SQUAD TRI Nº 2 - Setembro 2020

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REVISTA DIGITAL


Edição 3 - setembro / 2020

DESMISTIFICAMOS OS FATOS E DUVIDAS QUE ENVOLVEM A MAIOR PROVA DE TRIATHLON DO MUNDO

ESTOU PRONTO PARA FAZER UM IRONMAN ? E MAIS...

APRENDA COM OS FRACASSOS COMO PERDER O MEDO DE NADAR EM ÁGUAS ABERTAS? NUTRIÇÃO PERFORMANCE FISIOTERAPIA MEDICINA ESPORTIVA

com o vento no rosto



apoio



Você nunca será um perdedor até o dia em que desistir.


1.

O Triathlon assusta! Coloquei um ponto de exclamação no final, porque se fosse interrogação eu diria que sim. Poderia citar inúmeras situações que dá medo. Mas vou ficar na parte mais profunda, o medo é superficial, nos paralisa. Com medo a gente não começa, coloca a culpa no “Não tenho tempo. É esporte de rico. Me dá preguiça, entre outros”. A verdade eu sei e você sabe também, é o medo que te impede de começar. O medo até deve fazer parte do jogo, sem ele nos perderíamos. O que eu queria mostrar com essa revista é que esse esporte é inclusivo. Nisso eu tenho experiência. Pedalei 3 anos com uma Caloi 10, no meio de Scotts, Felts e Specializeds. Fui ter uma sapatilha para pedalar clipado a pouco tempo. Cansei de nadar em piscina gelada, sem wet suit (nem sabia que existia). Confesso que no começo senti vergonha, até perceber que não é o equipamento que me torna menos triatleta que você. É a paixão, aquela que só você sabe e ninguém entende o porque de você acordar tão cedo para treinar sozinho, no frio, chovendo e escuro. Você tem que buscar em si mesmo o que te faz levantar da cama, eu posso te mostrar o caminho, mas quem guia é você. E quando descobrir, seja pela contagem dos azulejos da piscina, pela água salgada e o sentimento de liberdade que o mar causa, pelo vento no rosto e a velocidade extasiante da bike a 60km/h, seja pelo coração acelerado, passos firmes e metas da corrida. Ou seja pelos amigos, pela resenha depois do treino, por ver o sol nascer, das viagens, da ansiedade e adrenalina das provas, pela contemplação de ter saúde para tal prática. Seja por buscar melhorar a marca de ontem, ter saúde, incentivar pessoas. Não importa o motivo, pois todos são um só. Quando disse que eu não iria ficar nos medos é por isso. Esse esporte proporciona tantas experiências que suas desculpas de que não tem tempo, dinheiro e nem vontade para sentir o Triathlon, não colam. Tem uma passagem que gostaria de colocar aqui: Um mago, um mágico e um mestre se encontraram na beira de um rio revolto. O mago disse: “Vou mostrar à vocês como eu aprendi a atravessar o rio”, nisso, elevou-se no ar, flutuou e calmamente pousou na outra margem. O mágico não quis ficar atrás “Isso não é nada”, abriu a sua capa e caminhou sobre as águas até o outro lado. O mestre olhando tudo aquilo, arregaçou as roupas e entrou nas águas fortes, caminhando com muita dificuldade na correnteza, tropeçou e caiu inúmeras vezes entre os galhos, até chegar na outra margem todo molhado e machucado, olhou para os dois e disse: “Vocês não sabem nada sobre atravessar rio”.

Diogo Diogo Oliveira Oliveira

Valorize o caminho e aprenda com ele, mas tome a iniciativa!

por

Diogo Oliveira


MATÉRIAS p. 9

Principal: Quando fazer um IronMan? p. 33

p. 45

p. 55

1 Aprenda a lidar com o fracasso! 2

Como perder o medo de nadar em ĂĄguas abertas?

3 Como escolher seu Wet Suit?

Entrevista: Luciana Haddad

p. 63

p. 71

4 MTB para triatletas

p. 79

5 Tenis com placa de carbono para todos


EDITORIAIS E ESPECIAIS p. 19

Mundo, Brasil e Região Giro de Notícias Nutrição

Estou consumindo Carolina de Paula muita cafeína? p. 39

p. 49

Sebastian Kienle Tri Curioso Medicina do Esporte

p. 51

Vinícius Sobreiro Posso treinar gripado? p. 69

Setembro #VOCÊNASQUAD Fisioterapia

p. 59

Mirian Faria

Alongar antes ou depois dos treinos? p. 70

Rafael Turtera Atleta da Vez Performance

Lucas Vilhena Como melhorar nos treinos p. 83

longos de bike


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MATÉRIA PRINCIPAL Estou pronto para um IronMan? A prova mais visada do Triathlon mundial, o sonho de qualquer um que começa no esporte, o IRONMAN conquista cada vez mais atletas em suas mais de 139 provas no mundo todo. Sua fama é conhecida por seu um desafio extraordinário de 3.800 metros de natação, 180 quilômetros de ciclismo e 42.2 quilômetros de corrida.

O Ironman é o ápice para grande parte dos triatletas. Porém, ultimamente, ele vem atraindo pessoas com pouca ou nenhuma experiência no esporte. O lado positivo é que normalmente as inscrições para um Ironman são feitas de 8 meses a um ano antes da competição, assim você tem bastante tempo para treinar e se preparar.


Quando estamos próximos de enfrentar nosso primeiro Ironman, todos esperamos estar preparados para aquele momento em que fará toda a diferença em nossas vidas. Aquele evento conectará o que nós somos com o que nós queremos nos tornar. Muitos atletas, no entanto, têm aquele receio ou talvez medo de não conseguir terminar a prova. E esse medo, mesmo que seja real ou imaginário, pode ser devastador. Porém, tudo que queremos conquistar no esporte, principalmente em uma prova como o Ironman, está do outro lado desse sentimento.

E aí vem a questão: como superar essa batalha psicológica? Quem toma a decisão de fazer parte do mundo do Triathlon, precisa fazer isso de forma gradativa, adaptando o corpo às modalidades e distâncias. O ideal é começar pelo Sprint para ganhar experiência em rotina de treino, ter percepções em relação à distância e saber qual é o momento de partir para a distância olímpica. O importante é no primeiro ano focar em provas curtas, no segundo partir para distâncias olímpicas, no terceiro ano começar as provas de 70.3 e pensar em um planejamento para estrear numa prova de IRONMAN a partir do quarto ano de Triathlon. Assim como a fisiologia do exercício estuda a adaptação do organismo do atleta frente ao estresse crônico do treinamento físico, o treinamento mental pode exercer influência nas inúmeras situações nos quais os atletas podem enfrentar durante a competição.

Habilidade de resistir ao desconhecido Tomar decisões sob pressão e suportar a dor Nível de confiança para não desistir

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Aprenda a trabalhar esses pontos em sua rotina: O Desconhecido

Uma sessão de ciclismo que normalmente teria 3 horas de duração, mas que ao chegar em seu destino, o atleta se depara com seus tênis de corrida e descobre que terá que enfrentar mais 2 horas de corrida morro acima. Quando acostumamos nosso corpo às demandas com prazo e intensidade determinados, estamos na verdade treinando para o conhecido, o rotineiro. E sabemos que cada competição tem sua própria história. Assim, temos que estar sempre preparados para o desconhecido.

Tolerância a dor

Quanto tempo você conseguiria ficar na posição de prancha (trabalho isométrico no qual a pessoa fica apoiada no chão com o antebraço em uma postura ereta)? Alguns minutos acredito! Que tal 1 hora e 30 minutos? Este é um dos testes dos SEALS, uma das principais forças de operações especiais da Marinha dos Estados Unidos. Escolha um exercício ordinário de seus cross training habitual, como por exemplo burpees, e faça o atleta executar o movimento até que o movimento em si perca o sentido, como aquelas técnicas budistas em que você fala mentalmente uma palavra por várias vezes até que ela perca seu sentido. Aí você entrará em um estado de meditação. Mesma coisa para o exercício. Objetivo desta técnica é a da tolerância a dor. Pois o Ironman é isso. Tolerar a dor até que ela faça parte de você!

Nunca desistir

Pessoas nunca desistem quando estão próximas de uma conquista, ou tem a chance de superar algo como uma competição. Mas o que acontece quando não estamos competindo? Quando estamos no treinamento? O maior desafio é que essa experiência seja agradável, apesar de ser um treinamento duro. Que eles levem para a vida uma experiência positiva e que a saúde venha sempre em primeiro lugar. Uma coisa é querer, outra é poder. Por mais que a maioria das pessoas saudáveis e ativas, com um mínimo de treino, possa terminar um Ironman, uma preparação adequada tornará a experiência muito mais prazerosa e segura para esse atleta. Caso você tenha experiência no Triathlon de curta distância, procure fazer uma ou duas provas na distância de meio Ironman para sentir um pouco das necessidades logísticas, fisiológicas e mentais desse tipo de prova.


Os treinos para uma prova de 70.3 já serão parte dos seus treinos para a distância completa. Considere também participar em provas de longa distância em uma das disciplinas isoladamente, como travessias, maratonas ou até mesmo corridas de aventuras. O objetivo é o mesmo, entender os desafios que são impostos pelas provas longas.

Preparação antecipada

A grande maioria das provas de Ironman têm suas inscrições esgotadas em poucos dias após a abertura, sendo que algumas delas duram apenas horas e até minutos. A alta demanda pela distância acaba forçando os participantes a se comprometerem com a mesma com bastante antecedência. Isso não chega a ser ruim, pelo contrário, pode ser bem positivo, pois você terá um ano para adquirir experiência no esporte, em provas de longas distância e treinar para o evento.

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Treinamento

Sobre os treinos, entenda que a prioridade é a consistência, um pouco todos os dias é superior a treinar de forma exagerada um dia e descansar por completo no dia seguinte. A duração dos treinos varia de atleta para atleta, de acordo com experiência e objetivos. Porém, gosto de indicar 20 semanas como uma programação adequada para o atleta. As primeiras semanas devem ser feitas ainda com volume e intensidade baixos, pois o objetivo é somente entrar na rotina do programa. Assim, à medida em que a prova for se aproximando, os treinos ficarão cada vez mais longos e específicos. Essa periodização não somente é superior em termos fisiológicos, mas também psicológico. Isso porque com menos volume no início da sua preparação, você chegará nas últimas 12 semanas finais, e mais importantes, ainda com muita motivação e disposição para treinar. Por outro lado, uma periodização tradicional, onde o volume em excesso no início dos treinamentos exigirá muita disciplina do atleta muito cedo, gerará um extremo desgaste nos blocos finais da preparação. Esse é o erro que sempre resulta na famosa expressão: “não aguento mais treinar”.

Fatores Financeiros

Todos sabemos que o caminho até a largada de um Ironman não é tão barato. O atleta deve fazer um planejamento financeiro e colocar na “ponta do lápis” o quanto terá que investir em material e equipamento (tênis, bike, acessórios, vestuário etc.), nutrição, profissionais da saúde (treinador, nutricionista, fisioterapeuta), inscrição da prova, infra-estrutura para treinamento (clube, academia etc.) viagem, hospedagem e por aí segue. Ou seja, não dá para ele decidir da noite para o dia que irá correr um Ironman; é preciso planejar.

Fatores Sociais

Treinar exige disciplina e dedicação. Pensando em Ironman, essa disciplina e essa dedicação aumentam. Logo, o atleta que sonha em completar essa prova terá que abdicar de parte (porém não toda) da sua vida social, pois bem orequer tempoé disponível tal. E, além disso, o atleta “A treinar dica para iniciante começar para a competir em distâncias precisa ter tempo para descansar antes e após cada sessão de treino, pois curtas, como as de Short/Sprint Distance. É a distância ideal para é assim que ele irá render e, consequentemente, irá melhorar seu conque sejam treinados os conceitos de transição asque modalidadicionamento e seu desempenho. Portanto, avise seusentre amigos você des e o estabelecimento de novas metas” reforça Clayton. será mais “seletivo” ao aceitar convites para festas, happy hours e afins.


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Família

Você não vai e não deve abrir mão dos seus momentos em família para treinar para um Ironman. Você deve, sim, sentar com todos, conversar com eles sobre seu caminho em busca desse sonho e falar que precisará do apoio e de compreensão de todos. Deixe-os seguros de que você fará tudo da melhor forma para que a convivência familiar não seja comprometida, mas sim fortalecida. Tenha em mente que a família sempre será seu porto-seguro, seu oásis ao longo desse longo caminho a ser percorrido. Principalmente quando bater aquele desânimo, aquele cansaço descomunal ou até mesmo aqueles questionamentos como: “onde é que eu fui me meter”, seus familiares estarão ali para te apoiar, dar força e te motivar. O seu sonho, agora, também é deles.


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Fomos conversar com o especialista no assunto sobre os maiores desafios e dúvidas sobre se preparar para uma prova desta magnitude!

Lucas Vilhena: “Não necessariamente você é obrigado a ter feito

qualquer tipo de prova antes. A primeira coisa que todo mundo que quer fazer qualquer prova tem que fazer é procurar um médico para uma avaliação completa e começar a treinar. Não precisa fazer uma maratona, por exemplo, pode fazer um triathlon mais curto. Ou se o sonho dela é fazer uma prova de Ironman, ela treina para uma prova de Ironman. É só se preparar adequadamente. Um bom treinador consegue montar uma planilha e vai depender muito do condicionamento da pessoa, se já faz esporte, se tem algum impedimento... Isso depende muito do atleta. O meu primeiro triathlon, por exemplo, não foi um Ironman, mas já foi uma prova bem longa.”

É preciso fazer dois esportes por dia e musculação? LV: “Se a pessoa tiver tempo e oportunidade, o ideal é fazer dois esportes por dia, porque muitas vezes o treino físico, ou seja, a parte de funcional e musculação, é também um treinamento. Mas se não tiver tempo, pode fazer um treino mais longo. Acho que o fortalecimento muscular é cada vez mais reforçado pelos profissionais da área de educação física e fisioterapia, porque a maioria das lesões não ocorre praticando o esporte em si, mas sim por não ter feito fortalecimento.

Fortalecer faz com que você tenha força, a musculatura forte para se submeter à carga do triatlo e a flexibilidade que é a saúde do musculo. Tem alongamento, pilates, yoga, musculação, várias atividades complementares que ajudam muito quem faz triatlo. Eu sempre gostei de treinar tudo pela manhã e deixava para à noite só a musculação ou o funcional.”

Tenho que treinar sempre no mar? LV: “Se a competição é no mar, quanto mais íntimo do mar você for,

melhor. Não é que quem mora longe do mar não vai fazer uma prova de triatlo, porque a maior parte do treino é na piscina. Mas se puder uma vez por semana nadar no mar, é legal, porque é diferente. Tem correnteza, tem gente que tem medo do mar e vai quebrando essa barreira. Vai ter uma leitura melhor da correnteza contra ou a favor e não se apavorar.


É bom treinar no local onde você vai competir para não ficar muito nervoso na hora H.”

Como tem que ser o ritmo dos treinos? LV: “O ritmo do treino não precisa ser sempre o da prova. Muitas vezes

você treina mais forte do que o ritmo que vai fazer na prova, como num treino curto, ou intervalado e de ritmo variado. E muitas vezes quando vai fazer uma distância mais longa, você treina naquele ritmo que pretende para gravar aquilo dentro de você. Até para só usar o relógio para conferir porque o seu corpo mesmo já vai ter o mecanismo de identificar que aquele ritmo é o que você treinou e o que vai fazer. Mas já os atletas profissionais, treinam justamente para se superar, e sempre treinam mais forte do que aguentam e na prova correm riscos enormes. Mas também, se não fizer isso, nunca vai fazer seu melhor tempo ou quebrar um recorde. Eu sempre pensei: “Eu sei quevai doer, que doa, mas pelo menos eu acabo feliz”. Mas isso é uma característica de quem gosta sempre de puxar ao máximo. Isso não impede que você treine em ritmo confortável e faça uma boa prova.”

É importante treinar as transições? LV: “Tudo o que você vai fazer na prova tem que treinar, seja transição,

alimentação, roupa, tênis, óculos, tudo. Porque quando chega na hora, você já sabe o que fazer. Esqueça o elemento surpresa. A transição faz parte do treino, sim. Você tem que se habituar a colocar e tirar a roupa de borracha rápido, colocar a sapatilha, afivelar o capacete, vestir a roupa... Você tem que saber fazer isso de forma dinâmica e eficiente, porque imagina chegar na hora e não conseguir fechar a sapatilha... Você vai ficar nervoso. Tudo isso é treino.”

bom treino!

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Giro de Notícias Thiago Vinhal treinou forte durante a pandemia na Espanha.

As restrições trazidas pela pandemia do coronavírus deram ao triatleta mineiro Thiago Vinhal benefícios que poderiam não aparecer se sua rotina estivesse normalizada. O que fez a diferença a seu favor foi estar em Mallorca, cidade espanhola considerada uma referência para atletas da modalidade pelas suas condições favoráveis. Esta é a quinta vez que Vinhal treina por lá. O mineiro precisou se adaptar aos treinos indoor e ao convívio diário com o treinador dinamarquês Frank Jakobsen e sua esposa, campeã mundial de triathlo e PHd em Ciência da Nutrição e Ciência do Esporte.

“A companhia constante do meu treinador e da sua esposa me fizeram estar em um tipo de ‘internato’. Com os treinos indoor, não tive variáveis externas como de vento, trânsito, calor, umidade, frio. Tive melhor controle de dados como batimentos e estímulos, uma realidade que nunca tinha feito antes. Os treinos tornaram-se mais eficientes”,


Foram sete semanas intensas, sempre pensando no momento de poder reencontrar os treinos nas ruas. Os treinos de natação, por exemplo, foram acontecer somente em maio.

“Ficava só imaginando quando este momento ia chegar, foi um período difícil, que me deixou mais forte na parte mental e física”.

Atualmente, ele encara 25km de natação, de 300km a 500km de bicicleta e de 80km a 100km de corrida por semana. Vinhal sabe que, se estivesse no Brasil, a realidade seria outra e em cenário diferente em termos de estrutura, foco e condição de evoluir.

“Acho que os brasileiros ainda não entenderam bem esta pandemia. Aqui, o lockdown foi algo real, não foi algo sugerido, era uma proibição que rendia multa de 1600 euros se você saísse na rua. O povo europeu acata melhor as decisões que influenciam a comunidade, sem discutir e indo além de pensar na sua própria individualidade. Eles priorizam o bem da sociedade e agora estamos desfrutando de momentos que tivemos que passar presos dentro de casa”. Apesar da permissão para treinos outdoor, o calendário da modalidade segue indefinido e sem previsões, trazendo uma nova competição individual e constante.

“As provas que tenho pela frente são contra eu mesmo. Quero bater o recorde em uma montanha que temos aqui perto de subí-la pedalando em trinta minutos. Cheguei a fazer 30´50 há duas semanas, estou próximo dessa marca. Algumas provas estão confirmadas, mas creio que serão desmarcadas. O mais importante é sair mais forte desta prova que a vida está nos impondo neste momento”.

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Apesar da permissão para treinos outdoor, o calendário da modalidade segue indefinido e sem previsões, trazendo uma nova competição individual e constante. “As provas que tenho pela frente são contra eu mesmo. Quero bater o recorde em uma montanha que temos aqui perto de subí-la pedalando em trinta minutos. Cheguei a fazer 30´50 há duas semanas, estou próximo dessa marca. Algumas provas estão confirmadas, mas creio que serão desmarcadas. O mais importante é sair mais forte desta prova que a vida está nos impondo neste momento”. Além das metas de melhorar seus tempos, Vinhal recebeu a incumbência de ser capitão de novo projeto do Strava, aplicativo que registra dados, tempos e performances de treinos de atletas profissionais e amadores espalhados pelo mundo. O ‘Let´s Push’ já está disponível para participantes de qualquer parte do planeta e a ideia é desafiar os atletas por meio de metas. Os atletas que completarem os 500 km de ciclismo durante o período do desafio receberão uma badge (símbolo) digital exclusiva para sua coleção do Strava.

“É uma forma de motivação em um aplicativo onde se pode ter tempos dos melhores do mundo como referência para quem corre e pedala. Através dele, pode-se desafiar toda essa comunidade, que é fundamental para cada um ir atrás das suas metas. É um orgulho ser capitão deste projeto de uma marca tão conhecida dentro e fora do Brasil e que ajuda a todos os participantes a progredir sempre”.


A franquia IronMan confirmou que Taupō, Nova Zelândia, garantiu o direito de sediar o Campeonato Mundial de 70.3 de 2022, o evento ocorrerá em 10/11 de dezembro de 2022. Taupō foi originalmente escolhida para sediar a edição 2020 do Campeonato do Mundo 70.3, de 28 a 29 de novembro, antes do cancelamento devido a pandemia do COVID-19. A data de 2022 significa que os atletas ainda poderão desfrutar de uma experiência de campeonato mundial neste destino único que abraça os eventos do Grupo IronMan há mais de 20 anos. “Embora tenha sido decepcionante ter que cancelar a edição 2020 do Campeonato Mundial, são ótimas notícias para nossos atletas de todo o mundo, da Nova Zelândia e da comunidade de Taupō em geral, de que conseguimos garantir esse local mágico para o evento de 2022”. Disse Andrew Messick, Presidente e CEO do IronMan Group. “Taupō é um destino icônico do IronMan e estamos ansiosos para que os melhores triatletas do mundo sigam para a Nova Zelândia para o que será uma celebração de uma semana do triathlon.”

Com o cancelamento da edição 2020, St. George, Utah, EUA, torna-se a próxima parada para o Campeonato Mundial, de 17 a 18 de setembro de 2021, antes de seguir para a Nova Zelândia em dezembro de 2022. As cidades finalistas do Campeonato do Mundo de IronMan 70.3 de Klagenfurt, Áustria e Lahti, na Finlândia, anunciadas anteriormente em 2022, agora avançam para 2023 com um anúncio do destino selecionado a seguir.

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A Garmin divulga informações oficiais sobre o ataque cibernético sofrido. A Garmin foi vítima de um ataque que criptografou alguns sistemas em Julho. Como resultado, muitos dos serviços on-line foram interrompidos, incluindo funções web, atendimento ao cliente, aplicações de usuário final e comunicações da empresa. Não há sinais de que se tenha perdido ou roubado nenhum dado dos clientes, incluindo informações de pagamento, de Garmin Pay. Além disso, a funcionalidade dos produtos Garmin não foi afetada além da capacidade aos serviços online. Segunda a empresa, todos os serviços afetados já foram restaurados.

“Como nossos sistemas afetados foram restaurados, estimamos alguns atrasos devido a acumulação de informação. Queremos agradecer aos nossos clientes a sua paciência e compreensão durante o incidente e esperamos continuar oferecendo o melhor serviço e atenção que têm sido a nossa marca e tradição.” Um britânico chamado Andy Wilmot, de 76 anos, completou sua maratona número 800, em quatro horas e 53 minutos, tendo completado a 799 na véspera, em cinco horas e dois minutos. Andy Wilmot acumulou incríveis 33.731 quilômetros correndo nas últimas três décadas e não está muito longe da circunferência da Terra – aproximadamente 40.075 km- e, sem dúvida, uma conquista surpreendente. A jornada épica de Andy começou em 1988, quando ele correu a maratona de Londres pela primeira vez. A competição deste ano na capital britânica, originalmente marcada para abril, foi adiada por causa do coronavírus, e esta seria a 30ª Maratona de Londres de Andy e 800ª no geral. Apesar de ter alguns tempos rápidos, o aposentado diz que não está muito preocupado com seu ritmo atualmente. Para ele, é tudo uma questão de se sentir confortável. “Como regra geral, tento correr cinco vezes por semana. As pessoas dizem que sou louco e talvez seja, mas acho que todos os corredores de maratona têm a mesma mentalidade. Todos nós gostamos do desafio e vejo as mesmas caras em todos os eventos a que vou.”


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Provas de Triathlon já ressurgem em alguns países. Diante de tantos cancelamentos de provas pelo mundo, onde até o Campeonato Mundial de IronMan do Hawaii teve cancelada sua edição 2020 (que já seria realizada em fevereiro de 2021), em alguns países do mundo, o Triathlon tenta voltar. Depois da confirmação do Campeonato Europeu de Triathlon na Estônia, dia 28 de agosto, e de uma prova de Biathlon em Middlesex, na Inglaterra, no próximo sábado, o 17º festival anual de Triathlon de Chinook, no Canadá, está confirmado e ocorrerá também no próximo mês, no dia 15 de agosto. O evento será limitado a 200 pessoas – que inclui atletas, organizadores de prova e voluntários – e será realizado em Camp Chestermere, nos arredores de Calgary. Os eventos do dia incluem uma prova de meia distância, um olímpico e um duathlon. Alguns protocolos de segurança serão implementados, como: Usar máscaras antes e depois da prova; zona de transição estendida, com entrega de bicicletas somente no dia da prova; largada da natação saindo dois atletas a cada 10 segundos, entre outras ações.

Joshua Cheptegei quebra Recorde Mundial nos 5km O corredor ugandês Joshua Cheptegei correu os 5km da MonacoRun em 12min51s, ou seja, menos 27 segundos que a marca anterior, do queniano Rhonex Kipruto, obtido em janeiro desse ano em Valência (13min18s). Joshua Cheptegei impôs um ritmo intenso desde início da prova e completou o primeiro quilômetro em 2min31s e manteve a consistência nos quilômetros seguintes fechando em 2min35s o km 2, 2min36s o km 3, 2min35s o km 4 até completar os mil metros finais em 2min32s. Um pace médio impressionante de 2’34’/km. Em outubro do ano passado, ele conquistou a medalha de ouro nos 10 mil metros masculinos do Campeonato Mundial de Atletismo da IAAF, realizado no Catar.


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Evento virtual que homenageia o Mundial do Hawaii cederá vagas ao campeonato. O Virtual Racing Series, na celebração do IronMan World Championship lançou o IRONMAN VR Kona Series de cinco semanas que levará os atletas a uma jornada de treinamento que culmina em uma distância virtual completa de uma prova de IronMan. Pela primeira vez, os atletas terão a possibilidade de completar virtualmente toda a quilometragem em sete dias, três dias ou o tradicional de até 17 horas. A série IRONMAN VR Kona começa em 4 de setembro e vai até 11 de outubro. A série IRONMAN VR Kona será focada em cinco elementos-chave de treinamento que os atletas se utilizam na preparação para um triathlon de longa distância: Velocidade, Força, Conhecimento, Resistência e Preparação. No final do bloco de treinamento de cinco semanas, ocorrerá a primeira prova virtual de Full Distance. Os atletas participantes terão acesso a um kit finisher exclusivo que inclui camiseta, bonés e um conjunto de medalhas de cinco peças que reúne os elementos do bloco de treinamento.

O campeão olímpico Usain Bolt confirmou que está com o novo coronavírus em suas redes sociais. O homem mais rápido do mundo, que completou 34 anos em agosto, teria se contaminado na sua festa de aniversário. Ele fez um teste nos últimos dias que deu positivo. O tri campeão Olímpico está assintomático. A mídia jamaicana afirmou que há preocupação de contaminação na festa, pois vídeos mostraram que as pessoas não estavam usando máscaras nem respeitando o distanciamento social. A Jamaica tem, até o momento, um total de 1.413 casos de Covid-19 e 16 mortes confirmadas na ilha de 3 milhões de habitantes.


Triatleta Vittoria Lopes volta a competir após parada de quase um ano. A cearense de 24 anos estará em Hamburgo (Alemanha) a partir de 5 de setembro para voltar disputar uma competição oficial após quase um ano:

“Meu último torneio foi em outubro do ano passado. É difícil. O atleta acaba perdendo a referência”. A competição

seria, originalmente, uma etapa do circuito mundial, mas, em virtude da pandemia do novo coronavírus, será o Mundial da modalidade. Logo na sequência, a brasileira parte para a República Tcheca, onde, a partir de 13 de setembro, disputa a Copa do Mundo da modalidade. Como preparação para essas provas, Vittoria faz parte do grupo brasileiro que está em Rio Maior (Portugal) treinando desde o início do mês. “Conheço bem esse CT. Foi

aqui que comecei no triatlo, ainda com a seleção brasileira júnior. Nosso esporte tem essa cultura europeia. E essa base aqui é perto de praticamente tudo. Fica fácil para treinar e competir”.

Apesar de ser a melhor brasileira no ranking mundial da modalidade (23ª colocada), Vittoria é considerada uma novata no triatlo. São apenas cinco anos de dedicação ao esporte: “Antes fazia natação. Era parte da minha

vida. Mas, em determinado momento, não estava tão satisfeita com minhas marcas, entrei na faculdade e cheguei a ficar dois anos fora das piscinas. Até que um colega acabou me chamando e fui”.

Outra transição importante na carreira da atleta ocorreu em 2017: “Quando

passaram os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, o projeto de Rio Maior acabou e acabei ficando sem treinador. Não sabia o que fazer. Acabei encontrando o Ian O’Brien, meu atual técnico, no Instagram mesmo. Na época, ele treinava a campeã mundial júnior. Gostava do trabalho dela, principalmente na bike. Perguntei se o Ian aceitaria me treinar e rolou. Já estou há mais de dois anos treinando com ele lá nos Estados Unidos. Foi uma coisa de redes sociais que deu certo”.

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Vittoria é filha da Hedla Lopes, primeira mulher do norte e nordeste do Brasil a disputar um pan-americano. Na época, em 1975, esteve na equipe brasileira da natação. Depois seguiu como triatleta com várias conquistas ao redor do mundo. Ela também é prima do Luiz Altamir, campeão e recordista mundial nos 200 metros em piscina curta, além de ser representante brasileiro nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.


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Triatletas lançam novidade nos esportes de longa duração. Luis Ohde, Bruna Mahn e José Belarmino protagonizam o lançamento do Endurance Energy Gel e do Endurance Caffeine Gel, suplementos da Vitafor desenvolvidos para o Triathlon. Após um boom nas últimas décadas do esporte. Dados da Mintel - empresa especializada em pesquisas de mercado - estimam que cerca de 60 milhões de pessoas praticam atividades físicas no Brasil. Entre esse público, apenas 10% consome suplementos, o que demonstra o potencial desse mercado. E três principais nomes do Triatlon brasileiro acabam de fazer dois lançamentos de produtos que prometem ajudar os praticantes dos esportes de longa duração. Trata-se do Endurance Energy Gel e do Endurance Caffeine Gel, suplementos da Vitafor, desenvolvidos especificamente para atender atletas. - A comercialização desse tipo de produto, que era consumido por atletas e praticantes de atividades físicas, cresceu muito durante a pandemia. É uma nova forma de consumo - diz o gerente de marketing da marca, Rodrigo Araújo, que também é triatleta amador.

Ciclismo do Tour de France começa na Europa. A largada da principal prova de ciclismo do planeta ocorreu na cidade costeira de Nice, na Riviera Francesa, em 29 de agosto em uma etapa com muita chuva e repleta de tombos. A tradicional chegada do Tour de France permanece na Avenida Champs-Élysées, em Paris, desta vez em 20 de setembro. Serão ao todo 3.470km em 21 etapas. O evento conta com representantes de 45 países divididos em 22 times de oito ciclistas. A competição dará 500 mil euros para o vencedor. No ano passado, o colombiano Egan Bernal se tornou o primeiro sul-americano a subir no lugar mais alto do pódio. O ciclista está entre os favoritos de 2020.


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O Tour de France também terá quatro finais de etapas em topo de montanha: Orcières-Merlette (1.825m), Puy Mary (1.589m), Grand Colombier (1.501m) e Méribel Col de la Loze (2.304m).

L’Étape Brasil Campos do Jordão. A principal competição da modalidade no País, que se prepara para sua sexta edição em 6 de dezembro, adotará regras rígidas de segurança nos percursos oficiais de 107 e 66 km em Campos do Jordão. A etapa brasileira novamente em Campos do Jordão, é apontado por especialistas como um dos mais equilibrados dos últimos tempos. A prova, que tradicionalmente é disputada em junho e julho, foi transferida para o período atual em função da pandemia de COVID-19. O título de 2019 do L’Étape Brasil ficou mais uma vez com o ciclista Otávio Bulgarelli, com a marca de 3h07min02s20. O resultado foi definido praticamente no photo-finish, na disputa com Ricardo Pichetta, segundo colocado, colado na linha de chegada. No feminino, a alemã Nadine Gill não deu chances às adversárias e completou o percurso de 107 quilômetros em 3h15min36, com mais de 15 minutos na frente segunda colocada, Taise Benato. A ciclista amadora também foi bicampeã consecutiva da prova.


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Corrida Mulher Mais anuncia edição em formato virtual. Após o sucesso das provas virtuais da Corrida Super 5K, Duathlon do Vale e Virada Joseense, a HL Eventos lançou a Corrida Mulher Mais, também em formato virtual. Apesar de ter um perfil feminino, outros gêneros podem participar. O cronograma do desafio é composto da seguinte forma: nas duas primeiras semanas, a participante treina uma distância de 3km, na sequência registra três vezes o seu melhor tempo em 5km e depois a mesma quantidade em um percurso 8km e por fim nas semanas finais desafia seu recorde pessoal em distância livre. A Corrida Mulher Mais tem suas inscrições abertas até o dia 11 de outubro. A inscrita pode correr no local e no horário que preferir e optar por aplicativos ou relógios com GPS, além da opção de correr na esteira. Após completar a corrida, registra o seu tempo de treino no portal de inscrição, e analisa sua evolução ao final das dez semanas. Todas as corridas são analisadas e em caso de suspeita fraude, a participante poderá reenviar para nova análise. A atleta pode postar fotos e vídeos para comemorar suas conquistas, seus treinos, ou com a camiseta do evento, medalha e outros itens com a hashtag: #MulherMais, #HLEventosEsportivos e #CorridaVirtual. O kit terá frete grátis para todo estado de São Paulo, para as demais localidades o frete será taxado conforme a tabela dos Correios. O envio é feito mediante a comprovação de pagamento da inscrição e registro do treino na área reservada do site:

www.minhasinscricoes.com.br


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Caros atletas, Conforme divulgado algumas semanas atrás, por conta dos atuais números da pandemia em São José dos Campos e região, e, orientados pela gestão dos órgãos competentes, estamos adiando novamente as datas de realização dos eventos. As primeiras orientações e realizações para a retomada do setor já foram feitas pela Secretaria Estadual de Esportes, trazendo mais segurança e otimismo para todos. Nosso protocolo de medidas para o retorno dos eventos já está preparado, aguardando o sinal do poder público para possíveis ajustes e liberação. Contamos com sua compreensão neste momento.


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Aprendendo com as frustrações Ao contrário do que todos pensam, no esporte se vive muito mais frustrações do que glórias, e talvez por isso nossa catarse seja ver o espetáculo da vitória em televisões e revistas, talvez por isso idealizamos como heróis aqueles que conquistam medalhas. A verdade é que poucos de nós nos damos conta de que atingir o sucesso uma única vez é relativamente fácil, manter-se no topo é a grande dificuldade. Muitas vezes nossa intolerância à frustração é tamanha que não conseguimos lidar com a derrota de alguém que admiramos e então julgamos, fazendo daqueles que eram heróis em escória. Senhores de tanta sabedoria, ignoramos nossas próprias frustrações, deixando com que elas se acumulem para que, no esporte, haja a redenção de uma vida batalhada na unha. Não bastando as pressões do trabalho, da família, do terrorismo nutricional, de ter que dar conta do dia-a-dia, hoje ainda temos a pressão de ser felizes. Pois ser feliz virou tarefa, obrigação da lista de afazeres. Ali, logo abaixo da reunião de feedback com seu chefe.

Quanto os seus fracassos te abalam? O esporte, como um recorte dessa vida, uma representação mais concreta do que vivemos, não escapa a todas as exigências. Surge o fenômeno do esporte amador levado com a seriedade de um esporte profissional. Casos de doping, por exemplo, para melhora de performance em provas amadoras, têm sido fenômeno frequente. Talvez faça uma generalização injusta, mas há a possibilidade de se pensar que levamos para o esporte a necessidade de ser melhor, espelhamos a cultura individualista ocidental de felicidade associada à conquista individual, é feliz aquele que tem mais poder. E, para se obter esse poder, vale qualquer coisa.


O que tem levado com eles?


35 Surge a necessidade de ser melhor que outros, e muitos de nossos objetivos são traçados assim, tem que ganhar do fulano, ficar em colocação x. Grande erro e primeiro passo para frustração. Quando nossa performance depende de outra pessoa ir pior do que nós, perdemos “o caminho”, colocamos a referência em algo externo a nós. Teoricamente o esporte amador, deveria ser um momento de lazer, autoconhecimento e atividade social. Quando sua referência é externa, no resultado que se tem que obter em uma prova, a função prioritária da prática esportiva se perde. O esporte pode se tornar fonte de stress, ansiedade e inimizades. Outra possibilidade é que levamos para o esporte nossas frustrações da vida, e ali jaz a necessidade de fazer diferente do que acontece no cotidiano. O esporte é uma fuga, os treinos são momentos de se esconder e, quanto maior a exaustão, melhores as desculpas para não encarar os problemas das outras áreas de nossa vida. Nesse caso, a frustração já está instalada e qualquer “resultado” não perfeito é sentido como total fracasso. Claro, há quem viva as intensidades do esporte de maneira extremamente saudável, com suas alegrias e tristezas também. Afinal, se preparar meses para um prova, colocar metas e objetivos claros e possíveis e não alcançá-los, é decepcionante. E essa dor deve ser vivenciada em sua extensão, nem maior e nem menor do que realmente é. Em um mundo de pílulas da felicidade, ficar triste é um sinal de sanidade mental, e, se formos discutir mais a fundo a questão, um sinal de sucesso, de autenticidade.

A frustração não pode ser evitada, mas podemos refletir a respeito dela e achar algumas saídas. É necessário dizer que não sou contra ganhar e bater recordes. Apenas digo que esses benefícios são efeitos colaterais do sucesso.

A seguir, algumas dicas!


• Trace metas realistas e baseadas em seus treinos, não o quanto acha que deveria ser bom. • Lembre-se de que cada dia é diferente dos outros. Parece óbvio, mas sempre nos cobramos quando não conseguimos correr tão bem quanto no dia anterior, ou nadar mais rápido do que estávamos nadando há três dias. Não somos robôs e sentimos cansaço, e nem sempre é preguiça. Encare seu lado humano e aprenda a diferenciar os dois. • O esporte, mesmo nas práticas individuais, é social. O momento de prazer e convivência com as pessoas, essa relação diferenciada que só se encontra no meio esportivo, é que faz valer a pena. Se seu foco está apenas em ganhar, reveja seus valores. • Trace metas de performance, não de resultado. O resultado depende de outras pessoas, é a colocação, ganhar ou perder. A performance depende apenas de você, é fazer o seu melhor, colocar metas de tempo, ou fazer transições mais rápidas, por exemplo. • Novamente, somos humanos, nossa capacidade de performance varia ao longo do dia e também em dias diferentes. Fique atento ao seu corpo e ao seu estado emocional. • Supere-se a cada dia, lembrando-se de que a superação de cada dia será diferente dos outros. • Pesquisas mostram que talvez o fator que mais conta para sermos felizes é o engajamento social. Curta seu grupo, aproveite os intervalos de treino, refeições pós-treino e outras ocasiões. Mas lembre-se de que engajamento é estar cem por cento envolvido no que faz. Não adianta ir almoçar com o pessoal pensando na reunião de trabalho.


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E, lembrando que é relativamente fácil atingir o sucesso, difícil é mantê-lo. Depois de revisitar todos esses passos, podemos pensar sobre o que seria o sucesso no esporte, e como mantê-lo. O sucesso não deveria ser algo que você pensa que outros pensam que é, mas algo que seja importante para você. Além do significado conhecido de todos nós, triunfo, êxito, a palavra sucesso tem em seu radical o significado de abertura. Ou seja, sucesso significa também uma ocorrência, um acontecimento ou um avanço. Os grandes atletas associam este estado ao estado de alta performance, em que se está cem por cento presente naquilo que faz, em que você consegue fazer o melhor que realmente pode fazer, em que termina a prova com aquela sensação de missão cumprida. Pensando sob estes aspectos, a manutenção do sucesso exigiria:


• Manter e revisar suas metas • Recordar-se sempre do sentido de se estar fazendo o que você está fazendo. Isso é o princípio da auto motivação. • O que suas atitudes e decisões de hoje estão enraizando para o seu eu futuro. Qual o tipo de pessoa quer ser? • Lembre-se que você não chegou ao seu sucesso sozinho. Valorize aqueles que o ajudaram e o ajudam a se manter lá. • Gerencie suas emoções. Não deixe a ansiedade, a preguiça, a auto confiança excessiva, a insegurança e nenhuma outra emoção restringir sua vida e suas relações. • Lembre-se sempre de suas experiências de sucesso, o que o fez chegar em seus objetivos. • Lembre-se sempre suas experiências de fracasso, o que pode aprender com elas? Saber que podemos falhar e voltar a tentar é que nos abre a possibilidade para sonhar e arriscar. • Arrisque-se. A mesma fórmula pode até funcionar mais de uma vez, mas é preciso flexibilidade. Para manter seu sucesso é preciso aprender a lidar com as impermanências constantes que a vida nos coloca. • E, o mais importante, divirta-se sempre. Tinha um amigo que falava que o dia em que parece de sentir o friozinho na barriga na hora de competir, era porque não valia mais a pena. E, para manter o sucesso, é preciso dar conta de uma carga muito pesada, que só conseguimos carregar se soubermos levá-la com bom humor.


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Carolina de Paula @clinica_emagrecimento

Nutricionista

Estou consumindo muita cafeína? A cafeína é uma substância denominada 1,3,7 trimetilxantina. Está presente em alimentos como cacau, café, ervas, chás, mate, guaraná em pó, refrigerantes, bebidas energéticas e suplementos alimentares. É rapidamente absorvida pelo trato gastrointestinal e metabolizada pelo fígado. Através de ação enzimática resulta em três metabólicos: paraxantina, teobromina e teofilina. A substância tem a propriedade, segundo incontáveis estudos realizados ao redor do mundo, de alterar a percepção de dor e de fadiga, além de aumentar a contração muscular. Alcaloide ativo com propriedade de estimular o sistema nervoso central. A cafeína é descrita dessa forma em estudos científicos elaborados por especialistas que se debruçaram sobre o exame das possíveis relações entre o consumo dessa substância e os ganhos de performance esportiva. O empenho desses pesquisadores, que se avoluma desde a década de 70, voltava-se para a apuração do efeito ergogênico proporcionado pela cafeína. Esse efeito é aquele que se observa em um agente fisiológico capaz de melhorar desempenho físico. Quando trazida para o mundo do esporte. Nas provas curtas, o ganho proporcionado pela ação da cafeína está relacionado à contração muscular, que se tornaria mais rápida e eficiente. Nas longas, a substância atrasaria a percepção da fadiga e reduziria a do esforço ao elevar o nível de concentração de endorfina no corpo.


40 Noventa por cento dos adultos consomem cafeína todos os dias, a ingestão média é de cerca de 300 miligramas, ou aproximadamente um café de tamanho médio. Qualquer coisa acima de 400 miligramas por dia pode provocar efeitos colaterais como dores de cabeça, insônia, dores de estômago e ansiedade, de acordo com a Mayo Clinic, e 14% bebem isso ou mais regularmente. No entanto, não há um número que não seja saudável para todos. Sua resposta provavelmente é influenciada por seu estilo de vida e seus genes. Outra contribuição descrita nos estudos está relacionada à elevação do nível de ácidos graxos no sangue. Eles seriam então utilizados como fonte de energia durante a execução do exercício. Esse suprimento pouparia os estoques de glicogênio muscular. Quando trazida para o mundo do esporte. Nas provas curtas, o ganho proporcionado pela ação da cafeína está relacionado à contração muscular, que se tornaria mais rápida e eficiente. Nas longas, a substância atrasaria a percepção da fadiga e reduziria a do esforço ao elevar o nível de concentração de endorfina no corpo. Mesmo depois do treino a cafeína ajuda o atleta. Se utilizada com carboidratos, ela contribui para a reconstrução do glicogênio muscular. A cafeína em si não é problema. O consumo num volume de até dez xícaras por dia é até mesmo um fator protetor contra a mortalidade. É importante prestar atenção no consumo de cápsulas, que têm concentrações bem mais altas.

Não faço nenhuma restrição ao inserimento da cafeína em quantidade razoável, num cotidiano saudável. O que não vejo com bons olhos é o consumo em excesso por atletas amadores.


41 Ela não deve ser a solução mágica consumida em excesso por amadores, com elevada carga de trabalho, com 10, 12, 15 horas de trabalho diário. Ele deve antes construir um cotidiano mais saudável, se for possível. Em vez de exagerar na cafeína, deve analisar por quais motivos está tão cansado. Se não está obtendo o desempenho esportivo que espera, se precisa tanto da cafeína antes do treino, precisa se questionar se não está também ficando por tempo demais em frente ao computador ou celular. A cafeína age no sistema nervoso central através do aumento plasmático de catecolaminas, alterando a percepção de esforço e por fim diminuindo a fadiga e aumentando a performance. a ingestão induz a estimulação da liberação de cálcio. Ocorre o prolongamento da duração da contração muscular, tornando o cálcio mais disponível para contração, diminuindo o limiar de excitabilidade das fibras musculares, resultando em uma contração muscular mais rápida e eficiente, porém tal resultado foi encontrado em estudos com dosagem tóxica ao organismo humano.

A Agência Mundial Anti-doping não considera a cafeína uma substância ilegal


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Pico de ação e duração: Níveis elevados de cafeína podem aparecer na corrente sanguínea cerca de 15 a 45 minutos após o consumo. O pico de ação ocorre em 1 hora e dura cerca de 3 a 6 horas após a ingestão.

Dose recomendada: Em estudos realizados em indivíduos treinados preconizam que doses de 3 a 6 mg/kg de peso podem melhorar significativamente o desempenho esportivo. Já estudo realizado em mulheres com dose de 9mg/kg de peso observou excesso de suor, tremores, vômito e tontura.

Benefícios: - Redução da percepção ao esforço e a fadiga, mantendo o atleta por mais tempo na prática esportiva. - Aumenta a secreção das Beta-endorfinas, que possuem propriedades analgésicas podendo levar à diminuição na percepção à dor. - Melhora do estado de alerta e vigilância durante períodos de privação de sono, observado em estudos com operações especiais militares. - Pode aumentar a ressíntese de glicogênio muscular durante a fase de recuperação do exercício. - O efeito da suplementação de cafeína em indivíduos que consomem café é similar a indivíduos que não consomem. - Estudos sugerem que durante o exercício físico, a cafeína reduz a dependência de utilização do glicogênio e aumenta a dependência da mobilização de ácidos graxos livres (gorduras). OBS: a suplementação de cafeína melhora o desempenho e sportivo, mas depende de vários fatores individuais, como a genética (existem indivíduos que respondem de forma mais rápida e outros de forma mais lenta), condição do atleta, modalidade e tipo de treino, dose e etc.


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Cafeína x Desidratação: A literatura não confirma que a cafeína aumenta a diurese ou desidrata. Não se observa alteração na taxa de suor, perda total de água corporal ou alterações negativas no balanço dos fluidos.

Efeitos Adversos: - Não deve ser consumida por indivíduos hipertensos, com sensibilidade à cafeína, apresentando taquicardia ou cardiopatas. Sua ingestão pode aumentar a frequência cardíaca. - Não deve ser ingerida nas refeições que tiverem alimentos fontes de cálcio (leite, iogurtes, queijos...) e ferro (carnes, frango, gema de ovo, folhosos verde escuros e leguminosas), pois pode reduzir a absorção destes minerais. - Pode acarretar alterações gastrointestinais como gastrite e diarreia em indivíduos sensíveis.

Suplementação: Vai depender muito do seu gasto energético, consulte sempre um nutricionista para te orientar melhor. Mas s doses normalmente utilizadas são até 420mg cafeína/dia.


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Medo de nadar em águas abertas Talvez seja o maior desafio do nosso esporte. O medo de águas abertas, turvas e escuras em especial, deixa de fora muitos atletas de provas importantes. A boa notícia é que você pode controlar sua mente para vencer essa fobia, basta se esforçar. Soa a buzina de largada e você corre para a água com centenas de triatletas ao seu lado. Você treinou suas braçadas incontáveis vezes na piscina. Pelo menos você tinha certeza que sabia nadar. Mas, 50 metros depois, você está engolindo água, desesperado para respirar, agarrado a uma boia ou a uma corda, fazendo sinal para o staff mais próximo te resgatar.

O que aconteceu?


O nosso colunista de Performance, Lucas Vilhena conta que a principal estratégia para se tranquilizar é nadar com mais atletas e caiaques por perto. “Evite pensar em qualquer coisa que não seja o foco na prova”. O tempo de preparação para essa transição depende de dois fatores: o condicionamento físico atual do nadador e a distância que ele irá nadar no mar. “Em um padrão, o ideal é ter uma frequência

mínima de três treinos por semana, alternando com musculação. Para distâncias mais longas, a partir de 3 km, é recomendável aumentar ainda mais essa frequência semanal”, conta Vilhena.

Vale ressaltar que os ataques de qualquer animal a nadadores são extremamente raros, especialmente em provas. Sejam tubarões, piranhas ou jacarés, já que normalmente os animais se assustam com a massa de atletas. Mesmo em provas extremas, como o XTerra Amazônia, que teve a natação no meio da selva, não há registros de incidentes.

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Uma técnica muito comum para manter o foco é concentrar em 20 ou 30 braçadas, ao invés de pensar na boia ou no percurso inteiro. Muitos atletas gostam de imaginar que estão fazendo trabalhos de técnica durante a prova, assim se concentram tanto em seus movimentos que se esquecem do medo. Todos que resolvem se inscrever em uma competição de Triathlon já sabem nadar. O trabalho foi feito na piscina e só precisa ser repetido na competição. Treinar em águas abertas ajuda e muito a superar qualquer ansiedade. Comece com 200m, 400m, 600m e vá ganhando confiança que você conseguirá completar o percurso sem nenhum perigo.

Antes da largada procure observar o percurso da prova e se possível ache pontos de referência de fácil visualização, exemplo: alguma montanha, uma árvore alta, algo que quando estiver nadando e fizer a respiração frontal possa ver com mais facilidade. Faça um aquecimento no local da prova e procure observar se as bóias estão alinhadas, traçando assim o seu trajeto ideal. Muitos iniciantes se incomodam com alguém encostando no seu pé durante a natação, mas isso é normal. Treine isso na piscina e nade com alguns amigos na mesma raia. Jamais chute a mão do atleta que encosta no seu pé, você pode machuca-lo e tira-lo da prova. Ao se acostumar a ser tocado durante os treinos, você terá muito mais facilidade durante as provas. Caso não queira ser tocado, saia do grupo e nade sozinho, mas lembre-se que essa é a pior estratégia, pois você perderá a esteira dos atletas, o “vácuo” na natação. Treinar em águas abertas de forma progressiva e constante também o faz perder o medo de não ter onde apoiar caso fique cansado. Boiar e fazer um palmateio na água é um habilidade básica que pode ser desenvolvida na piscina, de preferência onde não dê pé. Avise seu treinador para manter a segurança e solte seu corpo na água veja como ele se comporta, você ficará surpreso, afinal não afundamos totalmente.


3 momentos marcantes

Quanto mais relaxado, mais fĂĄcil ĂŠ boiar.


49 3 COISAS QUE VOCÊ NÃO SABIA SOBRE

Sebastian Kiele O triatleta alemão de 36 anos figura sempre entre os melhores do mundo. Em 2012 venceu o Ironman 70.3 World Championship.

COMEÇOU CEDO

Kienle participou de sua primeira prova de triathlon aos 8 anos de idade, vindo de pais esportistas, sempre soube que seria atleta.

DORME POUCO

Mesmo com uma rotina massacrante de treinos e provas, o alemão sofre de insonia e já procurou diversos tratamentos. Kienle já revelou que adora fazer treinos longos noturnos, e que dorme cerca de 4 horas por dia.

LOUCO POR GAMES

O triatleta afirmou em diversas entrevistas ser fanático por jogos. Inclusive já chegou a participar de campeonatos nacionais de Free Fire e LOL. O alemão cita que a adrenalina que sente é comparado as provas de triathlon.


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Vinícius Sobreiro @dr.viniciussobreiro

Médico do Esporte

Posso treinar gripado? Sem dúvidas, todos já depararam com isso. Será que mesmo com a saúde debilitada e o corpo cansado, tenho que seguir a planilha à risca e não posso de jeito nenhum perder um treino?

Vamos às evidências: A ciência nos explica que há uma interação entre o microrganismo invasor e o nosso corpo como hospedeiro. Essa relação provoca um estresse metabólico e gera uma demanda sistêmica na tentativa do corpo combater esse ataque indesejado.

Muitos desses sistemas do nosso organismo são os mesmo ativados pela prática esportiva (cérebro, fígado, músculos e rins, por exemplo) que em caso de uma infecção já estarão sobrecarregados. A fase aguda da infecção provoca, por exemplo, diminuição do controle neuromuscular e queda da disponibilidade de energia para contração muscular. As infecções agudas mais comuns na população geral são causadas por vírus que invadem as vias respiratórias, trato gastrointestinal, dermatológicas e do trato urogenital.

Estudos mostram que indivíduos com alguma infecção agudas perdem força muscular isométrica entre 5 a 15%; entre 13 e 18% da capacidade aeróbia muscular e mais de 25% do desempenho aeróbio geral. Além de ter rendimento prejudicado, treinar doente aumenta riscos de complicações como miocardite viral, rabdomiólise, e até ruptura do baço. Por isso, jamais treine doente e a decisão de quando retornar deve ser analisada por um médico com conhecimento no assunto.


O retorno deve ser gradual e depende dos sintomas gerais e específicos como febre, dores no corpo, estado de hidratação, entre outros. Fique atento, muitas vezes na tentativa de treinar a todo custo com esperanças de sempre estar em evolução da condição física, você pode colocar sua saúde em risco e transformar o exercício físico de algo benéfico e prazeroso em uma ameaça à sua vida.

O que fazer nesse caso? Uma resposta direta: curar a gripe para correr. Nada garante que fazer atividade física vai curar sua gripe ou resfriado. Se ela for feita de maneira leve a moderada pode ser usada como prevenção, por outro lado, se for feita em alta intensidade, abrirá uma janela imunológica que pode fazer com que você fique doente. Não pelo fato de fazer exercícios, e sim por outros fatores externos.

Só existe um tipo de gripe? Não. “Gripe” é uma palavra leiga, o termo correto é “infecção de vias aéreas superiores”. Ao dizer que está gripada, a pessoas pode estar se referindo à: rinite, alergia respiratória, sinusite, início de bronquite, asma, amidalite ou um simples resfriado.

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Posso correr mesmo gripado? Se você correr com febre e debilitado pela gripe, existem chances de contrair duas doenças graves: uma delas é a miocardite, que pode acontecer graças a um vírus (no caso da gripe). Ele é um problema cardíaco muito sério que pode te trazer consequências para o resto da vida, como arritmias ou insuficiência cardíaca. A outra doença é a Síndrome da Fadiga pós viral, mesmo depois de o vírus ser eliminado a pessoa tem uma queda de performance, principalmente em esportes aeróbicos como a corrida. A pessoas está sempre muito cansada, indisposta e sem vontade de treinar.

O que fazer na recuperação? Antes de qualquer coisa você precisa identificar a causa do problema. Se for uma gripe, o ideal é que faça exercícios de média ou baixa intensidade. Diminuir pelo menos 50% do que está acostumado, isso se não tiver os sintomas como fadiga extrema, febre acima de 38 e dores musculares altas mesmo sendo medicado. Se for só uma coriza, dor na face e um cansaço leve, sem problemas, pode treinar, mas sempre com volume leve a moderado.

Gripes e resfriados não podem ser comuns. Quando isso começa a ser frequente o corredor deve ligar um sinal de alerta. Esse atleta pode estar entrando em overtraining e a imunidade baixa, já que você não consegue se recuperar dos treinos, então qualquer bactéria/vírus simples te deixa doente.



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Como escolher seu Wetsuit Cedo ou tarde, você terá que comprar um wetsuit para algumas provas de Triathlon. É ele que vai te deixar mais aquecido impedindo que a água entre, fazer você boiar mais, aumentar a sua velocidade e te poupa energia para as outras modalidades do esporte. Uma roupa inadequada, no entanto, pode te deixar apertado ou entrar água demais. Mesmo sendo um investimento caro (de R$800,00 a R$4.000,00), é um item fundamental para o guarda roupa do triatleta, motivo pelo qual deve ser muito bem escolhido.

Segundo as regras da International Triathlon Union (ITU), a roupa de borracha (que na verdade é de neoprene), é liberada para triatletas amadores quando a temperatura da água está abaixo de 22ºC em provas com até 1.500m de natação, abaixo de 23ªC em provas com até 3.000m de natação, e abaixo de 24ºC em provas cm mais de 3.000m de natação. Para temperaturas abaixo dos 15ºC, a roupa é obrigatória. Algumas provas, como o Ironman Brasil, permitem o uso da roupa por atletas amadores, independente da temperatura da água. A maioria absoluta dos triatletas utiliza o wetsuit quando permitido. Isso porque ela aumenta a flutuabilidade e com isso nadar mais rápido. Para muitos iniciantes, no entanto, a roupa de borracha pode ser sinal de pânico na água.


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A roupa de borracha deve te manter aquecido... ... portanto, ela não pode ficar larga em você. As roupas largas permitem que muita água entre, e consequentemente, te deixar mais frio. Assim, as extremidades, principalmente o pescoço, devem ser bem justas e vedadas. A roupa como um todo deve ficar colada no corpo, com total mobilidade de braços e pernas. As boas roupas de borracha têm materiais mais finos nas axilas, ombros e braços, áreas onde você precisa de mais flexibilidade. Os ombros são especialmente sensíveis, a área que mais doerá caso você escolha um wetsuit inadequado. Os modelos mais sofisticados trazem ainda um material de maior aderência no antebraço, o que melhora o empuxo na puxada do triatleta. Observe também a forma como o zíper se fecha. O ideal são zíperes inversos, que se abrem de cima para baixo, pois impedem que sejam puxados durante a prova em situações de muitos atletas aglomerados. Além disso, verifique se o zíper tem uma cordinha, pela qual você poderá abrir a roupa ao sair da água.


57 Basicamente, três fatores são usados para a escolha da roupa de neoprene: altura, peso e gênero. As roupas de borracha, em geral, têm um ótimo sistema de numeração, levando em consideração a altura e o peso. Por exemplo, se você é um atleta alto, mas magro, é bem provável que compre um modelo Small-Tall (Pequeno-Alto), assim como há os modelos Medium-Large (Mégio-Grande). O importante é experimentar a roupa antes de comprar. Se você pretende comprar pela internet, tente conseguir uma roupa igual de um amigo emprestada e veja como ela se ajusta a você. Outra área crítica é o pescoço. Wetsuits ruins geram feridas, mesmo quando se utiliza lubrificantes. Verifique o acabamento e as costuras nessa área, quanto mais costura, mais atrito e maior a probabilidade de feridas. Uma das lutas que os triatletas enfrentam é a retirada da roupa de borracha em uma prova. O que muitos não percebem, é que isso está relacionado com a escolha da roupa adequada. É comum atletas acima do peso brigarem com suas roupas na primeira transição de uma prova, enquanto outros atletas parecem tirar em um passe de mágica. Observe as pernas da roupa, elas devem ter um material mais espesso na parte de cima, para ajudar na flutuabilidade, as pernas são as maiores âncoras do triatleta e ser mais fina próximo ao calcanhar,


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As mulheres devem procurar modelos específicos, que considerem o formato dos seios. Isso fará uma diferença enorme no conforto. Alguns modelos recentes possuem ainda sistemas de estabilização do core, melhorando a postura e a rotação do nadador. Um último detalhe a ser observado é se há garantia e reparos pelo fabricante aqui no Brasil. É comum acontecer acidentes, unhadas e rasgos nas roupas durante uma prova. Um serviço de pós-venda é importante para lidar com essas questões. Sempre pergunte sobre esse tema antes de adquirir uma nova roupa de borracha.


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Mirian Faria @fisioterapeutamirianfaria

Fisioterapeuta

Alongar antes ou depois do treinos? Alongamento é sempre um assunto polêmico e que gera dúvidas entre os corredores. Há quem defenda a prática antes do treino, outros que preferem depois e ainda aqueles que sugerem que os exercícios sejam feitos em dias distintos da corrida. Não bastasse isso, fica a dúvida: alongar ajuda a prevenir lesões?

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O alongamento é efetivo na redução dos riscos de lesão, mas esse resultado só é obtido a longo prazo. É um estímulo necessário que trabalha a elasticidade muscular sem forçar as articulações, aumentando a flexibilidade.

Mas não é o alongamento antes da prova que vai fazer diferença. A prática regular é que deixa a musculatura mais flexível, melhora o desempenho e previne lesões. Músculos alongados possuem maior capacidade de gerar força específica para o gesto esportivo e permitem que a articulação trabalhe na amplitude e alinhamento ideais.


O mais indicado antes dos treinos é fazer um aquecimento, devem ser realizados movimentos que o indivíduo vai fazer durante a atividade propriamente dita, como saltos, elevação de quadril e corrida com menos intensidade. Além de fazer correções, os educativos também preparam a musculatura e lubrificam as articulações para os treinos mais intensos, com isso, também aumentam o fluxo sanguíneo, o aumento da temperatura do corpo e da frequência cardíaca.

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Quanto ao melhor período para se alongar, varia muito, o mais indicado é realizar os estímulos em dias diferentes dos treinos. Quando alongamos, provocamos algumas microlesões para permitir que o músculo aumente seu comprimento, o que também ocorre quando realizamos uma atividade intensa, nesse caso, para que o músculo aumente sua espessura. Por isso, fazer ambos no mesmo dia pode gerar uma sobrecarga e até dificultar a recuperação.

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O alongamento de um grupo muscular deve ter a duração mínima de 15 segundos e a duração máxima de 45 segundos. Menos do que 15 segundos não trará efeito e mais do que 45 segundos pode prejudicar o desempenho muscular em atividades realizadas imediatamente após alongar.doente e a decisão de quando retornar deve ser analisada por um médico com conhecimento no assunto. O benefício do alongamento decorre a médio e longo prazo, o recomendado é esperar o corpo esfriar para depois fazer o alongamento. Essa medida, segundo ele, é fundamental para evitar lesões e ajudará o corpo a voltar ao estado normal. Após a corrida, procure fazer uma massagem primeiro e então vá para o alongamento. Assim que fazemos um esforço grande, os nossos mecanismos sensoriais estão bastante fadigados e, com isso, ao realizarmos algum movimento de alongamento, podemos “passar do ponto” e provocar, por exemplo, um estiramento. Também existe controvérsia quanto à eficácia do alongamento para prevenir as lesões, alguns trabalhos científicos não constataram redução na incidência de lesões como resultado da prática de alongar.

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Por outro lado, também existem estudos que podem comprovar o benefício do alongamento para a redução delas. Se a articulação já possui uma flexibilidade normal e que atende a necessidade do movimento do exercício, a prática do alongamento não vai gerar tantos benefícios. O mais importante é a estabilidade articular, o que muitas vezes é prejudicado pela prática excessiva de alongamentos. A indicação atual é que o atleta realize uma sessão isolada para a flexibilidade, fora do período de treinamento da atividade física específica, como ocorre com a musculação, por exemplo. Inserir uma ou duas sessões de alongamento na semana é o mais indicado.


Parque Robeto Burle Marx- São José dos Campos


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ENTREVISTA DO MÊS Luciana Haddad Rotina de mãe triatleta Ser triatleta já ocupa bastante espaço na agenda, imagina ser triatleta e mãe de duas crianças. A convidada conta para gente como que ela faz para ajustar os treinos e competições na rotina com uma profissão de médica!

@lucianabphaddad Com quase 35 mil seguidores no Instagram, ela dá dicas para as mulheres que querem começar no esporte e mostra que é possivel ser mãe e triatleta ao mesmo tempo! O currículo esportivo dela é absurdo e inclui: - 13 vezes IronMan - 6 vezes classificada para o campetonato Mundial em Kona no Hawaii - Melhor marca em Maratonas de 3:11

A convidada da SQUAD TRI de setembro é LUCIANA HADDAD


St:

Lu, você tem dois filhos, quando engravidou já era do mundo esportivo? Como você começou no triathlon?

Luciana

Quando engravidei eu já havia começado a correr, mas há pouco tempo. Comecei a correr em 2008 e engravidei em 2009. Corria sozinha, sem assessoria, e a maior distância que havia competido eram 10km. Após meu segundo filho, em 2011, decidi procurar uma assessoria e treinar melhor, já que coloquei como meta fazer minha primeira maratona, que foi em 2013, em Paris. Comecei no triathlon no final de 2013, quando comprei minha road. Inicialmente a ideia era apenas pedalar e correr, já que não sabia nadar. Mas meu técnico me convenceu a fazer um short, e fui, mesmo nadando muito mal. Lógico que na prova foi um desastre, mas me apaixonei pelo esporte e resolvi que era hora de aprender a nadar para poder competir de verdade.

St:

Quando começou a fazer triathlon, houve mudança na logística da família?

Luciana Foi tudo muito gradual e tranquilo. Não houve uma mudança radical no começo, eu até assustei. Encaixei primeiro logo 2 treinos de ciclismo na madrugada, fazia meu treino no escuro, mas em local seguro e com amigos, chegava em casa com as crianças ainda dormindo, era maravilhoso, aquela sensação de treino cumprido. Eles nem percebiam minha saída. A natação sempre foi no horário do almoço, levava todos os equipamento e nadava cerca de 45 minutos, rendia bem. Conforme as distâncias foram aumentando e os objetivo foram ficando maiores, os treinos aumentaram também. No sábado em geral treino a manhã toda, e é o dia que a família sente mais a ausência já que não tem escola. Mas eles se acostumaram pois desde muito pequenos já me viam sair para treinar. O segredo é se planejar com antecedencia e deixar tudo pronto na noite anterior ao treino. A correria aumenta mas vale a pena, nunca aceitei falarem para mim que não treina por falta de tempo, sempre dá.

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St:

Já vimos que é disciplinada. Mas como voce lida com imprevistos dos filhos no dia a dia?

Luciana Tento fazer meus treinos principais na madrugada pois é o horário mais controlado, em que as crianças estão dormindo, e raramente perco treino. No resto do dia sempre pode haver um imprevisto de trabalho, um filho doente, uma reunião na escola. Então o treino que mais acabo perdendo é a musculação. Mas como eles estão maiores e fazem atividades esportivas, sempre tento encaixar esse treino no horário da atividade deles no final do dia, e tem dado certo. Consigo fazer pelo menos 2 vezes na semana. Agora imprevisto mesmo, mas algo muito comum em provas de triathlon de longa distância e que poucos param para pensar, é ter que urinar em movimento para não perder tempo na competição. E esta realmente foi uma situação inusitada no meu primeiro IRONMAN 70.3, em Palmas, Tocantins. É muito estranho! Tem triatleta que já acha libertador! O maior obstáculo em qualquer esporte e na vida é a mente, e para superar qualquer dúvida ou adversidade é preciso ter pensamentos positivos e acreditar em você. O seu maior limitador, é você mesmo. O rolo é uma opção prática e que muitas vezes salva, já que dá para fazer em casa, com as crianças assistindo um filme, ou brincando. Na falta da babá, rolo e esteira resolvem tudo!

St:

E as competições? As crianças te acompanham, torcem? Como eles entendem essa vida da mãe médica e atleta?

Luciana Eles adoram. Sempre que possível eu levo. Mas é preciso alguém ajudando nesse caso, porque a demanda deles é diferente da nossa. Fica muito mais difícil descansar na véspera, dormir cedo. Eles torcem muito e adoram subir no pódio. Quando menores, eles confundiam um pouco o esporte e a profissão. Agora já entenderam que minha profissão é a medicina, e que o trabalho é minha principal obrigação e a qual dedico mais tempo. Mas sabem também que o esporte é parte importante da minha rotina. Na verdade, já é também da rotina deles.


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St: Algum deles diz querer ser triatleta? Você incentiva? Luciana O meu pequeno, o Zac, já se considera um triatleta. Ele adora correr, pedala direitinho e faz aulas de natação. É super animado com treinos, e sempre quer me acompanhar em tudo. Gosta de colocar o garmin, marcar os tempos, é divertido. A Nina gosta também, mas tem experimentado outros esportes. Atualmente o que ela mais gosta é da ginastica olímpica. Eu incentivo bastante, desde que estejam indo bem na escola. Acho que o esporte e a educação tem que caminhar lado a lado.

St:

Qual dica você deixaria as mães atletas? Tanto para as que estão ainda gestação, como as que já tem filhos maiores? E qual o seu maior sonho no esporte?

Luciana Acho que o principal é que cada um tem que encontrar seu equilíbrio. Não é fácil. Sempre tem a famosa culpa… por exemplo ao sair para treinar sábado cedo e deixar os pequenos em casa. Mas aos poucos fui descobrindo que se eu estou bem, feliz, fazendo o que amo, consigo ser uma mãe melhor. Chego em casa mais animada e dedico o resto do tempo com eles de forma muito legal. Também coloquei algumas regras que não abro mão, já que o esporte me tira em alguns momentos deles. Por exemplo, sempre busco na escola, nunca treino à noite quando eles estão comigo, não saio para pedalar nos domingos que eles estão comigo, etc. Toda jornada começa com um passo! A medida que vamos avançando, nossas referências mudam. Somos capazes de coisas extraordinárias, tudo que precisamos é dar o primeiro passo. A maternidade nos dá muito mais maturidade e senso de prioridade. Acho que ajuda a gerir melhor o tempo e perceber o que realmente vale a pena. Chegar aonde cheguei, tudo que construi, não consigo pensar em outro sonho a não ser pedir saúde para continuar fazendo o que gosto por muito tempo!


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#VOCĂŠNASQUAD Agosto

Clarissa

Arion

@clarissa.triathlon

@arionbergman

Paulo

AndrĂŠ

@phfernandes13

@andre_kovari


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Edinaldo

@edinaldouchoa

Regina

@regina_gogolla_

Rosecler

@ironmaerose

Henoch

@henoch.scosta

Caio

@caioamaral.tri

JosĂŠ

@josegarr


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MTB para triatletas Apesar de serem parecidos, o ciclismo de estrada e o mountain bike são muito diferentes tecnicamente. Enquanto na estrada trabalha-se mais ritmo e resistência, no MTB exige-se mais força explosiva e uma boa dirigibilidade. Assim, é comum ver ciclistas estradeiros praticando MTB para melhorar sua técnica e força. A seguir, explicaremos os benefícios da prática do MTB para quem pedala na estrada.

Diferente da estrada, a bike responde melhor com a velocidade, no MTB é preciso saber dosar a sua força. Na trilha, por conta do percurso irregular, você corre o risco de patinar com a bicicleta ou mesmo cair se estiver num ritmo muito forte ou muito fraco em trechos específicos. Você precisa aprender a manter um ritmo constante e uma noção melhor de como dosar sua força.


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Ganho de força e cardio Diferentemente da bike de estrada, que tem pneu fino e suspensão rígida, as MTB possuem pneus com cravos mais largos, assim como suspensão (dianteira, traseira ou ambas), pois foram projetadas para superar os obstáculos pela frente. Portanto, na trilha, você acaba fazendo mais força para pedalar do que na estrada. Primeiro, pela bike, pois os pneus com cravos e a suspensão absorvem a energia que iria para o chão e seria empregada na locomoção. A outra razão é pelo terreno acidentado já que os principais atributos do MTB são os trajetos marcados por obstáculos, subidas, descidas, além do longo percurso. Pouco a pouco você vai pegando o jeito e se aventurando em trilhas mais profissionais a cada pedalada. Uma junção perfeita. Com o passar do tempo você vai se sentir muito mais resistente e com fôlego de sobra para qualquer desafio diário, dentro ou fora das trilhas.

Consciência corporal Tecnicamente, o ciclista de MTB é mais exigido pelo fato de ter sempre obstáculos à sua frente, como buracos, troncos, raízes e pedras. Por isso a modalidade faz com que os bikers ganhem maior consciência corporal, pois o terreno irregular obriga o ciclista a pedalar usando não apenas a força das pernas, mas do tronco e dos braços também. Em muitas situações, ao pedalar por um terreno mais técnico, você vai precisar “se mexer” na bike para transpor esse trecho — como se inclinar ou declinar na bicicleta para que ela não patine ou empine em uma subida, ser uma espécie de pêndulo para manter o equilíbrio e passar por um obstáculo ou mesmo se levantar do selim e se inclinar para cumprir uma descida sem perder desempenho. Assim, melhora as habilidades de coordenação e equilíbrio.

Use seus freios como dimmers e não interruptores de luz. Isso ajudará você a controlar sua velocidade enquanto percorre a trilha e você parará de forma eficiente e eficaz quando quiser.


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Ciclo da pedalada Outro benefício proporcionado pela prática do MTB é a melhora do ciclo da pedalada. O movimento correto — mais eficiente — deve ser feito em 360°, mas ainda é muito comum ver ciclistas que fazem força nos primeiros 180° — quando “empurram” o pé para baixo e deixam a perna subir no embalo, sem completar o ciclo. Isso, no mountain bike, é desastroso em questão de desempenho, pois a “pedalada quadrada” fará com que você patine, perca potência e velocidade, além de deixar seu músculo mais fadigado, aumentando as chances de câimbras e lesões, pois a modalidade exige maior força das pernas.

Conexão com a natureza Porque é divertido. Além de ser um excelente exercício, é um esporte que você poderá praticar com amigos. Sempre terá histórias para contar e, ainda, caso participe de competições, o esporte em si sempre é divertido para quem o pratica com gosto. A prática de Mountain Bike ajudará você a conhecer outras pessoas que compartilham os mesmos interesses que você. Quando sair acompanhado por outros ciclistas, vai aprender a trabalhar em equipe pedalando ao ritmo do grupo. O ciclismo de montanha levará você a percorrer rotas que dificilmente faria caminhando ou em outro tipo de veículo. Diferente de uma pedalada pelas ruas do seu bairro, o MTB vai te apresentar o lado aventureiro dos pedais. A conexão com a natureza faz com que a gente se lembre de quem somos, da paz que necessitamos experimentar para recarregarmos as energias e darmos conta de enfrentar situações complexas.

Encarar desafios dessa proporção, com certeza estará preparado e estimulado para outras atividades que exijam



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Lucas Vilhena @lvtriathlon

Treinador de Triathlon

Treinos longos de bike O treino longo de ciclismo é fundamental no Triathlon. Ele, junto com os longos de corrida, são chave se você planeja competir em um meio Ironman ou em um Ironman. Além disso, é muito provável que seu treino longo de ciclismo seja a sessão mais extensa da semana. Então, fazer de modo eficiente e sem intercorrências é essencial se quiser tirar proveito máximo.

Comece devagar! O foco dos treinos longos de ciclismo é iniciar leve, manter um ritmo moderado e terminar pedalando forte. Esse tipo de treinamento desenvolve a disciplina necessária para a manutenção de um ritmo no ciclismo. Nas primeiras semanas de um programa de treinos para uma prova de longa distância, sempre iniciamos com treinos longos de ciclismo. A base para o endurance, queimar gordura e criar resistência à fadiga, começa com esses treinos de 2 a 3 horas. Se você está começando a temporada de provas ou saindo de uma competição, esses treinos longos em baixa intensidade irão construir sua base sem sobrecarregar seu corpo, acelerando sua recuperação. Assim, você se torna capaz de saber quando pode fazer mais força na prova para a distância que falta ser percorrida. Com repetição, consistência e disciplina, você irá dominar seu melhor ritmo no ciclismo.


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Bike fit é indispensável Caso use uma bicicleta de Triathlon, fique a maior parte do tempo clipado fazendo força nos pedais. Se você não consegue ficar na posição aero e precisa segurar no guidão mesmo no plano, você precisa investir em um bike fit profissional. Ficar confortável na posição aero fará de você e sua bike, constantes na produção de potência. Pode levar alguns treinos para que se acostume e muitas adaptações no posicionamento, então feedback com o treinador é muito importante.

Seja precavido Na noite anterior do treino prepare sua bike, roupas e planeje sua alimentação e hidratação. Dessa forma você evita atrasos. Pedalar cedo nos finais de semana proporciona menos trânsito, estradas mais seguras e dá a oportunidade de terminar o treino mais cedo, antes da família e os eventos sociais iniciarem suas atividades. E se voce você treina sozinho, não saia sem dinheiro. Você pode comprar comida e bebida se quebrar, ou pagar por um transporte se ocorrer um acidente. Em último caso, você pode ligar para um parente ou um amigo para te buscar. Tenha a certeza de carregar consigo ferramentas básicas para fazer pequenos ajustes caso necessário. Um par de câmaras e uma bomba de mão (ou CO2) também são pequenos objetos que podem fazer grande diferença para que o treino não termine mais cedo.


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Planejamento e simulação É importante treinar com a alimentação do seu dia de prova. Esse é um aspecto muito pessoal, então o que funciona para um, pode não funcionar para outro. fim da preparação, próximo do dia da prova, use a alimentação que utilizará no dia a cada 2 treinos longos. Além disso, faça simulados. Isso envolve tudo, desde os ajustes da bike, comida, roupas e seu ritmo pretendido. Este é o último teste para a competição, o que irá te dar o melhor feedback sobre a preparação. Comece com 30 a 45 minutos de giro leve, depois passe para o ritmo de prova. Fique em posição aero e evite paradas. Em seguida, uma transição para uma corrida de 20 a 30 minutos é fundamental nesses dias de simulação. As respostas desse treino são essenciais para o pré-prova. Quanto mais informações desses treinos você conseguir tirar, você terá menos surpresas no dia da sua competição.

São necessárias de nove a 12 semanas de treino para estar pronto para pedalar longas distâncias. Isso depende, claro, da capacidade de cada um, o comprometimento e do quanto a pessoa vai querer percorrer. O ideal, é treinar de três a cinco vezes por semana. Cada peça e grama, a engenharia e a aerodinâmica contam muito para que sua experiência seja a melhor. Portanto, tenha certeza de que a bicicleta que você tem atenderá às suas expectativas. Ela deve ser boa o bastante para te deixar o mais confortável possível.


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A batalha jรก estรก vencida!


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Placa de carbono para todos Na segunda semana de agosto, a World Athletics anunciou novas mudanças nas regras que regem a tecnologia dos tênis de corrida, para garantir a performance dos atletas de elite que se preparam para os Jogos Olímpicos que serão realizados em 2021. Aprovadas pelo Conselho Mundial de Atletismo, essas emendas são baseadas em discussões significativas com os fabricantes de calçados e são de efeito imediato. Elas incluem alterações na altura máxima das sapatilhas com cravos para eventos em pistas e o estabelecimento de tênis com placa de fibra de carbono à disposição de todos os atletas de elite não patrocinados. A altura máxima para os tênis em provas de rua permanece inalterada em 40mm.

O objetivo é manter o status atual da tecnologia até os Jogos Olímpicos de Tóquio em todos os eventos; até um recém-formado Grupo de Trabalho sobre Calçados Esportivos, que inclui representantes de fabricantes de calçados e da Federação Mundial da Indústria de Artigos Esportivos (WFSGI), tiveram a oportunidade de definir os parâmetros para alcançar o equilíbrio certo entre inovação, vantagem competitiva e universalidade e disponibilidade.


Como uma obrigação contínua, os atletas, seu representante autorizado SEGURO DE BICICLETAS É CARO? ou o fabricanteOdo calçado devem continuar enviando as especificações do tênis e, se solicitado, o novo modelo para exame pelo especialista independente da World Athletics. Os tênis aprovados devem ser disponibilizados, antes de uma competição internacional, para distribuição a qualquer atleta de elite não contratado, por meio de um esquema de disponibilidade de calçados esportivos incluindo cronogramas, número de pares de sapatos necessários e método de distribuição.

A União Internacional de Triathlon (ITU) não teve uma nova posição oficial, mas costuma seguir as orientações da World Athletics quando o assunto em questão são as regras do esporte, no caso, da corrida. Também em agosto, Sondre Moen estabeleceu o recorde europeu da hora e dos 20000 metros em pista mas o registo não será homologado devido aos ténis Vaporfly NEXT%. Já que a World Athletics anunciou que sapatilhas com uma altura de meia-sola superior a 25mm estavam proibidas de serem utilizadas em pista. Como o revolucionário ténis da Nike apresenta 40mm na zona do calcanhar, o tempo alcançado por Sondre Moen não vai ser homologado pela entidade que rege o Atletismo mundial.

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“É VERDADE, O RECORDE SERÁ RISCADO. TIVE DE IMEDIATO A IMPRESSÃO DE QUE O REGISTO SERIA REJEITADO E PORTANTO ACABEI POR NÃO DESFRUTAR TANTO QUANTO DEVIA QUANDO O ALCANCEI. A ÚNICA COISA POSITIVA DISTO TUDO FOI TER CONSEGUIDO TESTAR A MINHA FORMA. QUEBREI AS REGRAS E SINTO QUE ATÉ FIZ ALGO DE ILEGAL. É ESSE O MEU SENTIMENTO. TALVEZ SEJA ESSA A INTENÇÃO DELES, MAS ISTO É APENAS DESPORTO E MUITOS JÁ FIZERAM BEM PIOR DO QUE EU. MAS CLARO QUE É UMA PENA ESTE TRABALHO TODO NÃO TER UMA RECOMPENSA. NÃO SEI SE DEVA ASSUMIR AS CULPAS OU ATRIBUÍ-LAS A OUTROS. PREFIRO SENTIR-ME INOCENTE, MAS A WORLD ATHLETICS QUER QUE EU ADMITA QUE QUEBREI AS REGRAS.” Sondre Moen

Além de ter superado o recorde da hora europeu com 21.131 metros, Sondre Moen também superou o registo dos 20000 metros com 56m53s.


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Atleta

Rafael

Ele tem apenas 22 anos, mas já marca presença no triathlon de longa distância, Conhe

O que o Triathlon representa para voce? O esporte é tudo pra mim, desde pequeno sempre cresci no ambiente do Triathlon. Meus pais são atletas e sempre me incentivaram a evoluir. É um estilo de vida, conexão com a natureza e o desafio de ser melhor sempre. Sou novo mas tenho muitos objetivos no esporte, enquanto isso me motivar vou continuar nadando, pedalando e correndo!

Quando iniciou no esporte?

O esporte faz parte da minha vida desde sempre. Quando pequeno, acompanhava meus pais, também triatletas, nas provas deles. Aos 11 anos participei da primeira corrida de 5km e ali surgiu um amor que dura até hoje. Aos 13 anos ganhei dos meus pais uma bike road pra poder treinar com os amigos da assessoria esportiva, então o triathlon veio logo na sequência. Minha primeira prova de foi aos 14 anos, num Short Distance no Troféu Brasil de Triathlon, em Santos. A combinação das três modalidades foi muito difícil, mas foi essa dificuldade que me deixou com mais vontade de treinar e melhorar pra voltar e fazer melhor. O mais engraçado é que rola sempre uma sacanagem em casa – nessa prova eu fiquei um minuto atrás da minha mãe. Já viu, né!. Aos 17 anos acompanhei a preparação de um aluno muito próximo para o Ironman Brasil, em Floripa, e gostei do desafio, decidi que queria aquilo pra mim. Na verdade, meu objetivo era fazer a primeira prova com 18 anos, mas minha treinadora/mãe vetou. Segundo ela, eu era muito imaturo, iria me frustrar e provavelmente, pós prova, abandonaria tudo e mudaria de esporte, quem sabe até pararia de treinar. Agradeço muito ela por isso! Rafael treina com sua mãe, Luciana Dias Lima, da Ludias Assessoria Esportiva, que o orienta na corrida e fortalecimento muscular. Conforme foi evoluindo, mais dois treinadores passaram a fazer parte do time responsável por sua preparação: Gustavo Mendes – natação e Leonardo Costenaro – bike. Rafael é formado em Educação Física e atualmente trabalha na Ludias com a área do triathlon.


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Turtera

da vez

eça a trajetória de Rafael Turtera, que tem como objetivo se tornar triatleta profissional.

Quais as maiores provas que já fez?

- TOP 10 BRASIL NA MARATONA DE BOTON 2019 TEMPO: 2H46

- 8º LUGAR NA CATEGORIA 18-24NO MUNDIAL DE IRONMAN KONA 2019 TEMPO: 9H30 - 3º LUGAR GERAL NO TRIDAY SERIES USP 2019 TEMPO: 2H03

Como é sua agenda de treinos e alimentação?

A rotina é sempre muito corrida, brinco que meu dia tinha que ter umas 48 horas, porque nunca consigo fazer tudo no dia, os treinos são onde toma mais o meu tempo diário, são 3 treinos e uma média de 7 horas diárias. Alimentação sempre muito regrada, nessa parte até por causa da esposa, se depender de mim como besteira todo dia, e nunca sobra muito tempo para descansar, mas procuro sempre dormir cedo e ter uma noite de 10 horas de sono e isso já é o suficiente para mim. Eu como muito, todas as pessoas que não são atletas se impressionam com o tanto que eu como. Quase não como fritura, bebidas alcoólicas, manteiga. Eu que faço compras no supermercado lá pra casa, o que me ajuda muito a regular a entrada de alimentos não tão saudáveis na minha dieta.

Outra preocupação que tenho é com os horários das refeições. Como já saio de casa treinando, fica fácil gerenciar isso, e sou chato com esse aspecto, principalmente no pós-treino. Acabo a atividade e vou direto pra casa, hora de comer, por favor não me solicite nada enquanto eu não comer pois não vou atender seu pedido.

Quais as proximas provas e qual a prova do sonho?

Adoraria fazer algumas provas fora, competir com pessoas diferentes. Uma que me vem muito à cabeça é voltar para o Ironman 70.3 Cartagena, na Colômbia. Para este ano, já programei o Internacional de Santos, Sesc Caiobá, Ironman 70.3 Floripa e Ironman 70.3 SP. Por enquanto quero evoluir bastante e conseguir competir de igual pra igual. Sempre pensei em ser profissional, mas pra isso eu preciso trabalhar em alguns pontos ainda.

Fora a questão de patrocínio. Agradeço muito, pois fechei recentemente com a marca esportiva Puma, então acredito que esteja no caminho certo, quem sabe um dia não ouso em largar como PRO. Seria um sonho!


Não é praticar Triathl


lon, ĂŠ viver o esporte!


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