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título: 123 NOVA VIDA - Relato fotográfico de uma equipa de Basquetebol de rua autor: Sérgio Araújo
edição: Edições Ex-Libris® (Chancela Sítio do Livro)
revisão: Susana Malagueiro arranjo de capa: Ângela Espinha paginação: Paulo Resende
1.ª edição Lisboa, abril 2024
isbn: 978‑989 9028 91 3 depósito legal: 519968/23
© Sérgio ArAújo
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O desafio era cada vez maior, começámos a realizar vários torneios, que no início eram apenas torneios internos, entre o grupo, mas havia a necessidade de mais adrenalina e decidimos expandir a disputa…
Mandela, Estrelo, Led, Guido, Lindo, Nucho, Luís, Sérgio, Dilson, Divaldo, Bibas, Miguel, Nataniel, Mauro, Americano, Paulo, Maylanda e Ailton.
Fotógrafo: Sérgio Lucas Matuabi
Sérgio Araújo
EQUIPA NOVA VIDA
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CONTEÚDO
Breve Contextualização
História do Grupo Nova Vida
Depoimentos
Nossos Momentos
Curiosidades
Jogadores do Nova Vida
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AGRADECIMENTOS
Primeiro, agradecer a Deus, pela inspiração e saúde de poder realizar esta pequena obra, fruto de um sonho, um desejo de registar os momentos bons e felizes do nosso basquetebol.
Dizer que é resultado da recolha de imagens, memórias, relatos e do envolvimento de pessoas generosas, a quem estou extremamente grato.
Agradecer à minha mulher, Paula Araújo, que é o meu braço direito, é como sempre a minha primeira editora, olhar extremamente atento e perspicaz.
Agradecer às minhas eternas inspirações, meu avô, Jaime de Sousa Araújo, minha avó, Mariana Assis, meu pai, Renato de Sousa Araújo, minha mãe, Rosa Assis Araújo, e aos meus maiores tesouros, Jéssica, Andressa e Bruna.
Agradecer aos meus irmãos, Fidel e Márcio Araújo, ao meu primo, Mukiyuri Africano, aos meus amigos José Matoso, Celso Monteiro, Octávio e Mauro MJ, ao Josias, António Farel, Lindomar Sousa, Nirian Farrusco, Márcio Borges, Paula Nascimento, Hilma Sassa e Adilson Pascoal, pelos contributos, depoimentos e fornecimento de algum material.
Agradecimentos a todos os integrantes e amigos do núcleo Nova Vida.
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PREFÁCIO
Com a autorização do autor da obra, que amavelmente me pediu que fizesse o prefácio, permitam-me todos os leitores que exponha a minha particular teoria sobre a origem do movimento desportivo e cultural a que chamamos «Basquetebol de Rua». Tal teoria empírica, por certo, obriga-me a retroceder ao início da década de 70 com os KIEZOS do Elias Dya Kimuezo e os Beatles de John Lennon no topo das referências da rádio naquele período.
Devemos recordar que não existia a televisão, e o protagonismo da rádio na formação cultural e desportiva desse período era compartido com os jornais da época, aos que só as elites tinham acesso. Desde a minha humilde percepção, o basquetebol de rua tem a sua origem mais profunda na rivalidade que existia na cidade de Luanda (provavelmente Benguela, Lobito, Huambo e Lubango em menor medida), dentro dos centros
educativos onde se promoviam disputas desportivas que tinham lugar ao ar livre, sem nenhum tipo de preparação prévia, onde a finalidade do jogo residia essencialmente na vaidade de ser melhor do que o centro educativo oponente. O resultado era o menos importante. O importante realmente consistia em «humilhar» o adversário.
Este conceito de «humilhação desportiva» deve ser devidamente entendido, pois, tal como no basquetebol de rua, o fim da mesma consistia em provocar um estado de ânimo específico, onde os risos e gargalhadas colectivas primavam acima de tudo. Esse era o verdadeiro troféu do vencedor. Existiam também outras motivações para quem tivesse a sorte de ser aceite como praticante, e poder com orgulho representar aos demais companheiros do centro educativo, aumentar a sua popularidade e através dela conseguir uma maior aceitação dentro do colectivo feminino, que a modo das cheerleaders Preview
actuais, acompanhavam os ELEITOS do seu respectivo Liceu/Escola nesses encontros onde jamais existia uma convocatória formal, mas que através do boca a boca, terminava por agrupar centenas de estudantes das duas equipas, sendo este fenómeno também comum ao basquetebol de rua, onde as cheerleaders dos anos 70 são substituídas pelos vizinhos e moradores do entorno das equipas em confronto. Era tal o entusiasmo existente que havia até professores que na hora do jogo (trumuno), decretavam tolerância de ponto com suspensão imediata da classe para todos os alunos interessados, de forma a poder presenciar verdadeiros exemplos de rivalidade, com jogos de alto nível competitivo e, quase sempre, com uma baixa (tirando a má) qualidade técnica.
De apontar também que alguns dos participantes activos neste movimento desportivo já jogavam em clubes federados, mas eram activos participantes na dinamização dessa competição paralela, em que, à semelhança do basquetebol de rua,
se pactuavam as regras de acordo com as condições que se entendiam mais adequadas, considerando o COMO, o QUEM e o DONDE.
Alguns destes encontros, dada a desorganização ou talvez porque algum dos jogadores importantes estava em exames, tinham lugar fora de horas, terminando já numas condições de luz natural que obrigavam a remarcar um novo jogo para a data mais imediata.
Nunca pratiquei basquetebol de rua (apenas federado) mas estou convencido de que este espírito e circunstâncias são comuns ao período que trato de descrever com as competições de rua que hoje têm lugar.
Havia outra consideração importante, que consistia em que a equipa ganhadora sabia de antemão que estava obrigada a dar uma nova e necessária oportunidade à equipa derrotada em forma de um novo desafio. Tudo dentro de um período de tempo prudente, pois era impossível para quem tivesse perdido prolongar por demasiado tempo a Preview
sensação de «humilhação desportiva» e continuar com as imagens das gargalhadas e abraços da claque contrária.
Tudo isto determinava a existência de um espírito de competição elevado (mesmo para a equipa derrotada), pois existia a percepção constante de que no jogo seguinte... ARRASAMOS!!!
O melhor praticante (reconhecido naturalmente e aceite por todos), fazia a selecção dos jogadores do seu centro educativo. Era importante para quem quisesse ter continuidade na equipa, passar a bola constantemente ao líder, não fosse que por ser «agarrado» não voltasse a ser convocado. Penso que este é outro rasgo comum ao basquetebol de rua.
Tenho a convicção por todas estas razões de que o basquetebol de rua é consequência deste embrião em forma de movimento natural do jogo do basquetebol nas escolas secundárias do país na década
de 70, onde já a juventude pretendia imitar os ídolos locais do basquetebol nacional que representavam os seus clubes na época, sendo os mais importantes na nossa praça o Benfica, o Sporting, o Futebol Clube de Luanda, o Ferrovia, o Vila Clotilde, o CDUA, etc.
Hoje, o basquetebol de rua tem já um lugar próprio como competição alternativa e percebe-se um interesse organizativo cada vez mais patente.
Quero agradecer ao Sérgio o convite para, através deste Prefácio, poder participar na obra de homenagem que entendeu fazer a uma forma de entender o desporto (e a convivência) e mais concretamente ao Basquetebol, através do Basquetebol de Rua.
Ao Sérgio, os meus parabéns pela iniciativa.
Nélson Ferreira
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RESUMO
A obra começa por descrever as razões da empatia dos jovens e adultos pelo basquetebol de rua em Angola.
Em seguida, relata os diferentes campos por onde um grupo de amigos praticava com afinco, alegria e prazer a modalidade.
Fala da criação da Equipa do Grupo Nova Vida, da sua trajectória, dos torneios realizados, das várias competições e prémios ganhos.
Fala também da relevância do basquetebol na educação, a sua importância como ferramenta social na construção de valores nos jovens.
A obra cita ainda a importância do basquetebol para uma sociedade mais justa e equilibrada.
E, finalmente, são feitas algumas referências de pessoas do mundo do basquetebol.
A obra é relatada num modelo de imagem e texto.
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BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO
O basquetebol de rua é associado ao movimento Hip-Hop, reconhecido por ter nascido nas ruas das zonas pobres dos Estados Unidos, na década de 1950, em decorrência da exclusão social da população americana de baixa renda. Em Angola, o interesse a nível nacional pelo basquetebol de rua suscita com as vitórias consecutivas do afro-basquetebol. Evidentemente que antes desse entusiasmo nacional já se praticava o basquetebol nas ruas. Actualmente ocupa o 41.º lugar no ranking da FIBA.
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