Produzido pelos alunos do curso de jornalismo da Universidade Metodista de Piracicaba
Unimep Ano 4 - Edição 20
Maio-Junho/2010
JORNAL LABORATÓRIO Renan Bosquilia
Arte do
deslocamento Amantes do le parkour falam como exploram os limites do corpo. Pág. Pág. 99
Fernanda Pereira
Educação
Moda
Cultura
Veja dicas de como realizar pesquisas seguras na internet.
Ecologicamente corretas, as ecobags também viram mania.
Mulheres dominam o mundo do rock and roll.
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Expediente
APRESENTAÇÃO
FOCAndo o jornalismo A
primeira experiência dos alunos do 5º semestre de jornalismo da Unimep com jornal impresso está em suas mãos. Para orgulho de todos os que trabalharam com dedicação para alcançar um resultado satisfatório que, acima de tudo, leve ao público jovem informação, cultura e entretenimento. O desafio de conversar com essa galera, embora tenha sido grande, é prazeroso, porque exige criatividade. É um processo realizador ver uma ideia, que pode ter surgido tímida, passar por transformações e edições, tomar forma e atingir o objetivo: chegar ao leitor.
Não que tenha sido assim, tão simples. Buscar fontes, ouvir diversos “nãos”, suar para conseguir uma boa foto, escrever e reescrever os textos são etapas do jornalismo pelas quais também tivemos que passar para confeccionar esse jornal laboratório. Esta foi uma experiência realizadora para todas nós, uma vez que agimos como repórteres, editoras, aprendizes e pudemos transmitir tais experiências. Desejamos a todos uma boa leitura. Camila Duarte, Cynthia da Rocha e Karla Gigo
Jornal Laboratório dos alunos do 5º semestre de jornalismo da Unimep Reitor: Prof. Dr. Clovis Pinto de Castro Diretor da Faculdade de Comunicação: Belarmino César Guimarães da Costa Coordenador do Curso de Jornalismo: Paulo Roberto Botão Edição Celiana Perina MTb 31.320 Editoras assistentes Camila F. Duarte Karla Gigo Editora assistente de fotografia Cynthia da Rocha Repórteres Anderson Junque, Alexandre Almeida, Bruna Barbosa Moraes Sampaio, Bruno Bianchim Martim, Camila F. Duarte, Cynthia da Rocha, Daniele Zanin, Débora Fernanda, Eduardo Castelar, Fernanda Pereira, Ivaneide dos Santos, Jackson Rossi, Janaina Moro, Karla Gigo, Lavínia Vasconcelos, Letícia Costa, Maria Elvira Evangelista, Mariana Fiocco, Mariane Ferreira, Renan Duarte Bosquilia, Syndi Siqueira, Thiago Sanchez Gapareto, Tony Costa e Vieira Junior Arte Gráfica Sérgio S. Campos (Lab. de Plan. Gráfico/Unimep)
Opinião
O jovem e a política Vieira Júnior jmvieira1@uol.com.br
Falar de política não é um dos assuntos mais comuns numa roda entre jovens. Pode até ser que ainda exista, e acredito mesmo que sim, algum grupo, que ainda alimente um sentimento de indignação ou se sinta lesado, traído por seus representantes na administração dos bens públicos. Não que somente sinta isso, mas que ainda fomente um sonho revolucionário, uma disposição para se levantar e buscar o cumprimento dos seus direitos como cidadão. É justamente isso que falta para o jovem de hoje: sentir-se cidadão. Saber que é dotado de direitos e deveres, com certeza ele sabe, mas há um grande abismo entre saber e fazer, e é isso que falta: fazer. Não há mais espaço para jovens com espírito vazio,
que se acostume com uma condição imposta pelas mídias e pela manipulação do mercado e dos poderes governamentais por meio delas. O jovem que vive nestas condições e pensa ter seu espaço, está completamente equivocado, iludido. É preciso informá-lo que, sem uma ideologia política, indignação, informação, conhecimento e sobretudo, participação, ele não passa de um fantoche nas mãos dos interesses econômicos e políticos. É mais do que necessário que a minoria se una à maioria e questione, participe, reivindique seus direitos. Afinal, foi com a participação dos jovens que grandes conquistas políticas, como o Diretas Já, nos anos 80, aconteceu e é com a participação, daquele que tem em suas mãos o futuro que se poderá mudar um presente de mentiras e aparências dando lugar a um cenário socialmente melhor.
Ser invisível
Correspondências: Faculdade de Comunicação - Campus Taquaral Rod. do Açúcar, km 156 - Cx. Postal 68 CEP: 13400.911- Tel. (19) 3124-1677
Maria Elvira Evangelista meevange@unimep.br
Como conseguir ser invisível? Basta trabalhar em profissões da área de manutenção, como coletores de lixo, empregadas domésticas, faxineiros, jardineiros, segurança e outros. Ao ocupar uma dessas funções, consegue-se fácil essa façanha. Essas profissões são indispensáveis, mas infelizmente são percebidas apenas na sua ausência. Um dos exemplos é o recente caso de uma joalheria assaltada em um shopping em São Paulo. Nesse dia, todos perceberam a presença do segurança, até então ignorado. A posição econômica e social manipula e difunde esse preconceito. Uma questão a ser debatida pela sociedade deveria ser a importância de valorizar esses trabalhadores. Talvez adotar atitudes simples, como um cumprimento de bom dia, possa ser um bom começo.
Participe da comunidade no Or kut Jornal Na Prática/ Unimep O principal objetivo da comunidade do jorna lé contato com os leitores. o Esse espaço está integralme nte aberto à manifestação de opiniões, concordando suas ou não com o conteúdo da ed ição, opinando e sugerindo pautas para as próximas.
Vamos participar, mande seu recado! Valeu Galera!!! Nosso e-mail:
jornalnapratica@gm ail.com
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Vivenciar o
inglês Daniele Zanin danielezanin@ig.com.br
Indispensável Um segundo idioma é uma necessidade para qualquer profissional, principalmente hoje num mercado cada vez mais competitivo. O conhecimento de línguas significa desenvolvimento e crescimento. Para o professor de idiomas Daniel Kreling, o inglês já não é mais uma segunda língua e sim, a primeira. É indispensável. “O inglês deixou de ser um diferencial. Em uma entrevista de emprego, saber inglês é tornar-se mais um na multidão, mas conhecer outra língua é aumentar as ofertas, você se destaca. Neste mundo globalizado, não falar inglês é como não fazer parte do futuro”, afirma.
Marcela Bagarollo participou de dois intercâmbios
Acervo M
Ter fluência no inglês é indispensável tanto para a vida escolar como para a profissional. É nesse sentido que os jovens veem o intercâmbio como uma oportunidade para aperfeiçoar ou aprender o idioma fora da sala de aula. Segundo pesquisa realizada pela Brazilian Educational & Language Travel Association (Associação de Agências de Intercâmbio) cerca de 42 mil brasileiros entre 18 e 30 anos buscam nos intercâmbios internacionais uma oportunidade para crescer profissionalmente e pessoalmente. De acordo com Filipe Nunes, a experiência vivida na Inglaterra, onde estudou teologia e psicologia, garantiu a oportunidade de trabalhar como professor de inglês. “É diferente aprender inglês na sala de aula e estar mergulhado nos costumes de outro país. É uma riqueza cultural, pessoal e lingüística. Afina a pronúncia e o ouvido para o idioma”, afirma Nunes. Já Marcela Bagarollo, 24, conta que depois da vivência de um ano e meio no programa Au Pair, nos Estados Unidos, teve a oportunidade, em 2009, de participar de um estágio remunerado na área de relações públicas na Escócia. Ela não ignora as dificuldades que
enfrentou: “apesar de toda a fluência adquirida nos Estados Unidos, tive dificuldade com o sotaque britânico e com a diferença entre a vida que tive e a relação nesse estágio. Nos Estados Unidos convivi com uma família e duas crianças, e na Escócia com negócios e política escocesa”, diz. Alberto Luis Oriani enfrentou problemas com o intercâmbio. A pronúncia, o sotaque característico do local, a questão cultural e comportamental dificultaram a interação com a língua e com o país. “Exatamente pelas dificuldades, pela riqueza de expressões adquiridas pela vivência, que o intercâmbio supera o inglês limitado das salas de aula. Para as duas empresas que trabalhei, o inglês foi imprescindível. A disputa foi acirrada e o que fez a diferença foi a prova oral de inglês”, conta Reconhecida A representante do departamento de Recursos Humanos da Citrosuco, Maria Angélica Vitale Pitoli, 36, fala das vantagens que o intercâmbio traz ao candidato na procura por emprego: “Essa experiência proporciona conhecimento prático de outras culturas, costumes e condutas. O intercâmbio no currículo indica versatilidade, bagagem cultural e autonomia”, afirma Maria.
Daniele Zanin
arcela Ba
garollo
Orini enfrentou problemas com intercâmbio
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Trabalho em grupo:
ou
céuinferno
Vieira Júnior
jmvieira1@uol.com.br
Conviver em grupo é uma necessidade humana. Desde os primórdios, conta a passagem bíblica Gênesis 2:18, que Deus, ao perceber que não era bom que o homem vivesse sozinho, criou uma companheira para Adão: Eva. Curiosamente, foi a partir daí que os problemas começaram. Das histórias bíblicas ao dias atuais, o trabalho em grupo está no dia a dia, principalmente, na vida escolar e profissional. Para alguns, um verdadeiro paraíso. Para outros, motivo de preocupação. A estudante do 2º ano do ensino médio, Alana Roncato, 15, reconhece a importância de se trabalhar em grupo e diz que a união de várias ideias auxilia na melhor elaboração das tarefas solicitadas por um professor, por exemplo. Porém, não deixa de eleger o tipo de personalidade que mais a incomoda. “São as pessoas que não gostam de fazer nada e as que não aceitam opiniões diferentes das delas”, diz Alana. O professor do ensino médio Agnaldo Trevizam diz que produzir em grupo é chegar num consenso com as experiências de cada um. “Quem não consegue, certamente é prejudicado, pois não participa do processo de criação coletivo e na avaliação terá mais dificuldades, pois terá que estudar e criar sozinho”, diz o professor. Em sua opinião, a riqueza do trabalho em equipe, é que cada um possui sua própria experiência. Neste tipo de atividade, há uma partilha de conhecimento, não só teórico, mas um conhecimento único: a vivência de cada um. Fotos: Vieira Junior
Para Molina, em equipe os riscos são divididos
Estudo em grupo permite trocar experiências
Sozinho. Este é o método que não se deve utilizar na hora de tomar decisões quando o assunto é o dia a dia profissional. Segundo o coordenador de desenvolvimento de produto e mercado da Owens Corning, João Molina, a melhor maneira é dividir o risco com os companheiros para que as decisões sejam tomadas corretamente e os perigos sejam avaliados em equipe. Para ele, quando se trabalha em conjunto, os caminhos se tornam mais fáceis e é possível crescer profissionalmente. Habilidade Tanto nas empresas como na sala de aula, os maiores problemas enfrentados são a falta de comprometimento e os conflitos de personalidade quando o quesito é trabalhar em grupo. Nesse sentido, a psicóloga Fernanda Ganassim fala que para existir um relacionamento sem conflitos são essenciais diplomacia, cooperação e tolerância às diferenças.
Para praticar Confira oito dicas para ter êxito nos trabalhos em equipe seja na sala de aula ou na empresa: • Dividir e planejar tarefas • Ouvir a opinião • Respeitar e ser tolerante • Dar espaço para todos • Aprender a argumentar • Refletir • Lidar com os problemas e resolvê-los Fonte: Fernanda Ganassim, psicóloga
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Pesquisas Camila F. Duarte camilafduarte@hotmail.com
Agilidade encontrada na internet tem sido facilitada para os estudantes de todas as idades quando o assunto é pesquisar e realizar trabalhos escolares. Muitos deixam de lado os livros e as visitas à biblioteca e optem por uma plataforma que, embora seja mais atualizada, nem sempre é confiável. A combinação de teclas “ctrl+c/ ctrl+v” permite copiar e colar conteúdos da web facilmente. Por essa razão, é comum que trabalhos inteiros sejam compostos apenas com esse uso. O estudante Lucas dos Santos Fernandes, 15, do 2º ano do ensino médio, conta que faz trabalhos apenas com pesquisas on-line. “O professor sabe quando o material foi copiado e colado. Para fazer um bom trabalho escolar o aluno precisa revisar o texto, mas não gosto de ler antes de entregar”, conta. Fernandes não está sozinho. Em uma busca por comunidades da rede social Orkut com o termo “ctrl+c/ctrl+v” foram encontrados 152 resultados. Oitenta e seis deles exaltam a existência da combinação de atalhos como “a melhor invenção do homem” ou até “invenção divina”. São 146.526 internautas que proclamam frases como “trabalho de escola = ctrl+c/ctrl+v”. Apenas 29 internautas, em duas comunidades, rejeitam a prática. Jéssica Renata Floriano, 15, aluna do 2º ano do ensino médio, também é adepta da internet. Ela conta que recorre à biblioteca somente quando não encontra o que procura. E, apesar de ler o trabalho antes de entregar ao professor, só começou a procurar por várias fontes de consulta
web na
Fotos: Camila Duarte
depois que uma professora de história chamou a atenção da classe depois que todos entregaram um trabalho parecido e com um erro em comum. “Fiquei traumatizada”, brinca. Já Natália Regina de Oliveira Santos, 16, também do 2º ano, realiza buscas na internet e em livros. “A internet é mais atualizada, mas não confio muito no conteúdo”, afirma. Cuidado Na opinião da pedagoga Cláudia Francisca de Souza Vicente, a internet deve ser apenas uma das fontes de uma pesquisa. Segundo ela, quando o aluno retira informações de um livro, ele desenvolve ao mesmo tempo a leitura, a escrita e o senso crítico. “O aluno deve lembrar que o importante não é o volume do trabalho que entrega ao professor, mas aquilo que conseguiu absorver e aprender com a pesquisa que fez”, destaca. Cláudia ainda aconselha: “Escrever conclusão com as próprias palavras, mostrando ao professor que leu e interpretou a pesquisa”. De acordo com o sociólogo e professor da rede pública estadual Filipe Zanuzzio Blanco, o uso excessivo da internet para elaboração de trabalho, é um processo comum, pois a internet abre um mundo de conhecimento. No entanto, ele alerta que é preciso orientação do professor quanto ao uso da rede, pois não adianta acessar sites que não saem do senso comum, acríticos e superficiais.
Jéssica recorre à internet e à biblioteca para pesquisar
Saiba mais Para contribuir com boas pesquisas na internet, confira sugestões de sites seguros que podem ser usados como fonte de consulta. Atlas geográfico escolar http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/atlasescolar/index.shtm Centro de Referência em Educação Mário Covas http://www.crmariocovas.sp.gov.br/lnoticiacat.php?it=56 Biblioteca digital http://www.dominiopublico.gov.br Pinacoteca do Estado de São Paulo http://www.pinacoteca.org.br
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Votar:
eis a questão
Anderson Junque
podemos dirigir e que não temos responsabilidade para decidir? Então, também não temos para votar”, comparou.
mfjunque@ig.com.br
Incentivo Em parceria com a Assembleia Legislativa, o Superior Tribunal Eleitoral (TSE) lançou campanha para despertar o interesse dos jovens para participar das eleições de 2010. O slogan é “16 anos, uma idade inesquecível”. O apelo é visto de forma positiva pelo professor de história Kelvis Germano. “Creio que é uma forma de inserir o jovem em uma discussão que, a princípio, não ocupa suas prioridades”, constatou. O cientista político Paulo D´Elbox acredita que o interesse dos jovens em tirar o título de eleitor vai além da possibilidade de votar. “Eles precisam do título por questões burocráticas como o ingresso em universidades, por exemplo. Ou estão em busca de emissão de documentos”, afirmou. D´Elboux destacou a importância do voto em qualquer idade. “Não basta somente votar, mas lembrar em quem votou. É preciso cobrar ações do político no exercício do seu mandato”, diz. qu
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No Brasil o voto é facultativo para as pessoas com idade entre 16 e 18 anos, para os com mais de 70 anos e para os analfabetos. Portanto, nas próximas eleições do dia 3 de outubro, os que não se encaixam nesses grupos são obrigados a ir às urnas para escolher o candidato a presidente, governador, senador e deputado federal. No país, a não obrigatoriedade é regida pela Constituição Federal e como não haveria de ser, causa controvérsias. A estudante Jéssica Tesôto, 16, diz que apesar de não ser obrigada a votar, faz questão de exercer esse direito. “Somos cidadãos como todos os outros. Se todo adolescente se conscientizar da sua importância teremos no futuro uma sociedade mais atuante”, Amanda é diz. Já a também estudante Amanda contrária; Jéssica Aparecida de Oliveira, 17, é declarafavorável ao voto damente contrária ao voto antes dos facultativo 18 anos. “Vocês não dizem que não
e
Compro, logo existo Débora Ferneda debynha_ferneda@hotmail.com
Já cantava Madonna nos anos 80 na música “Material Girl” “… Porque vivemos num mundo materialista. E eu sou uma garota materialista…”. Quase 27 anos se passaram desde a gravação deste single e o consumo desenfreado é uma realidade presente. De acordo com pesquisas realizadas pelo Instituto Ipsos-Marplan, em 2003, 37% dos jovens fizeram compras em shoppings, contra 33% dos adultos. Já pesquisa, conforme apontado no estudo “Juventude e Integração Sul-Americana: Diálogos para Construir a Democracia Regional”, do Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas), 73% dos jovens se consideram mais consumistas que os adultos.
Para Daniele Gianetti, 24, comprar é sinônimo de alegria. “Quando compro consigo extravasar a raiva e o estresse”, conta ela que, diz que as consequências desse ato já causaram transtornos, como o saldo negativo no banco. Thelma Camargo Sturion, dona da Gato Branco Boutique, afirma que o comportamento mais comum entre os jovens é a alegria que sentem ao poder comprar. “Os olhos brilham, a postura muda, o sorriso aparece, e parece difícil controlar a vontade de comprar. Geralmente meus clientes sempre vão comprar com a mãe, ou com o cartão de crédito do pai”, conta. Na direção oposta, está o músico Matheus da Silva, 21, que é totalmente adepto ao desapego material: “o simples ato de você se desapegar das coisas fúteis da vida, o torna cada vez mais livre”.
Consumo Segundo o psicólogo e pesquisador do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas, Eric Passione, o consumo exagerado ou compulsivo pode ser caracterizado como doença individual. No entanto, é inegável sua base material e cultural. “Nas sociedades pós-industriais, tornaram-se dominantes a posse dos objetos de consumo. A associação com estilos diferentes de vida forneceram um novo modelo de identif icação aos jovens, que poderíamos resumir do seguinte modo, compro, logo existo!”, afirma. O psicólogo alerta quanto à importância de refletir sobre as reais necessidades para não cair nos extremos seja do consumo exagerado ou do desapego.
Contra o preconceito Alexandre Almeida x.an.daozinho@hotmail.com
Desde fevereiro passado, tem sido tema das discussões da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, o projeto de lei que define os crimes resultantes de preconceito em razão de gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero. Para Francisco dos Santos, militante do Movimento Negro de Campinas, o negro precisa de uma política afirmativa há muito tempo, e não será a lei que fará diferença. “Ela só servirá para piada”, afirma. Na opinião do cadeirante Carlos Roberto Pontes, a lei não vai mudar em nada. “Precisamos de emprego. Por que criar novas leis, se não são cumpridas as que já existem”, ressalta. Já Rafael Candido é a favor da lei. Ele acredita que a mudança traz um pouco de alívio aos que ficam à margem social.
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Com que
roupa? Mariane Ferreira
Kathiuce Cibelle de Souza
mariane__mf@hotmail.com
Para acertar sempre Seio farto Abuse de alças largas e para dar sustentação, use um tecido reforçado no busto. Evite: Blusas apertadas e com tons claros. Dica: A melhor opção é os modelos em decote V, eles afinam o visual. Cintura Use recortes curvos que modelam o quadril. Evite: Tons claros na parte da cintura. Dica: Use blusas com estampas no busto e um tecido escuro na cintura causando a impressão de que a cintura é menor. Quadril largo Valorize a parte de cima e não destaque demais o quadril. Evite: Não cubra muito nem mostre demais, procure sempre o caimento adequado. Dica: Use calças em tons mais escuros com tecidos foscos, cintura alta e laterais largas valorizará o que você tem de melhor. Bumbum Para afirmar e reduzir a silhueta aposte em tecidos reforçados e modelagem anatômica, com cores lisas e escuras. Evite: Estampas de qualquer cor e tamanho. Dica: Procure chamar a atenção para a parte superior do corpo como: ombros e costas. Fonte: Fábio Leme
Gordinha e fofinha sim. Elegante também. Na contramão dos padrões de magreza ditados pela mídia e pela sociedade, estar acima do peso não é sinônimo de roupas demode (veja dicas nesta página). Para atender os gordinhos – que representam 40% das pessoas com idade entre 10 e 21 anos – as confecções especializadas em tamanhos grandes e extragrandes, ganham cada vez mais espaço no mundo da moda. E, o melhor: investem em peças práticas, confortáveis e com designer moderno. A empresária Mirela Graund conta que sempre foi gordinha, mas era difícil encontrar lojas especializadas em manequins maiores que o 42. “Hoje é mais fácil, a única dificuldade que encontro é a forma correta de me vestir, para não exagerar e ser vulgar”, diz. O estilista Fabio Leme, de Limeira, confirma também que a dúvida de Mirela é a da maioria das mulheres que está acima do peso. “Toda mulher é bonita independente da forma física. Para acertar no visual, é preciso ser natural. Se você tem quadril largo, com certeza uma calça leg e uma blusinha curta, não são ideais”, afirma Leme. Outra dica é abusar de tecidos discretos, sem estampas ou cores extravagantes, bem como evitar alças finas e decotes ousados. “A aposta é tecidos lisos com cores em tons de azul, violeta ou amarelo queimado”, destaca.
Camisetas versáteis Mariana Fiocco morangosujo@hotmail.com
No século 20, as camisetas eram usadas apenas como peças íntimas e restritas à Europa. Nos anos 50, com os galãs norte-americanos Marlon Brando, James Dean e John Wayne elas se popularizaram. Nas décadas seguintes, chegaram ao Brasil e hoje são amadas por pessoas de todas as idades e classes sociais. Os modelos e cores são as mais variadas. Há camisetas com estampas de bandas, filmes, personagens reais ou fictícios, frases, times de futebol, músicas e
opiniões polêmicas. O artista plástico Jerdes Andrade, dono da loja Para Raio, de Rio Claro, conta que as camisetas são as peças que mais agradam os jovens. “O cliente compra oito camisetas e duas calças”, exemplifica. O estudante Bruno Bortolin, 18, diz que usar a peça faz parte do seu cotidiano e cada camiseta passa uma mensagem. Entre as suas preferidas estão as com estampas de ídolos do rock. O estudante sempre muda suas camisetas. Ele corta as mangas, golas e faz desenhos com canetas próprias para tecido ou manda estampar imagens.
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Das peneiras ao Fernando Galvão/Assessoria XV
profissional
Tony Costa tonycosta650@gmail.com
Jogar em um clube grande, como São Paulo, Corinthians, Palmeiras ou Santos é o sonho de centenas de jovens. Passar pela “peneira”, nome dado ao teste que seleciona os atletas, não é tarefa fácil. Mas para os que ainda não conseguiram emplacar nos grandes times, a oportunidade pode estar em clubes do interior. Alex Bacci Draguetti, 18, veio de Bauru para Piracicaba há um ano, em busca do sonho de ser jogador profissional. Hoje atuando como zagueiro na equipe sub-20 do XV, sentiu na pele as dificuldades do processo seletivo das “peneiras”, após ser reprovado em clubes como Atlético, de Minas Gerais, Pão de Açúcar e São Paulo. Draguetti mora no alojamento do clube que fica nas dependências do Estádio Municipal Barão de Serra Negra. Ele divide o quarto com outros 18 jovens, que também estão em busca de um sonho, que é se tornar profissional. A categoria sub-20, é considerada semi-profissional e é o momento em que os adolescentes querem mostrar o me-
Atletas da categoria sub-20 durante treino no estádio Barão de Serra Negra
lhor futebol para alcançar um espaço na categoria superior. Alex tem mais tempo para se dedicar somente ao futebol, mas lembra de quando tinha que conciliar o esporte com os estudos. “Não é muito di-
fícil, mas tem que ser esforçado”, conta o zagueiro. Já Mairon César Silva Cardoso, 17, saiu de Uberlândia (MG) no ano passado para jogar no amador de Indaiatuba. Sua
Mascotes da bola Lavínia Vasconcelos laboliveir@unimep.br
A seleção brasileira é a única a participar das 19 edições da Copa do Mundo. Mas assim como o time canarinho os mascotes, personagens que divulgam e representam de forma divertida o evento, estiveram presentes em todas as edições do campeonato mundial. Na Copa da África do Sul, que ocorre entre os dias 11 de junho a 11 de julho, o mascote é o leopardo Zakumi. Com cabelos verdes,
ele está no auge de seus 16 anos, e representa a nova geração que nasceu num país sem a política racista do Apartheid, que foi abolida em 1990 por Nelson Mandela. O primeiro a integrar rol dos mascotes foi o leão Willie, que reinou na Copa da Inglaterra em 1966, sendo considerado o mais famoso de todos. Mas além de simbolizar, até historicamente, a realização do evento mundial na nação sede, os mascotes também ajudam a impulsionar as vendas. Segundo o professor e coor-
denador do curso de ciências econômicas da Unimep, Francisco Constantino Crócomo, a venda dos bonecos geram receita e principalmente, quando planejados com inteligência. “O incentivo à união dos povos e a prática do esporte sadio devem contribuir com a economia local, bem como gerar impactos positivos na sociedade”, afirma o professor. Para ele, o Brasil deve aproveitar a oportunidade de sediar uma Copa para alavancar a economia.
habilidade no ataque e precisão em marcar gols, chamou a atenção de um árbitro da Federação Paulista de Futebol que indicou o garoto para o XV de Piracicaba. Há apenas dois meses no clube, Cardoso conta que para conquistar espaço é preciso abrir mão de outras. Ficar longe da família pode parecer difícil, mas para o atacante, quem não pensa grande, não chega a lugar nenhum. Amizade Para treinar uma equipe dessa categoria, é preciso ser pai, tio e amigo, conforme conta o técnico do time sub-20 do XV Piracicaba, Alexandre Faganello. Segundo ele, é preciso exigir dos atletas garra de jogador profissional, para quando chegar ao profissional ele não sinta tanta cobrança da comissão técnica, de empresários e da torcida. “Aqui não é uma escolinha, nós avaliamos para depois treinar e aprimorar as qualidades”, destaca. Faganello conta que ninguém passa por uma “peneira” para depois aprender a jogar futebol, mas depois que é selecionado começa o aprimoramento do condicionamento do atleta”.
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Le parkour Fotos: Renan Duarte Bosquilia
Renan Duarte Bosquilia renanprodutor@gmail.com
O le parkour ou somente parkour, como também é conhecido, é uma modalidade esportiva que consiste em deslocar-se o mais rápido possível e de maneira eficiente de um ponto A a um ponto B. Tal deslocamento se dá, basicamente, por ambientes urbanos e, os “traceurs”, como são chamados os praticantes, executam movimentos que exploram o limite do corpo humano, com influências variadas, que permeiam as artes marciais, a ginástica olímpica, e até a brasileiríssima capoeira. Em Piracicaba, o parkour é praticado desde 2007 pelos precursores, no município, Pablo Ferraz e Gustavo Rodrigues, o Guh. “Nos conhecemos pela internet e marcamos de nos encontrar no Sesc. Lá, conversamos um pouco e combinamos de treinar nas ruas”, conta Ferraz. O analista de sistemas, de 21 anos, acrescenta que além dos benefícios ao corpo e mente, no parkour é possível fazer amigos e estar em contato com a natureza”. Alexandre Alves Satiro, o Chandú, 29, é praticante da modalidade há três anos. Integrante do grupo de parkour de Santa Bárbara d’Oeste, ele também frequenta treinos com os grupos das cidades da região. “Treino com grupos de Piracicaba, Limeira, Rio Claro e Americana. Acabo fazendo vários amigos e conhecendo outras lugares”, conta Satiro. Apesar de não ter campeonatos e federações da modalidade no país, a Associação Brasileira de Parkour, em conjunto com os grupos regionais e estaduais, organizam os encontros nacionais do esporte. O último foi o 5º Encontro Brasileiro de Parkour, realizado nos dias 12 e 13 de dezembro de 2009, em Salvador e contou com a participação de “traceurs” de vários Estados do país. Em São Paulo, os encontros da modalidade já somam quatro anos consecutivos, sendo o último realizado em Santo André, no ano passado.
Os praticantes executam movimentos que exploram o limite do corpo
Fique atento Para a prática segura da modalidade deve-se utilizar camiseta, bermuda (ou calça esportiva) e tênis de preferência com amortecedor. É aconselhável o uso de capacete, joelheiras e munhequeiras. Contudo, mais que equipamentos de proteção, é necessário que haja alongamento, aquecimento antes e resfriamento após a prática. Vale lembrar que a chave do sucesso para a prática segura de cada “traceur”, inclui respeitar o seu próprio limite físico, evitando possíveis lesões. Informações sobre o parkour podem ser obtidas no abpkbrasil.wordpress.com Parkour é praticado em praças e centros urbanos
Fonte: Associação Brasileira de Parkour
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A primeira vez Karla Gigo kmorato@hotmail.com
Na adolescência ocorrem dezenas de transformações. Tanto para meninos como para meninas os pêlos aumentam, podem aparecer acnes e os órgãos se transformam. São mudanças fisiológicas e biológicas, além das psicológicas, que acontecem graças aos hormônios que desencadeiam o início da puberdade. Para enfrentar essas mudanças com saúde, é fundamental o acompanhamento médico. A ginecologista Rosangela Garrafoni Pessotti diz que geralmente as meninas não vão aos consultórios no início da adolescência por vergonha. Elas aparecem mais tarde, depois que iniciaram a vida sexual ou em função de transtornos com a menstruação. Há um tabu social por traz do exame ginecológico: “muitas não o fazem por achar que é desconfortável, constrangedor ou mesmo dolorido”.
O mesmo ocorre com os garotos. O urologista Paulo Roberto Lara Coelho diz que a preocupação que normalmente leva os adolescente ao consultório, é estética e sexual. “Por uma questão cultural, normalmente o que traz os meninos ao meu consultório é a preocupação das mães em relação ao tamanho do pênis de seus filhos. E isso se torna mais evidente quando ela compara com o órgão do irmão mais velho, por exemplo”, conta. Periodicidade Quanto à periodicidade das consultas no início da puberdade, a ginecologista diz que o ideal é que sejam mais frequentes que o usual, pois permite uma orientação quanto à sexualidade, planejamento familiar e prevenção de doenças. “A partir do momento em que percebemos que a adolescente exteriorizou todas as dúvidas, que se adaptou ao método contraceptivo escolhido e que está
mais madura, o retorno passa a ser anual”, ressalta. Já no caso dos meninos, Coelho diz que não há uma necessidade de acompanhamento frequente e sim quando o paciente percebe mudanças em seus órgãos sexuais. Cotidiano O estudante Eduardo Henrique dos Santos, 17, diz que procurou um urologista aos oito anos, por achar que tinha fimose. “Minha mãe achou estranho e me levou ao médico. Era criança, mas me lembro que o pior foi o pós-operatório. O lado bom é que não sofri com as limitações”, ressalta. Beatriz Nogueira, 18, diz que procurou a ginecologista aos 15 anos de idade: “Fui ao médico quando comecei a menstruar e só voltei depois da minha primeira relação sexual, para fazer o papanicolau”. Já Eloah Cardozo Rodrigues, 18, teve problemas com a menstruação e só foi ao ginecologista aos 15 anos.
Syndi Siqueira
Malhação:
quando começar? Syndi Sultano syndinha@hotmail.com
A busca pelo corpo perfeito tem levado os jovens cada vez mais cedo às academias de ginástica. Junto a essa constatação vem a pergunta: qual a idade para iniciar os treinos? De acordo com o professor Daniel Ramires, malhar na adolescência requer cuidados especiais. Em sua opinião, aos 14 anos é possível iniciar, no entanto, com acompanhamento médico e treinamento específico para o biótipo de cada pessoa. “É necessário primeiro uma avaliação individual, adaptação e condicionamento físico para indicar qual o exercício adequado na academia”, diz. O fisioterapeuta Rodolfo Detoni conta que na adolescência o corpo ainda não está preparado parar receber um treinamento forçado, por essa razão, é fundamental o acompanhamento de um profissional. Antes dessa idade é aconselhável atividades que não forcem os músculos, como caminhadas, bicicleta ou dança. Aguiar também destaca a necessidade de ter uma boa alimentação.
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Ecobags moda com sustentabilidade da
Rocha
Ser sustentável está na moda. Entre as novidades está a alternativa produzida pela grife inglesa Anya Hindmarch: sacolas retornáveis feitas de pano, também conhecidas como ecobags. Criadas com o princípio de conscientização, essas sacolas viraram ícones fashion, combinando moda com sustentabilidade. E os preços são os mais variados. Desde as ainda em branco e que podem ser personalizadas, a R$1,68, as à venda no site funverde.org.br, da organização Fun Verde, por aproximadamente R$ 60. As sacolas retornáveis ganham mais espaço a cada dia. Da academia aos brindes promocionais. “Adoro usar as sacolas para ir ao clube e à academia, elas são espaçosas e cabem tudo que preciso”, diz Rebeca Amorim, 16. A estudante Kelly Oliveira, 22, prefere usar as sacolas para os outro fim. “Gosto de colocar livros, por serem práticas e resistentes”, conta. Já Leonardo Belquiman, 19, prefere colecionar as zecobags. “Comecei depois de uma ida ao supermercado, fiquei com vontade de comprar a primeira, depois comprei a segunda, e ganhei uma outra.
Uso todas elas, pois acho muito importante porque evita a utilização dos sacos plásticos”, diz. Meio ambiente O Ministério do Meio Ambiente lançou a campanha Saco é um Saco, para ampliar a adesão pelo uso das ecobags. Entre as diversas instituições e empresas que apóiam o consumo consciente, está o grupo Carrefour de Piracicaba, que em março aderiu à campanha em parceria com o Instituto Ambiente em Foco (IAF). ¨Nossa perspectiva em relação a esse projeto é sobre a conscientização e a educação ambiental. No stand Instituto Ambiente em Foco (IAF) tiramos dúvidas sobre o impacto ambiental que as sacolas plásticas causam¨, destaca Rebeca do Amaral do Instituto Ambiente em Foco
Fotos: Cynthia da Rocha
Cynthia
cynthiadarocha@hotmail.com
Perigo As sacolas plásticas podem levar até 500 anos para se decompor e também são confundidas por animais marinhos e pássaros com alimentos. Em 2007, o Ministério do Meio Ambiente fez um levantamento e descobriu que são distribuídas, no mundo, entre 500 bilhões e um trilhão de sacolas plásticas por ano.
Lixo eletrônico Janaina Moro janaross1@hotmail.com
O lixo eletrônico é um problema da sociedade moderna. Hoje, 80% dos municípios brasileiros jogam esse lixo diretamente na natureza. No caso de pilhas, lâmpadas, baterias e restos de computadores, quando depositados de maneira incorreta, contaminam o solo e lençóis freáticos por meio da eliminação de substâncias tóxicas. Esses resíduos além de afetar o meio ambiente, prejudicam a saúde. Nos componentes das lâmpadas fluorescentes, por exemplo, está presente o mercúrio que provoca problemas irreversíveis ao sistema nervoso. Mas as dúvidas sobre a responsabilidade do descarte do lixo eletrônico podem acabar após a aprovação de lei que tramita no Senado Federal. Com o projeto que cria a Política Nacional de Resíduos Sólidos, todos vão ter responsabilidade
pelo destino final desses materiais. Fabricantes, distribuidores e comerciantes terão que investir em artigos recicláveis para colocar no mercado e que gerem menos resíduos sólidos. Muitas vezes, a falta de orientação e os poucos programas de conscientização levam ao descarte irregular. A proprietária de academia Lara Lazo, 36, diz que tenta agir corretamente, mas é difícil, pois são poucos os locais apropriados. “Já tentei entregar em lojas, mas não quiseram saber do problema”, destaca ela. Já a vendedora Maria Aparecida, 52, afirma que depois de muitas tentativas conseguiu encontrar uma empresa que recolhe este tipo de material. “Costumo acumular uma quantidade em casa, depois levo até o local, fico mais tranquila”, fala. Orientação A principal orientação é que, na hora
da compra, o consumidor escolha pilhas recarregáveis e produtos recicláveis. De acordo com pesquisa realizada em 2007 pelo coordenador executivo do Instituto Ambiente em Foco, Rafael Girão, apenas 5% dos 255 entrevistados se preocupam em comprar pilhas de menor impacto ambiental e apenas 4% fazem a devolução no local da compra. “O objetivo do trabalho foi a implantação do Projeto de Gestão de Resíduos EletroEletrônicos na Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), que resultou em uma parceria com o Banco Real, responsável pela coleta de pilhas e baterias nos campi da universidade” relatou. A Secretaria de Meio Ambiente da cidade de Rio Claro, realiza o projeto Cata Bagulho. A proposta é recolher móveis velhos, mas também é possível descartar computadores, aparelhos domésticos e TVs. Segundo a diretora do
Departamento de Resíduos Sólidos, Regina Ferreira, uma cooperativa seleciona os produtos arrecadados e aproveita o que é útil. Em Piracicaba as ações são mais abrangentes. A cidade dispõe de cinco locais para a coleta de pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes. São aceitos apenas resíduos domiciliares. Outras informações sobre e-lixo podem ser adquiridas no www.lixoeletronico.org Pontos de coleta EM PIRACICABA Central de Resíduos Rua Dona Regina, 507, Paulicéia Centro Cívico Avenida Capitão Antonio Corrêa Barbosa, 2.233 Parque Santa Teresinha Rua Adelmo Cavagione, próximo à Ponte Estaiada Parque Piracicamirim Avenida Alberto Vollet Sachs, próximo ao terminal de ônibus Zoológico Municipal Avenida Marechal Castelo Branco, 426, Jardim Primavera Todos atendem das 8h às 17h.
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Fotos: Thiago Sanchez Gaspareto
Calza se interessou pela bateria depois que assistiu ao show da banda Dream Teather
Mais que barulho Thiago Sanchez Gaspareto sanchez_darkside@hotmail.com
É rock and roll! A atitude de expressar o amor que algumas pessoas sentem pelo rock e o heavy metal ultrapassa os limites de apenas trajar camisetas de bandas ou decorar o corpo com tatuagens invocadas. Sentir-se motivado para aprender a tocar um instrumento musical inspirado pelo seu artista favorito é algo considerável principalmente quando são destacados os icônicos pertinentes ao estilo – a guitarra elétrica e a bateria. Bruno Almeida, 20, que o diga. Ele teve o desejo de aprender guitarra inspirado pela música “Fade To Black”, da banda americana Metallica. Almeida, que já toca o instrumento há quatro anos, aprendeu o básico com um professor e atualmente se aperfeiçoa por esforço próprio. “A influência do Metallica é muito grande. Por meio desta inspiração criei minhas próprias melodias”, conta. Para Almeida, o gosto pela música internacional não desperta apenas o desejo de tocar um instrumento, mas serve também como fonte de conhecimento. Segundo ele, os que escutam
músicas em idiomas que vão do inglês ao catalão, acabam conhecendo línguas e culturas de países distintos. Felipe Veronese, 16, que aprecia músicas que vão do heavy metal tradicional (Iron Maiden), passando pelo folk-viking metal (Ensiferum e Amon Amarth) até o agressivo death metal (Cannibal Corpse) é outro exemplo. Ele diz que aprendeu inglês tentando entender as letras do Iron Maiden. “Em breve pretendo arriscar o idioma finlandês por causa das bandas escandinavas. Por meio das músicas também me aprofundei na cultura escandinava, que se tornou uma grande paixão”, fala. Veronese, além de tudo isso também se dedica a tocar guitarra e aprender detalhadamente tudo que envolve o instrumento. Já o baterista Mycon Calza, 18, era percussionista em uma igreja evangélica, quando um amigo lhe apresentou as bandas de rock gospel Oficina G3 e Narnia. Foi um passo para o aprendizado na bateria. Calza começou a perceber o instrumento quando assistiu ao show Metropolis 2000, da banda de prog metal Dream Teather (DT). “Era uma gravação ruim, mas aquilo me convenceu de que aquilo
era realmente o que eu queria fazer”, conta ele, que acrescenta que hoje Mike Portnoy, baterista do DT, é uma influência no que se refere à música. Além do DT, Mycon aprecia bandas que levam um som mais pesado, como Lamb Of God e Sepultura, o que para ele são fortes influências na formação de um senso crítico em relação ao mundo da música e a sociedade.
Veronese aprendeu inglês com as bandas de rock
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Fotos: Fernanda Cristina Pereira e Hellen Sferra
Maio-Junho/2010
O rock é das
mulheres Fernanda Pereira fe_bhank@uol.com.br
Seja pra fazer críticas sociais ou falar de amor, as mulheres estão cada vez mais presentes no mundo do rock. Quando se pensa em bandas de hard rock, é normal lembrar automaticamente de homens, muitas vezes de cabelos compridos, cheios de tatuagens, pose de “machão” e cara de mal. Temos o rei do rock Elvis Presley, mas e a rainha? O rock feminino tem figuras marcantes como a cantora Janis Joplin (1943-1970), a banda norte-americana de hard rock Vixen e a brasileira Rita Lee, mas também é marcado pelo preconceito. “Muitas vezes, julgam as mulheres pela aparência e não pela competência”, argumenta o estudante e roqueiro João Henrique Lopes, 23 anos. Jeannie D’Angeli, 31, já sofreu preconceito da própria plateia por ser a única mulher e vocalista da banda Memingers, de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. “Acho que existe, definitivamente, o conceito de que mulher só pode cantar pop. Mulher não pode se meter a cantar hard rock. Ouvi ironias, apesar de algumas brincadeiras dos meus companheiros músicos, o que é comum quando se é a única mulher da banda”, conta. Apresentação durante o 8º Festival de Rock Feminino em Rio Claro
“Ainda nos dias de hoje, a mulher é alvo de críticas a respeito de comportamento. Ser a única representante feminina em uma banda de rock é também se posicionar diante do público. Para mim o ‘rock de calcinha’ é principalmente atitude” afirma Luanne Ávila, 18, vocalista e tecladista da Banda Stwarts de Santa Maria, Rio Grande do Sul. Já Hellen Sferra, 24, diz que o rock passa por uma transformação. E a mulher, apesar de ainda ser muito difícil, acompanha esse momento. Heca, como é chamada pelos companheiros da banda Voltare, de Rio Claro, diz perceber uma evolução na situação atual e conta que basta ver a plateia: “O melhor de tudo é ir a um show de banda de mulher e ver todo mundo cantando. Os meninos cantando as músicas. Isso não tem preço! É a prova de que é possível a mulher ter um espaço de respeito nesse meio, sem ser apenas um rostinho bonito”. Há dezenas de festivais de rock espalhados pelo Brasil. O melhor exemplo de dominação feminina é o intitulado Rock Feminino, que ocorre há oito anos em Rio Claro e agora atinge toda a região com atividades em Limeira, Piracicaba, Araras, Cordeirópolis, Santa Gertrudes, São Carlos e Araraquara. Considerado o segundo melhor evento musical do Brasil, o Festival de Rock Feminino reúne homens e mulheres no palco, por meio da música, além de incentivar as meninas a tomarem a iniciativa de enfrentar o palco. Paralelamente aos shows, são promovidas palestras, workshops e reuniões para capacitação de produção musical e incentivo à produção autoral.
OFICIAL Em Rio Claro, a vereadora Maria do Carmo Guilherme criou o Projeto de Lei Nº 133/2009 que inclui o Dia do Rock Feminino no calendário oficial. Programado para acontecer no 3º domingo de março de cada ano, na data será comemorado com o Festival de Rock Feminino. Nele são promovidas palestras, workshops e reuniões para incentivar a produção musical e autoral.
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A Virada é piracicabana Letícia Costa
Grupo Andaime de teatro: uma das atrações da Virada Cultural
Teatro contra a timidez Letícia
da
Costa Coelho
leticiacostacoelho@hotmail.com
Bruno Bianchim Martim bruno_bianchin@terra.com.br
A alcunha de Virada Cultural não é à toa. Das 18h do dia 22 de maio às 18h do dia 23, Piracicaba recebe, pela primeira vez, a Virada Cultural Paulista. A iniciativa prevê 24 horas de apresentações culturais gratuitas no município e também em outras 28 cidades do Estado. No município, as encenações, caracterizações e apresentações são transpostas ao público das mais variadas formas. Com sonoridade minimalista, explorando elementos da música clássica, trip-hop e rock and roll, o multi-instrumentista folk francês, Yann Tiersen, é um dos destaques da maratona que tem início dia 22, em diversos pontos, como o Parque do Engenho Central, o Teatro Municipal e o Sesc Piracicaba. Piracicaba terá shows dos Paralamas
do Sucesso e Toquinho. Segundo a equipe da Secretaria de Cultura de Piracicaba, responsável pela idealização do evento na cidade, as atrações locais que se apresentam na Virada Cultural são Caps Lock, Orquestra Piracicabana de Viola Caipira e o grupo Andaime de teatro da Unimep, que encena a peça “As Patacoadas de Cornélio Pires”, de Luís Carlos Laranjeiras. Na opinião do jornalista e crítico musical, Erick Tedesco, o evento poderia trazer outros nomes ao distrito. “É interessante dar espaço a esta cena local. Mas é preciso discernir quem se apresenta, se não acabamos criando uma virada caseira. Os grandes nomes atraem, inclusive, pessoas de outras cidades”, afirma sugerindo outros artistas de grande apelo popular. A Virada Cultural é realizada pela Secretaria de Estado da Cultura desde 2005.
Fotos: Fábio Mendes
Cena da peça “As Patacoadas de Cornélio Pires”
Participar de aulas de teatro pode ser uma alternativa para perder a timidez quando o assunto é falar em público. O diretor e ator Eraldo Vaz, que durante sete anos ministrou aulas de teatro, garante que a disciplina desenvolve as habilidades de comunicação e segurança, por meio de exercícios que mexem com o corpo e com a mente. E por essa razão, pode ser um grande aliado para perder a vergonha de falar em público. A estudante de publicidade Thalita Cunha, 21, conta que gaguejava quando falava para muitas pessoas, tamanha a vergonha que sentia. “Foi quando resolvi procurar um curso de teatro. A partir desse momento, os meus problemas diminuíram. Acredito que o curso deveria ser disciplina obrigatória nas escolas”, diz. Já Evandro Felix, 16, garante que o teatro em qualquer fase da vida faz bem, pois desenvolve a habilidade de lidar com as pessoas por meio do contato com as grandes plateias.
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Narcisismo digital Reprodução
Jackson Rossi jackson.jor@gmail.com
Na mitologia greco-romana, Narciso, jovem de beleza singular e vaidade excessiva, se admirava por meio da própria imagem refletida na água. Hoje, no mundo das tecnologias, admirar-se é mania entre os jovens, que não perdem a oportunidade de registrar todos os momentos com máquina fotográfica ou câmera do celular. Após os clicks, as imagens têm destino certo: blogs, fotoblogs ou redes sociais, como Orkut. É o narcisismo na era digital. João Victor, 15, adora se fotografar e ver as mudanças de seu visual. “Gosto de ver as mudanças do meu rosto e da minha aparência’’, conta. Com uma máquina digital a tiracolo, Letícia Piza, 13, registra todos os seus passos. Em seu Orkut ela acumula 360 fotos de momentos distintos. “Sinto
Imagem clássica de Narciso, personagem da mitologia
prazer em fotografar, tenho fotos até com meus professores, acho que todo adolescente gosta”, diz. Não somente pessoas comuns gostam de aparecer e ser notada, mas especialmente celebridades disputam e inventam formas de se exibir em capas de revistas e nas mídias, exercitando e alimentando o ego narcisista. Segundo a psicóloga Maria Lúcia Malosso Ramos, o desejo de aparecer e ser reconhecido ocorre pelo incentivo da mídia, da exposição dos famosos e da própria sociedade. “O ser humano não nasce pronto, ele se desenvolve no ambiente social”, acrescenta. De acordo com a psicóloga, o desejo dos jovens em se admirar em fotografias é comum. “Toda mundo gosta de se exibir naturalmente. E, o outro gosta de olhar, trata-se do voyeurismo humano, já que somos feitos sobre o olhar do outro”, diz.
Uma ideia e um celular Eduardo Castelar
Eduardo Castelar ducastelar_sj@hotmail.com
Há cerca de sete anos, nascia a produção cinematográfica pelo celular. Graças também aos avanços tecnológicos na área, o dispositivo da câmera de filmagem digital, presente na maioria dos aparelhos celulares, foi levado a sério. Assim, com imaginação, técnica e um celular, é possível elaborar curtasmetragens. O cineasta João Paulo Maria Miranda, 43, conta que a tecnologia das câmeras embutidas casou perfeitamente com a tendência do cinema de propor alternativas econômicas e democráticas para a produção de obras cinematográficas. “Os aparelhos vêm com programas de edição introduzidos, o que possibilita fazer melhores e novas experiências. Essa tecnologia usada nos celulares representa democratização, já que o audiovisual tornou-se uma ferramenta básica para todos, como o
lápis e o papel”, afirma Miranda, que venceu o prêmio Screenning Room Mobile Phone Movie Competition, promovido pelo canal internacional de televisão CNN. Existem também cursos para aprender a desenvolver essa técnica. O cineasta é orientador do grupo Kino-Olho, kinoolho. Gravação e produção de vídeos pelo celular blogspot.com, na ciConcurso dade de Rio Claro, e juntamente com No Brasil, ganha destaque o concurso do seus alunos produz semanalmente Festival de Filmes de Celular de Gramado curtas de cinco minutos, chamados (cinemanocelular.com.br) Em agosto de de filmes-ensaios. “Atualmente 2008, a ilustradora Gabriela Dreher, 27, mantemos quatro grupos simultaneafoi uma das três finalistas da disputa gaúmente: documentário; roteiro; introcha, com o trabalho “Turbo Triece”. “Foi dutório e profissionalizante. Neles tudo muito intuitivo, me imaginei como os participantes produzem em suas público e fiz o curta-metragem todo filcasas, testando ideias e discussões”, mado pelo celular”, conta. diz Miranda.
Ivaneide dos Santos
Interação no video game não tem idade
Games para qualquer idade Ivaneide
dos
Santos
neide_goncalves@hotmail.com
No Brasil, os videogames se popularizaram em meados dos anos 70, com o surgimento do Atari, considerado o primeiro jogo nacional. Desde então, os jogos eletrônicos fazem a cabeça de pessoas de todas as idades, como Claudionor Rufino dos Santos, 48. O prazer em jogar é tão grande, conforme conta ele, que disputar uma partida de futebol pelo videogame com o filho Cleiton, 15, é um dos melhores programas de finais de semana. “Na companhia dele, me sinto uma criança”, acrescenta. Os jogos eletrônicos já fazem parte da existência humana, são lúdicos se praticados sem exageros. Essa foi uma das conclusões da tese de doutorado apresentada pelo professor Cláudio Mendes, no Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, intitulada Para Ler as Imagens dos Jogos Eletrônicos. “Esses jogos são uma terceira cultura de massa, que surgiu por meio da imprensa, do cinema, do rádio e da TV”, destaca. Para a pedagoga Márcia Aparecida Lima Vieira, docente da Unimep, qualquer jogo eletrônico pode estimular o raciocínio lógico matemático ou mesmo da leitura. “Não há problemas quando o uso é consciente. É necessário atenção quando existe uma dependência em jogar e o adolescente deixa de realizar outras atividades para se manter jogando”, alerta. O professor de ciências humanas e ciência da religião da Unimep, Edivaldo José Bortoleto, destaca que num mundo certificado pela ciência e pela tecnologia, é necessário limite em tudo que se faz.
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Maio-Junho/2010 Fotos: Divulgação
3D ainda mais
próximo
do real “Toy Story 3”
Cuidado com os óculos O personagem principal dos cinemas 3D pode também ser vilão. Os óculos tridimensionais, essenciais nesses tipos de filmes, podem causar aos usuários irritações, incômodos ou até mesmo, infecções, se não higienizados adequadamente. De acordo com o médico Canrobert Oliveira, do Hospital Oftalmológico de Brasília, além da prevenção com o álcool em gel, que deve ser passado nas lentes, hastes e armações dos óculos, é importante manusear o objeto com as mãos
limpas. “ É uma segurança a mais para evitar as contaminações”, destaca. Por conta do atendimento a alguns pacientes com relatos de irritação nos olhos, após terem visto filmes tridimensionais, Canrobert sugeriu à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em conjunto com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) para fiscalizar a higienização nos cinemas. “Em Brasília, a administração dos cinemas buscou os recursos necessários à higienização dos óculos”, conta.
Cenas de “Avatar” totalmente filmadas em 3D
Bruna Barbosa Moraes Sampaio bruninhaaaa_s@hotmail.com
“Shrek 4”, de Mike Mitchell, “Jogos Mortais 7”, dirigido por David Hackl, “Toy Story 3”, de Lee Unkrich, e “Alice no País das Maravilhas”, de Tim Burton, são lançamentos das telonas do Brasil, ainda esse semestre. Produções norte-americanas que representam uma nova geração do cinema: os filmes em 3ª dimensão, tecnologia que permite ao espectador a ilusão de dimensão espacial com o uso de óculos com lentes polarizadas. O fenômeno de bilheteria “Avatar”, de James Cameron, lançado em 2009 e todo filmado em 3D, despertou o interesse de outros estúdios para a nova tecnologia. Com o sucesso de bilheteria de “Avatar” e já vislumbrando os próximos grandes lançamentos, houve um aumento em 30%, em relação ao ano passado, das salas de cinemas prontas para exibir filmes em 3D no Brasil. O fenômeno é mundial. Para se ter uma ideia, até junho de 2009 existiam 5.000 salas de cinemas tridimensionais e em 2010 esse número subiu para 6.700, segundo o site filmeb.com. É o começo de uma nova era do cinema e da tecnologia. Segundo André Oliveira, editor chefe de uma produtora de Piracicaba, o
“Shrek 4”
cinema 3D é uma tecnologia nova, que pode ou não ser aceito pelo público. Sua primeira experiência com o tridimensional, foi com o filme “Como Treinar o Seu Dragão”. “Óculos são um pouco incômodos, mas você paga pela sensação, que é demais”, conta. A tendência não é substituir os filmes tradicionais pelos de 3D, mas fazê-los caminhar juntos, conforme conta Fernando Biscalchin, professor de roteiro, direção e produção de cinema do curso de rádio e TV da Unimep - Universidade Metodista de Piracicaba. Na telinha E, é só o começo. O 3D já chegou ao computador e também na telinha. A Sony anunciou, esse semestre, o lançamento de sua linha de televisores 3D. A previsão é que os modelos cheguem às lojas antes de agosto. “O tridimensional vai atingir sempre o público específico e as pessoas vão se adaptar aos óculos e a forma de visão diferenciada, além de que o cinema nunca será substituído pela TV ou por Iphones, desenvolvido pela Apple, com funções de Ipod, câmera digital e internet. Vai ter sempre aquela sensação gostosa de você convidar alguém para ir ao cineminha”, afirma Biscalchin.
“Alice no País das Maravilhas”