Confia no Teu Poder Interior

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CONFIA NO TEU PODER INTERIOR | Transforma a Tua Vida

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Yara é uma jovem que passou por várias situações de bullying em contexto familiar, escolar, social e profissional no percurso da sua vida. Viveu grande parte da sua infância e juventude sem conhecer a sua verdadeira essência e não sabia qual era o seu propósito de vida. Devido às experiências de discriminação e de preconceito de que foi vítima no passado, acaba por sofrer uma depressão e vários desequilíbrios emocionais. Esta ausência de amor-próprio leva-a a tomar a decisão mais importante da sua vida: sair da sua zona de conforto e partir numa viagem de autodescoberta pessoal. Ao longo desta viagem, Yara tem a oportunidade de se conhecer verdadeiramente, aceitar-se e amar-se incondicionalmente. Além disso, consegue descobrir qual a sua missão e a forma como pode contribuir para um Mundo melhor. Yara é um exemplo de força, coragem, determinação, motivação, perseverança, alegria e amor. Baseada numa história verídica este livro demonstra que ao confiarmos no nosso poder interior é sempre possível transformar a nossa vida.

Sandra Pacheco

CONFIA NO TEU PODER INTERIOR Transforma a Tua Vida

Sandra Pacheco nasceu em Calgary, Canadá, no dia 19 de junho de 1988. Quando tinha 7 anos de idade foi viver para os Açores. A sua infância foi feliz e a adolescência muito desafiante. É grata por tudo o que viveu na infância e adolescência, pois tornaram-na no Ser Humano que é hoje! A autora fez a sua formação em Educação Básica e tornou-se professora do 1.º ciclo. Mais uma vez, é grata por realizar este sonho e fazer a diferença na vida dos miúdos que se cruzam no seu caminho. É uma apaixonada pela vida! Ama aprender e evoluir, enquanto ser humano. A escrita deste livro faz parte do seu propósito de Vida! Escolhe fazer a diferença e contribuir para um Mundo melhor! https://www.facebook.com/ Sandra.Pacheco.Oficial https://www.instagram.com/ sandrapacheco.oficial/



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título: Confia

no teu Poder Interior – Transforma a tua Vida Pacheco edição: Edições Ex-Libris® (Chancela Sítio do Livro) autora: Sandra

revisão:

Liliana Simões Ângela Espinha paginação: Paulo Resende capa:

isbn:

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1.ª edição Lisboa, dezembro 2021

978­‑989-9028-33-3 487542/21

depósito legal:

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© Sandra Pacheco

Todos os direitos de propriedade reservados, em conformidade com a legislação vigente. A reprodução, a digitalização ou a divulgação, por qualquer meio, não autorizadas, de partes do conteúdo desta obra ou do seu todo constituem delito penal e estão sujeitas às sanções previstas na Lei. Declinação de Responsabilidade: a titularidade plena dos Direitos Autorais desta obra pertence apenas ao seu autor, a quem incumbe exclusivamente toda a responsabilidade pelo seu conteúdo substantivo, textual ou gráfico, não podendo ser imputada, a qualquer título, ao Sítio do Livro, a sua autoria parcial ou total.

publicação e comercialização:

www.sitiodolivro.pt publicar@sitiodolivro.pt (+351) 211 932 500


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transforma a tua vida


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Agradecimentos

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Quero agradecer a todas as pessoas que se cruzaram comigo ao longo desta minha jornada. Sinto que aprendi algo com cada uma destas pessoas. Agradeço aos fantásticos seres humanos com quem tive a oportunidade de partilhar momentos inesquecíveis e experiências marcantes. Apesar de já não estarem cá fisicamente, irei sempre guardar o vosso amor e as memórias de tudo o que vivemos juntos. Obrigada, meus queridos avós, por todos os valores que me ensinaram. Vocês são os meus heróis. Vocês estarão sempre dentro do meu coração. Agradeço a família maravilhosa que tenho. Obrigada por estarem sempre presentes. Agradeço o amor incondicional e o companheirismo dos meus amados cães. Aprendo sempre algo com eles todos os dias. Amo-vos muito Sheba, Max, Maggie e Freaky. Sinto-me muito grata por ter conhecido um miúdo que me ensinou a ver o mundo com outros olhos. Obrigada, Campeão, por tudo o que aprendi contigo. És um herói. Também quero agradecer a todas as pessoas que me magoaram, julgaram e criticaram sem me conhecerem de verdade. Vocês tornaram-me mais forte, mais corajosa, mais autêntica e mais humana. Acredito em mim e no meu potencial. Sinto-me muito orgulhosa pelo caminho que percorri até hoje e pelo que conquistei, devido à minha persistência, força de vontade, determinação, coragem e motivação. Obrigada, Universo, por todas as bênçãos que existem na minha 7


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vida. Sinto-me, profundamente, grata pela vida maravilhosa que tenho. Obrigada por todas as lições que aprendi e por todos os desafios que superei ao longo do meu caminho. Agradeço à editora Sítio do Livro por ter confiado no meu trabalho e por contribuir na realização deste grande sonho de editar e publicar o meu livro. Sou profundamente Grata! Tenho o propósito de deixar a minha marca no Mundo, de criar um legado que fará a diferença na vida das pessoas. Agradeço, a ti, por teres confiado em mim e por ter partilhado as minhas experiências de vida contigo. Sinto-me abençoada!

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“O futuro pertence àqueles que acreditam na beleza dos seus sonhos”

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Eleanor Roosevelt


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Tu tens uma força incrível dentro de ti!

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Yara acabara de sofrer uma depressão e vários desequilíbrios emocionais. Ela era uma jovem simples, humilde e sonhadora. Era também uma jovem licenciada em Educação, com bastante experiência na sua área de formação. As suas competências, enquanto pessoa, faziam dela uma excelente profissional, com sentido de responsabilidade, vontade de aprender e evoluir. Ela era uma professora muito dedicada, empenhada e gostava de desafiar os seus alunos a serem os melhores seres humanos do mundo. Eu fiquei paralisada e em estado de choque por ver a minha melhor amiga numa situação tão frágil da sua vida. Yara parecia ser uma vítima e escolhera refugiar-se em casa, pois pensava que este seria o seu porto seguro. Ela não queria conversar com ninguém, apenas queria estar no seu mundo de conforto e ilusão. Um dia, decidi ir à casa dela fazer-lhe uma visita e saber como ela estava. A partir desse dia, apercebi-me de que a Yara estava a passar por uma fase depressiva na sua vida. Lembro-me perfeitamente da mãe dela dizer-me: «Meu Deus, a Yara está a passar por uma fase menos boa e não quer sair da sua zona de conforto, o que é que faço para a ajudar?». A irmã da Yara fazia de tudo para a ajudar, conversava com ela e tentava desafiá-la a sair de casa e conviver com outras 11


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pessoas. Yara fazia uma cara de pânico e todo o seu corpo tremia. Ela resistia em não querer sair de casa e conviver com outras pessoas. Sentia medo do que as outras pessoas podiam dizer ou pensar a seu respeito. Ela não queria ser julgada e criticada pelos outros. Quanto a mim, continuei ali parada, confusa e sem reação. Não sabia o que fazer perante uma situação dessas. Foi a primeira vez que vi a Yara neste estado frágil e debilitado. Por favor, supera esta fase passageira da tua vida! Tens tanto para viver e para aprender. Eu acredito que vais dar a volta a esta depressão. Tu mereces tudo de bom na tua vida. O pai da Yara parecia uma estátua e também não sabia como reagir perante a situação dolorosa da filha. A sua presença fez com que a Yara se sentisse retraída e preferia isolar-se no seu quarto. Achei estranho esta atitude da Yara em relação ao pai. Parecia que não tinham uma relação saudável um com o outro. A mãe e irmã continuaram sempre ao lado dela e tentavam apoiá-la com palavras reconfortantes e motivadoras, palavras que ela não queria ouvir devido à dor que estava a sentir naquele momento. Eu conhecia a Yara há quinze anos. Conhecemo-nos no 5.º ano de escolaridade. Estávamos na mesma turma e sempre fomos duas amigas inseparáveis. No ensino secundário, no 10.º ano, escolhemos cursos diferentes e distanciamo-nos nessa altura. A Yara tinha escolhido o curso de Humanidades e eu escolhi o curso de Ciências. Claro que podíamos ter mantido a nossa amizade, mesmo estando em turmas diferentes, mas o curso da vida e as nossas escolhas e decisões fizeram com que cada uma de nós seguisse o seu próprio caminho. Senti uma enorme ligação entre nós as duas, quando nos conhecemos pela primeira vez na escola. Naquela altura, a Yara 12


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emanava uma luz muito própria. Era uma rapariga muito bonita e com um enorme coração. Ela adorava ser líder nos jogos que fazíamos no recreio com as nossas colegas. Todos os dias ela tinha novas ideias para fazer jogos criativos connosco. Adorava conversar horas e horas com ela. A minha melhor amiga sempre acreditou que todos os nossos sonhos podiam tornar-se realidade se nós entrássemos em ação para os realizar. Lembro-me de passar pelo seu quarto, num dia em que fui estudar para a casa dela, e de ver de relance a citação emoldurada que ela afixara por cima da sua cama. Era de Eleanor Roosevelt e dizia muito sobre a personalidade da Yara: «O futuro pertence àqueles que acreditam na beleza dos seus sonhos». Yara vivia de acordo com este lema de vida, que a orientava no sentido de partir em busca de desafios constantes, que a tornassem mais capaz de colocar à prova as suas capacidades, enquanto pessoa e enquanto profissional. Ela era uma pessoa dinâmica, ativa e responsável nos compromissos que assumia. Trabalhava facilmente em equipa e adaptava-se rapidamente a diferentes personalidades, tentando sempre gerar o melhor consenso entre as partes. Tinha também uma excelente capacidade de adaptação face às mudanças. Aceitava, por isso, todos os desafios que considerava importantes para ela e via a mudança como algo muito positivo. Yara sentia-se motivada e determinada em abraçar novos desafios e mudanças pessoais e profissionais na sua vida. Apesar de conhecer este lado maravilhoso e positivo da Yara, sei que naquele momento ela não estava feliz e não se sentia realizada. Parecia que estava a esconder algo que a traumatizou na sua infância e juventude. A sua tristeza e ansiedade eram visivelmente notórias na sua expressão facial e corporal. Perguntei-lhe o que se passava 13


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com ela e se quisesse podia desabafar comigo tudo o que a atormentava. Estávamos as duas sozinhas no quarto dela. Foi então que descobri o segredo que ela sempre guardou para si e nunca contou a ninguém. Pela primeira vez, Yara afirmou que tinha sido vítima de bullying e de preconceito ao longo da sua infância e juventude. Eu estava estupefacta por aquilo que tinha acabado de ouvir da boca da minha melhor amiga. Não queria acreditar que aquelas palavras fossem verdade. Continuo, até hoje, sem perceber porque é que ela não me disse mais cedo o que se tinha passado nas suas experiências de infância e juventude. Não percebi porque é que ela escondeu o facto de ter sido vítima de bullying em casa, na escola, em contexto social e profissional. Talvez tenha tido vergonha em expor-se perante os outros. Talvez não queria mostrar o seu lado mais vulnerável e frágil. Talvez tivesse medo do julgamento, da crítica ou dos olhares das outras pessoas. Talvez não queria que ninguém sentisse pena dela. A única coisa que podia fazer naquele momento era respeitar e aceitar a decisão da Yara em não me ter contado as experiências dolorosas do seu passado. E, no entanto, Yara escolheu este momento para expor a sua verdade perante as pessoas que mais ama. Senti que ela precisava de afirmar o que tinha acontecido no seu passado, de forma a libertar-se das amarras que a impossibilitaram de ser uma pessoa verdadeiramente feliz e de bem com a vida. A depressão e os vários desequilíbrios emocionais que a Yara mostrava eram sinais de que as suas experiências do passado não estavam resolvidas na sua mente e no seu interior. Ao mesmo tempo, os seus olhos mostravam que ela estava disposta a seguir em frente e a ultrapassar todos os obstáculos e adversidades da vida que pudessem surgir. 14


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Na verdade, fiquei comovida quando ouvi as seguintes palavras da Yara proferidas com todo o seu coração: «Não vou desistir da minha vida, sei que tenho energia positiva em mim que me fará seguir em frente, rumo aos meus sonhos e àquilo que mais desejo. Não vou culpar os outros e não vou inventar desculpas pelo que aconteceu no meu passado. Autorresponsabilizo-me por tudo o que me acontece e sei que tenho uma enorme força interior capaz de ultrapassar todas as adversidades da vida. Enfrento os meus medos, as minhas dúvidas e inseguranças através da minha confiança e coragem em seguir em frente. Encaro cada desafio como uma oportunidade para aprender, crescer e evoluir como ser humano. Quero viver a minha vida com mais alegria, humildade, generosidade, paixão, persistência e amor. Sei que vou encontrar o sentido da vida e vou descobrir a minha missão. Por isso, sigo em frente de cabeça erguida e abro o meu coração.» Emocionei-me ao ouvir estas palavras poderosas ditas pela minha melhor amiga. Entre nós criou-se um clima de amor, respeito e compreensão por tudo o que foi dito. No meu interior, sabia que a Yara iria encontrar a força que ela precisava para encontrar o seu caminho e senti que ela iria transformar estas experiências menos boas do seu passado em lições de vida. Naquele momento, abracei a minha melhor amiga e prometi que estaria sempre do seu lado nos momentos bons e menos bons da sua vida. Senti que a Yara era uma amiga única e especial. Apesar da distância física entre nós as duas ao longo destes anos, sempre mantivemos uma ligação através das redes sociais ou num simples telefonema. Por mais ocupadas que estivéssemos, conseguíamos sempre tirar algum tempo para comunicarmos uma com 15


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a outra. A Yara perguntava sempre pela minha mãe e pelo meu irmão. Também perguntava como estava a correr o curso de Enfermagem que eu estava a estudar naquela altura. Quando soube, por intermédio de outra amiga, que eu estava com problemas de saúde, a Yara foi visitar-me a Lisboa e moramos juntas no mesmo apartamento durante quatro meses. Foram os melhores quatro meses da minha vida. Aprendi que a amizade é valiosa e que devemos preservar quem nos ama e deseja o melhor para nós. A Yara sempre foi um ser humano generoso e nunca deixou de se interessar pelos seus verdadeiros amigos. Por vezes, são as circunstâncias da vida e muitas das nossas escolhas que distanciam as pessoas umas das outras. Nestes últimos anos, a Yara refugiou-se muito em casa e não queria conviver com as pessoas em geral. Ela isolava-se da própria família e dos seus amigos. Justificava o seu isolamento dizendo que precisava de concentração e foco no planeamento das suas aulas ao longo do ano letivo. Ela estava tão concentrada e dedicada no seu trabalho, esquecia-se da sua própria vida. Com o passar do tempo, este aumento de carga de trabalho trouxe consequências a nível físico, emocional e mental na vida da Yara. Os desequilíbrios emocionais eram cada vez mais intensos e ela acabou por sofrer uma depressão profunda. Yara sempre exigiu muito de si em tudo o que fazia, quer a nível pessoal, quer a nível profissional. Adorava colocar-se à prova perante os mais variados desafios que pudessem surgir no seu caminho. Muitas vezes, ela sentia culpa se não estava ocupada a fazer algo que contribuísse para o sucesso da sua carreira. Rapidamente me apercebi de que ela estava a esconder alguma dor e tristeza sobre algo que a marcou no seu passado. Ela preferia refugiar-se no trabalho, com o intuito de fugir à dor que a consumia ao longo destes anos. 16


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Como previsto, a Yara tornou-se uma jovem triste, abatida e sem esperança no seu futuro. Isolou-se de tudo e de todos. Desistiu da profissão dos seus sonhos, apesar de ter marcado de forma positiva a vida dos seus alunos e por ter contribuído para o sucesso das várias entidades, onde teve o privilégio de trabalhar. Eu sabia que a minha melhor amiga não estava a sentir-se bem ao longo destes anos. Detetei facilmente os sinais de vulnerabilidade e fragilidade, não por ser muito mais perspicaz do que as outras pessoas, mas simplesmente por ter uma ligação especial com a Yara. Apesar da distância física que nos separou, parecia que nos comunicávamos por telepatia. Na realidade, sinto-me aliviada pelo facto de a Yara ter afirmado que foi vítima de bullying e de discriminação no passado. Sinto que ela precisava de afirmar essa verdade, de forma a libertar-se e a encontrar o seu próprio caminho. Ali estávamos nós as duas, no quarto da Yara, a conversar sobre todas as experiências de bullying de que ela foi vítima no seu passado. Quanto mais tempo passava com a Yara, mais eu percebia que ela precisava de conversar com alguém sobre esta situação dolorosa que a marcou. Era como se ela tivesse um qualquer desejo subconsciente de que podia ajudar outras crianças e jovens vítimas de bullying e de discriminação. Parecia que ela queria encontrar uma forma de ajudar outras pessoas que estivessem a passar por uma situação difícil nas suas vidas. E isto refletia-se no seu olhar, nas suas palavras e na sua expressão corporal. Aos 28 anos de idade, a Yara parecia que tinha uma alma sábia que viveu milhares de anos. Apesar de ser uma jovem igual a mim, parecia que as suas experiências de vida lhe ensinaram a ser mais humana e generosa para com os outros. 17


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— Neste momento, estamos a ouvir a música The Greatest da Sia. Esta música está a servir de inspiração para expressar aquilo que quero partilhar contigo. Para mim, a letra desta música é inspiradora, é poderosa. Permite-me estar em conexão comigo própria para poder exteriorizar as minhas emoções, a minha energia e as minhas ideias contigo. Neste momento, irei partilhar uma das experiências que vivi durante a infância, a adolescência e que prolongou-se na idade adulta até há pouco tempo — esclareceu a Yara. »Quero que saibas que nunca contei isto a ninguém. A minha família são as únicas pessoas que sabem o que realmente vivi e experienciei na minha infância e juventude. Sinto que esta é a melhor altura para expressar aquilo que guardei para mim durante muitos anos. É como se fosse um segredo. Mas, olhando para trás, noto que sempre expressei o que sentia através do meu olhar e da minha expressão corporal. Sentia tristeza, medo, dor, frustração, injustiça, revolta, culpa. Sentia-me perdida. Estas são emoções negativas que não te permitem avançar na vida. Sim, aos meus olhos, eu era uma vítima naquela altura. Esta era a invenção que eu própria tinha criado na minha mente. Sei que passei por experiências difíceis, mas fui eu que permiti que aqueles acontecimentos ou aquelas pessoas me afetassem a nível emocional — desabafou a Yara, com lágrimas nos olhos. — Estou aqui para te ouvir, amiga. Podes expressar tudo o que sentires dentro do teu coração. Prometo que estarei sempre do teu lado ao longo desta nossa jornada — tranquilizei-a de forma carinhosa e firme. — Como sabes, Maria, esta experiência teve origem na minha infância e adolescência. Sempre fui uma pessoa introvertida e vivia 18


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com muitos receios. Tinha receio de expressar o que sentia ou o que pensava em casa com a minha família ou mesmo na escola. A verdade é que me sentia diferente em relação às outras pessoas, colegas e amigos. Isolava-me de tudo e de todos. Guardava os meus problemas para mim. Era muito raro desabafar com alguém. A minha mãe era a única pessoa com quem eu queria conversar sobre os medos e inseguranças que sentia naquela altura. Tive uma adolescência complicada, um pouco depressiva. Penso que o que mais me afetou foi o facto de dar muita importância ao que os outros diziam ou pensavam de mim. Ainda na minha idade adulta, passei por situações que não deveria ter aceitado. Sofri bullying e de preconceito durante grande parte da minha vida. Fui vítima de bullying físico, psicológico, emocional e verbal em casa, na escola, em contexto profissional e nas minhas relações pessoais. No entanto, algo me fazia mover. Uma força incrível dentro de mim permitia-me dar um passo em frente e seguir o meu próprio caminho. Apesar da dor e de não ver mudança à minha volta, sempre tive a coragem de seguir em frente. Confiei em mim. Acreditei que a vida seria muito mais do que aquilo que experienciei. Fui descobrindo quem eu era… — continuou a Yara. — Força, amiga. Expressa aquilo que tu sentes e não tenhas vergonha do que aconteceu na tua vida. As experiências são oportunidades para aprendermos e crescermos. Podes continuar a desabafar comigo — disse-lhe. — Hoje em dia, ainda estou a descobrir coisas maravilhosas sobre mim. A cada dia que passa, descubro e aprendo algo novo na minha vida. Adoro aprender, crescer como ser humano e evoluir. A experiência de bullying foi uma lição de vida para mim. Descobri 19


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que tenho uma força extraordinária dentro de mim capaz de ultrapassar qualquer desafio que a vida possa apresentar. Aprendi a ser corajosa. Aprendi a ser confiante. Aprendi a ter uma maior autoestima. Aprendi a amar-me tal como sou. Tu és muito mais do que aquilo que mostras ser. És uma Força da Natureza. Basta confiares em ti, no teu potencial, no teu poder pessoal. Se viveste ou estás a passar por uma experiência semelhante à minha, quero que saibas que não estás sozinho(a) nesta jornada. Todos nós estamos ligados. Somos todos um. Somos todos amor. Estamos todos ligados por uma corrente de amor. Hoje em dia, posso sentir algum medo, tristeza ou ansiedade, pois estas emoções fazem de mim um ser humano. Mas agora sei trabalhar estes aspetos e consigo transformá-los em algo positivo na minha vida — afirmou a Yara com um brilho nos olhos. — Sempre acreditei que esta Yara encontrava-se dentro de ti. Tu és muito mais do que a soma dos acontecimentos que viveste no teu passado. Isto reflete-se nas tuas palavras e no brilho que transmites no teu olhar. Sinto-me muito orgulhosa por ter uma amiga como tu. Digo isto com todo o meu coração — disse-lhe, emocionada. — Sinto que esta é a minha missão. É a minha contribuição para um Mundo melhor. Desejo que a minha mensagem de força, esperança, paz e amor chegue ao coração de muitas crianças, jovens e adultos, para que consigam transformar a sua vida e serem verdadeiramente felizes. Sinto-me tão grata por estar a dar o melhor de mim através destas palavras de incentivo, coragem, força e determinação. Acredita que as palavras têm uma força incrível, pois permitem teres uma atitude positiva perante a vida. As palavras são 20


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uma poderosa ferramenta que te impulsionam a agir em conformidade com aquilo que mais queres ou desejas. As palavras são uma força inspiradora para entrares em ação e de pores em prática as tuas ideias e objetivos. De que é que vale teres ótimas ideias e projetos de sonho e não entrares em ação? Partilhar esta mensagem é um sonho realizado, devido à minha atitude de força e de coragem. Se já foste vítima de bullying e de preconceito, acredita que tens uma força incrível dentro de ti que ultrapassa tudo. És mais forte do que aparentas ser. Encara os obstáculos que surgem na tua vida como oportunidades para o teu desenvolvimento pessoal e crescimento espiritual. Sê forte. Sê corajoso(a). Transforma a tua vida. Tu mereces o melhor que existe neste Mundo — afirmou a Yara com confiança. — Sim, Yara. Também já fui vítima de bullying verbal. Naquela altura, pensava que fosse algo normal entre os jovens e sujeitava-me àquilo que ouvia sobre mim. Mas sei que as atitudes de bullying são horríveis e dolorosas. Compreendo toda a dor e mágoa que sentiste ao longo destes anos. Obrigada, por partilhares as tuas experiências de vida comigo — disse-lhe. — Não precisas de agradecer, amiga. Sinto que preciso de ajudar mais crianças, jovens e adultos vítimas de bullying e de preconceito. Acredito que tudo acontece por uma razão — afirmou a Yara com um sorriso nos lábios. E foi então que aconteceu. Aquela conversa emocionante e intensa trouxe a corajosa Yara de volta à Terra e fê-la tomar consciência da sua missão neste mundo. Em plena noite de outono, no seu quarto, a minha amiga descobre o sentido da sua vida e a mensagem que quer partilhar com o mundo. 21


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Desenvolve a tua autoestima, confiança e amor-próprio

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Passados uns dias, a Yara decidiu comunicar a mim e à sua família que iria fazer uma viagem à volta do mundo inteiro. Assim foi. Yara percorreu o mundo durante um ano inteiro com o objetivo de conhecer novas pessoas, novas culturas e vivenciou aprendizagens e experiências marcantes. Divulgou a sua mensagem de paz, amor e coragem a todas as crianças, jovens e adultos vítimas de bullying e de discriminação. Yara conquistou o mundo com as suas palavras e atitudes de generosidade, compaixão e humanidade perante os outros. Partilhar esta mensagem era o seu propósito de vida. Era a sua missão. A Yara tinha como objetivo ajudar e inspirar as pessoas a serem mais felizes e a seguirem os seus sonhos. Pretendia encorajar todos os seres humanos a saírem da sua zona de conforto e a arriscarem mais na vida. A Yara queria contribuir para um mundo melhor onde houvesse mais paz, amor e esperança. Ela acreditava que cada um de nós estava neste mundo por um motivo especial. Acreditava que cada um de nós podia ser e fazer a diferença na vida de muitas pessoas. Sinto que todos nós estamos aqui na Terra para aprendermos com as nossas experiências, crescermos e evoluirmos como seres 23


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