Na Prática 17

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Produzido pelos alunos do Curso de Jornalismo da Universidade Metodista de Piracicaba

UNIMEP Ano III - Edição 17 Agosto/2009

JORNAL LABORATÓRIO Mayara Veiga

Cidadania

Jovem

consciente Universitários desenvolvem projetos sociais e praticam a solidariedade Pág. 11

Tecnologia

, iPhone..ia. n a m lk a W , 3 panh MP nicos são com rô Aparelhos elet ia nte no dia a d a st n co 3 Pág.

mento Comporta

olícia Caso dea p lei antifumo

Desrespeitar em B.O. pode resultar Pág. 6

Saúde

has? Você rói duicn ial à saúde

Hábito é preju g. 10 Pá

Aline Schmidt

Cultura

Paixão de raiz Colecionador reúne mais de 2 mil discos de vinil de música sertaneja Pág. 7


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Apresentação

Atitude Jovem

J

ovem é energia, jovem é saúde, jovem é diversão. Lazer faz parte da vida de todas as pessoas, mas entre o público jovem ele é indiscutivelmente maior. A rotina, geralmente composta por música, esportes e paixões retrata a pura ousadia de viver o momento, contrariando o mundo no qual a maior preocupação é o amanhã. Mas jovem é mais que isso. Jovem também é atitude. Atitude de desenvolver a prática da solidariedade no meio social. Um grande exemplo é o dos universitários de Americana, que através do incentivo recebido pelas instituições de ensino colocam a cidadania em prática. O trabalho solidário é uma prática de responsabilidade social desenvolvida junto aos necessitados, seja incluindolhes de forma mais digna na sociedade ou amenizando seu sofrimento, trabalhando, por fim, em prol da sociedade. Pensar em responsabilidade social no Brasil hoje é pensar em uma ferramenta que atenue o abismo da desigualdade existente no país. É tornar o próximo cada vez mais

próximo. Para tanto, deve-se estimular o comportamento do jovem para que, desde muito cedo, consiga apreender o mundo a sua volta e desenvolver a consciência de solidariedade, respeitando, conseqüentemente, o restante da população. Porém, essa consciência deve ser também desenvolvida e incentivada pelos outros centros de vivência dentro da sociedade. Governos, sistema de ensino e família devem trabalhar o jovem como um indivíduo consciente dos problemas que o cercam, mas que trabalhe e atue para resolvê-los. É admirável a atitude de instituições de ensino em promover, dentro de sua grade curricular, o trabalho dos jovens dentro da sociedade de forma solidária, introduzindo-os no mundo em que eles percebam a realidade que os cerca e possam ter a atitude da mudança dentro dessa realidade. Kaleo Alves e Mônica Mônica Camolesi editores assistentes

artigo de opinião

Cinema: ir ou não ir? Eis a questão Vanessa Haas

C

om a facilidade que se tem de fazer downloads de filmes em casa, a ida no cinema pode ser dispensada eventualmente, provavelmente pelo preço que é cobrado ou mesmo por novidades no mercado. Formas de assistir e obter os mais novos filmes surgem constantemente e o cinema acaba saindo da programação de muitas pessoas, principalmente dos estudantes. Por ganharem pouco ou não terem emprego fixo, falta dinheiro para pagar a meia entrada do cinema. Além disso, não existe meia pipoca nem meio refrigerante, sem contar o gasto com o estacionamento do shopping. Como mostra o site Meia Entrada Legal, em Porto Alegre a meia entrada chega a custar por volta de R$8,50, preço consideravelmente alto. Alguns cinemas, como é o caso da rede Kinoplex, criam promoções para que pessoas que possuam cartão de crédito ou bônus no celular paguem metade. Dessa forma, eles aumentam os preços no geral e dão descontos a mais pessoas. Os estudantes acabam pagando o mesmo valor que não estudantes. Além de terem fácil acesso à internet e conseguirem fazer downloads de seus filmes preferidos, os adolescentes contam com outro aliado para não pagarem caro no cinema, os filmes piratas. Mesmo que seja ilegal a comercialização desses filmes, os jovens vão atrás dessa opção para ter diversão sem gastar demais. De fácil negociação, é possível levar cinco filmes por apenas R$10,00. Com uma televisão de 40 polegadas e um sistema de DVD com hometheater em casa, combinar tudo isso com

os downloads gratuitos de filmes e transformar sua sala num verdadeiro ambiente de cinema. Aí pergunto, o que fazer quando em um sábado à noite o cinema está com um público de poucas pessoas? Eu mesma, quando passei no cinema de Piracicaba para ver a programação, percebi que não tinham muitas pessoas nas filas, perguntei para a moça da pipoca o porquê disso. Ela me explicou que ultimamente o cinema só lota quando é dia de promoção no qual todos pagam meia entrada, ou quando é estréia de um filme muito esperado. O site especializado em cinema, Filme B, fez uma pesquisa no final do ano de 2008 e comprovou que houve uma queda de 2,9% na freqüência nos cinemas, mas no começo do ano de 2009, com a estréia dos dois filmes esperados “Quem quer ser um milionário” e “Se eu fosse você 2”, as salas de cinema tiveram aumento novamente. Parece que esse aumento se dá somente quando há estréias de filmes muito aguardados ou quando os mesmos não estão disponíveis na internet. Seria então a possível extinção do cinema? Acredito que não chegaremos a este ponto, se a política desse produto da indústria cultural souber trabalhar para atrair novamente seu principal público: os estudantes. Vamos torcer para que algo seja feito o mais rápido possível, pois já existe download, homethater, TV de tela plana, pipoca de microondas, filmes piratas e o mais recente blu–ray (com imagem em alta definição). Será que vão esperar lançar um “cinema portátil” para que o preço dos cinemas voltem a ser um pouco mais acessíveis? Vanessa Haas é estudante do sexto semestre do curso de jornalismo da Unimep.

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Expediente Jornal Laboratório dos alunos do 5º semestre de Jornalismo da Unimep Reitor: Prof. Dr. Clovis Pinto de Castro Diretor da Faculdade de Comunicação: Belarmino César Guimarães da Costa Coordenador do Curso de Jornalismo: Paulo Roberto Botão Editor: Wanderley Garcia (MTB: 06041) e-mail: jornalnapratica@gmail.com Editores Assistentes: Kaleo Alves Mônica Camolesi Editor de Fotografia: Danielle Moura Editores(as): Comportamento: Natali Carvalho Cultura: Rafaela Barboza Educação: Mariana Blanco Saúde: Mayara Veiga Tecnologia: Rafaela Barboza Repórteres Aline Schmidt, Amanda Dantas Silva, Camila Tavares, Camila Viscardi, Danielle Moura, Evelim Covre, Fernanda Zanetti, Larissa Zazirskas, Mayara Banow, Mayara Veiga, Mariana Blanco, Natali Carvalho, Rafaela Barboza, Raphaela Spolidoro, Samanta Marçal, Renan Bortoletto, Vanessa Haas Arte Gráfica: Sérgio S. Campos (Lab. de Planejamento Gráfico/ Unimep). Correspondências: Faculdade de Comunicação-Campus TaquaralRodovia do Açúcar, km 156-Caixa Postal: 68. Cep: 13400.911- Tel.: (19) 3124 1677 Tiragem: 2000 exemplares

Participe da comunidade no Or kut Jornal Na Prática / Unimep O principal objetivo da comunidade do jorna lé contato com os leitores o e esse espaço está integralme nte aberto à manifestação de suas opiniões, concordando ou não com o conteúdo da ed ição, opinando e sugerindo pautas para as próximas.

Vamos participar, mande seu recado! Valeu Galera!!! Nosso e-mail:

jornalnapratica@gm ail.com


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TECNOLOGIA

Eletrônicos

O MP3 nosso de cada dia

Fotos: R

afaela B

arbosa

Jovens não deixam de lado os pequenos equipamentos que há muito tempo são formas de reproduzir listas de músicas Rafaela Barboza rammbar@yahoo.com.br

Com a febre dos dispositivos musicais, muitos adolescentes esquecem que muito antes de existir um MP3, outros dispositivos e outras atividades já faziam parte da vida dos adolescentes. Rayssa Nuvens, de 17 anos, é estudante do ensino médio do colégio Objetivo de Rio Claro e conta que não consegue mais dormir ou até fazer uma caminhada sem que esteja ouvindo seu MP3. “As músicas que eu mais gosto estão todas no meu MP3, não consigo nem sair com meu namorado sem que o meu MP3 esteja na bolsa.” Essa paixão por ouvir música já vem de muito tempo, desde os rádios de pilha, Walkman e Discman, cada um em sua época e evolução. No topo hoje estão os MP3, MP4, celulares e outros dispositivos tecnológicos cada vez mais avançados, mas que no final todos têm a mesma função, reproduzir listas de músicas. Quem explica melhor essa evolução e predileção entre os adolescentes é Fernando Eduardo Rodrigues, funcionário da loja Impress on line, que vende eletroeletrônicos de todos os tipos e lida frequentemente com os adolescentes em busca da perfeição digital. Fernando explica que os MP3, MP4 ou qualquer outro tipo de dispositivo musical está no topo da lista dos adolescentes já faz alguns anos, independente da classe social. Cada um sempre encontra um aparelho que lhe agrada mais em algum ponto. “Os adolescentes sempre buscam o melhor e mais recente lançamento. Quando alguns deles não tem uma situação financeira que lhes permita comprar o último lançamento, compram um que seja mais em conta, mas que tenha funções seme-

lhantes aos recém chegados, isso serve como um certo status entre eles.” Como o MP3 tornou-se unanimidade entre quase todos os adolescentes, seu uso é cada vez mais freqüente e esse encantamento que os MP3 portáteis trazem nem sempre é positivo, adolescentes hoje deixam de se socializar em conversas produtivas para escutarem música. Deixam de passear um domingo à tarde ou mesmo de praticarem algum esporte pelo fácil comodismo do divertimento que um MP3 proporciona.

Ouvir música é bom, desde que em uma altura razoável, para que não hajam danos auditivos com o passar do tempo. “Dados do Ministério da Saúde apontam o uso inadequado de aparelhos eletrônicos nos ouvidos como a principal causa de surdez entre jovens.” Fonte: www.vivaviver.com.br

Relacionamento

Traição e tecnologia Internet e SMS podem ser usadas para relações secretas, mas deixam rastros Danielle K. da Silva Moura danielleksm@hotmail.com

Várias são as pessoas que descobrem traições através das novas tecnologias como celulares e internet. Casos como o da estudante Maíra Ávila, 18 anos, são comuns nos dias de hoje. A jovem descobriu a traição do namorado através dos registros de conversação em um dos programas mais populares de comunicação instantânea, o MSN. “Estava na casa dele e, por curiosidade, resolvi ver com quais pessoas ele estava conversando ultimamente. Sabe aquele ditado: quem procura acha? Então, acabei encontrando o que eu não queria!”, diz Maíra. “Além de marcar encontros com a outra, ainda dizia que iria terminar comigo para ficar com ela!”. As novas tecnologias facilitam o contato entre pessoas de diversos lugares, a

qualquer hora do dia ou da noite, e, em pouco tempo, um relacionamento virtual pode tornar-se real. Uma pesquisa encomendada pelo Google mostra que, uma em cada três pessoas já enviou, pelo menos, uma carta apaixonada usando o correio eletrônico. Não é só no universo online que traições acontecem. Os celulares e as mensagens SMS, são também vilões dos relacionamentos atuais. No dia 4 de maio, o americano James Harrison descobriu que a sua mulher estava em uma loja com o amante. A traição foi desmascarada graças ao GPS instalado no celular da esposa, e, este foi o motivo para dar fim à família. Segundo o psicólogo Afonso Mazzucatto Júnior, tecnologias como celular, páginas de relacionamento, ou e-mail são extensões da vida privada. A vida privada é o lugar onde o sujeito pode ser realmente

autêntico consigo mesmo. Dentro de um relacionamento amoroso isto pode trazer conflitos, pois, a grande parte dos casais não consegue coexistir com os desejos e particularidades dos parceiros. “Pessoas que não conseguem estabelecer limites sobre sua privacidade e particularidade, deixarão o parceiro ter acesso a celular ou senhas de e-mail, pois em nível inconsciente passarão uma falsa imagem de que o casal é unido e não tem o que esconder um do outro,” acrescenta. Trair pode até ter ficado mais fácil devido à forma com que as tecnologias permitem estabelecer e estender em um relacionamento de qualquer espécie. Porém, descobrir uma traição através de uma mensagem no celular da namorada não quer dizer que o culpado foi o celular. Uma traição já começa muito antes no pensamento ou no desejo das pessoas, finaliza o psicólogo.


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TECNOLOGIA / COMPORTAMENTO Camila Viscardi

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Comunicação

A rádio do

Senhor

Emissora via internet transmite ao mundo um Evangelho de união Camila Viscardi camila_viscardi@hotmail.com

Rádio, internet e religião unidos em um mesmo objetivo: divulgar a fé. Com o desenvolvimento das novas tecnologias da comunicação, informar ficou mais fácil. Católicos de Piracicaba aproveitam a oportunidade para difundir a religião entre pessoas do mundo todo. Sabendo disso, o fundador da comunidade Missão Theotokos em Piracicaba, Valdinei Antonio Tonin, criou a rádio online da comunidade. “Segundo o Papa Paulo VI devemos usar os meios de comunicação social para o anuncio de Jesus Cristo e a vida nova que ele veio nos trazer”, diz.

Luciany Cruz Moscon faz locução em “estúdio” simples da web-rádio Theotokos

Animação

Do papel às telas do cinema Escola de artes em Piracicaba oferece curso de desenho animado Camila Tavares kamitavares@hotmail.com

O desenho animado teve seu provável surgimento em 1909 com a dinossauro Gentie, criada pelo desenhista Winsor McCay, em que a personagem interagia com ele. Em 1937 surge o primeiro longa metragem “A Branca de Neve”, dos estúdios de Walt Disney. Mais de 70 anos depois, e com o grande avanço da tecnologia, o desenho animado continua tendo como principal passo a idéia que surge no papel. Não há muitos cursos para quem quer se profissionalizar na área e foi pensando nisso que o desenhista e publicitário Sérgio Moreira iniciou em sua escola de artes, a Grafit, o curso de desenho animado. “Existem muitos adolescentes interessados e fascinados por desenho animado que não tinham a oportunidade de saber como funciona. Iniciei uma parceria que

deu certo, e as vagas foram todas preenchidas” conta Sérgio. As aulas são realizadas pelo animador Evanildo Pereira dos Santos, um dos profissionais envolvidos no novo projeto do longa da Walt Disney, “A Princesa e o Sapo”. As aulas são iniciadas diretamente com o lápis e o papel nas mãos, e em seguida os desenhos são escaneados e levados a um programa próprio de animação. “Para ser um animador é preciso conhecer muitos princípios básicos, entender um pouco de atuação, e ser acima de tudo um bom observador, pois sem isso, nem sempre um bom desenhista vai ser um bom animador”, completa Evanildo. O curso é o primeiro que ocorre na cidade de Piracicaba e na região. Segundo Evanildo, até mesmo na cidade de São Paulo existem apenas duas escolas de animação. “Aqui em Piracicaba é o inicio de um curso que quero divulgar para o Brasil, pretendo

ampliar e até fazer cursos a distância”. A desenhista Monise Moreira aderiu ao curso desde sua primeira aula, “Sempre fui apaixonada por desenho, principalmente os cômicos, e trabalhar na área de desenho animado é um sonho que pretendo correr atrás”, relata. A profissão á pouco reconhecida no Brasil, mas Evanildo dá a dica para os que pretendem engrenar na área. “O campo é pequeno, mas sempre vai haver espaço para quem se dedica, estou na área há nove anos e nunca faltou trabalho pra mim”. É com talento e imaginação que os profissionais dão vida aos personagens, são cerca de 24 desenhos por segundo de cena, sendo que cada desenho passa pelo aprimoramento de três profissionais. Um longa-metragem leva de dois anos e meio a três anos para ser concluído, um trabalho realizado por uma grande equipe com muito amor a profissão.

A emissora é equipada com computador, mesa de som, microfones e um provedor. Para acessar a rádio, basta ter um computador com configuração básica e internet banda larga. É transmitida de segunda a sexta-feira das 8h às 22h, com programação formada por músicas, testemunhos e orações. Pessoas de diversas cidades do Brasil e países como Portugal, Itália, EUA, Inglaterra, são ouvintes e participam da programação, pedindo orações, músicas via MSN, e-mail ou pelo chat encontrado na própria página da web-rádio. Como acontece com Rubria Humbertina Gonçalves Fernandes, 32 anos que vive em Funchal, Ilha da Madeira – Portugal. Ela encontrou a rádio por acaso quando estava fazendo uma pesquisa no Google. “Graças à tecnologia encontrei pessoas maravilhosas, hoje todos da rádio são meus amigos virtuais. Mesmo estando tão longe, me sinto tão próxima”, comenta viu comunicador instantâneo. Aluna do curso de mestrado em Contemporaneidade da Uneb (Universidade do Estado da Bahia), a baiana Patrícia Pires Queiroz, 35 anos, ouve a rádio todos os dias há dois anos. Afirma que essa facilidade na comunicação é uma oportunidade ímpar que deve ser aproveitada para aumentarmos a divulgação da fé perante a sociedade. “Ide pelo mundo e pregai o evangelho a toda criatura” e “devemos anunciar a palavra de Deus de cima dos telhados”, cita frases bíblicas via MSN para ilustrar o pensamento. Locutora da rádio a piracicabana Luciany Cruz Moscon, 30 anos, apresenta o programa Conversando com os Anjos, as terças-feiras a partir das 19h30. “Participar da rádio é uma experiência única, poder conversar com pessoas de diversos lugares e culturas, ao mesmo tempo divulgando a fé sem sair do lugar é maravilhoso”, comenta. Para ouvir a rádio acesse www.missaotheotokos.com.br.


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COMPORTAMENTO

Música e Religião

Evelim Covre

Cristoteca quebra

preconceitos na igreja Jovens encontram no estilo gospel uma maneira de se divertir e manifestar a fé Evelim Covre evelim.covre@yahoo.com.br

Bateria, guitarra, jogo de luzes e muita animação. Essa pode ser a descrição de uma balada comum, mas também é a forma que jovens utilizam para louvar ao Senhor. Todos os sábados cerca de 150 jovens se reúnem para dançar e cantar ao som da música gospel: é a cristoteca. Do rock ao funk todos os estilos são curtidos pelo jovem, só há uma restrição para fazer sucesso entre estes meninos, o som precisa celebrar o encontro deles com Deus. O evento é gratuito e acontece na Igreja Batista da Paz, em Rio Claro, antes do culto. A música tocada pela banda rola por cerca de uma hora e meia, em seguida é substituída pelas palavras do missioná-

rio. A reunião dos jovens ainda permanece após o culto, já que em determinados dias eles continuam no salão, onde é vendido cachorro-quente. Segundo o missionário que lidera a banda da igreja e também celebra o culto, Armando Bonani, para poder atingir o jovem é preciso falar a linguagem dele. Dessa forma a balada gospel juntamente com o culto direcionado ao jovem é uma ponte que liga o adolescente ao que é de Deus. Camila Teixeira, 15, conta que os pais não seguem nenhuma religião, e ela foi até o local levada por uma amiga. A menina diz que as festas não deixam de ser animadas por conta do tipo de som, pelo contrário, eles se divertem como qualquer outra pessoa, apenas utilizam a música para manifestar a fé que têm.

Antes do culto, jovens dançam ao som de banda na Igreja Batista da Paz em Rio Claro

15 anos Jessy Zerbo é freqüentadora da cristoteca e comemorou seus 15 anos em um salão de festas com direito a valsa, jantar e DJ, mas com um diferencial, a música. Na festa os jovens usaram adereços, cantaram e dançaram, apenas as letras denunciavam que se tratavam de músicas evangélicas. Armando Bonani afirma que no início as pessoas mais velhas estranharam a forma utilizada para alcançar o jovem. Al-

gumas pessoas fizeram declarações do tipo “estão querendo transformar a igreja em boate”, mas atualmente a cristoteca é vista com mais naturalidade, diz ele. O missionário completa ainda que independentemente da religião o mais importante é que o jovem tenha sua fé naquilo que está voltado para o bem. Nesse caso uma festa ser animada por música gospel é só mais uma forma de interação entre o jovem e a mensagem de Deus.

Diversão

Acqua Paintball traz opção de lazer em Piracicaba Divertidos e seguros, o paintball e o futsabão, atraem os que procuram um novo tipo de esporte Vanessa Haas

Vanessa Haas vahaas@unimep.br

Os jovens de Piracicaba agora têm uma novidade para a diversão no bairro Nova Piracicaba. O Acqua Paintball, que além do paintball conta com mais uma atração, o futsabão. O Acqua Paintball é uma área destinada à prática do esporte que se usam marcadores de tinta em um campo fictício de guerra. Mas também há um espaço para prática do futebol de sabão: um campo inflável com água e sabão. O proprietário do local, Daniel Fernando Panserini, de 28 anos, conta que a idéia apareceu depois de muita especulação sobre onde poderiam instalar, foi quando encontraram o atual endereço (Avenida Dona Francisca, 2009). O outro paintball da cidade fica um pouco mais distante, perto da estrada do Bongue (Avenida Jaime Pereira, estrada do bongue – ADPM, próximo do Carrefour). Ele ainda explica que para poder abrir o estabelecimento houve a autorização da Prefeitura com um

alvará entre outros procedimentos como a análise do solo e condições do local. De acordo com a Defensora Pública, Fabiana Razera, não existe nenhuma lei específica que regulamente a entrada de menores de 18 anos em estabelecimentos como o paintball de Piracicaba. Mas para proteger a criança e o adolescente de alguns locais inadequados, o ECA, Estatuto

da Criança e do Adolescente, trouxe uma previsão em seu artigo 149: o juiz poderá disciplinar através de portaria a entrada e permanência de criança e adolescente desacompanhado dos pais em locais como o pesquisado. Isto significa que o Juiz titular da Vara da Infância e da Juventude pode autorizar algumas situações, proibindo a entrada de

menores desacompanhados dos pais ou impondo um limite de idade. Fabiana ainda explica que por lei uma pessoa abaixo de 12 anos é considerada criança, então se o estabelecimento só permitir a participação nos jogos com o acompanhamento ou autorização de um maior responsável, ele está seguindo corretamente a orientação do juiz. No Acqua Paintball, para praticar o jogo é necessário ter acima de 16 anos. Abaixo dessa idade, somente com a autorização por escrita dos pais ou a presença de um responsável. O local conta com funcionários treinados para oferecer orientação e segurança para o praticante, já o futebol de sabão pode ser praticado por qualquer idade. “É importante a presença de um responsável quando o jogador for menor que 16 anos”, ressalta Daniel. O Acqua Paintball funciona de segunda à sexta: das 14h às 21h; e sábados, domingos e feriados: das 9 h às 20 h, para jogar em outro horário é necessário fazer reserva. Os preços são: paintball R$12 para 50 bolinhas e o futsabão R$ 5,00 cada 30 minutos.


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COMPORTAMENTO

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Tabagismo

“É proibido fumar!” Piracicaba também é alvo da “lei antifumo” Samanta Marçal

Samanta Marçal

Danielle Moura Há várias maneiras de investir parte do seu dinheiro para fazer o bem. O Fumdeca (Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente) é uma ótima opção. A Organização não-governamental recebe o dinheiro do poder publico e repassa para 26 entidades de Piracicaba que cuidam de crianças carentes e com deficiências. Para ser um contribuinte basta fazer a declaração de Imposto de Renda completa. As pessoas físicas podem utilizar-se do Incentivo Fiscal e abater até 6% do imposto de renda devido, no ano fiscal relativo à sua declaração de renda, transferindo-o aos Conselhos Municipais, Estadual ou Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. Pode-se doar quanto quiser e descontar do Imposto de Renda devido até limite de 6% para Pessoas Físicas ou 1% para Pessoas Jurídicas. O valor do Imposto de Renda que será destinado ao FUMDECA pode ser avaliado com base no IR do ano anterior ou estimado em seus ganhos e despesas dedutíveis no ano. Contribuindo com o FUMDECA, você estará ajudando as crianças e adolescentes de Piracicaba, e poderá acompanhar de perto a quantia designada do seu Imposto de Renda.

samanta.marcal@gmail.com

A lei antifumo entra em vigor no dia 7 de agosto, 90 dias após ser aprovada pelo governador do estado de São Paulo José Serra. Durante esse período, os proprietários de bares e restaurantes tiveram que popularizar a lei em seu estabelecimento. Em Piracicaba o foco da fiscalização, que será feita por profissionais treinados, será na Avenida Carlos Botelho, a B.O., uma das avenidas mais movimentadas da cidade. Segundo a lei, não é mais permitido fumar no interior de bares e restaurantes, casas noturnas, ambientes coletivos fechados, hotéis, condomínios, entre outros ambientes que possam incomodar os não fumantes. Será permitido fumar em residências, carros particulares e locais abertos como estádio de futebol. Marcelo Andrade, proprietário do bar Botiquim localizado na B.O., diz que em seu bar o 4º produto mais consumido é o cigarro. Ele afirma que será difícil lidar com clientes já “alterados” devido o consumo de álcool, mas ressalta que está disposto a cumprir as exigências da nova lei e tomará as providências necessárias para que seus clientes conheçam as regras. Para José Inácio, gerente do Fassina Chopp Bar, localizado na Avenida Carlos Botelho, a solução é alertar os clientes por meio de cartazes anexados com informações sobre a proibição e o número da lei. “Vou orientar os funcionários para que saibam lidar da melhor forma com as possíveis situações. Acredito que a fiscalização no início será intensa, mas depois se transformará em lei de gaveta”, complementa Inácio. Na opinião de Atilio Kraide, proprietário do Capitão Caneca localizado na B.O., afirma que os clientes devem ser orientados para não se sentirem discriminados e deixarem de frequentar o local.

Dinheiro do Imposto do Renda pode ser revertido ao Fumdeca

O trabalho de divulgação à população em todo o estado será feito primeiramente com o lançamento do manual sobre “Ambientes Saudáveis e Livres do Tabaco”. A assistente técnica de planejamento de saúde, Elisa Danelon, informou que equipes técnicas estão sendo treinadas para orientar sobre as novas regras. Com o fim do período de orientação, as equipes formadas por agentes da vigilância

sanitária e, em alguns municípios, agentes do PROCON, farão aplicação de multas aos estabelecimentos que não cumprirem a lei. O monoxímetro, aparelho que mede partículas de fumaça no ar, será utilizado pelas equipes durante a fiscalização. “Caso o cliente resista em se retirar do local onde é proibido o uso do tabaco, o dono do estabelecimento pode chamar reforço policial e fazer Boletim de Ocorrência”, afirma Elisa.

A Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) entrou com ação direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal, alegando que a lei antifumo deve ser mais fundamentada. Nas leis municipal e federal, por exemplo, é permitido um espaço reservado aos fumantes, o fumódromo. Na nova lei estadual é proibido aos bares e restaurantes qualquer tipo de espaço destinado aos fumantes. A ação foi rejeitada no dia 12 de maio pela ministra Ellen Gracie, que exige que um órgão de maior representatividade, como a Abresi (Associação Brasileira de Gastronomia, Hospedagem e Turismo) fundamente o processo.


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Aline Schmidt

Coleção

A paixão pelo vinil Aline Schmidt alinne_ccrcc@hotmail.com

As paredes do quarto com prateleiras de quatro andares cobertas de discos. Há somente um canto solitário com cama para um momento de descanso e comodidade. É assim o cômodo predileto da casa do colecionador Murilo Urbano, 21. O jovem é radialista e locutor, possui uma coleção com mais de 2.000 discos de vinil do gênero musical sertanejo. Urbano coleciona desde os 15 anos, argumenta que independente do valor e da dimensão do material colecionado, o objetivo sempre será o mesmo: distrair a mente com algo que proporcione satisfação, poder se orgulhar do material colecionado e cuidar para continuar a progredir. “As verdadeiras músicas sertanejas raiz estão em discos de vinil”, ele explica o porque coleciona esse material antigo que surgiu na década de 50 e que hoje em dia quase não é mais fabricado.

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CULTURA

Murilo Urbano tem em casa cerca de 2 mil discos de vinil só de sertanejo de raiz O motivo de se tornar um colecionador começou por influência do seu pai que sempre gostou de ouvir músicas sertanejas, dessa maneira, Murilo foi se interessando cada vez mais por esse gênero musical. Sua coleção teve inicio com o primeiro disco gravado pela dupla sertaneja, Milionário e José Rico, uma coletânea com 11 discos do ano de 1975, presente do seu pai. Pelo fato de ter dificuldade de encontrar esse tipo de material em Piracicaba, viaja para cidades distintas em busca de um novo título. A cidade de Cerquilho, Itú e até São Paulo, já participaram da rota do colecionador que gastou em média mais de dois mil reais com todos os discos que

Para Murilo, as verdadeiras músicas sertanejas estão no vinil

comprou, mas ele confessa que a maioria foi ganhando dos amigos, parentes e ouvintes do seu programa de rádio “Manhãs na Roça” transmitido pela rádio Educadora AM. Alguns dos discos mais antigos que complementam a coleção fazem parte do ano de 1954 e 1972 da dupla Tião Carreiro e Carreirinho. Murilo supõe que pode ter discos até mais antigos pelo motivo de alguns não possuírem ainda o ano de lançamento na capa. Urbano zela muito bem sua coleção. “Quando saio de casa tranco a porta do meu quarto para ninguém mexer. Se alguém tirar da prateleira algum disco eu fico sabendo porque guardo tudo em ordem alfabética e conheço todos”, afirma. Murilo teve a oportunidade de conhecer pessoalmente e assistir show ao vivo de algumas das duplas sertanejas preferidas do

seu acervo. “Fui ao show do Liu & Léu na cidade de Rio Claro, levei o primeiro disco que eles lançaram e consegui um autografo na capa. Também conheci a dupla Milionário e José Rico num evento que teve aqui na cidade”, declara. O colecionador ainda confessa “Enquanto eu estiver vivo, continuarei colecionando!”.

Humor

Comédia em pé nos palcos de Piracicaba Dois espetáculos de Stand up comedy lotam as salas da Unimep e do Municipal – “Dr. Losso Neto” Vanessa Haas

Vanessa Haas vahaas@unimep.br

“Stand up comédia em pé” e “Improvável” duas atrações que lotaram os teatros de Piracicaba, tanto na Unimep como no Municipal “Dr. Losso Neto”. Em maio, Piracicaba recebeu dois espetáculos que estão virando mania, o stand up comedy, ou seja, comédia em pé. Esse estilo de humor é conhecido como “cara limpa”, em que o ator necessita somente do palco, um microfone e o público para fazer seu trabalho. Contando com situações cotidianas, desde histórias pessoais e até cenas de filme, o ator Marco Luque (membro da bancada do programa CQC- Custe o que Custar - da Band) fez seu stand up no palco do Teatro da Unimep. Luque já participou do espetáculo Terça Insana e atualmente faz seu próprio show por diversas cidades. Tratando de temas da vida de qualquer pessoa, ele busca ironizar as mais diversas situações, como também utiliza histórias de sua adolescência para

Barbixas trouxe o ator Marco Gonçalves como convidado

descontrair o público. Com o teatro cheio e a busca por mais ingressos, o ator apresentou uma sessão extra. O mesmo aconteceu com a companhia de humor Barbixas, composta pelos atores Anderson Bizzocchi, Daniel Nascimento e

Elídio Sanna; que apresentou seu stand up “Improvável”, um espetáculo baseado na improvisação, onde a platéia interage com os atores dando os mais diferentes exemplos de lugares e situações, sempre trazendo diversos convidados como Marco Luque,

Rafinha Bastos, Oscar Filho, Marcio Ballas, entre outros. Famoso por seus vídeos no Youtube, a Cia. Barbixas de Humor satiriza temas atuais e muitas vezes polêmicos em suas brincadeiras, fazendo com que as pessoas fiquem por dentro deles de uma forma dinâmica e descontraída. Dessa vez a Cia. Barbixas de Humor trouxe como convidado o ator Marco Gonçalves e como mestre de cerimônias o também ator Marcio Ballas, ambos do espetáculo “Jogando no quintal”. Com um público bem diversificado o “Improvável” conseguiu arrancar boas gargalhadas de todas as faixas etárias. A estudante Elen Scoton, de 16 anos, conta que há um ano assiste o espetáculo pelo youtube, mas que ver ao vivo foi bem melhor, “fantástico, eles são muito bons!”. “Encontrar com eles pessoalmente foi a melhor sensação, são super simpáticos”, garante a estudante Mayara Zagh, de 16 anos. Piracicaba está se destacando com suas atrações, agora é só aguardar para as próximas e garantir a diversão para toda a família.


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CULTURA

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Ritmo

Música Raphaela Spolidoro

Um som contagiante O Samba-rock teve sua consagração na década de 70, mas de alguns anos para cá vem agitando as noites do interior Natali Carvalho natali.jornal@gmail.com

Radio 80 gravou seu primeiro DVD no Teatro Municipal

Eles são a Prata da Casa Com o incentivo da prefeitura de Piracicaba, bandas ganham as noites Raphaela Spolidoro raphaela.spolidoro@gmail.com

Com o apoio da Secretaria de Ação Cultural da Prefeitura de Piracicaba, o projeto Prata da Casa já contou com a apresentação de mais de 30 bandas e artistas que passaram pelos palcos do Teatro Municipal “Losso Neto” – cartão de visita da cultura piracicabana. A média de público é de 285 pessoas, durante os três anos de existência do projeto. Segundo o agente cultural, Felippe Limonge, o objetivo do projeto é atingido à medida que o número de apresentações aumenta a cada ano. A Radio 80, formada em 2003, é um exemplo de banda que já teve a oportunidade de se apresentar três vezes no teatro, sendo a primeira vez em setembro de 2008 na sala 1, onde foi capturado o material para o lançamento do primeiro DVD “Geração Nostalgia”. Neste ano as apresentações foram em dois dias seguidos, 17 e 18 de maio, na sala 2, que possui um espaço menor, “mas nos dá a oportunidade de apresentarmos um show mais intimista, como um agradecimento ao ano passado pelo carinho

do público”, afirma Joseana Martins dos Santos, a Josie, vocal da banda. Outra banda que também teve a oportunidade de se apresentar foi Os Republicados. A primeira apresentação da banda foi em 2007 na sala 2. Porém, segundo o vocalista Rubinho Vitti, após o primeiro show a banda teve mais reconhecimento em uma “apresentação que foi 100% de aprovação”. Vitti conta que o projeto deu a visibilidade que precisavam para conseguir chegar até outras instituições e bares da cidade. “Acho o Prata da Casa o projeto ideal para quem vê em Piracicaba um pólo gigante de possibilidades musicais, não só para iniciantes, mas também pelos músicos experientes que prezam pela cidade”. A segunda apresentação do grupo foi no dia 27 de maio na sala 1, que possui maior espaço físico. Os ingressos para os shows podem ser adquiridos antecipadamente ou no dia da apresentação. Não é permitida a entrada após o início do espetáculo.

Nos últimos anos houve um retorno do samba-rock, com um movimento forte em São Paulo, capital. “Nós e outras bandas trouxemos esse ‘boom’ para a região [de Piracicaba], sentimos que somos parte dessa retomada do movimento”, diz o guitarrista da banda O Fino da Bola, Leo Rossi. O bar Estação Cultural, em Piracicaba, foi o que abriu espaço para o revival dos anos 70 no interior. Desde o início, há quatro anos, é o samba-rock que embala as noites de sábado, trazendo em média um público que varia de 180 a 300 pessoas. “Toda a região vem prestigiar as noites de samba-rock do Estação, pois trazemos em nossa programação as melhores bandas desse gênero”, diz o proprietário do bar, André Neder Morato. “Um dia meu pai me presenteou com um disco chamado ‘Uma noite no 706‘, clube noturno do Rio de Janeiro na década de 70. Pirei! Mostrei para a banda e na hora foi paixão a primeira ouvida: íamos tocar samba-rock”, explica Leo. A banda surgiu aproximadamente há cinco anos, tocando grandes sucessos da música brasileira, mas mantendo a sua essência no samba-rock. É composta por oito integrantes: Mau Santana (vocal), Thiago Barros (contrabaixo), Leo Rossi (guitarra), Welister Barbosa (percussão), Eduardo Vianna (flauta e percussão), Joelder Santos (trombone), Ely Silva (trumpete) e Marcelo Corrêa (bateria). Andréia Cristina Fortunato, 33, conta

que desde a década de 80 observava seus tios e primos dançando e ficava deslumbrada. Desde então, começou a frequentar bailes e aperfeiçoou o modo de dançar. Andréia tem a pretensão de tornar-se professora para divulgar melhor o movimento do samba-rock em Piracicaba e afirma: “o samba-rock contagia”. História do Samba rock A cuíca, o pandeiro e a timba, instrumentos do samba mesclados com instrumentos eletrônicos comuns ao rock. Estava criado o sambalanço que a partir dos anos 70 ficou conhecido como samba-rock. O estilo surgiu da criatividade dos frequentadores dos bailes em casas de família e salões da periferia de São Paulo, no final da década de 50, com um movimento dos pobres e principalmente dos negros. Foram criados os bailes como movimento de manifestação contra o racismo, porque os mesmo ficavam fora dos bailes das grandes orquestras. Foi então, que surgiu o mulato Jorge Ben, no final da década de 60, com uma levada diferente de violão. O nome samba-rock foi dito pela primeira vez por Jackson do Pandeiro e imortalizado pelo Trio Mocotó. Jorge Ben não aprova o termo e nunca o empregou. Estilo musical? dança? ritmo? Não existe uma definição precisa do termo. O fato é que sambalanço ou samba-rock integrou-se a comunidade e fez parte da periferia. É a cultura popular viva desde seus primórdios até hoje. “Mas, que nada“, “Por causa de você, menina“, “Mané João” e “Coqueiro Verde” foram os primeiros sucessos que consagraram o samba-rock e conseqüentemente os seus criadores. Natali Carvalho

Próximos shows: Teatro Municipal “Dr. Losso Netto” Sala 1 16/09 (Quarta-feira) - Casa de Nóe 14/10 (Quarta-feira) - Wagner Alexandre 21/10 (Quarta-feira) - Preté Sala 2 13/08 (Quinta-feira) - Phill Prates 10/09 (Quinta-feira) - Elaine Teotônio

O fino da Bossa se apresenta com freqüência no Estação Cultural


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SAÚDE Danielle Moura

Jovens culpam a falta de tempo e não têm alimentação balanceada Mariana Blanco

Bem-Estar

Correria

não é desculpa

marianablanco.jornal@hotmail.com

O horário de maior movimento da lanchonete Santa Gula, no centro de Piraciacaba, é na hora do almoço, das 11h às 13 h. Dependendo do movimento a saída dos salgados é de 200 a 400 por dia. As pessoas que trabalham em horário integral no centro de Piracicaba, e, por conseguinte, não têm tempo para uma alimentação adequada recorrem à lanchonete. “Por trabalhar no comércio e só ter uma hora de almoço, não tenho tempo de fazer as refeições em casa. Por questão financeira e também pela praticidade, optei pela compra do salgado ao invés de comida, mesmo sabendo que isso afetaria a minha saúde”, relata a estudante Daiane do Santos, 20. Segundo Daiane, a falta de tempo e a correria do dia-a-dia são os principais problemas para a má-alimentação. Normalmente é assim, correr contra o tempo, prazos a cumprir no trabalho, em virtude disso, não consegue conciliar o tempo com alimentação adequada.

Salgados e refrigerante são opções pouco saudáveis para refeição rápida

É possível ter uma alimentação balanceada mesmo com a correria, desde que a pessoa passe a planejar melhor as refeições e evite grandes espaços entre uma e outra. De acordo com a nutricionista Carolina Saddi D’elboux, a principal refeição do dia é o café da manhã, que deve ser realizado em casa ao acordar. O ideal é ser composto por leite, carboidratos complexos, proteínas e uma fruta. Para manterse bem alimentado, o corpo necessita de energia a cada três horas. É preciso ter no cardápio alimentos saudáveis e nutritivos. “As frutas além de repor a energia rapidamente fornecem carboidratos simples e fibras, ajudando a regular a função intestinal. Existem também as barras de cereais e embalagens individuais de bolacha integral, que são opções de lanches rápidos, saudáveis e fáceis de levar”. Outra sugestão encontrada por algumas pessoas é preparar a refeição em casa e levar pronta para o trabalho. Mas para aqueles que não gostam de comer a comida requentada a melhor opção é o restaurante por quilo, que podem oferecer grande variedade de saladas, legumes, opções de carne branca e até o arroz integral. “Vou para faculdade à noite direto do trabalho e como tenho apenas meia hora para almoçar preferi o restaurante, pois além de ser reforçado, tem comidas que eu como em casa” diz Daniella Rosilho, 19 anos.

Bem-Estar

Teatro auxilia autoconhecimento e melhora timidez Melhorias na saúde podem ser obtidas com realização de atividades cênicas Larissa Zazirskas larizazirskas@hotmail.com

Pessoas com dificuldades de interagir com outras, que tenham problemas sociais e/ou interpessoais buscam no Teatro do Oprimido uma forma de exercer a criatividade, trabalhar com o corpo e com a imaginação. Um método eficaz, conhecido como, a terapia do Teatro do Oprimido, traz técnicas de imagens e improvisação e pode resgatar e desenvolver o espírito ator das pessoas e tratar doenças. A aluna de teatro Gisele, 22, conta: “Eu sempre fui uma pessoa fechada, guardava tudo pra mim e quando tinha 15 anos comecei a sofrer crises nervosas. Procurei especialistas na área de medicina e psicologia, pois estava me sentindo muito mal, até que um dia me indicaram a psicoterapia no teatro. Estou há oito

anos fazendo e já percebo uma mudança incrível. Além de trabalhar minha timidez, aprendi a me controlar, organizar meus pensamentos e com isso não sinto mais essas crises”. Visando a saúde global do individuo, o teatro busca auxiliar o processo de individualização e autoconhecimento das pessoas para que assim, vivendo uma cena da vida real, o protagonista concretize seus desejos e o analise melhor. A psicóloga Mônica Ianssem explica que “a cada dia vivemos momentos, situações, enfrentamos obstáculos que muitas vezes nos machucam e marcam nosso inconsciente, fazendo com que fiquemos amargurados e constrangidos. As psicoterapias fazem com que o individuo, diferentemente da vida real, se volte para si mesmo durante sua apresentação, podendo se ver analisando a própria situação em que está”.

Esse método faz com que o paciente, ao trabalhar dentro do teatro as cenas da vida real, divida sua atenção e passe, simultaneamente, a mostrar a cena e mostrar-se em cena, adquirindo assim, autoconhecimento, maior segurança e confiança. Ao mostrar como foi a cena vivida, concretiza seus desejos e esses podem ser melhor estudado, analisado e transformado. O teatro estuda múltiplas relações entre homens e mulheres vivendo em sociedade, e não se limita a contemplação de cada individuo solitário. “Ele sempre foi e será um meio de regeneração. Ele regenera, portanto, a saúde se revigora!”, afirmou o professor de teatro Otávio Delanheza. “O teatro exerce a criatividade, impulsiona a conhecer a leitura, a interpretação, trabalha o corpo, a memória, a imaginação, a respiração, traz sentimento de liberdade, dá possibilidade de conhe-

cermos-nos, olharmos para nós e ver a situação na qual estamos. Isso faz com que a pessoa adquira maior segurança e confiança” complementa Otávio. O criador do Teatro do Oprimido O Brasil perdeu, dia 2 de maio, um dos maiores dramaturgos e ensaístas. O diretor de teatro Augusto Boal, 78, sofria de leucemia e estava internado desde o dia 28 de abril na CTI do Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro. Embaixador da UNESCO para o teatro e nomeado em 2008 para o Prêmio Nobel da Paz, Boal tinha leucemia e morreu de insuficiência respiratória no Hospital Samaritano. Fundador do Teatro do Oprimido, ele também ficou conhecido por sua participação no Teatro de Arena da cidade de São Paulo (1956 a 1970).


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SAÚDE

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Hábitos

Roer unhas também faz mal à saúde Mayara Banow maybanow@hotmail.com

Você conhece algum, foi ou ainda é um onicófago? Sabe o que é onicofagia? É isso que você vai descobrir nessa matéria. O ato de roer unhas tem como termo técnico onicofagia. Podem ser roídas unhas da mão e até mesmo dos pés. A podóloga Glaucia Renata Camargo relata que a maioria dos onicófagos que estão em tratamento rói unhas durante os períodos de nervosismo, stress, fome ou tédio. “Tenho pacientes que roem a unha por adquirirem o hábito dos pais”, diz a pedóloga. A profissional ainda explica que a unha é produzida por glândulas em sua base que secretam grossas camadas de queratina, que está presente nas pontas dos dedos da maioria dos vertebrados terrestres. As unhas assumem formas e funções diferentes nas várias espécies animais. Na forma de garra servem para cavar ou agarrar o alimento; na forma de cascos, protege os animais; já no ser humano as unhas são menores, auxiliando no processo de manipulação de objetos, sensibilidade tátil e fornece a capacidade de arranhar. Mas roer unhas pode resultar no transporte de germes da unha até a boca. Outra ferramenta de transporte de germes, bactérias e vírus são os equipamentos utilizados por manicures e podólogas na

Conheça os efeitos colaterais causados pelos maus cuidados com as unhas Mayara Banow

Unha roída atrapalha habilidades com as mãos além de poder provocar infecções

realização do tratamento, principalmente quando utilizam a mesma ferramenta várias vezes sem esterilizá-las corretamente. Um roedor de unhas compulsivo pode roer não só a unha, mas também a pele ao seu redor e a cutícula, com isso facilita as infecções oportunistas de micróbios

e vírus que podem se espalhar dos dedos para a boca. “Não me considero um roedor de unha compulsivo, pois não roo o dia todo ou todos os dias, mais sim quando estou ansioso por algum motivo. Uma situação a qual eu sempre acabo roendo as unhas é final

de campeonato de futebol, na partida decisiva, aí não tem como”, diz o onicófago Ronaldo de Oliveira. Outros pontos negativos para quem rói unha é, por exemplo, a restrição ao uso das mãos, pois com as unhas roídas compulsivamente a pessoa não consegue escrever, digitar, desenhar, tocar instrumentos de corda entre outras atividades. O hábito também pode causar a onicolise, o descolamento das unhas. Um longo hábito de roer unhas pode ocasionar desgastes do esmalte dos dentes, podendo gerar cáries. Esse não é o único mal à saúde que o hábito provoca. A umidade das unhas roídas ocasionam micose e a mesma se ingerida se dissolve no estômago provocando danos. Natalia Bregantim é uma ex-onicófaga. O hábito de roer unhas se deu aos 8 anos de idade e passava o dia todo com a mão na boca. Como se curou? Aos 15 anos começou a ficar mais exigente consigo mesma e via as amigas com as unhas bem feitas, esmaltes bonitos e passou a sentir necessidade de ter unhas bem cuidadas. “Fiquei revoltada comigo mesma e com esse habito terrível, por isso procurei uma podóloga para me orientar e tratar de minhas unhas”, diz Natalia. O tratamento consiste em visitas semanais a uma podóloga. Em casos mais compulsivos é necessário entrar com medicação para o fortalecimento das unhas.

Violação

Adolescentes compram bebida alcoólica com facilidade em São Pedro “Qualquer cidadão que presenciar o ato pode denunciar”, diz Tarso, ex-conselheiro tutelar Renan Bortoletto rjbortolett@unimep.br

Em São Pedro, cidade a 33 km de Piracicaba, a venda e o consumo de bebidas alcoólicas por jovens se tornam costumeiras. Sem qualquer tipo de fiscalização, dois adolescentes disseram que é fácil de comprar e comercializar a bebida, bem como o cigarro. Os nomes das jovens são fictícios para preservar suas identidades Patrícia, de 12, consome bebida alcoólica há cerca de um ano e explica porque é fácil de comprar e consumir. “Já fizemos amizade com o dono do bar que nos fornece. Ele sabe que se não comprarmos aqui

iremos dar lucro em outro lugar”, afirma. Para ela, a falta de fiscalização na cidade fortalece a compra de bebida alcoólica. “Sei que sou menor e que até mesmo meus pais podem responder pelo que faço, mas é praticamente impossível sermos pegos, ninguém está nem aí pro que estão vendendo ou quem está consumindo”, diz. Já para Marina, de 13 anos, o maior receio é que seus pais descubram. “Meu único medo é [dos] meus pais, e não que alguém me pegue bebendo ou comprando em algum comércio. Mesmo assim sempre faço tudo escondido, menos comprar com o dono do bar”, relata a menina, que usa o dinheiro dado pelos seus pais para com-

prar lanche na cantina da escola. De acordo com o ex-conselheiro tutelar de São Pedro, que exerceu o cargo de janeiro de 2005 a dezembro de 2008, Luis Tarso Bragagnolo, “qualquer cidadão pode ser fiscal, basta denunciar ao Conselho ou pelo disque denúncia 181”. Para isso, é necessário haver outras duas testemunhas. O conselheiro explica que muitas vezes o trabalho do Conselho Tutelar é confundido pela comunidade. “O Conselho Tutelar é encarregado de realizar ações inibidoras contra atos como este, por exemplo. Também é de competência deste setor zelar pelos direitos da criança ou

adolescente, mas não obrigatoriamente andar de comércio em comércio a fim de fiscalizar o que está sendo vendido e para quem”, explica. Tarso também diz que o dono do estabelecimento pode responder por processo caso seja confirmada a venda ou uso excessivo de bebida alcoólica por alguém com menos de 18 anos de idade e que venha a prejudicar sua saúde. “Mesmo que o dono do comércio faça a venda para um maior de idade, e este venha a repassar para um menor, ele pode responder [na Justiça] e ser enquadrado nos artigos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)”.


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EDUCAÇÃO

Cidadania

Idosos emocionam jovens universitários Trabalho de faculdade sensibiliza alunos para projeto de ação social Mayara Veiga

Mayara Veiga mayaraveiga@bol.com.br

Solidariedade. Esse foi o tema do trabalho extracurricular dos estudantes do terceiro semestre de administração da Faculdade IESA de Americana. Os alunos arrecadaram durante um mês cerca de duzentos quilos de alimentos e produtos de higiene e limpeza para doação na instituição de idosos carentes “Benaiah”. Todo o trabalho de divulgação da campanha foi feito por parte do grupo, composto por 18 alunos, dentro da instituição de ensino e também em diferentes pontos da cidade, como na Câmara Municipal de Americana. Segundo o participante do projeto, o estudante Júlio Tablas, a faculdade incentiva esse tipo de atividade por parte dos alunos. ”Temos uma disciplina chamada Atividades Complementares, onde temos que participar ou organizar atividades sociais e culturais“. O aluno concorda com a proposta e prioriza a importância de projetos como esse. ”Como formadora de profissionais, é dever de toda instituição de ensino incentivar este tipo de pratica modificando e melhorando os hábitos de seus formandos”, diz Júlio. A instituição foi escolhida, segundo o grupo, por se tratar de um segmento que muitas vezes é esquecido pela sociedade, “nos preocupamos não apenas em entregar os mantimentos, e sim em visitar os

Idosas da Instituição Benaiah recebem aluno de faculdade em Americana

velhinhos e levar alegria e carinho para eles”. Os moradores receberam com entusiasmo a visita dos jovens, “é muito triste pensar que raramente eles recebem a visita de familiares”, diz a aluna Andréia Tempesta. Segundo ela, os idosos adotaram os visitantes como filhos ou netos. “Eu vou embora com pelo menos mais duas avós”, afirma.

A maioria dos velhinhos gosta de contar suas historias, e os moradores do “Benaiah” não são diferentes. Os estudantes compartilharam muitas delas, algumas tristes outras alegres, mas uma marcou Anne Monteiro. “A história de um casal que se conheceu na instituição e acabou se casando, e eles já beiram os oitenta anos”, disse Anne sorrindo.

Para a aluna Aline Grivol, a visita foi uma forma de colocar em prática a cidadania e contribuir para uma sociedade mais humana e altruísta. “Poder ver a alegria daquelas pessoas com a nossa visita, com um simples abraço foi uma lição de vida”, finaliza Aline. A Unisal de Americana também incentiva seus alunos a participarem de projetos sociais. Segundo Cássia Ferreira, assessora de imprensa da faculdade, começa com o trote solidário, em que os alunos arrecadam alimentos e produtos de higiene para a Casa de Dom Bosco, entidade mantida pela faculdade, os alunos também prestam serviços na instituição como palestras e cursos. Na Unimep Piracicaba também existem vários projetos sociais. Entre eles, o professor Franscisco Negrini Romero destaca o de captação de pessoas com deficiência. Segundo Romero alunos dos cursos de nutrição, sociologia e fisioterapia participam do projeto. Para outras informações: • Associação Beneficente Retiro Evangélico Benaiah Rua Joaquim Nabuco, 76 - São Domingos - Americana. Telefone: (19) 34618472 As visitas podem ser feitas de terçafeira a domingo das 13:30 as 16:30. • Casa de Dom Bosco Americana Telefone: (19) 34061147 www.casadedombosco.org.br

Especiais

Projeto melhora aprendizagem na Apae de Tatuí Interação entre professores e alunos é o primeiro passo Amanda Dantas Silva mandikka_2003@hotmail.com

A coordenadora pedagógica da Apae de Tatuí, Carmelina Monteiro, implantou no começo deste ano, um projeto que convida os pais a participarem mais da vida escolar dos filhos. Hoje já são cerca de 100 pais no projeto. A aluna Iara Machado Pedrozo foi encaminhada para ensino voltado para jovens e adultos. Ela apresentava dificuldades com a leitura e hoje já consegue ler. “Eu estou adorando ler, não há nada que pague”, afirma a aluna. Valdirene Fogaça Gonçalves, mãe de

Bruna, nota melhoras no comportamento da filha. “O humor e a aprendizagem da minha filha melhoraram muito”. Mary Cristina de Barros, mãe de Juliana, também destaca: ”Ela estudou quatro anos em outra escola. Já está aqui há 25 anos, é mais feliz e não quer sair”. Everton Oliveira Marques está na Apae desde fevereiro, estudou em outra escola em Santo André onde não estava motivado. Agora fez amigos e está interessado em aprender. “Ele me perguntou esses dias se a lição estava certa , o que antes não fazia” ,diz a mãe Maria Edna Oliveira Marques. Em uma sala de 15 alunos, 12 pais compareceram à primeira reunião.

O projeto pedagógico tem como objetivo o acompanhamento dos alunos em casa e a melhoria no relacionamento dos alunos com os professores em sala, para facilitar a aprendizagem. O trabalho ainclui 175 alunos com patologias das mais variadas no período da manhã e à tarde vão para a Escola de Educação Especial “Wanderley Bocchy” novamente visando à alfabetização de crianças especiais. As reuniões ocorrem a cada bimestre, de acordo com a disponibilidade dos pais, considerados essenciais para o projeto. “Os pais dos alunos mais novos têm participado com mais freqüência das reuniões. Os pais dos alunos que estão há mais tem-

po, já acompanhavam o funcionamento da escola, mas também comparecem as reuniões” explica Carmelina. O encontro começa entre pais e professores. No primeiro momento, sem os alunos, os educadores apontam as melhorias e também os problemas. Após, mostram aos alunos o que foi decidido, assim eles podem dar opiniões. . A professora Maristela de Almeida Cavalheiro, destaca que se preocupam “em preparar os alunos além da aprendizagem escolar, mas para enfrentar os possíveis preconceitos na sociedade em geral. Muitos deles já sofreram muito antes de chegar aqui”.


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EDUCAÇÃO

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Acessibilidade

Piracicaba tem autoescola para pessoas com deficiência Alunos têm carros adaptados e profissionais treinados Fernada Zanetti zanettifc@uol.com.br

A cidade de Piracicaba há um ano e meio tem uma autoescola preparada para atender os deficientes físicos. Com carros adaptados e profissionais treinados a autoescola atende quem antes precisava deslocarse para cidades vizinhas como Campinas e Sumaré para adquirirem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) apropriada. É o caso do aposentado Francisco Marcheoni que para adquirir a carteira de motorista teve que se deslocar até Campinas. “Dirijo a mais de 50 anos, primeiro tirei carteira normal. Foi depois que fiquei com problema na minha perna e com desgaste no joelho tive que tirar carta de deficiente” afirma o aposentado. Fernando Assarice, proprietário da autoescola, conta que precisou fazer vários cursos e comprar carros adaptados, que não são baratos, para preencher todas as exigências da Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran).

Assim a autoescola conseguiu o alvará para poder atender os deficientes físicos, como Deli Cesário da Rocha, que agora pode tirar a carteira de motorista em Piracicaba. Deli aguarda a aposentadoria, já que por recomendações médicas foi afastado do serviço e não pode voltar a trabalhar e nem fazer esforços muito grandes. Esforço que inclui dirigir carros, caminhões e ônibus, visto que Deli tinha a categoria E de habilitação, ou seja, carteira profissional. Há quatro anos sem dirigir, Deli afirma que seguiu a recomendação do médico e tirou carta com restrições, pois assim teria um carro adaptado que não prejudicaria a coluna. “Com a minha nova carteira de motorista consigo ir ao médico sozinho, fazer compras” completa. Deli reconquistou a liberdade e conta ter adorado o serviço da autoescola, o preparo, a paciência e a atenção dada. A estudante Angélyca Paiva não teve a mesma sorte de Deli, pois reside na cidade de Santa Bárbara D’oeste, que não possui autoescola preparada para atender os deficientes. “Cheguei a procurar o ser-

viço em Sumaré” afirma a estudante, porém as aulas teriam que ser feitas lá e o custo seria muito alto. Angélyca diz ainda que para quem trabalha e estuda fica difícil se deslocar para outra cidade para fazer as aulas, é inviável. Segundo Assarice a procura tem sido grande, pois além de Piracicaba, a autoescola também atende pessoas das cidades vizinhas como, São Pedro, Charqueada, Tietê e Saltinho, entre outras. Fernando afirma que qualquer pessoa com deficiência física pode adquirir a carteira, pois já existem vários tipos de carros adaptados para suprir as deficiências. Para adquirir a habilitação o gasto mínimo é de R$1.320,00, dividido entre exames médico e psicotécnico, CFC (Centros de Formação de Condutores) e as aulas práticas. No entanto é preciso aprovação médica e o restante é como tirar a CNH sem restrições. Somente o exame prático, segundo Assarice, é um pouco mais rigoroso.

Fernanda Zanetti


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