Maçã e Canela

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Catarina Valadas

Maçã e Canela,

o Livro



Catarina Valadas

Agradecimentos

O

Maçã e Canela, o Livro não seria possível sem todos os que sempre me ensinaram a lutar pelos meus sonhos.

Desde a minha família, aos amigos mais íntimos, aos meus seguidores do blogue. Nada disto seria possível se não houvesse tanta força, incentivo e motivação. Desde já, um Obrigado. Obrigado a todos os que não me deixaram desistir de passar o Maçã e Canela do sonho para realidade.


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FICHA TÉCNICA

Edição: Catarina Valadas Título: Maçã e Canela, O Livro Autora: Catarina Valadas Capa: Sítio do Livro 1.ª Edição, Lisboa, 2009 Impressão e acabamentos: Agapex Depósito legal: 303878/09 ISBN: 978-989-20-1852-2 © Catarina Valadas

Publicação e Comercialização Sítio do Livro, Lda. Lg. Machado de Assis, lote 2 - C1700-116 Lisboa www.sitiodolivro.pt


Catarina Valadas

Introdução

H

á precisamente um ano, mais coisa menos coisa, decidi criar um blogue. Quando comecei eram apenas pequenos textos, desabafos, partilhas de sentimentos, pedaços de mim. Hoje, ao fim deste tempo, o Maçã e Canela tornou-se o meu motivo de orgulho e escrever faz parte da minha essência e da minha vida. Por tudo isto, resolvi arriscar. Pensei, porque não? Porque não editar um livro onde resumo o pouco de mim, da forma como vejo o mundo e as pessoas. E assim foi, o Maçã e Canela tornou-se um livro, o meu primeiro livro.


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Segredos

O

lha, Guarda este segredo contigo.

Guarda este momento, em que te sussurro no ouvido e em que o tempo pára à nossa volta. Este sol que nos aquece a alma e a leve brisa que nos toca os lábios. Guarda-me contigo para sempre, nem que o para sempre seja só hoje. E hoje seremos apenas amantes da nossa vontade, apenas o nosso segredo Hoje sente a minha alma dançar nas tuas mãos.

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Talvez

T

alvez sigas as minhas pegadas na areia. Talvez corras atrás do passado que tentaste apagar

a todo custo com uma borracha. Talvez daqui por um tempo os papéis se troquem e seja eu a personagem principal. E aí, quando acordares do sonho ou melhor quando sentires que te escorreguei pelas pontinhas dos dedos e que já não sou "prisioneira" na nossa história. Talvez aí queiras sentir-me de novo. Talvez aí queiras abraçar-me de novo. Tocar-me de novo. Mas aí... já eu fugi dos "talvez" e já voei. A minha alma já estará livre. Já não serei recordações. Serei o futuro. Serei um tudo que é nada... Serei um pouco de mar, de sol... de areia... serei arco-íris e gotas de chuva... serei uma flor, ou quem sabe, serei eu. Serei aquilo que perdi, enquanto me perdia contigo.

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Acasos

S

e por qualquer acaso do destino me pegares na mão, fazes-me voar?

É que eu gostava tanto. Se por qualquer outro acaso do destino, os nossos olhos se

cruzarem,

consegues

ver

aquilo

que

sinto?

E ainda se, por acaso, houver mais acasos tão bons como estes me quiseres ouvir, ouve os batimentos do meu coração. Eles falam melhor que as minhas palavras e escrevem melhor que todas as frases que eu possa escrever. Se todos os momentos nos enchessem tanto a alma como estes, se todos os acasos perdurassem, já não seriam acasos, seriam momentos que perduram pela eternidade. A eternidade onde nos temos a nós. Como acasos de um acaso.

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A Dança

E

la lembra-se daquele momento vezes e vezes sem conta, ainda recorda a música que dançavam, o que

vestiam, o perfume que Ele emanava. Lembrava-se Ele como lhe faltou a coragem para tomar o passo e beijá-la com ternura, como tanto lhe apetecia e o momento proporcionava. E assim foram passados os dias, perdidos nas lembranças daquela que foi a primeira dança. Mas do que lhes valiam as recordações, se o medo de tudo e nada os impedia de tentarem saber? Até que Ele se decidiu. E foi num outro encontro, em que a mesma música tocava, que ele a abraçou e lhe deu o beijo que Ela há tanto esperava. E ali ficaram e foram estando, sentindo o momento, porém, desta vez realizados e levando para casa a lembrança daquele que foi o primeiro beijo.

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A Fuga

É

madrugada, calma e silenciosa, simplesmente perfeita para uma fuga de tudo o que sou.

Pego na viola, companheira que estou aprender a tocar, na máquina fotográfica, objecto indispensável aos retratos do tempo, prancha de bodyboard que me vai embalando no mar e não falta nada. Ah! Papel e caneta, pois não trazer os pensamentos à realidade é de certo um crime. Antes de sair, escrevo uma carta. Despeço-me da família, dos amigos e dos demais, dizendo apenas: "Fui descobrir a

felicidade",

com

certeza,

e

digo

isto

muito

convictamente, ninguém irá perceber, ou provavelmente vão pensar: "Endoideceu", mas apesar de tudo, o mínimo e o mais sincero fica dito. Levo-me para longe, o destino é incerto e certo de que será perfeito. Perfeito porque levo comigo o que escolho para ser feliz. Perfeito porque vou encontrar o que desejo, a felicidade. 9


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Vou-a sentindo em pequenas coisas que vou vivendo, numa fotografia do pôr-do-sol, num acorde desafinado, numa palavra ou frase que sai em folhas de rascunho, num sorriso de um desconhecido, num mergulho no mar. Continuo o percurso pela estrada do imprevisível e desconhecido, e esta busca vai-me preenchendo e fazendo cada vez mais entender que o que preciso para ser feliz é simplesmente simples.

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Senta-te aí

S

enta-te aí. Senta-te nessa poltrona velha e gasta pelo tempo.

Pega na tua viola e canta uma canção. Sempre me soube bem ouvir-te de leve no meu ouvido. Senta-te aí... Senta-te nessa poltrona velha e gasta pelo tempo, onde tantas vezes conversámos, sem segredos, sem assuntos proibidos, como se de uma melodia nossa se tratasse. Senta-te aí. Nessa poltrona velha e gasta pelo tempo. Onde tantas vezes me amaste e fizeste sentir que cada momento é uma dádiva de precioso tempo, o nosso tempo. Senta-te aí. Nessa poltrona velha e gasta pelo tempo. Dá-me só mais um pouco de ti sem que haja algum contratempo que me faça perder o gosto de cantar este momento.

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