a ranheta podia fazer aquilo? Estou espantado por tomarem a forma do Cabeça de Abóbora. Podiam ter formas mais originais… uns touros raivosos, por exemplo ou uns leões esfomeados. Imagina, pensando que a personagem deve ser desprovida de imaginação. 1.º Incógnito: E porque não uns elefantes com um pico de adrenalina? Concentra-te! As coisas podem vir a ficar feias e nós não queremos ser apanhados no meio de tanta ranheta. Não quero ter uma conta exorbitante com as limpezas. Acrescenta, dando um abanão ao seu colega.
ORA! ORA! FIM DA INVESTIGAÇÃO!
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As coisas dentro da sala dos falhados ou sala dos sarilhos têm tendência a piorar. O Cabeça de Abóbora ainda continua a ter convulsões e agora também parece que a sua massa corporal está a aumentar. A sua cabeça tem quase o tamanho de duas, os seus braços e as suas pernas estão a inchar cada vez mais. Quase parecem troncos, prontos a fazer estragos e mais pormenores não é preciso dizer, para constatar que ele é quase uma máquina de infligir dor. Cuidado! Ele não vai poupar quem se lhe atravessar à frente. O grupo amigo ainda está a contar com a audácia e a destreza do Pardalão, assim como a sua genial sensatez para resolver os problemas. – Vá lá Berço! Vá lá! – exclamam o Pardalão e a Fada Borboleta, ainda dentro do mesmo. 23
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De início, a leveza de ambos a saltitar dentro do Berço, não dava muito bem para pôr em prática um plano alternativo, que se começa a projetar na mente do investigador voador, mas agora com os vários saltos acumulados, uma respeitável quantidade de energia começa a oscilar e o Berço balança de um lado para o outro. O Pardalão e a Fada Borboleta estão a investir numa grandiosa ideia, capaz de dar algum resultado. Eles, para além de concederem ao Berço uma oportunidade de se divertir, estão a dar-lhe permissão para triunfar, fornecendo-lhes uma possível pista, capaz de deixar toda a gente pasmada e uma garantia de que a diversão ainda está longe de acabar, pois vai teimar em continuar. – Grande descoberta! – exclama a Fada Borboleta. – Um compartimento secreto. – observa o Pardalão, quando a almofada, a manta térmica, o lençol e o colchão voam do Berço. – Era disto que andavas à procura? – questiona a Faducha. – O balançar do Berço só veio confirmar a minha suspeita. – afirma o Pardalão. – Assim ficaste a saber que há algo dentro do fundo falso, sobre o qual estamos pousados, pois faz um estranho barulho quando balança de um lado para o outro. – Nem mais! O que quer que seja, é mais algo que foi aprisionado ou escondido e que à partida não era para ser visto, descoberto e libertado. Espero que seja amistoso. – Muito inteligente, o menino! Quem sabe se não é a língua do Berço? – pergunta a Fada Borboleta, não imaginando propriamente uma língua verdadeira, isso seria estranho, mas algo que consiga fazer o Berço falar ou falar pelo Berço. – Isso vamos ter que investigar mais a fundo. Temos que descobrir como o tirar do fundo falso. – dito isto, o fundo do Berço projeta-se para cima, e de lá, sai uma nova personagem. – Hum! Ora! Ora! Fim da investigação! A nova personagem que sai do fundo falso é um chapéu. Chama-se Chapéu Sobressalente e por vezes pensa que é um aparelho eletrónico, do género misturadora ou liquidificante. 24
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O Chapéu Sobressalente é um chapéu de Bruxa, é claro! Que em tempos pertenceu à Malvada, antes de ela se tornar na Loba. Logo, tudo o que sabe sobre a Bruxa é do tempo em que a mesma era uma adolescente. A partir daí, não sabe mais nada, pois foi substituído e escondido no Berço para aí permanecer. E esta! O Berço é do tempo da Ruxinha, a Bruxa antes de ser Loba Malvada!
COMENTÁRIO 125 DOS 2 PENSANTES INCÓGNITOS:
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2.º Incógnito: É impressão minha ou o cabeçudo está a inchar? Achas que ele vai rebentar? Se rebentar para os nossos lados, podemos ser descobertos… o que fazemos? Questiona, tentado em pegar no manual de instruções da nave, para ver se encontra nele algo de útil que não lhe vem à cabeça, para usar numa situação destas. 1.º Incógnito: Deixa-me pensar… a minha intuição diz que ele não vai rebentar, mas nunca fiando. Liga os repulsores. Ordena. 2.º Incógnito: Ah! Eu sabia que havia repulsores! Oh! Oh! Os repulsores que ainda estão em fase experimental? Não temos a certeza se consegue repelir ranheta, ou nhanha de abóbora… 1.º Incógnito: Sim! Mas agora é a única coisa que temos para nos livrar de sarilhos. Para quê complicar? A propósito! Porque não te lembraste de fazer uma observação raio X ao Berço? Pergunta, questionando-se porque não se lembrou disso assim que colocaram os olhos no Berço. 2.º Incógnito: O chefe é que manda por aqui. A minha única iniciativa é colocar música nos ouvidos ou comidinha na barriguinha. Estar um passo à frente dos outros não é comigo… 1.º Incógnito: E eu pensava que a minha influência te estava a ensinar qualquer coisa… Devia logo ter desconfiado que os dois pombinhos andavam à procura de algo, assim que se esquivaram para o interior do Berço e o puseram a balançar… distraí-me com a ranheta.
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O CHAPÉU É UM ALIADO
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O Chapéu Sobressalente está felicíssimo por ter sido libertado e está disposto a fazer qualquer coisa para agradecer aos seus libertadores. Aquele pardal e aquela pequena Fada, são qualquer coisa! – Obrigado amigos! Já começava a cheirar a mofo, dentro do Berço. Sem ressentimentos Berço amigo! – exclama o Chapéu Sobressalente, finalmente livre e com vontade de esticar as suas abas e pôr a conversa em dia. – Parece que cheguei em boa hora! Nada de bom vai sair daquele cabeçudo ali. – o Chapéu está a referir-se ao Cabeça de Abóbora, que tem cada vez menos convulsões e está cada vez mais inchado, pronto a esmagar. – Como me libertaram, tenho uma dívida de gratidão para convosco e estou disposto a saldá-la agora mesmo! Bem! As paredes das redondezas estão com umas cores estranhas e umas caras medonhas. O que foi que lhes fizeram? – questiona o Chapéu Sobressalente, referindo-se à ranheta de cor amarelada que têm agora uma forma nítida de Cabeças de Abóbora raivosas, prontas a descolarem-se da parede e polir os seus adversários com algum muco pegajoso. Muito fácil é comunicar com o Chapéu Sobressalente. Depois de tanto repouso, no fundo falso do Berço, ele está cheio de energia para entrar em ação. Ainda não o disse, mas ele tem alguns truques na cartola e está cheio de ideias para as pôr em prática, ajudando assim o grupo amigo, que precisa de uma ajuda extra, na luta contra o Cabeça de Abóbora e os seus Soldados Ranheta. Engenhosamente, o Chapéu Sobressalente paira no ar, como se tivesse umas asas invisíveis ou estivesse assente numa cabeça de um corpo invisível. Por vezes tem algumas funcionalidades mecânicas que aciona inconscientemente por estar ansioso com o que vai fazer e põe-se a girar ou a rodar como se fosse uma centrifugadora, para depois ficar imóvel e olhar atentamente para o cenário que o rodeia, pensando se tem competência suficiente para o serviço 26
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que vai fazer, e se o seu entusiasmo em colaborar com os bons não vai estragar tudo. – Sugiro que se afastem um bocadinho e me deixem atuar vigorosamente, contra todo o ódio que está quase a ser propositadamente direcionado para todos vocês. – diz o Chapéu, que é agora um aliado e que vai neutralizar o ataque do Cabeça de Abóbora. – A ponta da minha cabeça pressente que o ataque está eminente! – Por nós tudo bem, não é malta? – questiona o Pardalão, piscando o olho a todos. O Pardalão aproxima-se da Fadaboleta, dirige-lhe um sorriso furtivo e vão acomodar-se nos ombros dos príncipes. Não se vão afastar muito mais, estão rodeados pelos Barretões, vão desfrutar da sua proteção e desfrutar também do espetáculo que o Chapéu Sobressalente vai proporcionar. Caso seja necessário, o Pardalão está mais que pronto para uma das suas intervenções de último minuto, catapultando os Barretões para o meio da cena, com várias formas diferentes, cheias de tenacidade e capacidades lógicas, mas entretanto ele apenas lhe diz para lhes facultar óculos a três dimensões, pois o possível filme de pancadaria está quase a começar. Cabeça de Abóbora e Soldados Ranheta raivosos versus Chapéu Sobressalente!
COMENTÁRIO 126 DOS 2 PENSANTES INCÓGNITOS:
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2.º Incógnito: Nunca teria adivinhado que estava escondido no Berço um chapéu de Bruxa. Tagarela. 1.º Incógnito: Um chapéu que desconfio, nos vai ensinar algumas coisas, pena não o podermos apanhar para uma observação mais profunda… em todo o caso, quero que graves toda a sua ação. 2.º Incógnito: Sabe chefe! Não sei se devo pegar no bloco de notas para tirar uns apontamentos, ou se vou preparar umas pipocas… estou um pouco confuso com a reação do grupo amigo em colocar óculos a três dimensões. Comenta, acabando por clicar no botão de gravação. 27
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