SQUAD TRI n°11 - Maio 2021

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Edição 11 - MAI. 2021

COMO NASCE UMA ESTRELA NO TRIATHLON

Mostramos com é o desenvlvimento de crianças e adolescentes no esporte e falamos com a promessa joseense

TAMYÊ FAGUNDES ALEM DE...

NUTRIÇÃO PERFORMANCE FISIOTERAPIA FOTOGRAFIA MEDICINA ESPORTIVA NOTÍCIAS CURIOSIDADES

entrevista com WALTER MAGALHÃES

Diogo Sclebin

NO ATLETA DA VEZ


@squadtriathlon


REVISTA DIGITAL DE TRIATHLON


Apoio:




O fim que não chega Todos nós estamos ansiosos pelo fim da pandemia e pela vacina que irá nos imunizar. E não é apenas pela saúde, mas para poder retomar a vida exatamente do ponto em que ela parou. Infelizmente, creio que isso não será possível. Acredito, inclusive, que não haverá volta ao novo normal, a expressão da moda. Há alguns meses era inevitável - e extremamente comum - encontrar um amigo ou familiar e abraçar, beijar ou apertar as mãos. Hoje, uma cena dessas, ainda que seja vista em filmes na TV, nos causa certa estranheza. Sei que existem pessoas, especialmente no Brasil, que não se importam, e continuam se comportando da mesma maneira, como se desafiassem o vírus. No entanto, as relações interpessoais mudaram. Tenho leve desconfiança de que as amizades não serão mais as mesmas depois que tudo passar. Estamos separados dos amigos há tempo demais e isso, de algum modo, isto afetou nossos vínculos. O ano começou e praticamente não vimos nossos amigos. Ficamos tão autocentrados na nossa sobrevivência que congelamos as amizades. Mudamos nosso eixo. É claro que usamos todos os recursos tecnológicos que temos à disposição. Mas carinho, generosidade e cumplicidade, a meu ver, não são passados através de WhatsApp. É necessária a verdadeira presença. Em 1999, quando o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, falecido em 2017, lançou o livro Modernidade Líquida, não se podia imaginar um vírus capaz de paralisar nações. Ainda assim, ele já havia notado que o século XXI não seria mais como o século XX. Segundo o autor, antes os valores se transformavam em ritmo lento e previsível. Tínhamos algumas certezas e a sensação de controle sobre o mundo – sobre a natureza, a tecnologia, a economia. Mas acontecimentos da segunda metade do século XX, como a instabilidade econômica mundial, o surgimento de novas tecnologias e a globalização criaram um mundo líquido, no qual as coisas são tão rápidas e efêmeras que não há tempo suficiente para que elas se solidifiquem. Nessa passagem do mundo sólido para o líquido, Bauman chama a atenção para a liquefação das formas sociais, inclusive das amizades. A pandemia provavelmente só intensificou e deve continuar intensificando esse processo de liquidez. E tudo que é líquido se esvai. O futuro das relações de amizade me preocupa. Amigos são irmãos que escolhemos ao longo da vida. E o paradoxo é que justamente quando mais precisamos deles não podemos alcançá-los. A bem da verdade, sinto que a distância exacerbada pela pandemia tenha nos deixado um pouco mais egoístas. Tudo isso sem falar na falta que faz um abraço. Temo seriamente a perda deste hábito tão característico de demonstrar afeto através do toque, da alegria dos encontros. Temo que a distância tenha comDiogo Diogo prometido nossa capacidade de demonstrar carinho. Tomara eu esteja enganado.

Oliveira Oliveira por

Diogo Oliveira


MATÉRIAS Principal:

Como nasce uma estrela no Triathlon 1 Meditação no esporte

2 Mantenha o foco nos objetivos!

3 Saiba usar a percepção de esforço

4 Composição corporal do Triathlon

5 Ciclismo causa infertilidade?


EDITORIAIS E ESPECIAIS Nutrição:

Carolina de Paula

Giro de Notícias

O poder da rapadura

Mundo, Brasil e Região

Medicina do Esporte:

Vinícius Sobreiro Remédios que causam doping

Tri Curioso Mario mola

Fisioterapia:

Mirian Faria

#VOCÊNASQUAD

10 dicas para evitar lesões

Performance:

Lucas Vilhena Respire melhor na natação

Maio

Atleta da Vez Diogo Sclebin

Fotografia:

Walter Magalhães Maio

Entrevista Walter Magalhães


MATÉRIA PRINCIPAL Como nasce uma estrela no Triathlon

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treinamento para qualquer modalidade esportiva requer alguns fatores que são essenciais para o sucesso no esporte: Organização, planejamento, disciplina, objetivo e muito trabalho. Nossa região é um celeiro de promessas no esporte, de todas as idades, o grande desafio é alinhar todos esses fatores com as expectativas de cada atleta e as nossas expectativas em relação a eles.

Entender e identificar as expectativas deles é algo desafiador. O diferencial para um bom trabalho, ultrapassa o fator condição física ou técnica, cada um tem um objetivo, uma necessidade e um motivo para praticar o esporte. Não podemos negligenciar os fatores sociais como, integração, convívio e cooperação. Afinal, muitos ainda são crianças.

Nosso trabalho deve ser a formação do A relação entre professor e aluno, traba- cidadão e o esporte é a ferramenta para isso, tornar-se um atleta amador ou de lho diário e objetivos é a expectativa de que tanto falamos. Muitas vezes, conse- elite é consequência. Nós somos apenas guimos enxergar um atleta potencial para os motivadores, mas temos algum poder o esporte, mas que não possui muitas am- de influência sim. Sempre torcemos para o sucesso de todos, não só no bições para resultados ou performance. esporte como na vida. E o contrário também acontece, um atleta nada talentoso, mas muito esforçado, CONVIDAMOS VOCÊ A com ambições acima da média para suas CONHECER A HISTÓRIA condições atuais. Essa linha é tênue e DA TAMYÊ FAGUNDES, UMA precisamos de feeling para saber até onde DAS MAIORES PROMESSAS chega o jovem atleta!

DE TRIATHLON NA REGIÃO:


Quando criança sempre gostei de esporte, já fiz de tudo um pouco. Sou prematura, nasci de 33 semanas e sempre fui baixo peso e baixa estatura, e por indicação médica comecei a praticar natação com 9 anos. Entrei em uma academia e comecei a nadar duas vezes por semana com um grupo de crianças, quando recebi o convite do

Nathan Zimmer e da Nathalia para nadar no mar...

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Apesar de ter muito medo de bicho, fiquei encantada com a experiência e comecei a treinar para competir em maratonas aquáticas. De duas vezes por semana comecei a treinar todos os dias. As competições foram um sucesso, sempre estava no pódio e fui campeã paulista na prova de 2km no mar. Os treinos começaram a ficar mais intensos, comecei a fazer funcional e correr para ajudar no desempenho das provas.

COMO É O APOIO DA SUA FAMILIA E COMO ELES VEEM SEU FUTURO? Minha família sempre me apoiou em tudo, minha mãe principalmente apoia, corre atrás para não desanimar dos meus sonhos, ela sempre corre atrás quando não temos de onde tirar e assim sempre vamos. Até rifa já fez para eu ir em campeonatos. Meu pai hoje é meu parceiro de treino durante a semana, sempre do lado me puxando, até naqueles dias que o cansaço pega, ou não estamos no clima.

O

período da adolescência requer alguns cuidados, pois a transição no desenvolvimento entre a infância e a idade adulta envolve grandes mudanças físicas, cognitivas e psicossociais.

Conseguimos subdividir o trabalho em três grupos, lembrando que esses atletas já tiveram alguma experiência anterior em alguma modalidade (natação, bike ou corrida), ou outro esporte que desenvolvesse consciência corporal para iniciar no Triathlon. Iniciante: Trabalhamos um pouco de tudo, é o start para o esporte, onde descobrimos as facilidades e dificuldades de cada atleta, em cada modalidade. A parte lúdica também é trabalhada, com revezamentos e trabalho de cooperação mútua. Intermediário: Trabalhamos a parte técnica como fator principal, a execução correta dos movimentos e o início de algumas intensidades de curta duração nos treinos, com volume de treinos ainda baixo. O Triathlon, como forma de participação, é introduzido em forma de revezamento ou individual. Treinamento: Alinhamos técnica com volume médio e intensidades variadas. O corpo juvenil se adapta rápido aos estímulos, por isso o cuidado tem que ser redobrado para não haver excesso de carga nos treinamentos. A participação nas provas já começa a ter outros objetivos, naturalmente voltados à performance ou resultados.


Fiquei apaixonada pela corrida e participei de provas de aquathlon no circuito mares onde nadava 1 km e corria 5km, só pessoas mais velhas participavam dessa prova, entrei na categoria até 30 anos e sempre estava no top 5 ou em @marcosribeirobike primeiro da categoria e assim fui campeã do aquathlon...


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Fui assistir uma prova de triathlon do XTerra com o Nathan e a adrenalina de três esportes me encantou; com o incentivo do meu técnico fiquei com muita vontade de entrar nesse esporte, porém o triathlon é muito caro e minha família não tinha condições de bancar, logo imaginei que não iria conseguir seguir esse sonho. Minha mãe me ajudou e vendemos todos os os meus brinquedos e roupas que não usava mais para juntar dinheiro para comprar uma bike. Pedia dinheiro de presente e assim fui juntando o dinheiro.

omparando o desafio de treinar crianças e adultos, temos diversos diferenciais que podemos citar, mas a maturidade talvez seja o divisor. O adulto, normalmente, já teve diversas experiências no esporte, com treinos e provas. Além do desenvolvimento físico, o adulto, muitas vezes, define seus objetivos pelos seus desejos, e menos por influência de seus treinadores. Porém, independentemente da idade, o treinamento é sempre um desafio para atletas e treinadores.

E essa é a nossa motivação diária para O QUE O TRIATHLON REPRESENTA PARA buscar nossos objetivos, pois antes de VOCE E ATÉ ONDE PENSA EM CHEGAR? sermos atletas, somos pessoas com expectativas, sentimentos, desejos, e O triathlon é o melhor remédio que sonhos. O esporte é apenas a ferraexiste para ansiedade, e diversos menta para vivenciarmos tudo isso! problemas da vida, durante o treino, parece que tudo desaparece e só a sensação de liberdade permanece, na realidade não consigo descrever a sensação, acredito que seja única, de pessoa para pessoa. O triathlon me trouxe muitos amigos, pessoas muito importantes para mim. Espero alcançar o maior lugar no pódio e quem sabe até participar de Olímpiadas. Quero sair do país através do esporte e tentar uma carreira lá fora.

“Como junta três esportes que eles estão acostumados a praticar, mesmo sem técnica, a adaptação da criança é excelente. Entre os benefícios da prática, o desenvolvimento da coordenação, capacidade aeróbia, concentração e disciplina. A criança desenvolve todas as capacidades de uma modalidade de competição”, diz Lucas Vilhena.


No natal de 2018 minha madrinha me deu uma carta escrita“vale uma bike” e me deu o resto do dinheiro que faltava para conseguir comprar minha bike de triathlon. Procuramos na internet e encontramos uma bike mato grosso. Minha bike chegou no final de janeiro de 2019, fiquei muito feliz e empolgada para competir...


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Em março do mesmo ano iria ter uma prova do K10 sport, comecei os preparatórios para a tão esperada competição. Tive muito incentivo do meu técnico e da Sumaya, ciclista profissional, que me ensinou tudo sobre a bike. O grande dia chegou, estava bem nervosa e com medo de não conseguir concluir a prova, a natação foi ótima, saí entre os primeiros, a bike não foi tão boa pela minha pouca experiência, mas recebi ajuda de muitas pessoas durante o caminho, a corrida foi a parte mais difícil, já estava cansada, mas saber que tinha pessoas me esperando e torcendo por mim me deu forças para continuar.

ara o médico do esporte, Dr. Vinicius Sobreiro, a atividade incentiva o espírito de grupo, liderança, capacidade de lidar com derrotas e a competitividade saudável. “O próprio revezamento de atividades ajuda no desenvolvimento de grupos musculares diferentes, evitando um estresse maior em um grupo especifico de músculo/articulação”, detalha.

FALA UM POUCO DA SUA CARGA SEMANAL DE TREINOS E ALIMENTAÇÃO? Treino todos os dias da semana, as vezes tenho o domingo livre, mas as vezes treino de domingo a domingo. Geralmente tenho natação e corrida segunda, quarta e sexta e bike terça e quinta, sendo que sábado tenho simulado ou um treino mais longo, e domingo uma corrida ou natação. Tenho acompanhamento nutricional, mas confesso que é difícil de seguir as quantidades necessárias, eu não sinto tanta fome, mas preciso ingerir em média 3000 calorias, já que perco 1000 em repouso.

Nessa prova havia uma grande assessoria LV triathlon do Lucas Vilhena que viu em mim uma grande oportunidade de crescer e atingir vários sonhos. Fui visitar a assessoria e me surpreendi ao ver que pessoas que me ajudaram durante a prova faziam parte da equipe. O Lucas me convidou para a equipe, sempre me apoia, e é praticamente um pai para mim, sempre se preocupa com minha saúde, e sempre fala “você já fez a lição de casa, então vai e se divirta!”. No final de 2019 participei do meu primeiro triathlon brasileiro em Florianópolis, fui campeã na minha categoria, participei também de competições paulistas onde consegui 2 lugar. Consegui alguns parceiros que me apoiam e me ajudam até hoje. sem eles não conseguiria alcançar meus objetivos.


GOSTA DE FAZER O QUE QUANDO NÃO ESTÁ TREINANDO?

Gosto de ficar com minha família, acho que não tem nada mais importante do que a família, temos que aproveitar enquanto dá tempo, infelizmente a vida é um sopro, mas eu gosto bastante de ler e brincar com a minha cachorrinha.


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treinamento físico na adolescência requer atenção, já que é uma fase de transição, que envolve mudanças tanto físicas, como cognitivas e psicossociais. Vinicius afirma que as crianças em fase de crescimento podem praticar o triathlon de maneira saudável, desde que se leve em consideração o desenvolvimento musculoesquelético e psicossocial normal para a idade. Dos três esportes a corrida é o que mais pode gerar alterações ou patologias do ponto de vista ortopédico, mas somente em casos de excesso.

“Um overtraining desta atividade pode gerar inflamação na inserção de alguns tendões dos membros inferiores, principalmente no joelho e no tornozelo ou pé. Quando a criança referir qualquer tipo de dor ou limitação nas articulações, um ortopedista da área de E sportes deve ser procurado, para evitar que lesões possam atrapalhar o desenvolvimento musculoesquelético natural dela”.

Em 2020 comecei a representar a cidade se São José dos Campos através da LIF (lei do incentivo fiscal) tenho muito orgulho de representar minha cidade. pai para mim, sempre se preocupa com minha cidade.

Em 2020 comecei as competições, porém a pandemia parou o mundo, fiquei um mês sem treinar, mas meu corpo sentiu falta do esporte. Como não podia treinar com toda a equipe meu pai começou a treinar comigo e praticamente virou um triatleta também! Ele corre, pedala e nada comigo. Esse ano esta um pouco difícil, estou no primeiro ano do ensino médio e faço técnico em administração, tenho dois dias de aula integral e a rotina de treino com escola está bem puxada! Se deus quiser vamos voltar para as competições e espero corresponder às expectativas de todos que me apoiam e torcem por mim.

DEIXA UMA MENSAGEM PARA QUEM ESTÁ COMEÇANDO NO ESPORTE!

Eu sei que parece difícil, e eu não vou mentir, realmente é muito difícil, precisa dedicar tempo, muitas vezes deixar de fazer alguma coisa para treinar, deixar de comer certos alimentos, precisa se esforçar, se dedicar, mas todo o esforço, toda dedicação, todo “sofrimento” vale a pena quando você gosta do que faz, a sensação de cruzar a linha de chegada é inexplicável. Praticar esporte faz muito bem pra saúde física e mental.


@tamye.fagundes


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Gravity 3/2mm Back Zip Full Wetsuit Opção perfeita para os triatletas que procuram isolamento térmico, flutuação e liberdade nas mangas. Menos recortes reduzem o atrito e incrementam a velocidade. Também possiu zíper PK emborrachado nas costas brindando maior vedação. 3mm 19° a 23°

Desenhado para maior efetividade nos movimentos, a roupa traz maior flexibilidade para os braços e flutuação no quadril, equilibrando a elevação da postura do nadador. Vedação completa e rápida no despir. Pernas curtas e mangas com recorte em duplo nylon “quick release panels” para uma transição rápida e sem rasgaduras. Gola com fechamento Velcro


Giro de Notícias IronMan 70.3 Flórida O Ironman 70.3 Flórida reuniu um start list de alto níve, com a participação de 3 brasileiros na categoria profissional. No masculino o belga Bart Arnouts fez uma prova de recuperação impressionante, tirando um déficit de 3min na natação, onde saiu na 19ª posição, entregando a bike na 3º posição, com a segunda melhor parcial do dia. Com um meia maratona em 1h13, assumiu a ponta no km 17, rumo a vitória, ultrapassando o alemão Andres Drietz que acabou sendo ultrapassado também por Matt Hanson, a melhor parcial de corrida do dia, em 1h10.

ENTRE OS BRASILEIROS, O GOIÂNO SANTIAGO ASCENÇO FOI O MELHOR, CHEGANDO NA 7ª COLOCAÇÃO, O PAULISTA FERNANDO TOLDI, DEPOIS DE UMA BOA NATAÇÃO E UM PNEU FURADO, ACABOU NA 11ª COLOCAÇÃO. OUTRO BRASILEIRO NA PROVA,

IGOR AMORELLI, ABANDONOU NO FINAL DO CICLISMO E NÃO SAIU PARA CORRER. Na elite feminina a inglesa Emma Pallant fez grande prova vencendo de ponta a ponta com um combo swim-bike assombroso, abrindo grande diferença para a concorrência. Na corrida, Emma marcou a segunda melhor parcial do dia, 01:26:36, e não foi incomodada em nenhum momento. Quem acabou sofrendo bastante nesta etapa foi Heather Jackson. Seu rendimento foi caindo bastante na meia-maratona enquanto Lesley Smith vinha “babando” de atrás. No km 14, Lesley ultrapassou Heather e assumiu a segunda posição. A distância para a 4ª colocada era muito grande, o que permitiu que Heather não tivesse que se preocupar com novas ultrapassagens, fechando o pódio da prova.


IronMan 70.3 Texas Talvez um dos start lists mais fortes de uma prova sem premiação alta ou que valesse como título regional ou mundial. No masculino todos os olhos estavam, em Lionel Sanders. Favorito na maioria das provas que larga, o canadense mostrou estar em excelente forma e venceu mais um 70.3. Ben Kanute liderou a natação saindo 15 segundos na frente, com a parcial de 24:59. André Lopes fez uma excelente parcial, saindo na sexta posição, 37 segundos atrás de Ben. Sanders saiu 1:37 atrás do líder, com alguns ciclistas fortes no mesmo grupo, como Andreas Dreitz. No ciclismo, Sanders começou a sua corrida de recuperação e se utilizou da força do grupo para começar a tirar a diferença para o líder. No km 45, a distância já estava em 45 segundos e o trem vinha embalado com Sanders, Herbst e Dreitz. Já no km 70, o bonde colou no líder e ficaram trocando posições. Um atleta que ficou “escondido” a maior parte desta metade da prova foi Sam Long. Ele saiu mais de 3 minutos atrás na natação mas vinha fazendo um pedal avassalador e já era o quinto colocado com apenas 30segs de diferença para

este grupo. E Sam estava pedalando sozinho o tempo todo. O pedal de Sam foi tão forte que ele passou o grupo todo e finalizou o ciclismo com a melhor parcial do dia com 1:59:58 (1:41 mais forte que o segundo melhor pedal do dia, que foi de Dreitz). A dúvida era: e será que o Sam Long guardou energia para a corrida? Bom, ele e Sanders saíram juntos pra correr e o canadense assumiu a liderança mas não conseguiu abrir muita diferença para o norte-americano. A situação só ficou confortável para Sanders depois da metade da corrida onde a diferença de mais de 40 segundos dificilmente seria tirada. Com a primeira posição garantida, a grande disputa ficou entre a 2ª e 3ª posições: Ben Kanute, que saiu 20 segundos atrás na bike, vinha correndo forte e foi tirando a diferença para Sam. Na parcial dos 20,4km, Sam estava apenas 6 segundos na frente. E Ben Kanute apertou ainda mais o passo e conseguiu fazer a ultrapassagem nos metros finais, assegurando o 2º lugar. Matt Hanson fez a melhor corrida do dia, 1:09:16, 3:17 de pace e ficou a 9 segs do pódio. André Lopes teve cãibras no adutor e abandonou a prova na T2.


Muitos nomes importantes também no feminino. Lauren Brandon puxou a natação e conseguiu abrir uma diferença de 40 segundos para outras duas exímias nadadoras: Rachel Olson e Pâmella Oliveira. Mas a liderança não durou muito tempo porque a brasileira começou a botar pressão nos pedais e assumiu a 1ª posição na primeira parcial da bike (20km), 14 segs à frente de Brandon. Na metade do pedal, Kimberley Morrison assumiu a liderança e começou a abrir vantagem para as demais competidoras. Ela fechou os 90km com a melhor parcial do dia, 2:15:58, saindo pra correr com 1:44

de vantagem. Pamella finalizou a bike na sexta posição, a 5:41 da líder. Mas na corrida, as posições mudaram bastante. No km 10, Skye Moench assumiu a primeira posição e Sophie Watts já era a terceira colocada. Lá atrás, Jeanni Metzler que saiu com um déficit de 8:40 da bike e já era a 6ª colocada, a 4 minutos da líder. No km 13, Sophie Watts assumiu a 2ª e não reduziu: no km 20, a atleta conquistou mais uma posição e fechou o dia com a melhor parcial de corrida: 1:15:27, 3:35 de pace. Pâmella Oliveira ficou na 6ª posição!


World Triathlon lança novo formato de provas A World Triathlon Championship Series programada para começar em Yokohama, no Japão, em 15 de maio, confirmou a estreia de um novo formato para a WTCS Montreal: o Eliminator. O novo formato ocorre ao longo de dois dias e em um percurso de super-sprint: 300m de natação, 6km de ciclismo e 1.5km de corrida. A prova de Montreal terá 60 atletas sorteados em duas eliminatórias no primeiro dia. Os dez primeiros de cada bateria irão progredir para o dia seguinte, junto com mais dez classificados na repescagem, montando 30 atletas para a grande final no dia seguinte. Todos os 30 atletas classificados para a rodada final se alinharão no segundo dia para lutar pelo ouro em mais três provas eliminatórias super sprints. No final da primeira bateria com 30 atletas, os dez últimos serão eliminados. No final da segunda, mais 10 serão eliminados, restando ao fim, apenas 10 atletas que disputarão o ouro em uma final dramática. Após sua estreia no Canadá, o Eliminator também será o formato para as competições de elite masculina e feminina no WTCS Bermuda em outubro deste ano.


Alistair Brownlee lança livro “Relentless” Desde os 10 anos de idade, Alistair Brownlee ficou obcecado em ser o melhor, e não apenas em melhorar seu desempenho esportivo em suas três disciplinas especializadas do triathlon: natação, ciclismo e corrida, mas também em entender como um vencedor se torna um campeão dominante. Ganhar ouro em Jogos Olímpicos consecutivos apenas reforçou essa necessidade e desejo. Nos últimos 4 anos, Alistair tem estado em uma jornada para aprender com os melhores, conversando com figuras de elite em vários esportes – incluindo Chris Froome, Ronnie O’Sullivan, Paula Radcliffe, Ian Poulter, Mark Webber, Adam Peaty, Michael Johnson e Ian Thorpe – e com os principais pensadores e cientistas, para entender o que permitiu a esses indivíduos notáveis ​​chegar ao topo e empurrar os limites da capacidade humana em sua busca implacável de perfeição. Alistair usa essas entrevistas fascinantes, junto com uma extensa pesquisa, para explorar uma variedade de esportes e ambientes – atletismo, ciclismo, futebol, rúgbi, corridas de cavalos, hóquei, críquete, golfe, automobilismo, sinuca e ultra-running – para revelar como talento sozinho nunca é o suficiente e como o trabalho árduo, a dor, a pressão, o estresse, o risco, o foco, o sacrifício, a inovação, a reinvenção, a paixão, a crueldade, a sorte e até o fracasso podem desempenhar um papel crucial no aprimoramento de uma mentalidade vencedora e alcançar o sucesso sustentado.


Challenge Gran Canária (70.3) O Challenge Gran Canária, prova de meia distância, abriu o calendário Europeu. O embate mais esperado do dia era entre os alemães Jan Frodeno e Patrick Lange. Frodeno mais uma vez confirmou o favoritismo e Lange perdeu o seu lugar no pódio nos kms finais da prova. Já no feminino, Nicola Spirig era a favorita e não teve dificuldades para ganhar a prova, mesmo dizendo que era apenas uma prova-treino para ela. Às 8 da manhã na Espanha, os homens largaram. Como esperado, Frodeno saiu da água no grupo da frente, formado por 9 atletas. Neste grupo estavam também Pablo Dapena e Nick Castelein (companheiro de treino de Frodeno). Patrick lange saiu 40 segundos atrás. Andrea Salvisberg fez a melhor parcial da natação com 21:43. Com pouco mais de 30km percorridos, o grupo já tinha se reduzido para 5 atletas, abrindo mais de 1 minuto para o 6º colocado, Lange. Esse grupo se manteve unido até o final do pedal ganhando a companhia de Andi Boecher, que fez muita força e conseguiu colar nos líderes. Ao final do pedal, Lange saiu para correr em 8º, 1 minuto atrás dos líderes, acompanhado de outro Alemão, Nils Frommhold e de Nick Castelein.

Frodeno rapidamente deixou seus adversários para trás e assumiu, desta vez sozinho, a liderança da prova. Aos poucos, o gap para o segundo colocado foi aumentando. Pablo Dapena vinha muito forte na segunda posição, mas sabia que Lange viria forte. Castelein, apesar de ter perdido o grupo principal no pedal, saiu para correr com um bom pacer e não largou de Lange. A dupla foi ultrapassando todos os adversários até chegar em Dapena. A conta chegou para Lange 2kms depois: ele não conseguiu manter o pace e a Dapena e Nick o ultrapassaram no km 15. Nick resolveu atacar e assumiu a vice-liderança na prova. Mas o espanhol Dapena ainda tinha forças guardadas e contra-atacou, tomando a posição no km 20 e finalizando a prova em segundo lugar. Nick chegou 12 segundos depois. Lange foi o 4º colocado. Na chegada, Frodeno desabou. Em entrevista ele disse que estava muito cansado no final e considerou muito caminhar nos kms finais. O que parecia ser uma vitória tranquila, na verdade, foi um esforço hercúleo do campeão.


Frodeno imbatível no Challenge Gran Canária


Challenge Cancún (70.3) Um grupo com 3 atletas saiu da água juntos, Javier Gomez entre eles. Victor Benages fez a melhor parcial do dia, 24:44. Andy Potts, saiu 30 segundos atrás. Mas quem esperava que Javier fosse assumir a liderança logo depois, se enganou. Potts, não queria deixar pra definir as coisas na corrida e rapidamente pulou para a frente e começou a abrir uma diferença. No km 16, a diferença era de 1 minuto. Porém, a sorte não estava com Potts que teve um problema mecânico logo depois e Javier assumiu a ponta. Potts conseguiu resolver o problema e voltou para a prova, começando a caça aos líderes. No km 50, A diferença era de 40segs e caía a cada quilômetro. No km 67, Potts tinha ultrapassado Gomez e colocado 30 segundos de vantagem. Outro atleta que vinha crescendo era Ruedi Wild, que vinha na quarta posição mas estava encostando. Gomez apertou os pedais para chegar junto de Potts na T2, que cruzou em primeiro, 3 segundos à frente do Espanhol. A melhor parcial de pedal do dia foi do austríaco Michael Weiss, com 2:01:06. Já no começo da corrida, Javier imprimiu um ritmo forte e não olhou mais pra trás. Ruedi Wild, que chegou na T2 quase 3 minutos depois dos líderes, começou a tirar

a diferença e, no primeiro terço da prova, a diferença era de 2 minutos. No km 14, Ruedi colou em Potts e os atletas correram juntos por alguns kms. A distância para o 4º colocado era bastante confortável então o pódio seria definido entre os dois atletas. Com a segunda melhor meia maratona do dia, Ruedi conseguiu abrir distância para Potts e cruzou a linha em 2º. 36 segundos depois, Potts, em uma grande performance, fechou em 3º. Javier Gomez fez a melhor meia-maratona do dia com 1:14:40. Nenhum dos brasileiros inscritos largou na prova. Um field bem enxuto e sem grandes estrelas marcou a prova feminina. A favorita era Anneke Jenkins, neozelandesa e casada com Javier Gomez. A melhor parcial profissional do dia foi de Palmira Alvarez, que fez 02:23:03, chegando na T2 na 4ª posição. A caça à líder acabou já no primeiro km: Anneke abandonou a prova porque está com uma lesão no pé. Romina Palacio aproveitou a chance e rapidamente abriu vantagem para Annie Kelly, que passava dos 3 minutos. O gap para a 3ª colocada era ainda mais tranquilo: 6 minutos. A posição das atletas permaneceu inalterada até o final e Romina fez a parcial mais forte, de 1:31:23.


IronMan 70.3 St George Que prova! Mais de 100 atletas profissionais largando no local onde ocorrerá o mundial de 70.3 em Setembro, com um start list fantástico e uma batalha épica pelo título masculino. E tudo isso com transmissão ao vivo pelo Ironman Now. Sempre que Lionel Sanders, e agora Sam Long, estão na prova, já sabemos o enredo: vão sair no segundo/terceiro grupo da natação, vão fazer um pedal avassalador colando nas primeiras posições e, na corrida, vão ditar o ritmo. Foi mais ou menos isso que aconteceu mas como muito mais emoção, ataques e ultrapassagens. Na natação, um grande grupo se formou e 15 atletas saíram da água juntos, com o australiano Sam Appleton puxando o grupo e fazendo a melhor natação do dia, 23:09. Rudy Von Berg estava nesse grupo também. Os grandes ciclistas, Sanders e Dreitz, por exemplo. saíram em um terceiro grupo, entre 1:30/1:50 de defasagem para os líderes. Rudy Von Berg assumiu a liderança do pedal já no começo e começou a puxar o ritmo. O norte-americano é um exímio ciclista e gosta de percursos duros. Magnus Ditlev aproveitou o ritmo imposto por Rudy e foi junto. Lá atrás, Lionel Sanders e Sam Long, que a semana inteira falaram sobre trabalhar juntos para tirar o déficit no ciclismo,

começaram a acelerar e a ganhar posições. O grupo vinha com Andrea Dreitiz, Sanders, Long, entre outros, com um total de 8 atletas. Esse grupo se revezava na liderança e tirava a diferença que aumentava a cada parcial. Von Berg e Ditlev também não deixar o ritmo cair. Ditlev ainda fez um esforço na última parcial do pedal e abriu uma diferença de 43segs para Von Berg e incríveis 2:53 para Sam Long, fechando com 2:01:26, melhor parcial do dia. Na saída da corrida, Ditlev estava bem travado e Von Berg parecia mais inteiro. Mas o dinamarquês foi se mantendo firme na liderança esperando a hora que Long e Sanders fossem alcançá-lo. A dupla tirou mais de 1 minuto já no km 4 e era questão de tempo que assumissem a liderança. Mas a dupla acabou carregando um outro atleta com eles, Daniel Baekkegard, outro dinamarquês. Quando o trio alcançou Ditlev, ele não se entregou e começaram a correr juntos, alternando a liderança e proporcionaram uma batalha épica! Depois de um tempo nessa batalha, a dupla Sanders e Long enfim se separou do grupo e começou uma segunda disputa sensacional. Sanders, que é um dos atletas que mais sabe sofrer, conseguiu achar mais uma marcha e atacou Sam


faltando pouco menos de 2kms para acabar a prova e venceu. Sam Long chegou 5 segundos depois e Magnus Ditlev, que fez uma provação também, chegou em 3º. Sanders e Sam Long empataram com a melhor parcial de corrida do dia: 1:11:04, 3:22 de pace médio!

e Emma saiu para correr em 2º, seguida por Skye Moench, Jeanni Metzler. A grande questão era: Jeanni Metzler conseguiria tirar a diferença de 7 minutos para a líder? Com 4km de prova, a diferença tinha caído quase 1 minuto e animou os telespectadores.

Assim que chegaram, Sanders e Long se abraçaram! Uma cena que demonstrou o que significou aquele momento, aquela vitória, aquela batalha e o que é o esporte!

Com 9km, Jeanni ultrapassou Emma Pallant e assumiu a 2ª posição e a diferença para Ryf já era de 4 minutos. A diferença caiu mais um pouco até a metade da corrida, chegando a 3:30 mas Metzler não conseguiu segurar o ritmo forte e Ryf foi administrando a diferença.

O brasileiro André Lopes fez uma boa natação mas perdeu um pouco de tempo no pedal em relação aos top 20 e finalizou a prova na 24º posição, com 3:59:19. No feminino o show foi da Daniela Ryf. Na natação, Haley Chura atacou o grupo e saiu isolada na frente, com a parcial de 23:51, 53 segundo à frente do grupo perseguidor com Ryf, Jeanni Metzler, Paula Findlay e Pâmella Oliveira. Holly Lawrence saiu um pouco depois com 1:37 de diferença para a líder.

Com 4 minutos de vantagem, Daniela Ryf cruzou a linha de chegada mostrando que a velha forma voltou. A brasileira Pâmella Oliveira, vinha bem no pedal mas começou a fazer muita força pra não deixar o ritmo cair (ela foi perceber depois que o pneu começou a esvaziar). Ao sair pra correr, o esforço extra foi sentido e ela começou a caminhar na corrida.

No ciclismo, Daniela mostrou o porque é uma das melhores atletas da históComo ela vai largar em Tulsa daqui a 3 ria do triathlon. A Suíça fez a parcial de semanas, preferiu abandonar a prova e se 2:14:12, 5 minutos mais rápida que a recuperar para o full. segunda melhor parcial, de Emma Pallant. Já que a disputa pelo 1º lugar não existia, as atletas vinha trocando posições atrás e


Sanders, Kanute e Long lado a lado no IronMan ST George


Daniela Ryf domina IronMan ST George


Meditação no esporte

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meditação consiste em uma prática milenar de origem oriental, com inserções filosóficas na ioga e no budismo, e seus múltiplos significados variam conforme a técnica abordada. Sua ocidentalização ocorreu no final da década de 1950, com um importante polo difusor em São Francisco (EUA) e a seguir na Inglaterra, chegando ao Brasil na década seguinte, na esteira dos movimentos de contracultura, na qual esteve associada a práticas místicas e à busca de espiritualidade. O contato do médico Robert Keith Wallace com aScience of Creative Intelligence (SCI), a ciência da consciência preconizada por Maharishi Mahesh Yogi, motivou-o a realizar a primeira pesquisa sobre o tema com controle dos parâmetros fisiológicos, apresentada na Universidade da Califórnia em 1970 como tese de doutorado, intitulada Os efeitos fisiológicos da meditação transcendental: uma proposição do quarto maior estado de consciência.

Esta pesquisa sugeriu a existência de um novo estado de consciência, responsável por alterações como aumento da resistência galvânica da pele, aumento da intensidade de ondas alfa lentas e atividade ocasional de ondas teta, o que veio a demarcar o campo da Fisiologia da Meditação No âmbito esportivo, o alto rendimento compreende as atividades fundamentadas em níveis elevados de competitividade, o que demanda uma estrutura institucional diferenciada em relação a outras manifestações esportivas. Partindo desse exposto, a eficácia do alto rendimento requer uma interação de cinco capacidades: físicas, técnicas, táticas, biotipológicas e socioambientais.

TÉCNICAS DE MEDITAÇÃO NÃO SÃO NOVIDADES NO ESPORTE, PORÉM, DE ALGUNS ANOS PARA CÁ, SE TORNARAM ALIADAS DAS PRÁTICAS PARA TURBINAR O RENDIMENTO ESPORTIVO.


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Existe uma ampla gama de pesquisas em saúde, neurociências, psicologia, medicina, educação e outras disciplinas correlacionando os ganhos dos praticantes de meditação para a qualidade de vida, redução de estresse e ansiedade, aumento da imunidade, melhora da aprendizagem e nível de concentração entre outros aspectos. Esses conhecimentos também foram influenciam as Ciências do Esporte com mais ênfase a partir dos anos 90.

Existe diversos tipos de meditação, mas, em pesquisas médicas, duas classes são mais estudadas: a concentração e a chamada meditação mindfulness. Mindfulness, um nome para o qual não há tradução fiel em português (alguns autores usam a expressão atenção plena), é baseada em técnicas budistas e define-se como uma forma especifica de atenção – concentração no momento atual, de modo intencional e sem julgamento.

Mas claro que em tempos de escolhas, agendas apertadas, falta de tempo, saber o que priorizar e o porque da escolha, é fundamental. Então, por que será que esta técnica milenar está cada vez mais sendo procurada e utilizada por atletas? Essas pessoas buscam resultados diferentes, querem se destacar dos demais e sabem que para isso precisam agir de forma diferente.

Significa estar plenamente em contato com a vivência do momento, sem estar absorvido por ela e sem qualquer crítica ou juízo de valor. Prestar atenção parece simples, pode-se pensar que estamos sempre prestando atenção, mas, na verdade, damos pouquíssima atenção ao que está acontecendo em nossa experiência presente.

“Embora atualmente a meditação seja ensinada separadamente do yôga, especialmente as meditações budistas, é importante lembrar que esse conjunto de diferentes técnicas contemplativas nasceu a partir da prática do yoga e sempre fez parte deste. Na verdade, a meditação é o pináculo do yôga e a técnica mais importante de todas”.

A mente humana está constantemente alternando entre o passado e o futuro, e, como um pêndulo, passa pelo momento presente rapidamente, apenas o suficiente para garantir nossa sobrevivência. Isso não quer dizer que tenhamos de remover toda a nossa sensibilidade à variedade completa de experiência e viver em uma espécie de eterno presente.


MAS, PARA QUE POSSAMOS IR ALÉM DOS HÁBITOS ENRAIZADOS DE NOSSA MENTE, PARA QUE POSSAMOS NOS LIBERTAR DE ALGUMAS DISTORÇÕES E CONFUSÕES AS QUAIS ESTAMOS CONSTANTEMENTE SUBMETIDOS, É PRECISO TREINAR NOSSA MENTE PARA OBSERVARMOS ATENTA E DELIBERADAMENTE OS PROCESSOS PELOS QUAIS CONSTRUÍMOS A EXPERIÊNCIA DO PASSADO E DO FUTURO NO MOMENTO PRESENTE. E ISSO É BASICAMENTE A PRÁTICA DE MINDFULNESS. 1- Foco mental: A meditação lhe proporciona uma concentração poderosa para manter o foco nos treinos, nas tarefas e naquilo que mais importa, gerando maior qualidade em suas atividades e aniquilando a procrastinação.

2- Gestão das emoções: Faz com que entenda melhor suas emoções e assim é capaz de geri-las, desenvolvendo uma poderosa inteligência emocional, uma habilidade altamente valorizada nos esportes e no mundo corporativo. 3- Redução do estresse: Ajuda a reduzir as inconstâncias do pensamento, possibilitando gerenciar seu estresse em níveis adequados a uma vida de qualidade e altamente produtiva, transformando a energia de estresse em resultado. 4- Clareza mental: Possibilita que desenvolva seu potencial, ganhando mais clareza para tomar melhores decisões, seja no treino, nas provas ou em qualquer área de sua vida.


5- Aumento da consciência: A consciência sobre tudo o que faz será aumentada e isso permitirá que esteja mais presente e atento em todos os momentos da vida, especialmente nos mais importantes e que realmente importam. Você saberá como seleciona-los. 6- Domínio das intuições: Ao dominar suas intuições e aplicá-las em sua vida, passará a fazer escolhas mais assertivas. Todo momento você está fazendo escolhas que afetam sua vida, seja nos esportes, relacionamentos, saúde, trabalho. E isso irá impactar, finalmente, na sua felicidade. 7- Utilização da potência: Com mais consciência sobre seus comportamentos e emoções, você poderá reformular suas escolhas e atuar com todo o potencial em direção às suas aspirações. Isso resulta em melhora esportiva, profissional e pessoal.


“EU ME DEI CONTA DE QUANTA ENERGIA NEGATIVA ENVIAVA PARA O MEU CÉREBRO. ASSIM QUE CONSEGUI FOCAR EM RETROCEDER UM POUCO E ANALISAR MEUS PENSAMENTOS OBJETIVAMENTE, EU VI CLARAMENTE: UMA QUANTIDADE MACIÇA DE EMOÇÕES NEGATIVAS. INSEGURANÇA, RAIVA, PREOCUPAÇÕES COM A VIDA E A MINHA FAMÍLIA. MEDO DE NÃO SER BOM O BASTANTE. QUE TALVEZ MEU TREINAMENTO E STIVESSE ERRADO. QUE MINHA ESTRATÉGIA PARA A PRÓXIMA PARTIDA ESTAVA ERRADA. QUE EU ESTAVA PERDENDO TEMPO, DESPERDIÇANDO POTENCIAL”. (RELATO DO TENISTA

1- Sente-se com a coluna ereta, os ombros relaxados e o queixo esticado, ‘como se apoiando o céu com a cabeça’. Feche os olhos. 2- Acompanhe a respiração com a mente enquanto é movida para dentro e para fora como uma porta de vaivém. Leve sua consciência para as mudanças nos padrões das sensações físicas na barriga, à medida que o ar entra e sai, da mesma maneira de quando você estava deitada. Não há necessidade de tentar controlar a respiração, simplesmente deixe seu corpo respire sozinho. 3- Não tente deter o pensamento. Se algum pensamento irromper, deixe-o fluir e depois volte a prestar atenção na respiração. A ideia não é tentar controlar a mente, e sim deixar que


Não se preocupe, é perfeitamente normal. Essa é a natureza da mente, isso é exatamente o que ela faz, não é nenhum erro ou fracasso. A divagação da mente ocorrera algumas vezes. A cada vez, perceba onde ela esteve e traga sua atenção de volta a respiração. Com a prática os pensamentos passam a flutuar como nuvens que se dissipam e perdem o poder de dominar a consciência. 4- Se possível pratique todo dia durante apenas entre 10 e 15 minutos. Infelizmente, não existe um botão em nós que liga o modo “meditação”. Apesar de ser uma jornada particular ao nosso próprio interior, é preciso treino para atingir esse estágio. A boa notícia: Mark Willians, psicólogo britânico especialista em mindfulness, garante que pessoas que meditam regularmente, além de serem mais felizes e satisfeitas, têm seus vigores físico e mental expandidos graças à prática.

Analisamos a seguir algumas linhas conhecidas de meditação, identificando como cada uma delas pode ser útil ao seu esporte. Especialistas defendem que um programa de meditação de oito semanas com práticas diárias entre 3 e 30 minutos vai permiti-lo colher bons frutos de uma mudança pessoal. Você pode tornar-se, inclusive, uma pessoa que desiste menos facilmente. O mindfulness também tem sua prática inicial atrelada a orientações como sentar-se na postura ereta em uma cadeira e ficar atento à própria respiração, até que a mente descanse naturalmente. Esse é só o primeiro passo para você começar a meditar enquanto corre, pedala, nada...

PROCURAR CENTROS DE MEDITAÇÃO EM GRUPO, AUXÍLIO COM PROFESSORES OU INICIAR A PRÁTICA COM VÍDEOS DE MEDITAÇÃO GUIADA NA INTERNET SÃO BOAS OPÇÕES PARA AJUDAR A DESENVOLVER A TÉCNICA MAIS FACILMENTE.



CAROLINA DE PAULA Nutricionista

@clinica_emagrecimento

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O poder da Rapadura

fabricação da rapadura iniciou-se nas ilhas Canárias, como uma solução prática de transporte de alimentos que resistia durante meses às mudanças atmosféricas, visto que o açúcar ficava úmido e com aspecto melado. A rapadura é feita a partir do caldo da cana e seu processo de fabricação é praticamente todo artesanal, tendo um custo de produção mais elevado que o açúcar. Porém é mais nutritivo, além de não conter qualquer aditivo químico. É a versão integral do açúcar. Sua utilidade é extensa e varia de acordo com os hábitos culturais de cada região onde é utilizada. No Brasil, é utilizada em substituição ao açúcar, como sobremesa e principalmente como complemento na alimentação de populações mais carentes (adicionada nas cestas básicas e na merenda escolar da região Nordeste).

Também pode ser utilizada como medicamento e como ingrediente de drinks e molhos. Para os atletas, principalmente os de endurance que precisam de uma maior quantidade de energia, é uma ótima opção. Além de a rapadura fornecer energia, ainda fornece vitaminas e minerais, tendo vantagem sobre as outras fontes de açúcar consumidas por muitos atletas. Um exemplo é a maltodextrina, um suplemento muito utilizado, mas que só fornece carboidratos (açúcar). Enquanto o açúcar refinado é feito exclusivamente de sacarose, a rapadura possui excelentes propriedades nutricionais. Por ser um alimento de alto índice glicêmico, eu não recomendo seu uso antes dos treinos. O ideal é consumir durante e após os treinos.


CHIA

AVEIA

100 GRAMAS DESSE DOCE FORNECEM: 312 KCAL 75G DE CARBOIDRATO 70MG DE CÁLCIO 55MG DE FÓSFORO 12MG DE POTÁSSIO 80MG DE MAGNÉSIO 7MG DE VITAMINA C


Ao ser consumido antes do treino (1 hora), pode provocar a hipoglicemia de rebote (que é causada quando ocorre um pico muito alto de glicemia). DICA DA NUTRI Pegue 50g de rapadura e coloque em uma garrafa de 500 ml de água. Deixe dissolver durante a noite na geladeira. De manhã cedo acrescente uma pitada (pontinha da faca) de bicarbonato de sódio, mais uma pitada de sal e por fim espremer um limão pequeno. Está pronta a deliciosa e poderosa bebida para provas e treinos de endurance!

“Por ser uma grande fonte de carboidrato, pode ser utilizado com a finalidade de fornecer ou repor a energia de atletas principalmente os de longa duração”, explica a nutricionista. Quando utilizada em maratonas ou em provas mais demoradas, a rapadura pode, sim, substituir ou alternar com o famoso gel de carboidrato, sendo uma opção mais barata e de fácil acesso. Já em relação à quantidade que deve ser ingerida por cada atleta, Carol comenta que a quantidade varia de

varia de acordo com as necessidades nutricionais de cada pessoa.

“POR SER UM CARBOIDRATO SIMPLES, O MELHOR MOMENTO PARA SE CONSUMIR É ANTES OU DURANTE O EXERCÍCIO, FORNECENDO ENERGIA PARA CONSEGUIR TER UM BOM TREINO OU COMPETIÇÃO. MAS VALE O ALERTA, PARA PESSOAS DIABÉTICAS, O CUIDADO DEVE SER REDOBRADO COM RELAÇÃO AO USO E QUANTIDADE CONSUMIDA, DEVIDO AO À ALTA CONCENTRAÇÃO DE AÇÚCAR”.


Sem cirurgia e sem necessidade de anestesia, a Terapia por Ondas de Choque reduz drasticamente as dores musculares, estimulando a formação de vasos sanguíneos e o aumento da circulação na área aplicada. Isso faz com que a recuperação seja mais rápida! As principais indicações do tratamento incluem lesões esportivas, tendinopatias do ombro e calcanhar, epicondilites lateral e medial, fascíte plantar e outras dores crônicas. VENHA CONHECER, AGENDE JÁ SUA SESSÃO NA EQUILIBRARE


Como manter o foco nos seus objetivos

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uando falamos em concentração, estamos falando de comportamento. Um atleta está concentrado quando focaliza sua atenção em estímulos relevantes para o desempenho da tarefa. Esses estímulos podem estar no a mbiente (atenção externa) ou no próprio atleta (atenção interna). Outra habilidade importante é a de deslocar a atenção de um estímulo para outro.

Ela pode ser definida como falar para si mesmo, ou pensar em voz alta. Pensar alto é algo que aprendemos a fazer quando crianças, porque nos ajuda a realizar tarefas de forma mais eficiente. A auto-fala é utilizada para direcionar a atenção do atleta para o estímulo adequado. A idéia é que focalizar o pensamento desejado levará a ação desejada.

Para alcançar um bom estado de concentração é importante praticá-la. Não deixe apenas para se concentrar nas competições, pratique isso no treinamento do dia a dia e até mesmo nas atividades rotineiras que não estejam necessariamente ligadas ao esporte.

Outra técnica bastante utilizada é o treinamento mental que é o processo de imaginar-se e sentir-se desempenhando uma atividade. Essa técnica deve envolver todos os sentidos utilizados ao se executar realmente a habilidade que está sendo visualizada.

Quando queremos aprimorar uma habilidade psicológica também precisamos treinar. A literatura da Psicologia do Esporte destaca algumas técnicas para desenvolver a concentração de atletas.

DURANTE UMA SESSÃO DE TREINAMENTO MENTAL É POSSÍVEL ATUAR SOBRE OS SISTEMAS SENSORIAIS, EM QUATRO DIMENSÕES DISTINTAS: VISUAL, CINESTÉSICA, AUDITIVA E EMOCIONAL.

Uma técnica bastante utilizada é a técnica da auto-fala.


Inicialmente o atleta deve utilizar o treinamento mental para habilidades mais simples e depois praticar as mais complexas. Recomenda-se também que a habilidade ou evento imaginado se aproximem do ritmo ou velocidade do desempenho real. É fundamental que os atletas sempre imaginem que estão sendo bem sucedidos.

DIMENSÃO VISUAL Na dimensão visual o atleta imagina-se realizando a ação e pode produzir diferenças na perspectiva (interna e externa), isto significa que além das informações externas, a imaginação visual pela sua característica de colocar a atenção em todos os detalhes possíveis da ação (posição corporal, seqüência motora, etc) pode proporcionar ao praticante informação interna sobre modelos e ação motora.

DIMENSÃO CINESTÉSICA Esta dimensão trata da imaginação da percepção interna que o atleta vivência, antes, durante e depois da ação, e que juntamente com a dimensão visual é a mais utilizada pelos atletas. Os mecanismos proprioceptivos recebem informações importantes dos músculos, ossos e

do sistema responsável pelo equilíbrio e os mecanismos interoceptivos recebem também informações das vísceras.

DIMENSÃO AUDITIVA Durante a execução real das ções motoras, os atletas registram ruídos que ocorrem tanto em si mesmo, como no objeto ou objetos que maneja e n o ambiente desportivo que o rodeia. A utilização da imaginação auditiva, somada às dimensões visual e cinestésica contribui pra o aumento do rendimento dos atletas.

DIMENSÃO EMOCIONAL Por mais que um atleta esteja preparado para uma competição, é impossível deixar de sentir a emoção relacionada ao movimento. A visualização das emoções que podem ocorrer em situações cruciais de uma competição, é uma técnica de imaginação, também utilizada na psicologia clínica chamada de Coping Imagery que significa imaginação pela superação, que pode levar a um melhor controle destes fatores por parte do atleta.


“O QUE SEPARA UM SONHO DE UM OBJETIVO É O FOCO!”


A posição corporal do praticante para a execução do treinamento mental pode ser de três maneiras:

tanto em situação de treino como em competições e, a partir daí, planejar intervenções com essas técnicas.

Deitada - Para que o atleta fique mais acomodado é recomendada a posição deitada em decúbito dorsal, frontal ou, se preferir, na posição lateral.

Para que essas técnicas tenham um resultado melhor, é importante você associa-las: Possua um planejamento bem definido. Para buscar os mais altos níveis no esporte, é necessário muito foco. Faça um planejamento bem definido e realista. Busque ferramentas e meios que possam te auxiliar nessa organização. Planejar é essencial.

Sentada - Esta posição pode facilitar que a execução da técnica realizasse uns momentos antes de entrar em quadra, por exemplo. Em pé - A posição em pé permite ao praticante efetuar o treinamento mental dentro da competição, uns instantes antes que o atleta execute uma ação de grande responsabilidade. As posições corporais dos praticantes de treinamento mental, que são utilizadas durante as sessões, são as que têm sido citadas pela literatura internacional porém, não vem sendo realizadas investigações científicas que possam determinar as possíveis vantagens de uma das posições em relação as demais. As técnicas descritas acima podem ser eficazes para desenvolver a concentração de atletas quando utilizadas adequadamente. É necessário conhecer

Defina comportamentos diários. Liste os comportamentos que você deve seguir diariamente para alcançar seus objetivos traçados. Após essa definição, siga-os à risca, e de forma gradual suba os níveis de exigência. Mantenha a disciplina nos treinos. Muitos atletas com o passar do tempo, acomodam e relaxam nos treinamentos. É necessário manter o foco diário para treinar cada dia como se fosse o último. O treino é o momento ideal para errar e corrigir os erros para as competições. Mantenha sempre o foco e atenção durante todos os treinamentos. Transforme o negativo em positivo: Extraia as coisas boas nos pontos


negativos, jamais abaixe a cabeça. Mesmo nos momentos ruins, você deve se manter focado para dar a volta por cima. Jamais desista dos seus objetivos. Converse com você. Para complementar faça um diálogo interior ou mesmo em voz alta falando o que pensa/deseja como forma de direcionar a atenção através de um estimulo adequado focalizando o pensamento desejado que induzira a ação desejada, por exemplo, fale uma frase simples para aquele movimento em que tenha maior dificuldade. O foco deve estar no momento presente. Evite remoer o passado, erros, derrotas, lesões ou tentar ficar fantasiando o futuro com ideias para se perder ou quando ganhar a partida, assim evitando o desperdício de energia mental. Transforme o Negativo em Positivo. Quando surgirem pensamentos negativos ou derrotistas busque transformá-los em pensamentos e afirmações produtivas focadas no presente. Como tudo no esporte envolve treinamento, com o fator psicológico não seria diferente, inclua sessões na sua semana e veja os resultados!



TERIA ALGUM CONSELHO A COMPARTILHAR COM OUTRAS PESSOAS QUE TAMBÉM ESTÃO COM COVID-19 OU JÁ SE RECUPERARAM? Carla Mariolo: “Tenha paciência. Nada de pânico. Tente ver as coisas pelo lado bom: agora, é bem provável que eu esteja imune por uma curta janela de tempo. E também tive a sorte de o meu caso ter sido relativamente leve”. Barbara Koff: “Converse com alguém sobre seus sentimentos e sobre tudo o que está vivendo, não só fisicamente mas emocionalmente, também. Conte com os ouvidos e apoio do seu parceiro ou parceira, de um parente, ou faça terapia”. Toda pessoa saudável, em geral, se sente imbatível. Entretanto, muito antes do novo coronavírus, o que não faltava na vida eram doenças ou contratempos que nos faziam desacelerar. Se você teve que viver a experiência da infecção por Covid-19, de alguma outra doença ou se sofreu lesões, pode ser difícil retomar os treinos e encontrar motivação para prosseguir na jornada fitness. Falando de atletas amadores e esportistas no geral, esta avaliação deve ser individualizada de acordo com a modalidade esportiva, intensidade e frequência de treinamento. Uma avaliação inicial básica consiste em consulta médica bastante abrangente, realização do eletrocardiograma de repouso e exames de sangue.

O retorno à prática esportiva deve ser lento e gradual. Por mais experiente que o atleta seja neste momento deve ser feito um acordo de respeito ao retorno progressivo e seguro a pratica esportiva entre atleta, treinador e médico. Aprenda a ouvir o corpo. É muito importante! Cuidar do corpo significa também inserir dias de descanso na sua rotina de treino. E, nesses tempos de pandemia, doenças ou lesões, sempre é bom dar um carinho especial à alimentação e reforçar o sistema imunológico, além de tentar gerenciar o estresse praticando exercícios físicos com regularidade e segurança! Covid-19 não é brincadeira! Se cuide!


Potência

@ciaathleticasjc


3 COISAS QUE VOCÊ NÃO SABIA SOBRE

Mário Mola

O espanhol de 31 anos é um dos grande nomes espenhois no cenário mundial. Frequentador de podiuns na ITU ele já participou de 2 Olimpiadas (Londres e Rio) e vem forte para Toquio. Conheça um pouco mais sobre o voador espanhol.

Corredor nato

Mário é conhecido por ser um grande corredor, um dos maiores do circuito mundial. No ano passado em uma seletiva para o Campeonato Espanhol de Atletismo, o triatleta fez incríveis 13m44s nos 5000m (pace médio de 2’44min / km. Seu recorde pessoal até hoje.

Perigo na Austrália

Durante uma prova na Gold Coast austaliana em 2011, Mário ao sair da agua pisou acidentalmente em um polvo venenoso, teve que abandonar a prova e correr para o hospital, descreveu a dor como uma imensa queimadura. Mas o susto ficou só isso, logo foi medicado e pode retornar aos treinos.

Rivalidade e amizade com Javier Gomez

Os dois ateltas espenhois são grandes conhecidos no cenário mundial do esporte. O que pouca gente sabe é que apesar da rivalidade nas provas, os dois são vizinhos na cidade de Sevilha, onde moram e treinam. Já disseram abertamente que frequentam um a casa do outro e gostam dessa proximidade onde um empurra o outro. Gomez tem 5 titulos mundial no esporte!



VINÍCIUS SOBREIRO Médico do Esporte

@dr.viniciussobreiro

Remédios que causam doping

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ida de atleta é difícil. São horas e horas de treino todos os dias, dentro de uma alimentação equilibrada, para manter a saúde do corpo em forma. E mesmo com toda a pressão de competições importantes e metas pessoais, a cabeça também precisa ficar bem -- pois conseguir um remédio para ela pode ser bem mais difícil do que se imagina. Um dos analgésicos mais comuns para a dor de cabeça, que as pessoas normais tomam ao menor sinal do problema, é proibido para os atletas. O medicamento conhecido pelo nome comercial Neosaldina é um composto de dipirona sódica, cloridrato de isometepteno e cafeína. O grande problema desse medicamento para os atletas é o isometepteno, que age como estimulante e é vetado pelo controle de doping.

Substâncias estimulantes, anabolizantes, ou mesmo os diuréticos, que podem mascarar a presença de outros químicos, são expressamente proibidas aos atletas, e o uso delas leva a punições na esfera esportiva.

EDUARDO DE ROSE, MÉDICO LIGADO AO COMITÊ OLÍMPICO BRASILEIRO (COB) E À AGÊNCIA MUNDIAL ANTIDOPING (WADA, NA SIGLA EM INGLÊS) ESTIMA QUE APENAS 25% DOS CASOS DE DOPING SEJAM INTENCIONAIS. NAS OUTRAS 75% DAS VEZES, O ATLETA INGERE A SUBSTÂNCIA POR ENGANO.


Os atletas precisam tomar muito cuidado com todos os medicamentos a que têm acesso. O Neosaldina é um exemplo emblemático, mas a lista de produtos proibidos inclui outros medicamentos de amplo acesso, como o descongestionante nasal Rinofluimucil, as pílulas anticoncepcionais Micronor e a Mesigyna e os cremes dermatológicos Trofodermin e Novaderme. E se engana quem pensa que basta ficar de olho na produção dos medicamentos para garantir que ele está “limpo” aos olhos do controle antidoping. Produtos de farmácias de manipulação não são recomendados pelos médicos, pois são feitos em recipientes que podem conter vestígios de substâncias proibidas. O controle de doping é regulamentado pelo Comitê Olímpico Internacional, pelas Federações Internacionais e mais recentemente pela WADA-AMA. Anualmente a WADA divulga uma lista em que são oferecidas explicações a respeito das substâncias e métodos proibidos. A ideia básica é a de que os esportistas em geral conheçam a lista das drogas e dos méto-

dos a serem evitados, assumindo a co-responsabilidade pelo processo de controle de uso na prática esportiva.

FAZEM PARTE DA LISTA: SUBSTÂNCIAS COMO AGENTES ANABÓLICOS, HORMÔNIOS PEPTÍDICOS, FATORES DE CRESCIMENTO E SUBSTÂNCIAS AFINS, BETA-2 AGONISTAS, ANTAGONISTAS DE HORMÔNIOS E MODULADORES, DIURÉTICOS E OUTROS AGENTES MASCARANTES. Além de estimulantes, narcóticos, canabioides e glicocorticoides; entre os métodos proibidos constam o aumento da transferência de oxigênio (aumento artificial da captação de oxigênio, manipulação do sangue para aumentar a taxa de transporte de oxigênio), manipulação química e física e doping genético; algumas substâncias são específicas para alguns esportes como, por exemplo, álcool e beta-bloqueadores.



www.hawi.com.br


Aprenda a usar a percepção de esforço

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uando falamos sobre qualidade de treinos, lembramos sempre de controle de frequência cardíaca (FC), ritmo (pace), ou velocidade, zonas de treinamento, limiares, treinos intervalados, fartlek, e assim vai. Geralmente, deixamos de lado uma variável menos objetiva, porém não menos relevante, a percepção subjetiva de esforço (PSE). A intensidade de um treino é uma informação fundamental para todo atleta. Não dá para ir forte demais em um treino que deveria ser leve ou, o contrário, fazer o que supostamente seria um tiro em um ritmo abaixo do que você é capaz. Perder o controle dos diferentes tipos de estímulos pode gerar lesões ou estagnar o treinamento. Ela tem total relação com seu estado atual e real durante uma atividade física, por conta de sua relação direta com o nível de aptidão, rotina, hábitos, estresse, dieta e até fatores externos, como vento e terreno. E qual é a melhor maneira de medir esse esforço?

Só um relógio pode nos dar essa informação ou o próprio corpo é capaz de sentir isso? No geral, pessoas que estão treinando há mais de um ano já são capazes de perceber o ritmo que estão imprimindo em cada treino. Eles costumam acertar – com uma margem de três a oito segundos por quilômetro acima ou abaixo do ritmo determinado pelo treinador para aquela sessão.

ANTES DE SER CAPAZ DE IDENTIFICAR SEU RITMO, NO ENTANTO, É IMPORTANTE QUE TODO CORREDOR CONHEÇA BEM AS TRÊS ZONAS DE TREINAMENTO E A ESCALA DE BORG: ZONA 1 - Esforço muito confortável, é possível conversar enquanto corre. Corresponde a 70% da frequência cardíaca máxima. É a zona ideal para o aquecimento e para fazer volume. O longo da semana também deve ser feito nesta zona.


ZONA 2 - Percepção de esforço ligeiramente desconfortável, ainda sendo possível conversar, mas menos. Corresponde a 85% da FCM. Esta zona é utilizada para treinos em ritmo de 10 km e em tiros longos (entre 6 e 20 minutos). ZONA 3 - Percepção de esforço muito intenso, exaustivo. Aqui não é possível conversar, porque há hiperventilação e você fica ofegante. É a zona do treino intervalado intenso, ou seja, tiros em ritmo forte (1 a 4 minutaos). Corresponde a 95% ou mais da FCM. ZONAS 4 e 5 - estão na faixa anaeróbica. A intenção aqui é a compensação de lactato e treinar a capacidade anaeróbica, em outras palavras, treinar a resistência e a combinação de força e resistência. Principalmente o treino intervalado entra nesta categoria, onde seria descrito como difícil ou muito difícil.

Os diagnósticos também podem definir áreas de intensidade medindo a quantidade de lactato no sangue durante o exercício. Lembre-se do nosso artigo sobre ácido láctico. Isso mesmo, o “produto residual” flutuando em torno de seu corpo como resultado do exercício intenso. Apesar de ser o principal culpado pelo cansaço, é bom lembrar que o ácido lático também tem boas qualidades. Ele é usado para produzir oxigênio novamente e regular o valor do PH. Você quer saber qual é a relação entre intensidade e lactato? Com treino intenso e, portanto, uma maior necessidade de oxigênio, o lactato é usado como uma fonte adicional de energia, resultando em maiores níveis de lactato no corpo, que são posteriormente mensuráveis no sangue. Se a carga aumenta para um nível em que a produção de lactato muscular é maior do que a capacidade oxidativa do corpo, você alcança um ponto em que não pode mais continuar com o treino e tem que parar. Como não podemos sempre fazer exames de sangue durante o treino,



, correlacionando níveis de lactato com frequência cardíaca e ritmo, é possível obter uma impressão precisa do seu nível de intensidade. Um corredor mais condicionado e mais treinado terá um limiar de lactato maior que um indivíduo com menos condicionamento.

E atenção: para definir sua FCM, não confie apenas na fórmula de 220 menos sua idade, porque muitas vezes ela não é fiel. Procure um médico e faça um teste ergométrico ou ergoespirométrico. Além de conhecer sua FCM, você saberá se está realmente apto para correr.

É importante saber em qual zona cada um dos seus treinos se encaixa, e então fica mais fácil acertar o nível de esforço. Além disso, estudos já mostram que essa percepção está associada ao acúmulo de ácido lático no corpo. É algo fisiológico, seu corpo sente: quando está rodando em ritmo leve, o corredor sabe que está na zona 1 e assim por diante.

A escala de Borg é a principal referência utilizada para quantificar o nível de fadiga durante a atividade, com uma adaptação que classifica o nível de esforço de 0 a 20 (como na tabela anterior).

Um atleta experiente consegue fazer uma leitura mais precisa sobre seu estado durante um treino ou uma prova, baseado em vivências anteriores, com o cruzamento de variáveis fisiológicas, O “padrão ouro” para cravar com biomecânicas e psicológicas instantâneprecisão essas zonas são o teste as. A percepção subjetiva de esforço é ergoespirométrico e a dosagem de ácido mais eficaz quando o atleta possui suas lático. É recomendado que sejam feitos, zonas de treinamento bem definidas (FC, sob a supervisão de um treinador, a cada ritmo, e potência), visto que terá duas quatro a seis semanas, para atualizar as armas poderosas a serem utilizadas, zonas de treinamento e acompanhar a a objetiva e a subjetiva. evolução do atleta. Mas eles têm custo alto e nem sempre estão disponíveis a Durante uma prova de 10 km, com um todo corredor. E quem corre há menos de percurso misto, por exemplo, em alguns um ano e ainda não consegue interpretar momentos deve-se esquecer a FC ou o e controlar seu próprio ritmo? Nesses ritmo e focar no nível de cansaço, na casos, usar um monitor e seguir os barespiração, na queimação das coxas ou timentos cardíacos indicados para cada panturrilhas, respeitando os sinais que o zona de treinamento é fundamental. corpo envia ao cérebro.


Neste sentido, ela deve ser usada com a consciência de suas limitações. Não podemos usar a escala de Borg como referência para qualquer tipo de controle de cargas.

Desta maneira, é possível verificar que com base em dados de estudos anteriores, a percepção subjetiva de esforço é um método eficaz e simples de monitoramento das cargas de treino.

Reforça-se a importância de se colher os resultados em médio e longo prazo, treinar com qualidade e ter um bom planejamento. Desta forma, teremos uma ferramenta adicional poderosa que nos levará ao topo e muito mais longe.

Para quem não tem interesse ou os equipamentos necessários para fazer o devido acompanhamento de FC (frequência cardíaca), pode-se muito bem substituí-la pela escala de Borg. Para isso, a montagem do treino precisa ser pautada nela e as cargas de treinamento devem buscar sempre atingir os níveis mostrados na tabela acima.

Em um estudo de Monteiro (2005) a percepção subjetiva de esforço foi usada para definir a ordem dos exercícios que era mais eficiente para um grupo de mulheres treinadas. Já Nakamura (2010) usou a percepção subjetiva de esforço para definir as cargas de treinamento. Em uma revisão de mais e 10 estudos anteriores, foi possível verificar que o método da percepção subjetiva de esforço foi altamente eficiente no controle das cargas em atletas e em pessoas sedentárias.

Por exemplo, se você é um corredor e busca um treino mais longo (o famoso “longão), pode usar a escala 6 ou 7, dependendo e seu objetivo. Isso porque nestas escalas, atingimos a frequência cardíaca desejada para esta finalidade. Já se você for fazer um treino HIIT, podemos usar a escala 8 e em alguns casos até a 9 (em pessoas bem condicionadas apenas!). Desta maneira, teremos uma frequência cardíaca elevada e será possível usar as cargas adequadas.


É MUITO IMPORTANTE SALIENTAR QUE ISSO TUDO DEVE SER FEITO APENAS COM ACOMPANHAMENTO PROFISSIONAL E QUE AS ESCALAS SUGERIDAS AQUI SÃO APENAS EXEMPLOS E NÃO PODEM SER VIA DE REGRA. MAS NO GERAL, A PERCEPÇÃO SUBJETIVA DE ESFORÇO É MUITO EFICIENTE PARA O CONTROLE DAS CARGAS, QUANDO NÃO DISPOMOS DE EQUIPAMENTOS PARA TAL FINALIDADE. ALÉM DISSO, É PRECISO “TREINAR” A PESSOA PARA QUE ELA MELHORE SEU AUTOCONHECIMENTO, HAJA VISTO QUE A PERCEPÇÃO SUBJETIVA DE ESFORÇO TEM GRANDE INFLUÊNCIA DA QUESTÃO PSICOLÓGICA! BONS TREINOS!


MIRIAN FARIA Fisioterapeuta

@fisioterapeutamirianfaria

10 dicas para evitar lesões

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ue prevenir é melhor do que remediar todo mundo já sabe, mas muitas vezes não colocamos isso em prática e a correria do dia-a-dia não permite que a gente faça algumas coisas simples, mas que podem nos ajudar muito. Um simples alongamento mais específico, uma visita ao ortopedista quanto se sente uma dorzinha por mais de 3 dias, ou a prática de Pilates durante 1 hora 2 vezes por semana podem ser coisas simples e que economizam tempo e dinheiro a longo prazo. Além da chateação de ter uma lesão, claro!

1. SEPARE UM TEMPINHO DO SEU DIA PARA FAZER ALONGAMENTOS – PELO MENOS 2 VEZES POR SEMANA 2. NÃO PULE O AQUECIMENTO E O DESAQUECIMENTO APÓS OS TREINOS

3. INCLUA O ALONGAMENTO DO TRATO ILIOTIBIAL NA SUA ROTINA; ELE AJUDA A PREVENIR UMA LESÃO MUITO COMUM TANTO NA CORRIDA COMO NA BIKE – A SÍNDROME DO TRATO ILIOTIBIAL 4. FAÇA EXERCÍCIOS PARA A MUSCULATURA ESTABILIZADORA DO ABDOMEN E TRONCO – TER ESSA MUSCULATURA FORTE LHE AJUDA A PREVENIR DORES NAS COSTAS, E TODO ATLETA QUE PRATICA ESPORTES DE RESISTÊNCIA, COMO CICLISMO, CORRIDA E TRIATHLON, PRECISA TER


TER ESSA MUSCULATURA BEM TRABALHADA. ALÉM DA PREVENÇÃO DE LESÃO, O FORTALECIMENTO DESSES MÚSCULOS AJUDA A MELHORAR A PERFORMANCE E POTÊNCIA MUSCULAR 5. COLOQUE GELO LOCAL APÓS O TREINO SEMPRE QUE SENTIR UM INCÔMODO – AS PESSOAS TÊM PREGUIÇA E NÃO DÃO VALOR, MAS O GELO É UM SANTO REMÉDIO 6. FAÇA UM BIKE FIT COM PROFISSIONAIS QUALIFICADOS – POR MAIS QUE VOCÊ SIGA DICAS DE COMO AJUSTAR A SUA BIKE, O IDEAL MESMO É FAZER TODAS AS MEDIDAS DE ACORDO COM O SEU TAMANHO, E COM AJUDA PROFISSIONAL

7. Compre um tênis de corrida bom e troque-o regularmente – o ideal é que você tenha pelo menos 2 – os tênis bons realmente são caros, mas é um investimento que vale a pena! O tempo de vida útil de um tênis é de 550 a 800 km 8. Faça algum trabalho muscular paralelo e complementar à atividade aeróbica, como musculação ou Pilates – estes realmente são necessários e trarão benefícios principalmente a longo prazo – quanto mais específico o trabalho, maior o ganho 9. Não ignore quando sentir alguma dor – observe detalhes quando sente a dor e procure um especialista da área se esta dor durar mais do que 72hs – o quanto antes é feito o diagnóstico de uma lesão, mais rápida e melhor é a recuperação – arrume um tempinho para ir ao médico – não deixe para depois! 10. Treine com acompanhamento profissional!


Crioterapia


O Suco Ouro é realmente valioso. Ele contém betacaroteno encontrado na manga, combinado com o ômega-3 presentes na linhaça auxiliam no combate dos radicais livres, que previnem o envelhecimento precoce e fortalecimento do sistema imunológico. ⠀ Esse suco saudável tem um ótimo teor de fibras contribuindo para a saúde intestinal e aumenta a sensação de saciedade.


1.

ENTREVISTA DO MÊS Walter Magalhães Fotógrafo e triatleta Ele participa de amostras fotográficas sobr e suas experiências e dá palestras e cursos para quem quer começar a apr ender a fotografar, seja com câmera pr ofissional e até mesmo com o celular.

C

om 58 anos de idade, natural de Guaratinguetá, o nosso convidado tem apenas 3 anos de Triathlon, mas car r ega uma grande bagagem na fotografia e no Cicloturismo. Walter contou suas histórias de viagens de bicicleta por Chile, Ar gentina, Cuba, Eur opa e muito mais, com fotos incríveis e uma sensibilidade grande pela arte.

Agora Walter ingr essa nas fotos esportivas juntamen te com o Triathlon. É o nosso colunista que compõe as fotos da Squad Tri e é o nosso con vidado para o bate papo, que ficou muito legal por sinal!


PRIMEIRO, CONTA UM POUCO DA SUA HISTÓRIA WALTER, DE ONDE VOCE É, COM O QUE TRABALHA ETC...

WALTER Vim para São José em 1981, já me considero um joseense, mas sinto bastante falta da minha cidade natal. Meu pai foi militar, e foi transferido para o CTA, onde morei por 10 anos. Lá também se tornou meu local de trabalho por 37 anos, mais especificamente no Instituto de Estudos Avançados (IEAD). Fica na estrada da Tamoios mas pertence ao CTA. Sou formado em Processamento de Dados, trabalhei na área de Informatica, também sou formado em Administração de Empresas. Me aposentei em janeiro de 2020 e agora to aproveitando bastante a vida!

VAMOS FALAR DE TRIATHLON PRIMEIRO, COMO COMEÇOU NO ESPORTE E QUAL SUA MAIOR MOTIVAÇÃO PARA PRATICAR?

WALTER Por incrível que pareça, meu sonho era fazer Educação Física, mas acabei tomando outros rumos na vida profissional. Desde criança sempre fui apaixonado por esportes, aventuras e estar em contato com a natureza. A bicicleta sempre esteve presente na minha vida. A minha origem na bike foi o ciclo turismo. Em 1991, eu com 27 anos, vendi todos os meus pertences (carro, televisão, aparelho de som) e com a grana eu fiz minha primeira viagem para o exterior. Passei 2 meses viajando de bicicleta pela França, junto com mais 2 amigos. Um dele era o Flavio Craveiro, que já gostava de fotografia na época, ele estava começando e fazia parte da equipe da Fundação Cultural. Lá na viagem levei uma câmera velha do meu pai e comecei a perceber que levava jeito para a fotografia. Ela foi um divisor de aguas na minha vida em vários sentidos. Depois de um tempo dessa aventura, decidi fazer outra, só que dessa vez fui sozinho, fiquei 2 meses também passeando por Chile e Argentina. Nessa sim eu decidi inserir de vez a fotografia e passei a divulgar minha fotos e os lugares onde estava conhecendo. Quando voltei fiz amostras e palestras sobre fotografia, criei o site:

WWW.WALTERMAGALHAES.COM


1.

CHILE


SANTIAGO DE COMPOSTELA - ESP


1.

Ainda percorri o caminho de Santiago de Compostela na Espanha, a via Claudia Augusta que é uma rota histórica que passa por Alemanha, Austria e termina em Veneza na Italia, depois passei por Cuba. Aqui no brasil fiz várias viagem mas a que mais me marcou foi a Estrada Real de Diamantina até Parati, é uma viagem maravilhosa onde fiquei focado completamente nas fotos, levei várias câmeras. Foram 1200km em 2 meses, onde por onde passei pude carregar um pouco da história do povo. Paralelo a tudo isso do Cicloturismo eu queria outros desafios e sempre procurei fazer esportes. Queria algo para competir, e eu sempre admirei o Triathlon, gostava de ver os outros praticarem, mas tudo aquilo de nadar, correr e pedalar parecia muito distante pra mim. Até que em 2019 meu irmão que praticava o esporte com o Clayton do 300Triathlon me apresentou a ele, desde então comecei a encarar o desafio mesmo com 56 anos. Na época minha família e cunhada também treinavam com ele, então foi mais fácil eu me inserir e me motivar. O Triathlon é um esporte apaixonante porque o seu maior adversário é você mesmo, é o que mais me motiva, essa superação!

COMO É SUA ROTINA SEMANAL DE TREINOS, CONSEGUE CONCILIAR BEM ISSO?

WALTER Minha rotina quando eu trabalhava era muito mais complicada, acho que todos que treinam e trabalham, ou estudam, sentem isso né! Hoje na verdade eu treino todos os dias, geralmente no Urbanova, pedalo de manhã e procuro correr a noite. Consigo nadar 3 vezes na semana, por volta das 8 da noite, natação é meu ponto fraco no esporte então me dedico bastante. Tenho muitas dificuldades em aguas abertas, com a navegação e ritmo. Prova mesmo eu só fiz uma, no Olímpico do CTA. Minha ansiedade maior foi a natação no lago, mas isso estou perdendo com os simulados que a equipe faz. Estava inscrito no Troféu Brasil de Santos, mas foi cancelada 2 vezes devido a Pandemia. Mesmo sem competições sou bem focado nos treinos, agora com mais tempo devido a aposentadoria pego firme nos treinos. Quero fazer um 70.3 em 2022, se Deus quiser!


ESTRADA REAL


1.


DO QUE MAIS GOSTA NO ESPORTE? NÃO VALE FALAR QUE É DO SOFRIMENTO...

WALTER Do que eu mais gosto no esporte é o desafio de se desenvolver a disciplina, me sinto mais focado quando a planilha de treinos está cheia, o esporte me trouxe mais concentração! Principalmente nos pedais longos, antes eu tinha muito mais vontade de parar nos treinos longos! Se tenho que pedalar 100km já coloco na minha cabeça, desenvolvi muito meu foco, sabe!

AGORA SOBRE FOTOGRAFIA, COMO DEFINE O SEU ESTILO E QUAL O SUA MAIOR INSPIRAÇÃO NESSA ARTE?

WALTER Quanto a fotografia, eu sou bastante eclético, não tenho um estilo definido. Mas acredito que as fotografia de paisagens e rua são as minhas favoritas. Acho que fui muito influenciado pelas viagens e paisagens que vi, gosto de ficar olhando para as fotos e imaginar como aquelas pessoas estão agora, sabe. É muito mais do que um momento retratado, é uma pessoa e ela carrega uma istória, acredito que isso seja a essencia da fotografia, mas gosto de fotografia em preto e branco, . me identifico com elas, tenho em casa um laboratório até, daqueles em que o processo de revelação é todo manual, ficava horas e horas revelando as fotos, era um terapia. Adorava o cheiro e a surpresa de cada foto, só quem vive disso sabe do que eu estou falando. É magico! Tanto que os maiores fotógrafos em que me inspiro, são fotógrafos dessa época analógica em preto e branco como Robert Doisneau, Eliot Erwitt, Henry Cartier-Bresson e por aí vai. Mas sou fã mesmo é do Sebastião Salgado, não só pelo trabalho fotográfico, mas pela história dele dedicado em mudar o mundoos projetos que ele tem relacionado a natureza e ap desenvolvimento de mudanças climaticas, já fui em várias palestras dele e fiquei extasiado em vê-lo de perto! Sem duvidas é o meu maior idolo na arte...


SEBASTIÃO SALGADO


TEM ALGUM OBJETIVO OU PLANOS PARA O FUTURO DENTRO DA FOTOGRAFIA?

WALTER Bom a minha intenção antes de me aposentar era sair fotografando parque nacionais e internacionais de naturezas. Mas com a Pandemia e somado aos treinos de Triathlon, eu descobri que estou adorando fotografar o Triathlon e todo o ambiente que cercam os eventos, todos os preparativos do atleta, seja na concentração pré-prova, na área de transição, acho muito bonito aqueles momentos onde é só você e Deus. Acredito que a maioria de nós sabe que a prova começa antes, na hora que você acorda, na hora que você sai de casa, é tudo muito intenso. Lembro na prova do TriDay onde a ansiedade dos atletas me encantou. Sei que tenho muito a aprender mas penso muito em começar a fotografar as provas, é o caminho que quero seguir. Meu sonho é fotografar o PatagonMan, que junto o Triathlon extremo e a natureza selvagem, já passei por lá de bicicleta e sei que a região é incrível. Já tenho planejado em fazer uma viagem de bicicleta e culminar no dia da prova para fazer umas fotos!

GOSTA DE JUNTAR O TRIATHLON E AS FOTOS, COMO É SUA LOGISTICA PARA AS FOTOS, ELAS SÃO INCRÍVEIS...

WALTER Como estou iniciando no esporte, gosto de ir fotografar meus amigos que estão nas provas, acabo levando os equipamentos profissionais. Mas esbarro na logística da prova e fico em apenas um lugar, eu queria poder circular com mais facilidade pelo evento, coisa que o fotografo oficial tem! Queria essa liberdade de chegar perto dos atletas, fica tudo mais limitado para mim. Eu começo montando os equipamento no dia anterior, levo 3 a 4 lentes, tripé se precisar, enfim, é uma parte que quero fazer mais. O que tenho usado durante os treinos é o celular mesmo, o mais difícil aí é fotografar em ação.


Quando fiz Cicloturismo, acabei tendo mais facilidade para fotografar pedalando, seguro a bicicleta com a mão esquerda e fotografo com a direita, isso muitas vezes com câmera profissional. Essa habilidade também adquiri na bike de speed, claro que tem o risco da queda, mas me adaptei bem. Quando fotografo treino levo minha GoPro, quando você entende um pouco de fotografia você tem a sensibilidade de ter o enquadramento e composição.

QUAL A SUA FOTO FAVORITA ATÉ HOJE?

WALTER Não se existe uma fotografia favorita, fica complicado decidir uma só. Cada foto tem um momento emocional. Mas quando vejo uma foto que fiz em Milão na Itália, estava caminhando em um bairro onde tem um canal que passam alguns barcos, encontrei um bar onde estava grafitado um grande coração, e pensei, que se passasse uma mulher iria ficar legal a foto. Fiquei ali quase 40 minutos esperando uma mulher legal para compor a foto, de repente veio uma mulher com cabelos longos e botas. Como eu estava em velocidade baixa, acabou ficando com um certo movimento, sinto que ficou perfeita, pelo momento que eu estava passando também. Essa foto foi aceita em um concurso de fotografias preto e branco do salão de Caxias do Sul, tipo uma Bienal de fotografia e foi exposta no evento da cidade. Outro exemplo foi a da viagem que fiz ao chile, já que ela significou muito pra mim, por ter sido minha primeira viagem sozinho e tudo. Especificamente eu tinha atravessado a cordilheira dos Andes, de barco. E depois fui circundando o lago de bicicleta, aquele dia era especial, a cidade era pequena, e a imagem estava na minha frente, a curva em S, folhas caídas no chão. Armei o tripé, fiz alguns filmes, naquela época não sabíamos o que tinha acontecido e como a foto tinha saído. Foi especial pra mim porque fiquei um certo tempo criando esse momento, em um fim de tarde super legal, eu estava num astral bom. No Triathlon, vou citar uma foto que fiz em uma competição, Tem uma parte minha e outra parte um pouco de sorte. Quando bato a foto vi que uma estava feliz e aproveitando a prova em primeiro plano e a outra estava visivelmente fazendo força, gostei do contraste entre as atletas.



QUAIS CONSELHOS DARIA PARA QUEM ESTÁ COMEÇANDO NO ESPORTE E NA FOTOGRAFIA?!

WALTER No esporte o essencial é ter o acompanhamento de um profissional experiente no esporte para montar seus treinos de acordo com o seu perfil. Saber ter paciência com as dores, que cedo ou tarde elas vão aparecer. Não desista e mantenha o foco. Já na fotografia, eu dei um curso chamado “A fotografia na palma da mão” e a minha ideia é que o pessoal de um passo à frente nessa questão de fotografia com o celular. Eu ensino as configurações básicas do celular. Você não precisa de equipamentos caros, basta ter a sensibilidade de achar uma boa luz, enquadramento e composição. Fotografe bastante, veja bastante fotos de outras pessoas. Tente entender o que a fotografia transmite. Outra dica é fazer parte de um Fotoclube, nós organizamos passeios em parques e você começa a colocar a sua fotografia em concursos, isso motiva bastante



#VOCÊNASQUAD Maio

Paulo @paulinho.corredor

Henrique @henriquecruzhp

Erica

Anderson

@ericb_tris

@anderson_swim


Lucas

@lucasmfb

Willian

@willianmascote

Lucimara

@lucimara_atleta

Erich

@_chandeck_

Edson

@gcostaedson

Cláudio

@claudinh_troni


Como o esporte atua na composição corporal

O

corpo humano tem enorme precisão e sempre se ajusta quando estimulado. A maioria das reações de nosso corpo, que são respostas de situações em que nos expomos, acontecem no sistema hormonal. Algumas dessas reações são anabólicas (elas constroem o corpo) e algumas são catabólicas (elas destroem o corpo). Em uma situação “normal” esses sistemas estão em harmonia e existiríamos sem muitas mudanças de nosso corpo reagindo às situações que nos expomos. Eu aprendi que quando você vira um atleta de endurance, você entra em uma situação em que as atividades que você faz afetam significativamente as funções de seu corpo. No geral, treinamento de endurance é um processo catabólico. Você está estimulando uma quebra em seu corpo, para então descansar e permiti-lo se reconstruir de forma mais forte do que a situação anterior. A composição corporal é o estudo dos diferentes componentes químicos do corpo humano.

A sua análise permite a quantificação da grande variedade de componentes corporais tais como água, proteínas, gordura, glicogênio, minerais e a quantificação das suas diferentes massas, variando de indivíduo para indivíduo conforme a idade, o sexo e o estado físico, sendo a água o composto mais abundante do organismo. O estudo da composição corporal é considerado um componente da aptidão física relacionada à saúde por diversos autores, devido às relações existentes entre a quantidade e a distribuição da gordura corporal com alterações no nível de aptidão física e no estado de saúde das pessoas. O aumento de peso e a obesidade são reconhecidamente danosos à saúde, mas inúmeros estudos têm demonstrado que o padrão de distribuição do tecido adiposo e o percentual de gordura visceral (VAT) apresentam uma relação mais direita com o aumento do risco cardiovascular, ocorrência de diabetes e dislipidemias.


A COMPOSIÇÃO CORPORAL PODE SER DIVIDIDA: MODELO 2 COMPONENTES: GORDURA E MASSA ISENTA DE GORDURA. MODELO 4 COMPONENTES (QUÍMICO): GORDURA, ÁGUA, PROTEÍNA E MINERAL. MODELO FLUIDO METABÓLICO: GORDURA, FLUIDO EXTRACELULAR, FLUIDO INTRACELULAR, SÓLIDOS INTRACELULARES E SÓLIDOS EXTRACELULARES. MODELO 4 COMPONENTES ANATÔMICO: TECIDO ADIPOSO, TECIDOS MOLES (MÚSCULOS NÃO ESQUELÉTICOS), MÚSCULOS ESQUELÉTICOS E OSSOS.


Existem diversas formas de avaliar a composição corporal, e tais métodos são divididos em três grupos: Método Direto - O método direto, apesar de apresentar elevada precisão, tem rara utilização por consistir na análise é realizada por dissecação física ou físico-química de cadáveres. Método Indireto - As técnicas indiretas são precisas, possuem uma limitada aplicação prática e um alto custo financeiro. São utilizadas principalmente para validar as técnicas duplamente indiretas. Normalmente utilizadas para um menor número de avaliados. Método Duplamente Indireto Procedimentos laboratoriais oferecem estimativas muito precisas sobre os componentes de massa de gordura e massa livre de gordura sendo a primeira opção para a análise de composição corporal. No entanto, em razão do alto custo dos equipamentos, da sofisticação metodológica e das dificuldades em envolver os avaliados nos protocolos de medida, sua utilização tem sido limitada. Assim, houve maior encorajamento ao emprego do método antropométrico para analisar a composição corporal devido à sua simplicidade, inocuidade e relativa facilidade de interpretação.

As técnicas duplamente indiretas tem menor rigorosidade, no entanto apresentam melhor aplicação prática e menor custo financeiro, sendo a melhor escolha para grandes populações. Visualize um maratonista ou ciclista profissional: Seus corpos refletem as respostas dos estímulos que eles deram para si mesmos. A massa muscular foi reduzida e o corpo diminuído – um completo processo catabólico. Já em contraste, visualize um velocista de 100 metros rasos ou um ciclista de pista. Seus corpos com muita massa muscular foram construídos a partir das reações obtidas pelos estímulos de força e potência de seus treinamentos. Resumindo, a maneira que você treina, cria uma mudança hormonal em seu corpo. Se você treina de maneira apropriada, os efeitos negativos de seu treinamento são compensados pelos treinos agendados para diminuir o impacto deles em seu corpo. Porém se você não entender o funcionamento de seu corpo, você pode acabar treinando “demais”, o que traz consequências negativas a longo prazo em sua performance e bem estar.


Um programa de treinamento elaborado com excesso de volume e com “treino demais” irá causar uma mudança hormonal. A mudança é imediata, mas leva algum tempo para aparecer em termos de resultados. Em um homem ou uma mulher, o equilíbrio normal mantido pelo corpo dos hormônios testosterona e estrogênio vai de acordo com o sexo, e pode ser radicalmente afetado por um programa de treinamento mal elaborado. Porém, os efeitos negativos a longo prazo são mascarados pelos benefícios aeróbicos que aparecem a curto prazo, resultado de treinamento de endurance e esforços catabólicos. Então, o que vemos são atletas fazendo volume em excesso e melhorando por um período. Com o tempo, eles vão atrapalhando esse equilibrio hormonal e a performance fica estagnada. Eles ficam desmotivados e depois começam a piorar devido aos efeitos negativos a longo prazo que são dentre outros, perda de força, velocidade e coordenação motora. A batalha entre esses dois efeitos significa que um programa de treinamento mal elaborado faz com que um atleta do sexo masculino, diminua seus níveis de testosterona pois ele está sempre tentando treinar mais.

NOS HOMENS, OS EFEITOS CATABÓLICOS DO TREINAMENTO DE ENDURANCE SÃO MUITO MAIS VISÍVEIS. MUITA MASSA MUSCULAR, SIGNIFICA QUE O CORPO PRECISA RECONSTRUIR MAIS ESTRAGOS FEITO POR UMA SESSÃO DE TREINO FORTE. IRONICAMENTE, NA FILOSOFIA MACHÃO DE VOLUME EM EXCESSO, ACONTECE EXATAMENTE O CONTRÁRIO. TREINAMENTO DE ENDURANCE É UM PROCESSO CATABÓLICO, ELE QUEBRA O CORPO. TESTOSTERONA É UM HORMÔNIO ANABÓLICO, QUE CONSTRÓI.UM CORPO DE HOMEM, COM DIFICULDADE EM RECUPERAR DE UM TREINAMENTO MAL PLANEJADO.


USAIN BOLT E A SUA DISPARIDADE ATLÉTICA



Eu lembro que em um treino de ciclismo, parei em uma loja de conveniência no caminho de casa. No estacionamento, havia uma ciclista magra, mas com curvas, bem feminina e atraente, cheguei mais perto para vê-la melhor. Que decepção! Era um homem que tinha treinado tanto, que, praticamente, se transformou em uma mulher com quadris largos, pernas com excesso de gordura e flácidas e braços e ombros magros, porém com percentual de gordura alto. Seja o que for que ele esteve fazendo, fez em excesso. Ele tinha bagunçado seus níveis de testosterona a um ponto em que seu sistema hormonal estava tão desequilibrado, que o estrogênio estava mudando as características físicas desse atleta. Ele tinha treinando muito, mas nunca ninguém ouviu falar dele em competições. Quando eu aprendi sobre equilibrio hormonal, algo que usamos como base para nossas planilhas de treinamento, esse tipo de coisa começou a fazer sentido para mim. Comecei a entender a tendência de ganhar gordura de forma fácil quando atletas treinam demais, a perda de libido, a necessidade de barbear somente uma vez a cada dez dias, esses eram resultados de errôneos métodos

de treinamentos, que afetam os níveis de testosterona. É claro que atletas que se matam com alto volume de treino, vão ter sucesso no início do processo. Se você pega um sedentário, o coloca para caminhar em volta do quarteirão, duas vezes por dia, quatro vezes na semana, você vai ver uma significativa melhora de saúde, bem estar e forma física.

TUDO É SEMPRE RELATIVO! ATÉ MESMO UM ATLETA TREINADO E EM FORMA, VAI MELHORAR COM ALGUM VOLUME EM EXCESSO. O PONTO CHAVE É NÃO PASSAR DOS LIMITES, OU ENCARAR COMO UMA RELIGIÃO, E ACHAR QUE É A RESPOSTA UNIVERSAL PARA TODOS OS PROBLEMAS. Sugiro, sim, treinos longos de endurance, mas são compensados por seus efeitos destrutivos e catabólicos com instruções precisas e séries compensatórias, precisamente agendadas em seu programa.



LUCAS VILHENA

Treinador @lvtriathlon de Triathlon @lvtriathlon

Respire melhor na natação

A

natação é muito completa, que ativa diversas musculaturas durante a sua prática. Por ser um esporte aquático, uma das grandes dúvidas é como respirar! Essa ação, que passa despercebida em meio terrestre, é muito diferente quando se está na água. Durante a natação, para que se tenha um bom desempenho, é preciso coordenar a respiração com as braçadas. Outra questão que envolve a respiração é que o meio líquido é mais denso do que o ar, fazendo com que a musculatura seja muito mais exigida. Sendo assim, em meio aquático, é necessário realizar uma inspiração mais forte. Esse, então, é um fator essencial para que se tenha um bom desempenho na piscina. Fique ligado nessas outras dicas para respirar corretamente na agua:

AQUECER O CORPO ANTES DE ENTRAR NA PISCINA

Assim como nas modalidades terrestres, na piscina, o aquecimento é importante para que a respiração se ajuste e consiga se adaptar à exigência que está sendo feita. Durante uma atividade física, o corpo necessita se ventilar mais para garantir que o sangue seja oxigenado de forma suficiente. O aquecimento auxilia o início desse processo e, por isso, é fundamental para melhorar o desempenho dos praticantes tanto fora como dentro da piscina.

CONHECER AS TÉCNICAS DE RESPIRAÇÃO Além de aquecer, outro fator fundamental e determinante para se ter uma boa performance ao nadar é conhecer a conseguir aplicar na prática as técnicas de respiração na natação. Basicamente, existem dois modelos: a respiração bilateral e a unilateral.


A unilateral, como o nome já indica, é realizada apenas para um lado. Normalmente, ela é feita a cada uma, duas ou quatro braçadas, dependendo da capacidade física de cada um. Essa forma de respirar é a mais utilizada por atletas velocistas, já que, devido à constante movimentação dos braços, se torna mais fácil realizar a respiração para o lado dominante. Apesar disso, iniciantes e pessoas que não pretendem competir devem aprender a fazer a respiração bilateral. Essa técnica também tem em seu nome o indicativo do seu funcionamento. Ou seja, nela, se pede que a pessoa realize a respiração alternada, entre direita e esquerda. O mais comum é que a forma bilateral seja realizada a cada três braçadas. As técnicas bilateral e unilateral podem ser aplicadas no estilo mais usualmente praticado na natação, que é o crawl. Entretanto, um nadador não pode se esquecer de aprimorar a sua técnica também em outros estilos, como o nado costas, peito e borboleta. A prática constante auxilia na melhora da respiração dentro e fora da água, já que o constante trabalho dos pulmões e da musculatura envolvida no processo melhora a capacidade respiratória.


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APRENDER A CONTROLAR A INSPIRAÇÃO E EXPIRAÇÃO Outra dificuldade encontrada quando se procura aprender a respirar na natação é o controle da inspiração e da expiração. Em ambiente aquático essa mecânica respiratória se inverte ao que acontece em meio terrestre, ou seja, na água, se inspira pela boca e se expira pelo nariz. Isso faz todo sentido, já que a pessoa normalmente emerge uma parte da cabeça apenas suficiente para que se possa pegar o ar. Nesse caso, inspirar pela boca se torna mais eficiente, pois é possível “pegar” uma quantidade maior de ar pela boca do que pelo nariz. Já a parte da expiração pode ser feita aos poucos embaixo da água e pelo nariz.

PRATICAR NA BORDA DA PISCINA Uma das formas de colocar em prática a inspiração pela boca e expiração pelo nariz é treinar na borda da piscina. Muitas vezes, as piscinas têm um corrimão para que a pessoa possa se segurar. Aquelas que não oferecem podem ter as suas próprias bordas exploradas. A partir desse apoio, é possível realizar diferentes movimentos de inspiração e expiração de forma segura. Ao segurar no corrimão ou na borda, a pessoa se sente mais confortável para experimentar.

UTILIZAR A PRANCHA PARA TREINAR A RESPIRAÇÃO Depois de treinar na borda de forma estática, chegou a hora de colocar em prática os exercícios. Se você acha que ainda não está pronto, não tem problema! Existem acessórios, como a prancha, que podem ser utilizados e que são fundamentais na aprendizagem da respiração na piscina. Como ela permite a flutuação, é uma excelente forma de as pessoas se sentirem seguras para tentar realizar o movimento em deslocamento. É possível treinar a respiração frontal e a lateral alternada.

FAZER EXERCÍCIOS EDUCATIVOS Os exercícios educativos servem justamente para auxiliar em algum movimento de braço e perna ou para ajustar a respiração. Existem muitas opções que podem ser utilizadas com esse intuito, como iniciar em uma velocidade baixa e aumentar lentamente. Para aqueles que são iniciantes e ainda não se acostumaram a mergulhar sem segurar o nariz, é praticar por meio de brincadeiras educativas. Uma delas é a experiência de falar palavras embaixo da água e o outro tentar adivinhar.


ISSO A MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA. SE VOCÊ NADA SOZINHO, NÃO TEM PROBLEMAS CONVIDE UM AMIGO OU FAMILIAR PARA REALIZAR AS ATIVIDADES COM VOCÊ! ISSO FAZ COM QUE SE TENHA UMA MELHORA NO ESPORTE COMO UM TODO; POR ISSO, APRENDER COMO RESPIRAR NA NATAÇÃO É UM FATOR FUNDAMENTAL PARA QUE O DESEMPENHO SEJA AUMENTADO. ALÉM DESSE BENEFÍCIO, A MODALIDADE PROPORCIONA UMA SENSAÇÃO DE BEM-ESTAR E UMA EXCELENTE QUALIDADE DE VIDA.


Ciclismo causa infertilidade?

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m estudo realizado por pesquisadores espanhóis sugeriu que pedalar regularmente por longas distâncias com roupas especiais, como fazem os ciclistas profissionais, pode ser prejudicial à fertilidade masculina. Após analisar triatletas saudáveis, a pesquisa da Universidade de Córdoba indicou uma relação direta entre os homens que fazem treinamento intensivo de bicicleta com a má qualidade espermática. As informações são da versão online do jornal britânico Daily Mail. Conforme os especialistas, o calor gerado no contato corporal com as apertadas roupas especiais seria o principal culpado pela baixa fertilidade. Este atrito resulta em um estresse do corpo que passa a produzir em excesso moléculas especiais responsáveis por alterar as condições do líquido seminal. Além disso, pedalar mais de 300km por semana pode afetar seriamente a qualidade do esperma, deixando-o até 4% inferior ao percentual classificado como normal.

EMBORA O FOCO DO ESTUDO TENHA SE VOLTADO APENAS AOS ATLETAS, OS EFEITOS PROVOCADOS PELO ESFORÇO EXCESSIVO NÃO POSSUEM EXCEÇÃO ENTRE CICLISTAS AMADORES E PROFISSIONAIS. Para a pesquisadora Diana Vaamonde, “todos os fatores referentes a esta atividade esportiva podem afetar, sim, a condição natural do sêmen”. “Medidas de proteção para estes desportistas precisam ser desenvolvidas, como utilização de antioxidantes e modificação nos regimes de treinamento”, avaliou. Outra medida preventiva, alertou Vaamonde, seria congelar o esperma dos atletas antes do início dos treinamentos e competições de alta performance. Apesar de ser um problema comumente atrelado à saúde da mulher. Saiba quais são realmente as principais causas da infertilidade masculina.


De acordo com o Office on Women’s Health, até um terço dos casos de infertilidade é observado nos homens. A dieta é um dos fatores que podem afetar a fertilidade masculina. A American Society for Reproductive Medicine define a infertilitidade como uma doença do sistema reprodutivo que afeta a capacidade do corpo de se reproduzir. De fato, a reprodução humana é um processo muito complexo e muitas podem ser as causas. 1. Problemas na anatomia Alguns homens sofrem de problemas anatômicos de nascença ou resultantes de cirurgias que podem ser as causas da infertilidade no homem. A criptorquidia, por exemplo, é uma condição bastante comum em bebês em que um ou ambos os testículos não descem para a bolsa escrotal. Apesar disso, uma cirurgia relativamente simples ainda na infância resolve o problema. Outra alteração anatômica é a varicocele, que é uma doença em que ocorre o inchaço das veias ao redor dos testículos. A boa notícia é que a varicocele é a causa de infertilidade masculina mais fácil de ser tratada. Há certamente outros problemas como espermatozoides com formatos anormais e doenças genéticas que afetam o sistema reprodutivo.

2. Inflamação ou infecção nos testículos Qualquer tipo de inflamação ou infecção pode prejudicar a produção de espermatozoides. A saber, alguns exemplos são: Caxumba; Orquite (infecção no testículo); Prostatite (infecção na próstata). Inclusive, algumas doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) – como a gonorreia e o HIV, por exemplo – podem interferir na qualidade do esperma e causar problemas de fertilidade. Sinais de infecção podem incluir a dor na próstata e o inchaço na próstata. Por isso, vale a pena ficar atento. 3. Problemas no transporte do esperma Às vezes, o homem tem uma produção adequada de espermatozoides nos testículos, mas eles não chegam até o sêmen. Aliás, isso pode acontecer por vários motivos, como: Ejaculação retrógrada: o sêmen é expelido para trás da bexiga ao invés de ser eliminado pelo pênis; Obstrução: obstrução nos tubos que ficam entre os testículos e o pênis; Anticorpos anti-esperma: anticorpos que atacam e destroem o esperma; Ausência do canal deferente: condição genética em que o homem não tem o canal deferente, um tubo que serve para transportar os espermatozoides.



NO CASO DA EJACULAÇÃO RETRÓGRADA, HÁ VÁRIOS PROBLEMAS DE SAÚDE QUE PODEM CAUSA-LA. ALGUNS EXEMPLOS INCLUEM DIABETES, USO DE REMÉDIOS, LESÕES NA COLUNA E CIRURGIA ANTERIOR NA BEXIGA, NA PRÓSTATA OU NA URETRA. 4. Alterações hormonais e produção inadequada de esperma Alterações no funcionamento de órgãos relacionados à produção hormonal – como a hipófise, a tireoide, o hipotálamo e as glândulas suprarrenais, por exemplo – podem afetar a produção de esperma. Aliás, os desequilíbrios hormonais podem afetar a ejaculação, os níveis de testosterona e a contagem de espermas, por exemplo. De fato, uma baixa contagem de espermas no sêmen ou a baixa qualidade do sêmen, por exemplo, podem reduzir a chance de fertilização do óvulo feminino. Por fim, outros problemas como a disfunção erétil e a ejaculação precoce também podem ser a causa da infertilidade masculina.

5. Câncer Certos tumores podem interferir no funcionamento dos órgãos reprodutivos masculinos. Também há casos em que não é o câncer que causa a infertilidade, mas sim o tratamento da doença. Aliás, as cirurgias e os remédios usados na quimioterapia e a radiação da radioterapia afetam a produção de espermas e podem causar infertilidade masculina. 6. Uso de remédios Assim como os remédios para tratar o câncer podem prejudicar a fertilidade, outros tipos de remédios também podem impactar na saúde reprodutiva masculina. Por exemplo, alguns remédios que podem contribuir para o aumento de casos de infertilidade masculina são: Antidepressivos tricíclicos; Remédios para a pressão alta; Esteroides anabolizantes; Remédios para tratar a artrite reumatoide ou a colite ulcerativa. De fato, o ideal é procurar fazer exames – como análise de espermas, por exemplo – para avaliar a qualidade do esperma. Há diversos fatores de risco que aumentam as chances de um homem se tornar infértil. São elas:


Idade avançada; Tabagismo; Uso abusivo de álcool; Exposição a altas temperaturas; Obesidade ou excesso de peso; Uso de substâncias ilícitas; Exposição a toxinas como pesticidas, herbicidas e metais pesados, por exemplo. Assim sendo, para evitar problemas, é importante cuidar da sua saúde como um todo e ficar longe de maus hábitos. Fumar e beber, por exemplo, prejudica não só a saúde reprodutiva como também a saúde como um todo. É provável que você consiga tratar a infertilidade masculina, mas isso vai depender da causa. Uma opção possível inclui a inseminação artificial, por exemplo. Embora existam várias possíveis causas de infertilidade, também há casos em que não é possível identificar a origem do problema. Além disso, um urologista pode solicitar exames adicionais e te orientar sobre o melhor tratamento disponível para a sua infertilidade.



Atleta

Diogo DE FEVEREIRO DO ANO 2000, QUANDO COMEÇOU NO TRIATHLON, ATÉ OS DIAS DE HOJE, QUAIS AS PRINCIPAIS MUDANÇAS QUE VIU NO ESPORTE?

O esporte evoluiu muito, pois o triathlon é muito novo. Eu que estou no Circuito Internacional desde 2008, vi muita evolução. Antigamente a tática era nadar na esteira, se poupar no pedal e sair paradiacorrer forte final; a chamada para correr forte no final; hoje em mudou, poisnodesde “Era Brownlee”, um pouco antes das Olimpíadas de Londres 2012, que temos que estar no pelotão da frente o tempo inteiro, já que o ritmo está muito forte desde a natação. Eu que iniciei no triathlon com 17 anos, sem ter uma natação muito boa, hoje em dia não teria espaço para começar, pois já seria considerado velho, gigante, maduro e com idade ‘avançada’. Há 20 anos isso era possível, hoje não é mais… o nível está muito forte e não tem mais essa coisa de sair da água vindo de trás e ‘buscar’. Ou você está na frente, ou você não está na prova! Não há mais chance de recuperação. Hoje eu vejo que tenho performances que não estão aquém do que tinha no passado, mas que já não são suficientes para ter resultado numa etapa do Circuito Mundial. Recentemente, por exemplo, na World Cup Lima em distância Sprint (750mts de natação/20km de ciclismo/5km corrida), corri os 5km para 15’27”, mas quem venceu correu para 14’10”, que foi nosso companheiro de equipe, o Manuel Messias. Ou seja, eu não fiz uma corrida ruim, depois de nadar e pedalar forte (até com uma fuga no final do pedal com o Reinaldo Colucci e um atleta japonês), mas fiquei em 24º lugar. Antigamente isso me daria um em Top 5 ou Top 10 na prova, hoje não… Essa é a realidade, com todos os atletas chegando muito próximos. Há alguns anos o 20º atleta saia da água dois minutos atrás, por exemplo, hoje em dia saem 50 atletas dentro do mesmo minuto.


Sclebin

da vez

E SOBRE O PERFIL DOS PRATICANTES, O QUE MUDOU? Hoje existem mais praticantes da modalidade, mas mudou o perfil, já que são pessoas mais maduras, estruturadas financeiramente, que trabalham num emprego formal e não têm como objetivo ser um triatleta profissional. Por um lado é bom, pois temos um número expressivo de triatletas nas distâncias longas, mas que diminuiu bastante a chance de termos triatletas profissionais no Brasil. Antigamente as competições no Brasil davam premiação até o 10º colocado


e era difícil conquistar um Top 10. Hoje o calendário está bem reduzido para os profissionais e, por exemplo, já seria considerado um resultado ruim chegar em 6º no Internacional de Santos, pois só largam sete… Antigamente era difícil ficar entre os 10 primeiros, pois existia boa premiação até esta posição e sempre vinham atletas estrangeiros, e isso mudou! Muitas vezes a premiação do 4º colocado numa prova deste calibre não paga a viagem. Isso dificulta o surgimento de atletas profissionais no Brasil. Na corrida de rua, por exemplo, eu venci a Corrida das Estações, aqui em Minas Gerais, com 5.000 inscritos, correndo os 10km para 32’ e abrindo um minuto para o 2º lugar, e não foi porque eu corri muito! Foi porque não haviam corredores fortes mesmo, pois a prova não dava dinheiro, então não há o interessem em ser atleta profissional. A própria equipe de corrida do Cruzeiro, que seria uma das mais fortes do Brasil, nem existe mais… Eu vejo dois nomes fortes no Triathlon Masculino, o Miguel Hidalgo e o Manoel Messias, mas a geração é escassa. Vejo pouca gente para preencher um pódio de Top 10 aqui no Brasil , pois muitas vezes não temos nem oito atletas profissionais na largada.

COM 39 ANOS, CASADO E PAI DE TRÊS FILHOS. COMO É SUA ROTINA?

Hoje meus filhos são a minha motivação principal em continuar competindo como atleta profissional. O menorzinho, principalmente, quase não me viu competir. A rotina é puxada por causa da rotina da criançada. Eu não tenho uma carga horária de treinos expressiva e sei que treino pouco volume, somado a isso, grande parte da vida de um atleta profissional é destinada ao descanso, mas é difícil isso acontecer comigo, pois estou o tempo todo ocupado com eles quando estão em casa. Até para estudar inglês é difícil! Então, apesar de contribuirem bastante na performance por serem meus principais motivadores, eles me cansam muito. Hoje eu sou o atleta mais velho no Circuito Mundial, com 39 anos e 120 participações em provas oficiais da ITU, o que é raro e expressivo. Apesar de treinar a maior parte do tempo sozinho ser ruim, a vantagem é que tenho total controle sobre meus horários e uma boa flexibilidade por isso. Em outros esportes isso não é assim, pois precisam do grupo. A piscina que nado fica no meu condomínio, pra correr e pedalar, saio de casa já fazendo, sem precisar pegar carro, então isso me ajuda muito.



VOCÊ PARTICIPOU DE DOIS JOGOS OLÍMPICOS, UMA HONRA PARA POUCOS ATLETAS NO MUNDO. COMO DIFERENCIA AS DUAS PARTICIPAÇÕES E QUAIS AS MELHORES RECORDAÇÕES DE AMBOS EVENTOS? Às vezes eu tento até mudar meu discurso, pois as pessoas me perguntam cheias de entusiasmo sobre minhas participações, e como eu não tive as colocações que desejava, ficando em 44º em Londres e 41º no Rio, eu acabo por lamentar. Se eu tivesse ficado entre os 25 primeiros, que considero uma boa classificação, eu estaria mais feliz, pois estariam de acordo com uma excelente performance. Independente disso, é uma experiência única e foram as duas principais competições da minha carreira, mesmo não vindo a medalha. O êxito de estar ali é como a cerimônia de um casamento, que sela toda uma vida em conjunto e uma família que vai ser criada. A prova dos Jogos Olímpicos é um dia só, mas que coroa toda a carreira de sucesso de um atleta. É a expressão disso.

COMO ESTÁ SUA PROGRAMAÇÃO PARA A BUSCA D A CLASSIFICAÇÃO AOS JOGOS DE TÓQUIO 2021? Eu quero muito ir para Tóquio 2021, mas esbarro numa questão financeira para a aquisição da vaga, além de um desinteresse diante do regulamento. O que mais motiva um atleta é a vitória e o tesão por competir e evoluir, quando o negócio começa ficar muito profissional e envolver outras pessoas, muitas vezes se torna obscuro e o interesse e grana de cada um acaba se tornando influenciador nas decisões. A dificuldade em conseguir patrocínio para competir o Circuito Mundial é muito grande pois hoje dependemos da CBtri para tal; fora isso, se formos bancar as próprias viagens, o valor anual giraria em torno de R$ 250.000,00, pois envolvem vários países da Europa, bem como China, Arábia Saudita, Nova Zelândia, Austrália etc. O custo do atleta vai aumentando de maneira exorbitante e é diferente do Ironman Hawaii, por exemplo, que é uma prova por ano. No caso da ITU, é um Circuito de provas, então conseguir um valor dessa grandeza no Brasil é difícil, além de que, perde um pouco o sentido, pois a vaga olímpica que o atleta abre é para o país, ou seja, ao final de todo o processo, o patrocinador não terá a certeza de que o atleta que ele investiu, mesmo sendo o que conquistou a vaga, será o representante escolhido pela Confederação.


QUE DICAS PODE DAR PARA QUEM ESTÁ COMEÇANDO NO ESPORTE, E QUEM SABE, COMO VOCÊ, SE TORNAR UM ATLETA OLÍMPICO? Vá em frente. É gostoso! Não é lucrativo financeiramente, mas tudo que vivenciei com o esporte até hoje é bem expressivo. Tenho 39 anos e já visitei 34 países e isso é bem legal. Toda a bagagem adquirida vai ser muito útil em tudo que fizer na vida.


WALTER MAGALHÃES Fotógrafo do Esporte @waltermagalhaes_tri

GLADIADOR


INICIAÇÃO


HABITAT NATURAL


ARDENDO




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